BRASHLIANA Anno XXX, n. 130, 2010
TERATURE D’AMERICA
UNAS OMS B NEMO LVN
LETTERATURE D'A.
BULZONI EDITORE
ISSN 1125-1745LETTERATURE D'AMERICA
Trimestrale
Facolta di Scienze Umanistiche dell’Universita di Roma
La Sapienza»
Direttore Responsabile: Ettore Finazzi Agrd
Direrrori di Sevione: Camilla Cattarulla (Ispanoamericana)
Cristina Giorceli (Angloamericana)
Entore Finazzi Agrd (Brasiliana)
Comitato di consulenza: Luca Bacchini, Susanna Nanni,
Sabrina Vellucci
Comitato Scientifico: Ronald Bush (Univ. of Oxford); Donald
Pease (Dartmouth College); John Carlos Rowe (Univ. of
Southern California); Cristina Iglesia (Univ. de Buenos
‘Aires/Univ. de la Plata); Jorge Lafforgue (Univ. del
Salvador/Univ. Nacional de Lomas de Zamora); Susara
Zanetti (Univ. da Buenos Aires/Univ de la Plata): Rail
‘Antelo (Univ. Federal de Santa Catarina); Francisco
Foot Hardman (Univ. Estadual de Campinas); Beatriz
Resende (Univ. Federal do Rio de Janeito)
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Stampa del Tribunale di Roma (gid precedentemente reystrato presso il
medesimo tribunal, al. 17931 del 21-12-1979),
BRASILIANA
Anno XXX, n. 130, 2010
«Dire con forza: la rappresentazione della violenza nella
moderna cultura brasiliana»
JAIME GINzBURG, A violéncia na literatura brasileira:
notas sobre Machado de Assis, Graciliano Ramos
e Guimaraes Rosa - Pag. 5
ETTORE FINAZZI-AGRO, A maldigao de escrever e (ou)
o direito ao grito: as figuras do mal na moderna
literatura brasileira .....00m sn 23
KARL ERIK SCHOLLHAMMER, A cena do crime. Reflexes
sobre um paleo do contemporameo cncswunnsnen® 39
‘MARCIO SELIGMANN-SILVA, Narrativas contra o siléncio:
cinema e ditadura no Brasil semnnenin ® 59
ROBERTO VECCHI, Rastos que nao se apagam:
a pésmembria e a salvasio do nao vivenciado
nos anos do autoritarismo o> 87
FRANCISMAR RAMIREZ BARRETO, Crescer, demarcar 0
‘mundo, preenché-lo: O liveo das impossibilidades,
pormenorizado » 107Jaume GrvzsurG
A VIOLENCIA NA LITERATURA BRASILEIRA:
NOTAS SOBRE MACHADO DE ASSIS,
GRACILIANO RAMOS E GUIMARAES ROSA
‘A historia da literatura brasileira poderia ser contada a
partir do ponto de vista de suas relagdes com a violéncia. A
proposta, fundamentada em uma dialética negativa, seria
ambigua na sua base. A historiografia canénica, pautada na
periodizagio tradicional, articula um movimento evolutivo &
‘uma expectativa de sintese, orientada pela unidade nacional de
obras € autores. A tradigao conservadora hegemérica
determina que a imagem da nagio tem de ser, em principio,
harmoniosa, por idealizacio. Correspondem a esse senso de
unidade estruturada a bandeira € 0 hino nacional, que ajudam
a simular o principio de que nossa soberania é firme, estavel e
segura no tempo € no espaco. No hino, a brasileiro se define
como aquele que “nao foge a luta,” incitacdo explicita a
disponibilidade para o combate e o sactificio pela patria.
Alguém poderia fazer uma listagem de ocorréncias de
cenas de violéncia na literatura brasileira, ¢ considerar esse
acimulo como sendo a histéria aqui estipulada, Nada mais
estéril, no entanto, do que um actmulo com fim em si mesmo.
E tecnicamente, essa listagem poderia ser infinita, exigindo
cortes arbitrérios, o que tornaria a tarcfa uma lembranga de
ficgdo borgiana on simplesmente a expressio de uma
arrogancia.
Em termos adornianos, podemos apontar para relagies
centre um inconsciente histérico da sociedade brasileira e a
historia literdria. Essas relagdes podem estar associadas a
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