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TRECHO 2 - CAXAMBU – SÃO BENEDITO

7.2.3 SUBTRECHO III - CAXAMBU – SÃO FRANCISCO

Extensão - 41.8 Km

O Trecho 2 é o mais extenso do Caminho de Cora Coralina, que


como no Caminho de Santiago contempla uma paisagem mais
plana e de mais fácil caminhar. Ao longo deste trecho o caminhante
atravessa áreas de pastos e grandes plantações, por estradas de
passagem que, na sua maioria, se entremeiam por extensas áreas
de vegetação natural preservada. Este pode ser um belo momento
do Caminho, pois o viajante atravessa verdadeiros túneis de
árvores, que contrastam com a paisagem de uma tonalidade de
verde mais claro dos pastos ao seu redor. Imagem 106: Fotomontagem no Trevo no trecho de Caxambu à Fazenda Babilônia, GO 431. Imagem 107: Fazenda Babilônia - Casarão principal.
Fonte: Própria. Foto Base Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro
O trecho de Caxambu à São Francisco se caracteriza por este
relevo pouco acidentado, com alta produção agrícola e pecuária.
Saindo de Caxambu, o caminhante passa por uma trilha paralela ao Foi então que Joaquim Alves de Oliveira iniciou a ousada A agricultura e o comércio mantiveram Minas de Meia Ponte e a
lado da estrada de asfalto que liga o povoado com a GO-431, numa empreitada de construir o Engenho São Joaquim, primeiro nome da transformaram numa das principais cidades do Estado. Por Meia
distância de 2.4 Km. Ainda caminhando por outra trilha paralela ao Fazenda Babilônia, que segundo João Emanuel Pohl , em seu livro Ponte passavam todas as chamadas "Picadas de Goiás". A região
lado do asfalto da Rodovia GO-431, segue-se mais 4.1 Km até o “Viagem ao Interior do Brasil”, era "um dos maiores engenhos de era o centro comercial de toda a Província de Goiás. Meia Ponte
entroncamento com a BR-153. A partir daí, em trilha ainda paralela a açúcar do Brasil". Logo após 1800, O Engenho São Joaquim já era como confluência das rotas comercias recebia e despachava as
rodovia, chega-se ao portal da Fazenda Babilônia, que constitui um considerado a maior empresa agrícola do Estado de Goiás. Nesta conhecidas tropas de transportadores do que se produzia na
dos eventos históricos mais importantes do Caminho de Cora fazenda, além da cana de açúcar, plantava-se, em escala industrial, agricultura e na pecuária para Cuiabá, Salvador e Rio de Janeiro. A 50
Coralina. Além da história, a fazenda é um excelente ponto de apoio mandioca e algodão, para a produção da farinha e fios de algodão Tropa do Comendador, composta de aproximadamente 300 muares
para reabastecimento e alimentação dos caminhantes. Ali é para exportação. A Inglaterra, em plena Revolução Industrial, levava, além dos produtos da fazenda, como o algodão, açúcar e
oferecido um completo café regional, com iguarias feitas como na comprava toda a produção de algodão goiano, cuja fibra era farinha de mandioca, produtos diversos produzidos por outros
época dos tropeiros. considerada uma das melhores do mundo. A produção desta fazendeiros da região, como o próprio algodão, que o Comendador
fazenda era tão intensa que contava com cerca de 200 escravos, incentivava e ajudava na produção e no comércio. Estas tropas
A trilha paralela ao asfalto, desde o início no Povoado de quantidade significativa para a época, com 120 homens para o traziam em seu retorno mantimentos essenciais, como sal, ferros e
Caxambu, se estende por 8 Km, quando então o caminhante retoma trabalho e 80 mulheres e crianças. outros tantos que lhe eram lucrativos, como tecidos finos e armas.
a trilha em terra do Caminho Histórico.
Entre os relatos mais significativos sobre a Fazenda Babilônia, Contudo Meia Ponte não resistiu às mudanças que ocorreram no
Fazenda Babilônia registrados naquela época, está o do famoso viajante francês fim do Século XIX: a morte do comendador, a abolição da
August Saint-Hilaire. Nele vale destacar, entre tantas informações, escravatura e a proclamação da república fizeram com que rotas
A rica história desta fazenda teve início no final do Século XVIII, a importância do Comendador Joaquim Alves de Oliveira para comerciais fossem deslocadas, perdendo a então próspera cidade
mais precisamente em 1795, quando Joaquim Alves de Oliveira Goiás e para o Centro-Oeste Brasileiro. Também descreve em o status de centro mercantil. A economia se estagnou e ficou
chegou a Região de Meia Ponte, hoje Município de Pirenópolis. detalhes a ordem e o asseio da fazenda, as relações com os baseada principalmente no gado de corte.
Tratava-se de um homem de muita cultura, nascido em 1770, em escravos, o comércio de bens e em especial o algodão.
Pilar de Goiás, mas que foi educado por padres jesuítas em São Parte da Fazenda foi comprada pelo Padre Simeão Estelita
Paulo. Desde moço mostrou excelentes dotes para o comércio, Além do naturalista Auguste de Saint-Hilaire estiveram também Lopes Zedes, em 1864, que lá encontrou, na ocasião, uma grande
fazendo fortuna no Rio de Janeiro. Ao voltar para Goiás, vislumbrou hospedadas na Fazenda Babilônia personalidades ilustres da quantidade de agregados e escravos. O Padre Simeão era bisavô
perspectivas de mudanças e progresso no que tinha sido o época, como o mineralogista e botânico Johann Emanuel Pohl, o da atual proprietária, Telma Lopes Machado, que mantém e valoriza
fervilhante Arraial de Meia Ponte, mas que vinha experimentando naturalista François Louis Nompar de Caumont La Force, Conde de a condição de patrimônio histórico da Fazenda Babilônia.
um processo de decadência com a exploração, cada vez mais Castelnau, o escritor, ensaísta e pesquisador português Luís
escassa, das minas do ouro. D'Alincourt , o historiador Raimundo José da Cunha Mattos, dentre
outros, que registraram significativos depoimentos sobre a
importância desta fazenda como centro de referência para a região
e para o Estado de Goiás.

Caminho de
Cora Coralina
Imagem 108: Antigo Monjolo da Fazenda Babilônia Imagem 110: Dona Telma e os quitutes Imagem 111: Entrada da Capela Nossa Imagem 113: Varanda com fogão a lenha
Fonte: Bernardo Monteiro servidos no Café Sertanejo Senhora da Conceição Fonte: Bernardo Monteiro
Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro

No altar, estreito e ao fundo encimado por um pequeno nicho, está


colocada a imagem de Nossa Senhora da Conceição sobre um
retábulo de madeira.

Deve-se destacar, finalmente, que a Fazenda Babilônia constitui


não apenas um sítio com importante significado histórico, mas
sobretudo, o resgate antropológico do Brasil Colônia e que não
poderá estar fora da rota dos caminhantes. As dependências da 51
Fazenda Babilônia já foram utilizadas como palco de novelas, como
Renascer e Araguaia e do filme O Tronco. Vale frisar que o turismo
educativo, de cunho puramente pedagógico, constitui-se no maior
objetivo da proprietária da Fazenda, que recebe mensalmente
excursões de alunos oriundos da Capital Federal e das cidades
adjacentes.

Imagem 109: Varanda típica do Colonial Brasileiro onde é servido o café sertanejo Imagem 114: Fazenda Babilônia - Varanda do Casarão
Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro

Com a construção de Brasília e o incremento do turismo em


Pirenópolis, a Fazenda Babilônia se tornou local de visitação. Por
iniciativa da proprietária, que nutre um incansável amor à história e
às coisas da terra, a fazenda foi aberta em 1997 a visitação.
Tombada como Patrimônio Nacional, a Fazenda conserva o extenso
casarão, em estilo colonial e muros de pedras, que foram
construídos pelos escravos, com cerca de 80% de sua originalidade.

A sede foi edificada no estilo da arquitetura colonial paulista do


Século XIX. O que caracteriza a forma é a distribuição espacial, que
permitia ao senhor vigiar e controlar toda a fazenda de alguns
poucos lugares estratégicos da casa. Na Fazenda Babilônia, da
ampla varanda controlava-se toda a senzala e as edificações
externas. Destaca-se dentro desta grande construção, a Capela,
ainda toda original e dedicada a Nossa Senhora da Conceição, com
seus forros pintados com as imagens de São Joaquim e de Santana, Imagem 112: Detalhes da Capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição
emolduradas por elementos artísticos barrocos. Fonte: Bernardo Monteiro Imagem 115: Fazenda Babilônia - Casa de Colonos
Fonte: Bernardo Monteiro

Caminho de
Cora Coralina
A partir da retomada da estrada de terra até o início da antiga Rodovia Bernardo Sayão
Rodovia Bernardo Sayão, são percorridos 5.5 Km antes de se cruzar
o Córrego Degredo, que dá origem ao nome da região. Retomando o Caminho Histórico, que se prolonga pela antiga
Rodovia Bernardo Sayão, um percurso de 28 km leva a São
Neste trecho diversos sítios e pequenas fazendas compõem a Francisco de Goiás, passando pelo Povoado de Radiolândia e por
paisagem da região e o que produzem é vendido sobretudo na diversas fazendas com sedes localizadas próximas ao Caminho de
cidade de Pirenópolis. Essas propriedades possuem porteiras na Cora Coralina. Essa rodovia segue paralela à BR-153 e no Km 28.3
sua maioria e para facilitar a passagem dos caminhantes, sem a está proposto mais um Ponto de Fuga, possibilitando acesso a BR-
obrigação de abrir e fechar as mesmas, a proposta para a 153, a 1.8 Km de distância.
implantação do Caminho de Cora Coralina é que nestes pontos
sejam colocados e melhorados quebra-corpos e mata-burros. Esse trecho do Caminho possui um relevo bastante plano,
variando de 660 metros a 785 metros acima do nível do mar. De
pontos elevados do Caminho podem ser vistas as Serras do Loredo
e do Chibio.
Imagem 118: Sítios ao longo do Caminho de Cora Coralina.
Fonte: Bernardo Monteiro.

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Imagem 116: Trevo GO 431 com a BR 153 Imagem 119: Exemplo de Mata - Burro antes de melhoria Imagem 121: Igreja em Praça principal no povoado de Radiolândia
Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro

Imagem 117: Vista da BR 153 com a bifurcação no acesso a estrada de chão Imagem 120: Fotomontagem de recuperação de Mata - Burro
Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Própria. Foto Base Bernardo Monteiro Imagem 122: Radiolândia - A direita casa para possível Ponto de Apoio
Fonte: Bernardo Monteiro

Caminho de
Cora Coralina
Imagem 123: Antiga rodovia Bernardo Sayão Imagem 126: Casarão ao longo da rodovia Bernardo Sayão
Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro

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Imagem 124: Fazenda margeando a rodovia Bernardo Sayão


Fonte: Bernardo Monteiro Imagem 127: Caminho de Cora Coralina entre cercas de fazendas Imagem 129: Túnel entre árvores próximo a São Francisco de Goiás
Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro

Cidade de São Francisco de Goiás

A criação de São Francisco de Goiás remonta a 1740, quando


garimpeiros encontraram terras férteis ao sul do garimpo de
exploração de ouro na Serra de Jaraguá, no lugar denominado
Furado, hoje Fazenda Cachoeira de Santo Antônio.

Segundo moradores locais, no decorrer do tempo formaram-se


diversas fazendas. Em uma dessas fazendas foi construída uma
capela de palha. Periodicamente, lavradores locais e vizinhos
rezavam o terço em louvor a São Francisco. À medida que as terras
eram cultivadas, surgiam aglomerados de casas, originando o
povoado de S. Francisco das Chagas. Mais tarde, a região passou a
denominar-se Arraial das Chagas. Em 1911, o local já aparece como
Distrito de Jaraguá. Tornou-se município em 1953, denominado a
Imagem 125: Vegetação típica da região na rodovia Bernardo Sayão Imagem 128: Fazenda com Serra do Chibio e Serra do Loredo ao fundo partir deste momento como município de São Francisco de Goiás.
Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro

Caminho de
Cora Coralina
São Francisco de Goiás também tem um papel importante na
história da região. Além de rota dos antigos tropeiros, a cidade viveu
momentos importantes durante a passagem da Coluna Prestes.
Existem relatos de moradores da cidade que falam sobre antigas
trincheiras em seus arredores, que serviram para a resistência à
passagem dos militares. Intensas batalhas foram travadas nestes
locais. Apesar de tomadas pela mata e por pastos, estas trincheiras
podem ainda ser vistas.

A Cidade de São Francisco tem um papel fundamental no


Caminho de Cora Coralina, pois é o primeiro aglomerado urbano
mais equipado depois de Pirenópolis. Isso quer dizer que o
caminhante já percorreu um extenso caminho antes de chegar a
São Francisco e ainda deverá percorrer outro tanto até chegar a
Jaraguá, outra grande cidade do Caminho. Portanto, São Francisco
deverá ser uma importante base de apoio para descanso e
reabastecimento.

A partir daí, o caminhante terá duas opções: poderá seguir pela


trilha histórica atravessando sítios arqueológicos da Serra de
Jaraguá, ou retomar, por trilha paralela, a Rodovia asfaltada que
leva até a cidade de Jaraguá.

Em São Francisco de Goiás também se realizam importantes


eventos durante a época das Cavalhadas. A cidade possui um 54
pequeno museu com artefatos desta festa e da época da
escravidão.

Imagem 132: Túnel de árvores próximo a São Francisco de Goiás


Fonte: Bernardo Monteiro

Imagem 130: Casarão em São Francisco de Goiás Imagem 131: São Francisco, detalhe da arquitetura colonial. Ao fundo Igreja Matriz Imagem 133: Máscaras feitas por artesãos da região
Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro Fonte: Bernardo Monteiro

Caminho de
Cora Coralina
GEOREFERENCIAMENTO DE PONTOS RELEVANTES AO
LONGO DO CAMINHO DE CORA CORALINA (UTM).

SUBTRECHO III: CAXAMBU – SÃO FRANCISCO

ĠĨ Ĭ km Descrição Latitude E Longitude S


360 0,00 Praça de Caxambu 709553 8228716
361 2,40 GO 431 ‐ Deflexão à esquerda 707211 8228630
157 3,00 Acesso a Fazenda Babilônia 707026 8228022
158 6,50 BR 153 ‐ Deflexão à esquerda 706059 8224834
356 7,87 Deflexão à direita ‐ início chão 706725 8223706
310 9,83 Deflexão à direita 705038 8222899
300 13,20 Rodovia Bernardo Sayão – deflexão à direita 703178 8221012
301 15,00 Início asfalto povoado Radiolândia 701918 8221739
163 17,20 Início chão Bernardo Sayão 700408 8223833
164 19,60 Encruzilhada 698598 8225143
159 24,50 Núcleo de casas 695649 8228749
165 28,30 Deflexão à esquerda (Fuga 1 Tr 3 à direita) 694635 8232309
211 30,30 Fazenda 692703 8231918
296 34,10 Deflexão à esquerda 691178 8234638
295 34,60 Córrego 690788 8234718
293 35,70 Saída da mata 690171 8235594
291 39,50 Deflexão à esquerda 688093 8238090 55
290 41,80 São Francisco 686432 8237668
166 Fuga 1 Tr 3 – BR 153 (1,85 km) 695677 8233549

Tabela 08: Pontos Georeferenciados.


Imagem 134: Mapa e Altimetria Fonte: Bismarque Villa Real (Equipamento GPS Garmin)
Fonte: Google Earth (Marcações Bismarque Villa Real)
Obs: A leitura da Altimetria deverá ser feita de forma invertida

Caminho de
Cora Coralina

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