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Mineralogia II

Andrea Sander
São Leopoldo, agosto/2013
Este material tem por objetivo auxiliar os alunos de mineralogia no
reconhecimento dos minerais formadores com uma breve introdução sobre as
principais texturas presentes nas rochas magmáticas.
Trata-se de resumo das principais características destas rochas, de
seus minerais e comentários sobre suas associações paragenéticas principais.
Estas características são compiladas de diversos livros, que não estão citados
ao longo do texto por uma questão de espaço, como: Optical mineralogy
(KERR,1977); Petrography to petrogenesis (HIBBARD, 1995); Microtexturas de
rocas magmaticas y metamorficas (BARD, 1985), Igneous petrology (HUGES,
1982) e do indispensável livro texto Minerais Constituintes das Rochas - Uma
introdução (DEER, HOWIE, & ZUSSMAN, 1981).
1

possuem texturas afaníticas, vítreas ou com granulação fina a muito fina, com
Introdução
tamanho do grão inferior a 1 mm, já que tiveram uma alta velocidade de
Antes de ser abordada a petrografia das rochas magmáticas arrefecimento magmático, sugerindo corpos rasos ou derrames. Para ambos
propriamente dita é interessante fazer uma breve revisão sobre conceitos os tipos, é independente a presença ou ausência de fenocristais.
básicos e as classificações possíveis destas rochas.
O próximo item que define a escolha do diagrama utilizado é o índice
de minerais de cor escura, que corresponde à porcentagem volumétrica
Principais tipos de classificação de rochas magmáticas
(modal) dos minerais de cor escura e é indicada pela letra M’. Deve-se
ressaltar que o índice M’ é diferente daquele definido por Shand (1916) - M,
As rochas magmáticas permitem quatro tipos de classificação:
que corresponde à porcentagem volumétrica de minerais máficos, entre eles
a olivina, ortopiroxênios, clinopiroxênios, hornblenda e biotita, que podem ser
1. Mineralógica  Baseia-se no conteúdo mineral da rocha;
corados ou não e, em geral, apresentam densidade alta, acima de 2,8.
2. Química  Baseia-se na composição química;
3. Tectônica. Baseia-se nos ambientes tectônicos de formação; Assim o M’ é obtido pela diferença entre os minerais máficos (M) e os
minerais máficos claros, entre eles moscovita, a apatita e os minerais primários
1.Classificação mineralógica: é a classificação modal com a plotagem de carbonatos, como calcita, que são minerais incolores, e, portanto, devem
no diagrama QAP (% minerais félsicos) da IUGS ser excluídos no cálculo do índice de cor M’.
A classificação das rochas magmáticas mais utilizadas atualmente é a Os granitóides, campo ao qual pertencem as rochas abordadas,
da União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS – International Union of possuem M’<90, tamanho de grão superior a 1 mm, portanto o diagrama a ser
Geological Sciences), aprovada em 1972, fundamentada na natureza e usado é o QAP.
proporção dos seus minerais essenciais e índice de cor, aliados a textura da
A plotagem das modas das amostras sobre este diagrama triangular é
rocha.
mais simples que parece. Os três componentes, Q (quartzo, tridimita e
Este sistema foi criado para unificar a classificação das rochas cristobalita) + A (feldspatos alcalinos como: ortoclásio, microclínio,
magmáticas, pois até a metade da década de 1920 existiam na literatura anortoclásio, sanidina, albita pertítica e albita sódica no intervalo An0-5), + P
mais de 1.500 nomes de rochas e vários sistemas de classificação baseados na (plagioclásio no intervalo An5-100 e escapolita primária), são recalculadas
composição modal, em análises químicas e gênese do corpo. Porém para 100%. Cada componente é representado pelos cantos do triângulo
nenhuma destas obteve aceitação mundial, o mesmo ocorrendo em relação equilátero, sendo cada lado dividido em 100 partes iguais.
à maioria dos nomes das rochas.
A subcomissão da IUGS para rochas vulcânicas, considera que para
Para resolver este problema a IUGS criou no fim da década de 1960 uma grande quantidade de rochas vulcanogênicas, a quantidade modal dos
uma subcomissão encarregada de formular recomendações para a minerais constituintes não pode ser devidamente determinada,
classificação e nomenclatura das rochas plutônicas e, mais tarde, também principalmente por causa das texturas vítreas, micro ou criptocristalinas
para as rochas vulcânicas, presidida por Albert Streckeisen, da Universidade encontradas normalmente na matriz. Assim sendo, uma rocha pode ser
de Berna, Suíça, fato que hoje contribui para que a classificação seja classificada microscopicamente, ou por critérios puramente químicos, ou
erroneamente conhecida como ―Diagrama de Streckeisen‖. ambos, numa combinação químico-mineralógica.
A classificação das rochas magmáticas pelo sistema IUGS obedece a Considerando-se que o nome das rochas vulcânicas é dado
algumas premissas básicas, particularmente para rochas graníticas, objeto tradicionalmente de acordo com a constituição mineral, a subcomissão
deste estudo, expostas resumidamente a seguir, conforme Streckeisen et al. recomenda que:
(1974, 1976).
- Se a constituição mineral modal pode ser obtida, as rochas vulcânicas
Primeiramente é necessário definir se a rocha é plutônica ou vulcânica, podem ser classificadas e denominadas de acordo com a sua posição no
neste caso são consideradas plutônicas as rochas com textura fanerítica, com diagrama QAPF.
tamanho de grão superior a 1 mm, pois se presume tenham cristalizado
lentamente em profundidades consideráveis. Já as rochas vulcânicas
Q 2
Q
Quartzolito 90 90
90 90

Granitóide
Rico em qz. 60 60
60 60

lito
to

io
ra ni

ar r
To
Granito Riolito Dacito
ar G

ld s p
Grano-

na
Granito

l it o
ld sp

diorite

li Fe
Monzo
li Fe

Sieno

A lka
Qz alcali Felds..
A lka

Sieno 20 20
Monzo Traquito
20 20 Qtz. Diorito/ Quartzo Quartzo
Alcali Fs.
Quartzo Quartzo Quartzo Qtz. Gabro Basalto
Quartzo Sienito Traquito Latito
Sienito Monzonito Monzodiorito
Monzodiorito Alcali Felds.. 5 5 Andesito
Alcali Fs. 5 5 Diorito/Gabro Traquito 10 Traquito 35 Latito 65 90
Sienito 10 Sienito
Sienito 35 Monzonito
Monzonito 65 Monzodiorito
Monzodiorito 90 Anortosito A Traquito Latito Basalto -- andesito P
A Sienito Monzodiorito Rico em fptd Rico em fptd Rico em fptd
Alcali Fds Sienito Monzonito P
Rico em fptd Rico em fptd Rico em fptd Diorito/Gabro
10 10

Rico em fptd 10 10 Basanito fonolítico


í
Rico em fptd

Fo
Ol > 10%
Alcali Fptd.. traquito Fonolito

no
S ie

. tefrítico
í Basanito Ol>10%

li to
Monzosienito Monzodiorito rico em fptd
ni t

ptd Tefr ííto fonolítico


í
oa

A feldspatóide
ó A feldspatóide
ó Ol < 10%
Tefrito Ol<10%
af
fp t

b ro
d

Ga

60 60
60 60

Feldspatoidolito Fonolito a Tefrito a


feldspatóide feldspatóide

Basalto – andesito
Feldspatoidito Basalto se Na% > 50 ou M>35
Ol + Px e SiO 2 <52%
F
F

Classificação de rochas ígneas no diagrama QAPF para rochas vulcânicas,


Classificação de rochas ígneas no diagrama QAPF para rochas graníticas conforme proposto pela IUGS- Subconmission on the Systematics of Igneous Rocks
intrusivas, conforme proposto pela IUGS- Subconmission on the Systematics of Igneous (Streckeisen, 1976).
Rocks (Streckeisen, 1976).
3

Se a constituição modal não pode ser avaliada, devem de ser levados Plag
em consideração os parâmetros químicos de classificação, lembrando-se no 90%
Anortosito

entanto que dificilmente se obtém uma correlação exata entre a constituição


mineralógica e a litoquímica, ocorrendo distorções entre as linhas divisórias e Rochas leucocráticas

os campos de classificação. 65%

O diagrama QAPF não é próprio para rochas intermediárias, máficas e

Ga
to
ri

b
No
ultramáficas, para classificação destas rochas a identificação das fases

ro
Gabronorito Rochas mesocráticas

minerais máficas presentes e da composição do plagioclásio são


fundamentais. As rochas ultramáficas (M superior a 90), são classificadas 35%

exclusivamente pelo teor relativo dos minerais máficos. Para essas rochas a Norito a cpx Gabro a opx Rochas melanocráticas
IUGS apresentou uma classificação por meio dos teores relativos de
5% 95%
plagioclásio, olivina, piroxênios (ortopiroxênio e clinopiroxênios) e anfibólios. O 10%
Websterito a plagioclásio
plagioclásio é o mineral félsico presente nos termos máficos e as olivinas Opx
Websterito
Cpx

ortopiroxênio e o clinopiroxênio são os minerais máficos utilizados nas frações Ortopiroxenito Clinopiroxenito

ultramáficas. Certas rochas gabróicas contêm considerável teor de

Or
Ol roxe

g.
oa o
hornblenda (anfibólio comum). Essas rochas são classificadas por meio das

pla
nit
iv.
to p
Websterito a olivina

iro iroxe
Or
i
percentagens presentes de plagioclásio, hornblenda e piro-xênios (Px = Cpx +

to p

nit
p
nit
iro plag.

Clin Clino
xe
65%
Opx). As rochas que possuem a soma desses acima de 95 % são submetidas à

oa
xe
nit

op
v.
o

Oli
classificação pelos diagramas triangulares Pl-Px-Ol, Pl-Opx-Cpx e Pl-Px-Hlb. Na

o
50%

Ga
rit
projeção ao respectivo diagrama triangular, o valor modal de cada

No

b
ro
Ha

lag
Ha
parâmetro classificatório deve ser recalculado, da mesma forma que para as

to
rzb

ap
rzb

hrli
35% Lherzolito Gabro a olivina

urg

urg
Norito a olivina

ito
rochas graníticas.

We
hrl
ito

ito

We
ap
lag
O método de projeção é igual aos diagramas triangulares

.
convencionais. Quando as rochas máficas possuem teores consideráveis de
Troctolito Troctolito
minerais acessórios como biotita, granada, espinelios e opacos, o nome do
mineral é acrescentado da seguinte forma: Plag Anortosito Dunito Oliv Anortosito Plag

- Gabro com menos de 5 % de granada - gabro com granada


- Com mais de 5 % de granada - granada gabro Classificação de rochas máficas de granulometria grossa (rochas gabróicas)
por meio das nomenclaturas segundo Streckeisen (1976).
- Com menos de 5 % de magnetita - gabro com magnetita
- Com mais de 5 % de magnetita - magnetita gabro
A natureza e a gênese das rochas máficas e ultramáficas é complexa,
- Dunito com menos de 5 % de cromita - dunito com cromita e tipos descritivos também são variáveis. Dentro das rochas referidas pelas
- Com 5 a 50 % de cromita - cromita dunito nomenclaturas acima citadas, existem algumas com dúvida na sua gênese
ígnea. Por exemplo, uma rocha clas-sificada como hornblendito pode ser
- Com 50 a 95 % de cromita - olivina cromitito ígnea de origem cumulática, e também, uma rocha metassomática de
composição máfica e ultramáfica. O granada lherzolito que ocorre como
- Com 95 a 100 % de cromita – cromitito
xenólitos de kimberlitos e procede diretamente do manto. As rochas máficas e
ultra-máficas altamente alcalinas possuem teores muito baixos de
plagioclásio, e contêm feldspato alcalino e feldspatóides como minerais
4

félsicos principais, sendo difíceis de serem classificadas pelas nomenclaturas


acima citadas.
Neste sentido, a classificação das rochas máficas e ultramáficas
propostas pela IUGS não possui uma boa aplicabilidade. Por isso, as
nomenclaturas não estão sendo utilizadas tão amplamente quanto o
diagrama QAPF para rochas félsicas. Na prática, a classificação de rochas
máficas e ultramáficas por um padrão universal é quase impossível.

Classificação de rochas ultramáficas, com índice de cor superior a 90, (M>90),


segundo Streckeisen (1976).
5

Qualquer composição de plotagem em um canto tem uma moda de


100% da componente correspondente. Qualquer ponto sobre os lados do
triângulo representa uma moda composta por dois componentes do canto
Resultado: Monzogranito
adjacente.
A proporção dos minerais constituintes da rocha, expressa em
porcentagem, pode ser estimada por inspeção visual da rocha ou da lâmina
delgada, ou mais precisamente através da contagem modal.
FK - 44%

Plágio - 31%

Quartzo - 25%

Estes minerais incluem os minerais essenciais, acessórios e os


secundários.
Na contagem modal ponto a ponto é razoável uma contagem de Os minerais essenciais estão, geralmente presentes em grande, ou pelo
cerca de 100 com a posterior plotagem no diagrama milimetrado triangular. menos em quantidade significativa na rocha; a presença, ausência ou
abundância dos minerais essenciais determinam a posição da rocha ígnea
em um esquema de classificação.
Exemplo: Os minerais acessórios são modalmente pouco representativos,
Mineral Número de pontos Percentual QAP variando geralmente entre 1 a 2% a excepcionalmente 5% e não participam
Quartzo 20 25% das estimativas modais. Os minerais acessórios mais comuns são: apatita,
k-Fledspato 35 44% titanita, zircão, ilmenita, magnetita, monazita, rutilo, alanita, epidoto, granada,
Plagioclásio 25 31% espinélios, carbonatos, topázio, fluorita e de forma menos comun a cordierita,
Biotita 10 andaluzita, badelleyta e sulfetos.
Hornblenda 8 Os minerais acessórios, combinados com alguns essenciais, são
Alanita 1 diagnósticos para a definição petrográfica de determinadas séries
Zircão 1
6

magmáticas, especialmente quando abordadas pelo ASI (Alumina Index 2 - Classificação química: são diversas as classificações químicas das rochas
Saturation ou índice saturação em alumina) dos granitóides (Shand, 1927) e magmáticas.
para distinguir fácies de mesma afiliação para corpos ígneos consangüíneos:
 A associação de titanita, biotita e hornblenda (± piroxênio) é 2.a - Acidez: as rochas magmáticas são constituídas em quase a sua
característica dos granitóides metaluminosos (ASI < 1) e calcialcalinos. totalidade por silicatos, portanto o teor de sílica é fator básico para sua
 A cordierita, associada a biotita e muscovita (± granada ± andalusita) caracterização e classificação. O conceito de acidez se estende a todas as
são minerais diagnósticos dos granitos peraluminosos (ASI > 1). rochas magmáticas, entre elas os granitos.
 A associação de apatita, titanita, calcita, epidoto e especialmente a O termo ―ácido‖ vem dos óxidos não-metálicos (CO2, SO3, etc.) solúveis
presença de aegirina, riebeckita e/ou arfvedsonita, são típicas de em água, liberando H+. Denominados óxidos-ácidos.
granitos peralcalinos (ASI < 1). Atualmente:
Os minerais acessórios também são úteis como discriminantes de 1. Aplicado a todos os óxidos não-metálicos
granitos. Com base na abundância modal de magnetita ou ilmenita, os 2. Óxidos básicos todos os óxidos de metais, independentemente de
granitos podem ser classificados como pertencentes a série magnetita- ou a apresentarem solubilidade em água com liberação de OH-.
série ilmenita- granitos (Ishihara, 1977). A importância desta distinção está 3. Rochas ricas em óxidos metálicos (especialmente FeO, MgO e CaO)
embasada em que os granitos a magnetita se relacionam a zonas de são chamadas ―básicas‖.
mineralizações de cobre e metais base, enquanto que variedades ricas em 4. Rochas ricas em óxidos de K e Na, metais alcalinos, são denominadas
ilmenita estão associadas a mineralizações de estanho e wolfrâmio. de ―alcalinas‖.
O zircão (ZrSiO4) e a monazita (Ce,La,Th)PO4 nas rochas ácidas e a
badelleita (ZrO2) e a zirconolita (Ca,Ce)Zr(Ti, Nb, Fe3+)2O7 nas rochas básicas, Classificação das rochas magmáticas segundo sua acidez (porcentagem de
contém quantidades apreciáveis de U e Th em suas redes cristalinas e sílica em peso)
também Pb, como uma das formas de decaimento radioativo do U e Th. As
relações isotópicas 238U/206Pb, 235U/207Pb e 232Th/208Pb nestes quatro minerais ACIDEZ (% SiO ) ROCHA
2
acessórios é utilizada extensivamente na geoquímica isotópica, na
<45 Ultrabásica (portanto sem quartzo livre em lâmina)
determinação das idades de cristalização de corpos ígneos, ou na
45-52 Básica
determinação de fases de metamorfismo. Além da idade, relações do tipo
52-65 Intermediária
Pb/Pb, Sr/Sr, Sm/Nd, entre outras, são importantes indicadores petrogenéticos,
>65 Ácida (portanto com quartzo livre em lâmina)
especialmente na especialização sobre processos de evolução de crosta,
comparações sobre fontes magmáticas, ambientes tectônicos e
comparações sobre evolução entre terrenos granito-gnáissicos antigos. A quantidade de sílica determina a saturação em sílica, que pode ser
Os minerais secundários são aqueles que provém da alteração dos percebida pela presença dos minerais:
minerais ortomagmáticos essenciais e acessórios. A alteração se define como  Minerais saturados – são estáveis na presença de excesso de sílica:
trocas mineralógicas, químicas e texturais ocorridas sobre uma determinada Feldspato, mica, anfibólio, piroxênios em geral e olivinas ricas em ferro.
rocha, na busca de uma nova condição de equilíbrio químico com as  Minerais insaturados – são instáveis na presença de excesso de sílica,
condições de superfície. reagindo para formar minerais saturados: principalmente os
Os principais minerais secundários, a partir do mineral magmático são: feldspatóides (nefelina, sodalita, hauyna, noseana, leucita, kalsilita ou
feldspato alcalino: sericita, óxidos e hidróxidos de ferro (os FK podem kaliofilita, olivinas ricas em magnésio (forsteritas), raros piroxênios,
conter até 6% de FeO em sua composição), argilominerais; melilitas, além de perovskia e córindon
Plagioclásio: sericita, epidoto, calcita, argilominerais;
Biotita: clorita, opacos;
Piroxênios: anfibólio (uralita), clorita;
Anfibólios: clorita, opacos;
Quartzo e muscovita: são resistatos químicos e não se alteram.
7

O microscópio ótico e as propriedades dos minerais 8. Extinção  tipo e ângulo de extinção - reta ou paralela, oblíqua e
ângulo, simétrica e ângulo, especificar em relação a que foi medido
Antes de serem abordados os minerais propriamente ditos é o ângulo, se maior alongamento, clivagem ou plano de macla;
conveniente relembrar rapidamente as características do microscópio ótico e 9. Sinal de elongação (SE)
listar as principais propriedades que devem ser observadas ao microscópio 10. Maclas (tipo da macla)
ótico:
Propriedades observadas em técnica de luz convergente -LC
Nesta técnica o analisador e a lente de Amicci-Bertrand encontram-se
ativadas, o condensador elevado e o diafragma aberto .

11. Figura ótica (U ou B)


12. Sinal ótico (SO)
13. Ângulo 2V

Conclusão
14. Nome do mineral
15. Porcentagem modal do mineral na lâmina delgada

Dicas
As propriedades de LN são melhores observadas nas objetivas de menor
e médio aumento, minerais com dimensões reduzidas (< 0,2mm) necessitam
da objetiva de grande aumento, porém esta lente em geral causa distorção.
O contorno dos grãos fica ressaltado quando o canhão de luz está em
posição intermediária.
Propriedades observadas em técnica de luz natural - LN O tamanho dos minerais é sempre calculado em função do diâmetro
Nesta técnica o analisador encontra-se desativado. das objetivas.
Para determinação do relevo quando este não é evidente usa-se a
1. Cor e pleocroismo  descrever se o pleocroismo é forte ou fraco e linha de Becke que pode ser executada da seguinte forma:
como varia a cor; 1. foca-se o contato entre os dois minerais em questão na objetiva de médio
2. Forma e hábito  euédrico, subédrico ou anédrico, ou termos aumento;
descritivos: prismático, acicular etc; 2. fecha-se o diafragma para a obtenção de um contraste nítido entre os
3. Tamanho  dado em mm, ver diâmetro das objetivas; dois minerais ou então afasta-se o canhão de luz;
4. Clivagem, partição e/ou fraturas  no caso da clivagem se é forte ou 3. ao aproximarmos a platina a linha de Becke (linha fracamente luminosa
fraca, quantas séries e em que ângulo se cortam; que marca o contato entre os dois minerais) deslocar-se-a para o mineral
5. Relevo  IR - índice de refração, propriedade comparativa entre dois menos refringente (ou então ao afastarmos a platina a linha desloca-se
minerais, alto, médio ou baixo; para o mineral mais refringente);
6. Outros (Inclusões, alterações, zonação) 4. se o resultado alcançado não for satisfatório com a objetiva de médio
aumento, repete-se o processo com a objetiva de maior aumento.
Propriedades observadas em técnica de luz polarizada - LP Inclusões, intercrescimentos, zonação e alterações:
Nesta técnica o analisador encontra-se ativado.  Denomina-se inclusão quando um mineral está dentro de outro, pois se
7. Birrefringência (alta, média ou baixa), cor de interferência e retardo  cristalizou antes na série de Bowen;
é obtida na tabela de cores de Newton adaptada ao ábaco de
Michel-Lewi (ver abaixo);
8

 Os intercrescimentos ocorrem quando há segregação de um dos Para determinar o Sinal de Elongação (SE) seguem-se os seguintes passos:
membros da solução sólida, normalmente na forma de lamelas ou 1. extingui-se o mineral;
vênulas, dentro dos domínios do cristal do outro extremo da mistura; 2. coloca-se o mineral em máxima iluminação (45o da posição de extinção);
 A zonação é a variação química que ocorre do núcleo para os bordos ou 3. observa-se atentamente a cor de interferência do mineral;
de um extremo a outro do cristal, em geral denunciada por mudança de 4. introduz-se a lamina comparadora de gipso que possui um retardo de 560
cor ou de cor de interferência; m ou de mica --, e observa-se se houve soma ou subtração de retardos;
 A alteração é a transformação de um mineral em outro (ou outros) que 5. caso haja soma de retardos n’g do mineral está representado no quadrante
ocorre normalmente a partir da bordas para o núcleo, principalmente por 13; caso haja subtração de retardos n’p do mineral esta em 13;
hidratação. Dá um aspecto turvo ao mineral. 7. se n’g for coincidente ou angularmente mais próximo ao maior
alongamento (ou a clivagem, caso o mineral seja anédrico ou
As propriedades de LP são observadas quando os dois nicóis (o nicol equidimensional) o mineral possui SE (+);
inferior e o superior ou polarizador e analisador) encontram-se cruzados. 8. se n’p for coincidente ou angularmente mais próximo ao maior
alongamento (ou a clivagem, caso o mineral seja anédrico ou
Para determinar a extinção de um mineral deve-se orientar o mineral
equidimensional) o mineral possui SE (-);
segundo a clivagem ou maior alongamento e, com nicóis cruzados, girar o
mineral até a completa extinção, medindo o ângulo obtido entre estas duas
Na técnica de LC técnica interpõe-se o condensador logo abaixo da
posições. Se o valor angular for = 0o, a extinção é reta; se o valor angular
lâmina delgada e uma lente de grande abertura denominada de lente de
obtido for  0o, a extinção é oblíqua.
Amici-Bertrand localizada abaixo da ocular. O mineral deverá ser observado
Para determinar a cor de interferência/birrefringência/retardo extingui-se com a objetiva de máximo aumento, perfeitamente focalizado e com a
o mineral e gira-se 45o (posição de máxima iluminação), a cor obtida na linha objetiva centrada da seguinte forma:
dos 30m na tabela de cores de Newton adaptada ao ábaco de Michel-Lewi 1. Em LN ou LP e com a objetiva de médio aumento centraliza-se no campo
é a cor de interferência (1a , 2a ou 3a ordem). A birrefringência é o valor a porção menos alterada do mineral escolhido;
encontrado na parte superior da tabela, seguindo-se as linhas oblíquas. O 2. Substitui-se a objetiva de médio aumento pela de grande aumento,
retardo é o valor encontrado na porção inferior da tabela, a partir da cor de corrigindo o foco e certificando-se da perfeita centragem da objetiva
interferência. Levanta-se o conjunto do condensador, abrindo o diafragma ao máximo
e introduz-se a lente de Amici-Bertrand;
valor da birrefringência
3. Gira-se a platina e observa-se o comportamento da figura de
interferência; localiza-se o quadrante desejado e introduz-se a lâmina
comparadora determinando o sinal ótico;

Convenção do sinal ótico: o sinal ótico será positivo quando com a


colocação da Lâmina comparadora de gipso surgira a coloração azul nos
quadrantes 13 e amarelo nos quadrantes 24
linha da
espessura da
lâmina: 30m

valor do retardo
9
10

Mineralogia Sistemática A unidade fundamental sobre a qual se baseia a estrutura de todos


os silicatos é um tetraedro, onde os vértices são ocupados por íons de oxigênio
Mineral é todo corpo ou substância homogênea, natural, de origem rodeando um íon de silício. Esta forma geométrica é denominada de
inorgânica, que apresenta uma composição química definida ou variável Tetraedro de sílica. A ligação que une estes íons é 50% iônica e 50% covalente.
dentro de limites determinados, uma estrutura cristalina e, consequentemente,
propriedades físicas características. Os silicatos são formados pela união de infinitos tetraedros de sílica,
combinados de diversas maneiras, num fenômeno denominado de
Exemplo: polimerização. Os tetraedros podem combinar-se compartilhando vértices,
Polimorfos de SiO2  quartzo- (Sistema Hexagonal) arestas ou faces, aumentando nesta ordem a estabilidade da estrutura.
quartzo- (Sistema Trigonal)
tridimita (Sistema Ortorrômbico) Classificação dos Silicatos
cristobalita (Sistema Cúbico)
Os silicatos foram classificados por Berman (1937) e Stunz (1957) de
Série Isomórfica dos Plagioclásios (Sistema Triclínico)  Na[Al 3Si 3O8] - acordo com o arranjo de seus tetraedros de sílica e suas unidades estruturais
Ca[Al2Si2O8] em:
1) Nesossilicatos
Zircão (Sistema Tetragonal)  Zr[SiO4] 2) Sorossilicatos
3) Ciclossilicatos
Para que se possa lidar sistematicamente com os minerais é 4) Inossilicatos
necessário ter um método de classificação. Os sistemas de classificação 5) Filossilicatos
existentes são baseados em critérios químicos ou físicos. O sistema mais usado 6)Tectossilicatos
(por ser o mais simples) baseia-se em afinidades químicas e estruturais e
agrupa as espécies minerais em 12 Classes de acordo com a natureza do 1) Nesossilicatos (neso=isolado): os tetraedros de sílica estão isolados, isto é
ânion presente (Dana’s System of Mineralogy): ligam-se indiretamente através de cátions metálicos com diferentes números
de coordenação. A unidade estrutural de sílica é [SiO4] -4 , conferindo aos
1) Elementos Nativos minerais formas compactas, freqüentemente isométricos, com dureza e
2) Sulfetos densidade altas e elevado índice de refração. São normalmente minerais de
3) Sulfossais alta temperatura, tanto em rochas magmáticas como metamórficas.
4) Halóides (Cloretos, Fluoretos, Brometos e Iodetos) Exemplos:
5) Óxidos e Hidróxidos (Mg,Fe)2[SiO4]  Grupo das Olivinas (Sistema ortorrômbico)
6) Carbonatos Zr[SiO4]  Zircão (Sistema tetragonal)
7) Nitratos A3B2[SiO4]  Grupo das Granadas (Sistema cúbico)
8) Boratos
9) Fosfatos e Arseniatos 2) Sorossilicatos (soro=grupo): os tetraedros de sílica estão agrupados dois a
10) Sulfatos e Cromatos dois, compartilhando apenas um vértice. A unidade estrutural de sílica é
11) Wolframatos, Tugnstatos e Molibdatos [SiO7]-6. Neste caso os tetraedros compartilham um oxigênio ponte e os
12) Silicatos cátions que unem-se aos tetraedros são predominantemente os elementos de
grande raio iônico como Ce, La, Pb, Be, K e Na. Tem propriedades muito
Silicatos semelhantes aos nesossilicatos (dureza e densidade altas e elevado índice de
refração).
Destas classes a mais importante é a dos silicatos a qual pertencem Exemplo:
mais de 90% dos minerais formadores de rochas. Os silicatos são 40% dos X2Y4(SiO4)(Si2O7) (OH)  Grupo dos Epidotos
minerais mais comuns, bem como 25% dos minerais conhecidos. Zn4[Si2O7](OH)2H2O  Hemimorfita (Sistema ortorrômbico)
11

SiO2  Quartzo (Sistemas hexagonal e trigonal)


3) Ciclossilicatos (ciclo=anel): os tetraedros de sílica formam anéis trigonais, Na[AI 3Si 3O8]- Ca[Si2Al 2O8 ]  Série Isomórfica dos Plagioclásios (Sistema
tetragonais ou hexagonais. A unidade estrutural de sílica é [(SiO3)-2]n. Cada triclínico)
tetraedro poderá compartilhar 1, 2, 3, ou 4 vértices com 1, 2, 3 ou 4 tetraedros KAISi3O8  Feldspatos Alcalinos (Sistemas monclínico e triclínico)
distintos. As características físicas deste grupo são: hábito colunar, prismas
curtos e clivagem ou partição basal. A classe dos tectossilicatos é a classe ao qual pertencem os grupos
Exemplo: minerais do quartzo, feldspatos, plagioclásios e feldspatóides – minerais que
XY3AI 6(BO3)3(Si6O18) (OH)4  Grupo das Turmalinas (Sistema trigonal) classificam as rochas ígneas, vértices do diagrama de Streckeisen (1972),
Be4Al 2 (Si6O18)  Berilo (Sistema hexagonal) portanto serão os primeiros minerais a serem abordados neste atlas.
Mg2Al 3(AISi 5O18)  Cordierita (Sistema ortorrômbico)

4) Inossilicatos (ino=fio, fileira): os tetraedros de sílica formam cadeias simples


que compartilham 2 oxigênios ponte (Grupo dos Piroxênios) ou cadeias duplas
que compartilham alternada mente 2 ou 3 oxigênios ponte (Grupo dos
Anfibólios). A unidade estrutural de sílica das cadeias simples é (SiO3)-2 e das
cadeias duplas é (Si 4O11)-6 no caso dos anfibólios especificamente é
[(Si,AI)4O11]n-6. As propriedades físicas destes minerais são: hábito prismático ou
fibroso, clivagem prismática fina para os de cadeia dupla e grosseira para os
de cadeia simples,duas séries de clivagem.
Exemplo:
XY (Si2O6)  Grupo dos Piroxênios(Si:O1:3)
X2-3Y5Z8(O22)(OH)2  Grupo dos Anfibólios; onde Z=AI e Si(Si:O4:11)

5) Filossilicatos (filo=folha): os tetraedros de sílica estão dispostos em folhas


paralelas interligando-se a outras folhas através de cátions metálicos. A
unidade estrutural de sílica é (Si2O5)-2 compartilhando 3 oxigênios ponte e a
relação Si:O é de 2:5. As propriedades físicas desta subclasse são: hábito
achatado (tabular), clivagem basal distinta, baixa dureza, lamelas elásticas
(micas) e plásticas (talco - que também tem tato untuoso).
Exemplo:
KAl 2(AISi3O10)(OH)2  Muscovita
KMg3(AISi3O10)(OH)2  Flogopita

6) Tectossilicatos (tecto=armação, trama, estrutura tridimensional): cada


tetraedro de sílica compartilha todos os quatro vértices com os tetraedros
vizinhos, assim a unidade estrutural de sílica é SiO2 onde são compartilhados 4
oxigênios ponte. A entrada de cátions estranhos nesta estrutura é possível pela
substituição do Si pelo AI, que é trivalente. Com a entrada do AI na estrutura é
necessário o reforço de outros cátions como o K, o Na e o Ca para que a
eletroneutralidade da estrutura permaneça. A troca do Si pelo AI provoca
modificações na estrutura que passa a se agrupar como (Si 3AlO8)- e (Si2Al 2O8)-2
para o grupo dos feldspatos e (SiAIO4)- para o grupo dos feldspatóides.
Exemplo:
12

Polimorfos de Sílica (Tectossilicatos) cor - incolores a coloridos: ametista - roxo, citrino - amarelo, rosado,
enfumaçado, verde, leitoso
Os principais polimorfos são: brilho - vítreo
1 - QUARTZO -  e  (Sistema Trigonal) maclas - mais freqüentes são do Brasil e Delfinado
2 - TRIDIMITA (Sistema Ortorrômbico) densidade - 2,65 (mais leve que o bromofórmio)
3 - CRISTOBALITA (Sistema Tetragonal) dureza - 7 (superior ao canivete e ao vidro)
clivagem - ausente
Outros polimorfos de menor importância: fragilidade - resistente ao choque
4 - Coesita - fase de alta P alterações - ausentes
5 - Lechatelierita - vidro de sílica típico de impactitos características químicas - praticamente inatacável, reage com HF a quente
6 - Opala - forma criptocristalina hidratada - SiO2 .nH2O - amorfa confusões possíveis - calcita (reage com HCl, tem clivagem e dureza inferior);
7 - Sílex - sílica criptocristalina preta feldspatos (tem clivagem e alteram-se facilmente);
berilo ( mais denso e com partição basal)
Variedades de SiO2
Variedades cristalinas: Paragênese
Cristal de rocha: quartzo incolor
Ametista: quartzo em tons de violeta (presença de traços de FeO4-4)
Nas rochas ígneas plutônicas o quartzo ocorre nas rochas ácidas a
Quartzo rosa: quartzo rosa devido a traços de Ti +4
intermediárias, ocasionalmente nas básicas em quantidades inferiores a 5%, os
Quartzo enfumaçado: quartzo escuro devido à presença de Al +3
cristais são geralmente anédricos. Tridimita e cristobalita NÃO ocorrem em
Citrino: quartzo amarelo
rochas plutônicas.
Quartzo leitoso: quartzo branco devido a minúsculas inclusões fluidas ou stress
Quartzo rutilado: quartzo com inúmeras inclusões de agulhas de rutilo (cabelo
Nas rochas ígneas vulcânicas o quartzo é muito comum nas rochas vulcânicas
de Vênus)
ácidas, onde ocorre normalmente como fenocristais hexagonais, corroídos ou
não. A tridimita e a cristobalita são típicas de rochas vulcânicas ácidas a
Variedades microcristalinas:
intermediárias, inclusive em vidros na forma de esferulitos, e preenchendo
Calcedônia: variedade fibrosa depositada em cavidades por soluções
cavidades.
hidrotermais
Ágata: calcedônia bandada
Nas rochas sedimentares o quartzo também serve a classificação, sendo um
Ônix: calcedônia bandada ou maciça de cor preta
dos principais constituintes dos sedimentos, consolidados ou não, devido a sua
Heliotropo: calcedônia verde com postos de jaspe (vermelha)
resistência física e química. Ocorre principalmente como partícula detrital ou
Variedades granulares:
como mineral autigênico.
Chert: sílica normalmente clara, muito fina, quimicamente precipitada
Jaspe: quartzo granular microcristalino de cor vermelha devido à hematita
Nas rochas metamórficas o quartzo é muito comum, tanto do metamorfismo
Prase: quartzo granular microcristalino de cor verde
regional, como de contato e dinâmico. No metamorfismo regional ocorre
desde o alto grau, em granulitos (onde pode ocorrer azulado) e gnaisses, até
Propriedades macroscópicas
o baixo grau, em xistos e quartzitos. A tridimita e cristobalita podem ocorrer no
metamorfismo de contato sobre arenitos e arcóseos.
forma - variada, quando euédricos são prismas hexagonais, curto ou longos,
bipiramidados, se anédricos apresentam formas arredondadas ou como
fragmentos irregulares.
limpidez - geralmente transparentes, mas podem ser translúcidos, com
inclusões de opacos ou rutilo (cabelo de Vênus).
13

Propriedades microscópicas esbranquiçado. O método pode ser aplicado em amostras de mão serradas
LN (é necessária uma superfície plana) e lâminas delgadas sem lamínula.
 forma - normalmente anédricos, mas em algumas rochas vulcânicas são
euédricos (bipiramidados) Receita para preparação de solução para coloração dos feldspatos:
* a tridimita e a cristobalita são normalmente radiadas 1. Dissolver 18g de nitrito de sódio em 50ml de água destilada;
2. Dissolver 5g de cobaltinitrito de sódio em 5ml de ácido acético, após
 limpidez - geralmente transparentes, mas podem ser translúcidos, com dissolvido completar 50ml com água destilada;
inclusões de opacos ou rutilo (cabelo de Vênus). O quartzo ocorre 3. Juntar 1 e 2 agitando com um bastão de vidro;
inalterado, pois é resistato químico. 4. Mergulhar a amostra a ser tingida em solução de ácido fluorídrico à
 clivagem – ausente 40% (40ml de HF e 100ml de água), se for lâmina delgada deixar no
 IR – próximo ao do Bálsamo do Canadá e Araldite ( 1,55) vapor do ácido fluorídrico por 20 segundos;
 inclusões – são comuns em virtude da posição final que o quartzo ocupa 5. Mergulhar amostra na solução de cobaltinitrito de sódio por 1 min;
na série de cristalização 6. Lavar em água corrente, deixar secar e observar a cor:
 *Observação: o quartzo ocorre intercrescido com outros minerais,
principalmente com o feldspato alcalino (textura gráfica) e com o
plagioclásio (textura mirmequítica).

LP
 birrefringência – baixa, em trono de 0,009, com cores de interferência
cinza de 1a ordem
 extinção – paralela Pl
 SE(+) Qz
 maclas – ao microscópio são de difícil identificação
 Outros – é comum a extinção ondulante e a recristalização em subgrãos
Pl
LC Qz
U(+)
Fk
em rochas deformadas ou em cristais que apresentam extinção ondulante
podem ser B(+) com ângulo 2V de o a 25o.
Confusões possíveis:
nefelina: é U(-), apresenta alterações
feldspatos alcalinos: sempre B, as vezes (-), com alterações
plagioclásio: com clivagem, B, as vezes (-),com alterações
Fk
cordierita: B(-)
berilo: B(-)

A confusão do quartzo com o grupo dos feldspatos alcalinos e


plagioclásios é comum e tem de ser resolvida, pois da quantidade relativa
destes três grupos de minerais depende o nome das rochas ígneas com Granito com turmalina submetido a colorimetria composto de: quartzo (Qz),
menos de 10% de minerais máficos. Para tanto se desenvolveu um teste plagioclásio (Pl), feldspato alcalino (Fk) e turmalina (mineral preto)
colorimétrico chamado de método de cobaltinitrito de sódio
(hexanitrocobalto III de sódio) onde, após o tratamento, o quartzo permanece
inalterado, o feldspato alcalino tinge-se de amarelo e o plagioclásio fica
14

Granito com textura equigranular


hipidiomórfico de grão médio com
quartzo, feldspato alcalino oxidado
plagioclásio sericitizado e biotita
muscovitizada. LN e LP, 25X

Granito protomilonítico com


quartzo fitado, feldspato alcalino
plagioclásio sericitizado e
encurvado, biotita e titanita. LN e
LP, 25X
15

Grupo dos Feldspatos Pertitas


Segundo Hughes (1982) as pertitas consistem em lamelas, fragmentos
Os feldspatos são os minerais mais abundantes nas rochas ou margens de plagioclásio albítico dentro de grãos de ortoclásio ou
magmáticos, tanto que, juntamente com o quartzo servem a sua microclínio. Este intercrescimento se deve a exolução (desmistura) destas
classificação. lamelas no cristal hospedeiro, sendo esta textura uma reação no estado
Embora suscetíveis a alteração os feldspatos são, depois do quartzo, sólido, típica de condições de resfriamento lento, ou seja, só ocorrem em
os minerais mais abundantes nas rochas sedimentares. rochas plutônicas.
Nas rochas metamórficas são abundantes tanto no metamorfismo Tipos de pertitização:
regional como no de contato. Cripotpertitas: 1 – 5 μ (visível ao raio X)
Os feldspatos podem ser divididos conforme sua composição e Micropertitas: 2 - 100 μ (visível ao microscópio óptico)
estrutura em três grupos principais, cada um com seus membros: Pertitas: 100 - 1000 μ (1 mm) (visível a olho nu)
Mesopertitas
1. FELDSPATOS ALCALINOS  NaAlSi3O8 — KAlSi3O8 Antipertitas
2. FELDSPATOS CALCOSSÓDICOS ou PLAGIOCLÁSIOS  NaAlSi 3O8 — CaAl 2Si 2O8
3. FELDSPATOS PESADOS  KAlSi3O8 — BaAl 2Si2O8 Paragênese
Nas rochas ígneas os feldspatos alcalinos estão presentes em rochas
Este atlas abordará os feldspatos alcalinos e os calcossódicos. ácidas e intermediárias tanto plutônicas (ortoclásio e microclínio) como
vulcânicas (sanidina e anortoclásio). Podem ocorrer em pequenas proporções
Feldspatos Alcalinos – Tectossilicatos em rochas básicas (<5%). Ocorrem também em veios e filões pegmatíticos.

Os feldspatos alcalinos formam uma série entre os termos Ortoclásio e Nas rochas sedimentares os feldspatos alcalinos são os minerais mais
Albita e podem conter cerca de 5% de molécula de Anortita na sua estrutura. freqüentes depois do quartzo, ocorrem em arcóseos, grauvacas e arenitos.
Em função da composição química e das propriedades óticas os
feldspatos alcalinos se dividem em duas séries principais: Nas rochas metamórficas os feldspatos ocorrem tanto no metamorfismo
regional de alto grau como no metamorfismo de contato. No metamorfismo
1. Série de alta temperatura: regional de alto grau a formação de ortoclásio ocorre devido a instabilidade
Série alta albita — alta sanidina das micas na seguinte reação: muscovita + SiO2 = ortoclásio + sillimanita.
Série alta albita — sanidina
Propriedades macroscópicas
2. Série de baixa temperatura: forma - variada, quando euédricos são prismáticos, freqüentemente
Série baixa albita — ortoclásio maclados,
Série baixa albita — microclínio cor - incolores a coloridos: esbranquiçados, rosados, amarelados,
esverdeados;
Estas séries são constituídas pelos seguintes minerais: brilho – vítreo, a adularia pode ser opalescente;
1. Séries de alta temperatura: cristais de sanidina/anortoclásio homogêneos ou maclas - mais freqüentes são Carlsbad, Baveno, Manebach, Periclina-Albita;
criptopertitos. densidade - 2,57 (mais leve que o bromofórmio)
dureza - 6
2. Séries de baixa temperatura: micropertitas, pertitas ou cristais homogêneos clivagem – duas séries com ângulo de 90º {001} perfeita e {010} boa. Há uma
de ortoclásio/microclínio. terceira série prismática segundo {110};
fragilidade - resistente ao choque
alterações – freqüentes e variadas, argilização, oxidação;
16

Propriedades óticas
LN
 cor — incolores a turvos (quando alterados)
 forma — quando fenocristais: formas prismáticas quando na matriz:
anédricos a subédricos, ocorrem como esferulios
 clivagem — perfeita segundo (001), boa segundo (010), fraca segundo
(110) (quase nunca visíveis ao microscópio ótico)
 fraturas - na sanidina são comuns as fraturas transversais ao maior
alongamento
 IR — maior que o Balsamo do Canadá, em torno de 1,520 e 1,590 são
comuns as inclusões e alterações: oxidação, argilização e sericitização
 Observação: em rochas de composição ácida, constituídas de quartzo,
feldspato alcalino e plagioclásio, em geral o que se observa é que o
quartzo encontra-se límpido e inalterado, pois é um resistato químico, o Granito com
feldspato alcalino apresenta alguma turbidez, devido a oxidação ou quartzo,
argilização, e o plagioclásio encontra-se turvo, mais alterado, parcial a microclínio
totalmente sericitizado ou epidotizado, por se o mais suscetível a mirmequítico e
aliteração. plagioclásio
zonado. LN e LP,
LP 25X
 birrefringência — é baixa, em torno de 0,006, com cores cinza de 1a
ordem;
 extinção — é oblíqua para todos os termos da série com os seguintes
ângulos [em (001)]:
sanidina: 9°
anortoclásio: 5 - 9º
ortoclásio: 5 - 19°
microclínio: 15 - 20°
 maclas: são comuns as seguintes leis:
sanidina: Geminação de Carlsbad
anortoclásio: geminação albita-periclina
ortoclásio: geminação de Carlsbad e Baveno
microclínio geminação albita-periclina
 SE - (-)

LC
 B(-) – para as formas monoclínicas (ortoclásio e sanidina) Quartzo sienito
 B(+) ou (-) para as formas triclínicas (microclínio e anortoclásio), com os com ortoclásio
seguintes valores de ângulo 2V: micropertítico e
sanidina: 0 a 40º quartzo. LN e LP,
anortoclásio: 32 a 62º 25X
ortoclásio: 30 a 80º
microclínio: 40 a 90º
20

Feldspatos Calcossódicos ou Plagioclásios - Tectossilicatos presença de An30 a An35. A labradorita pode ocorrer em rochas metabásicas.
Em condições de alta pressão da fácies eclogito o plagioclásio está ausente.
FELDSPATOS CALCOSSÓDICOS ou PLAGIOCLÁSIOS  NaAlSi3O8 — CaAl2Si2O8 Nas rochas sedimentares o plagioclásio pode ser detrítico, se as
condições de alteração, transporte e deposição, não forem severas. A albita
Série Isomórfica dos Plagioclásios - Sistema Triclínico com freqüência é um mineral autigênico.

A Série Isomórfica dos Plagioclásios foi definida por Calkings (1917) e Propriedades macroscópicas
constitui uma importante solução sólida perfeita que varia de um termo forma - variada, quando euédricos s prismáticos, curtos ou longos
sódico (albita) para um termo cálcico (anortita), apresentando todas as limpidez - geralmente transparentes, mas podem ser translúcidos
composições intermediárias possíveis devido a substituição completa do NaSi cor - brancos, róseos, cinza, esverdeado, cinza e azulado, pode ocorrer a
por CaAl: labradorescência
brilho - vítreo a nacarado
NaAlSi3O8 (Ab) – CaAl2Si2O8 (An) maclas - polissinitéticas muito freqüentes
densidade -2,62 (Ab) a 2,76 (An)
+5 { Na+1Si+4  Ca+2Al+3 } +5 dureza - 6 a 6,5 (superior ao canivete e ao vidro)

Propriedades óticas
Termos da série isomórfica dos plagioclásios LN
An Ab  cor - incolores
Albita An0-10 Ab90-100  forma - anédricos a euédricos, dependendo da ordem de critalização e
Oligoclásio An10-30 Ab70-90 da composição:
Andesina An30-50 Ab50-70 termos cálcicos — euédricos
Labradorita An50-70 Ab30-50 termos sólidos — anédricos
Bitownita An70-90 Ab10-30 albita: ocorre na forma de pertitas, intercrescida com FK
Anortita An90-100 Ab0-10  IR - cresce diretamente com o aumento do teor em cálcio. Varia de
valores menores a maiores que o Bálsamo do Canadá (IR 1,532 a 1,1542).
Paragênese  clivagem: (001) perfeita; (010) descontínua; (110) e (1-10) imperfeita; de
Nas rochas ígneas, tanto vulcânicas como plutônicas, a série isomórfica um modo geral não é visível ao microscópio ótico.
dos plagioclásios é o grupo mineral mais abundante. Os termos mais cálcicos  possuem inclusões e alterações: agilização, damouritização,
(labradorita e bitownita) ocorrem nas rochas ultrabásicas e básicas, enquanto saussuritização, epidotização/ carbonatação/ oxidação
que os termos sódicos ocorrem nas rochas intermediárias a ácidas (andesina e
oligoclásio). Os plagioclásios são particularmente importantes na LP
diferenciação de gabros-basaltos (An>50) e dioritos-andesitos (An<50).  birrefringência baixa, variando de 0,007 a 0,013 com cores de interferência
Nas rochas metamórficas a composição dos plagioclásios está de 1ª ordem
relacionada ao grau do metamorfismo: a albita é o plagioclásio estável nas  ângulo de extinção: variam com a composição química (diminuem com o
zonas da clorita e da biotita, do metamorfismo regional; o fim da fácies xisto teor de cálcio)
verde (zona da granada) e o ingresso na fácies anfibolito é marcada por uma  SE - (+) quando An 70 a 100%
mudança na composição do plagioclásio, tanto nos sedimentos como nas o (-) quando An 0 a 70%
rochas ígneas metamorfisadas, nestas condições ocorre o oligoclásio (em  maclas: são freqüentes: macla polissintética; maclas de Carlsbad e
torno de An25). Portanto existe um intervalo da composição dos plagioclásios, polissintéticas combinadas (dupla macla); maclas complexas
de An7 e An15, chamada de descontinuidade da peristerita que não ocorre  zonação freqüente: normal, oscilatória, inversa
nas rochas metamórficas. À medida que ocorre o aumento do grau
metamórfico há um conteúdo maior de anortita nas rochas, sendo comum a
21

LC Método da simples macla


 B(-) ou B(+) com ângulo 2V variável de acordo com a composição: 1º. Orienta-se o mineral na direção NS.
albita: 77 a 82º 2º. Extingue-se um sistema de macias para o lado direito, obtendo o
oligoclásio: 82 a 90º ângulo α1 (alfa 1).
andesina: 76 a 90º 3º. Extingue-se o outro sistema de maclas para o lado esquerdo, obtendo
labradorita: 76 a 90º o ângulo α2 (alfa 2).
bitownita: 79 a 88º 4º. Se α1 e α2 não diferirem em mais de 2° (5°) faz-se a média. O valor
anortita: 77 a 79º médio é levado ao gráfico.

Método para identificação dos plagioclásios (Kerr, 1977)

MÉTODO DA SIMPLES MACLA (MACLA DA ALBITA)


Pré-requisitos para a aplicação do método:
1º. Quando orientado no sentido NS o mineral deve mostrar apenas os
traços dos planos de macla.
2º. A 45° desta posição (posição de máxima iluminação) o cristal deve
estar homogeneamente iluminado (todo o mineral no mesmo tom).
3º. Satisfeitas estas condições pode-se aplicar o método.
4º. Este método é estatístico e deve fundamentar-se no maior número de
medidas possíveis. Nunca é garantido que se obteve o maior ângulo de
extinção.

Plagioclásio orientado no sentido


NS mostrando apenas os traços
dos planos de macla, LP, 25X

A 45° desta posição (posição de


máxima iluminação) o cristal
homogeneamente iluminado, LP,
25X
22

Método da dupla macla


(MACLAS DA ALBITA E CARLSBAD COMBINADAS)

Pré-requisitos para aplicação do método:


1º. Quando orientado no sentido NS o mineral deve mostrar apenas os
traços dos planos de macia.
2º. A 45° desta posição (posição de máxima iluminação) o cristal deve
mostrar APENAS a macla de Carlsbad.
Plagioclásio orientado no sentido
3º. Satisfeitas estas condições pode-se aplicar o método.
NS mostrando apenas os traços
dos planos de macla, LP, 25X
Método da dupla macla:
1º. Orienta-se o mineral na direção NS.
2º. Considerando apenas um indivíduo da macla de Carlsbad (apenas
um lado da macia) extingue-se para a direita um sistema de macia da albita,
obtendo-se o ângulo α1 (alfa 1).
3º. Considerando o mesmo indivíduo da macla de Carlsbad, extingue-se
o outro sistema de macla da albita, obtendo-se o ângulo α2 (alfa 2).
4º. Volta-se a posição inicial e se repete o mesmo procedimento para o
outro indivíduo da macia de Carlsbad (outro lado da macia), obtendo-se os
ângulos β1 e β2 (beta 1 e 2).
5º. Tanto os valores de α1 e α2 como o valores de β1 e β2 não devem
diferir em mais de 2° (5°).
6º. Calculam-se os valores médios de α e β. Com os valores médios
mover a platina até extinguir um
consulta-se o gráfico. O maior valor é a ordenada e o menor é a abscissa.
sistema de maclas, LP, 25X -
anotar o ângulo

mover a platina até extinguir o


outro sistema de maclas, LP, 25X -
anotar o ângulo
23

Gabro com plagioclásio


mostrando a dupla macla, LP, 25X

Tonalito com plagioclásio zonado


mostrando a dupla macla, LP, 25X
24

Feldspatóides - Tectossilicatos Propriedades macroscópicas


hábito – cristais na forma de prismas curtos, compacto ou granular
Os feldspatóides, como o nome indica, são tectossilicatos semelhantes cor - incolor, branco, amarelado; se maciço, cinza ou avermelhado
aos feldspatos, porém apresentam uma deficiência em sílica (são minerais brilho - vítreo a gorduroso (eleolita)
subsaturados em SiO2), apresentando cerca de 2/3 da sílica existente nos diafaneidade - transparente a translúcido
feldspatos alcalinos. dureza - 5 a 6
clivagem - imperfeita segundo {10-10}
Por este motivo os feldspatóides são incompatíveis com o quartzo e na fratura - subconchoidal
presença de sílica livre (quartzo) transformam-se em feldspatos: peso especifico - 2,5
feldspatóides + quartzo  feldspatos ensaio - gelatiniza com HCl

Os feldspatóides, de um modo geral, ocorrem em rochas Propriedades microscópicas


subsaturadas em sílica e freqüentemente em rochas alcalinas LN
acompanhados de outros minerais típicos (piroxênio e anfibólio alcalinos).  hábito – secções basais hexagonais; laterais prismáticas ou anédricas
 cor – incolor a turva (devido as freqüentes alterações)
Sistemática dos Feldspatóides  IR - baixo, em torno de 1,529 a 1,542 (menor que o BC)
 clivagem - imperfeita segundo {10-10}, raramente visível ao microscópio
1. Grupo da Nefelina  alterações - cancrinita, zeolita, mica branca, analcita, sodalita
2. Leucita
3. Grupo da Sodalita LP
4. Grupo da Cancrinita  birrefringência - baixa, 0,003 a 0,005, com cores cinza de 1ª ordem
5. Grupo da Helvita  extinção - reta nas secções prismáticas, as secções basais são isótropas
 SE(-)

1. Grupo da Nefelina (Sistema Hexagonal) LC


 U(-)
1. NEFELINA  NA3K[SiAlO4 ]
2. CALSILITA K[SiAlO4 ] Confusões possíveis
Quartzo e feldspatos (quando estão sem maclas)
Paragênese Sodalita e leucita
A nefelina tem origem primária em rochas ígneas alcalinas Apatita e melilita
subsaturadas em silica, vulcânicas ou plutônicas; e secundária, resultando
do metassomatismo (nefelinização) e da contaminação de magmas
básicos.
A calsilita ocorre em lavas ricas em K.
25

2. Leucita (Sistema Tetragonal/Pseudo-cúbico) 3. Grupo da Sodalita (Sistema Cúbico)

1. LEUCITA  K[AlSi2O6 ] 1. SODALITA  NA8[Al6Si6O24]Cl


2. NOSEANA  NA8[Al6Si6O24]SO4
Paragênese: 3. HAUÍNA  (NA,CA)4-8[Al6Si6O24](SO4,S)1-2
A leucita restringe-se a rochas ígneas vulcânicas. É típica de lavas básicas 4. LAZURITA  (NA,CA)4[Al6Si6O24](SO4,S, Cl2)
ricas em K e lavas ultrabásicas ricas em K (uganditos e catungitos). É bastante
comum ocorrer um intercrescimento de nefelina e feldspato alcalino, Paragênese:
denominado de pseudo leucita, substituindo a leucita. A sodalita ocorre em rochas ígneas vulcânicas e plutônicas alcalinas
subsaturadas (principalmente sienitos) e calcários metassomatizados.
Propriedades macroscópicas Noseana e hauína são exclusivas de ígneas vulcânicas subsaturadas em SiO2
hábito – trapezoedros (leucitoedro) ou granular (principalmente fonolitos).
cor – branco ou cinza Lazurita - calcários metamorfisados (em lápis-lazuli).
brilho - vítreo
diafaneidade - translúcida Propriedades macroscópicas
dureza - 5 a 6 hábito - cristais hexatetraédricos, raramente dodecaédricos, maciços
clivagem – muito fraca segundo {110} cor - azul, branca, cinza, verde. A variedade HACKMANITA é rosa e apresenta
fratura - subconchoidal tenebrência.
peso especifico - 2,5 brilho - semi-vítreo
diafaneidade - transparente a translúcido
Propriedades microscópicas dureza - 5 a 6
LN clivagem - dodecaédrica segundo {011} com fratura - subconchoidal
 hábito – arredondada ou octogonal peso especifico - 2 a 2,3
 cor – incolor a turva
 IR - baixo, em torno de 1,509 (menor que o BC) Propriedades microscópicas
 clivagem – muito fraca segundo {110} LN - SODALITA
 inclusões – são comuns inclusões radiais  hábito – cristais anédrico
 cor – incolor
LP  clivagem - fraca {011}
 A leucita é pseudocúbica, portanto é isótropa a fracamente anisótropa.  alteração - zeolita
 No caso de leve anisotropia a extinção é reta; a birrefringência é muito
baixa (em torno de 0,001) e pode apresentar maclas complexas LN - NOSEANA E HAUINA
(diagnósticas), bem visualizadas com a lâmina de gipso.  hábito - globulosos a euédricos (formas hexagonais)
 cor - incolor, azul pálido, acastanhado
LC  clivagem - fraca segundo {011}
 Normalmente não possuem figura ótica, mas podem ser U(+)  alteração - zeolita
 inclusões - semelhantes a finas clivagens (ambos os minerais podem
apresentar bordas opacas)

LP e LC
• São minerais do sistema cúbico, portanto são ISÓTROPO
26

Fenocristais de leucita e aegirina,


LN e LP, 25X

Fenocristais de noseana em
matriz traquítica de feldspato
alcalino e aegirina, Fonolito e
aegirina, LN e LP, 25X
27

Micas - Filossilicatos ou silicatos em folhas

1. Micas brancas ou aluminosas (Sistema Monoclínico)


1. Muscovita [Si3AlO10](OH,F)2KAl2
2. Paragonita [Si3 AlO10](OH,F)2NaAl2
3. Glauconita [Si3 AlO10](OH)nH2O(K,Na,Ca)(Fe+2,Fe+3,Al,Mg)

Outras variedades:
– Sericita
– Pinita
– Fengita
– Fuchsita

Paragênese:
Nas Rochas Ígneas Plutônicas a muscovita ocorre em rochas ácidas,
pegmatitos e graisens, nas Rochas ígneas Vulcânicas é rara, podendo ocorrer
em alguns riolitos.
Nas Rochas sedimentares ocorre como partícula detrital.
Nas Rochas metamórficas é comum no baixo e médio grau. No alto
desaparece dando lugar ao FK + sillimanita.

Propriedades microscópicas

LN

• forma - secção basal tem formas hexagonais, secção lateral tem formas
tabulares e anédricas.
• cor – são incolores e límpidas
• clivagem – perfeita segundo (001)
• IR – médio, varia de 1,624 a 1,552, é maior que o do Bálsamo do Canadá,
não se alteram mas inclusões são comuns.

LP
• birrefringência – forte, variando de 0,037 a 0,041, com cores de
interferência de 2ª e 3ª ordem e aspecto mosqueado (bird eyes).
• extinção – reta
• SE (+)
• maclas – são raras Muscovita em granito milonitizado exibindo kink bands nas clivagens
envelopada por quartzo fitado, LN eLP, 25X
LC
• B (–) com ângulo 2V de 30° a 40°.
28

Muscovita intersticial em granito,


completam a paragênese quartzo,
feldspato alcalino e plagioclásio, LN
e LP, 25X

Muscovita deformada em greissen, completam a paragênse quartzo, quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio e granada fraturada. LN
e LP, 25X
29

2. Micas Pretas (Sistema Monoclínico)

1. Biotita [Si3AlO10](OH,F)2 K(FeMg)3


2. Flogopita [Si3 AlO10](OH,F)2 K(MgFe)3
3. Lepidomelano [Si3 AlO10](OH,F)2 K(FeMg)3
4. Annita [Si3 AlO10](OH,F)2 KFe3

A biotita e a flogopita formam uma importante série contínua, a diferença


entre os dois minerais é arbitrária e baseia-se no teor de ferro e magnésio:
Mg:Fe < 2:1 – biotita
Mg:Fe > 2:1 – flogopita

1. Biotita

Paragênese:
Biotita em granito, completam a
Nas rochas ígneas plutônicas a biotita é comum nas rochas ácidas e paragênese quartzo, feldspato
intermediárias, mas pode ocorrer nas rochas básicas. Também está presente alcalino, plagioclásio e hornblenda.
em pegmatitos. Nas rochas ígneas vulcânicas é menos freqüente. destaque para o forte pelocroismo, LN
e LP, 25X
Nas rochas metamórficas ocorrem tanto no metamorfismo de contato quanto
no regional, é comum em xistos e gnaisses.

Nas rochas sedimentares é rara, pois se altera facilmente. Ocorre em varvitos


e tilitos (sedimentos glaciais)

Propriedades óticas

LN
• forma - secções basais têm formas hexagonais; secções laterais têm LP
formas prismáticas ou anédricas. • birrefringência – forte, variando de 0,040 a 0,055, com cores de
• cor – são intensamente coloridas, apresentando pleocroísmo direto: interferência de 2ª e 3ª ordem (quando cloritizada adquire
Ng e Nm: castanho avermelhado, castalho escuro, castanho birrefringência baixa, cinza, com cores anômalas azuis e violeta
esverdeado (EW) • extinção – reta
Np: castanho amarelado a quase incolor (NS) • SE (+)
• clivagem – perfeita segundo (001) • maclas – são raras
• IR – média, varia de 1,565 a 1,696, é maior que a do BC.
• As inclusões são freqüentes, principalmente de pequenos minerais LC
euédricos como apatita, zircão e esfeno. O zircão produz na biotita • B (–) com ângulo 2V de 0° a 25°.
halos pleocróicos. As alterações também são comuns, • Confusões possíveis:
principalmente: – Turmalina
• Clorita (dá um tom verde à biotita) – Hornblenda marrom
– Astrofilita
30

Biotita cloritizada em granito, completam a


paragênese quartzo, feldspato alcalino,
plagioclásio e hornblenda, LN e LP, 25X

Biotita cloritizada mostrando cor de


interferência azul, anômala, LN e LP, 25X

Biotita titanífera mostrando cores avermelhadas, no


campo em destaque observa-se o crescimento
epitaxial com a muscovita completam a paragênese
quartzo, feldspato alcalino pertítico e plagioclásio
zonado. LN e LP, 25X
29

3. Cloritas – Anfibolitos verdes: 2 séries de clivagem na secção basal, extinção


oblíqua e birrefringência forte.
(Mg,Fe)3(Al,Si)4O10(OH)2-(Mg,Fe)3(OH)6 – Hiperstênio: 2 séries de clivagem na secção basal, 2V grande, B.

As cloritas formam um extenso grupo cuja classificação depende dos teores


de ferro e magnésio. As principais cloritas são:
1. Clorita
2. Penina
3. Clinocloro

Paragênese:

São comuns como produto de alteração tardimagmática e/ou hidrotermal


dos minerais máficos (biotita, anfibólios, piroxênios e olivinas).
São produtos do metamorfismo regional de baixo grau como xistos e filitos

Propriedades óticas

LN
• forma – são normalmente prismáticas, podem formar esferulíticas ou
mesmo criptocristalinas.
• cor – são incolores a verdes, com pleocroísmo direto em tons de
verde.
• clivagem – perfeita segundo (001).
• IR – normalmente baixo, 1,57 a 1,59. É comum a inclusão de minerais
opacos ao longo das clivagens.

LP
• birrefringência – em geral baixa, em torno de 0,000 a 0,003, com cores
cinza de 1ª ordem; mas as cores anômalas são comuns: a penina
(clorita férrica) costuma ter birrefringência vinho a roxa; o clinocloro
(clorita magnesiana, em geral associada a serpentina e talco) tem
birrefringência azul berlin
• extinção – reta
• SE variável

LC
• B até U com sinais variáveis.
Clorita magnesiana (Clinocloro) incolor em LN e
• Confusões possíveis: mostrando birrefringência anômala de cor azul berlin
– Cloritóide: birrefringência mais forte em LP. Acompanham a paragênse talco e serpentina
LN e LP, 25X
30

Biotita cloritizada em
granito, completam a
paragênese quartzo,
feldspato alcalino e
plagioclásio
intensamente
sericitizados, LN e LP,
25X

Clorita magnesiana
(clinocloro),
completam a
paragênese
serpentina,
carbonato e
anfibílio, LN e LP,
25X
31

Piroxênio e Anfibólios - Inossilicatos ou silicatos em cadeias  Além disto a grande diferença química entre piroxênios e anfibólio é que
estes últimos são hidratados (contém um íon de hidroxila - OH) ou um íon
Nos inossilicatos os tetraedros de sílica formam cadeias simples que semelhante (F,0).
compartilham 2 oxigênios ponte (Grupo dos Piroxênios) ou cadeias duplas que Ambos os grupos, piroxênios e anfibólios, apresentam séries
compartilham alternadamente 2 ou 3 oxigênios ponte (Grupo dos Anfibólios). ortorrômbica, monoclínica e triclínica; a série ortorrômbica é decorrente da
A subclasse dos Inossilicatos constitui um conjunto bem definido de duplicação, por reflexão (como uma macla), da cela unitária, elevando a
minerais que, apesar de variar amplamente na composição química guardam simetria dos cristais.
relação em suas propriedades físicas e químicas.
A estrutura destes minerais caracteriza-se pelas infinitas cadeias de Grupo dos Piroxênios
tetraedros de SiO4 unidos entre si pelos vértices permanecendo os oxigênios
de cada tetraedro livres para ligarem-se a outros cátions. Paragênse geral do grupo dos piroxênios
Estas cadeias simples podem unir-se, mediante a participação de
oxigênios de alguns tetraedros, para formar cadeias duplas, sendo esta a Nas rochas ígneas os piroxênios são extremamente comuns, tanto nas
principal diferença entre os dois grupos de minerais desta subclasse: vulcânicas quanto plutônicas, de ácidas a ultrabásicas; preferencialmente
PIROXÊNIOS e ANFIBÓLIOS. concentrando-se nas básicas e ultrabásicas. Podem formar até 90% da rocha
As cadeias dispõem-se paralelamente ao terceiro eixo cristalográfico, (piroxenitos).
eixo c, determinando o hábito prismático e clivagens segundo as faces do Os piroxênios raramente ocorrem em rochas sedimentares, a não ser que a
prisma vertical. área fonte seja próxima ou que os processos de intemperismo químico não
Estas clivagens formam ângulos diferentes entre si de acordo com o estejam atuantes(ex.: Fernando de Noronha).
grupo a que o mineral pertence. Nas rochas metamórficas os piroxênios são constituintes comuns no alto grau
 Nos piroxênios, Inossilicatos de cadeia simples, este ângulo é próximo a como gnaisses e mármores.
90°;
Propriedades macroscópicas gerais do Grupo dos piroxênios

• cor — verde escuro a preto na maioria; diopsídio — verde claro;


espudomênio — branco, rosa, amarelado, verde; jadeita - verde maçã,
verde esmeralda; rodonita — carmesim, rosa.
• diafaneidade — a maioria é opaco, as variedades gemológicas podem
 Nos anfibólios, Inossilicatos de cadeia dupla, o ângulo é de 120°; ambas ser translúcidas a transparentes.
perfeitamente visíveis no pinacóide basal ou em secções paralelas a ele. • brilho - vítreo; algumas variedades (bronzita) tem brilho semi-metálico a
Esta diferença entre os ângulos de clivagens é controlada nacarado (jadeita);
exclusivamente pela estrutura. • hábito — normalmente prismas curtos com secções basais
equidimensionais; mais raramente fibrosos, lamelares, maciços,colunares.
• dureza — 6 a 6,5
• tenacidade — frágeis a tenazes
• clivagem — perfeita segundo (110); normalmente mostram partição
basal; o espudomênio mostra estrias segundo as faces do prisma
• densidade relativa — baixa
 A unidade estrutural de sílica dos piroxênios é (SiO3)-2 e a relação Si:O  • outros — as maclas são comuns; os piroxênios são facilmente alteráveis
1:3; transformando-se em clorita, serpentina, anfibólio sendo o
 Nos anfibólios a unidade estrutural de sílica é (Si4O11)-6 onde a relação pseudomorfismo comum.
Si:O 4:11 (ou 1:2,75).
32

Fórmula Geral dos Piroxênios:


W1-P (X,Y)1+P Z2O6
Onde:
– W = Ca Na
– X = Mg Fe2+ Mn Ni Li
– Y = Al Fe3+ Cr Ti
– Z = Si Al
– Na SÉRIE ORTORRÔMBICA   1, ou seja não há teores significativos de Ca
e Na.
– Na SÉRIE MONOCLÍNICA  = 1 ou 0, definindo uma série rica em Ca e
outra pobre em Ca. A variação completa do Grupo dos Piroxênios está
sintetizada no diagrama de Deer et al. (1966).

Atenção: estes minerais são anidros e de alta temperatura.

Enstatita*(incolor)
Bronzita
Hiperstênio*(pleocróico de verde a rosa salmão - a presença de hiperstênio aponta para granitos do tipo
PIROXÊNIOS ORTORRÔMBICOS charnoquitos - hiperstênio granitos - associados a terrenos gnáissicos de base da crosta e granulitos)
1 Ferrohiperstênio
(extinção reta) Eulita
Ortoferrossilita

Cálcico e Diopsídio* – Hedembergita - Joansenita (pleocroismo muito fraco em tons de verde/ang. ext. alto)
Ferromagnesianos Augita* - Ferroaugita (pleocroismo muito fraco em tons de castanhos/ ang. ext. alto/ a presença
destes piroxênios leva a magmas toleíticos)
Pigeonita (igual a augita mas é exclusiva de rochas vulcânicas básicas)

PIROXÊNIOS MONOCLÍNICOS
 = 1 ou  = 0 Aegirina* — Aegirina-augita (pleocroismo muito forte em tons de verde e amarelo/ ang. ext. baixo/
(extinção oblíqua) a presença deste piroxênio aponta para peralcalinos, onde em geral estes minerais têm hábito
Alcalinos ou Sódicos intersticial, em geral associados a anfibólios alcalinos)
Jadeita
Espudomênio

Wolastonita
PIROXÊNIOS TRICLÍNICOS Rhodonita
OU PIROXENÓIDES Bustamita
(extinção oblíqua) Pectolita
33

CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS GERAIS DOS PIROXÊNIOS LC


• B (+) ou (-)
LN • 2V - variável
• forma — normalmente subédricos a euédricos, com secções basais • *Qbs.: as propriedades dos piroxênios variam em função da
equidimensionais e seções laterais de prismas curtos. composição química, assim aumentando o teor de Fé; aumenta o
• clivagem — seção basal: DUAS séries de clivagens ortogonais ângulo 2V, o IR e a birrefringência.
• seção lateral: UMA série de clivagem segundo o prisma ( — é nesta
seção onde se determina a maioria das propriedades óticas do mineral).
• cor — incolores a coloridos e pleocróicos PIROXÊNIOS ORTORRÔMBICOS
• IR - alto
• alterações — a principal alteração a URALITIZACÃO, mas a cloritização e
serpentinização são comuns Os ortopiroxênios consistem em uma solução sólida, onde há troca do
• URALITIZACÃO — transformação de piroxênio para um anfibólio muito Fe pelo Mg – FeSiO3 – MgSiO3 com até 3% de mol de CaSiO3. Outros elementos
fino, oticamente não identificável, hábito fibroso e composição das séries como Ni, Cr, Mn, Fe e Al podem substituir pequenas proporções de Fe e Mg. O
tremolita, actinolita, hornblenda ou cumingtonita-grunerita nome de cada um dos minerais da série é dado em função do teor de
Enstatita presente:

LP PROPRIEDADES ÓTICAS
• extinção - na seção basal é SIMÉTRICA, na seção lateral dos
ortopiroxênios é RETA, na seção lateral dos clinopiroxênios é OBLÍQUA LN
com os seguintes ângulos máximos calculados na face (010):  cor — enstatita – incolor; bronzita - incolor mas apresenta inclusões de
minerais opacos segundo os planos de clivagem (inclusões de Schiller ou
Atenção — os minerais do schillerinizaçao); hiperstênio a ortoferrossilita - têm pleocroismo forte com:
sistema monoclínico Ng: verde claro a cinza esverdeado; Nm: verde acastanhado; Np:
apresentem extinção reta na castanho rosado a ROSA SALMÃO.
zona de Y. Ou seja, entre as  IR - aumenta com o teor de Fe
faces [(001)] a extinção é reta e  alterações — serpentinização, cloritização e uralitização
na face (010) a extinção é
oblíqua com o máximo de LP
angularidade. Nas posições  birrefringência - nos magnesianos é média, com cores cinza a amarelo
intermediárias a extinção será de 1 ordem; nos intermediários e férricos , é média a alta com cores
oblíqua cem valores menores amarelas a alaranjadas de 1ª a 2ª ordem.
que na face (010) e maiores  extinção — na secção lateral é reta
que 0;
LC
 B (+) para enstatita, eulita e ortoferrossilita; B (-) para bronzita, hiperstênio
e ferrohiperstênio
• birrefringência - normalmente alta, de 2ª a 3ª ordem
• maclas - são comuns
• SE (+) - com exceção da Hedenbergita, Joansenita e Aegirinas
34

O diopsídio ocorre em rochas magmáticas básicas, excepcionalmente


nas intermediárias, tanto plutônicas quanto vulcânicas, associado a olivina em
alguns basaltos. É mais comum em rochas metamórficas regionais ou de
contato derivadas do metamorfismo de rochas básicas ou de sedimentos ricos
em Ca. Nas rochas metamórficas associa-se ao hiperstênio marcando o alto
grau de metamorfismo (fácies granulito).
A hedenbergita ocorre nas rochas ígneas vulcânicas e plutônicas
intermediárias e básicas (ex. sienitos e dioritos). É comum em rochas
metamórficas regionais ou de contato formadas a partir de sedimentos ricos
em Ca e Fe.

Propriedades óticas
LN
• cor - diopsídio: pleocróico de incolor a verde pálido; hedenbergita:
pleocróica em tons de verde, verde acastanhado e verde, amarelado
• IR — forte (1,65 a 1,77)
• alterações - diopsídio: clorita e tremolita
• hedenbergita: clorita e actinolita

LP
• birrefringência - forte (0,028 a 0,031) com cores de 2 ordem
• extinção - oblíqua com ângulo máximo de 38° a 41° para o diopsídio e
42° a 48° na hedenbergita
• SE - (+) para o diopsídio e (-) para hedenbergita
• macias - são freqüentes

LC
• B (+) com 2V de 50 a 62º
Granulito com hiperstênio (rosa salmão), diopsídio (verde claro),
hornblenda (verde escuro), completam a paragênese quartzo e
plagioclásio , LN e LP, 25X

PIROXÊNIOS MONOCLÍNICOS

2.1 SÉRIE CÁLCICO - FERROMAGNESlANA


2.1 .1. DIOPSÍDIO  MgCa(SiO)2
HEDEMBERGITA FeCa(SiO)2 Simplectito entre diopsídio (verde
(JOHANSENITA)  MnCa(SiO)2 claro), hornblenda (verde escuro),
e opacos em metagranito, LN e LP,
Paragênese: 50X
Os minerais desta série são típicos de rochas metamórficas, mas
também ocorrem em rochas ígneas.
35

2.1.2. AUGITA - FERROAUGITA (Ca, Mg, Fe2+, Fe3+, Ti, Al)2[(Si,Al)2 O6

A augita é o piroxênio mais comum devido a grande variação


composiçional que pode apresentar. As principais substituições são:
(Mg,Fe)  Ca
Ti de 3% a 6% - titano-augita (fortemente rosada)
Cr - augita magnesiana
Na - onfacitas

Paragênese:
A AUGITA  é o piroxênio mais comum.
Nas rochas ígneas são constituintes característicos de rochas básicas
em geral (gabros, diabásio e basaltos), também ocorrem com menor
freqüência em rochas ultrabásicas e intermediárias.
Nas rochas metamórficas é menos comum, ocorrendo em granulitos e
charnockitos (metamórficas de alto grau).

A FERROAUGITA  restringe-se a rochas básicas e intermediárias.

Propriedades óticas
LN
• cor — fracamente coloridas em tons amarelados, verdes ou
acastanhados; as variedades titaníferas são rosadas
• IR - alto, cresce com o teor de Fé
• A augita altera-se com freqüência para uralita

LP
• birrefringência - média a alta (0,024 a 0,029) com cores de 2ª ordem
• extinção— obliqua com ângulo máximo de 39° a 47º
• SE (+)
• maclas — são muito comuns segundo (100) ou (001), tanto simples como
múltiplas ou então em ampulheta
• zonação - pode ocorrer em rochas vulcânicas, onde o núcleo é Mg e a
borda é Fe

LC
• B (+) com 2V de 40° a 70°

Diopsídio (verde claro), com borda de reação de hornblenda, acompanham


a paragênese a biotita, quartzo, feldspato alcalino e plagioclásio em
metagranito, LN e LP, 50X
36

Fenocristal de augita
(possivelmente titano -
augita devido a
coloração rosada) em
matriz de plagioclásio;
basalto. LN e LP, 25X

Augita associada a biotita em


tonalito. Completam a
paragênese o plagioclásio,
quartzo e opacos . LN e LP, 25X
37

2.1.3. PIGEONITA (Mg, Fe2+, Ca) (Mg, Fe2+)[Si O6]

Formam a série denominada subcálcica por serem pobres em cálcio, a


principal substituição é o Mg por Fe.

Paragênese:

A PIGEONITA é EXCLUSIVA de rochas ígneas básicas a intermediárias


vulcânicas, dificilmente ocorre como fenocristal , mais comum na matriz.
Pigeonita e augita são muito semelhantes ao microscópio, a característica
que permite a distinção entre ambas o ângulo 2V que varia de 0 a 25º para
pigeonita e de 40 a 70° para augita. Confunde -se com as olivinas, mas estas
têm extinção reta e IR mais elevado.

Propriedades óticas
LN
• cor — fracamente coloridas em tons amarelados, verdes, rosados ou
acastanhados;
• IR - alto, cresce com o teor de Fe (mais alto do que da augita, com que
frequentemente encontra-se associada em basltos)

LP
• birrefringência - média (0,010 a 0,030) com cores de 2ª ordem
• extinção— oblíqua com ângulo máximo de 37° a 44º
• SE (+)
• maclas — freqüentes segundo (100), polissintética

LC
• B (+) com 2V de 0° a 25°

Fenocristais de pigeonita
no núcleo de cristais de
augita em basalto. LN e
LP, 25X
38

2.2. SÉRIE ALCALINA


2.2.1. AEGIRINA (ACMITA)  NaFe3+ [ Si2O6]
AEGIRINA-AUGITA  (Na, Ca)(Fe3+, Fe2+, Mg,Al) [ Si2O6]

Paragênese:
AEGIRINA e AEGIRINA-AUGITA são minerais típicos de rochas ígneas
plutônicas ou vulcânicas alcalinas, ocorrendo em álcali-granitos, sienitos,
fonolitos, saturados ou não (ou seja ocorrem tanto com o quartzo como com
o feldspatóide). Podem ocorrer em rochas metamórficas.

Propriedades óticas

LN
• cor - pleocroismo forte em tons de verde: aegirina: Ng = verde escuro,
Nm = verde oliva, Np = amarelo esverdeado; aegirina-augita: Ng =
amarelo esverdeado, Nm = verde claro, Np = verde ou amarelo
• IR - forte (1,75 a 1,83 ), aumenta com o teor de Fe

LP
• birrefringência - forte, cores de 2ª ordem (0,040 a 0,060)
• extinção - oblíqua, com ângulos muito baixos; aegirina: 0 a 10º ; aegirina-
augita:0-20°
• SE (-)
• maclas - simples e lamelares segundo (100)
• zonação - comum entre os termos da série

LC
• B - aegirina (+) com 2V de 60 a 70°, aegirina—augita (+) ou (-) com 2V 70
a 90º

Fenocristais de aegirina
zonadas em fonolito . LN, 25X

Fenocristais de aegirina em
textura glomeoporfirítica
associadas a leucita e noseana
em fonolito. LN e LP, 25X
39

Grupo dos Anfibólios LN


• forma - normalmente subédricos a euédricos, as secções laterais são
Os anfibólios são inossilicatos de cadeia dupla, resultantes da prismáticas ou aciculares, as secções basais são losangulares, com duas
polimerizacão das cadeias simples que formam os piroxênios, causada pela dimensões distintas;
entrada de (OH) no sistema. O íon hidroxila pode estar presente em até 2%, • clivagem - nas secções BASAIS ocorrem duas séries de clivagem a 60º
este fato restringe os anfibólios a sistemas hidratados, onde eles ocupam o • nas secções LATERAIS ocorre uma serie de clivagem fina;
lugar dos piroxênios. Os anfibólios também são resultado da alteração • *Obs.: é nesta secção onde se faz a maioria das propriedades dos
(hidratação) dos piroxênios. O OH pode ser substituído por O, F e Cl anfibólios.
possibilitando a estabilidade dos anfibólios em sistemas pobres em água. A • IR - médio a alto
natureza hidratada dos anfibólios implicam uma maior estabilidade. • cor - incolores (termos magnesianos) a fortemente coloridos com
pleocroismo intenso
Paragênse geral do grupo dos piroxênios • em cores verdes, castanhas e azuis
• alterações - clorita, serpentina
Nas rochas ígneas os anfibólios são constituintes comuns das rochas
plutônicas e menos frequentes nas ígneas vulcânicas, ocorrem nas rochas LP
ácidas a ultrabásicas. • birrefringência - variável, média a alta
Nas rochas metamórficas os anfibólios têm larga ocorrência nas rochas • extinção - na secção BASAL e simétrica para todos os anfibólios;
metamórficas nas rochas metamórficas, regionais ou de contato, dede a • nas secções LATERAlS é reta para todos os ORTOANFIBÓLIOS, para os
fácies xisto verde até a fácies granulito inferior, onde desparecem devido a CLINOANFIBÓLIOS é reta na zona de Y e oblíqua com angularidade
desidratação da rocha, dando lugar aos piroxênios. São comuns em tremolita máxima na face (010), segundo o esquema abaixo
e actinolita xistos (grau baixo), anfibolitos e em mármores (grau médio). São
uma das possíveis fontes de água do manto superior
Atenção: os minerais do
Propriedades gerais do Grupo dos Anfibólios sistema monoclínico
apresentem extinção reta
• cor — verde escuro a preto; mais raramente branca a verde claro na zona de Y. Ou seja,
(tremolita) entre as faces [ (001)] a
• diafaneidade — opaca; algumas variedades de tremolita e actinolita extinção é reta e na face
podem ser transparentes a translúcidas (010) a extinção é oblíqua
• brilho — vítreo quase metálico com o máximo de
• hábito — normalmente acicular, ou como prismas longos; mais raramente angularidade. Nas posições
agregados fibrorradiados ou colunares ou como grãos isolados intermediárias a extinção
• dureza — 6 a 6,5 será oblíqua cem valores
• tenacidade — frágil, devido as inúmeras clivagens possuem um aspecto menores que na face (010)
estilhaçado e maiores que 0;
• clivagem - boa segundo (110)
• densidade — baixa • maclas - são comuns, simples ou polissintéticas segundo (100)
• outros — há uma espécie azul denominada de glaucofano principalmente.
• SE (+) na maioria
LC
• B (-) na maioria
Características microscópicas gerais dos anfibólios • 2V - variável
40

Fórmula Geral: Na família dos anfibólios a unidade estrutural de sílica é [(Si,Al) 4 O11) e,
W0-1 X2 Y5 [Z8O22] (OH, F, Cl)2 como nos piroxênios, apresentam uma SÉRIE ORTORRÔMBICA e outra
W = Na K MONOCLíNICA e ambas apresentam duas clivagens na seção basal, segundo
X = Ca Na Mg Fe2+ (Mn Li) (110), que se cortam a aproximadamente a 60° (55-56°).
Y = Mg Fe2+ Mn Al Fe3+ Ti Nos anfibólios o Si é substituído pelo Al com muita freqüência isto
Z = Si Al possibilita a entrada de metais alcalinos, resultando numa grande variedade
composicional dentro do grupo.
As séries ortorrômbica e monoclínica:

Antofilita (só metamórficas)


ANFIBÓLIOS ORTORRÔMBICOS
Gedrita
(Na + Ca  0)
(extinção reta)

Cálcico e Cumingtonita – Grunerita (só metamórficas)


Ferromagnesianos
Tremolita – Actinolita – Ferroactinolita (só metamórficas; tremolita: incolor,
(Ca>Na)
actinolita: verde)

Hornblenda (anfibólio mais comum em rochas Edenita


magmáticas em geral, o pleocroismo verde forte - Pargasita
com um componente azulado -e a extinção
oblíqua são diagnósticos) Tchermackita

ANFIBÓLIOS MONOCLÍNICOS Intermediários  Hornblenda basáltica (só vulcânicas básicas; pleocroismo castanho
(extinção oblíqua) (Ca>Na) avermelhado)
Kaersutita
Barkevita

Glaucofano (só rochas metamórficas- xistos azuis; pleocroismo lilás - azul do


alfazema)
Alcalinos 
(Na>Ca) Arfvedsonita (comum em alcalinas, pleocroismo verde azulado vivo, com
extinção oblíqua de ângulo muito variável)
Riebeckita (comum em alcalinas, pleocroismo azul anil muito escuro - quase
preto - e angulo de extinção baixo são diagnósticos)
41

SUBGRUPO DOS ANFIBÓLIOS CÁLCICOS (Ca>>Na)

1. Tremolita Ca2Mg5[Si8O22](OH)2
Actinolita Ca3 (Mg,Fe)5[Si8O22](OH)2

Paragênese

Os minerais da série tremolita-actinolita são essencialmente


metamórficos, típicos do metamorfismo regional de baixo e médio grau.
Tremolita - associa-se a rochas de composição ultrabásica, ocorrendo
em paragênese com serpentina, talco, clorita magnesiana. Forma-se pela
transformação de piroxênios magnesianos e olivinas.
Actinolita - ocorre em rochas de composição básica a intermediária
(até mesmo ácida), pela transformação de piroxênios (é o componente mais
comum da uralita).

Propriedades óticas

LN
• forma - normalmente acicular e fibrosa
• clivagem - seção basal com duas séries de clivagem a 120o
– seção lateral com uma série de clivagem prismática
• cor - está diretamente relacionada ao teor de Fe:
• tremolita - incolor
• actinolita - pleocróica de incolor, verde pálido a verde amarelado
• IR - médio a fraco, aumenta com o teor de Fe

LP

• birrefringência - alta com cores de 2o ordem (0,016 a 0,024)


• extinção - oblíqua na seção lateral com ângulos de 12 a 16º para a
tremolita; e 16 a 17º para a actinolita
• SE(+)
• maclas - são freqüentes, tanto simples
• como polissintéticas

LC
• B (-) - tremolita - 2V 75 a 80º Actinolita formada a partir de
actinolita 2V 80 a 85º hornblenda em metagabro.
LN , 25X
42

2. Hornblenda (Na,K)0-1Ca2(Mg,Fe+2Fe+3,Al)5[Si6-7 Al2-1O22](OH,F)2

Sob a denominação de hornblenda agrupam-se vários anfibólios


cálcicos química e geneticamente distintos como: a pargasita, edenita,
ferrohastingsita, tchermakita etc, porém ao microscópio ótico esta distinção
nem sempre é possível.

Paragênese
A hornblenda é o anfibólio mais comum nas rochas ígneas, tanto
plutônicas como vulcânicas, nas rochas ultrabásicas e básicas ocorrem as
variedades magnesianas, já em rochas intermediárias e ácidas ocorrem os
termos ricos em ferro.
A hornblenda também é um dos constituintes mais freqüentes das
rochas metamórficas regionais ocorrendo desde o baixo grau até o alto,
sendo que seu intervalo típico é a fácies anfibolito (médio grau) onde é o
mineral típico dos anfibolitos (rochas formadas por anfibólio+plagioclásio e/ou
quartzo).
A hornblenda forma uma série contínua com a actinolita sendo possível
distingui-las ao microscópio ótico pela fórmula pleocróica onde na
hornblenda ocorre o componente verde azulado, ausenta na actinolita.

Propriedades óticas
LN
• forma - variável, normalmente prismáticas
• clivagem - seção basal com duas séries de clivagem a 120o
• seção lateral com uma série de clivagem prismática
• cor - variável de acordo com a composição química. Normalmente
mostra um pleocroismo forte com verdes variados: verde, verde pálida,
verde amarelado, verde azulado, castanho amarelado e castanho
• IR - médio a fraco, aumenta com o teor de Fe

LP
• birrefringência - média a alta, com cores de interferência da 2º ordem
(0,026)
• extinção - oblíqua, com ângulo de 15 a 27º
• SE(+)
• maclas - freqüentes, tanto simples como lamelares segundo {100}

LC
• B (+) ou (-) com 2V de 36 a 87º
Típico granito calcicoalcalino com
hornblenda, biotita e alanita, completam a
paragênse quartzo, feldspato e
plagioclásio. LN e LP, 25X
43

3. Hornblenda Basáltica (Ca,Na)2-3(Mg,Fe+2)3-2(Fe+3,Al)2-3O2*[Si6 Al2O22] 4. Glaucofano Na2Mg3 Al2(Si8O22)(OH)2


Riebequita Na2Fe3+2Fe2+3(Si8O22)(OH)2
Paragênese
A hornblenda basáltica ou oxihornblenda é exclusiva de rochas ígneas PARAGÊNESE
vulcânicas intermediárias a básicas, é o único anfibólio anidro. O glaucofano está restrito a rochas de metamorfismo da fácies xistos azuis,
*Observar que este anfibólio ao contrário de todos os outros não possui associado a jadeita e albita.
OH na fórmula mas possui O. A Riebequita é o anfibólio alcalino típico de rochas ígneas ácidas e
intermediárias plutônicas ou vulcânicas, saturadas ou subssaturadas.
Propriedades óticas
LN Propriedades óticas da riebequita
• forma - variável, normalmente formas euédricas a subédricas, com LN
seções basais losangulares e laterais prismáticas forma - normalmente prismáticas
• clivagem - seção basal com duas séries de clivagem a 120o clivagem - seção basal com duas séries de clivagem a 120o
• seção lateral com uma série de clivagem prismática seção lateral com uma série de clivagem prismática
• cor - mostra um pleocroismo forte de amarelo pálido, amarelo, castanho, cor - fortemente pleocróico em tons de azul da Prússia, azul anil verde
castanho avermelhado, comumente estão delineadas por bordas amarelado, podendo parecer negra em LN, porém os bordos dos minerais
opacas. apresentam coloração azul muito escuro
• IR - forte
LP
LP birrefringência - fraca, com cores de interferência da 1º ordem (0,021 a 0,013)
• birrefringência - alta, com cores de interferência da 2 e 3 o ordem (0,03 a extinção - oblíqua- com ângulo de 0 a 8º
0,05) SE -(-)
• extinção - oblíqua, com ângulo de 0 a 10o
• SE(+) LC
• maclas - freqüentes B - (+) 2V de 80 a 90º

LC
• B (-) com 2V de 60 a 80o

Hornblenda basáltica
com cor castanho escura
e borda de opacos em
fonolito. LN e LP, 25X
Riebeckita com típico pleocroismo em azul índigo e hábito intersticial em granito
alcalino. LN , 25X
44

5. Arfvedsonita Na3(Mg,Fe+2)4 Al[Si8O22](OH,F)2

Paragênese
A arfvedsonita é um constituinte característico das rochas plutônicas alcalinas
e ocorre tanto nos sienitos com quartzo como nos sienitos nefelínicos. Está
frequentemente associada, por vezes em intercrescimentos paralelos, à
aegirina ou à aegirina-augite e é geralmente um produto de cristalização
tardia.
Propriedades óticas
LN
• forma - normalmente intersticiais
• clivagem - seção basal com duas séries de clivagem a 120o
• seção lateral com uma série de clivagem prismática
• cor - fortemente pleocróico em tons de azul esverdeado, verde azulado,
violeta, amarelo e alaranjado.

LP
• birrefringência - fraca, com cores de interferência da 1º ordem (0,021 a
0,013)
• extinção - oblíqua- com ângulo de 0 a 50º (extinções anômalas)
• SE -(-)

LC
B - (-) 2V de 0 a 50º (dados incertos)

Arfvedsonita com típico hábito intersticial (textura poiquilítica com feldspatos) em granito alcalino e pleocroismo forte em tons de verde e
acastanhado. LN e LP , 25X
29

Olivinas ou Peridotos (Sistema Ortorrômbico) Propriedades óticas


Nesosilicatos - MgFe2(SiO4)
LN
• hábito – normalmente anédricas, globulosas e fraturadas (textura mesh) ou
As olivinas são NESOSSILICATOS onde os tetraedros de sílica isolados são euédricas
unidos entre si por ligações iônicas a partir de cátions bivalentes intersticiais, • cor – variedades magnesianas – monocróicas incolores
resultando na fórmula geral: variedades férricas – fracamente pleocróicas em tons amarelados,
amarelo alaranjados a avermelhados
A2 (SiO4)  onde A é Mg ou Fe • IR – forte, o mais elevado dos minerais essenciais, aumenta com o teor de
Fe
As olivinas cristalizam no SISTEMA ORTORRÔMBICO e constituem uma • clivagem – indistinta
solução sólida perfeita entre: • alterações – são comuns principalmente: serpentina, talco, clorita,
FORSTERITA - Fo  Mg2(SiO4) – e FAIALITA - Fa  Fe2(SiO4) anfibólio, óxidos e hidróxidos, indigsita (avermelhada), boulingita
(esverdeada), carbonato.
Serpentina – hidratação com P e T baixas
Paragênese: Clorita – hidratação com T elevada e P baixa
Talco – presença de CO2 e T elevada
As olivinas estão presentes em rochas ígneas plutônicas e vulcânicas
limitadas pela composição química:
Fo2 a Fo88 - rochas ultrabásicas
Fo85 a Fo40 - rochas básicas
Fo menor que 40 - rochas intermediárias

Nas rochas metamórficas as variedades magnesianas ocorrem em


mármores e as férricas em metassedimentos ricos em ferro.

Os minerais associados as olivinas são: ortopiroxênios, talco, serpentina,


flogopita, anfibólios, clinocloro, entre outros.

Características Macroscópicas
Olivina euédrica em kimberlito e olivina mesh em peridotito, LN , 25X
• cor - verde oliva, verde acinzentado, castanho, avermelhado
• diafaneidade - transparente a translúcido
LP
• brilho - vítreo
• birrefringência - muito alta, cores de interferência de 2ª e 3ª ordem
• hábito - prismas curtos ou como agregados granulares
• extinção - reta
• dureza - 6,5 a 7
• SE - (+) para variedades ígneas
• tenacidade - frágil
(-) para variedades metamórficas
• clivagem - fraca, ausente (normalmente muito fraturada)
• macIas - pouco freqüentes
• outros - altera-se facilmente para serpentina
• outros – podem apresentar zonação

LC
• Fo - B(+) com 2V de 85 a 90º
• Fa - B(-) com 2V de 60 a 90º
30

Olivina mesh em peridotito, LN e LP , 25X Olivina mesh pseudomorfa com serpentina em peridotito, LN e LP , 25X

Olivina coronítica com piroxênio e anfibólio em troctolito, LN e LP , 25X


31
32
48

Ia - MINERAIS ACESSÓRIOS - SILICATOS Os cristais 4, 5, 6 e 7 foram separados de diques máficos e em particular


são homogêneos, e não apresentam qualquer tipo de zoneamento. Já o
Ia.1. ZIRCÃO zircão 11 apresenta núcleo e borda com bandas de zoneamento totalmente
Zr[SiO4] difusas, sugerindo que o zircão sofreu forte mobilização química. Cristais que
Nesossilicato do Sistema Tetragonal apresentam bandas difusas têm grande probabilidade de resultar em pontos
discordantes. Por último os cristais 12, 13 e 14 referem-se a cristais separados
Associação paragenética de um gabro que não apresentam hábitos prismáticos, e se mostram bastante
homogêneos
O zircão é um mineral acessório muito freqüente em todos os tipos de
rochas. Nas ígneas e metamórficas predomina nos litótipos félsicos a
intermediários. Nestas rochas, devido a sua resiliência, mesmo sob condições Figura 1. Imagem de
de ~800°C e 20 kbar, o zircão permite adicionar informações geocronológicas catodoluminescência
aos estudos petrológicos. de cristais de zircão de
Nas rochas magmáticas ocorre em abundância em rochas plutônicas diferentes tipologias
relativamente ricas em sódio. O zircão ocorre, em geral, como cristais formados em diversos
pequenos de formação primitiva, muitas vezes incluso em minerais de ambientes tectônicos.
formação mais tardia, mas pode ocorrer como cristais grandes bem Cristais de 1 a 11 são
desenvolvidos em pegmatitos graníticos e particularmente nos de sienitos zircões separados de
nefelínicos. Em geral são automorfos e subdiomórficos. As cores variam de granitóides; entre 12 a
laranja, rosa, marrom ou, às vezes, marrom escuro, devido à metamitização. 14 são zircões
A presença de núcleos com idades mais antigas do que aquelas provenientes de
encontradas nos bordos do grão indica a participação do mineral em eventos rochas máficas; e o
de reciclagem crustal. Estes núcleos representam relíquias de cristais de zircões cristal 15 é uma
mais antigos que, depois de terem sofrido uma erosão e/ou fusão parcial, apatita. Os números
recristalizaram guardando um núcleo representativo do protólito antigo. entre parênteses são
Nas rochas sedimentares é comum como partícula detrital, idades em Giga anos
sobrevivendo muitas vezes a mais de um ciclo de meteorização e (Ga).
sedimentação, pode ocorrer autigênico.
A Figura 1 (Sato et. al., 2008) mostra imagens de catodoluminescência
(CL) de diferentes tipologias de zircão formados em diversos ambientes
tectônicos. Os cristais numerados de 1 a 11 foram concentrados das rochas
granitóides, enquanto os cristais de 12 a 14 são provenientes de rochas
máficas e o cristal 15 representa uma apatita. A imagem de apatita em luz
transmitida pode ser facilmente confundida com o zircão, pois em alguns Nas rochas
casos mostram hábitos muito similares. A apatita de uma forma em geral metamórficas o zircão pode ser herdado do protólito ou ser cristalizar-se
apresenta um aspecto mais transparente e brilhante em relação ao zircão. Os durante o processo metamórfico.
zircões de 1 a 3 mostram bandas de zoneamento claras e escuras O estudo do zircão no ambiente metamórfico se intensificou nas últimas
relativamente regulares que nada mais são as variações dos teores químicos décadas em função das várias aplicações deste mineral para a
de U. Nos cristais 8, 9 e 10 observam-se duas fases de crescimento, geocronologia e nos estudos petrogenéticos, pois geralmente são assimilados
destacando-se o núcleo e bordas de sobrecrescimento formadas em épocas diversos outros elementos traço à estrutura cristalina, como Hf, REE, Y e Ti,
tardias. Observa-se que estas bordas são homogêneas, não apresentando zircão mostrou-se apropriado para investigações da fonte magmática e de
bandas de zoneamento químico.
49

processos de assimilação crustal, além de eventos geológicos posteriores à promovem a fusão parcial da rocha (A), o que resulta na dissolução dos
cristalização, como é o caso do metamorfismo (Figura 2). menores cristais de zircão e conseqüente sobrecrescimento nos grãos
restantes.
Com o aumento progressivo da temperatura, ao redor do pico do
metamorfismo pode ocorrer o reequilíbrio do zircão primário ou previamente
alterado. Nessa zona de recristalização os cristais que permanecerem em
contato com o fluido ou magma podem gradualmente reordenar sua
estrutura, que se encontra metaestável em função de defeitos induzidos por
radiação ou devido à deformação do retículo cristalino derivada da
incorporação de elementos traço.

Como dito anteriormente, durante o metamorfismo, o zircão pode


formar-se de dois modos distintos:
Por cristalização, a partir de fluidos ou ainda em decorrência de
reações metamórficas que envolvam a quebra de minerais portadores de Zr.
Esse processo resulta em bordas neoformadas ao redor de grãos
remanescentes ou mesmo em novos cristais individuais. Portanto, trata-se de
eventos de dissolução e cristalização temporal e espacialmente
desconectados
Por recristalização, induzida ou não por defeitos cristalinos oriundos de
radiação, em um processo gradual que migra da borda para o núcleo do
cristal e que promove o reequilíbrio físico-químico do zircão. Nesse caso fluidos
metamórficos são responsáveis pela mobilidade dos elementos constituintes Tipologia do zircão
do zircão e, desta forma, esse tipo de alteração é capaz de induzir a perda
parcial ou mesmo total de Pb. Por conseguinte, as idades obtidas podem não Na década de 80 foi muito utilizada a técnica de tipologia do zircão,
ter significado geológico. desenvolvida principalmente pelo francês J. P. Pupin.
Ambas as condições para formação de zircão metamórfico podem ser A classificação tipológica do zircão é baseada nas combinações
atribuídas tanto a etapas progressivas quanto retrometamórficas da evolução possíveis entre os prismas {100} e {110} e as pirâmides {211} e {101}
de um orógeno. Nas fases iniciais da trajetória P-T, predominam as reações de considerando as suas dimensões relativas (Figura 2). Posteriormente Pupin,
desidratação (muscovita, biotita e/ou hornblenda). Assim, os fluidos liberados com outros colaboradores, apresentaram a distribuição de populações de
50

zircões pertencendo a diferentes séries magmáticas para granitóides no


diagrama I.A-I.T. (Figura 3).
No diagrama de classificação petrogenética dos granitóides (Figura 3) Os granitos dos tipos L, G, P, J e D são tidos como muito abundantes.
o índice A está ligado ao quimismo do meio, enquanto T indica a temperatura Todavia, os tipos C, I, R, e F com pirâmide {301} são considerados como
de cristalização. puramente teóricos. Os prismas {100} são indicadores de altas temperaturas
Assim os zircões do tipo S são os mais comuns, estão divididos em de cristalização enquanto que os prismas {110} indicam baixa temperatura. As
granitos de número 1, 2 e 3, que são de origem crustal ou principalmente pirâmides {211} se desenvolvem em ambientes fortemente aluminosos
crustal (granitos orogênico), onde o tipo 1 são leucogranitos aluminosos; o tipo enquanto que as {101} são típicas de meios hiperalcalinos.
2, (sub) monzogranitos autóctones e granodioritos, e o tipo 3 são granitos Esse estudo, em geral, é realizado pela análise de diversos grãos
aluminosos intrusivos. montados em lâmina delgada e observados em microscópio petrográfico,
porém o MEV pode ser usado. O trabalho demandado para esta técnica,
frente a possibilidade de obtenção de resultados idênticos através de análises
mais simples faz com que a tipologia do zircão não seja muito empregada.
51

Propriedades Microscópicas *Metamictização: A metamictização é resultado de danos no retículo


LN cristalino causado durante a liberação de energia nos decaimentos
 forma: cristais prismáticos com seções quadráticas radioativos de U e Th para Pb. Quanto maior a quantidade de U e Th existente
 cor: incolores e límpidos (resistato químico e físico), quando metamíctico* nos cristais e quanto mais antigo for o mesmo, maior será o grau de
adquire aspecto turvo. metamictização. Nesse processo, canais abertos propiciam o escape de Pb
Quanto mais colorido for o zircão maior é seu conteúdo de Pb/U, porém radiogênico, no entanto, também pode ocorrer uma pequena entrada de Pb
quantidades elevadas de U danificam a estrutura (ver metamictização), comum no sistema (SATO et al., 2008).
mais adequado é para a datação. Em rochas derivadas do manto o
zircão é incolor a levemente rosados. Os zircões metamórficos em geral
são arredondados, sem arestas ou então são multifacetados,
denominados soccerbol. A diferença entre zircões arredondados
metamórficos e detríticos (sedimentares) é qeu os zircões metamórficos
são brilhantes e os sedimentares são foscos.
 IR: forte, em torno de 2,02 a 1,90
 clivagem: indistinta
 alterações: é praticamente inalterável, é comum como inclusão em
outros minerais e, pode desenvolver halos pleocróicos no mineral
hospedeiro (principalmente quando envolvido por biotita, anfibólio,
origina algumas vezes halos escuros ao redor do grão devido ao seu teor
em elementos radioativos)
 a zonação é comum

LP
 birrefringência: muito elevada, em torno de 0,06 a 0,04, com cores de
interferência de 3ª ordem
 extinção: reta
 SE (+)

LC
 U(+), mas pode ocasionalmente ser B(+) com 2V = 0 a 10°

Zircão incluso em biotita em gnaisse


de médio grau onde pode ser
observados halos pleocróicos, LN e
LP, 50X. Abaixo zircão e apatita
inclusos em biotita de granito como
desenvolvimento de halopleocróico,
LN, 50X
52

Zircão em brecha, LN e LP,


100X

Zircão em granito, LN e LP,


100X
53

Ia.2. TITANITA (ESFENO ou ESFÊNIO)


CaTi[SiO4](O,OH,F) LP
Nesossilicato do Sistema Monoclínico  Birrefringência: muito elevada, em torno de 0,100 a 0,170, com cores de
interferência do fim da 3ª ordem
Associação paragenética  Extinção: segundo o plano de macla é oblíqua com ângulo máximo de
40º
Nas rochas ígneas é comum tanto nas ácidas, intermediárias, sendo  SE (-)
particularmente abundante nos sienitos nefelínicos, e básicas, mais comum  Maclas: simples segundo (100) e lamelar segundo (221)
nas plutônicas que vulcânicas, rara nas ultrabásicas. É o mineral dominante
dentre os ricos em titânio. Também ocorre em filões de baixa temperatura tipo LC
Alpino, onde pode estar associado com a adulária, albita e epídoto. • B (+) com 2V = 20 a 40°
Nos granitos a presença de titanita sugere granitos do Tipo I -
Cordilherano - orogênicos , principalmente se acompanhados por hornblenda
e biotita.
Nas rochas sedimentares a titanita é comum como partícula detrital,
onde ocorre em abundância é, possivelmente de origem autigénica.
Nas rochas metamórficas: é freqüente e tem ampla distribuição,
principalmente em gnaisses e xistos ricos em minerais ferromagnesianos e é
bastante comum em rochas caIcossilicatadas impuras e metamorfizadas e em
escarnitos.

Propriedades Microscópicas
LN
 Forma: normalmente losagulares
 Cor: incolores a fortemente pleocróicos, com as seguintes cores:
Ng=castaho avermelhado; Nm=amarelo esverdeado a rosa pálido, Titanita em granito,
Np=incolor LN e LP, 100X
 IR: forte, em torno de 1,95
 Clivagem: muito boa segundo (110) – lembra a clivagem dos anfibólios
 Alterações: altera-se para leucoxênio conferindo um aspecto turvo ao
mineral, é comum como inclusão em outros minerais.

Titanita formada na borda


de opacos (leucoxênio), LN,
50X

Seção de titanita mostrando as duas clivagens à 120º e cristal de titanita


54

Ia.3.GRUPO DAS TURMALINAS


Na(Fe, Mg, Mn,Li, Al)3 Al6 [Si6O18] (BO3)3(OH,F) Associação paragenética
Ciclossilicatos do Sistema Trigonal
Nas rochas ígneas a turmalina é um mineral típico de pegmatitos
graníticos, filões pneumatolíticos e de alguns granitos. Nos pegmatitos ocorre
associação com topázio, lepidolite, petalite, espodumenio, cassiterite, fluorite,
O grupo da turmalina é um dos mais complexos entre os silicatos, apatita, columbite, entre outros. Embora não seja comum, podem ocorrer em
quimicamente é um silicato de boro e alumínio, cuja composição é muito rochas básicas, onde boro foi introduzido metassomaticamente.
variável devido às substituições isomórficas (solução sólida) que ocorrem na Nas rochas metamórficas é um mineral comum, em geral ocorre como
sua estrutura. Os elementos que mais comumente participam nestas produto do metassomatismo do boro ou como resultado da recristalização de
substituições são o ferro, o magnésio, o sódio, o cálcio e o lítio existindo outros grãos detríticos do sedimento original.
elementos que podem também ocorrer. A turmalina é um mineral freqüente nas rochas sedimentares, onde
ocorre como mineral detrítico. Pode ocorrer autigénica em calcários e em
Espécies aceitas pelo arenitos sob a forma de crescimentos secundários em grãos detríticos de
(X) (Y3) (Z6) T6O18 (BO3)3 V3 W turmalina, bem arredondados.
IMA
Li1,5
Elbaita Na Al6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH) A turmalina é a principal constituinte de rocha denominadas de turmalinitos e
Al1,5
luxulianitos.
Schorlita Na Fe2+3 Al6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH)
Dravita Na Mg3 Al6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH) Os turmalinitos são unidades litológicas estratiformes, concordantes com
Olenita Na Al3 Al6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH) as rochas hospedeiras, contendo mais de 20% em volume de turmalina.
Cromodravita Na Cr3 Cr6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH) Os turmalinitos estão presentes em muitos terrenos metassedimentares e
Buergerita Na Fe3+3 Al6 Si6O18 (BO3)3 O3 F metavulcânicos de idades que se estendem desde o Arqueano até o
Povondraita Na Fe3+3 Fe3+4Mg2 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 O Permiano, associados a importantes depósitos minerais de Pb, Zn, Ag, Sn, Au e
outros, em várias províncias minerais espalhadas pelo globo. Os turmalinitos
Vanadiumdravita Na Mg3 V6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH)
são compostos, principalmente, por turmalina e quartzo, mas podem conter
Liddicoatita Ca Li2 Al Al6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 F feldspatos, muscovita, biotita, clorita, flogopita, stilpnomelano, granada,
Uvita Ca Mg3 MgAl5O Si6O18 (BO3)3 (OH)3 F apatita, rutilo, sulfetos, Fe-dolomita e grafita.
Hidroxi-feruvita Ca Fe2+3 MgAl5O Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH) A origem dos turmalinitos é controversa mas a maioria dos estudos
Rossmanita vazio Li2 Al Al6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH) atribuem sua origem a processos pré-metamórficos, relacionados ao
hidrotermalismo submarinos ou evaporíticos. Outros modelos discutidos são:
Foitita vazio Fe2+2Al Al6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH)
substituição pré-metamórfica, exalativo singenético, soluções coloidais,
Magnesiofoitita vazio Mg2 Al Al6 Si6O18 (BO3)3 (OH)3 (OH) evaporítico, metassomatismo de contato e regional. Já a origem pré-
metamórfica é atribuída à substituição dos sedimentos ou rochas vulcânicas
Além das variedades acima se destaca a turmalina Paraíba, aluminosas a partir de sua reação com fluidos ricos em boro.
descoberta em 1989, São José da Batalha, Paraíba, com uma cor verde ou Dados de campo e geoquímicos têm demonstrado que os turmalinitos
verde-azulada bem diferente das conhecidas, e que é hoje a variedade mais podem ter sua origem relacionada a processos exalativos singenéticos e a
cara de todas. Posteriormente, a turmalina Paraíba foi encontrada também maior evidência desse processo é a ocorrência de turmalinitos em contato
no estado do Rio Grande do Norte e na África (Moçambique e Nigéria). Essas direto com depósitos de sulfetos estratiformes e formações ferríferas.
jazidas estão em vias de esgotamento. O luxulianito é um produto da modificação pneumatolítica incompleta
de um granito porfiróide alcalino por fluídos ricos em boro, onde a biotita e o
feldspatos são substituídas por turmalina.

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Propriedades Óticas
LN
• forma: seções basais triangulares, com faces arqueadas, seções laterais
prismáticas
• cor: muito variada, com pleocroismo inverso ao da biotita; Ng: cinza, azul,
verde, amarelo; Np: as mesmas cores em tons mais claros ou incolor; é
muito comum o fenômeno de zonação perceptível macroscopicamente
ou em LN
• IR: médio, em torno de 1,60
• clivagem: indistinta, não é visível no microscópio ótico, destacam-se as
fraturas transversais ao maior alongamento.
• alterações: em geral não se altera, pode ocorrer a substituição por micas

LP
• birrefringência: elevada, em torno de 0,018 a 0,043, com cores de
interferência de 3ª ordem
• extinção: reta
• SE (-)

LC
• U (-) ou B(+) em rochas metamórficas quando a turmalina é pré-
cinemática

Seções basais de turmalina mostrando sua forma triangular, com faces


levemente arqueadas, característica, LN, 50X, foto superior turmalina pós-
cinemática em gnaisse, foto inferior granito. Seções laterais de turmalina mostrando o forte pleocroismo inverso e as
fraturas transversais ao maior alongamento, LN, 50X.

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Turmalina em granito, mostrando o pleocroismo inverso, fraturamento Turmalinito, com bandamento dado pela alternância de quartzo e 56
perpendicular ao maior alongamento e zonação, LN e LP, 50X. turmalina, LN e LP, 50X.
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IA.4. GRUPO DOS EPIDOTOS Muito raramente ocorre como produto primário em rochas magmáticas, neste
caso destacam-se suas formas euédricas.
Sorossilicatos dos Sistemas Ortorrômbico e Monoclínico Piemontita: a piemontita é facilmente reconhecível pelo seu pleocroismo forte
de amarelo, cor-de-rosa e vermelho; porém não é um mineral freqüente nas
rochas. Ocorre como produto do metamorfismo regional de baixo grau em
O epidotos formam uma extensa família de sorossilicatos que cristalizam rochas diversas, desde xistos verdes e azuis a anfibolitos. É freqüente como
com simetria monocIínica, exceto aqueles cuja composição química se produto de processos hidrotermais em associação com depósitos de
aproxima da composição Ca2 AbSi3012(OH), que podem ocorrer com simetria manganês.
ortorrômbica (zoisita) ou com simetria monocIínica (cIinozoisita).
As variações da composição química dentro do grupo estão Alanita: é mineral acessório comum (primário) de rochas ígneas ácidas e
relacionadas as substituições de Al3 por Fe3 e Ca2Fe3 por ERT3Fe3. intermediárias, principalmente plutônicas. Eventualmente podem ocorrer em
O grupo fica dividido da seguinte forma: pegmatitos e escarnitos calcários.

Epidotos ortorrômbicos  Zoisita – CaAl,Al2O,OH[Si2O7] [SiO4] Propriedades Óticas


Epidotos monoclínicos  Clinozoisita LN
Epidoto (Pistacita) • forma: muito variada, o epidoto de uma forma geral ocorre como
Piemontita agregados globulares, prismas alongados; a alanita ocorre como cristais
Allanita euédricos, em formas losangulares, semelhante a titanita e aos anfibólios
(com quem pode ser confundida).
• cor: depende da variedade do mineral: zoisita: incolor; epidoto
Associação paragenética (pistacita): pelocróico em tons de verde e amarelo (amarelo limão
característico); piemontita: fortemente pleocróica em tons de amarelo,
Zoisita: é produto freqüente do metamorfismo térmico e regional na fácies vermelho e ametista; alanita: fortemente pleocróica em tons de
epidoto-anfibolito em rochas derivadas de argilitos calcários e arenitos; e em castanho, castanho avermelhado ou esverdeado,
anfibolitos derivados de rochas ígneas básicas. Podem ocorre como fase • IR: alto
primária ou como fase secundária em eclogitos e xistos azuis e como • clivagem: boa segundo o maior alongamento.
alteração hidrotermal de calcários impuros. • A alanita pode ocorrer zonada e metamíctica, semelhante ao zircão.
Uma feição comum e diagnóstica da alanita em rochas graníticas é uma
Clinozoisita e, epidoto: estes minerais são produtos do metamorfismo regional coroa de reação de epidotos, são comuns fraturamentos radiais a partir
principalmente das fácies xistos verdes e anfibolito a partir de rochas diversas do cristal quando este está metamictizado.
(desde ígneas ácidas a básicas e sedimentares diversas). Nas rochas da fácies
xisto verde, o epídoto está normalmente associado à clorita, actinolita, albita, LP
quartzo, com menor freqüência à mica branca, biotita, estilpnornelano e • birrefringência: elevada, com cores de interferência de 3ª ordem (de
granada.Mais raramente podem ocorrer em rochas da fácies dos xistos azuis, 0,005 a 0,010), a zoisita e clinozoisita apresentam birrefringência azul
associado a pumpeleíta, glaucofano, granada, lausonita, riebequita e anômala
onfacita. Podem resultar do metamorfismo de contato, particularmente de • extinção: zoisita: reta; clinozoisita: 15 a 25º; epidoto: 25 a 30º;
rochas calcárias. Neste caso, o epidoto ocorre associado ao clinopiroxênio, piemontita: 29 a 33º; alanita: 30º
calcita, granada, vesuvianita, escapolita, volastonita e plagioclásio. • SE – variável para todos os epidotos
O epidoto é o principal produto de alteração hidrotermal do plagioclásio
(saussuritização), quando relacionado a eventos hidrotermais pode preencher LC
amígdalas e fraturas de rochas diversas. • B: zoisita (+); clinozoisita (+); epidoto (-); piemontita (+); alanita (+)/(-)

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Epidoto do tipo pistacita preenchendo cavidade em basalto, LN e LP, 50X.

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Epidoto do tipo pistacita preenchendo veio de quartzo em granito, LN e LP, 50X.
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De cima para baixo rocha metabásica com


hornblenda verde e epidoto incolor, do tipo
clinozoisita com birrefringência azul
característica, evidenciada no detalhe (LP,
100X); a seguir pistacita resultante do
hidrotermalismo sobre plagioclásio; abaixo veios
de epidoto do tipo pistacita em metagranito;, LN
e LP, 50X.

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Seções de alanita mostrando cor castanha com zonação marcante característica, na foto superior a direita alanita
metamictizada, todas em granitos LN, 50X. nas fotos inferiores alanita com coroa de epidoto (pistacita) e a direita alanita
deformada em milonito, também com cora de epidoto (pistacita), LN e LP, 50X. Observem a íntima associação com a biotita.

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Ib - MINERAIS ACESSÓRIOS – NÃO SILICATOS


A dolomita é um mineral típico de ambientes sedimentares, embora
Ib.1. GRUPO DOS CARBONATOS haja ocorrências importantes em jazimentos metamórficos e hidrotermais
Sistema Trigonal metassomáticos. Conhecem-se algumas formações sedimentares que
Variedades: inicialmente continham dolomita, denominada de primária. A dolomita
• Calcita – CaCO3 secundária forma-se quando a aragonita e a calcita primárias de calcários
• Dolomita – CaMg(CO3)2 reagem com soluções de magnésio para formar a Dolomita. Deste modo a
• Magnesita - MgCO3 Dolomita primária pode incluir dolomita associada a formações evaporíticas.
• Siderita - FeCO3
• Rodocrosita - MnCO3 Propriedades Óticas
LN
• forma: muito variada, depende da origem do mineral, se resultante de
Associação paragenética restos orgânicos costuma preservar a forma original, pode ser oolítico;
quando hidrotermal costuma desenvolver cristais bem formados; quando
Os carbonatos devido a sua composição muito variada têm uma nos carbonatitos em geral apresenta forma poliédricas; quando produto
paragênese muito ampla, estão presentes em rochas ígneas, os carbonatitos; de alteração forma massa indistintas;
são muito comuns em rochas metamórficas, como mármores e margas; e • cor: incolores com pleocroismo de refração
ocorrem largamente em rochas sedimentares de precipitação química e • IR: variável, conforme a face
biogênica (calcários). Além disso os carbonatos são produto de • clivagem: perfeita segundo (1011), com dois sistemas cortando-se a 75º .
hidrotermalismo, preenchendo cavidades e fraturas, é produto de alteração • Obs: as maclas são visíveis em LN.
de diversos minerais, entre eles o plagioclásio. Uma das discussões
petrogenéticas mais interessantes é a origem do carbono mantélico, LP
responsável tanto pela formação dos carbonatitos ígneos como dos • birrefringência: muito elevada, com cores superior a 3ª ordem, com
diamantes. aspecto pipocado (bird eyes)
Conforme as principais variedades os carbonatos podem estar • extinção: simétrica aos traços de clivagem
distribuídos da seguinte forma: • SE: variável
A calcita é um dos minerais com distribuição mais generalizada, e além • maclas: freqüentes, lamelares e polissintéticas. As maclas permitem a
de ser um importante mineral constituinte das rochas de ambientes distinção entre a calcita e a magnesita. Na calcita as lamelas de
sedimentares, também ocorre em rochas metamórficas e ígneas e é geminação são paralelas a diagonal maior do losango e na dolomita são
freqüente a partir de mineralização hidrotermal ou secundária. paralelas a menor aresta do losango)
Nas rochas sedimentares a calcita é o constituinte principal da maior
parte dos calcários. Ocorre sob a forma de precipitado primário e sob a forma LC
de concha e fosseis. A calcita é a forma estável do CaCO3. Ocorre nas • U (-)
rochas ígneas alcalinas, especialmente em carbonatitos e em alguns
sienitosnefeliníticos. *Formas de distinção: os carbonatos são distinguíveis pela sua reação com
A siderita ocorre mais freqüentemente em rochas sedimentares HCl, sendo que a calcita ferve com HCl 10% a frio e a dolomita com HCL
estratificadas, nas quais é o principal mineral de ferro em minérios argilosos. concentrado.
A siderita também ocorrem em filões metálicos sob a forma de mineral Os carbonatos podem ser distintos entre si através de corantes, onde o mais
hidrotermal, onde muitas vezes pode existir uma variedade magnesiana: os comum é o vermelho de alizarina S, que tinge a calcita calcífera e não as
carbonatos ricos em ferro associados com massas mineralizadas de sulfuretos outras variedades.
de Pb, Ag, e Zn. Encontra-se também em carbonatos de ferro sedimentares
metamorfizados que se aproximam da composição dos eulisitos.

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Carbonato
preenchendo
estruturas orgânicas
(conchas) em
calcário , LN e LP, 50X

Carbonato preenchendo estruturas


orgânicas (ossos de mesossaurídeos)
em calcário , LN e LP, 25X

Carbonato calcítico preenchendo


cavidade em basalto associada a
clorita , LN e LP, 50X

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Carbonato calcítico
magmático em
carbonatito (observem a
textura semelhante a
granoblástica),associado
a apatita (mineral
incolor) tetraferriflogopita
(mineral avermelhado) e
magnetita (opaco),
LN e LP, 50X

Carbonato preenchendo
fraturas e substituindo
plagioclásios em
metagranito, LN e LP, 50X

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Ib.2. GRUPO DOS FOSFATOS


Sistema Hexagonal LP
• birrefringência: muito baixa, com cores de interferência cinza de 1ª
ordem (igual ao quartzo)
Variedades: • extinção: reta
 Apatita – Ca5(PO4)3 • SE (-)
 Fluorapatita – Ca5(PO4)3F
 Cloroapatita - Ca5(PO4)3Cl LC
 Hidroxiapatita - Ca5(PO4)3OH • U (-) raramente B(-)
• É um mineral semelhante ao quartzo, distingui-se deste pelo elevado IR e
pelo SE e SO (-)
Associação paragenética

Os fosfatos têm uma paragênese muito ampla, são comuns em rochas


ígneas plutônicas e vulcânicas, ácidas a básicas, em pegmatitos, filões
hidrotermais, especialmente em carbonatitos. São comuns no em rochas
metamórficas de contato de contato e regional. São comuns em rochas
sedimentares como detrito e, por vezes, forma depósitos de origem orgânica
(fosforitos).
A apatita é o fosfato mais comum é um mineral acessório freqüente em
muitos tipos de rochas e é o mineral com fósforo mais abundante. Ocorre
como mineral acessório em quase todas as rochas ígneas desde básicas a
ácidas, e em algumas pode mesmo atingir 5%wt, embora o intervalo normal
de variação seja de 0,1 – 1%wt.
Ocorre nas rochas metamórficas, em zonas de metamorfismo de
contato e regional.
É freqüente em rochas sedimentares, nas quais ocorre quer sob forma
de mineral detrítico quer como depósito mineral. Normalmente nas formações
que contem grandes quantidades de restos de vertebrados ocorrem grandes
quantidades em fosfatos.

Propriedades Óticas

LN
• forma: seções basais hexagonais e laterais prismáticas, eventualmente
em rochas básicas vulcânicas podem ocorrer na forma de longas
agulhas ocas, por vezes curvas, em típicas texturas quench diagnósticas
Múltiplas inclusões de apatita em anfibólio, LN e LP, 50X
de resfriamento rápido. è muito comum ocorrer como inclusão em
minerais como a biotita e anfibólios.
• cor: incolores e límpidos (resistato químico e físico)
• IR: elevado, em torno de 1,60
• clivagem: ausente

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Apatita acicular em rochas básicas


vulcânicas, na primeira e segunda
fotomicrografias longa agulha de
apatita e seção basal hexagonal; LN e
L, 50X; na terceira fotomicrografia
leque de agulhas de apatita, LN, 50X;
na quarta fotomicrografia agulha oca
de apatita, LN, 100X
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II.3. GRUPO DOS HALOGENETOS


Sistema Cúbico

Variedades:
 Fluorita – CaF2
 Halita - NaCl

Associação paragenética

Entre os halogenetos o mineral com maior importância petrográfica é a


fluorita, uma vez que a halita é hidrossolúvel e não resiste aos processos de
laminação.
A fluorita ocorre em rochas ígneas plutônicas e vulcânicas, ácidas e
intermediárias, e está relacionada ao hidrotermalismo e a pegmatitos e
graisens.
Nas rochas sedimentares pode ocorre como cimento ou como
partícula detrital.

Propriedades Óticas

LN
• forma: normalmente euédrica, pode ser intersticial
• cor: incolores a fracamente colorido em tons de azul ou violeta, a cor é
melhor observada em laminas mais espessas, sempre não pleocróico
• IR: muito baixo, em torno de 1,430 (inferior ao BC)
• clivagem: perfeita segundo (111)

LP e LC

• São cúbicas, portanto são isótropas e estão permanentemente extintas,


por este motivo podem ser confundidas com a soldalita, um feldspatóide.
Porém a sodalita tem IR maior e a paragênese é diferente: fluorita ocorre
com quartzo, e a sodalita não.

Fluorita na borda de feldspato, onde pode ser


observada sua clivagem e leve cor arroxeada ,
LN e LP, 100X

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No conjunto de fotomicrografias
superior fluorita formando um
veio em metagranito, onde a
cor lilás e roxa estão bem claras,
LN e LP, 50X; no conjunto de
fotomicrografias inferior fluorita
incolor em granito, LN e LP, 50X

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