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Resumo
Abstract
This paper is a didactic introductory text to the verbal behavior theme, in a behavioral-analytic
perspective. The verbal behavior is characterized as operant behavior, but there are some
differences between the verbal behavior and the others operant behaviors. Some basics categories
of verbal behavior are refereed at the end of the paper.
1
Texto disponível em www.copymarket.com.br por alguns meses em 2001, sem prejuízo do direito de publicação impressa.
Agradecimentos ao professor Dr. Carlos Barbosa Alves de Souza, do Departamento de Psicologia Experimental da Universidade
Federal do Pará, pelas preciosas contribuições para a revisão no manuscrito.
2
Professor Adjunto III do Departamento de Psicologia Experimental UFPA rsb@cpgp.ufpa.br
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Romariz da Silva Barros
Uma criança, desde muito pequena, aprende Comportamento. Apesar da aceitação da obra
os nomes dos objetos, das pessoas e dos “Comportamento Verbal” de Skinner
eventos. Em pouco tempo, não só domina um (1957/1978) ter sido tímida na época de seu
repertório vasto, como também produz lançamento, em 1957, ela se mantém como
construções verbais novas, ou seja, que não uma das mais importantes referências para o
foram diretamente treinadas. Ela pode estudo do comportamento verbal. As
nomear objetos novos ou propriedades desses restrições a ela apontadas estão ligadas, em
objetos, combinando unidades já aprendidas. parte, ao fato de que era necessário obter
Este é apenas um dos indícios da dados empíricos para a aceitação de todos os
complexidade envolvida no estudo do conceitos e princípios que Skinner
comportamento verbal. Apesar de complexo, (1957/1978) apresentou. Contrariando uma
o comportamento verbal pode ser tradição que o tornou conhecido como um
compreendido através de análise funcional, grande experimentalista, por discutir o
ou seja, por meio do mesmo tipo de análise fenômeno comportamental através de
originalmente desenvolvida para atingir a estudos experimentais baseados em dados
compreensão e o controle de comportamentos coletados sob circunstâncias muito bem
mais simples e essencialmente motores. A controladas, Skinner não privilegiou a
análise funcional do comportamento consiste apresentação e discussão de dados empíricos
na análise do comportamento em termos das em seu livro “Comportamento verbal”. Para
relações com as conseqüências do responder aprofundar essa discussão e estudar sobre a
(consultar, por exemplo, Catania, 1999). Para falta de estudos empíricos derivados de
os analistas de comportamento, a sua “Comportamento verbal”, sugere-se a leitura
compreensão consiste na explicitação das de autores como Critchfield, Burskist &
interações entre os eventos comportamentais Saville (2000), McPherson, Bonem, Green &
e os eventos antecedentes e conseqüentes. Osborne (1984), Normand, Fossa & Polinny
O repertório verbal é um repertório (2000) e Oah & Dickinson (1989). Ver também
comportamental e sua aquisição, manutenção Broadbent (1959), Chomsky (1959), Farrel
e extinção seguem o mesmo princípio dos (1960), Knapp (1992), Osgood (1959), e Pinker
demais repertórios operantes. Em outras (1994) sobre críticas à própria proposta
palavras, a análise do comportamento verbal skinneriana.
não difere, nos princípios, da análise Os conceitos e princípios apresentados por
funcional feita em relação aos repertórios não- Skinner, em relação ao comportamento
verbais. A perspectiva de estudo do verbal, porém, têm sido postos à prova na
comportamento verbal como comportamento prática teórico-explicativa e na pesquisa
operante - trazendo-o, portanto, para o campo experimental, mostrando-se úteis para
da análise funcional - é mais uma das analisar comportamentos altamente
importantes contribuições de Skinner complexos. A abordagem aparentemente
3
(1957/1978 ) para a construção de uma ciência simplista adotada por Skinner não resultou
do comportamento. em uma simplificação inadequada do
comportamento verbal. A seguir, serão
O comportamento verbal apresentados alguns conceitos básicos
introduzidos por Skinner na sua obra
O comportamento verbal se “Comportamento Verbal”.
constitui de boa parte da complexidade do
comportamento humano. A investigação do Operantes verbais
comportamento verbal tem sido, por essa
razão, muito importante para a Análise do O comportamento operante é, grosso modo,
3
A primeira data é da publicação original e a segunda, da edição consultada.
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Uma introdução ao comportamento verbal
uma parte de uma palavra, uma palavra ou, reduzam a privação geradora dos quadros
mesmo, uma frase, desde que seja uma motivacionais antecedentes. As
unidade sob controle de estímulos. conseqüências, é claro, são providas por meio
de um ouvinte; a resposta deve manter
Algumas categorias de operantes verbais identidade funcional com o comportamento
do ouvinte, na medida em que explicita os
Considerando as fontes de controle do reforçadores a serem providos. O mando é,
comportamento verbal, bem como seu efeito portanto, a categoria de operantes verbais que
sobre o ouvinte, é possível identificar algumas as pessoas emitem quando dão ordens, fazem
categorias de comportamentos verbais. Neste pedidos, formulam perguntas, dão conselhos,
trabalho introdutório, são apresentadas mencionam (tateiam) os reforçadores de que
apenas seis categorias básicas para uma estão privados. Os repertórios de mando são
compreensão inicial do comportamento instalados em situações nas quais esses
verbal, apesar de outras categorias verbais operantes verbais, uma vez emitidos - sob
poderem ser citadas (como copiar e tomar privação ou estimulação aversiva - são
ditado. Ler Matos, 1991). Para aprofundar-se seguidos de uma conseqüência reforçadora
sobre a classificação de operantes verbais, que reduz essa privação específica ou elimina
consultar também Skinner (1957/1978, a estimulação aversiva.
capítulos 3 a 6 e o capítulo 12). É pertinente lembrar o exemplo citado
Tatear (ou comportamento de tacto): são anteriormente: Michelle, sob condições de
respostas verbais, vocais ou motoras estimulação aversiva, emitiu um mando que
controladas por estímulos discriminativos foi reforçado por intermédio do professor. Eis
não-verbais e mantidas por conseqüências outros exemplos de mando: “Moço, me dê um
sociais quando existe correspondência, ou sorvete de cupu-açu”; “Milton, venha cá
seja, identidade funcional (arbitrária e imediatamente”; “Que horas são?”
culturalmente estabelecida), entre o estímulo Ecoar (ou comportamento ecóico) : são
discriminativo e a resposta. Um exemplo de respostas verbais, vocais (ou motoras no caso
comportamento de tacto é nomear eventos, de códigos verbais gestuais), controladas por
objetos, pessoas. Por meio do tacto, as pessoas estímulos discriminativos verbais auditivos
fazem contacto (“tateiam”) com os mais (ou visuais, no caso de códigos gestuais) e
variados aspectos de seu ambiente físico e mantidos por reforçadores sociais, desde que
social/cultural. Portanto, com o tacto, haja identidade estrutural entre a resposta e o
descrevemos as propriedades dos elementos estímulo. A resposta reproduz formalmente o
dos ambientes externo e interno à nossa pele. estímulo discriminativo verbal apresentado,
São exemplos de tacto: “Eu me chamo Luciana devendo haver identidade de propriedades
e esta é minha simpática prima Mara”; “Este físicas entre a resposta e o estímulo - para que
sorvete é de cupu-açu”; “Como o céu está haja reforçamento. Através do
estrelado”; “O livro do Catania é mesmo comportamento ecóico, aprendem-se
muito fácil!”. Observe, que em todos estes unidades comportamentais da fala e, por isso,
casos, os operantes verbais emitidos nomeiam ele é muito importante para a aprendizagem
seres (Luciana, prima, Mara, sorvete) ou de outros operantes verbais.
propriedades destes seres (simpática, Há momentos em que os pais tentam ensinam
estrelado). os tactos “papai” e “mamãe” a seu filho.
Mandar (ou comportamento de mando): são Geralmente, eles começam ensinando o
respostas verbais, vocais ou motoras, operante ecóico “papai” ou “mamãe”, ou seja,
controladas por eventos encobertos, ligados a produzem o estímulo discriminativo “papai”
estados motivacionais ou afetivos (Matos, para a criança. Se ela reproduz vocalmente
1991) e mantidas por conseqüências que esse som (comportamento ecóico), a resposta é
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reforçada. Quanto maior a semelhança entre o equivalentes, o que vai além da simples
estímulo produzido pelos pais e a resposta relação unidirecional entre o estímulo textual
produzida pela criança, maior a e a resposta de oralizar (ler Sidman, 1994 e
probabilidade de reforçamento. Também se 2000).
aprende operantes ecóicos quando se estuda Freqüentemente se observa crianças emitindo
um outro idioma, por exemplo: o professor comportamentos textuais (leitura textual) nas
diz “Thursday” e pede que os alunos repitam. aulas de leitura, quando estão nas primeiras
Se o professor estiver atento, ele deve séries do ensino básico. Elas, muitas vezes,
determinar que a probabilidade de apenas oralizam as palavras, sem estabelecer
reforçamento seja maior quanto mais relação com os eventos arbitrária e
semelhantes forem as respostas e os estímulos culturalmente vinculados a elas. Na
discriminativos. aprendizagem de língua estrangeira, isso
Comportamento textual : são respostas também ocorre Cita-se, como exemplo, uma
verbais vocais (oralização) controladas por pessoa que, de tanto ouvir as músicas de Elton
estímulos discriminativos verbais visuais John, acompanhando-as com a letra da música
(texto escrito) e mantidas por reforçamento impressa, era capaz de fazer leitura textual de
social. A resposta deve manter pequenos textos em inglês, mesmo sem emitir
correspondência funcional com o estímulo, ou qualquer tacto ou mando nesta língua.
seja, diante da palavra escrita “MARACUJÁ”, Intraverbalizar (ou comportamento
a oralização “maracujá” é reforçada. É intraverbal): são respostas verbais, vocais ou
possível constatar que não há motoras, controladas pelo próprio
correspondência formal entre o estímulo (que comportamento verbal do emitente (ou pelo
é escrito) e a resposta (que é vocal, na maioria comportamento verbal de outrem, cujo fluxo
dos casos). O comportamento textual, assim de comportamento verbal o emitente está
como o ecóico, gera repertórios de unidades acompanhando) e mantidas por reforçamento
comportamentais da fala e da leitura. social. De acordo com Matos (1991), o controle
O comportamento textual se distingue de do comportamento intraverbal pelo
“leitura com compreensão” que, por sua vez, antecedente é complexo e pode envolver
envolve, além da correspondência funcional elementos múltiplos (o intraverbal “quatro”
entre a resposta e o estímulo, a emissão de pode ser controlado tanto pelo antecedente
uma variedade de outras respostas que “2+2”, quanto por “6-2” ou pela seqüência “1,
guardam essa mesma correspondência 2, 3...”), cadeias comportamentais (como ao
funcional (como desenhar o maracujá, recitar uma oração ou fazem uma contagem
apontar o maracujá, entre outras frutas etc). “1, 2, 3...”) ou associações, quando o controle é
Quanta ironia, mas pode ser que a criança, que pelo tema, situação ou assunto (o antecedente
silenciosamente apresenta resposta de “manga” pode controlar o intraverbal
salivação, quando a professora pede à turma “camisa” para o alfaiate, ou “fruta” para o
que leia a palavra escrita “MARACUJÁ”, feirante).
esteja apresentando um repertório de leitura Intraverbalizar consiste em conectar
mais sofisticado do que o de outra criança que elementos verbais de modo correspondente às
meramente oraliza “MA-RA-CU-JÁ”. conexões que a cultura particular ou o mundo
A leitura com compreensão, portanto, requer físico fazem entre os elementos verbais e não-
que o estímulo textual, a resposta e os demais verbais. O estabelecimento de conexão entre
estímulos e respostas funcionalmente os tactos “xícara” e “pires” é intraverbal
relacionados ao estímulo textual (no exemplo porque nossa cultura particular aproximou
acima, o som da palavra “maracujá”, o sabor esses dois objetos. Em outras palavras, a
do maracujá, a resposta de salivar etc) façam conexão entre os tactos acima citados
parte de uma classe de elementos corresponde à conexão que determinada
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Uma introdução ao comportamento verbal
comunidade estabeleceu entre os objetos, surpresa. Não morres tão cedo. Vaso ruim não
fazendo, geralmente, um pires acompanhar quebra”, os elementos destacados são
uma xícara. O mesmo ocorre com os tactos autoclíticos.
“relâmpago” e “trovão” que, quando
conectados, reproduzem a ligação que esses A complexidade do comportamento verbal
eventos da natureza mantêm entre si. A maior
parte do trabalho de um cientista consiste em Observando o comportamento verbal no
estabelecer um repertório intraverbal, ou seja, cotidiano, é possível perceber que as
estabelecer conexões verbais, na escrita e na categorias verbais acima apresentadas
fala, que reproduzem as relações entre fundem-se, muitas vezes, aumentando a
eventos. Se o cientista consegue estabelecer complexidade da análise do comportamento
conexões entre repertórios verbais de maneira verbal. Uma das características mais
exatamente correspondente ao modo como os intrigantes dessa complexidade do
eventos estão relacionados, suas teorias (seu comportamento verbal é a produtividade na
comportamento verbal) poderá ser bastante emissão de repertórios verbais, a emissão de
reforçado pela comunidade científica - a comportamentos verbais novos e/ou a
comunidade que modela o comportamento emissão de comportamentos verbais em
verbal do cientista. circunstâncias novas, nas quais estes
Comportamento autoclítico: são respostas comportamentos não foram antes reforçados.
verbais, vocais ou motoras, controladas pelo É essa complexidade que será abordada, a
próprio comportamento verbal (antecedente, seguir, mencionando, entre outros elementos,
simultâneo ou concorrente) do emitente e as o “tacto ampliado”, “o mando disfarçado” e a
quais articulam, organizam ou modificam as “múltipla causação”.. Para estudos mais
respostas verbais que as controlam. A aprofundados sobre a complexidade dos
ocorrência de comportamentos autoclíticos, operantes verbais, sugere-se a leitura de
pois, depende da ocorrência de outros Skinner (1957/1978, capítulos 8 a 11).
comportamentos verbais do próprio emitente
sobre os quais os autoclíticos atuarão. Matos 1) Tacto ampliado: extensões metafóricas e
(1991) resume a peculiaridade do metonímicas
comportamento autoclítico como “o falar O conceito de “estímulos”, em Análise do
sobre o falar” (p.340). Portanto, o Comportamento, corresponde a aspectos do
comportamento autoclítico consiste de ambiente que exercem controle sobre o
unidades de comportamento verbal que comportamento. Algumas vezes, esses
comentam, qualificam, enfatizam, ordenam, “aspectos” do ambiente envolvem mais de
coordenam e alteram a função de outros uma propriedade física (cores, formas,
comportamentos verbais. Os gestos e a espessura) e, nestes casos, são denominados
entonação, que se usa ao falar, podem alterar a estímulos compostos. Um estímulo
função dos tactos e mandos emitidos. Em tom discriminativo pode ser um estímulo
de ironia (que, neste caso, é o autoclítico) o composto: um sinal de trânsito, por exemplo,
tacto “Você é tão competente!!” pode ter o pode ser um estímulo composto para um
efeito de uma crítica dura. Quando se escreve, determinado sujeito (“luz vermelha” e
os conectivos e a pontuação, além do contexto, “posição superior e tamanho maior entre as
assumem essa função. No fluxo da fala ou da três luminárias” como propriedades
escrita, por exemplo, muitas palavras se controladoras da resposta de parar o
referem às próprias palavras e funcionam automóvel). Estímulos discriminativos
como modificadores (advérbios, compostos podem controlar repostas verbais
preposições). Na expressão “Falei de ti de tacto. É interessante notar, que neste caso,
agorinha mesmo e recebi teu telefonema com cada uma das propriedades do estímulo
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discriminativo composto pode passar a caríssima e diz “Essa camiseta é linda! Como
assumir separadamente o controle sobre o eu ficaria feliz se a ganhasse de presente”.
comportamento de tacto. Assim, um outro Aparentemente essa resposta verbal é um
estímulo - que possua parte das propriedades tacto; mas o efeito que pode ter sobre o ouvinte
do estímulo discriminativo original - pode é de um mando: (“Compre essa camiseta para
controlar a resposta de tacto. Esse é o tacto mim!”). De fato, mal Júlia fechou a boca e o
ampliado e por ele pode-se explicar parte da namorado já chegava com a camiseta nas
produtividade do comportamento verbal. mãos, embrulhada pomposamente para
Seguem alguns exemplos: Desde muito cedo, presente.
Lia aprendeu a usar o tacto “picolé”. Quase Em muitas situações cotidianas,
todas as tardes, quando passeava com a mãe, os mandos são emitidos disfarçados de tacto,
encontrava algum garoto vendendo picolés. A seja por educação, ou para a pessoa se
mãe entregava à Lia um saboroso picolé e lhe esquivar de uma postura autoritária. Em
ensinava com dedicação o tacto. No início, o outros casos, um mando vem disfarçado de
comportamento de Lia era ecóico (ela apenas outro mando. A mãe diz para o filho: “Por que
reproduzia vocalmente o estímulo produzido você não retira logo seu material escolar da
pela mãe); mas, em poucos dias, ela usava mesa, antes que chegue a hora do jantar?”
adequadamente o tacto: ela dizia “picolé” (mando disfarçado). Aparentemente, o filho
quando lhe perguntavam “o que é isso?” e poderia reforçar o mando da mãe fazendo
apontavam para aquela deliciosa guloseima. uma exposição clara dos motivos pelos quais
Um dia, Lia viu um garoto caminhando pela não tirará o material da mesa. Isso, na prática,
rua com um isopor sobre a cabeça e o chamou poderia contrariar severamente a mãe.
(mando), dizendo “Ei, picolé!”. Observe que, Melhor seria se o filho se dirigisse até a mesa e
no mando emitido por Lia, está incluso um retirasse de lá o material escolar. Essa
tacto ampliado. O tacto “picolé” passou a ser modificação do ambiente é que reforçaria o
controlado por uma outra dimensão do mando emitido pela mãe.
ambiente (o vendedor de picolés), que era Em outras ocasiões, tactos podem
parte das circunstâncias presentes quanto Lia aparecer disfarçados de mandos: Fernando se
aprendeu a tatear o estímulo original, o dirige aos colegas em frente ao laboratório e
próprio picolé. diz: “Vocês já viram meu carro novo?”. Essa
Outro exemplo: Quando a professora diz a um resposta aparentemente é um mando e, se o
aluno “Pára com isso, diabinho!”, é possível fosse, seria reforçada pelas respostas “sim” ou
que ela esteja enfatizando algumas “não”. Mas essas respostas frustrariam um
características comuns entre a criança indócil pouco o Fernando, pois esse “mando”, na
e um capetinha. verdade, pode esconder um tacto: “Pessoal,
este é meu carro novo”.
2) Operantes verbais disfarçados
Algumas vezes, ao analisarmos repertórios 3) Múltiplo controle
verbais, é preciso levar ao extremo a idéia de Freqüentemente, também, os operantes
que eles não têm uma topografia a ser levada verbais são controlados por mais de um
em conta na sua definição e que o importante é estímulo discriminativo, o que pode gerar a
o efeito que produzem no ouvinte e, fusão de algumas das categorias verbais que
conseqüentemente, no ambiente social e no foram definidas acima. Ao contar as laranjas
ambiente físico. Considere-se o seguinte que chegaram no biotério em nosso
exemplo: Suponha-se que Júlia e seu laboratório, Didi disse “Vinte”, quando
namorado tenham ido passear no shopping colocou no saco a vigésima laranja. Essa
no dia dos namorados. Júlia pára bem em resposta pode estar sob controle
frente a uma vitrine que mostra uma camiseta discriminativo da vigésima laranja (tacto) e do
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