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DOI: 10.1590/1413-81232014197.

20122013 2083

Doenças crônicas em crianças e adolescentes:

REVISÃO REVIEW
uma revisão bibliográfica

Chronic diseases in children and adolescents:


a review of the literature

Martha Cristina Nunes Moreira 1


Romeu Gomes 2
Miriam Ribeiro Calheiros de Sá 3

Abstract The scope of this article is to analyze Resumo O artigo analisa artigos publicados en-
papers published between 2003 and 2011 that fo- tre 2003 e 2011 enfocando discussões sobre condi-
cus on discussions regarding chronic conditions ções crônicas ou doenças crônicas de crianças e
or chronic diseases in children and adolescents. It adolescentes. Metodologicamente conjuga a revi-
combines a methodological review of the litera- são de literatura a uma análise de conteúdo te-
ture and thematic analysis of content in order to mática com vistas a identificar quais os elemen-
identify the elements that characterize chronic tos que caracterizam doenças crônicas em crian-
diseases in children and adolescents and the spec- ças e adolescentes e as especificidades geradas por
ificities generated by these chronic conditions. essas condições. A revisão resultou na descrição
The review of the literature resulted in a descrip- do conjunto dos artigos, caracterizando-os quan-
tion of the series of articles identified by year of to ano de publicação, país, tipo de estudo, popula-
publication, country of origin, type of study, pop- ção e condição de cronicidade abordada. A análi-
ulation and the chronic condition addressed. The- se de conteúdo temática gerou dois temas: Defini-
matic content analysis generated two core themes: ção de Doença Crônica e Formas de se lidar com
Definition of chronic disease and Ways of han- as doenças crônicas em crianças e adolescentes.
dling chronic disease in children and teenagers. Destaca-se como conclusão que as transições etá-
The main conclusion reached is that the age tran- rias quando uma doença é diagnosticada e trata-
sitions when a disease is diagnosed and treated da desde a infância, vai passar por transforma-
since childhood involve transformations that in- ções que incluem a maneira como se dá o seu flu-
1
Departamento de Ensino,
clude changes in health facilities, discharge pro- xo entre os serviços e as mudanças que envolvem
Instituto Fernandes Figueira
(IFF), Fundação Oswaldo cesses, decision making and networking that in- processos de alta, de tomada de decisão e de cons-
Cruz (Fiocruz). Av. Rui clude family, hospital, school and institutions that trução de rede que inclua família, hospital, escola
Barbosa 716/5º andar/Saúde
guarantee the child’s rights. e sistema de garantia de direitos.
e Brincar-Programa de
Atenção Integral à Criança Key words Chronic health conditions, Chronic Palavras-chave Condições crônicas de saúde,
Hospitalizada, Flamengo. disease, Child, Adolescent, Review of the litera- Doença crônica, Criança, Adolescente, Revisão
22.250-020 Rio de Janeiro
ture bibliográfica
RJ Brasil.
moreira@iff.fiocruz.br
2
Pós-graduação em Saúde
da Criança e da Mulher, IFF,
Fiocruz.
3
Fisioterapia Motora, IFF,
Fiocruz.
2084
Moreira MCN et al.

Introdução dições crônicas de saúde. O segundo termo, con-


dições crônicas de saúde, não foi identificado no
As condições crônicas de saúde consistem em pro- Desc\Mesh. Com relação ao descritor doença crô-
blemas que demandam tratamento contínuo, de nica e seus correspondentes em inglês e espanhol
longa duração, exigindo cuidados permanentes1,2. (chronic disease e enfermedad crónica), a defini-
No Brasil, a relevância de se ampliar a dis- ção segue a partir da delimitação daquilo que
cussão acerca das condições crônicas de saúde se poderíamos denominar pela cronicidade do qua-
assenta ainda na necessidade de encarar a transi- dro: permanente, com incapacidade residual e uma
ção epidemiológica da população brasileira, causalidade baseada em alteração patológica ir-
oriunda – dentre outros fatores – do aporte de reversível. Associada à definição circunscreve-se a
melhores recursos para diagnóstico e tratamen- identidade do sujeito acometido como um paci-
to, de melhoras nos indicadores sociais e de saú- ente que requer atendimento especial, com foco
de, que modificou a sobrevida, concorrendo com na reabilitação, o que o coloca em posição de um
variadas comorbidades associadas na popula- sujeito dependente de supervisão, observação ou
ção infanto-juvenil3-5. cuidado. Como o campo da saúde da criança e
Essa multiplicidade de agravos geradores de do adolescente são nossas interfaces teóricas, as-
condições crônicas de saúde demanda uma nova sociamos ao descritor “doença crônica”, as pala-
lógica de cuidados, tanto em direção a uma nova vras criança e adolescente, como se segue: “Chro-
projeção de práticas em saúde, como para uma nic disease”[All Fields] AND “child”[MeSH Ter-
reorientação de serviços de saúde, assim como ms] OR “adolescent”[MeSH Terms]. Nessa bus-
formação e capacitação de profissionais, assina- ca, foram encontrados 294 artigos.
lando a necessidade de investimento em uma nova Na leitura dos resumos desses artigos, seleci-
pediatria4. Entretanto, ao observar-se a realidade onou-se aqueles que privilegiassem os descritores
de atuação de intervenções na área da saúde, ob- supracitados de maneira integrada (and). Como
serva-se que este campo se ressente de subsídios e esta pesquisa tem um caráter exploratório, consi-
bases conceituais, que lhe atribuam maior visibi- derou-se importante analisar apenas aqueles ar-
lidade. Essa pode advir da sistematização do co- tigos que abordassem as questões relativas à defi-
nhecimento, enfocando as especificidades das con- nição de conceitos de condições crônicas de saúde
dições crônicas de crianças e adolescentes, bem e às especificidades de crianças e adolescentes que
como as necessidades e demandas geradas. vivem essas condições. Dessa maneira, foram ex-
A partir dessa perspectiva, o estudo objetiva cluídos artigos que abordassem: dor crônica, as-
analisar a produção do conhecimento acerca das pectos econômicos, fatores de risco para doença
condições crônicas ou doenças crônicas de cri- crônica, uso da tecnologia da informática para
anças e adolescentes, visando contribuir para a informações em saúde, equipamentos, métodos
sistematização de princípios de cuidados volta- diagnósticos. Com as exclusões, restaram 61 arti-
dos para esses sujeitos. gos, que constituíram o acervo inicial, o qual foi
submetido a uma leitura integral.
Após essa leitura, foram excluídos aqueles
Material e método que, a despeito de no título ou descritores cons-
tar a doença crônica, os mesmos restringiam sua
O desenho metodológico consiste em uma revi- discussão a outros enfoques tais como adoção
são bibliográfica delimitada em artigos científicos de crianças com doenças crônicas e intervenções
no período de oito anos, com início em 2003 e profissionais específicas, com ausência de critéri-
término em 2011. Esse marco inicial se deve ao os de desenho de pesquisa. Restaram 40 artigos
fato de, nesse ano, a Organização Mundial da Saú- que constituíram o corpus analítico.
de (OMS) definir o “Modelo dos Cuidados Ino- A análise do acervo ocorreu em dois movi-
vadores para as Condições Crônicas” (MCICC) mentos analíticos. Inicialmente realizou-se uma
como um suporte intelectual para fazer frente à descrição do conjunto dos artigos, caracterizan-
transição epidemiológica de crescimento das do- do-os quanto ano de publicação, país, tipo de
enças crônicas não só no mundo desenvolvido, estudo, doença ou síndrome abordada e cenário
mas nos países em desenvolvimento. de atendimento.
A busca foi efetuada na base de dados Medli- Em seguida, empreendeu-se uma análise de
ne através do PubMed, e foi antecedida da con- conteúdo temática6 percorrendo as seguintes eta-
sulta aos descritores em ciências da saúde, a fim pas: leitura exaustiva e crítica do conjunto dos
de buscar a definição de doença crônica e de con- artigos, identificação de núcleos de sentidos nos
2085

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diferentes textos e agrupamento de núcleos em Em termos de conteúdos centrais dos arti-
temáticas que sintetizasse a produção. gos, 20 deles tratam de doenças em específico ou
de síndromes que levam a morbidades crônicas
(Tabela 1), e os outros 20 conseguem alcançar
Caracterização da produção discussões sobre dimensões de vida com a doen-
ça crônica e/ou as deficiências e que podem ser
Quanto aos países de publicação dos 40 artigos, exploradas por meio de estudos sobre relações
predominam os da América do norte (USA: 18 e familiares, percepções sobre o adoecimento e
Canadá: 2); seguidos da Europa (Reino Unido: qualidade do cuidado.
3, França: 3, Holanda: 2, Suécia: 1 e Alemanha: Dentre as doenças ou síndromes abordadas
1); América do Sul (Brasil: 6 e Argentina: 1) e especificamente pelos estudos e que fazem parte
Austrália (3). do grupo de patologias que formam os elemen-
A predominância de produções nos EUA pode tos destes artigos, destacam-se as seguintes: asma,
se relacionar ao fato de que a discussão sobre epilepsia, leucemia, doenças renais, miopatias,
modelos de atenção às condições crônicas tenha doença reumatoide, encefalopatia crônica da in-
surgido nesse país e ter sido estimulada pelo fância.
MacColl Institute for Healthcare Innovation, res- Em relação aos cenários das pesquisas, ob-
ponsável por ampla revisão acerca do assunto1,7. servamos que 25 artigos situam as discussões nos
Com relação aos métodos empregados nos ambientes que constituem a vida de crianças e
40 artigos, temos 20 ensaios teóricos, 04 editori- adolescentes com doenças crônicas, ou seja, não
ais, 08 estudos quantitativos e 08 estudos quali- somente os diversos níveis da atenção à saúde,
tativos. O predomínio de ensaios teóricos apon- mas também escolas, domicílios e, como item a
ta para a valorização de processos de revisão con- parte, o destaque sobre a forma como os pais se
ceitual, teórica e de pesquisas que possibilitem apropriam das recomendações e cuidados (Ta-
melhores evidências e consensos em torno de bela 2).
definições. Por fim, com relação ao foco de atenção dos
Quanto ao ano de publicação, verifica-se o artigos, nota-se que 19 apresentam somente cri-
incremento das publicações a partir de 2008. Isso anças como sujeitos da pesquisa, 05 para adoles-
pode se relacionar ao fato de que, na segunda centes, 05 englobam tanto adolescentes quanto
década dos anos 2000, a produção do conheci- crianças, 07 estão voltados para os pais, 03 com
mento acerca do tema em questão passa a ser foco nas equipes de saúde e 01 tendo pais e pro-
influenciada pelo cenário epidemiológico da cro- fissionais como sujeitos da pesquisa.
nicidade, não só pelo perfil dos adultos e idosos,
mas cada vez mais precocemente das crianças,
adolescentes e adultos jovens.

Tabela 1. Distribuição dos estudos por doenças ou síndromes.


Estudo Doença ou Síndrome N
Janse et al. , Marcon et al. , Miller
8 9 10
Doença Genética 03
Monje e Almagiá11, Alencar e Alencar12 Diabetes 02
Turkel e Pao13 Malformação 01
Towns e Bells14 Fibrose cística 01
Cooley15, Hewitt-Taylor16 Criança com necessidades especiais 02
Hexem et al.17, Christian18, Halfon e Newacheck19, Silva et al.20, Doença crônica em crianças e/ou 20
Angstrom-Brannstrom et al.21, Mokkink et al.22, Janse et al.8, Yeo e adolescentes em geral, ligada a
Sawyer23, Freed e Hudson24 , Lemétayer e Chateaux25, Hafez e Miller26, outros debates (experiências
Brown et al.27, Almeida et al.28, Mack et al.29, Schmidt et al.30, Orrell- familiares, percepções sobre o
Valente e Cabana31, Taylor et al.32, Pedroso e Motta33, Sullivan- Bolyai34, adoecimento crônico e/ou as
Dobbie e Mellor35, Russo36 deficiências, qualidade do cuidado).
Garcia et al.37, Le Blanc et al.38, Olson et al.39, Nobrega et al.40, Mais de uma doença 09
Bouquinet et al.41, Chesson et al.42, Torpy et al.43, Roizenet al.44, Miller45
Oeseburg et al.46, Herzer et al.47 Retardo mental 02
Total 40
2086
Moreira MCN et al.

Tabela 2. Cenários de atendimento tratados no estudo.


Estudos Cenário de atendimento N
Silva et al.20, Angström-Brännström et al.21, Janse et al.8, Monje e Hospital e Ambulatório 12
Almagiá11, Alencar e Alencar12, Bouquinet et al.41, Mack et al.29,
Schmidt30, Orrel-Valente e Cabana31, Herzer et al.47, Pedroso e Motta33,
Miller10, Roizen et al.44
Garcia et al.37, Almeida et al.28, Marcon et al.9 Domicílio 3
Cooley15 , Nóbrega et al.40, Towns e Bell14 Atenção primária 3
Sullivan-Bolyai et al.48, Sullivan-Bolyai34 , Miller45 Cuidado voltado para os pais 3
Oeseburg et al.46, Dobbie e Mellor35, Olson et al.39, Chesson et al.42 Escola 4
Hexem et al.17, Christian18, Halfon e Newacheck19, Hafetz e Miller26, Não especifica 15
Hewitt-Taylor16, Torpy43, Lemétayer e Chateaux25, Taylor et al.32, Brown
et al.27, Russo36, Le blanc et al.38, Mokkink et al.22, Yeo e Sawyer23, Freed
e Hudson24, Turkel e Pao13
Total 40

A tematização dos conteúdos dos artigos no conjunto dos artigos11-13,15,16,19,20,22,24,25,27-30,37-


39,41,43,46,48
. Essa definição caracteriza a doença crô-
A partir da análise foram identificadas duas te- nica como um quadro complexo de agravos.
máticas: Definição de Doença Crônica e Formas Por último, o quinto núcleo de sentido se cen-
de se lidar com as doenças crônicas em crianças e tra na ideia de que a doença crônica envolve a
adolescentes. limitação da funcionalidade com comprometi-
Em relação à primeira temática – Definição mento do desenvolvimento global e qualidade
de Doença Crônica – observam-se cinco núcleos de vida 8,9,11,13,15,16,19,23,25,30-32,37-41,43,46-48.
de sentidos que se desprendem dos conteúdos A árvore de ideias da primeira temática (Fi-
dos artigos e que podem ser ilustrados por uma gura 1) é fruto da análise e interpretação de arti-
árvore de ideias (Figura 1). gos que destacam definições e/ou tentativas de
O primeiro núcleo diz respeito às definições especificar as características das doenças crôni-
que se estruturam a partir da necessidade de su- cas quando as mesmas acometem crianças e ado-
porte para o desenvolvimento das funções mo- lescentes. Nos artigos reunidos destaca-se na
toras e comunicacionais contribuindo para a in- constelação de definições a centralidade da do-
teração com o meio, com as pessoas e o reconhe- ença na vida, com o comprometimento de fun-
cimento de suas expressões afetivas, desejos e ções vitais, desde motoras até fisiológicas. Ou
vontades17-21,37,38. Neste núcleo, identificam-se os seja, a definição surge ancorada nos déficits ou
conhecimentos e as técnicas que possam facilitar ainda nas necessidades que estão relacionadas
a mobilidade, a interação com o meio através da novamente à dependência. Assim, observou-se
criação de códigos linguísticos adaptados, uso que, em geral, as definições centram-se numa
de tecnologia assistiva. doença sem sujeito ou em um deficitário e de-
O segundo núcleo de sentido se refere ao fato pendente. Com isso não se quer desvalorizar as
de autores17-19,21,38 definirem doença crônica como definições, mas apenas chamar a atenção para a
aquela que demanda cuidados que envolvem a necessidade de não descontextualizar a doença,
utilização de recursos tecnológicos de suporte à do sujeito com a doença. No caso de situações de
vida. Compõem esses recursos: medicamentos, adoecimento em crianças e adolescentes, a pró-
dietas especiais, ventilação mecânica invasiva ou pria singularidade do desenvolvimento e cresci-
não invasiva, nutrição parenteral, oxigenotera- mento desses sujeitos revela uma necessidade de
pia, cateter totalmente implantado. ampliar definições que articulem dimensões
Como terceiro núcleo de sentido, destaca-se ampliadas da vida. Destaca-se ainda a ideia de
a definição de doenças crônicas a partir da per- complexidade relacionada a aspectos clínicos, da
manência e da recorrência de episódios da doen- biomecânica do corpo, perdendo de vista, mais
ça, considerado meses de vida8,11-13,15,16,19-26,37-40. uma vez, a noção ampliada da vida como siste-
A presença de comorbidades associadas cons- ma e do corpo não somente como base biológi-
titui-se no quarto núcleo de sentido encontrado ca, mas como suporte para a dimensão simbóli-
2087

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Medicamentos, dietas - Tecnologias
especiais, ventilação assistivas;
mecânica invasiva ou não -Códigos
invasiva, nutrição Núcleo de Sentido 1: linguísticos
parenteral, Necessidades de adaptados;
oxigenoterapia, cateter suportes para

p
- pranchas de
totalmente implantado Interação com o comunicação;
meio: comunicação, - programas de
p expressão e função computador
motora.

Núcleo de sentido 2: Núcleo de sentido 3:


Necessidades de Recorrência dos
tecnologia de sintomas e tempo de
suporte à vida presença na vida
Definição de
Doença Crônica

Núcleo de sentido 4: Núcleo de sentido 5:


Comorbidades Limitação da
associadas ao quadro funcionalidade
da doença

p p
p

Nível de Complexidade do Quadro Comprometimento do


desenvolvimento global
p

e qualidade de vida

Figura 1. Descrição da seleção dos estudos.

ca, das representações, interpretações e valores cias de acordo com a faixa etária e a participação
sobre a existência. E mais uma vez, torna-se im- ativa no processo decisório de seu tratamento
perativo situar qual o sujeito que adoece croni- assim como na transição entre os serviços10-
14,19,21,23-25,29,31-35,41,42,45,47
camente, se adulto, criança ou adolescente, na . Já o segundo núcleo de
definição de um quadro crônico e de suas conse- sentido se relaciona à defesa da ideia de que para
quências. se lidar com as condições crônicas se faz necessá-
A segunda temática – Formas de se Lidar com rio a criação de redes de apoio, tais como siste-
as Doenças Crônicas – se resume em dois núcleos mas organizacionais e de suporte mediante os
de sentido, ilustrados na árvore de ideias a seguir quais os cuidados são empreendidos8-15,17,18,21,23-
25,27,29-37,39-41,44,45,47,48
(Figura 2). .
O primeiro núcleo se refere a propostas de se No que se refere à segunda árvore de ideias
promover o protagonismo da criança e do ado- (Figura 2), destaca-se que no momento em que
lescente no cuidado da saúde, incluindo-se estra- se assume a necessidade de situar a doença na
tégias lúdicas na comunicação adaptada de notí- vida, ao defini-la, são alcançados seus sujeitos,
2088
Moreira MCN et al.

Núcleo de
Sentido 1: Estratégias lúdicas na
Protagonismo comunicação adaptada

p
da criança e do de notícias de acordo
adolescente com a faixa etária

Participação ativa no
p p
processo decisório de Construção de autoimagem:
seu tratamento assim elação com as marcas da
como na transição doença
entre os serviços

Formas de Lidar
com as Doenças
Crônicas na vida
p de crianças e
adolescentes
PARTICIPAÇÃO,
COMUNICAÇÃO
DE NOTICIAS,
INCLUSÃO

p
Núcleo de
Sentido 2:
Redes de Apoio e
Sistemas
Organizacionais
p
p
Relação entre família, serviço de
saúde e redes de apoio que facilitem Sensibilização das escolas
processos de alta possibilitando uma frequência
adaptada às interrupções que
derivam de internações

Figura 2. Árvore de ideias relacionadas às Formas de se lidar com as doenças crônicas em crianças e
adolescentes.

que no caso de crianças e adolescentes com do- Discussão dos Resultados


enças crônicas ganham centralidade as ideias de
comunicação de noticias, participação e inclu- Emergem como elementos centrais da primeira
são. E nessa direção alcança-se a valorização de temática aqueles que delimitam a doença pela pers-
mecanismos facilitadores e já reconhecidos como pectiva médica com um recorte vinculado às alte-
promotores do protagonismo infanto-juvenil: as rações que diferenciam a dimensão física da emo-
intervenções lúdicas. Outro aspecto bem carac- cional15,30,43, enfocando a definição da doença crô-
terístico do reconhecimento de crianças e jovens nica aos seus mecanismos de explicação e suas
na definição diz respeito à inclusão nas institui- causas49. Nesses artigos, o não reconhecimento
ções escolares, e no esclarecimento de seus atores das possíveis diferenças entre as doenças crônicas
– professores, diretores, colegas – das possibili- da infância (asma, fibrose cística, obesidade, des-
dades e limites que cada doença crônica, situada nutrição, alterações do desenvolvimento, parali-
na vida particular do sujeito, pode causar. sia cerebral, consequências da prematuridade e
transtornos mentais) pode colocar ao menos dois
problemas: 1) a desconsideração da diversidade
dos agravos e/ou comorbidades associadas que
2089

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reduz as singularidades a uma categoria única e incidem opressões que os discriminam. Uma lei-
geral, a de “doença crônica”, sem problematizar as tura sociológica e política alimenta essa discus-
peculiaridades de cada uma e as diferentes evolu- são contribuindo para a valorização da auto-
ções clínicas; 2) a não consideração de que essa organização das pessoas deficientes em movi-
generalidade pode comprometer o plano das iden- mentos sociais no escopo da identidade de mi-
tidades pessoais e da organização das famílias. norias. Ao mesmo tempo, esses autores recupe-
Nesse caso, o diagnóstico que nomeia e delimita ram a transição epidemiológica e dos indicado-
e, portanto, que gera condições para mecanismos res sociais na relação com as transformações na
de identificação, pode gerar condições para a for- chamada “ecologia social da infância”. Para defi-
mação de grupos de apoio. ni-la retomam a abordagem ecossistêmica na
Nos artigos revisados15,30,43 identifica-se ain- relação entre os determinantes sociais da saúde e
da uma outra redução: a do cuidado a essas do- as situações de adoecimento. No caso, apontam
enças crônicas na infância a um nível de maior a exposição das crianças a altos níveis de toxici-
complexidade do sistema de saúde, desconside- dade, ao stress e ao sedentarismo associada às
rando a possibilidade de estratégias de promo- mudanças no estilo de vida, dentre elas aquelas
ção e prevenção em saúde mesmo quando já es- relacionadas à ingestão de altas taxas calóricas.
tão instaladas. Para tanto justificam que a com- Por fim, ainda no interior da primeira temáti-
plexidade das alterações (físicas, emocionais, de- ca, identifica-se o uso das definições de qualidade
senvolvimento, comportamento) extrapola o de vida8,29, de modo a problematizar as percep-
cuidado domiciliar primário. E, ainda, essa pers- ções sobre tratamento e comunicação, ou ainda,
pectiva compromete o entendimento de ações com a preocupação de validar tais escalas consi-
articuladas, onde a estratégia de saúde da famí- derando como sujeitos os responsáveis e tam-
lia/medicina de família pode vir a desenvolver bém as crianças e adolescentes44. Diferentemente
ações com crianças com necessidades especiais/ de crianças com outras doenças, aquelas com con-
condições crônicas. dições crônicas de saúde e seus pais acumulam
Além das reduções nas definições da doença conhecimento pela experiência com o sistema de
em questão, há ideias que ampliam a discussão. cuidados, e as variáveis sociodemográficas devem
Uma delas está presente em artigos que evocam ser incluídas nas considerações sobre a vida me-
dados epidemiológicos e avaliações focadas em diada pela doença. Por isso, elas não apresentari-
perspectivas de análises de rede, organização de am necessidades complexas de informações, ou
processos de comunicação, tomada de decisão e seja, o tempo de vivência e convivência com a do-
alta10,12,17,18,22,23,27,31,37. Um dos artigos33 aciona o ença, ou até mesmo o fato de ser uma criança sem
conceito de vulnerabilidades socioeconômicas doença crônica, mas com histórico de internação
com base numa perspectiva ecológica, tendo em UTI, influencia a percepção do estado de saú-
como sujeitos de pesquisa enfermeiras que atua- de e intervém em sua qualidade de vida. Já em
vam em unidades de internação pediátricas. Ain- Towns e Bell14, Herzer et al.47, Freed e Hudson24,
da que esses artigos ampliem a discussão, persis- Miller45e Oeseburg et al.46, são valorizados os con-
te a nomeação da condição crônica como com- ceitos de ciclo de vida e estratificação de faixa etá-
plexa, fazendo equivaler a complexidade a uma ria na definição de doença crônica.
leitura biomédica, onde as morbidades múltiplas A segunda temática, formas de se lidar com a
desencadeiam um esfacelamento da experiência doença crônica, se volta para os papéis sociais e
do adoecer em especialidades, de base multidis- as práticas de aconselhamento de atores-chave
ciplinar. Essa multidisciplinaridade, apenas como nas organizações escolares e de atenção à saúde,
um aglomerado de profissões trabalhando sob a mediadoras na formação e nos cuidados com
coordenação médica não faz aparecer uma inte- crianças e adolescentes. Assim, são focalizadas a
gração entre disciplinas. Outro grupo de arti- estratificação das doenças e a especificidade do
gos16,19,20,40 destaca a temporalidade dos sinto- campo de pesquisa, relacionado à organização
mas, o nível do comprometimento das restri- escolar e aos processos de inclusão de crianças
ções funcionais e de vida associado ao uso dos com condições crônicas39; acionando outros es-
serviços para definir uma doença crônica bem de paços sociais ocupados por crianças e adoles-
acordo com as definições da OMS1. Alem de usar centes com condições crônicas, tais como, escola
esses parâmetros, valorizam a lógica do modelo e família e as expressões sobre processos de alta e
social da deficiência que desconstrói uma supos- de construção de autoimagem 11,13,21,25,28,34-
36,38,39,41,42,48
ta desvantagem natural atribuída ao deficiente, . Sob a influência da psicologia com-
discutindo que sobre as marcas da deficiência portamental e da sociologia dos papéis sociais,
2090
Moreira MCN et al.

alguns conceitos são recorrentes, tais como, co- nificar enfrentar as relações entre situações nega-
ping, papéis sociais, adaptação/inclusão, aconse- tivas e influências na aderência ao tratamento.
lhamento, autoestima, imagem corporal, estres- Significativo refletir aqui sobre as relações que as
se, e ainda alguns quadros associados, tais como, crianças estabelecem com seus cuidadores e suas
o da síndrome de Burnout, para afirmar a espe- sensibilidades em identificar aspectos de atenção,
cificidade e a relevância da doença crônica como escuta, capacidade de oferecer acolhimento e
um fator que intervém no desenvolvimento. como estes podem estabelecer circuitos de troca
O tema da comunicação, seja ela intrafamiliar positiva durante processos de tratamento e
ou das equipes com as famílias ou crianças ou hospitalização.
adolescentes, se destaca sobre como incluir, em No conjunto dos estudos revisados, há al-
que momento e com que apoios a criança em guns que consideram crianças e adolescentes
processo de crescimento e que chega à adolescên- como sujeitos que reconhecem situações negati-
cia no seu tratamento de saúde26. A relação entre vas e positivas, e esse reconhecimento pode pro-
autoeficácia e autoconceito media a interação en- mover estratégias de adaptação à doença que vão
tre desenvolvimento individual e interação com o influenciar no processo de negociação de estraté-
ambiente social. Valorizam a perspectiva de que gias de cuidado para esse segmento. Citamos aqui
ter conhecimento acerca de si mesmo e do mun- o reconhecimento do brincar como mediador
do externo contribui para o desenvolvimento de para os tratamentos de saúde e a necessidade da
competências, e ainda para a aquisição de um sen- presença dos pais durante hospitalizações e tra-
tido de eficácia pessoal. Essa visão utilitarista e tamentos 25,41.
funcional do conhecimento os aproxima de uma Assim, esses artigos contribuem para refletir
leitura reducionista, a qual pode ser alvo de críti- sobre as seguintes especificidades: a) crianças com
cas na medida em que o conhecimento/informa- necessidades de cuidados especiais de saúde ne-
ção, por si só, não garante mudanças de compor- cessitam ser recebidas para tratamentos a partir
tamento28, ainda mais quando os sentimentos de das suas necessidades e das demandas que ge-
insegurança e a realidade socioeconômica marca- ram, em virtude da condição de saúde que as
da pela pobreza impossibilita o cumprimento de marca, e de serem sujeitos em desenvolvimento.
planos e acordos. Nesse marco analítico há uma Assim os marcadores delimitariam o quanto,
comunicação entre definições já anteriormente como e onde precisariam de medicalização, mo-
identificadas, como por exemplo, as condições nitorização, suporte tecnológico e cuidados con-
crônicas em crianças se revelam como promoto- tínuos. Daí definirem as condições complexas
ras de cuidados complexos. Nesses artigos, ou- como aquelas referidas às necessidades continu-
tros atores tornam-se sujeitos de pesquisa, no caso adas de saúde: longo tempo de oxigenoterapia
os professores39, destacando que em relação a cri- ou ventilação assistida, alimentação e com limi-
anças e adolescentes com AIDS e epilepsias a per- tações motoras e cognitivas (escuta, aprendiza-
cepção desses profissionais está marcada pelos gem, mobilidade e comunicação). Ou seja, essa
pré-conceitos. Por exemplo, a imagem de que a definição é gerada a partir da descrição de quais
epilepsia leva a uma incapacidade neurológica e a necessidades de suporte essa criança possui; b)
alterações comportamentais que mobilizam a re- crianças são diferentes de adolescentes, e quanto
organização da estrutura escolar. maior a idade maior o acúmulo de repertório
O envolvimento de várias categorias de pro- que lhes permite desenvolver estratégias mais
fissionais é importante, principalmente se esses apoiadoras no processo de viver a doença11,12,23;
conseguem perceber as crianças e os adolescen- c) no que se refere ainda aos adolescentes, ganha
tes em condições crônicas para além de avalia- destaque para eles o fato de que precisam comu-
ções comportamentais. Ou seja, é importante que nicar-se com seus médicos29.
os profissionais fiquem atentos não só aos riscos No que se refere ao avanço na perspectiva de
que comportamentos podem oferecer aos gru- um sistema de atenção a saúde, esse grupo de
pos de convivência, mas também prestem aten- artigos apontam para a complementaridade en-
ção ao sofrimento que pode ser expresso na ex- tre as medidas para monitoramento e medição
periência de gerenciamento da condição crônica, da eficácia da prática clínica e os indicadores ba-
não passando despercebidas as capacidades de seados na clínica convencional (análises labora-
crianças e adolescentes. torial e radiológica). Nesse cruzamento pode ser
Com relação ao reconhecimento das crian- possível a avaliação do sucesso e bem-estar do
ças e de suas expressões, Lemetayer25 assinala que paciente, buscando para tanto suporte nos pro-
conhecer suas estratégias de adaptação pode sig- tocolos de qualidade de vida.
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No caso das experiências das mães, Almeida acionadas como estratégias metodológicas para
et al.28 ressaltam a experiência de viver em domi- fomentar pesquisas nesse campo.
cilio e de estabelecer relações de cuidado nesse A condição crônica de saúde de crianças e
espaço. Identificam as crianças com doenças crô- adolescentes se define não somente a partir do
nicas como complexas, cujos cuidados também tempo de adoecimento e das frequências aos ser-
são assim qualificados. Ganha destaque a singu- viços de saúde, ou ainda pelo impedimento da
laridade do significado da alta para o domicilio rotina. No caso desses sujeitos, destaca-se a con-
como um processo digno de ser vivido com inse- sideração de que as transições etárias quando
gurança e medo. Diferentemente do processo de uma doença é diagnosticada e tratada desde a
alta de crianças cuja existência não é marcada infância, vai passar por transformações que in-
pela cronicidade. As orientações para alta, mui- cluem a maneira como se dá o seu fluxo entre os
tas vezes dependentes de insumos e materiais serviços e as mudanças, as quais englobam pro-
como luvas e seringas, tornam-se um desafio para cessos de alta, de tomada de decisão e constru-
essa parcela da população se ainda houver a ção de rede que abranja família, hospital, escola e
marca da pobreza. sistema de garantia de direitos. Isso se torna im-
portante em virtude de predominar na revisão
empreendia a ausência de consenso sobre quan-
Conclusão do e como começar a transição do tratamento
das crianças para o adolescente, e daí para a ida-
A revisão de literatura cientifica possibilitou re- de adulta. Essa discussão acaba por colocar em
conhecer que – muito embora a doença esteja questão a capacidade de organização do sistema
colocada como descritor – os artigos elaboram de saúde como uma rede integrada.
reflexões, discussões, conhecimentos tendo como A partir da revisão empreendida pode-se
perspectiva a necessidade de gerenciar a doença apontar algumas características que contribui-
como uma condição mediadora da vida e do de- riam para uma definição sobre condição crônica
senvolvimento de crianças e adolescentes até a em crianças e adolescentes:
chegada a vida adulta. . Permanente na criança por mais de 03 me-
Dessa forma, a revisão empreendida nos pos- ses, ou ocorreu um episódio clínico 03 vezes ou
sibilita identificar respostas relacionadas ao re- mais no último ano e provavelmente vai reincidir;
conhecimento de crianças e adolescentes com con- qual a duração e as limitações funcionais impos-
dições crônicas como sujeitos cujas experiências tas, a duração e a necessidade de adaptações;
precisam ser integradas pelos adultos de referên- . Comprometimento das dimensões de soci-
cia em seus cuidados – sejam eles a equipe, os abilidade específicas da infância, as quais pode se
familiares ou os educadores. Nesse sentido, a di- definir, além dos recortes clínicos, por: dias de
mensão da comunicação nos processos de tran- ausência na escola, limitações de atividades coti-
sição etária, considerando as particularidades dos dianas e de vida diária para a criança, marcos do
ciclos de vida, é considerada. A ideia é que essas desenvolvimento;
transições merecem ser melhor abordadas caso . Necessita de apoio para as funções huma-
se ajustem protocolos às perspectivas dos valo- nas de interação, comunicação, expressão e ne-
res, vínculos e emoções que fazem parte dos pro- cessidades de suporte tecnológico à vida;
cessos. . Caracterizada pela vulnerabilidade que pode
O reconhecimento ainda dessa clientela vem associar alterações nas condições físicas, emocio-
no deslocamento da visão adultocêntrica que já nais, de desenvolvimento e comportamentais e
convive com concepções de que estratégias ade- que necessitem de cuidados de serviços de saúde,
quadas a cada faixa etária merecem ser conside- além dos usuais, e de domiciliares primários.
radas. Nessa direção, ações mediadas pelo brin- . Possível presença de relações de associação
car, como estratégia de saúde específica para cri- entre fatores genéticos/familiares e fatores pré e
ança, são apontadas e reconhecidas. A perspecti- pós-neonatais.
va de um sistema que precisa construir-se em rede Aponta-se como limites do presente artigo
fica muito flagrante na medida em que no campo aqueles voltados a duas ordens de questões: 1)
da saúde da criança e do adolescente a particula- inerente a uma opção metodológica no recorte
ridade das condições crônicas acentua ainda mais temporal acionado para a seleção de artigos. Ou
as necessidades de relações intersetoriais. As aná- seja, não consideramos produções anteriores a
lise relacionais – pautadas na perspectiva de estu- 2003 por assumirmos que a revisão da definição
dos sobre redes de atenção à saúde – merecem ser e do apontamento de inovações no cuidado à
2092
Moreira MCN et al.

condição crônica pela OMS nesse ano se torna


um marco político, no reconhecimento por uma
agência internacional; 2) com relação às fontes,
foram escolhidos os artigos indexados nas bases
de consultas, excluindo teses e livros.

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