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(e-STJ Fl.597)
(e-STJ Fl.514)
.'
Profes��:i;�u�;Ed����e�;�!!:!� Penal
Da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo .
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dinheiro e "caixa dois". Segundo a ,reqllisição, essas -··suspeitas teriam sidd\-i}:(. ·-...
Documento digitalizado juntado ao processo em 01/02/2010 às 13:18:06 pelo usuário: CLEONICE LEITE TOMAZ
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lcv.mradns em reportagem jornalística publicada pela· revistil"EXAME. A:!:>,\::
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(e-STJ Fl.599)
(e-STJ Fl.515)
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1,1. ..
empresa Casa & Vídeo e outras a ela relacionadas (fls. 212-214 dos autos d�{;!f);
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representação).
. . . tt;:·;f ;l::L°,
Iniciadas as operações técnicas de interceptação, em 8 d�):\i(.
outubro de 2008 foi· deferida sua prorrogação e, ainda, a interceptação .4�,iF,i\'U .,
correio eletrônico de Attilio. Milone .. ,ª:milone@u�l.coP;l�f-� .:
que, em 20 de outubro seguinte, a Polícia Federal encaminhóu ao M. Jui�(:.:iJc:·
�W·t��'�;���ff?Ft�r .:
"auto �ircunsta�ciado de �n�lise", em que se fe� referência à i�tercep�ção.dff{<//'(
mensagem__env. iada. a L,.1,1.!g1 e Vanuza por Luis Carlos Bedm, paciente np,;;.'?F i.:
lta beas e m1ms meneio nado na presente con su I tà. . - ·- · - - - - - ----- - · - - --- - 1-:füfti"'-
o aí a prolação de nova decisãojudicial, em 24 de outµbr�·).)'.
de 2008, deferindo o afastamento do sigilo dos dados telemáticos pará;.:1/{:
interceptação dos e-mails do paciente Luis Carlos Bedin, com prorrogaç&c(:';}i'
deferida em l l de novembro seguinte. No curso das operações pertinentes, f�(:t:
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(e-STJ Fl.600)
(e-STJ Fl.516)
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ínte,�ceptad� mensagem de_ 7 �de. novembro de 2�08, por �eio da q�a ·. _:�sa ...
Jardim, assistente da presidência da empresa Casa & Vídeo, enviou a . . ;,:.j/:i :
Carlos Bedin minuta de contrato para realização de pesquisa de mercado. filtf ;jfÍt/
verificou-se que parte das gravações de conversas telefônicas não fora j;)' · ;/:'-
preservada, nem seria possível obter, na sua integralidade, as mensagens de .!f-/.:J;/:
correio eletrônico interceptadas, pois são elas armazenadas diretamente pelos(:{\('. ·
provedores da internet. 1.·'·<:r.::
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o consulente irnpetrou, então, ordem de habeas corpus
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QUESITOS
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l. E compatível com a Constituição Federal (art. 5º, inc. XII), a previsão d�\//: .
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art. l º, parágrafo único, da Lei 9.296/96, que permite a interceptação do fluxo\;;/Ui;
de comunicações em sistemas de informática e telemática? ',:,)\
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(e-STJ Fl.601)
(e-STJ Fl.517)
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3. Diante das respostas anteriores, no caso em exame, a autorização judicial !;: ._;-[;f:
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7. Na situação examinada, foram observadas as regras legais e as garantias.i/iJt
· constitucionais para a seleção do material obtido mediante as gravaçõesi: /;:.::
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autorizadas? i'
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Qual? ;;.,;:;:::: ·
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(e-STJ Fl.602)
(e-STJ Fl.518)
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(e-STJ Fl.603)
(e-STJ Fl.519)
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. . . � exatamente no �roc:s.so penal, on?e avulta a proteção dojt;_jjj<<
indivíduo acusado, que se torna mais nítida a necessidade de se colocarem1J:·/t':
limites à atividade instrutória. A dicotomia defesa social-direitos de libe�dadetU:ü!l\
pü'nifrvÔ; /�,'.
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t�::�v;� :: t:f!�f 1�llJ:NJr
assume frcqücntemente conotações dramáticas no juízo ·
·· JqC);·,
.. .. 1!;'\:ft:
A investigação e a luta contra a criminalidade devem ser(�/); .
conduzidas, assim, de uma certa maneira, de acordo com o ritmo determinado,\<;,>}{:
na obse�·v�nci.a de regras pré-es:abelecidas. A legalidade na _disciplina da),:i;:;](i\
prova nao indica um retorno ao sistema da prova legal, mas assmala a defesa:,;/t\;}':
das formas processuais em nome da tutela dos direitos do indivíduo'. ;:f}%H
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2. Provas ilegítimas e ilícitas: inadmissibilidade das provas ilícitas
Constituição. ': : �; .;,
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(e-STJ Fl.604)
(e-STJ Fl.520)
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por ela apurados, uma vez que se subsume ela ao conceito dei '. ;..', ·
inconstitucionalidade, por vulnerar normas. ou princípios constitucionais �:.::J{:
como, por exemplo, a intimidade, o sigilo das comunicações, à inviólabilidadeT:" .·.
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ilícitos", trata inquestionavelmente das provas obtidas com violação ' -: ::,;,;/;, ,jl(_ J:�i!,
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material.
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Em segundo lugar, ao prescrever expressamente a li}\11;_'.
inadmissibilidade processual das provas ilícitas, a Constituição brasHeiraJF(,(fl
considera a prova materialmente ilícita também processualmente ilegítima,1kr\1.{
��t�belecendo _desde logo uma sanção processual {a inadmissibili1affe) par� ,aJ;.{:.;;,�l
ilicitude material. J;!.i'
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obtidasf\':i;J
Assim, de acordo com a Constituição, as provas
como violação do direi Lo. material,· especialmente corri ófénsáá' normas out::/t;
• ••••• •••••••• •• • ··-······. -··· • ••••• •• ·-· 1
.,.,, ••••••••• -- ••••• •••••••• ••• • • • - ' • ·, •• 1 •• � f •
p�incípios constitu�ionais, simpl�sme�t_e não podem te� in�resso n.o �r�cesso, 1:()\(
nao podem produzir qualquer efeito valido sobre o convencimento judicial. '.(?/}
.. :): :. in:r
A recente Lei 11.690/2008, por sua vez, dando nova(i:/J\; tr . , ..11
' . Ada Pellegrini Grinover, As provas ilícitas ... cit., p. 51. j\ !):1
. . <. !:.. I.
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(e-STJ Fl.606)
(e-STJ Fl.522)
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outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por u ! . reiiJ!r
independente das primeiras".
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Em conclusão: para o. direito brasileiro, tanto faz que a l;;,t,f11::
prova seja obtida diretamente por meio ilícito ou constitua resultado indireto !{'({i;;
da violação do direito material, a conseqüência é a mesma, a sua 1/': Uí'.
,-, ' l-·1 .
inadmissibilidade processual. f(::(:,:·'
eficazes para a realização da justiça penal, de outro também não é razoáv�i( {:.\\:
f ·:; :_ : : � ! : '
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7
Antonio Magalhães Gomes Filho, Direi to à prova no processo penal, Sãd ·�.
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Paulo: RT, 1997, p. 1�9. :,:�:::;i .:
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(e-STJ Fl.608)
••..• .'·f .,:- (e-STJ Fl.524)
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e. redação: "O disposto nesta · lei aplica-se à interceptação do fluxo dé.: :i;:: ·
comunicações em sistemas de informática e telem uica", .h,:;;:{(:
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C?mo se sabe, a informática tem por �b,j.e�?te:;����;.� !:��i}rjJ�,;
1
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da informação atraves do uso de equipamentos e procedimentos-da �ea.4�]S: :i{r,\
processamento de dados. A telemática versa sob: e a manipulação e utilizaçãé',' }) :
- -- da informação- através+ do- uso- -eombinado -0, l--tomputaoor.--�-meiói-d#JL.)J'-.
telecomunicação: é o caso da transmissão de dados informatizados via
. . . ... . . ... . ···-- ... . .
mode1t '.Jrl(
F::\\·r:·-.
V. especialmente, Ada Pellegrini Grinover, O regime brasileiro das - :.
interceptações telefônicas, in A marcha do pro ieeso , Rio de Janeiro: i. (;,./:;:·
'··. :,· .
Forense Uni ver si tária, 2000, p. 100-118; Grinc -e r , Scarance e Magalhães, ·· '
As nulidade.s ... cit., p . 170 s s .
(e-STJ Fl.610)
(e-STJ Fl.526)
i\\:ft:
Já se percebe daí, portanto, a impropriedade da referência{}:/('.
da lei à informática, na medida em que a transmissão de dados por meio de('.\J'.;:;
telefone somente se faz pela telemática. u:.>;;.j\.
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Mas, mesmo em relação à denominada telemática, _ao)Hffi,'H_,
incluí-la como forma de comunicação passível de interceptação, o legisladofi*::}; (
de 1996 excedeu manifestamente à previsão do texto constitucional - art. 5°,; \ h!'.'·
Xll, última parte -� que permite a interceptação de comunicação telefônic�_{\füf:
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stricto sensu, ou seja, da voz, e não da comunicação, por via telefônica, dc:f:;'/i :�: ,
. • ••.• � . • ' ·1·,
)))iti·:·.
Aliás, o que justifica o tratamento excepcional dado pelos(,;()!>
ordenamentos modernos à intromissão nas comunicações, para fins dp.}):f
obtenção de provas e com restrição à liberdade fundamental de manifestaçãp\')'.
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····.:1·1·.,
9
Vicente Greco Filho, Interceptação telefónica: considerações sobre a{.,./:_.,:·
•
Lei n . 9.29õ/96, de 2-1 de julho de 1996, 2•. ed., 3ª. tiragem, São Paulq�: , ....
Saraiva, 2008, p . 17, nota 19.
1 .
1 - �1,.·,;.:y-
j - �1.0;.-y-
(e-STJ Fl.611)
(e-STJ Fl.527)
e
sigilo da correspondência e das comunicações
pessoa!s, inf�n:1atiz�dos' ou não, e d�s c�munica�õ:s telefônicas, c,om<>_yisto1}ff dJ:
E relativo o sigilo, tão-só, das comunicaçoes telefomcas. Ao
que se depreendeJt:: i;!':
o sistema de informática e telemática, protegido, em razão de seu conteúdoj]' -t:
pelo sigilo das comunicações, não se pode interceptar. Convém retinir que f'\f/
Lei Maior estabeleceu sigilo absoluto, para as três primeiras modalidades dd}/U::
comunicação, fora dos estados de defesa e de sítio (art. 5°, XII). A'/6:f
inconstitucionalidade emerge manifesta (par. único, do art. 1 º, com reflexo
. . . .
nd,/:,){
i<<J:;
li •,,:•,'-.!'.,"
art. l O, da Lei n. 9.296/96). (gnfos do original) .
;.}:'/(;;
Essa também é a minha posição, expressa em trabalhos.'._:-::_:(:
anteriores, no sentido da duvidosa constitucionalidade do parágrafo único dó/;)'..·
t.
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art. l º da Lei <J .296/96, embora registrando a posição daqueles· que entendem'.
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i(· •• ;\'•'.
que a redação do art. 5°, inc. Xll, da Constituição também poderia dar margeni:.;?iiF
a outra interpretação: de um lado, a.situação de sigilo da correspondência;.di}i::)i11:
outro, o sigilo das "comunicações telegráficas, de dados e telefônicas", d�Jt r
sorte que a possibilidade de quebra, "no último caso", abrangeria todo <?.it\. }\;
12 ·. . "·, ,,,_ .• ,
sezun d o grupo _;i,,, r·.
!li!:fl:
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.
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10
. Vicente Greco Filho, op. cic., p. 17-8. ;:,'.:;::::. :n
.·:.'
:i . Sérgio Pitombo, Sigilo nas comunicações. Aspecto processual penal. . ·_.;, ·.:·.
.· ..
, .. · ....
(e-STJ Fl.612)
(e-STJ Fl.528)
pessoais através da rede interne! nada mais é do que um mecanismo rápido e!{H;!';;
moderno de comunicação entre os indivíduos, na vida de relação, em· tudo ejt.( };((,
por tudo assimilável às formas tradicionais de correspondência escrita, às;'.?}d;-:
quais os textos constitucionais - e o próprio direito penal - conferem irrestrita[\}-;:
proteção contra a intromissão alheia. ; )i\ ):
l::>j;)d;::
doi.\WW?
. Como ensinou Hungria em seus comentários ao art. 151
Código Penal, "correspondência é toda comunicação de pessoa a pessoa/)(:i)(
( diversa da conversação), por meio apto a fixar e transmitir a manifestação do] /Yt
pensamento. Sua forma típica é a carta, isto é, o papel com dizeres escritos' "\i;{ ·
manual ou mecanicamente, pelo qual uma pessoa se comunica com outra (ou(<:}!;;
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outras), transmitido pelo Correio ou, nos casos em que a lei o permite, porL:/c·>
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;.i,I ·
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Observo, em seguida, que a Lei 9.296/96 . corr�ta1�l_��,t,�fü.: ..jt-1i1 J
. .... enquadra a . ordem jpd ici c11. de interceptação corno provirrze.11(º'.cptfteJqr..;, '.i;Jk; _. p��'..�JH�
qual é competente o juiz da ação principal (art. 1°). . . �· •. ·.
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Por isso, exige-se para sua determinação o fumus boni iuri�if f/'H
- identificado na menção à presença de indícios razoáveis de autoria odt:-::Jfr.
participação em infração penal (inciso l do art. 2º) - e o periculum in moraJfü; f(:::
ínsito na necessidade de a conversa telefônica ser colhida enquanto s�\(i((1)
desenvolve, sob pena de perder-se a prova.
!(:ilf?\
Desse modo, para que a interceptação seja autorizadd:\:J}t
deve estar presente, cm primeiro lugar, o requisito da fumaça do bom direitof};i\:(
ou seja, a plausibilidade do direito invocado, qu. é absolutamente necessária; :l: ··
em face da natureza cautelar do provimento ( ue autoriza a medida. E c()iHr
legislador é incisivo ao subordinar a decretaçâ ) da medida à presença d�;ii :};:\
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(e-STJ Fl.614)
(e-STJ Fl.530)
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estrutura lógica desse procedimento indireto de verificação que · �
conferir menor eficácia probatória ao indício, se isolado ou não co��;!l��- .._·.:
..
por outros elementos 15• Daí utilizar-se a mesma expressão indício para à ::;.1'.;)if;}
ao elemento de prova mais fraco, insuficiente para a formulação de um juízd�T\f .,
de certeza. lff@::
Mas, de qualquer forma - é preciso sublinhar -, o indiciâ.;/?l<<
n.ão pode ser .confundido com a mera suspeita, que pode decorrer, v.�., ?e UII)�1.(t;):'
simples conjectura pessoal, sem amparo em nenhum da�(}.•. °.b)�Y.�P: ;,�!l;hiUi'<
;,::Jr,.
.
que indireta ou· de menor força persuasiva. Mas, de qualquer modo, devij;{ ,{ ií ·
existir. algum. dado
. .
de . conhecimento
. . . . .
objetivo
. . .
que
. .
possa
.
indicar,
.
ao menos, 1i;?;·
,,·'
).:!i:
\ 1
plausibilidade da existência de ilícito penal determinado · a reclamar"] :' ,: .
'.',,,
invcstignçào ruais upro íuudndu.
;;;:::./\'. :
Esse é, por sinal, o entendimento do E. Tribunal Region�('.\<
Federal ela 2ª Região, como ficou assentado em límpida decisão, cuja ..emen(i/::r:;:
oficial proclama: "A expedição de mandados de busca, bem como ii')/',
·; </; �: f.:: 1'
- - ·: -1,�-�-?:7;·,j >
•
' - ,,'J":,,''
5
� .Antor.io Magalhães Gomes Filho, Notas sobre a terminologia da prova ·. j: .•,,
r e f Lex.o s no processo penal brasileiro), in Estudos em homenagem à
í
Pro i e c acvr» lida Pe)1Pq,-ini Grinover, São Paulo. DPJ, 2005, p. 311. ·:1·1.•: ,
''· . Ni ... :ul.i fvl,1i111..11 i11", i ,«: 111,1:.;:.,imL· cl',·::pvi i,:11;:,1 u c I �iudi;.;io pc n.i I e e loro
·j·!::
controlo in cassazione, Padova: Cedam, 1993, p. 87, nota 35. .(:.
17
• Maria Thereza Rocha de Assis Moura, A prova por indícios no processo";.':' ..
.. ..':\:
penal, São Paulo, Saraiva, 1994, p. 38 e 52. ' ·'
, ,; \ ::_
,. 1 ' .
. :. ;!:U .·
(e-STJ Fl.615)
(e-STJ Fl.531)
•
E que as interceptações representam não apená��.:\:
poderoso instrumento, freqüentemente insubstituível, no combate aos crim�s/.;/ ·):
mais graves, 1:11as também uma-insidiosa inuerência na intimidade não só cfo/.(::.:
suspeito ou acusado, mas até de terceiros, pelo que só devem ser utilizad��/::\/·:
. '.\ .J ,�, ' -,
· >·''.:''·''
ultimo caso la necesidad tiene que referirse a que- los- otros--- rnedios-de":1:i-<,
.: 1 : ..
.. \'>.
. 1 " : �..'.
:
2
• TRF, 2• Região, HC 99.02.15664-9-RJ, j. 2�. 9. 99, rel. para o acórdão
·'
,:·.J.}.:., ·
Ricardo Regueira, RT 773/707.
:·"! L1.•011.11·do J,'j"lipJ>i, 1.' i i u. c ic.c»! 1 .1:.:i ()IJ<-' d.i C<•IIIUJJiCdZioni' Milano,
Giuffre, 1997, p. 73.
•
(e-STJ Fl.616)
(e-STJ Fl.532)
i :rnr!i:!
Outro ponto da disciplina das interceptações que interessa-:<:):·
ao exame ela situação noticiada na consulta é o da inutilização do material que. .:· .,t
- colhido nas operações técnicas da interceptação -, não interessar à prova do�-�)f> .
fatos objeto da investigação. · L:':'.{(
, >'.
i, .
1i·
,/ ,,
·
pJ/}::);
Na sistemática da Lei 9.296/96, autorizada a escuta •
ordem judicial, atribui-se à autoridade policial a condução das ope�çõ�} ,:"\1
técnicas, com ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar· a su�:f )il::
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inntilizacâo da gravação que não interessar à prova (art. 9° caput e parágrafo': ; >:
único J. Qüantoa esta. dizexprêssarríêrítê o-texto legai: - -- --- -- --- ---- -· -, -'ij,.(-:·-
'1: ...
: . . t: �.: ; .'
"Art. 9°. A gravação que não interessar à prova serp":{ -: .
inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, pf{ ·.
7''. ,Jut111 Montero Arocél, op. cit., p. 167-8.
(e-STJ Fl.617)
(e-STJ Fl.533)
;.· :· 1
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Proc.esso
'' I . Da interceptação e gravação a que se refere o artigo'::·< : ·
- anterior, -é /-avrado- CIU-10, -O qual.cjunto: com-as-actas-gravadas -OU- elementos·/: t�-:' .
({Jl(Í/ogos. L� Í11Jl't/Í((/(l/l/('I/{(' levado (/() C<>l1hL'CÍl1/('JJ/() do juiz que tiver Ordenado":.'.'.,: .
i+!l[
011 autorizado as operações.
21
. Ada Pellegrini Grinover, O regime ... cit .. p. 113; Grinover, scazance.: ''í '.1
e Magalhães, As nulidades ... cit., p. 179.
H';\{(
(e-STJ Fl.618)
(e-STJ Fl.534)
. . ·�
." 21'�./,. '/ ·.
.. l
)i' .
. ···
•.
material seja realizada pelo juiz e com audiência das partes é ressaltada por(:T}ii<
Juan Montero Aroca:
"EI derecho de defensa y la cor tradicción, llevados ahora af?'.\i;{:
!Jf)!!i; ·
la fase de instrucción, no pueden consentir que el .• uez decida, sin audiencia deJJ!f tiii
las partes, qué conversaciones tienen interés a los ·:fectos dei proceso penal. Eljf ::Li{
Juez no pude privar a las partes, a cualquiera de el las, de una posible fuente def;:)'.l :
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prueba
.
para el juicio oral, y lo que va ser utilizad > por..
las. partes como fuente,' ::,:,,. .-\':
·:,·i'
de prueba . han de poder decidido .ellas,
.
sin perjuic
.
o de
·,,2,,
que el .
Juez incorpore a;.';/, ::/
. . . '. .' .... ··.'
las actuaciones lo que, a su vez, estime converuen e -. ,/· .: i'.
'\\ü();':
De modo semelhante, é tarnbérr o que se verifica no sistemà�;<' .!ft?
-:··,;:./::,-',· .. ·
processual-penal italiano, como resume Paolo To1 ini: ;:.'.):{;(
� . �/',, ;{ ( ..
secretaria (art, 268, inciso 4, do CPP). Todavia. o juiz pode autorizar que t/?J! '.
deposito seja adiado caso possa derivar grave pi ejuizo para as investigaçõesr;)i::!I(
J 1 :�' !!' ;1'
22
. Juan Montero Aroca, La intervención de las comunicaciones en el
proceso penal; un estudio jurisprudencial, Va Lc nc i a , Tirant lo Blanch,
1999, p. 249 .
. ..
(e-STJ Fl.619)
(e-STJ Fl.535)
.
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,,., ·..
. ! 1 �
do texto constitucional. Nem teria sentido, por outro lado, que a .Constituiçã�;.\.d<
permitisse excepcionalmente a intromissão nas comunicações para, depoi$/}f.:.:
admitir-se a seleção das fontes de prova obtidas - para verificar sua pertinêndat{;f
e relevância com os fatos investigados -, sem ampla discussão pelas part�Ji :)j1i:
interessadas. i:\);i; ·
de(/iUrf
Se é assim, é evidente que a parte tem o direito ';
conhecer e de ·pronunciar-se sobre os resultados dos procedimentos de(:/H·: ..•.. ,·.,! i
' l;;,:�1i
11!
. ' ;, { �1,.l
Daí res�Ifaiserabsoh.itamente lesiva ao direito�·-����
:
a
índole constitucional, côih:ó''.Jistri -, conduta do Jthz'
ou' de uma a
tendente a subtrair da outra o integral acesso ao material probatório. ·
interceptação dos e-mails do paciente Luis Carlos Bedin, com prorrogação i::::,;'.
deferida .ern l l. de novembro seguinte .. No curso. dessas operações, é que foi./}( ..
interceptada mensagem de 7 de novembro de 2008, por meio da qual Vanusa.i] út
Jardim, assi�tent� da presi?ência da em�re_sa f,.�fl.
& Ví_deo� �n\lio� ·a ����}.'.f(j/(.
Carlos Bend1� m1�uta de contrato, depois �e,g_1�?
1
fcl�i_pela de�µnÇ,Iª:,??.mir�di�jt;·
prova de sua ligação com o suposto esquema cnlrUilO:SO� . -- ·: . : . �':f;.f'k]nt
� . ·. ·- tFWH·f: ·
Observa-se que em nenhuma dessas decisões existf{.t}.: ... ,. ,, .,1.
--qualqueT·menção à questão-da--constjtucionalidade da ·interceptação-de-cdatki�f\i:{·
telemáticos, muito embora, como se demonstrou neste parecer (supra, n. 4){\}f
cuide-se de matéria a respeito da qual a doutrina nacional é incisiva, n6{ ;\::.
s�;tid� d� ;ã� e;t�rela abrangida
pelapermissão excepcional contida na part�;::_::(rj·'
final do inc. XII, do art. 5°, da CF. ;\:.:::::
,:;', 1.
·, ·. : \ ·,. . . �
'.• '. .
• . • ·1 � '
.
/��g19' ,i.":{';,
(e-STJ ;. : ..
Fl.622)
:·�11g1;�
(e-STJ · ;j,:
Fl.538)
� . .
. . . < • ': . . .. . .. 1:'./i:; ;.i�.2;, !\
. Mais do que ., co�o talll��� �aliétitado_ (S�P .-:�{. � ;fü(
troca de mensagens pelo chamado correzo eletrônico nadamais e do . · · ;.,., :;:li:
r
forma moderna de correspondência epistolar, em relação à qua a ,nr::J;;·
inviolabilidade constitucional é absoluta (primeira parte do mesmo inciso XII, f?J{
- ) . . : . ··..
d o art. )0 , d· a e�)
f . i ..:-.. .; .
.!}:?/
Assim, fica evidente que no caso aqui examinado as LUiF ;: :
decisões indicadas autorizaram, na verdade.medida de .intromissão na yi�Jfüj(fo
privada e nas comunicações não permitida peloordenamento brasileiro. AsE:;FHf \
provas resultantes são, portanto, ilícitas e inadmissíveis no processo (art. 5º,Fitff'. :�
· LVI, CFe aFL-157 caput. do.CPP,. na redação da.LciI J.690/2008). . ! ·)t:.
..
11. Segue: b} a inexistência dos requisitos legais
... . .. . '.
para a.ordemjudieial del ;f{ :;:
l1rfü 111!
interceptaçâo. · ·· . · ,. · · · , ·· · · · ll}/T
-:::_-. �- ; . . _lLr�.
,i,l./ !1�\ -:,<;: : ·i
\ .
ao que exige o modelo legal.
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1
'" �'"Ji�,, :�
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(e-STJ Fl.623)
(e-STJ Fl.539)
::ct��;s?,ef::.i��'3i���·�:�:sºlac:;�::��t��: ;:t:����:::=�ere
indivíduos possivelmente têm na comunicação telefônica o meio d · · ··'i'·
ir!:!lll:i
Basta a simples leitura do teor dessa decisão, portanto, para-::?(:(
concluir que a medida extrema de quebra do sigilo das comunicações'." que �k'.dhl.
Constituição e a Lei 9.296/96 su�o�dinam a _exigências excepcionais -; fo(fü;j�f)
adotada com base cm meras suposiçocs e conjecturas, sem qualquer dado dd+-i[�t
conhecimento objetivo que pudesse indicar a prática de ilícitos penais. .
·
jJf}.II{
í'.'; jH,
.. .. . .. Como.já observado (supra; IJ-: 7), nalinguagem proce�suaIJ} ·1fili;
indicio e suspeita são expressões que não se confundem, mas, ao contrári,oJ{>iJF,
. ::��e��õ:e�:: �:�in;:u��:�:r�=:�:r4.;:;r:tat;-e[9on��,��l{:JHki
1_;0
��� l f fÍii
obJet1vo. apto a m?1car.u� fato det_e,n:nmado; ª.fUSP�rta,;�o���,.J�1:11°:,
numa simples disposição de espinto: sem ·ter necessariamente uma bascrtt\::(
factual · ·· · ·· ,
: ;f:
!''··:· ,i'.. ·.-
. .. . J;-f f
Também é significativo, para evidenciar a ausência dessf'.,:f/
primeiro requisito legal, que a decisão em análise tenha feito referência amplf( ti·'.,
e genérica aos crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, crime contra a\:'.{/
ordem tributária e formação de quadrilha ou bando, sem indicar, em nenhunj.{)\JL
momento, qual o indicio da prática desses tipos penais. Segundo o próprio'.;?:\<
texto da motivação, os indícios razoáveis estariam "consubstanciados no{timf !'.
documentos anexos, que associam os titulares das linhas telefônicas; \!/
relacionadas J?Q pedido, que consistem nos controladores da empresa ou das-J:yc
empresas a ela relacionadas" (fls. 213 dos autos da representação). '._/}{
· .· .. ;·;, ', ,, .. ; ,.·· ··, ft:11;!;
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tipo, penal que possa justificar .a medida extremade viJjfaçãb_ dó �igfüf 4aitf/(,�_,
. comunicações. � . . .. . . . . ., � ·� . . . . rn JJr
Verifica-se aqui, portanto, aquilo que a doutrina denomin�;(;;:I;
,,J , .•• r,
· motivação aparente, que equivale à absoluta falta de motivação, pois sob a-t:;·:Jtl;
}}
............. ;
. . . .. . . . . .. . . - ... r�··
: . ��
(e-STJ Fl.625)
c;J(ff.•'i•t>'fi,j
·� (e-STJ
•... t:�>��-Fl.540)
... ;
v,;w,,. :
. #t \
"•,'}"'., J \
. ·�•'i i•'
� ::C-: .�:; (.
�- \�\/·:
. Num segundo aspecto, a decisão examinada igualmeqt�:}.(
omite ª exigência de demonstração sobre a imprescindibilidade do recurso ��Pf, ::
meio excepcional de obtenção de provas, que a Lei 9.296/96 afasta quando itlt·WJ \
prova puder serfeita por outros meios disponíveis". Uf-q: i: ; . .'::. '. ! í'
(/· :r� r
Como antes sublinhado isupra, n. 7), as interceptaçõ'.��, r!W:
representam, de um lado, um poderoso instrumento no combate aos crim�#H\:
mais .. . .. .. . por outro,
. graves, -· ., .. , intimidade nãcf(<:
acarretam uma insidiosa ingerência.na
�
.... ,....... . ,.,�y·. !:
r ,
'.��vem.:·Sfft ;]{
'1 .•
•
(e-STJ Fl.627)
(e-STJ Fl.541)
podem ser apuradas até com maior eficiência pelo exame dos
.: documentais existentes nas empresas,
fiscais, sem que se lance mão, prematuran .ente, do recurso
representado pela quebra do sigilo das cornunicac.ves. .•·
.: : ;(:'.>.
Nesse ponto, concluo tambem pela ilicitude da provi : ,f:\'.
obtida, diante do não atendimento aos requísitos legais para as interceptações.: • -'i:b:
J ..
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•
(e-STJ Fl.628)
·'··. ::··.·. ' ' . ,, ' �� . (e-STJ Fl.542)
20�SJ?: :
referentes �IUS dias 2-1 L: 25 de novembro de . . :.008, encaminhados a Vossu] /í .
Senh?ria através do _auto circunsta�ciado, datad�) de 26 de novembro de
e assinado pelo APF CARLOS HENRIQUE Cl. :-UTO BITTENCOURT, caoe;,r,:,: , , .. .·.
ressaltar que não houve diálogo relevante ou digno de registro durante :o·{·>,
período de monitor.unento acima menciona, ,1, visto que no dia 25 deJ<·
novembro deu início �1 operação denominada ";. EGÓCIO DA CHINA", co�J:\'.;
a prisão dos alvos envolvidos" (fls. 619 dos autos da representação). ,·J::,
. i.·, '.
i - i·. '
11
Observo, também neste ponto, que o descumprimento dô.\·' '
que determina o art. 9º e seu parágrafo único, da Lei 9.296/96, como.j'."
vl.!rit!cado '.1º
caso ci� exame, implica a ilicitude de toda a prova obticJâ;J!\: .:
mediante a mterceptacao. : .:'r>:
. ·.' : -: t.::',;: . .
L qus.: não se cuida aqui c.. mera infringência a regras -; ..
processurus paru :, pro.lucão da prova ( pi-ova egitirna), mas de omissão de.i.'
. :. e'
.
(e-STJ Fl.629)
. ,·.. �
,., '.'f:"
. (e-STJ Fl.543)
.--�� ·:,
procedimento que contamina O próprio meio de obtenção . . � O u;�,C:
excepcionalmente . autorizado_ pela ��nstitui�ão,
estabelecer que a interceptaçao telefônica sera permitida nas hipáteses e
C�l:1 reserva. �e ·.' �:}:?:
na:.J,·-1
forma que a lei estabelecer, o texto constitucional subordina a restrição do ;\i.t/i:
.dircito fundamental ao sigilo das comunicações à observância da su�\·;nff.·
disciplina legal, vale dizer que, caso contrário, a prova será obtida por meio(f:{".'. · ·
ilícitos e será, portanto, inadmissível no processo (art. 5°, LVI, CF} ;::;:<!)···.
'I·:··, :-,·.,
798 dos autos. ·}:'.;; . i;i :
- - ' ·..• ' ' ' -- • ' • • - - - . o ' ' • ' . vu;: tf '
Também verifico a existência, na documentação enviada.t. ·;,; ·
de cópias de dois ofícios expedidos pelo Delegado de Polícia Federal ao �{\ /) :
Juízo, nos quais se destacam os seguintes trechos: ; ·,\: _: ·
.�
-···;}
i i .
. . :•,·
. � "Lastirnavelmentc a SR/DPF/RJ, ao contrário do qu�:-::':_/·
ocorre com a interceptação telefônica realizada por meio do programa)/}.
-GUARDIÃO, não dispõe de equipamentos ou programas computacionai�}:;{)::
voltados ú intcrceptação de c-mai Is. Por tal n.otivo, referida informação f; ;);:
disponibi l izada e armazenada diretamente pelos provedores de Internet ;:'.
TERRA, UOL, etc." ( oficio 461/2009). : . ;;,··
.. \'
.• j'
\
u : ' : '
: 1 : í
' •' l:' .
; '• 'h-_, :
i).l}i:;-
(e-STJ Fl.630)
-� '•'. ·-: .. (e-STJ Fl.544)
autos da representação), que não se sabe sequer se foi efetivamente realizado.\/::('.; '
..
:;· ..
"f'. j.
' . '�
. ',:: ·:/��- . . �
Nem cabe argumentar, como faz o douto Procurador da}'> ·,i:
República, em parecer oferecido nos autos do pedido de habeas corpus, que tjs_·,f\
e-mails vinculados EMBRATEL ( e não armazenados) dizem respeito :(\,_.-/ ·
á
outros acusados, pois, insisto, a prova judiciária forma uma unidade que,:·}:'.:
como tal, deve ser examinada pelo juiz em conjunto, para confrontar qf (/
diversos elementos, verificar sua concordância ou discordância e chegai:;;':/:\
assim, à conclusão final. Assim, o direito à prova de· defesa, assegurado pela, )f ·
Constituição, pressupõe que o acusado esteja em condições. de conhecJ(),> .
impugnar e eventualmente utilizar todos os elementos probatórios obtidos. ;-?J :-
J . .. _,..; ! . :
! . !1,. i·.
Se, como visto, não foram preservadas in casu todas *'8t !;\,
..
gravações obtidas mediante as interceptações autorizadas, tanto das convers�{'.\;
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(e-STJ Fl.631)
(e-STJ Fl.545)
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Documento digitalizado juntado ao processo em 01/02/2010 às 13:18:06 pelo usuário: CLEONICE LEITE TOMAZ
investigação.
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Fl.632)
(e-STJ Fl.546)
_%::i!tá�f4to{Jlt�1ltJ,t!�ill!Ii:�#;!:;t:i i(l!jf:•·
�ed�:t��:,i�L�!eit��;lii��
de provas por violação .. d:e,ga'tant.ias'\eórtsá.tuffiífü:íáis;: '. K:ã?e:veiitu'àl;\obtênçã<if:-:
·E;!i:�:��:;�,::�::t!Ji:if;t!tíil!J/lll!ilfji1l!f•.
),i,
Uma � Ó�dÍ:ÍS�\1 ffl (al' á>fi��' se . impõe{ ${; . .êôfu� visto, �!f,ij f. •
denúncia está, exclusivamente· a'mpaFada. ao coníeúdê> ',.de mensagens- ,:;,,j
interceptadas ilicitamente, falta a justa causa para a ação penal · · l';i:i'!;i:.
Assim examinadas as . questões suscitadas na presente" (,
,.< ·i;>_I.
consulta, passo a responder aos quesitos que foram formulados. . .:}: '.
l;,
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·· · .· .: .· · mW;
l. !!compatível com a Constituição Federa] (art. 5º, inc. XII), à previsão do_.>;>'.
art. l º, parágrafo único, da Lei 9.296/96, que permite interceptaçãodo a flúx�f:�;J):
- de- comunicações em.sistemas.de.informática � telemática'r --- ---· -
· /! )· J
: .' .
:,.'.,;�
'. �: .: .:
R. Não. A parte final do art. 5°, inc. XII, da Constituição, permite ;J/i/
interceptação das comunicações telefônicas stricto sensu, ou seja, da voz,;�(/);
mio de duelos informatizados transmitidos 'por via telefônica. Entendo, assill)l{. \,:
� /, ·, :. : j �
.. '.i
. :1
. ,. _ _._.,...
,. ...-
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(e-STJ Fl.634)
(e-STJ Fl.547)
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R. Conforme anotado neste parecer (supra, n. 7), para a autorização judicial; á·. } :- ..
Lei n. 9.296/96 exige a presença de indícios razoáveis da prática de infração. ):;(:
penal, ou seja, de dados objetivos, ainda que indiretos ou de menor eficácia'. ;r (
prohatória, e, ainda, a demonstração de que a prova não possa ser feita po.r<-.(;>
outros meios disponíveis. , .'j}.
� -- - - _ :jt;�>
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(e-STJ Fl.548)
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sem qualquer dado de conhecimento objetivo que pudesse indicar'ª .$li (j ; ·):·;:::)
prática de infrações penais. Ademais, a autorização.para as in�ercep�ç •- ;. .,:J :Ui>'.
ordenada prematuramente, como primeira medida· de · investigação, ati.t4�t: :?\
ct�rJJ!.
. . . .. ,. �. . . (
"' "'
provas. Pf\'. 1r·
�robat�r��t:il::
R._ NiiO. Como ficou acent."'.'do (supra, n._ 12), a sel':ção do material
�u�;��t: �;�·s:���L�s;)��1�;1���/�a�ª�:r�:s1;;:��;tJ��:
��:
i;::::e�y:i:ç�:JJ�:1 /:;
garantias constitucionais do juiz competente, do contraditório e da amp�â:;i/:
+. ' ... 'l··
d eresa. L: d·:' ·
· b!Mif:
8. Ainda cm.relação ao caso tratado, a noticiada não-preservação de parte �9:.:/;
material· interceptado nas operações tem alguma consequência piocessii4lfi}:
Oual? {:,:-:·, ' .-;f"
....._ -�: :. ,�' ; » .' � 1r
�/,L;'f'f\'
R. Sim. O direito à prova, que decorre diretamente das garantias] }':
constitucionais do contraditório e da ampla defesa, compreende o direito 'i !d�. r
. ·. ·;:. ! .
; • '. �·. l �
l 1;.·-
,!li
(e-STJ Fl.636)
. (l���
tt-./;J/. !
��Ll h ?- -
Pªt:e a ter acesso a tod� o material probató�io obtido, diante ?.�� i�i�. ·, ,�i ·1:: pri� .·'
um�ade e da comunhao da prov�. Ü cerceament� desse . t.11:r�,to unp ,_. ,.�1- ,trr
nulidade absoluta de todo o procedimento de obtenção de provas, por v19la��-<h:; ·
de garantias constitucionais. j}( '.).{,
legais para a quebra do sigilo e, ainda, pela violação das garanti /'
···· coiistitucioriais ria inutilização de provas -; caracterizam· a ilicitude da prc:h( )�(/:
obtida, que não pode ser admitida no processo, a teor do art. 5°, inc. LVI, ;d··_:· );':.
Constituição. Além disso, a não-preservação de parte do material obtid ·'){. : s:» : f,' ,· . :
E o parecer. . ·.·,. ;_
. ' : ; . � .';
... •,',,
Documento eletrônico juntado ao processo em 01/02/2010 às 13:27:17 pelo usuário: CLEONICE LEITE TOMAZ
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Documento digitalizado juntado ao processo em 01/02/2010 às 13:18:06 pelo usuário: CLEONICE LEITE TOMAZ
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