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Rede de Sensores Sem Fio

Este tutorial apresenta um estudo da tecnologia de Redes de Sensores Sem Fio (RSSF) baseadas nos
protocolos do IEEE (Institute of Electrical and Electronic’s Engineers), apresentando as características do
funcionamento das Redes de Sensores Sem Fio e seus principais protocolos e aplicações.

João Wilson Vieira Rocha

É Engenheiro de Telecomunicações pelo Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (IESAM). Tem


certificação Cisco Certified Network Associate (CCNA) e Furukawa Certified Professional em Cabeamento
Metálico e Óptico. Atualmenteo está cursando Mestrado em Engenharia Elétrica / Telecomunicações pela
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Fez parte do Wireless Technology Laboratory (WissTek) coordenado pelos Professores Ph.D Michel Daoub
Yacoub e Ph.D Paulo Cardieri, participando da pesquisa de Redes Wireless, com ênfase em Redes Ad-Hoc e
Sensores Sem Fio, sob orientação do Professor Ph.D Paulo Cardieri.

Atuou como Estagiário de Tecnologia da Informação da INFRAERO, executando atividades de suporte em


infra-estrutura de rede e de sistemas de TI, desenvolvendo projetos em sistemas de comunicações, emitindo
relatórios de pesquisas de rede e auxiliando na atuação conjunta de engenheiros civis e eletrônicos na
implantação de sistemas de transmissão.

Atuou na EMBRATEL, desempenhando atividades de configuração e ativação de modems digitais e


roteadores Cisco, de testes de acessos (par Metalico, radio digital, satélites e fibra óptica), de configuração e
manutenção de Rede E1 Newbridge, e de monitoramento de circuitos, através de analisadores de protocolo
Rad e WG.

Atuou como Network Specialist na Stefanini IT Solutions, alocado na ThyssenKrupp Metalúrgica (Campo
Limpo, SP), sendo responsável pela analise e administração da infra-estrutura de rede.

Atualmente trabalha como Engenheiro de Projetos e Suporte IP na Global Crossing, sendo responsável pelo
desenho e definição de soluções de redes de comunicação. Atua também como Especialista IP, definindo a
configurações lógica de roteadores Cisco e Huawei em diversos ambientes, preparando a especificação de
produtos e serviços para comunicação, e realizando suporte de 3º nível a clientes, com utilização de BGP,
MPLS, HSRP, GLBP, Frame-Relay, QoS e VoIP.

Email: joaowvr@hotmail.com

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Categoria: Redes de Dados Wireless
Nível: Introdutório Enfoque: Técnico
Duração: 15 minutos Publicado em: 20/08/2007

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Rede de Sensores Sem Fio: Introdução

Graças às inovações tecnológicas nos ramos da comunicação sem fio, da eletrônica digital e dos sistemas
micro-eletro-mecânicos, o mundo vem assistindo a uma revolução no sensoriamento remoto. Muitos estudos
foram e estão sendo concentrados para o desenvolvimento de redes de sensores sem fio. A ilha de Great
Duck, no Maine, EUA, por exemplo, é um grande laboratório pioneiro nesse ramo, fazendo parte de um
projeto suportado pela Intel.

Mas, afinal, o que são redes de sensores sem fio? Uma rede de sensores sem fio (RSSF) pode ser
caracterizada pelo uso de uma quantidade grande de nós-sensores com a capacidade de se comunicar. Esses
nós podem ser colocados dentro do fenômeno a ser analisado ou próximo a ele, diferentemente das redes de
sensores tradicionais. As posições de cada nó não são predeterminadas ou pré-calculadas, são aleatórias,
visto que a implantação de redes de sensores em locais de difícil acesso pode ocorrer pelo uso de
helicóptero, apenas "soltando" os nós sobre a região a ser analisada.

Sendo assim, essas posições devem ser tratadas pelos protocolos de comunicação e gerenciamento da rede,
tornando esses protocolos um campo vasto para pesquisa. A comunicação entre estes nós é feita através de
uma rede ad-hoc sem fio, um nó transmitindo a outro nó próximo os valores do sensoriamento.Este próximo
nó deve se encarregar de passar os dados para o próximo nó, e assim por diante. A idéia é tirar proveito de
dispositivos tão pequenos e (espera-se) baratos que possam ser usados em larga escala. Temos na imagem
abaixo um exemplo de o quão pequenos são esses sensores, praticamente do tamanho de uma moeda.

Figura 1: Comparação do tamanho de um sensor

Os sensores realizam, além do sensoriamento, processamento de dados e comunicação entre componentes.


As RSSF apresentam melhorias em relação aos sensores tradicionais, que apresentam os seguintes
problemas:

Os sensores podem ser posicionados longe do evento a ser monitorado, levando a sensores grandes e
complexos.
Muitos sensores são colocados próximos ao evento a ser monitorado, apenas enviando os valores para
uma central de processamento, o que exige um estudo bastante cuidadoso da topologia de
comunicação e métodos próprios para cada aplicação devem ser desenvolvidos.

Algumas funções típicas de nós-sensores:

Determinar o valor de algum parâmetro em um determinado local;


Detectar eventos e estimar valores parâmetros em função do evento detectado;
Classificar um objeto detectado;
Rastrear um objeto.

As RSSF levam óbvias vantagens sobre as redes com fio, pois eliminam altos custos com cabeamento e
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podem ser implantadas em locais de difícil acesso, podendo, como já dito, ser implantadas através de um
helicóptero, talvez, sobre a área a ser analisada. A Ember Corp, de Boston, é uma das empresas pioneiras
desse ramo. A evolução desta tecnologia vem sendo impulsionada pela procura, cada vez maior, por parte de
grandes empresas do ramo industrial.

O setor varejista, por exemplo, tem feito uso desta tecnologia com a conhecida “etiqueta de identificação de
rádio freqüência”, a “etiqueta inteligente” (RFID), que seria uma substituição da tecnologia de códigos de
barra. Cada mercadoria com RFID identifica-se a si própria, formando um diretório atualizado do
estabelecimento, que deve possuir um leitor de rádio. Uma etiqueta tem preço aproximado de US$ 0,20, com
tendência de queda nos próximos anos, podendo chegar a menos da metade do preço atual. Sensores mais
sofisticados, que criam sua própria rede e realizam processamento de sinais custam em torno de US$ 50.

Muitas grandes corporações já utilizam, ou testam, o RFID, como por exemplo: Benetton, Prada, Procter &
Gamble, Gillete, Unilever e Wal-Mart. Traduzindo, muito dinheiro deve ser injetado nas pesquisas nesse
campo. O Banco Central Europeu pensa em utilizar o RFID em notas de dinheiro. A York International,
gigante do segmento de sistemas de ventilação, pretende instalar vários nós-sensores nos condicionadores de
ar vendidos a seus clientes, facilitando a monitoração das temperaturas, que deverão ser enviadas aos
escritórios da York, aliviando o trabalho dos técnicos e aumentando a produtividade. A Intel já experimenta
sistemas baseados nesses sensores em centros de saúde para ajudar pacientes com problemas de lapsos de
memória, lembrando-lhes a hora de comer ou de beber água.

Na Universidade da Califórnia, em Berkley, está sendo desenvolvido, com o apoio da Intel, um sistema
operacional em código aberto, chamado de TinyOs, que exige pouca memória (cerca de 8 Kb), importante
para sensores, que devem ser os menores possível. O TinyOs já é utilizado pela empresa Crossbow, para
rastreamento de peças de carro.

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Rede de Sensores Sem Fio: Características

As RSSF têm características que as diferem bastante das redes mais comuns. Uma característica das RSSF é
que são centradas em dados, diferente das redes tradicionais centradas em endereço. Assim, um nó difunde
(ou pede) informações baseadas em atributos.

Além disso, os nós-sensores devem atender a requisitos específicos da aplicação, muito comumente os nós
focam-se em apenas um atributo, ou um pequeno conjunto de atributos, necessitando então de
processamento no interior da rede. As restrições impostas à rede de sensores sem fio implicam em uma série
de requisitos para os protocolos de comunicação nunca antes encontrados em tal escala. Como conseqüência
de suas características, os protocolos de comunicação e gerenciamento da rede devem ter capacidades de
auto-organização.

Vejamos as principais características das RSSF, que influem no projeto de um protocolo ou algoritmo para a
rede.

Tolerância à falha

Os nós-sensores devem ser de baixo custo e pequenos no tamanho, o que contribui para o fato deles serem
pouco confiáveis, fazendo com que a rede tenha que ser tolerante a falhas. As falhas podem ocorrer por
diversos motivos: falta de energia, falta de visibilidade para outro nó da rede ou algum dano físico, devendo
a rede ser capaz de realizar suas tarefas mesmo com a perda de alguns nós. Os níveis de tolerância à falha
vão determinar diferentes algoritmos de controle da rede. O nível de tolerância à falha vai depender do
ambiente e da aplicação, dependendo também desses mesmos fatores o algoritmo de controle da rede.

Escalabilidade

O fato dos nós terem como atributos básicos o baixo custo e o tamanho minimizado contribui para a
formação de redes densas e de muito alta escala, necessitando de poucos cuidados e custos de instalação.
Com redes densas, teremos certamente um alto grau de redundância e disponibilidade dos dados, o que pode
ser visto como um problema, mas do qual devemos tirar proveito. Temos então que a agregação de dados
nos nós-sensores toma grande importância para que haja economia de energia (através da redução do
tráfego), coordenação de sensoriamento e direcionamento de interesses. Essa agregação é determinada por
interações localizadas entre nós que compartilham a mesma vizinhança.

Custo de Produção

Como as RSSF têm, em geral, um grande número de nós, é essencial que o preço de cada nó seja reduzido ao
mínimo possível, para que a instalação de uma RSSF seja viável e preferível, em comparação a uma rede de
sensores tradicionais. Estima-se que o preço de cada nó deva estar abaixo de US$ 1, o que ainda não é
possível.

Hardware

Temos na figura abaixo uma ilustração do esquema de hardware de um nó-sensor. Os componentes com
traços pontilhados são opcionais. Esquema de hardware de um nó-sensor.

Consumo de Energia
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A energia é vista como o fator crucial em RSSF. Como as fontes de energia são limitadas, já que os sensores
são dispositivos microeletrônicos, os nós-sensores devem cooperar entre si de modo a transportar os dados
de uma forma eficiente quanto ao gasto de energia. A comunicação é o principal consumidor de energia,
com a transmissão de dados consumindo ainda mais que a recepção. Assim, deve-se também explorar
algoritmos adaptativos locais, que não se baseiem em interação ou informação global, evitando o gasto de
energia com o tratamento de uma carga muito grande de informação.

Os nós devem se adaptar automaticamente ao ambiente, podendo ficar “adormecidos”, quando não forem
necessários, para poupar energia, assim como podem tornar-se operacionais e podem precisar se reorganizar
de forma automática, no caso de perda (ou destruição) de algum deles ou no caso de novos sensores serem
adicionados à rede. Tudo isso deve ser gerenciado com extremo cuidado para que não se gaste energia
desnecessária. Algumas técnicas utilizadas para a redução do consumo de energia nos nós são: formação de
clusters de sensores, redução da carga computacional no sensor, protocolos eficientes, circuitos de baixo
consumo, adormecimento de nós inativos e produção local de energia (com transdutores piezoelétricos,
células solares, campos magnéticos, etc).

Na formação de clusters, os nós são distribuídos em clusters ou árvores de nós, que são formados de acordo
com algum algoritmo de clusterização. Em cada cluster existe um cluster head, nó principal para o qual os
outros nós pertencentes ao cluster enviam seus dados. Estes nós principais são os únicos que enviam os
dados para o destino final, que é chamado de estação base. Essa técnica permite a redução do uso da
energia, pois, os nós que transmitem o dado para o cluster head, gastam muito pouca energia devido à
pequena distância entre estes nós. Já os cluster heads gastam muita energia. O que se costuma fazer é uma
rotação de cluster heads, de forma que os nós gastem, na média, a mesma quantidade de energia.

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Rede de Sensores Sem Fio: Aplicações

As redes de sensores sem fio possuem inúmeras aplicações possíveis, o que é um grande incentivo para que
as pesquisas nesta área continuem sendo realizadas. A cada dia, a tendência é que as redes de sensores sem
fio sejam utilizadas nos mais variados lugares, surgindo cada vez mais aplicações para seu uso. Muitas das
aplicações atuais destas redes são no dia-a-dia. A aplicação mais comum de sensores é na medição de
condições ambientais, como temperatura, pressão, umidade e condições do clima ou do solo, mas eles
também são bastante utilizados para monitorar movimentos, controlar velocidades e detectar materiais
perigosos. As principais áreas de aplicação das redes de sensores sem fio são:

Aplicações domésticas

As redes de sensores sem fio vêm sendo cada vez mais utilizadas nas casas, com funções diversas, sendo as
principais apresentadas a seguir:

Automação de Tarefas Domésticas: Através da instalação de sensores em equipamentos utilizados


no dia-a-dia, é possível automatizar tarefas comuns, como iluminação e controle de equipamentos
como geladeiras, fornos de microondas e aparelhos de ar condicionado.
Segurança: Uma das aplicações domésticas mais procuradas é voltada para a área de segurança. A
distribuição de sensores de temperatura e de movimento pela casa permite a detecção de incêndios e
invasões, além do controle de movimentos de crianças e idosos pela casa.
Desenvolvimento de Ambientes Inteligentes: Um dos principais atrativos das redes de sensores sem
fio é no desenvolvimento de um ambiente doméstico inteligente. A rede permite a integração dos
diversos equipamentos nos quais são instalados sensores, podendo-se, inclusive, controlá-los por voz
ou por telefone. Esta rede permite a comunicação entre estes equipamentos. A integração de câmeras
nesta rede permite que os moradores visualizem o que está acontecendo em um determinado local da
casa, assim que algum sensor detectar qualquer irregularidade. A integração da linha telefônica
permite que a polícia, os bombeiros ou um hospital sejam avisados automaticamente em caso de
invasões ou acidentes. Sensores de intensidade luminosa podem apagar as luzes durante o dia e
acendê-las à noite.

Figura 2: A cama aquece 01:30 após a pessoa acordar, para matar ácaros

Aplicações militares

As aplicações militares de sensores são bastante comuns atualmente, principalmente pelo fato de não ser
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possível definir uma infra-estrutura de comunicação em meio a uma operação de guerra. Além de isto exigir
tempo, a instalação de uma central tornaria a rede vulnerável (a destruição da central acabaria com a rede).
As redes de sensores são utilizadas em programas C4ISRT (Command, Control, Communications,
Computers, Intelligence, Surveillance, Reconnaissance, and Targeting - Comando, Controle,
Comunicações, Computadores, Inteligência, Vigilância, Reconhecimento e Mira).

As principais aplicações nesta área são apresentadas a seguir:

Localização de Soldados: Sensores instalados nos uniformes dos soldados permitem à central
monitorar a posição e os movimentos de cada soldado. Este monitoramento pode até mesmo ser
visualizado por um comandante em campo de batalha, através de um visor.
Controle de Equipamentos e Munição: A instalação de sensores nos equipamentos e armas que os
soldados carregam tornam possível o controle da munição ou outros equipamentos disponíveis.
Reconhecimento de Inimigos: Através do espalhamento de sensores num campo de batalha, é
possível monitorar e mapear os movimentos das tropas inimigas.
Sistemas de Mira: Auxiliam os soldados no controle da mira, principalmente em casos de alvos
móveis ou em situações de pouca visibilidade, como ambientes escuros, nebulosos ou com obstáculos
no meio.
Detecção de Ataques Nucleares, Biológicos ou Químicos: O sensoriamento do solo permite a
detecção destes tipos de ataques ou de minas instaladas na região.

Figura 3: Exemplo de aplicação militar para as RSSF

Aplicações ambientais

Na monitoração de condições ambientais, as redes de sensores sem fio também são bastante úteis, pois em
determinados casos, condições de relevo irregulares e vegetação densa são desfavoráveis para a instalação
de estruturas de monitoramento destes ambientes.

Exemplos de aplicações nesta área são:

Detecção de Incêndios: A distribuição de sensores em uma floresta permite que incêndios sejam
detectados em pouco tempo e sejam localizados imediatamente e com precisão, o que permite o
controle dos incêndios rapidamente, antes que se espalhem por uma área muito grande.
Detecção de Enchentes: Utilizando o mesmo princípio descrito na detecção de incêndios, é possível
controlar enchentes, mesmo em locais de difícil acesso.
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Monitoração de Movimentos de Animais: Utilizado para caça e para controle de movimentos de
animais perigosos.
Controle de Condições Ambientais: É possível monitorar diversos fatores ambientais, como o nível
de poluição no ar ou na água, a concentração de pesticidas na água e as condições de temperatura e
umidade.
Mapeamento da Biodiversidade do Ambiente: Uma rede de sensores espalhada em determinado
ambiente torna possível a detecção de animais e plantas localizados na região.

Aplicações médicas

Na área de saúde, as redes de sensores sem fio podem ser utilizadas para:

Monitoração de Pacientes: Sensores podem ser utilizados em hospitais para monitorar os


movimentos dos pacientes ou controlar determinadas funções do corpo, como os batimentos cardíacos
ou a pressão arterial.
Administração de Medicamentos: Torna-se possível o controle da quantidade de medicamentos
utilizados por cada paciente.
Rastreamento de Médicos: Permite a localização precisa e imediata de médicos em um hospital, em
casos emergenciais.

Outras Aplicações

Além das áreas apresentadas, existem diversas outras aplicações possíveis para as redes de sensores sem fio.
Com as crescentes pesquisas na área, a tendência é que se descubram cada vez mais aplicações. Entre as
demais áreas de aplicação, temos:

Controle de tráfego: Uso de sensores em estradas para monitoração do movimento de veículos,


controle de velocidade, localização de veículos em estacionamentos ou de veículos roubados, etc.
Engenharia: Aplicação das redes de sensores sem fio em construções, monitoramento e modelagem
de estruturas, controle de materiais, controle de qualidade de produtos, etc.
Aviação: Controle de tráfego aéreo, monitoramento do avião (controle de combustível e altitude),
rastreamento de rota, etc.
Entretenimento: Desenvolvimento de brinquedos e outros equipamentos que interagem com o
ambiente.

Figura 4: Aplicação de sensores no controle de fabricação de automóveis

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Rede de Sensores Sem Fio: Arquitetura e Gerência

Arquitetura

Uma rede de sensores sem fio pode ser classificada quanto a dois critérios. A rede pode ser classificada
basicamente como proativa ou reativa. Nas redes proativas, os sensores trocam informações periodicamente.
Nas redes reativas, as trocas de informações só ocorrem quando determinados eventos são sensoriados.
Quanto à arquitetura, uma rede pode ser classificada como plana ou hierárquica. Nas redes planas, todos os
sensores são semelhantes, e nas redes hierárquicas, os sensores possuem características diferentes, como a
capacidade de processamento, o que faz com que a arquitetura da rede leve estas diferenças em conta.
Assim, um sensor com maior poder computacional pode ser mais utilizado que outros no sensoriamento e no
roteamento.

Uma rede de sensores sem fio não exige a definição de uma infra-estrutura. Assim, o posicionamento dos nós
na rede pode ser aleatório, pois os próprios nós são capazes de se comunicar e se organizar. Os sensores são
capazes de monitorar determinado tipo de dados e enviar as informações monitoradas por ele, ou recebidas
de outro nó, para um dos nós vizinhos. Esta comunicação entre os nós é realizada até que o nó chamado de
sink ("sorvedouro") recebe as informações. Este nó é capaz de se comunicar com o gerenciador de tarefas
através da Internet ou de uma conexão por satélite. Esta arquitetura baseada em múltiplos saltos é chamada
de multihop. A arquitetura multihop permite a redução do consumo de energia na transmissão, pois evita que
todos os nós da rede precisem transmitir informações diretamente ao nó sink. Em vez disso, os nós só
precisam realizar transmissões aos seus vizinhos.

Figura 5: Comunicação multihop dos sensores na rede

Os nós da rede, tanto os sensores quanto o sink, utilizam uma série de protocolos, que podem ser descritos
em camadas. As camadas de protocolos utilizadas pelos nós, semelhantes aos modelos de referência OSI e
TCP/IP, são: camada física, de enlace, de rede, de transporte e de aplicação. Além das camadas, são
definidos três planos: plano de gerenciamento de energia, de gerenciamento de mobilidade e de
gerenciamento de tarefas, que são independentes das camadas.

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Figura 6: Camadas e planos da arquitetura de uma RSSF

Planos de Gerenciamento

Os planos de gerenciamento foram definidos para permitir que os sensores trabalhem de maneira mais
eficiente, consumindo o mínimo possível de energia, gerenciando a movimentação dos sensores na rede da
maneira mais eficiente possível e compartilhando recursos na rede. São os planos de gerenciamento que
permitem que os sensores trabalhem realmente como uma rede. Sem eles, haveria simplesmente um conjunto
de sensores trabalhando individualmente.

Plano de Gerenciamento de Energia

O plano de gerenciamento de energia é responsável pelo controle de uso de energia por cada sensor. Como
já descrito, a energia é um dos fatores primordiais em uma rede de sensores. Por isso, este plano foi definido.
Quando o nível de energia está baixo, um sensor pode enviar uma mensagem em broadcast para informar
este fato aos demais sensores, pois, devido à arquitetura multihop, algum outro sensor poderia utilizá-lo para
encaminhar informações ao nó sink. Desta forma, ao receber esta mensagem, os demais sensores irão buscar
um caminho alternativo até o nó sink, sem passar pelo sensor que está com pouca energia. Este, por sua vez,
continuará apenas realizando o sensoriamento, e só enviará mensagens em caso de detectar algum evento.
Outro método para economia de energia que um sensor pode utilizar é desligar o receptor após o
recebimento de uma mensagem. Desta maneira, ele evita o recebimento desta mesma mensagem por outro
sensor e reduz o consumo de energia.

Plano de Gerenciamento de Mobilidade

Como já foi visto, as redes de sensores sem fio não exigem infra-estrutura. Porém, os sensores precisam
saber quem são seus vizinhos, e precisam conhecer uma rota que permita alcançar o nó sink. Isso é
responsabilidade do plano de gerenciamento de mobilidade. Como os sensores são móveis, cada sensor deve
sempre manter atualizada uma lista com os sensores vizinhos. Assim, é possível balancear o consumo de
energia e as tarefas realizadas.

Plano de Gerenciamento de Tarefas

Nem todos os sensores precisam realizar o sensoriamento simultaneamente. Por isso, o plano de
gerenciamento de tarefas é responsável por escalonar estas tarefas em regiões determinadas. Em geral, os
sensores que possuem mais energia são escolhidos para realizar estas tarefas mais vezes do que aqueles com
nível de energia mais baixo.
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Rede de Sensores Sem Fio: Camadas

As camadas foram definidas com o objetivo de permitir o isolamento de tarefas. Assim, como exemplo
pode-se dizer que determinada aplicação de um sensor pode ser definida independentemente do meio de
transmissão utilizado.

Camada Física

A tarefa da camada física é a transmissão de mensagens entre sensores. Esta camada é responsável por
selecionar as freqüências que serão utilizadas, gerar a portadora, detectar, modular e codificar o sinal. Como
a minimização do consumo de energia é uma das principais preocupações numa rede de sensores sem fio, a
camada física deve tratar de problemas que são comuns em qualquer transmissão sem fio, como a reflexão
do sinal.

Em geral, a energia mínima necessária para uma transmissão sem fio é:

Onde d é a distância entre o transmissor e o receptor. Quando a antena está mais próxima do solo, caso mais
provável nas redes de sensores sem fio, n se aproxima de 4.

Uma decisão que deve ser tomada no projeto da camada física é a escolha do tipo de modulação, binária ou
M-ária. Na modulação binária, cada símbolo é representado por apenas um bit, ou seja, são representados
apenas dois níveis. Já na modulação M-ária, utiliza-se M bits para representar 2M níveis. Quanto maior o
valor de M, mais complexos e precisos devem ser os circuitos para modulação e detecção, e maior o
consumo de energia. Estudos mostram que a modulação binária é mais eficiente, por consumir menos
energia.

O projeto da camada física também deve levar em conta o meio de transmissão. A comunicação entre os
sensores da rede pode utilizar sinais ópticos, sinais infravermelhos ou sinais de rádio-freqüência (RF). A
comunicação óptica tem como principal vantagem o consumo de energia, menor que nas outras tecnologias.
Porém, esta comunicação exige uma linha de visada do sinal, ou seja, o transmissor e o receptor devem estar
alinhados, além de ser sensível às condições atmosféricas.

A comunicação através de sinais infravermelhos também exige uma linha de visada do sinal entre o
transmissor e o receptor. Por esta limitação, as redes com comunicação por infravermelho são bastante raras.

A comunicação através de sinais de RF é a mais comum. A principal vantagem é que, ao contrário do que
ocorre nas comunicações ópticas e por infravermelho, neste tipo de rede o transmissor e o receptor não
precisam estar alinhados. O receptor só precisa estar suficientemente próximo do transmissor, para ser capaz
de receber os sinais de rádio com um nível de potência que seja suficiente para decodificar os sinais
corretamente, podendo haver, inclusive, obstáculos sólidos entre os dois. Como desvantagens, a
comunicação por rádio é extremamente sensível a ruídos provocados por aparelhos operando na mesma
faixa de freqüência, e muitas faixas de freqüência já são utilizadas por diversos serviços, o que limita
bastante a disponibilidade de uso das redes que utilizam RF.

Camada de Enlace

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Como as redes de sensores sem fio não exigem a definição prévia de uma infra-estrutura, os sensores devem
possuir algum mecanismo que permita a identificação dos demais sensores na rede. Esta tarefa é realizada
pela camada de enlace. Além do controle de acesso ao meio (MAC), esta camada realiza as tarefas de
controle de erros, detecção de quadros e multiplexação do fluxo de dados.

Como os sensores têm liberdade para deslocarem-se na rede, o controle de acesso ao meio é responsável
pelo estabelecimento da comunicação multihop, como forma de organizar a rede e estabelecer rotas. Outra
função do MAC é a distribuição dos meios de transmissão entre os sensores que fazem parte da rede. Para
isso, existem diversos protocolos, como o CSMA/CA, o EAR, o SMACS e um híbrido TDMA/FDMA. O
mais comum é o CSMA, também utilizado no padrão Ethernet, com um mecanismo que evita colisões. No
caso do Ethernet, é comum utilizar-se o padrão CSMA/CD, que evita colisões escutando o meio antes e
durante a transmissão. Porém, como isto não é possível nas redes sem fio, utiliza-se o CSMA/CA.

O controle de erros também é uma tarefa muito importante da camada de enlace, pois permite a
retransmissão de dados que não foram recebidos corretamente, geralmente em função de erros de
transmissão, o que é mais comum em redes sem fio. Os principais protocolos de controle de erro utilizados
nas redes de sensores sem fio são o ARQ (Automatic Repeat Request) e o FEC (Forward Error
Correction). No ARQ, o receptor envia mensagens de reconhecimento do tipo ACK quando recebe um
pacote corretamente e NAK quando detecta a perda de um pacote.

Desta forma, o transmissor é informado dos erros que ocorrem na transmissão, e pode reenviar os pacotes
nos quais houve erros. O protocolo FEC utiliza códigos corretores de erro e transmite dados redundantes.
Assim, reduz-se a probabilidade de ocorrerem erros, e, quando estes ocorrerem, é possível corrigi-los.
Porém, o tamanho dos pacotes é bastante aumentado, em função dos códigos corretores inseridos no
cabeçalho e dos dados redundantes transmitidos.

Camada de Rede

A camada de rede é responsável pelo roteamento de dados entre os sensores. Os protocolos de roteamento
utilizados devem suportar a comunicação multihop, e devem buscar sempre o uso mais eficiente possível da
energia do sensor.

A seleção da rota mais eficiente entre um sensor que deseja transmitir uma mensagem e o nó sink pode levar
em conta diversos critérios. Tomando a rede da figura abaixo como exemplo, se o sensor A detectou um
evento e deseja enviar esta informação até o nó sink, este sensor pode utilizar diversas rotas.

Figura 7: Seleção de rotas numa RSSF

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Na figura acima, PA representa a potência disponível em cada sensor, e an é a energia necessária para a
transmissão de um pacote passando por aquela rota. As possíveis rotas entre A e sink são:

Rota 1: A-B-Sink, PAtotal = 3, atotal = 4.


Rota 2: A-C-D-Sink, PAtotal = 5, atotal = 6.
Rota 3: A-E-F-Sink, PAtotal = 4, atotal = 3.
Rota 4: A-G-E-F-Sink, PAtotal = 6, atotal = 6.

A escolha da rota que será utilizada para transmissão neste exemplo pode utilizar um dos seguintes critérios:

Maior energia disponível: escolhe-se a rota cuja energia total disponível, ou seja, a soma da energia
disponível em todos os sensores da rota, seja a maior possível. Seguindo este critério, a rota escolhida
no exemplo acima seria a rota 4. Porém, observa-se que esta rota inclui todos os sensores da rota 3 e
mais um, ou seja, esta não é a rota mais eficiente. Por isso, não deve-se considerar rotas que sejam
extensões de outras rotas. Neste caso, eliminando-se a rota 4, a rota 2 será a escolhida.
Menor consumo de energia: Segundo este critério, a melhor rota é aquela na qual o consumo de
energia na transmissão de pacotes entre sensores é a menor. Assim, a rota escolhida é a que tem o
menor valor na soma da energia consumida em cada trecho até o nó sink. No exemplo acima, a rota 3
seria escolhida.
Menor número de saltos: A escolha da rota é de acordo com o número de sensores pelo qual o
pacote tem que passar até chegar ao nó sink. A rota com o menor número de sensores é escolhida.
Assim, a rota 1 seria escolhida no exemplo acima.
Maior PA mínima: Este critério considera o PA mínimo de cada rota, ou seja, o sensor que tem
menos energia em cada uma das rotas. A rota que tiver o maior valor dentre estes é escolhida. No
exemplo acima, o menor PA da rota 1 é 3 (sensor B); o da rota 2 é 1 (sensor D); o da rota 3 é 2
(sensores E e F); e o da rota 4 é 2 (sensores E, F e G). Assim, a rota escolhida é a rota 1. Este critério
tem como objetivo evitar utilizar na transmissão dos pacotes os sensores com menos energia.

Camada de Aplicação

As aplicações de uma rede de sensores sem fio variam para cada caso. Assim, diversas aplicações podem ser
definidas nesta camada, o que motiva os estudos nesta área, visando a aplicação de novos serviços. Entre os
protocolos atualmente definidos para a camada de aplicação, destacam-se:

Sensor Management Protocol (SMP)

Este protocolo foi desenvolvido para gerenciar as aplicações de uma rede de sensores sem fio, isolando-as
das camadas inferiores. As principais tarefas realizadas por este protocolo são: agrupamento de sensores;
gerenciamento de sensores movendo-se, ligando ou desligando; reconfiguração da rede após mudanças no
estado dos sensores; realização de tarefas relacionadas à segurança.

Task Assignment and Data Advertisement Protocol (TADAP)

A função deste protocolo é distribuir os interesses dos usuários entre os sensores. Os usuários podem desejar
serem informados da ocorrência de determinados eventos, ou do estado dos sensores a um determinado
intervalo de tempo, ou apenas de um conjunto específico de sensores. Este protocolo também informa ao
usuário a disponibilidade de novos dados em algum sensor da rede.

Sensor Query and Data Dissemination Protocol (SQDDP)


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A interface para o usuário realizar consultas nos sensores da rede é fornecida por este protocolo. As
consultas, em geral, não limitam-se a um sensor específico, mas a um conjunto de sensores em uma região
que se deseja monitorar. As consultas também podem referir-se a um evento específico. Uma aplicação que
utiliza este protocolo é o SQTL (Sensor Query and Task Language), que define três eventos para a
aplicação: receive, utilizado quando um sensor detecta a ocorrência de um determinado evento; every, que
define eventos periódicos, informando o estado do sensor a intervalos regulares de tempo; e expire, que
corresponde a eventos que ocorrem após a expiração de um timer.

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Rede de Sensores Sem Fio: Protocolos

Numa rede de sensores, o protocolo é o responsável por gerenciar a comunicação em geral, tanto entre os
nós sensores, como entre a rede e o mundo exterior (através do nó de sorvedouro). E a eficiência desse
protocolo de comunicação varia de acordo com a topologia da rede e sua aplicação. O protocolo é
fundamental, pois um simples acréscimo de nós na rede pode prejudicar todo o sistema, precisando que o
protocolo gerencie inteligentemente a comunicação, para evitar e corrigir congestionamento, devendo
balancear a carga de informação gerada, de modo a, ainda assim, atender aos requisitos do que se quer
medir. Esse gerenciamento pode ocorrer de diversas formas, desde a redução da emissão de relatórios por
cada nó à desativação de nós, incluindo a agregação de informações.

Podemos classificar os protocolos de acordo com a arquitetura da rede, conforme apresentado a seguir:

Protocolos de roteamento para redes planas, tais como:


Directed Diffusion
SPIN (Sensor Protocol for Information via Negotiation)
SAR (Sequential Assignment Routing)
Adaptive Local Routing Cooperative Signal Processing: Noncoherent Processing e Coherent
Processing
Protocolos de roteamento para redes hierárquicas, tais como:
LEACH (Low Energy Adaptive Clustering Hierarchy)
CBRP (Cluster Based Routing Protocol)
TEEN (Threshold-sensitive Energy Efficient Network)
APTEEN (Adaptive Periodic Threshold-sensitive Energy Efficient Network)
PEGASIS (Power Efficient Gathering in Sensor Information System)

Temos também a classificação em roteamento de rede cooperativa e multihop. Os protocolos multihop,


utilizados em redes ad hoc, não são bons para redes de sensores, embora possam ser utilizados por alguns
motivos, dentre eles: baixas carga de bateria e disponibilidade de memória, o tamanho da tabela de
roteamento pode ficar grande, dependendo de o quanto cresce a rede, não suportam disseminação
cooperativa, não suportando fusão nem agregação de dados.

Uma antiga técnica de roteamento usada em redes de sensores é o flooding (inundação), baseada em
broadcast. A idéia é que os nós-sensores propagam sua informação para todos seus vizinhos, em broadcast,
e esses vizinhos fazem a mesma coisa com a informação até que esta atinja o sorvedouro. A técnica
mostra-se imune a mudanças na topologia da rede, mas pode causar um alto overhead. Temos também dois
problemas bastante comuns da utilização do flooding: a implosão e a superposição.

Na implosão, ilustrada abaixo, um nó recebe a mesma mensagem, por dois vizinhos diferentes.

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Figura 8: Técnica de roteamento usando Implosão

Já na superposição, dois nós, que atuam num mesmo campo de observação, acabam detectando uma mesma
situação e gerando uma mesma mensagem e propagando, ambos, para um vizinho em comum. Temos abaixo
a ilustração desse caso.

Figura 9: Técnica de roteamento usando Superposição

Além desses problemas, no flooding não há considerações quanto à disponibilidade de energia para um dado
nó. Os sensores podem, ao invés de usar broadcast, se comunicar diretamente com o sorvedouro (através de
roteamento multihop) ou com um cluster-head, usando mensagem unicast. Para reduzir o overhead, pode-se
utilizar agregação de dados.

Já o gossiping (algo como “fofoca”) é uma derivação do flooding, em que, ao invés de fazer broadcast da
mensagem, o nó a transmite para um nó vizinho escolhido aleatoriamente, e assim por diante, até chegar no
sorvedouro. Essa técnica evita a implosão, mas é, obviamente, uma técnica em que se leva muito tempo para
que a informação percorra a rede.

Veremos agora, com mais detalhes, alguns do mais utilizados protocolos de roteamento para redes de
sensores sem fio.

Directed Diffusion

Na difusão direcionada, o nó que deve transmitir nomeia os dados usando atributos, um par deles, que
descrevem a tarefa a ser desempenhada. A estação base (sink), propaga seus interesses, ou seja, quais
atributos quer receber. Os nós vizinhos propagam essa informação, que, ao passar pelos nós, preenchem um
campo de gradiente, ou seja, a distância percorrida, e, ao chegar em um nó que contenha o atributo de
interesse, este o envia através do caminho do gradiente até a estação base, não havendo identificação prévia
dos nós na rede. Temos abaixo o esquema da difusão direta.

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Figura 10: Esquema da Difusão Direcionada

SAR

O SAR realiza roteamento multihop, utilizando tabelas, pelas quais faz uma seleção de múltiplos caminhos,
evitando overhead em caso de falha. Ele cria diversas árvores, sendo que a raiz de cada uma delas é vizinha
da estação base.

O SAR baseia a escolha do caminho a ser utilizado de acordo com os recursos de energia disponíveis, QoS e
a prioridade do pacote a ser enviado, através de uma métrica ponderada entre esses fatores. As árvores, que
formam os múltiplos caminhos, evitam os nós problemáticos, podendo (e fatalmente acontece) um nó
pertencer a várias árvores distintas, podendo enviar suas mensagens por uma entre várias árvores
disponíveis.

SPIN

O SPIN é, na verdade, uma família de protocolos adaptativos para redes de sensores. Nos protocolos SPIN,
os nós utilizam descritores, chamados de meta-dados, para nomear seus dados. Ao invés de difundirem os
dados pela rede, difundem os meta-dados, que são de tamanho menor que os dados em si, atendendo ao
problema de escassez de energia, em comparação ao flooding. Possuem ainda um gerenciamento de
recursos, que permite tomar decisões de forma a não gastar uma quantidade de energia que possa levar ao
desligamento do nó.

Os SPIN funcionam com três tipos de mensagens:

ADV – Advertisement, mensagem que o sensor espalha contendo o meta-dado.


REQ – Mensagem que um nó vizinho envia para o sensor que espalhou a mensagem ADV, quando o
meta-dado contido nessa ADV o interessa.
DATA – A mensagem em si, que o nó, que enviou a ADV, envia para o nó que o retornou a
mensagem REQ.

Temos os protocolos SPIN-PP e SPIN-EC, otimizados para redes ponto-a-ponto e SPIN-BC e SPIN-RL,
para redes broadcast. No SPIN-PP considera-se que a energia é ilimitada, sem, portanto, o gerenciamento
desse recurso, ao contrário do SPIN-EC. Os protocolos assumem que pacotes não são perdidos no caminho.
No SPIN-BC, cada nó na rede broadcast só envia um REQ após a espera de um tempo randômico, sendo
que aqueles nós que não tiveram seu tempo de espera expirado cancelam o REQ quando escutarem que
outro nó da rede já pediu o REQ. No SPIN-RL, o nó requer o dado novamente se não tiver recebido-o num
intervalo de tempo definido. Sempre que um nó enviar um dado, ele espera um tempo definido até atender a
outro pedido referente ao mesmo dado.

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LEACH

O Leach é um protocolo eficiente em energia para redes sem mobilidade. O Leach usa uma arquitetura
baseada em clusters, onde os nós que fazem parte de um cluster enviam seus dados apenas para o nó raiz
desse cluster, o cluster-head. Nesse cluster-head há a agregação dos dados de cada sensor do cluster,
havendo o tratamento de informações redundantes, e o envio desses dados para a estação base. Para
resolver o problema da falta de energia, há uma rotação dos cluster-heads, ou seja, a atribuição no tempo de
diferentes nós como cluster-heads de um dado cluster, havendo um gasto de energia mais uniforme entre os
nós e evitando também que a perda de um cluster-head leve à inutilização da rede. A comunicação entre os
nós e o cluster-head é feita através de TDMA.

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Rede de Sensores Sem Fio: Considerações Finais

A área de redes de sensores sem fio vem atraindo bastante atenção, pelos desafios e pela grande variedade
de aplicações possíveis. Assim, as pesquisas e investimentos na área crescem constantemente, permitindo a
evolução das tecnologias envolvidas.

A busca por sensores cada vez menores e mais leves atrai os estudos para a busca de tecnologias e
protocolos que permitam que os sensores comuniquem-se de maneira cada vez mais eficiente, consumindo
cada vez menos energia e exigindo uma capacidade de processamento cada vez menor. Tudo isto tendo em
vista o barateamento dos sensores, o que tornaria o uso das redes de sensores sem fio cada vez mais comuns.

No futuro, certamente as redes de sensores sem fio terão se tornado parte de nossas vidas, com aplicações
ainda mais variadas do que temos hoje.

Referências

http://www.businessweek.com/magazine/content/03_34/b3846622.htm

http://www.research.rutgers.edu/~mini/sensornetworks.html

I. F. Akyildiz, W. Su, Y. Sankarasubramaniam, E. Cayirci, Wireless sensor networks: a survey, Broadband


and Wireless Network Laboratory, School of Electrical and Computer Engineering, Georgia Institute of
Technology, Atlanta, EUA.

F. L. Lewis, Wireless Sensor Networks, Automation and Robotic Research Institute, University of Texas,
Arlington, EUA.

L. B. Ruiz, L. H . A. Correia, L. F. M. Vieira, D. F. Macedo, E. F. Nakamura, C. M. S. Figueiredo, M. A. M.


Vieira, E. H. Bachelane, D. Camara, A. A. F. Loureiro, J. M. S. Nogueira, D. C. S. Jr., A. O. Fernandes,
Arquiteturas para Redes de Sensores Sem Fio, SBRC - 2004.

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Rede de Sensores Sem Fio: Teste seu Entendimento

1. Qual das alternativas abaixo representa uma das funções típicas de nós-sensores?
Determinar o valor de algum parâmetro em um determinado local
Classificar um objeto detectado
Detectar eventos e estimar valores parâmetros em função do evento detectado
Todas as anteriores

2. Qual das alternativas abaixo não representa uma das características que diferencia as RSSF das
redes comuns?
Os nós-sensores são de baixo custo e pequenos no tamanho
Formação de redes e de muito alto escala
O preço de cada nó é reduzido ao mínimo possível
A energia é vista como o fator menos importante em RSSF

3. Qual das alternativas abaixo não representa uma das principais aplicações de RSSF?
Aplicações Domésticas
Aplicações em Telefonia
Aplicações Industriais
Aplicações Ambientais

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