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TESTE DE AVALIAÇÃO – 10º ANO

Escola______________________________________________________ Data ___/ ___/ 20__

Nome_____________________________________________________ N.o ____ Turma _____

GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

PARTE A
Leia o poema e consulte as notas.

– Amiga, faço-me maravilhada1


como pode meu amigo viver
u2 os meus olhos nom pode veer
ou como pod'alá3 fazer tardada4;
5 ca5 nunca tam gram maravilha vi6:
poder meu amigo viver sem mi;
e, par Deus, é cousa mui desguisada7.

– Amiga, estad[e] ora calada


Notas:
um pouco, e leixad'a8 mim dizer:
1
10 per quant'eu sei cert'e9 poss'entender, maravilhada: surpreendida,
espantada;
nunca no mundo foi molher amada 2
u: onde;
come10 vós de voss'amig'; e assi,
3
alá: lá, ali;
4
fazer tardada: demorar-se;
se el tarda, sol nom11 é culpad'i12; 5
ca: pois, porque;
se nom, eu quer'en ficar por culpada13. 6
maravilha: coisa extraordinária;
7
desguisada: despropositada,
disparatada;
15 – Ai amiga, eu ando tam coitada14 8
leixar: deixar;
9
que sol nom poss'em mi tomar prazer, 10
certo: certamente;
come: como;
cuidand'em como se pode fazer 11
sol nom: nem mesmo;
que nom é já comigo de tornada15; 12
i: disso, nisso, em relação a isso;
13
e, par Deus, porque o nom vej'aqui, [trad. v. 13] e se não é assim,
assumirei eu a culpa pelo que digo;
20 que é morto gram sospeita tom'i, 14
coitada: infeliz, triste;
15
e, se mort'é, mal dia eu fui nada16. 16
tornada: regresso;
nada: nascida;
17
mesurada: comedida, cortês;
– Amiga fremosa e mesurada17, 18
[trad. vv. 23-24] não vos digo que,
nom vos dig'eu que nom pode seer como homem que é, o vosso amigo
não pode morrer;
voss'amigo, pois hom'é, de morrer;18 19
mais: mas;
20
25 mais19, por Deus, nom sejades sospeitada20 21
sospeitada: desconfiada;
des quando: desde que, desde o
doutro mal del, ca des quand'21 eu naci, momento em que;
nunca doutr'home tam leal oí22 22
oir: ouvir;
23
falar, e quem end'al23 diz, nom diz nada. end’ al: outra coisa.

D. Dinis, B 573, V 177


In http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=598&pv=sim

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TESTE DE AVALIAÇÃO – 10º ANO

1. Identifique os dois intervenientes e o tema do diálogo que estabelecem.

2. Indique o principal motivo da preocupação da primeira interlocutora.

3. Justifique as respostas dadas pelo segundo interlocutor.

4. Evidencie a função da amiga nesta composição poética.

PARTE B

5. Na poesia trovadoresca e, em particular, nas cantigas de amigo, o trovador revela a


capacidade de se projetar numa figura feminina.

Escreva uma breve exposição sobre as cantigas de amigo, referindo-se ao enunciador, aos
temas abordados e à estrutura formal.

A sua exposição deve incluir:


− uma introdução onde apresente o tema e se refira à poesia trovadoresca em geral;
− um desenvolvimento no qual refira os aspetos específicos das cantigas de amigo;
− uma conclusão que realce a importância da poesia trovadoresca e deste subgénero em
particular.

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TESTE DE AVALIAÇÃO – 10º ANO
GRUPO II

Leia o texto.

Contra o fim dos livros em papel nas escolas

Na última década, os gadgets digitais passaram a ser usados como as chuchas e os


calmantes do século XXI. O resultado está à vista: as crianças e os jovens têm hoje muito
mais “tempo de ecrã” do que é aconselhado pelos especialistas, excedendo em larga medida
as duas horas recomendadas.
5 O fenómeno é demasiado recente para se perceber os reais efeitos nas crianças em
formação, e no ser humano como espécie, desta transformação profunda na forma como
nos ocupamos, socializamos, nos entretemos e aprendemos. Mas alguns estudos começam a
fazer luz sobre o que se passa nos cérebros nativos digitais, expostos permanentemente a
múltiplos estímulos audiovisuais de curta duração. Há, claro, coisas boas. É dado como certo
10 que impulsos permanentes para escrever mensagens curtas, fazer scrolldown, saltar de
vídeo em vídeo e de tema em tema estimulam a curiosidade e melhoram a capacidade de
multitask e de síntese. No entanto, há um enorme reverso da questão cuja verdadeira
extensão ainda está por descobrir. Dizem alguns especialistas que um cérebro digital tende a
ser mais disperso e impaciente, e por isso tem mais dificuldade de acionar os circuitos de
15 leitura profunda, que são essenciais para a inferência, a análise crítica e a reflexão. E,
explicam os neurocientistas, tudo o que não for usado e estimulado tende a perder-se.
As soluções de base tecnológica são apontadas por muitos como a panaceia para todos
os problemas do ensino: garantem a adaptação aos novos tempos, a preparação para os
desafios de um mundo tecnológico e a superação da aprendizagem por mera memorização.
20 Se não podes vencê-los, junta-te a eles: se os miúdos querem gadgets, vamos então chegar a
eles através das coisas de que eles gostam.
Mas a verdade é que está longe de estar provado que uma desmaterialização integral
dos recursos educativos traga vantagens inequívocas para os miúdos a longo prazo, além da
redução do peso das mochilas e das significativas poupanças para os orçamentos do Estado.
25 Vários estudos, aliás, provam o contrário: uma investigação feita na Noruega concluiu
que os padrões de leitura e compreensão de alunos que liam em papel eram
significativamente melhores do que os que liam apenas em digital. Isto porque o papel dá
uma noção espaciotemporal importante para a navegação e a memorização de factos. Este
tipo de “marcadores de memória” que o papel oferece não tem (pelo menos, ainda)
30 substitutos tecnológicos à altura. Da mesma forma que, vários estudos o dizem, tomar notas
e apontamentos de informação permite melhor apreender e memorizar do que apenas
ouvindo ou lendo.
E tenho a convicção de que as ferramentas digitais podem ser muito úteis, mas apenas
como complemento aos velhos livros e aos cadernos. Acabar com o papel nas salas de aula é
35 um perigoso incentivo à superficialidade do conhecimento e à incapacidade de
concentração.
Mafalda Anjos, in VISÃO, nº 1331, Editorial, de 6 de setembro de 2018,
in http://visao.sapo.pt/opiniao/editorial/2018-09-07-Contra-o-fim-dos-livros-em-papel-nas-escolas
(texto com supressões).

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TESTE DE AVALIAÇÃO – 10º ANO

1. Os verdadeiros efeitos do uso excessivo das tecnologias


(A) estão já totalmente apurados.
(B) ainda não são totalmente conhecidos.
(C) começam a originar teses controversas.
(D) são sobejamente conhecidos.

2. De acordo com o terceiro parágrafo, são muitos aqueles que acreditam que
(A) os problemas do ensino se resolvem com o recurso às tecnologias.
(B) o uso das tecnologias, em sala de aula, não soluciona problemas de aprendizagem.
(C) a tecnologia é uma forma de banir o recurso à memorização.
(D) o melhor é impedir os “miúdos” de usarem as novas tecnologias.

3. No penúltimo parágrafo, apresentam-se argumentos comprovativos de que


(A) o suporte em papel já não tem qualquer valor e vai desaparecer.
(B) os marcadores de memória são preferencialmente digitais.
(C) as novas tecnologias facilitam a memorização e a qualidade dos conhecimentos.
(D) os padrões de leitura dos que leem em papel são superiores.

4. O segmento “para se perceber os reais efeitos nas crianças em formação” (ll. 5-6)
corresponde a uma oração
(A) subordinada substantiva completiva.
(B) subordinada adjetiva relativa restritiva.
(C) subordinada adverbial final.
(D) coordenada copulativa.

5. O constituinte “a múltiplos estímulos audiovisuais de curta duração” (ll. 8-9) desempenha a


função sintática de
(A) complemento oblíquo.
(B) complemento direto.
(C) modificador.
(D) predicativo do sujeito.

6. O pronome relativo “que” (l. 15) tem como referente


(A) “dificuldade”.
(B) “os circuitos”.
(C) “os circuitos de leitura profunda”.
(D) “um cérebro digital”.

7. A palavra “impaciente” (l. 14), quanto ao processo de formação, é


(A) derivada por prefixação e sufixação.
(B) derivada por parassíntese.
(C) composta (radical + palavra).
(D) derivada por prefixação.

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TESTE DE AVALIAÇÃO – 10º ANO

8. Classifique a oração sublinhada em “Dizem alguns especialistas que um cérebro digital


tende a ser mais disperso e impaciente” (ll. 13-14).

9. Identifique a função sintática desempenhada pelo pronome pessoal “(l)os” em “Se não
podes vencê-los” (l. 20).

10. Indique o valor lógico do conector “Mas” (l. 22).

GRUPO III

Observe atentamente a imagem e produza uma apreciação crítica de 150 a 250 palavras onde
contemple os seguintes tópicos:
Introdução: descrição objetiva da imagem.
Desenvolvimento:
− intencionalidade da imagem;
− articulação com o texto apresentado no Grupo II.
Conclusão: opinião sobre a mensagem veiculada na imagem e o eventual fim dos livros em
papel.

Sem título, GunduzAgayev, s/d.

COTAÇÕES
GRUPO
I 1 2 3 4 5 100
20 20 20 20 20
II 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 50
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
III Item único 50
Total 200

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TESTE DE AVALIAÇÃO – 10º ANO

PROPOSTA DE CORREÇÃO

GRUPO I

PARTE A

1. Os intervenientes no diálogo são duas jovens, presumivelmente duas amigas. O tema do diálogo
relaciona-se com o muito tardar do amigo da primeira interlocutora.
2. A primeira interlocutora manifesta a sua grande preocupação pelo facto de o amigo muito tardar; diz
admirar-se por este conseguir viver tanto tempo sem a ver, pondo mesmo a hipótese de ter morrido.
Tal facto poderá levá-la também à morte.
3. A segunda interlocutora, face ao primeiro desabafo da sua “amiga”, tenta acalmá-la, dizendo-lhe que
o amigo a ama profundamente e que se não vem a culpa não será dele. Depois de a primeira donzela
levantar a possibilidade de o amigo ter morrido, a segunda diz-lhe que deve deixar-se desses
presságios infundados e que deve confiar no amigo e no seu amor que, como garante, é o mais leal
que alguma vez conheceu.
4. Ao mesmo tempo que a amiga tem o papel de confidente, procura servir de ombro amigo de forma a
tranquilizar a donzela que sofre com a demora/ausência do amigo, tentando incutir-lhe alguma
racionalidade e confiança.

PARTE B

5. A poesia trovadoresca, sendo das primeiras manifestações literárias, cumpre um papel


determinante na literatura e as cantigas de amigo são o subgénero que melhor retrata a vida dos
povos peninsulares nos primórdios da nacionalidade.
Efetivamente, a especificidade das cantigas de amigo resulta, em primeiro lugar, do facto de o
trovador assumir uma identidade feminina e de projetar-se no seu interior para dar conta das suas
preocupações, geralmente provocadas pela ausência do amigo. Além disso, o cenário escolhido é
predominantemente rural, simples e mais próximo das figuras que assumem protagonismo, opondo-se,
por isso, ao ambiente palaciano e característico das cantigas de amor. Formalmente, apresentam
paralelismo e refrão, o que as aproxima de uma vertente mais popular, conferindo unidade
semântica e rítmica ao texto.
Em conclusão, pode confirmar-se a importância das cantigas de amigo no panorama literário
peninsular dado que estas são autóctones e, como tal, permitem aceder a uma realidade mais
autêntica, com hábitos e costumes que se aproximam daquilo que se conhece da sociedade
medieval da época.

GRUPO II

1. – B; 2. – A; 3. – D; 4. – C; 5. – A; 6. – C; 7. D
8. Oração subordinada substantiva completiva.
9. Complemento direto.
10. Valor de oposição/adversativo.

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TESTE DE AVALIAÇÃO – 10º ANO

GRUPO III

Proposta de texto

A imagem apresentada mostra-nos diferentes indivíduos, de idades diferenciadas, mas com trajes
semelhantes, sendo que alguns ostentam aparelhos tecnológicos para fotografar um livro, algo que
parece ter caído de outro planeta, devido ao ar estranho e à perplexidade que todos parecem revelar.
Com efeito, o aglomerado de pessoas em torno do livro caído, no qual alguém tenta tocar de longe e
com um pau, permite-nos concluir que o livro é algo que está em vias de extinção, causando estranheza
numa sociedade voltada para as novas tecnologias e desconhecendo já a função do livro no nosso
mundo. Sendo assim, a imagem cumpre a função de nos projetar para um futuro próximo, aquele em
que o suporte papel estará totalmente extinto. E a cumprirem-se os desígnios desta era, em breve o
livro não será mais que um objeto extraterrestre cuja função o ser humano desconhece.
Se compararmos a mensagem do texto do Grupo II com o conteúdo da imagem, percebe-se que a
tecnologia se está a apoderar da nossa sociedade e o livro desaparecerá, a menos que mais estudos
venham mostrar a vantagem do suporte papel na aprendizagem.
Em suma, penso que a imagem é extremamente sugestiva e poderia mesmo servir de suporte ou de
complemento ao texto de Mafalda Anjos, obrigando-nos, ambos, a pensar e a avaliar as
vantagens/desvantagens decorrentes da supremacia das novas tecnologias na atualidade. Pelo exposto,
concordo plenamente com a opinião do cartoonista e da jornalista.
[238 palavras]

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