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TESTE 1 Poesia trovadoresca Unidade 1

TEXTO 1
A Lista Vermelha das palavras em vias de extinção
Preocupa-me o desaparecimento de certas palavras. A palavra «labrosta», por exemplo,
vocábulo tão salutar com que a minha mãe chegou a brindar as minhas maneiras à mesa («És um
labrosta!»), sinónimo de pessoa «labrega», «grosseira», «rústica», «campónia» ou «camponesa», e
que raramente se ouve.
Proponho que se soltem palavras desusadas por aí, como quem solta animais de cativeiro na
Natureza, para ver se pegam. Porque é que em vez de uma «sopa camponesa» não podemos ter um
«creme de labrosta»? Até soa a coisa de prestígio.
Há palavras que se encontram numa situação crítica. Algumas só sobrevivem graças a
provérbios ou expressões idiomáticas, que funcionam como última reserva, santuário, onde essas
palavras ainda encontram espaço para respirar. Felizmente que ainda ninguém se lembrou de
atualizar os provérbios, porque senão seria uma desgraça. Lá se ia um magote de palavras. Além
disso, era ridículo. O que é que íamos dizer, «Atafulha-se o porta-bagagens à vontade do dono»?
Era uma hecatombe. Não só para as palavras e para os provérbios, como para todo um imaginário
antigo, muitas vezes rural, que assim seria varrido da nossa memória. É urgente incentivar a
utilização de provérbios e nunca pensar em atualizá-los para coisas palermas como: «Os cães
ladram e a autocaravana passa», «Em casa de informático, Windows XP» (do original «Em casa de
ferreiro, espeto de pau») ou «Ainda a fila vai no Viaduto Duarte Pacheco», com a respetiva versão
para o Norte, «Ainda a fila vai no Nó de Francos» (do original «Ainda a procissão vai no adro»).
Talvez devêssemos publicar a Lista Vermelha das Palavras, tal como a UICN (União
Internacional para a Conservação da Natureza) faz com as espécies de animais, plantas e fungos.
Classifiquem-se as palavras por ordem decrescente de ameaça de extinção, como «Em Perigo
Crítico», «Em Perigo» ou «Em Cadilhos», no caso das mais periclitantes. Refira-se, a título de
curiosidade, que a antiga designação da categoria «Em Cadilhos» era «Vulnerável». Mas alterou-se
por uma questão de rigor científico, como é, aliás, fácil de comprovar pela frase exemplificativa:
«É fundamental proteger o tigre-de-samatra, por ser uma espécie em perigo crítico, mas também é
preciso atenção ao tubarão-branco, que está em cadilhos.»
Assim, com base numa análise empírica rigorosa, que respeita os critérios que me deram na
real gana, eis alguns exemplos de palavras ameaçadas das várias categorias:
Em Perigo Crítico – labrosta, alvíssaras, tropa-fandanga
Em Perigo – calhordas, bambúrrio, abrenúncio, escanifobético
Em Cadilhos – serigaita, sorrelfa, estroina, pilantra
Para que se perceba a gravidade da situação de algumas palavras, termino com uma citação de
um artigo, originalmente sobre biodiversidade, com uma ligeira modificação da minha parte:
«Recentes estudos revelam surpreendentes taxas de declínio ou quase extinção de insultos
como “calhordas”, “labrosta” ou “safardana” e confirmam a importância deste tipo de injúrias para
as populações. Além disso, e de forma mais ampla, estes estudos demonstram que, se não formos
capazes de acabar ou reverter o ritmo da perda de “calhordas”, por exemplo, isso poderá ter
consequências dramáticas para os ecossistemas linguísticos ou, pior ainda, poderá significar a
opção por insultos desprovidos de interesse.»
Gonçalo Puga, Público, 27.01.2015

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GRUPO I
LEITURA

1. De entre as quatro opções apresentadas, escolhe a única que permite obter uma afirmação correta.
Escreve o número de cada item e a letra correspondente à opção escolhida.

1.1 Muitas palavras, ao caírem em desuso, poderão ainda vir a ser usadas
A. como empréstimos.
B. como arcaísmos.
C. como siglas.
D. nos dicionários de provérbios.

1.2 Ao usar a palavra «hecatombe» (l. 11), o autor


A. dá mais um exemplo de palavra em risco de desaparecer.
B. salienta o resultado ridículo da atualização de provérbios.
C. sublinha que a língua não pode evoluir artificialmente.
D. avalia a perda de palavras e memórias resultante de uma atualização de provérbios.

1.3 O provérbio «Os cães ladram e a caravana passa» ensina


A. que devemos ignorar a inveja e a maledicência.
B. que as mudanças provocam sempre grande agitação.
C. que há coisas que nunca mudam.
D. que os cães que ladram não mordem.

1.4 O uso da designação «em cadilhos» (l. 21)


A. explica-se pelo maior rigor da expressão, face à anterior, «vulnerável».
B. era desnecessário, pois a expressão é sinónima de «vulnerável».
C. põe em prática a proposta inicial do autor.
D. dificulta a compreensão da mensagem.

1.5 O recurso expressivo mais relevante no texto é


A. a enumeração.
B. a interrogação retórica.
C. a antítese.
D. a ironia.

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GRUPO II
GRAMÁTICA

1. Estabelece a correspondência entre as colunas, de forma a obteres afirmações verdadeiras.

1 Porta-bagagens é um acrónimo. a.
2 UICN é uma palavra derivada por sufixação. b.
3 Biodiversidade é uma palavra formada por composição c.
4 Incentivar émorfológica.
uma sigla. d.
é uma palavra formada por composição e.
émorfossintática.
uma palavra derivada por parassíntese. f.

2. Entre as palavras e expressões seguintes, todas usadas no texto, indica a que não faz parte do campo
lexical de língua.
– vocábulo – provérbios – expressões idiomáticas – diga – publicar – designação – raridade – citação

GRUPO III
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
TEXTO 2

Vaiamos1, irmãa, vaiamos dormir


en nas ribas2 do lago, u3 eu andar vi
a las aves meu amigo.
Vaiamos, irmãa, vaiamos folgar4
en as ribas do lago, u eu vi andar
a las aves meu amigo.
En nas ribas do lago, u eu andar vi,
seu arco na mãao as aves ferir,
a las aves meu amigo.
En nas ribas do lago, u eu vi andar,
seu arco na mãao a las aves tirar5,
a las aves meu amigo.
Seu arco na mãao as aves ferir,
a las que cantavan leixá-las guarir6,
a las aves meu amigo.
Seu arco na mãao as aves tirar, 1. vamos
2. margens
a las que cantavan non nas quer matar, 3. onde
a las aves meu amigo 4. descansar
5. atirar
Fernando Esquio 6. deixá-las sem ferida

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Após uma leitura atenta do poema, responde ao questionário, de uma forma clara, cuidada e
fundamentada.

1 Classifica, justificando, a cantiga de amigo transcrita, no que diz respeito à estrutura formal utilizada.
1.1 Mostra como essa estrutura se adequa ao propósito da cantiga.

2. Com base nos elementos que o texto te fornece e sugere, identifica e caracteriza psicologicamente o
sujeito poético.

3. A ação do amigo é associada à do caçador.


3.1 Transcreve as expressões que referem a sua ação.
3.2 Mostra que essa ação é apresentada em gradação.
3.3 Interpreta a simbologia dessa ação e do espaço onde se realiza.

4. Explica de que forma poderemos associar o sujeito poético às «aves».

GRUPO IV

ESCRITA

Num texto cuidado, faz uma exposição de 120 a 150 palavras, na qual refiras e fundamentes a
importância da Natureza nas cantigas de amigo.

COTAÇÕES

Grupo I Grupo I I I
1.1 ............................. 5 pontos 1. ............................................... 10 pontos
1.2 ............................. 5 pontos 1.1 ...................................... 10 pontos
1.3 ............................. 5 pontos 2. ............................................... 20 pontos
1.4 ............................. 5 pontos 3.1 ...................................... 10 pontos
1.5 ............................. 5 pontos 3.2 ...................................... 10 pontos
3.3 ...................................... 20 pontos
------------ 4. ............................................... 20 pontos
25 pontos --------------
Grupo I I 100 pontos
1. ........................... (4 x 5) 20 pontos
2. ..........................................5 pontos Grupo I V ...............................50 pontos
------------
25 pontos Total: ..................................... 200 pontos

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Teste 1 Poesia trovadoresca, p. 96

Grupo I
1.1 B; 1.2 D; 1.3 A; 1.4 C; 1.5 D.

Grupo II
1. – c.; 2. – d.; 3. – e.; 4. – b.
2. A palavra raridade não faz parte do campo lexical da língua.

Grupo III
1. A cantiga, constituída por 6 dísticos hendecassílabos e refrão de 1 verso, com 7 sílabas métricas, é
paralelística perfeita:
o 2.º verso da 1.ª estrofe repete-se como 1.º verso da 3.ª, o 2.º verso da 2.ª como 1.º verso da 4.ª,
repetindo-se o mesmo esquema até ao final. Alterna a rima em -a -e em -i -.
1.1 Sendo paralelística perfeita, tem um número reduzido de versos novos, o que facilita a
memorização. Como a transmissão era oral e o poema se destinava ao canto, esta estrutura era a mais
adequada.
2. O sujeito poético é uma jovem apaixonada, desejosa de encontrar o seu amigo, ou melhor, de se
deixar encontrar por ele. Ao pedir à amiga para a acompanhar, apela confiadamente à cumplicidade
desta para fingir um encontro ocasional – «vaiamos dormir», «vaiamos folgar» – no espaço onde ele
anda a caçar.
3.1 As expressões «andar (…) a las aves», «seu arco na mão as aves ferir», «seu arco na mão a las aves
tirar», «leixá-las guarir», «non nas querer matar» referem a ação do amigo caçador.
3.2 O poema refere inicialmente apenas a perseguição, «andar a las aves», depois o ato de ferir e,
finalmente, a possibilidade de deixar sobreviver ou de matar.
3.3 A caça representa claramente a conquista, a sedução, em território feminino, as margens do lago,
cuja simbologia, a par das águas das fontes ou dos rios, se prende com a vida e a fertilidade.
4. Se a relação caçador-ave subentende a relação sedutor-seduzido, então a jovem exprime sem disfarce
o desejo de se colocar no lugar da ave, indo para o espaço onde tal ação acontece. A razão que
acrescenta para justificar o seu pedido, o amigo é gentil para com as aves que cantam, realça essa
associação: ela é uma dessas aves que cantam, para conquistar, que adivinha o efeito que o seu canto
terá sobre o amigo.

Grupo IV
Serão tópicos indispensáveis: a Natureza como confidente («Ai flores, ai flores do verde pino»), refúgio
para encontros amorosos, nomeadamente a fonte, cuja água, simbólica da feminilidade, é muitas vezes
agitada pelos «cervos do monte» («Digades, filha, mia filha velida», «Levou-s'a louçana, levou-s'a
velida»), os elementos naturais simbolizando sentimentos, emoções («Sedia-me eu na ermida de San
Simion»).

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