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APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA

HUMANISTA, NO ENSINO DE CIÊNCIAS DO 2º CICLO DO ENSINO


FUNDAMENTAL
Ivete Pellegrino Rosa *, Márcia Zorello Laporta** e Maria Elena de Gouvêa***

Resumo
Apresentamos uma análise da aprendizagem significativa do ponto de vista da
psicologia humanista no ensino de ciências para alunos de 6ª e 7ª séries do Ensino
Fundamental. Partiu-se da preocupação de se aproximar ao cotidiano dos alunos
assuntos como bactérias, fungos, vírus, protozoários, algas microscópicas, para se
obter aprendizagem que fosse significativa. Para isso, foi elaborado o projeto Ensino de
Microbiologia em parceria com duas escolas da rede pública, que resultou em um
conjunto de 6 oficinas, incluindo jogos de diferentes modalidades, associados ao
trabalho do professor. Os alunos envolveram-se efetivamente no processo de
aprendizagem, construíram conhecimento e passaram a expressar sentimentos de
valorização diante do processo vivido na interação com o professor, facilitador e
orientador.
Palavras-chave: Aprendizagem - Significativa. Ensino das ciências. Psicologia -
Humanista. Educação - Cotidiano escolar. Educação - Ensino-aprendizagem.

Abstract

This work reports an analysis of the significant learning from the humanistic psychology
point of view on the science teaching to the 6th and 7th graders of the Elementary
School. The main concern was to bring some themes related to bacteria, fungi, viruses,
protozoa and microscopic algae to the student’s everyday life, which could result in a
meaningful learning. A project developed by the Centro Universitário Fundação Santo
André and two public schools gave way to 6 workshops including pedagogic games
which were associated with the teacher work. The students started to effectively get
involve in the learning process in which they could build their knowledge and started to
make value judgements during the interaction with the cooperative and supervising
teachers.

*
Professor – Doutor, Colegiado de Pedagogia, Centro Universitário Fundação Santo André – FSA.
** Professor – Doutor, Colegiado de Ciências Biológicas, FSA.
*** Professo – Mestre, Colegiado de Pedagogia, FSA.
Keywords: Significant learning. Science teaching. Psychology - Humanistic. Education
- Everyday life situations. Education - Teaching-learning process.

Introdução

No processo ensino-aprendizagem são muitas as situações que ocorrem entre quem


ensina e quem aprende como, por exemplo, as de natureza sócio-culturais, as afetivas
e as cognitivas, tornando a questão da aprendizagem um desafio ao trabalho docente.

Capozoli (2000, p. 35), analisa que, na atualidade, há problemas no ensino de


ciências, com livros didáticos contendo erros e professores despreparados, mesmo
sendo “o final do século XX, uma época construída pela ciência.”

No entanto, a escola é o lugar da formação do espírito científico, por meio das


atividades operativo-construtivas, como tocar, fazer, experimentar, medir, dentre outras,
e do ato de observar e apreender as relações entre os fenômenos (VALE, 2002), e “o
mundo e a sociedade são o grande laboratório de pesquisa.” (VALE, 1998, p. 6).

Quanto à formação de professores de ciências, Furió e Carnicer (2002), destacam a


importância da integração da teoria à prática, da postura do aprendiz e construtor de
uma “ciência de ensinar ciências.” Segundo Martínez-Aznar et al. (2002), a formação
permanente permitiria reflexão e debate sobre a responsabilidade social dos
professores na comunidade escolar, bem como a revisão das dimensões curriculares,
da avaliação e da metodologia, para que o professor possa introduzir novos materiais e
procedimentos, não se restringindo ao livro-texto, e o aluno tenha um papel ativo. Ou
seja, a integração da teoria à prática, dentro da concepção construtivista de ensino-
aprendizagem.

O modelo construtivista tem servido de referencial à prática pedagógica e,


particularmente, ao ensino de Ciências. Baseado na teoria epistêmica de Piaget que
pressupõe que o raciocínio evolui em estágios, esse modelo visa a incentivar o aluno a
construir o conhecimento, partindo dos conceitos que já dispõe (FERRACIOLI, 1999;
OLIVEIRA, 1998).
O construtivismo dá ênfase ao trabalho cognitivo do aluno, podendo o raciocínio ser
orientado pelo pensamento científico. Carvalho e Gil-Perez (2000, p. 33), resumem
alguns dos conhecimentos teóricos que fundamentam as propostas construtivistas do
ensino de Ciências como, por exemplo, “saber que os alunos aprendem
significativamente construindo conhecimentos, o que exige aproximar a aprendizagem
das Ciências às características do trabalho científico.”

A aprendizagem significativa pressupõe o envolvimento total do aluno no processo


de aprender abrangendo os aspectos afetivos de cada um, tornando o campo de
trabalho do professor mais complexo. Essa complexidade geralmente retrai o docente
que acaba preocupando-se mais com os aspectos cognitivos.

A Psicologia Humanista propõe que o foco de atenção se volte ao ser humano em


sua totalidade, considerando-o como uma entidade complexa de natureza biológica,
psicológica e vivendo em sociedade. Acredita que o ser humano se organiza enquanto
um self, desenvolve o autoconceito e a percepção de si. Como pessoa, o ser humano
tem a propriedade de ter consciência de quem é ou do que é nas relações que se
envolve, quer seja consigo mesmo ou nas relações com os outros. Depreende-se que,
a partir das relações que ocorrem em seu mundo psicológico, a pessoa vai realizando e
desenvolvendo suas potencialidades internas, e esse crescimento a torna capaz de
compreender a si mesmo e aos outros. As relações que estabelece com a realidade
permitem o desenvolvimento de conceitos que designarão sua vida e o seu
posicionamento como ser existencial.

Conceito de Pessoa

Rogers propôs sua teoria de personalidade apresentando-a sob a forma de


esquema desenvolvido em vinte e duas proposições (ROGERS, 1975; ROGERS;
KINGET, 1975) e evidencia sua crença na “primazia da ordem subjetiva. O homem vive
essencialmente num mundo subjetivo e pessoal. Suas atividades, até as mais objetivas
– seus esforços científicos, quantitativos, matemáticos etc. – representam a expressão
de finalidades e escolhas subjetivas” (ROGERS, 1975). Afirma, especificamente, que o
ser humano possui uma tendência básica que o leva a expandir-se, realizar-se e
manter-se, uma força interna (motivacional) que o conduz à socialização, à autonomia,
ao ajustamento, à saúde, levando-o ao crescimento. Esses diferentes potenciais
encontram-se presentes na pessoa do aluno, na pessoa do professor e em todas as
situações nas quais exista a relação humana.

Tendência Atualizante e Estrutura do Eu

Rogers e Kinget explicam que o ser humano tem uma tendência atualizante inerente
que o conduz ao desenvolvimento de suas potencialidades e de seu próprio eu, de
modo que seja favorecida sua autonomia, sua socialização e seu auto-direcionamento
(ROGERS; KINGET, 1975).

O ser humano evolui como pessoa nas interações com os outros e no mundo. A
percepção que ele lhes atribui determinam suas reações ou seus comportamentos,
reagindo em consonância à sua realidade subjetiva. Essa relação, ocorrendo num
processo contínuo de novas experiências, novas vivências, experiências de
aprendizagem e novos valores, conduz à transformação do ser humano, originando
uma pessoa atualizada e regulada internamente. Esses princípios são relevantes para a
situação de sala de aula, onde interagem professor e aluno, formando um campo
fenomenológico cujas experiências podem servir para transformação de ambos e que
poderá significar independência, capacidade de análise, julgamento e criatividade,
conforme o preparo de atividades e o processo de seu desenvolvimento, como as que
descreveremos mais adiante.

Amplitudes da Aprendizagem e a Aprendizagem Significativa

As aprendizagens ocorrem no dia-a-dia de todas pessoas, estão no cotidiano de


suas vivências e experiências. Os alunos chegam à sala de aula trazendo um conjunto
de atitudes que expressam seus pensamentos e conceitos, decorrentes das
oportunidades vivenciadas nos diferentes grupos. No entanto, para que uma pessoa
aprenda é preciso que ela esteja aberta às percepções e às diferenciações. No âmbito
da educação não se aprende através da memorização dos temas, das exposições do
professor ou do acúmulo de conhecimento dos fatos (ROGERS, 1971).

A aprendizagem ocorre como um todo, provocando uma mudança, “quer seja no


comportamento da pessoa, na orientação de sua ação futura ou em suas atitudes. É
uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um aumento de conhecimento, mas
que penetra profundamente todas as parcelas de sua existência.” (ROGERS, 1982, p.
258).

A aprendizagem que envolve a pessoa ou o aluno na experiência existencial ou


educacional é uma aprendizagem significativa. Essa aprendizagem é dinâmica e
propaga-se de forma que “o estudante envolvido no processo de aprendizagem
significativa participa dele ativamente, assimilando conteúdos que lhes são
significativos, transferindo-os às situações posteriores.” (GUEDES, 1981).

A aprendizagem significativa envolve o aluno como um todo: cognitiva, afetiva e


socialmente, possibilitando-o a perceber a relevância dos conteúdos pedagógicos, a
participar do processo, compreender os significados, e a transferir a aprendizagem
para outras situações que vivenciar.

Desse modo, o processo educacional vivido pelo aluno será revestido de um clima
de crescimento mútuo, pois o professor, ao apresentar as situações, poderá fazê-lo de
forma a facilitar a autonomia e o autodirecionamento. O professor deixa de ser a
tradicional figura que centraliza o conhecimento ou que detém o saber, para
compartilhar essa busca com seu aluno. Ambos aprendem.

A ação pedagógica baseada neste princípio compreende que os alunos, que serão
incentivados e desafiados pelo professor, possuem um potencial cognitivo e afetivo a
ser desenvolvido no processo, e que está relacionado com o trabalho do professor, a
fim de que possam crescer e integrar-se no contexto sócio-cultural ao qual pertencem
(GUEDES, 1981).

Esses princípios teóricos orientaram o projeto Ensino de Microbiologia, desenvolvido


com professoras de Ciências de duas Escolas Públicas, e seus alunos de 6º e 7º séries
do Ensino Fundamental, focalizando a questão da aprendizagem significativa, na
expectativa de contribuir para a transformação da relação pedagógica, valorizando as
pessoas que aprendem e que ensinam.

O Projeto Ensino de Microbiologia

O projeto utilizou a microbiologia como tema central das oficinas propostas. Essa
escolha resultou da demanda dos professores que encontravam dificuldade em transpor
para a realidade dos alunos assuntos como micróbios, vírus, protozoários, bactérias,
algas microscópicas, fungos, células eucarióticas e procarióticas, entre outros, que são
estudados nesse período.

Objetivos

Elaborar oficinas com o tema microbiologia norteadas por duas premissas: o


contexto do aluno e seu conhecimento prévio do tema, de modo a capacitá-lo para a
elaboração de conceitos de modo mais estruturado, subsidiando a possibilidade do
pensar científico, com o abandono de idéias preconceituosas.

Procedimento

Conhecendo o cotidiano dos professores de Ciências

Inicialmente, foi feito um estudo da prática dos professores de Ciências da EEEFM


Celso Gama e da EEEFM Cristina Fittipaldi. Por meio de entrevistas e questionários,
foram levantados todos os materiais e as condições que os professores dispunham
para desenvolver seu trabalho. Além disso, a equipe de coordenadores e professores
de Ciências realizaram reuniões periódicas, ao longo de todo o projeto, voltadas à
reflexão sobre as oficinas e a reação dos alunos às atividades propostas.

Conhecendo o cotidiano dos alunos participantes: o pré-teste

Os alunos participantes, das 6º e 7º séries do Ensino Fundamental, foram


submetidos a uma avaliação de aprendizagem ( pré-teste) por meio da escala de
diagnóstico de desempenho. A escala, elaborada pelos coordenadores do projeto,
consiste de 13 questões que o professor responde, individualmente, para cada aluno.
Foram avaliados 28 alunos no pré-teste.

A elaboração e a aplicação das oficinas

A partir das informações obtidas junto aos professores de Ciências e seus alunos,
foram elaboradas oficinas com o tema microbiologia. Alunos-monitores do curso de
Ciências Biológicas propuseram seis oficinas, que foram aplicadas aos professores de
Ciências. A seguir, as oficinas foram aplicadas, pelos alunos-monitores, aos alunos
participantes das 6º e 7º séries do Ensino Fundamental. A partir dessa aplicação e das
discussões com os professores da rede pública, as oficinas foram reformuladas e
aperfeiçoadas, sendo, então, aplicadas pelos professores de Ciências aos seus alunos.

Avaliando a eficácia das estratégias propostas no processo ensino-aprendizagem: o


pós-teste

A aplicação das oficinas aos alunos participantes foi realizada no período de seis
meses. A seguir, os alunos foram, novamente, submetidos à avaliação por meio da
escala de diagnóstico de desempenho. Foram avaliados 32 alunos no pós-teste.
Resultados

Foram elaboradas seis oficinas, com propostas de atividades que incluem a


elaboração de modelos tridimensionais, atividades de laboratório e jogos.

Oficina 1 – Trabalhando com Células

Com o objetivo de conhecer as características gerais das células eucariota e


procariota, foi proposta a montagem de modelos tridimensionais que considerassem as
diferenças de tamanho entre as células bacterianas, animal e vegetal, construídos com
materiais simples e sucata. Na discussão, são propostas questões-problemas e a
elaboração de um texto coletivo a respeito da oficina.

Oficina 2 – Trabalhando com Vírus

O objetivo principal foi trabalhar com as diferenças de tamanho e de organização


entre vírus e as células preparadas anteriormente. Os alunos construíram modelos em
sucata e materiais simples. A discussão é apresentada na forma de um jogo de regras
com perguntas situacionais ligadas ao cotidiano do aluno.

Oficina 3 – Trabalhando com Bactérias

O objetivo básico foi o de conhecer as bactérias presentes em nosso corpo e ao seu


redor, utilizando meios de cultura alternativos e colorações simples. Com material
simples e de sucata, os alunos construíram modelos de bactérias. Esta oficina foi
finalizada com um jogo do tipo gincana que apresenta situações do cotidiano dos
alunos.

Oficina 4 – Trabalhando com Algas Microscópicas

Com o objetivo de mostrar que as algas microscópicas fazem parte do cotidiano, os


alunos montaram frascos para cultivo desses microrganismos e pesquisaram as
necessidades para esse cultivo. Os passos dados foram de pesquisa, análise e reflexão
entre os grupos. Esta oficina é finalizada com um jogo de tabuleiro cujas peças podem
ser montadas pelos alunos. Os cartões com perguntas e respostas apresentam
problematizações para desafiar os alunos.

Oficina 5 – Trabalhando com Protozoários

Para a compreensão de que os protozoários estão presentes em diversos materiais


que se têm contato no dia a dia, como folhas de vegetais ou água da torneira, os
alunos cultivaram protozoários no laboratório. Essa atividade proporcionou observação,
análise e discussão. Prepararam, também, modelos de protozoários utilizando cartelas
com desenhos, fornecidas pelo professor. Ao final, foi aplicado um jogo, com situações-
problemas, divididas em cartelas coloridas.

Oficina 6 - Trabalhando com Fungos

São propostas várias atividades experimentais, com materiais simples como o


fermento de padaria. Os alunos acompanham os experimentos por meio de anotações
em uma tabela de observações. Essa oficina também é finalizada com um jogo do tipo
bingo, com questões-problemas.

Os resultados obtidos a partir da aplicação da escala de diagnóstico desempenho,


foram submetidos ao teste de correlação linear de Spearman, que mostrou forte
correlação positiva, de 0,66, entre as avaliações do pré e pós-teste, denotando
aprendizagem a partir das vivências oferecidas pelas diferentes oficinas.

Além disso, os professores de Ciências relataram que, para realizar as tarefas, os


alunos precisaram ser curiosos, fazer perguntas, observar e comparar. O trabalho
coletivo tornou-se uma necessidade. Houve a oportunidade para o estabelecimento da
relação com o outro, a partir de vínculos afetivos, permitindo construção do
conhecimento em parceria.

A confecção de parte do material utilizado nos jogos pelos próprios alunos,


proporcionou uma oportunidade ímpar de interação humana. A construção dos
diferentes modelos propostos, permitiu ao aluno visualizar as células, compará-las entre
si e com as descrições dos textos de apoio. Nas discussões, a contextualização dos
temas possibilitou a integração das experiências vividas no dia-a-dia dos alunos.

Discussão

Este projeto permitiu vivenciar um processo de interação social com trocas de


informações e trocas pessoais, que passou ser um elemento importante para o
crescimento pessoal e da vida em grupo. O professor passou a ser ativo na relação
pedagógica. O caráter expositivo dos temas deu espaço para a orientação e facilitação
da aprendizagem.

Essa dinâmica de proceder na escola permitiu a criação de novos vínculos, tanto do


lado do aluno, aprendiz curioso e construtivo, como do lado do professor que se
transformou em colaborador. Em uma das reuniões, uma das professoras falou de sua
motivação renovada para a sala de aula, bem como das evidentes mudanças dos
alunos, comparada às antigas relações. Os alunos tornaram-se mais envolvidos e
comprometidos com as aulas. As difíceis interações anteriores, muitas vezes
caracterizadas por indisciplina, passaram se tornar efetivamente mais maduras. Os
alunos começaram expressar sentimentos de valorização pessoal decorrentes do
processo vivido. Uma prova que evidenciou essas mudanças foi vivida na troca que
fizeram com os alunos da sala de aula para portadores de necessidades especiais,
quando, a partir do pedido desses alunos, a professora aplicou uma das oficinas com
ajuda dos demais, demonstrando o procedimento vivido e as possibilidades de
integração.

Esse panorama nos remete aos fundamentos teóricos que serviram de base para a
concepção do Projeto com a meta da aprendizagem significativa a partir de uma leitura
baseada na concepção rogeriana de Pessoa (ROGERS, 1975).

A discussão que culminou na elaboração das tarefas e oficinas foi orientada pela
concepção da figura de um aluno, pessoa em desenvolvimento conforme a teoria
humanista, principalmente pela análise rogeriana. A expectativa era de que o aluno
pudesse demonstrar novas formas de raciocinar com pensamento mais crítico e mais
científico tendo como base a teoria epistêmica do conhecimento proposta por Piaget
(PIAGET; INHELDER, 1968).

Considerando o início dos trabalhos do projeto e os diferentes passos em seu


decorrer, muitos encontros foram realizados, entre os professores da FSA ; entre os
professores da FSA e os da rede, muitas vezes com a presença dos alunos da FSA,
que aplicaram as oficinas aos professores e depois os auxiliaram na aplicação aos
alunos da rede de ensino. Esses encontros oportunizaram a criação do ambiente de
trabalho coletivo. A microbiologia do cotidiano, tema que permeia o conjunto de oficinas,
foi utilizada como instrumento para que o aluno estabelecesse a correspondência entre
os fenômenos descritos teoricamente e aqueles que ocorrem na realidade. Apresentado
sob a forma de oficinas, esse assunto possibilitou, como verificado no pós-teste, que as
experiências vivenciadas correspondessem à aprendizagem significativa.

Quando a aprendizagem ocorre em um ambiente aberto às experiências e, quando o


professor é flexível para orientar, a aprendizagem é facilitada. Aprender de modo
significativo requer que o aluno se sinta fazendo parte do processo. Nas oficinas os
alunos construíam, interagiam, jogavam e criavam como formas de participação do
processo. Estas oportunidades permitiram a valorização do aprendido porque o aluno
se sentiu valorizado ao se envolver. Portanto, “é uma aprendizagem que é mais que
uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação, quer
seja no comportamento do indivíduo, na orientação da ação futura que escolhe ou nas
suas atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um
aumento de conhecimentos, mas que pervaga profundamente todas as parcelas de sua
existência” (ROGERS, 1982, p. 258). Do ponto de vista psíquico, o aluno sente que
essa valorização revela sua(s) potencialidade(s). Assim, essa autovalorização vai se
caracterizar por uma realidade que se revela a ele através da interação: seu
comportamento de pesquisa e busca na aprendizagem com sua (auto) descoberta-
valorização e crescimento pessoal.
Além dos alunos e professores da rede, os alunos e professores da FSA também
descobriram, cresceram e mudaram, a cada encontro. Estão abertos à experiência e
vivência, às novas situações que surgem a partir do projeto. São também
aprendizagens significativas experimentadas num processo educativo altamente
dinâmico e interativo.

REFERÊNCIAS

CAPOZOLI, Ulisses. Por trás das Estrelas. Educação, São Paulo, v. 27, n. 233, p. 34-37,
2000.

CARVALHO, Anna M. Pessoa; GIL-PEREZ, Daniel. Formação de professores de


Ciências. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000. (Coleção Questões de nossa época).
FERRACIOLI, Laércio. Aprendizagem, desenvolvimento e conhecimento na obra de Jean
Piaget: uma análise do processo de ensino-aprendizagem em Ciências. Revista Brasileira
de Estudos Pedagógicos, Brasília, DF, v. 80, n. 194, p. 5-18, 1999.

FURIÓ, Carles; CARNICER, Jesus. El desarrollo profesional del profesor de Ciências


mediante tutorías de grupos cooperativos: estudio de ocho casos. Enseñanza de las
Ciencias, Barcelona, v. 20, n. 1, p. 47-73, 2002.

GUEDES, Sulami P. Educação, pessoa e liberdade: propostas Rogerianas para uma


práxis psicopedagógica centrada no aluno. 2. ed. São Paulo: Moraes, 1981.

MARTÍNEZ- AZNAR, Maria Mercedes et al. Un estudio comparativo sobre el pensamiento


profesional y la "acción docente" de los profesores de ciências de educacíon secundária.
Parte II. Enseñanza de las Ciencias, Barcelona, v. 20, n. 2, p. 243-260, 2002.

OLIVEIRA, Daysi L. Considerações sobre o ensino de Ciências. In: ___________. (Ed.),


Ciências nas salas de aula. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 1998. (Cadernos de Educação
Básica, 2).

PIAGET, Jean; INHELDER, Barber. A psicologia da criança. Tradução de O. M. Cajado.


São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1968.
ROGERS, Carl R. Liberdade para aprender. Tradução de E. Machado e M. P. D.
Andrade. Belo Horizonte: Interlivros, 1971.

_____________. Terapia centrada no cliente. Tradução de M. J. C. São Paulo: Martins


Fontes, 1975.

_____________. Tornar-se pessoa. Tradução de M. J. C. São Paulo: Martins Fontes,


1982.

ROGERS, Carl R.; KINGET, Mariane. Psicoterapia e relações humanas. Tradução de M.


L. Bizzoto. São Paulo: Interlivros, 1975.

VALE, José Misael F. Educação científica e sociedade. In: _______________. (Ed.).


Questões atuais para o ensino de ciências. São Paulo: Ed. Escrituras, 1998. p. 1-7.
Anexo A – Exemplo: Oficina 3 Protojogo

N.º de participantes: 4 jogadores

Conteúdo: 1 tabuleiro, 1 dado, 4 peões, 18 fichas cor de rosa, 18 fichas verde, 18


fichas amarela.

Objetivo do jogo: Complementar o estudo desenvolvido na sala de aula sobre os


protozoários, explorando melhor o conteúdo teórico de uma forma descontraída e
estimulante, já que o aluno irá relembrar conceitos aprendidos.

Preparação do jogo

Os jogadores devem escolher um peão e colocá-lo no ponto de partida.

As cartas devem ser embaralhadas e colocadas no tabuleiro, no espaço


correspondente.

Regras

♦ Inicialmente todos os participantes, um de cada vez, devem lançar o dado.


Aquele que tirar o maior número inicia o jogo.

♦ O primeiro jogador lança o dado e poderá cair na casa rosa, amarela ou


verde

♦ Um outro participante deverá retirar a ficha da cor correspondente a casa.


A ficha rosa traz questões com respostas objetivas e vale 3 pontos, a ficha
amarela possui questões de múltipla escolha em que apenas uma alternativa é
correta e vale 2 pontos, já a ficha verde contém questões verdadeiro ou falso e
vale 1 ponto. Todas as fichas possuem respostas que devem ser conferidas pelo
participante que fez a pergunta. Em seguida, a ficha volta para debaixo do monte.

♦ Cada vez que o jogador acertar a questão, deve anotar seus pontos num
papel.

♦ O jogo termina quando todos os participantes derem uma volta completa no


tabuleiro, chegando ao ponto inicial ,de onde saíram no início da partida.

♦ Todos devem somar os pontos acumulados.


♦ O vencedor será aquele que obtiver mais pontos.

Material utilizado para a construção do jogo

Para o tabuleiro ➛ cartolina, papel cartão, papelão ou qualquer outro material que
seja resistente.

Para as fichas ➛ cartolinas coloridas, papel cartão colorido.

Para os peões ➛ tampinhas de garrafa pintadas com tinta, botões coloridos.

Dado ➛ pode ser feito com papel dobradura como um cubinho, com cartolina
recortando quatro lados iguais e depois os colando.

Obs.: O aluno pode usar da sua criatividade, utilizando materiais reciclados, por
exemplo.

Medida sugerida para o tabuleiro: 30 cm de cada lado

O tabuleiro deve conter 54 casas sendo que as cores devem estar intercaladas :
uma rosa, depois uma verde, depois uma amarela.

As fichas podem ser circulares ou quadradas.

Formato do tabuleiro e fichas

Local para
colocar a Local para
ficha verde colocar a ficha
amarela

Local para
colocar a ficha
rosa

Entre as casas deve


Local para haver um espaço
colocar os indicando o ponto
peões de partida

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