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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
CAMPUS MATA NORTE
LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
NAZARÉ DA MATA
2017
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NAZARÉ DA MATA
2017
3
4
Agradecimentos
pessoas que são. Aos amigos Ângela, Raiza, Júnior e Enrique os quais me
levaram por discussões extremamente ricas a respeito do que nossos temas,
projetos e convicções possuíam em comum.
Serei eternamente grata ainda aos amigos Rayanne, Gustavo, Girlene,
Vívian e Halberys por aguentarem minhas reclamações, abusos e
principalmente minhas ausências devido ao tamanho envolvimento com a
pesquisa, e nem mesmo assim deixarem de me apoiar. Aos colegas de
trabalho, os quais tenho como um grande presente, Bruno, Edson e Alexandra
pela parceria e por me acolherem. Aos irmãos do grupo Raios de Luz, dos
quais tanto me ausentei de corpo presente, mas nunca em vibrações, também
os agradeço pela força e compreensão.
Às pessoas que me apoiaram de longe devido ao peso da rotina e
compromissos que se faziam maiores, meu eterno sentimento de gratidão.
Minhas queridas Fátima, França e Regina junto com a pequena Mariana,
pessoas as quais nunca me faltaram com palavras de incentivo e amor. Aos
meus queridos Reginaldo e Galego, que sempre bastantes alheios não saem
de meus pensamentos e coração. Aos demais que por minha vida passaram ao
longo de minha graduação ou até mesmo antes e aqui não os menciono, meus
eternos sentimentos de respeito, carinho e gratidão, pois sem essas trocas e
vivências eu nada haveria de ter construído, nem mesmo nossos laços!
Obrigada!
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Chimamanda Adichie
9
Resumo
Resumen
SUMÁRIO
Introdução ………………………………………………………………………….. 12
5. Referências ..................................................................................................49
12
INTRODUÇÃO
1. GÊNERO E EDUCAÇÃO
1
O mundo sempre pertenceu aos machos.
1
BEAUVOIR, S. 2016, 95.
16
alargamento do leque profissional para boa parte dos sujeitos femininos, que,
influenciadas pelo contexto e movimentos históricos europeus, foram galgando
lentamente novos espaços.
Dessa maneira, é possível notar que o contexto histórico e social que
atingiu o mundo ocidental nas primeiras décadas do século XX proporcionaram
o cenário apropriado para a ascensão de lutas feministas que buscavam
reivindicar os direitos, o lugar e o papel da mulher nessa sociedade que ainda
estava em formação e em constantes mudanças, as quais também alcançaram
lentamente o Brasil. Porém, é necessário lembrar que o sujeito feminino é
múltiplo em sua constituição, e as mulheres não foram atendidas da mesma
maneira, sendo diferenciadas entre si por suas raças, classes, condição social,
entre outros aspectos.
4
RAGO, 2016, 485.
18
5
“Seria uma simplificação grosseira compreender a educação das meninas e dos meninos
como processos únicos, de algum modo universais dentro daquela sociedade. Evidentemente
as divisões de classe, etnia e raça tinham um papel importante na determinação das formas de
educação utilizadas para transformar as crianças em mulheres e homens. A essas divisões se
acrescentariam ainda as divisões religiosas, que também implicariam diversidades nas
proposições educacionais. ” (LOURO, 2016, 444).
6
No discurso de diversos setores sociais, destaca-se a ameaça à honra feminina representada
pelo mundo do trabalho e a questão da moralidade social. Nas denúncias dos operários
militantes, dos médicos higienistas, dos juristas,dos jornalistas, das feministas, a fábrica é
descrita como “antro de perdição”, “bordel”, ou “lupanar”, enquanto a trabalhadora é vista como
uma figurante totalmente passiva e indefesa. Essa visão está associada, direta ou
indiretamente, à vontade de direcionar a mulher à esfera da vida privada” (RAGO, 2016, 585).
7
RAGO, 2016, 581.
20
8
LOURO, 2016, 447.
9
ALMEIDA, 1998.32.
10
LOURO, 2016, passim.
22
devido à recorrente ida dos membros de famílias abastadas para a Europa com
o objetivo de estudar.
14
CHIZZOTTI, 2001, p.66. apud Farias 2005, p 85.
28
que se enquadra nesse “contexto de luta para existir” 15. De acordo com
Edileuza Farias (2005), a qual buscou elaborar um elucidativo levantamento
acerca da história de fundação e gestão da Universidade de Pernambuco –
UPE. É válido ressaltar o contexto de luta para manter e executar propostas
sobre as quais a instituição está moldada desde suas origens, quando ainda se
configurava como a Fundação de Ensino Superior de Pernambuco (FESP).
15
FARIAS, 2005, 85.
29
Norte de Pernambuco
16
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/paulo-pessoa-guerra acessado
em 20 de novembro de 2017.
31
17
Disponível em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/paulo-pessoa-
guerra> Acesso em: 20 de novembro de 2017.
18
LIMA, M. I. As contribuições do Mons. Petronilo para a cultura de Nazaré da Mata.Nazaré da
Mata: Universidade de Pernambuco. Pós-graduação em história do Nordeste, 2003. P 18.
32
19
Ibid, 19.
33
20
Ibid, 25.
21
LIMA, 2003, 26.
34
22
PEDROSA [1966], Apud LIMA, 2003, 28.
35
23
Disponível em: http://www.upe.br/matanorte/campus/historico/, acessado em 15 de março de
2017.
36
investigação proposta por esse estudo, por atuar durante muitos anos na
identificada durante muitos anos como voltada para o público feminino devido
deste estudo.
24
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de
Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA. 2000 – 2014.
25
O programa é fundamentado na Lei 9.394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional/LDB que visa a atender as exigências de que todos os profissionais, atuantes da
Educação, tenham formação completa em nível superior. O programa foi criado pela Resolução
CONSUN nº 21/99, de 26 de outubro de 1999 e tem dinamizado a região porque tanto seu
corpo discente como docente são professores das municipalidades, da rede estadual e
universidades.
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estado que atuavam voltadas à educação básica. Aqui é possível notar não
apenas a adesão massiva do público feminino às oportunidades ofertadas pela
universidade, como também o comprometimento da instituição com os ideais
políticos sociais de emancipação e crescimento da região, desenvolvendo e
ofertando projetos compatíveis com a região e o público atendido, ou
seja,suprindo a falta de profissionais qualificadas, chamando-as a dar
continuidade a formação e assim se manterem inseridas ao mercado de
trabalho.
De tal maneira, façamos referência aqui a Paulo Freire, em sua obra
Pedagogia da Autonomia (1996)26, onde a educação assumiria caráter
emancipatório, dando ideia de liberdade e proporcionando ao aluno, seja ele
homem ou mulher, a possibilidade de se desprender de seus opressores
externos e internos gerando assim a autolibertação. Esse modelo educacional
iria congregar o desenvolvimento do senso crítico, e no caso do ensino superior
aqui explorado por nós, a escolha de uma profissão ou formação, o que nos
remete mais uma vez aos ideais propagados pelo Monsenhor Petronilo
chamando sempre atenção para a importância da educação e do ensino
superior.
Voltando ao contexto de atuação da UPE-CMN e ao público atendido, a
oportunidade de emancipação levada aos homens e mulheres do interior faz-
sede fundamental importância se levarmos em conta o lento processo de
desenvolvimento das cidades e municípios do interior se comparado às
grandes capitais. Nessas regiões também se faz presente o forte processo de
manutenção de pensamentos e costumes, muitas vezes reflexo de uma
sociedade repressora, ao pensar o processo de emancipação do sujeito
feminino. Prova disso são as possibilidades limitadas de atuação direcionadas
ao público feminino antes da chegada da faculdade à região, já citadas com
base no IBGE.
Dessa maneira, a universidade vem colaborando para o
desenvolvimento local e das regiões próximas chamando o público a atuar no
campo educacional como professores ou ainda como pesquisadores. Nesse
processo, procuraremos investigar a manutenção do processo de feminização
26
FREIRE, P. (1996).
39
Ano de 2000
1° semestre 2° semestre
Geografia
Mulheres 20 / Homens 5 Mulheres 8 / Homens 4
História
Mulheres 13 / Homens 15 Mulheres 8 / Homens 4
Ano de 2001
1° semestre 2° semestre
Letras
Mulheres 32 / Homens 20 Mulheres 8 / Homens 5
Geografia
Mulheres 22 / Homens 18 Mulheres 16 / Homens 6
História
Mulheres 14 / Homens 12 Mulheres 14 / Homens 16
41
Ano de 2002
1° semestre 2° semestre
Ano de 2003
1° semestre 2° semestre
Letras
Mulheres 39 / Homens 11 Mulheres 7 /Homens 4
Geografia
Mulheres 36 / Homens 28 Mulheres 4 /Homens 2
História
Mulheres 30 / Homens 19 Mulheres 8 /Homens 6
42
Ano de 2004
1° semestre 2° semestre
32 Mulheres / 5 Homens
Letras
Mulheres 26 / Homens 12 Mulheres 3 / Homens 1
Geografia
Mulheres 26 / Homens 25 Mulheres 17 / Homens 3
História Mulheres 24 / Homens 19 Mulheres 4 / Homens 5
Ano de 2005
1° semestre 2° semestre
Letras
Mulheres 32 / Homens 8 Mulheres 4 / Homens 2
Geografia
Mulheres 17 / Homens 19 Mulheres 5 / Homens 2
História
Mulheres 14 / Homens 16 Mulheres 2 / Homens 3
27
“Pacote de leis, decretos-leis e pareceres relativos à educação objetivando garantir um
desenho de política educacional orgânica, nacional e abrangente.” O pacote de leis assegurava
a regulamentação da participação estudantil, normas de organização e funcionamento do
ensino superior e diretrizes e bases para os ensinos de 1° e 2° grau. Tais leis são apo ntadas
por Santos (2011) como contraditórias para o período do Regime Militar. (SANTOS, 2011,
passim).
28
Nesse momento, as questões sociais passaram a ser tratadas como questões políticas e o
discurso da segurança nacional cedeu lugar ao da integração social. Dentro de uma ideologia
compensatória e seguindo a orientação do Banco Mundial, um grande número de projetos
começaram a surgir como paliativos para a situação de pobreza da época, tais como: Polo
Nordeste, Edurural, Programas de Ações Socioeducativas e Culturais para População Carente
do Meio Urbano (PRODASEC) e do Meio Rural (PRONASEC), Programa de Educação Pré-
Escolar, entre vários outros, com a inevitável pulverização de recursos. (Ibid., 6).
44
29
LOURO, 2016, passim.
30
Ibdi, p 450.
47
Considerações Finais
Tais fatos devem ser analisados com cuidado e criticidade, pois Guacira
Lopes Louro ao analisar o século XX, em suas obras, alerta para o fato de que
tais avanços conquistados pelo público feminino na época – acesso à estudo e
trabalho – também foram uma forma das camadas mais influentes, de uma
sociedade patriarcal, manobrar as mulheres, mantendo-as apenas naquele
patamar socialmente reservado para elas e do interesse de outras camadas.
Esse estudo nos permite pensar ainda em uma série de outras questões
envolvendo gênero e docência, as quais permanecem em aberto e se
relacionam intimamente com a existência e continuidade desse processo de
feminização da docência, tornando o Campus Mata Norte um ilimitado e rico
campo de pesquisa.
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Referências
Fonte primária
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