Projeto Zarzax

Ereshkigal
Ereshkigal, temida, amada e muitas vezes incompreendida, é a Deusa e Rainha do Mundo dos
Mortos sumério-babilônico. Como Rainha do Mundo Inferior, tem domínio sobre os ciclos da
vida e da morte, isso a liga à Corrente Luno-saturnina no ciclo interminável de vida, morte e
renascimento. Ela tem poder sobre a morte e é instrutora das Artes Necromanticas.

Trabalhar com Ereshkigal é invocar as energias congelantes da morte e enfrentar o tabu que
elas representam. Sua manifestação é complexa para a mente do mago sem muita
experiência, porque ela é o Fim da Carne, a transição final, o efêmero da realidade mundana,
as mudanças além do véu das ilusões. O mago que deseja obter os favores desta deusa, deve
estar pronto para enfrentar profundas mudanças em sua consciência, mas também deve estar
ciente de que o trabalho sistemático com essa divindade, irá trazer-lhe uma sensibilidade para
o mundo dos espíritos, por causa das Energias Ctônicas que estimularão as suas habilidades
psíquicas.

Além disso, o véu que divide as duas realidades, dos vivos e dos espíritos, se tornará mais
tênue, possibilitando um acesso mais rápido a esse plano. Embora isso possa ser promissor,
tenha em mente que os rituais necromânticos geralmente estão invadindo esse plano. Muitas
vezes, o mago que ganha a visão do mundo espiritual, será exposto para ver essas energias
fora de seu espaço ritual, o que poderia ser algo perigoso e esmagador se ele não tiver o
controle adequado.
 Os Reinos de Ereshkigal são os Países Baixos que, de acordo com a mitologia, é um lugar onde
as almas se encontram sedentas de energia. No entanto, a descida ao Mundo Inferior, é uma
experiência única para cada iniciado, mesmo que tiver algumas semelhanças com o mito, pois
uma experiência real é sempre algo pessoal, porque isso não é apenas uma projeção espiritual
deste plano, mas também é uma viagem interior, profunda e obscura em nossa própria
inconsciência. Lá, cada mago deve descobrir e enfrentar seus próprios demônios e sombras
pessoais. Além disso, a viagem para o submundo pode ter muitos propósitos como o de buscar
conhecimento, visitar os reinos de Ereshkigal e seu consorte Nergal, o contato com a alma de
alguém ou mesmo pode ser avançadas aplicações práticas relacionadas com Necromancia.

Ereshkigal é uma divindade complexa, muito vasta para se contentar com um ritual simples, e
muitas vezes ela exige um trabalho sistemático e longo para que possamos entender sua
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essência e poder. Suas manifestações são muitas, às vezes ela é uma linda mulher vestida de
preto, outras vezes está mais perto da morte, sua energia é fria e seu comportamento é
tirânico e complexo de se lidar.

Ela tem uma relação próxima com a Lua, mas também com Saturno, e é possível dizer que ela
representa o útero negro, a partir do qual a vida começa, mas também termina, em um
processo infinito de morte e renascer. Este é o processo alquímico conhecido como Nigredo, o
processo de dissolução, e então vem o processo de coagulação ou em outras palavras, é uma
viagem interior às trevas e à morte, e então uma saida cheia de poder, conhecimento e enfim
o renascer no Ventre Negro da Deusa.

Métodos de Trabalho

Os rituais que são mostrados aqui são inspirados no Texto de Magan e também no Gilgamesh.
O ritual pode ser feito a qualquer momento, mas é melhor durante a noite e quando há lua
cheia ou nova. No ensaio a seguir, colocarei meu foco em três rituais, o primeiro é uma viagem
astral / mental ao submundo babilônico conhecido como Irkalla. Ele inspirou a Viagem ao
submundo de Ishtar em minhas próprias experiências. O segundo ritual é uma invocação de
Ereshkigal para o templo da carne, isso nos permitirá conhecer melhor a deusa e aprender
com ela. E o último ritual é algo mais complexo, é a invocação da Deusa para abrir o Reino do
Submundo com um ritual necromântico para atrair a sombra de alguém que está morto.

Todos os rituais são energicamente exigentes e se você deseja obter bons resultados, uma
oferta de sangue é uma boa idéia, mas, como sempre, isso é com você. No entanto, meu
conselho é depois de cada ritual e antes dele, fazer algum exercício para fortalecer sua aura.
Embora o trabalho sistemático e longo tenha resultados bons e concretos, se você não tiver
 experiência anterior com energias necromânticas, aproxime-se devagar e não faça isso rápido
demais.

A Descida Para Irkalla

A descida para o submundo é uma experiência que deve ser feita em momentos diferentes,
porque a princípio poderia ser apenas uma viagem mental ao mais profundo inconsciente
pessoal / mente coletiva, mas em um modo progressivo isso se tornará uma experiência astral,
onde vamos descobrir os segredos da Rainha Ereshkigal. Esta viagem deve ser feita em
horários diferentes e você pode facilmente adaptá-la se quiser fazer uma exploração em
grupo.
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A meditação a seguir exige uma boa habilidade de concentração, no entanto, com bastante
prática e persistência, sem dúvida você dominará a técnica. Faça essa meditação durante a
noite, também você pode fazê-la antes de ir dormir, buscando continuar com a experiência
nos sonhos. Em seu espaço ritual, acenda uma vela preta e um pouco de incenso forte que
você goste. Além disso, você pode fazer algumas oferendas às almas e pode colocar no seu
altar, isso é algo aconselhável. Coloque o sigilo da deusa no seu altar. Relaxe sua mente e
corpo, e quando se sentir pronto, levante a adaga e diga as seguintes palavras de abertura:

In Nomine Draconis!

Ninghizhidda, Serpente Deus de Irkalla, Guardiã dos Portais, abra a entrada do Grande Abismo,
abra as portas para o submundo, abra a passagem para as terras mortas, abra o portal e deixe-
me passar, em nome de Tiamat, mãe primitiva e com o Poder do Dragão, eu passo pelas Portas
da Noite.

Guardiã do Mundo Inferior, mostre-me o caminho, deixe-me entrar nos Templos dos Mortos,
onde as almas habitam nas trevas, onde o pó é denso no portal e onde as sombras vagam nos
túmulos esquecidos, mostre-me os símbolos ocultos para os olhos mortais e deixe-me voltar
para os seres vivos, renascido e fortalecido pela Chama Negra Interna.

Ereshkigal, Rainha dos Mortos, deixe-me entrar em seus reinos sombrios. Pelo Sangue de
Dragão, destravo os Portais para o Lar do Vazio.

Ho Ophis Ho Archaios!

Ho Drakon Ho Megas!
 Visualize-se de pé na grande Montanha de Mashu, você está na frente do portal para o reino
da morte. A entrada é guardada por duas figuras, dois seres com corpo meio humano e meio
escorpião, um deles tem um machado e o outro um bastão. Saúda-os em nome de Tiamat, o
Grande Dragão do Vazio, e peça para abrirem o portal para você, quando eles fizerem, vá até a
porta. Você está no começo de uma grande escada que desce até o reino dos mortos.

Enquanto você desce, o lugar se torna mais escuro, depois de algum tempo você pode ver uma
estranha luz vermelha. Agora você está diante da primeira passagem da Terra Sem Retorno.
Um observador demoníaco chega perto de você e exige que você lhe dê um pertence como
uma jóia, algo que se liga à realidade mundana. O que ele pede, você tem que dar a ele, pois
isso permitirá que você atravesse pelo portal e continue com a viagem. O mesmo acontecerá
com as seis portas seguintes. Cada coisa que você deixou é importante e representa seus laços
com o mundo vivo. Você tem que sacrificar essas coisas para entrar nas terras dos mortos.
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Existem sete portais para o submundo e você tem que passar por cada um deles. Agora você
está na Terra dos Mortos, um lugar empoeirado e sem água, onde as almas vagueiam em um
ciclo interminável à procura de energia que não é possível encontrar. Além disso, existem as
almas dos reis e divindades mortas. Todos eles estão nus e alguns têm estranhas asas como
aves.

Você se aproxima dos Gidim, as almas inquietas que trazem desgraça para as vidas. Dê para
elas comida e bebidas. Elas irão guiá-lo para o lugar mais baixo no submundo, em sentido ao
coração das trevas. Peça-lhes para lhe mostrar os segredos da Terra dos Mortos. Se você
quiser, eles podem guiá-lo ao Palácio da Rainha Ereshkigal e ao Deus Nergal. Quando você
terminar a sua viagem, volte pelos mesmos sete portais e saia da caverna.

A viagem deve fluir livremente, tomar todo o tempo que você precisa para atingir o estado de
transe correto e ter uma viagem profunda. Quando voltar, não se esqueça de anotar sua
experiência, pois isso pode ajudá-lo em futuras viagens.

A Invocação de Ereshkigal no Templo da Carne

Invocar a Deusa Ereshkigal no templo da carne é geralmente uma experiência exaustiva, mas
extática e poderosa ao mesmo tempo. As energias das deusas são essencialmente vampíricas e
exigem que o mago esteja pronto para ser o vaso para essa divindade. Geralmente após o
ritual, o mago termina exausto, mas ao mesmo tempo cheio de poder e conhecimento. A ideia
deste ritual é aprender de uma forma direta o poder que Ereshkigal tem, ao mesmo tempo
ganhar acesso às habilidades que estão prestes a ver além do véu da vida e da morte. Isso
pode ser algo emocionante, mas ao mesmo tempo perigoso se você não tiver o controle
correto sobre suas habilidades. As melhores horas para fazer este ritual é quando há lua cheia
 ou nova, durante a noite. O ritual exige o uso de sangue, isso é aconselhável, mas não uma
obrigação. Decore o seu altar com velas pretas, ossos, caveiras e símbolos que pertencem ao
conceito da morte. Coloque o sigilo da Deusa em seu altar, feche os olhos e relaxe sua mente.
Quando estiver pronto, derrube seu sangue no sigilo de Ereshkigal, levante a adaga e comece a
dizer a seguinte invocação:

In Nomine Draconis!

Lepaca Ereshkigal!

Que o ritual comece! Da Noite Negra e Escura, Do Ventre Negro da Grande Deusa Dragão
Tiamat, eu te chamo Grande Rainha do Submundo Ereshkigal, cuja face é a própria Noite, e o
Fim de Tudo. Desça sobre mim agora, eu ofereço a você meu corpo como seu Templo, Minha
mente como seu Altar, Minha alma como seu Vaso.
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Encha-me com a Essência Negra do Dragão do Submundo Ninghizhidda, e queime em mim as

Chama Negra que é a sua essência. Trace os véus que separam os vivos e os mortos, ensine-me
a ver além, assim eu posso conhecer os segredos que a Morte sussurra. Ereshkigal consorte de
Nergal, Venha do Mundo Inferior, encha minha mente com sua gnose, capacite meu espírito,
dê o poder sobre a Vida e a Morte.

In Nomine Draconis, Fonte Primitiva de toda a Criação.

Ho Ophis Ho Archaios!

Ho Drakon Ho Megas!

Depois de dizer a invocação, coloque-se em uma posição confortável e observe o sigilo da

deusa. Abra sua mente para a experiência, mas não force nada. Em vez disso, deixe que
Ereshkigal o guie e mostre o que você precisa aprender. Quando você quiser terminar com a
experiência, apenas agradeça à deusa pela gnose e termine com o ritual.

Ritual Necromântico de Invocação das Sombras

A Arte Necromântica é uma prática avançada dentro da magia, que exige uma enorme
sensibilidade espiritual do mago. E, claro, isso não é para todos, porque muitas pessoas não se
sentem confortáveis com esse tipo de prática, pois muitos veem isso como uma profanação do
espaço pessoal. No entanto, eu acho que mais cedo ou mais tarde, cada mago deve
experimentar de alguma forma a energia da Morte e dos Mortos. A necromancia tem uma
opção prática sem fim, aqui mostrarei um ritual, mas há muitos. Entretanto, se você conseguir
 um longo contato com a deusa Ereshkigal, sua sensibilidade para com o mundo morto crescerá
e, sem dúvida, você terá mais conhecimento sobre isso.

Como sempre, esse ritual deve ter algum propósito, talvez seja uma boa ideia convocar a
sombra de algum Mago / Bruxa, cujo propósito poderia ser aprender sobre ele / ela, mas isso é
apenas uma sugestão e você deve encontrar sua própria motivação e ideias. Para o ritual
seguinte, você precisará de três velas, duas pretas e uma branca, um incenso forte, um
espelho preto, sua adaga ritual, o símbolo da deusa e algum elemento aguçado para a
oferenda de sangue. Lembre-se de ter o nome e sobrenome da pessoa morta que você deseja
convocar, também você pode adicionar outro elemento pessoal que pertence a ele / ela.
Finalmente, a hora de realizar esse ritual é quando há uma Lua Nova no céu. Faça o ritual
durante a noite e na calma do seu templo pessoal. Coloque em seu altar todos os elementos,
as oferendas aos mortos coloque na frente do espelho e na frente da vela branca. Em cada
lado do sigilo, acenda duas velas pretas e o resto do material ritual disponha como desejar.
Acenda as velas pretas e o incenso, relaxe sua mente e corpo. Quando estiver pronto, solte um
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pouco de seu sangue no sigilo, levante sua adaga e comece a dizer a seguinte invocação de
Ereshkigal:

In Nomine Draconis!

In Nomine Tiamat!

Ninghizhidda abra as Portas de Irkalla, Ereshkigal suba mais uma vez do Mundo Inferior, eu
(nome mágico) te invoco esta noite, Venha e me dote com o poder sobre os mortos, Abaixe as
barreiras que separam os mundos, Que os Gidim andem livremente.

Neste ponto, concentre sua atenção no sigilo da deusa, buscando absorver suas energias.
Tome seu tempo, flua com as energias de Ereshkigal. Quando você alcançar o elo e se sentir
pronto, acenda a vela branca, levante sua adaga e continue com a invocação:

No Nome de Ereshkigal, Suprema Mestra do Submundo, (Diga o nome da sombra que você
quer invocar) eu te chamo, levante-se do outro lado e responda às minhas perguntas, mostre-
me o que quero ver e ensine-me as coisas que quero aprender.

In Nomine Draconis, Fonte Primitiva de toda a Criação.

Ho Ophis Ho Archaios!

Ho Drakon Ho Megas!
 Depois de dizer a última parte da invocação, observe o espelho, buscando a comunicação com
a sombra. O espírito se manifestará no espelho, mas também poderá fazê-lo de maneira visual
ou auditiva. Tenha em mente que este ritual pode ter manifestação física em seu templo. O
caminho depende da habilidade do mago para alcançar um contato com as energias do
submundo. Tenha em mente que a Necromancia é uma prática muito exigente, que leva muito
tempo e experiência para ter resultados realmente bons, mas com esforço e paciência você
pode aprender seus segredos. Quando você quiser terminar com a experiência, apenas se
volte ao espírito e à Deusa e agradeça pela presença. É aconselhável realizar algum tipo de
ritual de limpeza depois disso.
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