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Mestrado em Estudos Medievais: Economia e Sociedade

Vitor Manuel Inácio Pinto (up201003256), 12-05-2014

= Ordens Militares nas Crónicas: Condestável de Portugal e Infante Santo =


- Como o historiador deve encarar as crónicas.
Antes de abordar o tema proposto, é forçoso traçar em breves linhas o conceito de
crónica ou crónicas. As crónicas vêm do grego Cronos, significando por isso, tempo
cronológico; logo, trata-se de um relato sequencial pelo tempo e, logicamente, que faça
sentido. Em suma, são narrativas com “salpicos” de literatura.
Devemos ter em conta que as crónicas são uma fonte especialmente enganadora -
visto serem extremamente sedutoras. Quero dizer com isto que, as narrativas históricas -
fontes que visam contar histórias – seriam elaboradas por gente que normalmente
escreviam bem e, nas suas escritas, atribuíam um enorme ênfase aos detalhes de um dado
acontecimento - parece que viveram in loco, embora saibamos que nunca lá estiveram.
Saliento que, a crónica histórica é antinatural; porque, por vezes não sabemos o
historial do autor - que preparação cultural tinha, que ligação pessoal tem à família do rei,
quando é que começou a trabalhar para a coroa, quem o contratou, qual era o seu caderno
de encargos e o que é que lhe disseram o que tinha de fazer. A título de exemplo, no caso
do cronista Fernão Lopes, este foi encarregue por D. Duarte - obra encomendada -, para
compor a Crónica Geral do Reino, que retrata as grandes proezas dos reis de Portugal;
com que objectivo? Para que não se esqueçam dos feitos gloriosos da História de Portugal
e, que sirva de exemplo às gerações vindouras. Destaca-se também, a obra encomendada
dos feitos notáveis de D. João I, com o mesmo propósito.
Os primeiros cronistas portugueses eram guardas-mor da torre do tombo, pelo que,
acumulavam as duas tarefas, usufruindo assim desta valia; porque em benefício das suas
obras, o acesso à documentação seria mais fácil, sendo por isso um ponto a favor dos
primeiros cronistas portugueses.
Finalmente, e no que toca a nós historiadores, devemos encarar as crónicas como
fonte histórica com as devidas cautelas; portanto, o nosso sentido de erudição deverá,
numa primeira análise, estudar a história do documento, pelo simples facto de o mesmo
ter sido indevidamente retocado. Quando lidamos com documentos que não sejam
originais, fica sempre a suspeita que houve acrescentos, interpolações, emendas e
censuras; em alguns casos existem mesmo incongruências na documentação.

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- Crónica do Condestável de Portugal, D. Nuno Alvares Pereira.


Voltaire (1694-1778) sublinhou que “o estudo da metafísica consiste em procurar,
num quarto escuro, um gato preto que não está lá”. Neste contexto, a metafisica na sua
forma clássica, ao tentar descrever ou mesmo encontrar fundamentos numa determinada
circunstância, torna-se por isso, muito difícil, para não dizer impossível. E assim se passa
com o tema que me foi proposto. Se me é permitido, começo por ordem cronológica;
assim sendo, iniciarei pelo Condestável D. Nunes Alvares Pereira (1360-1431) e, passarei
de imediato para o Infante D. Fernando (1402-1443), também denominado como Infante
Santo.
Após leitura e análise da Crónica do Condestável1 – que continua uma incógnita
o seu autor –, mas respeitando o tema proposto e que se insere num quadro de ordens
militares, começaria do geral para o particular. A Crónica dá-nos a conhecer no seu 1º
capítulo a filiação do Condestável; sendo por isso, neto de D. Gonçalo Pereira (1280-
1348), que chegou a ser arcebispo de Braga e filho de um Prior da Ordem do Hospital de
nome D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira (?-1379) e de D. Iria Gonçalves do Carvalhal
(1340-?). Portanto, o Condestável pertencia a uma família da mais alta linhagem e mais
carismática do século XIV em Portugal, os “Pereiras”. Ao abordar o pai do Condestável
- D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira -, vem à ideia a forte influência que teve na vida de
Nuno Alvares Pereira. Esta personalidade atravessou três reinados, D. Afonso IV, D.
Pedro I e D. Fernando, sendo neste ultimo que mais se iria destacar. Com 18 anos já era
Prior da Ordem do Hospital, e no ano de 1340 participou activamente na Batalha do
Salado, onde ficou reconhecido não só pela sua bravura em combate como também no
plano da diplomacia e na política. O apoio incontestável, bem como a sua actividade nas
iniciativas militares que deu a D. Fernando, (provavelmente?) direcionou o seu casamento
com a D. Leonor Teles de Meneses, para o Mosteiro de Leça do Balio no ano de 1372
(pertencente à Ordem do Hospital); como forma de reconhecimento e apreço a essa ordem
militar (e não só, mas também!), que tanta importância teve na conjuntura político-militar
do monarca.
Esta pequena informação serve de elo de ligação para a vida do Condestável. Ao
percorrer as entradas sobre ordens militares na Crónica do Condestável, faz-me remeter
para a frase de Voltaire; portanto, encontrar um gato preto num quarto escuro e, sabendo

1
Anónimo, Subsídios para o estudo da História da Literatura Portuguesa, Edição com revisão, prefácio e
notas de Mendes dos Remédios – Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira.
Coimbra: F. França Amado – Editor, 1911.

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que ele não existe, poderá tornar-se frustrante. E foi o que aconteceu! As informações
recolhidas sobre ordens militares foram de certo modo escassas; contudo, deu-nos a
conhecer que o Condestável nunca foi Prior do Crato, nem tão-pouco integrado na Ordem
do Hospital, – como tal como era denominada e mais conhecida entre nós – nem mesmo
como simples Cavaleiro; conquanto tenha nascido e crescido no seio desta Ordem,
sobretudo, na casa de seu pai, em Flor da Rosa, onde terá vivido pelo menos até aos 13
anos, tendo aí aprendido as artes militares e ganho o gosto pela leitura, sobretudo pelos
livros de Cavalaria. Com essa idade o Condestável torna-se escudeiro da rainha D.
Leonor, por uma informação interpretativa de grande valia para a defesa do reino; ao
avaliar que o poderio militar de Henrique II de Castela quando caminhava sobre Lisboa
(Segunda Guerra Fernandina, Janeiro de 1373), iam “mal acaudellada: e que pouca gente
com bom capitão bem acaudellada os poderia desbaratar”2. Esta simples e importante
informação catapultou-o para a ribalta do mundo militar português.
Tal como já referi, o Condestável nunca pertenceu a nenhuma Ordem Militar;
contudo, esteve sempre acompanhado por várias Ordens Militares, especialmente duas.
Uma delas por laços de parentesco, outra por razões sentimentais: Ordem do Hospital e
Ordem de Avis. Quanto à primeira, o factor convergente verifica-se pelo facto de o seu
pai ter sido Prior dessa Ordem assim como o seu irmão, numa segunda fase apoiou de
uma forma incondicional o Mestre da Ordem de Avis – futuro rei D. João I. Se por um
lado temos esta afinidade parental e sentimental, por outro, temos um inimigo de
estimação: o Mestre da Ordem de Santiago de Castela, D. Fernando Ançores e seu filho
D. João Ançores.
Em jeito de conclusão podemos observar através do que nos informa a Crónica do
Condestável que, as Ordens Militares sempre estiveram presentes na vida de Nuno
Álvares Pereira, embora nunca fizesse parte de nenhuma, contou sempre com ajuda
dessas ordens; durante o reinado de D. Fernando (guerras Fernandinas) até quase ao final
do reinado de D. João I (especialmente na crise de 1383-85 e a conquista de Ceuta). Por
fim no ano de 1422, o Condestável entra para o Mosteiro de Santa Maria do Carmo em
Lisboa que ele próprio tinha fundado pelo ano de 1389; que não sendo uma ordem militar,
mas sim apenas religiosa e, que era ocupado pelos frades carmelitas de Moura a mando
do mesmo em 1392. Morre em 1431 aos 70 anos nesse Mosteiro, onde é reconhecido pelo

2
Anónimo, Subsídios para o estudo da História da Literatura Portuguesa, Edição com revisão, prefácio e
notas de Mendes dos Remédios – Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira. …
p. 5.

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rei D. João I e o Infante D. Duarte que lhe mandaram fazer exéquias tão honradas que
nem em Castela fizeram a outra pessoa do estado.

- Crónica dos feitos, vida e morte do Infante Santo.


Ao que parece, a frase de Voltaire paira como uma nuvem negra nesta Crónica do
Infante Santo3, tal como sucedeu no estudo anterior. Mas no diz respeito à autoria da
referida Crónica, aqui já se faz luz; portanto, o autor do Trautado da Vida e Feitos do
Muito Vertuoso Sor Iffante D. Fernando teve o punho de Frei João Álvares (1406?-
1490?). Tendo entrado com apenas 10 anos para a esfera da vida do Infante D. Fernando,
ocupou vários cargos, desde moço de câmara, secretário particular e tabelião do Paço.
Este acompanha o Infante no cerco de Tanger no ano de 1437 e, por lá fica como refém
durante onze anos, até ser libertado em 1448 por intercessão do Infante D. Pedro. Frei
João Álvares foi de facto a pessoa que acompanhou – durante 25 anos – o Infante D.
Fernando em vida e na morte. Por esse facto, julgamos nós, o Infante D. Henrique o
incumbiu de compor a Crónica dos feitos do irmão. A encomenda, por volta de 1460
estava concluída! Estava também concluída a glorificação da memória do Infante D.
Fernando. Um breve apontamento relativo a Ordens Militares: é que, Frei João Álvares
ingressou na Ordem de Avis por volta de 1451 e, nada mais se sabe sobre este assunto;
tomou posse do lugar de abade comendatário do mosteiro de Paço de Sousa (Beneditinos)
em 1461, portanto, uma Ordem Religiosa onde terá permanecido até à sua morte em 1490.
Analisemos sem demoras o que a Crónica do Infante Santo nos informa sobre a
temática “Ordens Militares”, ou mesmo, que importância essas Ordens tiveram na vida
dos intervenientes em evidencia nessa Crónica. Mais uma vez, deparo-me com
escassíssima informação deste conteúdo na Crónica em questão; contudo, existe aqui ou
ali umas pequenas referências a uma ou outra Ordem Militar. Analisemos! A Crónica
apela vivamente à luta contra os infiéis, pela morte infligida ao Infante D. Fernando; e
essa mistura sentimental entre o guerreiro e o cristão assenta que nem uma luva às
características das Ordens Militares, mas que subtrai um valor significativo no contexto
histórico e mesmo historiográfico.
O Infante D. Fernando era o irmão mais novo da denominada ínclita geração, onde
nasce em Santarém em 1402. Ao que parece e, segundo nos informa a Crónica terá sido

3
João Álvares, Obras, Edição crítica com introdução e notas de Adelino de Almeida Calado, vol. 1:
Trautado da Vida e Feitos do muito Vertuoso Sor Iffante D. Fernando. Coimbra: 1960.

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por pouco que o Infante não nascia, devido a problemas de saúde da mãe no período do
parto; tendo mesmo o rei o xarope na mão, para que a rainha pudesse abortar e salvar-se
de tal agonia por que estava a passar; mas Deus encarregou-se de levar a bom porto esta
dificuldade. Durante a sua curta vida, a Crónica informa-nos que o Infante sempre foi
uma pessoa melancólica, extremamente devota e doente. Essa melancolia ao que parece
fazia parte de dois aspectos; primeiro: nunca tivera a oportunidade de mostrar o seu valor
numa batalha, ao contrário dos irmãos – excepto D. João por ser ainda muito jovem – que
já tinham no seu currículo a conquista de Ceuta em 1415; segundo: uma certa indiferença
ou mesmo desigualdade que se nota por parte dos pais e depois, por parte do irmão mais
velho D. Duarte. Desigualdade essa que recai sobre finanças; ou seja, não tinha dinheiro
para pagar aos seus criados, enfim… era pobre patrimonialmente para um filho de um rei.
D. Duarte em 1434 atribui-lhe a administração da Ordem de Avis, tal como podemos
verificar através da Crónica: “(…) este infante seu filho [de D. João I] não tinha outra
terra senão a villa de Salvaterra de Magos de jure e herdade, e Atouguia da Balea em
sua vida e tinha delRey de seu assentamento cada anno boa renda. E em começando de
Reinar o serenissimo e virtuoso Rey dom Duarte primeiro deste nome e irmão do santo
Infante, se finou o mestre da cavalaria do mestrado da ordem de Avis [D João Rodrigues
Sequeira]. E deu lhe elRey a governança deste mestrado.”4. E assim, as principais Ordens
Militares ficaram a ser administradas por infantes da dinastia de Avis, a saber: Infante D.
Fernando ficou com a Ordem de Avis, Infante D. Henrique, com a Ordem de Cristo e o
Infante D. João com a Ordem de Santiago. Salienta-se a título de curiosidade que por esta
altura o Prior da Ordem do Hospital (Prior do Crato) era o D. Frei Nuno de Gois.
Contudo, sendo o Infante D. Fernando o administrador da Ordem de Avis, não era
sinónimo de riqueza; faltava-lhe algo. Queria, quiçá, provar aos irmãos – já que vivia na
sombra deles e do pai –, que poderia participar ou mesmo comandar numa campanha
militar, para obter legitmamente uma recompensa para melhorar a sua situação financeira.
Mas isto, provavelmente era o que lhe passava na alma, pensamos nós. Portugal era
demasiado pequeno para ele; ou, ele não se esforçou o suficiente para tornar o seu país
como um lar perfeito; entenda-se “perfeito” como economicamente rentável para a casa
dele. Intimidou o seu irmão e rei, dizendo-lhe que abandonaria o país, por falta de
dinheiro; a Crónica dá-nos conta disso: “E como elle não tinha que dar aos seus tudo o
que aviam mester, nem com que os agasalhar: cuidou deixar tudo isto, e de se ir viver ao

4
João Álvares, Obras, Edição crítica com introdução e notas de Adelino de Almeida Calado, vol. 1:
Trautado da Vida e Feitos do muito Vertuoso Sor Iffante D. Fernando. Coimbra: 1960. Cap. 9, p. 141.

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Reino de Inglaterra, tendo que segundo o grande parentesco que com elRey de Inglaterra
tinha o receberia de boamente (…) ”5. O que se faz para se obter fama e dinheiro! Mas
quis o destino traçar outros planos, ou melhor, D. Duarte não permitiu, que saísse de
Portugal. Após diálogos, reuniões, chantagens e questionários à mistura, D. Duarte lá
começou a empreitada de Tanger. E o Infante D. Fernando, por fim, sempre conseguiu o
que queria: mais terras em solo português; atentamos a esta passagem na Crónica: “(…)
[Informa o Infante D. Fernando] Todauia socorrome a V.A. a que peço tome essa pouca
terra que de vos tenho, e minha baixella e meus adereços (…) [ao que o Rei D. Duarte
lhe responde] (…) Mas prazerá a Deos que vos tornará muito cedo a estes Reinos, e
vereis quantas merces, e acrescamentos recebereis de mi.”6. Palavras para quê! O Infante
tinha acabado de assegurar o seu futuro patrimonial, mas, não chegou a tempo de o
usufruir.

Como breve conclusão à análise das obras supra citadas e colocando em evidência
as Ordens Militares, notei um certo vazio na sua abordagem, quer a nível quantitativo,
quer qualitativo. Se por um lado, não obtive uma descrição com rigor de elementos
quantitativos pela qual uma Ordem é composta, assim como o seu funcionamento do
ponto de vista institucional: património, gestão ou mesmo sociabilização; por outro lado,
a parca informação que obtive nas Crónicas não gerou “sumo” suficiente ao ponto de
entender toda a rede organizativa de uma Ordem Militar. Mas tenho a consciência, que
foram organizações extremamente importante no âmbito do desenvolvimento,
crescimento, organização e defesa nacional. Não obstante, nas tabuas7 abaixo
mencionadas, decidi colocar os assuntos mais relevantes no que concerne à actividade
relacionada com elementos das diversas Ordens Militares.

5
João Álvares, Obras, Edição crítica com introdução e notas de Adelino de Almeida Calado, vol. 1:
Trautado da Vida e Feitos do muito Vertuoso Sor Iffante D. Fernando. Coimbra: 1960. Cap. 9, p.142.
6
João Álvares, Obras, Edição crítica com introdução e notas de Adelino de Almeida Calado, vol. 1:
Trautado da Vida e Feitos do muito Vertuoso Sor Iffante D. Fernando. Coimbra: 1960. Cap. 10, p.145.
7
Estas entradas recolhidas e patentes nas crónicas, serão pois, o “sumo” mais relevante, onde podemos
obter a respectiva natureza sociológica do desenrolar de um ou vários elementos que compõem a espinha
dorsal de uma Ordem Militar; portanto, a sua boa interpretação será primordial para a compreensão de
factos que retratam o individuo e a nossa História de Portugal. A não colocação de outras entradas
mencionadas nas crónicas prende-se, sobretudo, pela irrelevância que a mesma assim nos confere.

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Tabua com referências a Ordens Militares


Crónica do Condestável de Portugal
Ano Titulo Cap. Assunto Ref. Ordens Militares Natureza Fonte
1373 De como dõ Nuno Alvrez foy criado em casa Portugal em guerra com Castela. (…)Este rey dom Anrrique de Castella se trabalhou a vijr: e de Militar Chronica do
de seu padre: e como em hydade de treze O Rei D. Henrique de Castela feyto veo com seu poderio a çidade de Lixbõa. E a esta sazom Condestabre
ãnos per seu padre foy dado a elRey dom invade Portugal em direcção a estaua elRey dom Fernando em Santarem, e com ele o prioll dom de Portugal,
Fernando por morador em sua casa. Lisboa. Aluaro Gõçlaues Pereyra com certos caualleyros da sua ordem Capitulo II,
e doutros.(…) p.4
1373 De como dõ Nuno Alvrez foy criado em casa Após Nuno Alvares Pereira ter (…) Logo se trabalhou de mandar buscar arnês cõuinhauel pera Social Chronica do
de seu padre: e como em hydade de treze sido nomeado como escudeiro da dom Nunalurez: qual lhe compria. E porque elle era pequeno de Condestabre
ãnos per seu padre foy dado a elRey dom Rainha D. Leonor, a mesma hydade de treze anos como já encima faz mençam: nam lhe de Portugal,
Fernando por morador em sua casa. pediu um arnês ao Mestre de podiam achar arnês tam pequeno. E entom disseram a rreynha Capitulo II,
Avis. de como Mestre dAuis, que entom era jrmaão delRey dom p.5
Fernando, tinha huu arnês q ouuera em sendo assy moço
pequeno.(…)
s/d De como andando assy dõ Nunalurez por Prior do Crato manda chamar E sabendo o priol padre de dõ Nunalurez parte de como a dona Social Chronica do
morador em casa delRey: pelo prioll seu Nuno Alvares Pereira a informar esatua viuua. E sendo enformado da sua grãde bondade e Condestabre
padre lhe foy tratado cassameto e per que que está prestes a casar. rriqueza: mãdoulhe cometer cassameto com dõ Nunalurez seu de Portugal,
guisa e com quem. filho: per huu caualeyro de sua orde seu criado: a que chamauã Capitulo III,
Johã Fernãdez, que era comendador de Froll de Rossa e de sam p.7
Braz de Lixbõa. (…)

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Ano Titulo Cap. Assunto Ref. Ordens Militares Natureza Fonte
1379 Ora leixa a estória de falar de Nunalurez que Falecimento do Prior do Crato, (…)E foramlhe feitas suas exéquias solenes e muyto hõrradas. E Social Chronica do
esta a seu prazer em sua casa em sua molher pai de Nuno Alvares Pereira. dÁmeeyra foy leuado horradamente a Froll de Rrossa: e hy lhe Condestabre
e filha que lhe já Deos dera. E torna ao prioll forõ outro sy feytas outras exéquias. E foy sepultado no dito lugar de Portugal,
seu padre: de como e per que guisa prougue de Froll de Rrossa muy fermoso q ele fez na orde: detro da ygreja Capitulo VI,
a deos de acabar seus dias: e se partir deste de sctã Maria q elle no lugar fez e hu muy fermoso ebem obrado p.14
mudo. muymeto.(…)
1379 Como depois da morte do priol dõ frey Nomeação de Pedro Alvares (…) Passado assy per morte dom frey Aluaro Gonçalues Pereyra Social Chronica do
Aluaro Gonçaluez foy priol dõ Pedro Aluerz para Prior do Crato; irmão de como já encima dito he: logo dõ Pedroalurez seu filho jrmão do Condestabre
seu filho e das cousas que se seguyrom. Nuno Alvares Pereira. sito Nunalurez foy feit priol e posto em posse do priollado: e esto de Portugal,
per aazo delRey dõ Fernãdo que amaua muyto seu padre e quis Capitulo VII,
que o fosse.(…) p.14-15
s/d Como depois da morte do priol dõ frey Fortificação militar nas linhas de (…) E auendo elRey dõ Fernãdo sintimeto do mal que asy o Militar Chronica do
Aluaro Gonçaluez foy priol dõ Pedro Aluerz fronteira entre o Tejo e o mestre em sua terra fazia. Mandou poer suas frõtarias na Condestabre
seu filho e das cousas que se seguyrom. Guadiana, pelas constantes comarca dAntretejo e Odiana em esta guisa.O Mestre dAuys filho de Portugal,
investidas de D. Fernando delRey dõ Pedro e jrmão delRey dom Fernãdo: em Elvas e Capitulo VII,
Ançores Mestre de Santiago. Arronches e Capo Mayor. E em Oliuença o conde dom Aluaro p.15
Pyrez. E em Portalegre o prioll dom Pedro Alurez jrmaão de
nunalurez. E em Beja o mestre de Santiago dom Esteuã
Gonçalues. E assy nos outr’lugares das comarcas honde compria
por guarda da terra.(…)

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Ano Titulo Cap. Assunto Ref. Ordens Militares Natureza Fonte
s/d De como elRey mandou a dõ Pedro Alurez Pedido de auxílio ao Prior da (…)E jazedo a frota de Castella dante Lixboa grãde e de muyta Militar Chronica do
prioll do esprital esteuesse por frõteyro em Ordem do Hospital, para gete. Elrey dõ Fernãdo mãdou a dõ Pedalurez prioll do esprital Condestabre
Lixboõa: e cõ elle seus jrmãs: e outros defender a zona fronteiriça de q esteuesse hy por frõteiro e seus jrmaãos cõ elle e outros de Portugal,
cavaleiros jazedo hy a frota de Castella. Lisboa, devido à frota castelhana caualleiros.(…) Capitulo XII,
que se encontrava junto da p.27
mesma cidade.
1383 De como se o prioll partijo de Ponteual pera Informação dada por Nuno (…) E em este meeo chegarom nouas a Santarem: de como o Social Chronica do
Santarem: e Nunalurez cõ elle: e do que a Alvares Pereira ao seu irmão meestre [D. João Mestre de Avis] matara o conde Johã Condestabre
Nunalurez aveo com huu alfageme em Prior do Crato, sobre a morte de Fernãdez: e q tambe eram mortos o bispo de Lixboõa e o prioll de Portugal,
Santarem. João Fernandes Andeiro; e a de Guimaaraães, q era por parte da raynha. E tanto que Capitulo
respectiva indiferença por parte Nunalurez estas nouas ouuyo fosse logo ao priol se jrmaão a lhes XVII, p.44
do Prior. contar e dizer.(…) E o priol nõ curou de quãto sobre esto lhe
dezia dizendo-lhe que nõ tinha sisso o que tal cousa cuydaua que
auia de hijr adiante como elle dizia. E vendo Nunalurez como a
resposta q no priol seu irmão achaua era mujto fria ao seu
desejo(…)
1383 De como sabedo o priol as nouas da morte do O Prior do Crato ao saber da (…)Tanto q o prioll foy certo da morte do Cõde Johã Fernãdez Social e Chronica do
Conde Joham Fernandez se partyo logo de morte do Conde Andeiro, saiu da partiuse logo de Santarem hõde estaua caminho da Golagaã Militar Condestabre
Santarem caminho da Golegaa pera sua Santarém para a Golegã. Pois era pera sua terraa. E Nunalurez e Diegalurez seus jrmaãs o leixarõ: de Portugal,
terra. E de como Nunalurez e Diedalurez a favor da causa Castelhana. e encaminharõ pera Lixboa honde o mestre estava segundo Capitulo
seus jrmaãs o leixarom e se foram caminho Diogo Alvares Pereira, irmão de dantes tijnhã acordado. E chegado a Ponteuall Diegalurez se XVIII, p.45
de Lixboa para o mestre. Nuno Alvares também acabou arephendeo do caminho que leuaua: e por leixar seu jrmaão o
por seguir o caminho do Prior. prioll que leixara.(…)

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Crónica do Condestável de Portugal


Ano Titulo Cap. Assunto Ref. Ordens Militares Natureza Fonte
1385 Como elRey e Abrãtes teue seu cõselho e feito Antes da batalha de Aljubarrota, (…)E apartaronse com elle: e lhe dirrerom q elRey de Castella Social e Chronica do
da batalha q auiã de poer a elRey de Castella. há uma tentativa de dissuadir lhe enuiava dizer q por seer tam boõ como era. E de sy pollo de Militar Condestabre
Nuno Alvares Pereira, a passar seu jrmaão o Meestre daquellatraua que elle muyto amaua e de Portugal,
para o lado dos Castelhanos, tal preçaua: que lhe pesaua muyto seer ally com aquellas gentes: em Capitulo LI,
como já acontecera com os seus que bem vya que nom auia deffensom. E q porem lhe roguaua q p.122
irmãos: o Prior do Crato e Diogo lhe prouguese tirarse de tal prijgo, e que se passasse pera elle
Álvares Pereira. que o podia bem fazer, e q ele o acrecentaria e lhe faria mjtas
merçes de que elle fosse bem cõtente.(…)
s/d Como o Meestre de Santiago: e os senhores Pelo facto de Nuno Alvares (…) Senhor Condeestabre! O Mestre de Santiago dom Pedro Militar Chronica do
que com elle eram mandarom desafiar ho Pereira ser um exímio defensor Moniz meu senhor ouuindo dizer como vós soes em sua terra e Condestabre
Condestabre: e da reposta q a ello deu. do reino, foi confrontado com lhe fazees muyto mal e strago nella, vos manda desafiar e vos de Portugal,
vários duelos. enuia esta vara..(…) E foy morto o Meestre de Santiago e outros Capitulo LIV,
grandes caualleyros: e muita gente da parte de Castella.(…) p.131-138
s/d Como estando elRey em Lixboõa: e o Pelo facto do Prior do Crato estar (…)E a elRey foy dito como o priol se fora pera Castella. E como Social Chronica do
Cõdestabre em Almadaa: o prioll dom na cadeia, Nuno Alvares Pereira esto soube logo pos em võtade dar o priorado a Fernã dAlurez q Condestabre
Aluaro Gonçalvez Camello se foy pera pede a D. João I que o Prior da era huu boõ caualleiro e tinha carrego de seus filhos: nõ de Portugal,
Castella. E como e porque razom elRey ho fez Ordem do Hospital seja embargado que o já teuesse outorgado ao Condestabre pera Capitulo
saber ao Condestabre. Lourenço Esteves de Goyos Loureçe Estez de Goyos. E qrendo logo poer sua vontade e obra LXXIII, p.192
comendador de Sancta Vera. mãdou logo Gõçallo Lourenço seu escripuã da puridade ao
Mas, o ainda Prior do Crato foge Condestabre que estaua em Almada cõ seu recado: pollo qual
da cadeia para Castela e, tudo lhe enuiou dizer q o prioll se fora pera Castella: e que sua
muda. merçcee era dar o priorado a Fernã dAlurez seu criado.(…)

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Crónica do Infante D. Fernando


Ano Titulo Cap. Assunto Ref. Ordens Militares Natureza Fonte
1434 De como ao Iffante foy dado por elRey dom Com a subida ao trono do Mestre (…)E em começado de Reinar o serenissimo & virtuoso Rey dom Política e Trautado da
Duarte seu irmão, o mestrado da ordem de de Avis, a ordem iniciou o seu Duarte primeiro deste nome & irmão do sancto Iffante, se finou Social Vida e Feitos
Avis. E como elRey determinou passar alem processo de anexação à Coroa, o mestre da caualaria do mestrado da ordem de Auis. E deu elRey do muito
sobre a cidade de Tanger que era de mouros. designando o monarca o a gouernamça deste mestrado. O qual o recebeu contra sua Vertuoso Sor
administrador da mesma. Neste vontade, por sere bees de igreja. Todauia ouuelhe elRey Iffante D.
caso foi, seguindo a linha de dispensação do Papa, que a podesse ter seculat, assi como tinhão Fernando,
orientação do pai, D. Duarte seus irmãos o Iffante dõ Anrrique o mestrado de Christus: & o Capitulo 9,
administra o mestrado de Avis Iffante dom João o mestrado de Santiago. E ainda foy necessário p.141
ao seu irmão o Infante D. de o aceitar, considerando quanto carrego de despesas era o
Fernando. delRey na sustentação do estado de tãtos irmãos & tam grandes
senhores.(…)

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