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COMO PROJETAR UM MASTERPLAN: A METODOLOGIA DE BJARKE INGELS informação (43)
C O M O PRO J E TA R U M M AST ERPL AN: A M E TO DO LO GI A DE BJA RKE I NGEL S
lugares (11)
Em um mundo cada vez mais urbanizado e com os grandes centros urbanos mais consolidados, é difícil cidades
novas surgirem do nada. Isso acontece em função de diversos fatores, desde o monstruoso investimento
partido arquitetônico (22)
necessário para executar tal obra até a burocracia e interesse político que estão por trás de uma empreitada desta
magnitude. pesquisa e referências (26)
produtividade (12)
Um dos maiores sonhos de qualquer pintor é ter uma tela em branco a disposição para pintar como quiser. Para os
arquitetos e urbanistas, sonho semelhante é ter um terreno livre de interferências – como aqueles terrenos que projeto (56)
montávamos no Sim City – onde simplesmente poderíamos propor o que quiséssemos.
recursos (5)
Entretanto, assim como pintores podem identi car milhares de quadros pintados pela metade, ou de maneira sistemas estruturais (6)
errada / estranha, o mesmo ocorre com cidades – principalmente as brasileiras: existem muitos problemas urbanos
que necessitam imediatamente das habilidades e conhecimentos de arquitetos e urbanistas. O problema mais terreno (7)
comum para um pintor é a pintura feita de maneira errada. No caso do arquiteto, é a cidade com problemas
uncategorized (6)
resultantes, ou que resultaram, do mal planejamento.
utilidades (6)
Além disso, dentro destes centros urbanos urbanos problemáticos – e ao arredor deles – existem vários espaços
vida de estudante (17)
em branco, esperando para que o arquiteto – com devido apoio do interesse público – faça sua intevenção e o
quali que.
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06/11/2018 Como projetar um masterplan: a metodologia de Bjarke Ingels - Como Projetar
Muitas escolas de arquitetura ao redor do mundo já estão desa ando seus alunos com temas que visam estimular
a elaboração de masterplans, e posterior desenvolvimento dos projetos contidos no mesmo.
Masterplan é uma palavra em inglês que pode ter muitos signi cados. Para os pro ssionais estritamente
urbanistas, pode representar o planejamento urbano de uma cidade considerando-a como um organismo vivo – que
se modi ca e se altera constantemente. Para os arquitetos, o termo pode fazer alusão ao planejamento de uma
cidade, ou parte dela, como fosse um grande projeto de arquitetura, menos mutável e exível.
Em seu livro Morte e vida das grandes cidades, Jane Jacobs já fazia esse alerta: planos urbanos como os das
cidades jardim de Ebenezer Howard, ou a Cité Radieuse, de Le Corbusier, tratavam o projeto da cidade como um
projeto de arquitetura. Logo, desenvolvimentos urbanos orgnânicos e espontâneos, que surgem naturalmente nas
cidades e possuem altíssimo valor cultural e grande dinamismo, eram “criminalizados” pelos ditos urbanistas.
Na elaboração de um masterplan, pode-se dizer que quanto mais complexa são as relações sociais e a integração
com o entorno, mais exível devem ser as próprias soluções dadas pelos pro ssionais que o projetam. Isso
signi ca que, no utópico ato de projetar uma cidade do nada, o arquiteto e urbanista deve levar em consideração
todas as transformações e adaptações imagináveis para a cidade. E isso pode ser uma tarefa complexa que requer
a participação de vários agentes.
Já para o desenvolvimento de um masterplan de uma área mais contida, o pro ssional tem mais informações
prévias para ajudar no seu trabalho. Logo, ca mais fácil prever como vai se dar o comportamento dos usuários
no espaço projetado, bem como entender quem serão estes usuários.
Como citado anteriormente, em cidades com o tecido urbano já consolidado, a função de um masterplan é resolver
problemas gerados pelos enclaves urbanos existentes ou pela necessidade EBOOK GRÁTISde CONTEÚDOS
da criação novas frentesRECURSOS
de
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SOBRE
expansão. Em ambos os casos, é necessário que os tecidos urbanos propostos quem devidamente integrados ao
contexto existente.
1. Síntese do programa;
Na cidade de Pittsburgh, por exemplo, os arquitetos dforam incumbidos de fazer o projeto para um grande enclave
urbano na região central da cidade. Trata-se de uma área que em um primeiro momento era ocupada por
moradores, sendo posteriormente destruída e substituída por uma arena esportiva. Essa operação representou a
remoção de 8000 habitantes e 400 empresas da região.
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Imagem: BIG – Na imagem acima, tanto a arena quanto as vias expressas já estão demolidas. O que restou é uma
grande área utilizada como estacionamento, que corresponde ao enclave urbano.
2. Síntese do espaço;
Nesta fase as características físicas e ambientais devem ser levantadas de maneira a permitir que seja feita uma
síntese de informações da realidade atual do local.
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Imagem: BIG – Observe que na imagem acima é possível ver o contexto do terreno, denominado Lower Hill, em
relação à cidade de Pittsburgh. São destacadas as principais vias de conexão. Fica evidente a descontinuidade
física entre a parte mais residencial, correspondente a Crawford Roberts, com a parte nanceira da cidade,
correspondente a Downtown.
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Imagem BIG – Outro problema identi cado pelos arquitetos no exemplo é o declive existente entre as extremidades
do terreno. Crawford Robert está elevada 44 metros acima da Downtown, o que representa uma declividade de 10%.
Se a conexão das ruas entre o tecido urbano do bairro e o tecido do centro fosse feita seguindo o desenho
ortogonal, as novas ruas teriam uma declividade de 14%. Esse valor não é nada amigável do ponto de vista de
acessibilidade.
A acessibilidade não deve somente ser entendida como a possibilidade de que cadeirantes ou portadores de
necessidades especiais circulem pelo local. Ela in uencia na percepção da cidade de praticamente todos os
cidadãos. Uma pessoa jovem e em plena forma e capacidade física também vai se sentir mais confortável
subindo ruas com menor inclinação. O ser humano, em geral, tende a fazer instintivamente o mais fácil, inclusive
na hora de escolher os caminhos a percorrer.
3. Referências;
Ideias, soluções técnicas e até mesmo aspectos formais de outros projetos podem ajudar no desenvolvimento de
uma proposta. A nal, por que ao invés de reinventar a roda, tentar aperfeiçoa-la?
No projeto do masterplan de Pittsburgh os arquitetos já sabiam que um dos grandes problemas com o terreno era
sua declividade. Portanto, foram atrás de referências que lidaram com o problema. Da mesma forma, sabiam quais
características urbanas eram bené cas para a cidade com base em referências de projeto e teoria, como a própria
obra de Jane Jacobs anteriormente citada.
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Imagem BIG
Segundo Jane Jacobs, as ruas são os principais elementos que de nem o caráter de uma cidade. Se os arquitetos
do BIG querem que seu masterplan seja interessante à população, devem começar pelo correto desenho delas.
Para Jacobs, uma boa rua deve ter espaços público e privados bem delimitados, facilitando o entendimento de
seus respectivos usos pelos pedestres. Da mesma forma, deve contar com edifícios que se abram para ela: nada de
fachadas cegas ou muros. Isso traz a escala humana ao ambiente, além de ajudar a aumentar a sensação de
segurança.
Além disso, Jacobs ainda fala que as ruas devem atrair as pessoas, sejam estas transeuntes, turistas ou apenas
moradores da própria região. E essa atração deve se dar 24 horas por dia.
Os arquitetos do BIG incorporaram nas ruas do masterplan de Pittsburgh ruas com declividade confortável para
caminhar em conjunto com áreas de lazer, estar, encontro e comércio. Essa variedade de usos, que será
evidenciada nos próximos itens, ajuda a dar vitalidade para a rua – e criar um caráter para a proposta como um
todo.
4. De nição de um conceito;
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Ao contrário do que o nome aparenta, o conceito é um termo simples e que pode de fato ajudar a resolução de
qualquer projeto. Como é observado na proposta do masterplan do BIG, apenas EBOOKuma
GRÁTIS CONTEÚDOS
conceitual principal,RECURSOS
de
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SOBRE
muita força teórica e grande facilidade de compreensão, ajudou no desenvolvimento do projeto.
Imagem: BIG – Através do diagrama acima percebe-se o quão simples um conceito pode ser. Nada de análises
complexas e que mais confundem do que esclarecem. A simples ideia de fazer com que os pedestres tivessem uma
experiência mais agradável ao caminhar nas ruas da área projetada já é por si só um conceito fortíssimo e bem
claro.
5. De nição de um partido;
Uma vez que o conceito é forte e pertinente, desenvolver uma proposta passa a ser algo bem mais fácil. Muita
gente acha que o fato de estabelecer um conceito limita demais as possibilidades de ideia. De certa forma,
acreditam que é quase como se a criatividade fosse restringida de tal maneira que o projetista se sente sufocado e
sem liberdade para criar.
Na realidade, entretanto, a de nição de um conceito ajuda você a se manter dentro de seus ideais e focado em
resolver um problema existente. Se não houvesse o estabelecimento deste conceito, grandes seriam as chances de
que a proposta nal não fosse capaz de resolver os problemas identi cados, à despeito de sua beleza, ou de que o
projetista se perdesse no mar de opções e possibilidades que a falta de alguma restrição causa.
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As restrições são, na verdade, liberdade. Quanto menos opções de escolhas se tem, mais fácil ca tomar uma
EBOOK
decisão. Deve-se atentar ao fato, entretanto, de que estas restrições devem estar deGRÁTIS CONTEÚDOS
acordo com RECURSOS
os problemas
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SOBRE
existentes e com o conceito do projeto.
A de nição de um conceito claro, simples e pertinente no item 4 permitiu ao escritório BIG o desenvolvimento
de uma proposta clara, simples, do ponto de vista organizacional, porém muito rica e complexa em termos de
experiência para seus futuros usuários.
Imagem: BIG – Observa-se como o conceito de que as ruas devem possuir uma declividade acessível passam a
formar o próprio desenho das vias do masterplan.
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Imagem: BIG – Já com o traçado das vias estabelecido, bem como o dos edifícios em cada uma das quadras, os
arquitetos passam a se preocupar em dar vitalidade às ruas e, por consequência, ao masterplan como um todo.
Primeiramente estabelecem uma ligação direta entre o bairro Crawford Robert com a Downtown através de um
parque linear. Este parque linear possui grande variedade de dimensões e caráter, o que é essencial para evitar a
monotonia e atrair as pessoas.
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Imagem: BIG – Em seguida, os arquitetos se preocupam em dar vida às ruas através da promoção de várias
usos em sua proposta. Primeiramente estabelecem uma rota de ruas comerciais que se estende para dentro da
área de intervenção, aproveitando o fato desta estar adjacente à Downtown, área majoritariamente comercial.
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Imagem: BIG – Na etapa seguinte, os arquitetos estabelecem mais áreas de convivência ao longo da proposta.
Junto a estas áreas de convivência, delimitam espaços para comércios. Todas estas estratégias convergem para o
conceito geral de quali car o espaço público e ruas.
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Imagem: BIG – Os arquitetos passam a de nir a proposta tridimensionalmente. O gabarito proposto faz com que a
parte central da área de intervenção tenha uma altura máxima baixa, remetendo à escala humana das pessoas. É
justamente na região central que está localizado o parque linear. Da mesma forma, quanto mais próximo da
Downtown, repleta de edifícios de grande altura, mais alto é o gabarito de altura máximo permitido. Desta forma, há
uma transição gradual entre o caráter mais verticalizado do bairro central com o caráter mais horizontalizado do
bairro residencial.
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Imagem: BIG – A diminuição do gabarito máximo junto à região mais interna do masterplan também faz com que a
visual de quem está em Crawford Robert para a Downtown seja expandida.
Após a de nição básica do traçado das vias, espaços públicos e espaços privados, o foco volta-se em desenvolver
soluções mais especí cas como o desenho das ruas, os edifícios propriamente ditos, paisagismo, dentre outras.
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Imagem: BIG – A imagem acima mostra o masterplan em um grau de desenvolvimento mais avançado. Aqui já se
pode ter uma noção de como vão ser as ruas, como vai ser o paisagismo, a conformação nal do edifícios, além de
como se espera que seja a utilização dos espaços por parte das pessoas.
Imagem: BIG – Os arquitetos detalharam características de cada tipologia dos edifícios. Da esquerda para a direita:
o primeiro tipo é comercial, e abre a possibilidade de que as pessoas explorem sua cobertura para atividades de
lazer ou de encontro; o segundo e o terceiro são de habitação, mas também é dada uma grande ênfase no convívio
social das pessoas através dos pátios e possibilidade da ocupação dos terraços; o último tipo tem caráter
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comercial e de serviços, sendo a tipologia mais parecida com a dos edifícios existentes na região da Downtown.
EBOOK
Embora não permita a utilização de seus terraços como nas tipologias anteriores, GRÁTIS segue escalonado
o desenho CONTEÚDOS RECURSOS
MANDE SUA DÚVIDA
SOBRE
para minimizar a sombra projetada no nível da rua.
7. A proposta nal:
Finalmente, chega-se a algo como o que pode ser observado na imagem abaixo. Embora neste projeto especí co
tenha sido o próprio escritório o responsável pela de nição dos esdifícios, isso nem sempre é necessário ou
possível. Basta que sejam estabelecidas normas de construção como gabaritos, altura máxima, taxas de ocupação
e permeabilidade, recúos, e assim por diante, para que o desenvolvimento possa ser feito por outros arquitetos.
O mesmo vale para o paisagismo das ruas e projeto dos espaços livres. Não é preciso que o mesmo arquiteto que
faz a proposta do masterplan também desenvolva todos os projetos contidos nele.
Isso contribui para o aumento da riqueza dos espaços gerados, maior variação de ambientes, menor monotonia,
além de permitir que possíveis falhas ou problemas do próprio masterplan sejam percebidos e solucionados por
outros pro ssionais.
Imagem: BIG.
C ONC LUSÃO
O projeto de um masterplan soa como algo difícil e complicado. Na realidade, embora complexo, seu
desenvolvimento pode ser simpli cado de maneira a facilitar não somente o desenvolvimento, como também o
entendimento da população e dos usuários. E a abordagem do BIG para Pittsburgh, como visto acima, comprova
isso.
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RAFAEL FISCHER
26 anos, Arquiteto, Mestrando em Construção Civil pela UFPR e viajante. Fundador do Como Projetar.
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