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INTRODUÇÃO

A participação da mulher no desporto não pode ser dissociada dos papéis


que lhe têm sido destinados na sociedade ao longo dos tempos.

Durante o século passado, as mulheres do mundo ocidental conquistaram,


no plano da igualdade, muitos direitos na sociedade, que até então lhes
estavam vedados, o que sem dúvida lhes terá aberto um pouco mais as
“portas” ao mundo do desporto.

Porém, infelizmente, ainda, existem muitas dificuldades que as mulheres


têm de ultrapassar, nomeadamente, conseguirem conciliar a vida
desportiva e a doméstica, a discriminação que sofrem no acesso à alta
competição, e até a sua difícil integração em actividades desportivas
consideradas como masculinas nas aulas de Educação Física.

Apesar dos progressos alcançados nesta área pelas mulheres, ainda, nos
dias de hoje, quando se fala sobre “Desporto”, a ideia generalizada que lhe
está associada é a de ser uma actividade tradicionalmente masculina, como
por exemplo o futebol. O que reflecte bem a visão (mentalidade) que a
nossa sociedade possui acerca da relação entre a mulher e o desporto.

Este trabalho tem assim o objectivo de dar a conhecer a situação actual das
mulheres na prática desportiva, assim como sensibilizar para as questões
de igualdade ainda pendentes, não do ponto de vista legal, mas na sua
aplicação no contexto real.

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1.AS MULHERES E O DESPORTO, ONTEM

Desde os tempos mais antigos que a mulher pratica actividade física, como
nos mostram textos e gravuras do Antigo Egipto e da Antiguidade Clássica,
embora não pudessem participar em competições, sendo excepção a cidade
de Esparta.

Ao contrário de Atenas, que durante os Jogos Olímpicos as mulheres não


poderiam participar nem ser espectadoras de tal evento, porque os jogos
eram dedicados ao deus Zeus, sendo uma área sagrada para os homens.

Nas competições realizadas foram da área sagrada, as mulheres eram


permitidas, realizando-se festivais femininos nos quais os homens eram
banidos, é disso exemplo a cidade de Esparta que dava oportunidade às
mulheres de participarem em competições específicas como a corrida
feminina, durante a festa em homenagem à deusa do casamento, Hera.

Durante a Idade Média as mulheres da nobreza praticavam actividades


como a pesca e dança, enquanto as mulheres do povo jogavam jogos
populares. Porém, não podiam participar em torneios.

Mais tarde, no séc. XVIII, surgem os primeiros registos de participação de


mulheres em competições desportivas nos países anglo-saxónicos. Os Jogos
Ingleses envolviam algumas competições de carácter feminino, tais como o
tiro ao arco.

Apesar de no século XIX ter surgido o conceito de “exercício físico” a


sociedade considerava ridícula a mulher que praticasse desporto, devido ao
falso conceito de feminilidade, que atribuía à mulher apenas capacidade
para actividades relacionadas com a graciosidade, beleza, velocidade e
força geral.

Além do factor “ mentalidade social”, era apontado um outro factor que


limitava as opções das mulheres quanto à prática desportiva - os trajes que
elas eram obrigadas a usar.

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É de referir os “petticoats” (seis saias sobrepostas) dificultavam os seus
movimentos e impediam que o organismo se refrescasse de forma eficaz,
fazendo com que o corpo da mulher durante a prática desportiva atingisse
temperaturas extremamente elevadas, devido à difícil evaporação do suor.
Além dessa vestimenta, era quase obrigatório o uso de espartilhos pelas
mulheres, por questões de moda e aparência, de modo a que tivessem uma
bela “cintura de vespa”, muito valorizada na época. O problema é que os
espartilhos foram responsáveis por deformações musculares e ósseas
(sobretudo em jovens vaidosas), assim como dificultavam os movimentos
respiratórios.

No final do séc. XIX, as primeiras competições de ténis e a evolução


verificada no vestuário desportivo, criado para o efeito, permitiram, a
diversas mulheres, de classe média e elevada, praticar “cricket”, tiro ao
arco e andebol. Embora a iniciação desportiva tivesse lugar nas escolas de
classe média, onde as meninas tinham acesso à prática de diferentes
actividades físicas, a crença de que competições femininas fora das escolas
eram indignas e prejudiciais, fez com que houvesse muito pouca adesão à
prática feminina desportiva.

2. AS MULHERES E O DESPORTO, HOJE

Actualmente ainda existe muita discriminação em relação à prática feminina


no desporto, verificando-se nos mais distintos níveis desportivos e faixas
etárias.

Durante a infância, nos intervalos ou recreios nota-se uma grande


divergência em termos de actividades e brincadeiras adoptadas por cada
um dos sexos: os rapazes optam preferencialmente pelo futebol ou corridas,
enquanto as raparigas preferem brincar ao “faz de conta” e com bonecas.
Contudo, quando alguma rapariga decide ir brincar com os rapazes, eles
normalmente impedem-nas, dizendo que “meninas não podem brincar”.

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Mais tarde, nas aulas tradicionais de Educação Física do ensino básico e
secundário, não se presta muita atenção ao facto das turmas serem
constituídas quer por rapazes, quer por raparigas. Isso traz algumas
consequências, uma vez que o modo como cada sexo encara as actividades
propostas é diferente.

Em regra, as raparigas aceitam mais facilmente realizar actividades de que


gostam menos, ao invés dos rapazes, que oferecem certa resistência em
realizá-las, caso entendam “não serem actividade de homem”. Nesse vasto
leque de actividades, destacam-se a dança, a ginástica acrobática e a
patinagem.

Outro ponto a salientar é que essas actividades nem sempre constam no


programa, e caso constem, muitas delas são apenas de carácter facultativo.

Embora sejam uma escassa minoria, as mulheres que prosseguem a sua


vida desportiva e que chegam aos níveis de alta competição, sofrem ou
estão em grande risco de sofrer discriminação durante a sua jornada. Eis
alguns exemplos dessa discriminação sexista:

• As praticantes ou atletas muitas vezes recebem troféus


ou prémios
diferentes e de menor valor que rapazes ou homens.

• As equipas femininas não costumam ter acesso às melhores


instalações
desportivas, e normalmente treinam em horários tardios.

• Muitas das mulheres treinadoras não recebem igual salário ao dos


homens, mesmo executando as mesmas funções.

• As mulheres árbitras ou juízas usufruem de menor oportunidade


do que os homens de modo a progredirem nas suas carreiras.

• Em má situação económica os clubes começam por acabar


primeiro com as equipas femininas.

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• A maior parte das federações extingue a representação nacional
feminina de determinada modalidade se ela não conseguir os
objectivos inicialmente propostos.

• São raros os clubes ou federações que incluem mulheres na sua


direcção.

• Os subsídios financeiros atribuídos pelos governos e autarquias


costumam favorecer apenas o sector masculino.

• O desporto feminino é pouco noticiado, sendo-o apenas quando é


ganha alguma medalha, tornando-se a atleta um ícone nacional,
até o seu feito ter sido esquecido.

A par da discriminação de comportamentos existem diferenças relacionadas


com as características do género dos desportivas que vão continuar a
marcar diferenças e são essencialmente físicas, o que inviabiliza a
competição entre seres do mesmo género e determina a prática de certas
modalidades por cada um dos sexos. Nesse sentido veja-se o seguinte
quadro:

Factor Diferença Consequência

Centro de 6% Mais baixo na mulher Maior estabilidade e


gravidade equilíbrio na mulher

Peso gordo Entre 5% e 10% mais Dificulta a prática


(normal) elevado na mulher desportista, aumentando
a fadiga e reduzindo a
motricidade na mulher

Pélvis Mais ampla na mulher Menor eficiência


mecânica na mulher

Proporcionalmente mais Menos gasto cardíaco,


pequeno na mulher. F.C. menor rendimento
Coração
basal maior na mulher cardiovascular

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diferença s de 8-10 bpm.

Hemoglobina 15% Menos na mulher Menor quantidade de


eritrócitos, por isso
menor capacidade de
transporte de oxigénio
sanguíneo

Testosterona 10-20 Vezes menos na Menor capacidade de


mulher hipertrofia muscular e
força na mulher

Mobilidade 10% Maior na mulher Maior flexibilidade e


articular mobilidade articular na
mulher

Aprendizagem Maior habilidade de Maior coordenação de


motora aprendizagem motora movimentos.

Velocidade de Igual em ambos os Não existe


reacção géneros

Velocidade de Menor na mulher, por Reacções similares, mas


translação menos força e eficiência maior explosão nos
mecânica. homens.

3. AS MULHERES E O DESPORTO, NO NOSSO


PAÍS

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Nas aulas tradicionais de Educação Física nas escolas poucas são as vezes
que se dão atenção às diferenças de sexo numa turma, sendo normalmente
aplicado um modelo de aula masculino e tecnicista, mais difícil de seguir
pelo sexo feminino.

Na sociedade portuguesa, a palavra desporto leva-nos normalmente a


pensar no desporto tradicionalmente masculino, como é o caso do futebol.
O sector masculino é ainda o dominante na maioria das modalidades,
embora o número de praticantes femininas tenha crescido em algumas
delas.

O voleibol é a modalidade com mais participação feminina e a que mais


cresceu nos últimos anos, sendo o número de atletas femininas e
masculinos bastante próximo.

A dança continua a ser a única modalidade com um sector feminino maior


do que o masculino, apesar de o número de mulheres a praticarem-na ter
diminuído.

A nível nacional, são poucos os clubes de futebol que contam com uma
secção feminina, mas nas mulheres que praticam desporto, nota-se uma
dedicação maior do que a dos homens, possivelmente por se encontrarem
em minoria, mas apesar disso os comentários depreciativos às atletas
femininas ainda se continuam a fazer sentir.

Mas apesar de todas as dificuldades sentidas pelas atletas e de uma


discriminação quase absoluta por parte do sector masculino, algumas fazem
grandes sacrifícios para poderem praticar a sua modalidade.

4.Conclusão

Para se ser atleta de alta competição independentemente da modalidade


escolhida ou para a qual tem apetência, é ainda necessário, em Portugal,
conciliar com a vida familiar, bem como os diversos papéis que é chamada
a desempenhar.

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Por isso, hoje a relação da mulher com o desporto passa na maioria dos
casos por sentir a necessidade de conciliar a harmonia física e um bom
estado de saúde com o estilo de vida contemporânea, o desporto faz, desta
forma, parte da vida de grande parte das mulheres.

Podemos, afirmar que existe hoje em dia uma relação essencial entre o
desporto e a saúde e é sob essa égide que a mulher cada vez mais o
prática, de uma forma lúdica e não competitiva.

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