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Saúde infantil
MÓDULO 1
A doença exantemática é definida como doença infecciosa sistémica em que manifestações cutâneas
acompanham o quadro clínico, gerando dificuldade diagnóstica. Na faixa pediátrica, mais frequentemente devemos
considerar as situações descritas a seguir.
SARAMPO
O Sarampo é uma doença de origem vírica que ataca principalmente crianças até 10 anos; esporadicamente ocorrem
alguns casos em adultos.
1. Agente etiológico: vírus do sarampo, classificado como membro do gênero Morbilivírus da família dos
Paramixovírus. É um vírus RNA.
2. Sazonalidade: final do inverno e primavera.
3. Epidemiologia: o programa de imunização em crianças e adolescentes resultou em redução superior a
99% nessas faixas etárias. Os pacientes são contagiosos desde 1 a 2 dias após o início dos sintomas até 4
dias após o surgimento do exantema. Imunodeprimidos podem ser contagiosos durante todo o curso da
doença; pacientes com SSPE (panencefalite esclerosante subaguda) não são contagiosos.
4. Período de incubação: de 10 a 12 dias. Na SSPE, média de 10,8 anos.
5. Manifestações clínicas: febre baixa a moderada de 3 a 5 dias, tosse seca, coriza e conjuntivite; por volta
do 4º dia, aparecimento de manchas de Koplik (pontos branco-acinzentados, com aréolas avermelhadas
na altura dos molares inferiores), que desaparecem em torno de 12 a 18 horas. Por volta deste período e
ainda nas primeiras 24 horas, surge exantema maculopapular de face, pescoço, braços e parte superior de
tórax; após, dorso, abdome, membros superiores e coxas. Atinge os pés em torno do 2º a 3º dia. Observa-
se aumento de linfonodos mandibulares e região cervical posterior. Crianças pequenas frequentemente
apresentam complicações como otite média aguda (OMA), BCP, laringotraqueobronquite e diarréia. As
taxas de mortalidade são maiores em crianças menores de 5 anos e imunodeprimidos, nos quais, muitas
vezes, não há desenvolvimento de exantema. A SSPE é de diagnóstico pouco frequente, com incidência
de 1 por milhão; acomete mais crianças do sexo masculino, ocorrendo de 6 a 12 anos após sarampo (raro
após vacinação), com média de 10,8 anos.
6. Diagnóstico: detecção de IGM ou aumento de IGG em amostras de soro na fase aguda e de
convalescença.
Figura 1 - Sarampo
RUBÉOLA
A Rubéola é uma doença causada pelo vírus da rubéola e transmitida por via respiratória. É uma doença geralmente
benigna, mas que pode causar malformações no embrião em infecções de mulheres grávidas.
1. Agente etiológico: vírus da rubéola, classificado como um Rubivírus da família Togaviridae (vírus RNA).
2. Sazonalidade: final de inverno e início de primavera.
3. Epidemiologia: a importância epidemiológica está representada pela possibilidade de ocorrência de
rubéola durante a gravidez, resultando em abortos, morte do feto ou síndrome da rubéola congênita. A
rubéola pós-natal é transmitida pelo contato direto com o doente ou com gotículas de secreção
nasofaríngea; ocorre poucos dias antes a 7 dias após o início do exantema. Lactentes com rubéola
congênita podem disseminar o vírus em secreções nasofaríngeas e na urina por até 1 ano. Com o uso
rotineiro da vacina, houve diminuição em 99% dos casos entre crianças e adolescentes.
4. Período de incubação: de 14 a 21 dias.
5. Manifestações clínicas: caracteriza-se por exantema maculopapular eritematoso generalizado,
linfadenopatia (sobretudo suboccipital, cervical e pós-auricular) e febre baixa. Em crianças, raramente
ocorre poliartralgia ou poliartrite. A síndrome da rubéola congênita caracteriza-se por alterações
Figura 2 - Rubéola
ESCARLATINA
A escarlatina é uma doença infecciosa causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes),
que atinge principalmente as crianças, em sua maioria meninos, não sendo, no entanto uma doença perigosa atualmente,
pois a bactéria é sensível à penicilina, entre outros antibióticos
6. Diagnóstico: diagnóstico clínico associado a testes rápidos (especificidade > 90%); cultura de material
coletado por swab de tonsilas palatinas e faringe.
7. Tratamento: penicilina benzatina em dose única ou penicilina oral por 10 dias.
8. Precauções: precaução respiratória até 24 horas do início da terapêutica. Os contatos íntimos devem
receber penicilina benzatina ou penicilina oral por 10 dias.
Figura 3 e 4- Escarlatina
VARICELA
1. Agente etiológico: vírus varicela-zoster, membro da família Herpesvírus.
2. Sazonalidade: fim do inverno e início da primavera.
3. Epidemiologia: contato direto com pacientes infectados ou disseminação aérea do vírus. A contagiosidade
é maior 1 a 2 dias antes e logo após o início do exantema, podendo, no entanto, estender-se até a forma de
crostas.
4. Período de incubação: de 14 a 21 dias.
Figura 5 - Varicela