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O documento discute a relação entre escritura e palavra de Deus nos três monoteísmos de acordo com o autor Geffré. Cada religião compreende essa relação de forma diferente: no judaísmo a revelação é a história de Deus com seu povo Israel; no cristianismo Cristo é a palavra encarnada; no Islã o Alcorão é a palavra ditada por Deus ao profeta Maomé. Apesar das heranças comuns, cada tradição mantém a especificidade de sua compreensão da revelação divina.
O documento discute a relação entre escritura e palavra de Deus nos três monoteísmos de acordo com o autor Geffré. Cada religião compreende essa relação de forma diferente: no judaísmo a revelação é a história de Deus com seu povo Israel; no cristianismo Cristo é a palavra encarnada; no Islã o Alcorão é a palavra ditada por Deus ao profeta Maomé. Apesar das heranças comuns, cada tradição mantém a especificidade de sua compreensão da revelação divina.
O documento discute a relação entre escritura e palavra de Deus nos três monoteísmos de acordo com o autor Geffré. Cada religião compreende essa relação de forma diferente: no judaísmo a revelação é a história de Deus com seu povo Israel; no cristianismo Cristo é a palavra encarnada; no Islã o Alcorão é a palavra ditada por Deus ao profeta Maomé. Apesar das heranças comuns, cada tradição mantém a especificidade de sua compreensão da revelação divina.
A Bíblia e a formação da cultura ocidental Estudo dirigido de texto
A RELAÇÃO ENTRE ESCRITURA E PALAVRA DE DEUS NOS TRÊS MONOTEÍSMOS
Introdução 1. Segundo Geffré, temos o costume de nomearmos as três religiões monoteístas ligadas à posteridade de Abraão como religiões do Livro. Por que, em certo sentido, essa afirmação é correta? Em certo sentido, essa afirmação não é falsa, na medida em que cada uma dessas religiões se refere a um texto fundador, seja a Torá, a Bíblia cristã ou o Corão. 2. Quando há, segundo o Geffré, revelação em sentido estrito? Segundo Geffré, a revelação em sentido escrito existe apenas quando Deus se dirige em primeira pessoa pela mediação de uma Escritura diretamente inspirada por ele. 3. Ainda de acordo com Geffré, essa particularidade é uma herança comum entre os três monoteísmos. No entanto, evocar essa herança comum significa afirmar uma igualdade de revelação entre os três monoteísmos? Justifique sua resposta. De acordo com o autor é impossível evocar essa herança comum sem, ao mesmo tempo, salientar quão diferente é o funcionamento dessa relação fundamental entre Escritura e Palavra de Deus na economia de cada uma das três religiões. Constata-se, em cada uma, um estatuto diferente da Escritura e uma relação diferente com a história.
1. A originalidade de um Deus que fala
1.1. O que podemos entender por Revelação? A palavra Revelação pode ser utilizada para designar o ato pelo qual o que nos concerne de maneira incondicional nos invade. Essa irrupção do incondicionado na consciência compreende, necessariamente, um momento de conhecimento. 1.2. Algo de notável se destaca quando o assunto é revelação bíblica. Qual é esse algo notável? É extremamente notável o acento posto sobre a palavra e a Escritura, bem como a importância dada às mediações históricas. Trata-se de uma revelação por modo de proclamação e não simplesmente de manifestação. 1.3. Em que o Deus de Abraão se distingue dos demais deuses? O Deus de Abraão não é o Deus da natureza, mas o Deus da história. Não é o Deus da fecundidade, ou da imortalidade, mas o Deus criador que abençoa as realidades do mundo e que faz aliança com um povo. 1.4. Qual é a especificidade do Deus de Abraão? Ele é um Deus lido e não visto, como os deuses do paganismo, que se manifestam graças às teofanias a partir dos fenômenos da natureza. 1.5. Os três monoteísmos têm uma ligação privilegiada com o logos (palavra, verbo) e com a escritura. Mas quem diz escritura diz precisamente o que? Quem diz Escritura diz, fatalmente, tradição e interpretação vinculadas a uma comunidade que conta com instâncias institucionais de regulação.
2. A tensão entre a escritura e a palavra de Deus
1. Em que sentido é possível afirmar que existe uma tensão entre Escritura e Palavra de Deus nos Três Monoteísmos? Segundo o autor, existe um tipo de rivalidade fatricida entre os três monoteísmos, justamente poque cada um invoca um Livro que é considerado como própria Palavra de Deus, quer se trate da Torá, da Bíblia cristã ou do Corão. Essa tensão é gerada porque os livros sagrados, por mais santos que sejam, são livros humanos escritos em hebraico, em grego ou em árabe, sendo necessário respeitar a especificidade de cada tradição religiosa, pois a relação Escritura – Palavra de Deus é estrutural, e há maneiras diferentes de compreendê-la. Isso se deve à natureza da meditação entre a Palavra inacessível de Deus e o receptor humano, e também a respectiva importância que cada religião dá à história. 2.1. A Torá de Deus 2.2. Cristo ou a Palavra de Deus feita carne 2.3. O Corão ou a Palavra de Deus feita Livro 2.1.1. No caso do judaísmo de que forma é possível 2.2.1. De acordo com Geffré, qual é a 2.3.1. Qual é a especificidade da revelação compreender a revelação? novidade/especificidade da corânica? No caso do judaísmo, a revelação divina no revelação cristã? A revelação feita ao Profeta Maomé, no quadro de uma aliança só pode ser Com o monoteísmo Cristão, a Corão, não está relacionada a uma compreendida com um povo particular revelação se encontra na pessoa de “história Santa” da qual Deus seria o situado na história, Israel. Cristo e, portanto, não num livro, agente. A revelação consiste 2.1.2. Por que, no caso judaico, não é possível embora inspirado, nem num livro, essencialmente no milagre pelo qual identificar a Palavra de Deus com um livro que embora santo. Deus mandou o Arcanjo Gabriel ditar o teria caído do céu, desvinculado dos 2.2.2. Descreva a novidade trazida pelo Corão para o profeta. acontecimentos da história? cristianismo tendo em vista a relação 2.3.2. Por que a revelação corânica não é uma Livro e Povo. novidade em relação às duas outras revelações? A revelação, no sentido judaico, evoca um A novidade cristã, reside no fato de Porque antes do Profeta Maomé, Adão, Deus que escreve a história, em vez de um que os dois polos historicamente Abraão, Moisés e Jesus já transmitiam a livro. identificáveis, o Livro e o Povo, mesma mensagem sobre a unicidade de 2.1.3. Por que, segundo Geffré, no caso judaico não remetem a um terceiro polo, ausente Deus. é possível afirmar a existência de uma e, no entanto, presente: Cristo 2.3.3. Em que sentido é um equívoco afirmar revelação imediata, no sentido de palavras ressuscitado, sempre vivo, que é que o Corão é um livro inspirado, tendo pronunciadas por Deus mesmo, por ontologicamente o primeiro e, que em vista o sentido cristão de inspiração? intermédio de um mensageiro ou autor fez explodir uma concepção Conforme o ensinamento oficial do Islã, sagrado, puramente passivos? puramente linear da história. o Corão teria sido ditado por Deus, ao A palavra hebraica para revelação significa a 2.2.3. Descreva a relação dialética profeta Maomé, na sua literalidade. É ação de Deus na história. Porém, só se pode estabelecida por Geffré entre os equívoco dizer, portanto, que o Corão é falar em revelação, em sentido escrito, termos Cristo, Igreja e Livro. inspirado, no sentido em que os Cristãos quando essa história suscita um testemunho Cristo, a Igreja e o Livro, são três dizem que a Bíblia é inspirada. Neste profético que se torna uma Escritura, a Torá. termos que se reclamam último caso, fala-se de uma inspiração Essa é uma palavra que quer dizer, antes de mutuamente. Cristo: é, ao mesmo na ordem de uma mensagem religiosa tudo, Lei, mas que serve para designar os tempo, a Palavra definitiva de Deus que salvaguarda a plena humanidade do cinco livros do Pentateuco. Portanto, não há dirigida ao homem e a resposta total autor sagrado e sua liberdade na escolha revelação imediata. do homem à Deus. Igreja: é a da linguagem. 2.1.4. Em que sentido é possível afirmar que a comunidade suscitada pelo dom e 2.3.4. O que distingue o Corão escrito do Corão revelação judaica se reveste, sobretudo, de pela acolhida dessa palavra . O Livro recitado? uma exigência ética? da Santas Escrituras: é o lugar onde a Entre os novos pensadores do Islã, há A Torá, como a expressão da vontade de comunidade eclesial toma um número cada vez maior de autores Deus, propõe menos um conhecimento consciência de seu ser profundo. que tem o cuidado de distinguir o Corão propriamente dito do que uma via (halaka), 2.2.4. De que forma a revelação foi Escrito, ou MUSHAF, e o Corão Recitado, uma atitude prática e um conjunto de compreendida pelo Concílio Vaticano ou discurso corênico, que seria a prescrições de ordem moral. II? reprodução direta do Livro incriado 2.1.5. Descreva a relação entre Torá Escrita e Torá A revelação foi particularmente junto de Deus. Isso vai ao encontro da Oral no judaísmo rabínico. valorizada pelo Concílio Vaticano II, distinção que Mohammed Arkoun A Torá escrita, foi sempre acompanhada, que tomou suas distâncias diante de sempr fez entre o fato corânico e o fato desde a sua elaboração, de uma tradição oral uma concepção demasiadamente islâmico. que se esforçava por interpretar e atualizar o nocional da revelação identificada a 2.3.5. De acordo com a Sura 26, 195, “Deus ensinamento de Deus em função dos grandes um CORPUS de verdades falou em árabe claro”. Segundo Geffré, acontencimentos do povo de Deus. Foi sobrenaturais. qual é o significado dessa Sura de acordo preciso esperar pela destruição do templo, 2.2.5. Por que o texto do Novo Testamento com certa tradição muçulmana? setenta anos depois do nascimento de Jesus, é já uma interpretação? A Sura diz que essa certa tradição e a mergência do que se chamou de judaísmo Jesus de Nazaré não escreveu e, Ele muçulmana não hesita em considerar o rabínico, para que a palavra Torá, designasse nem mesmo ditou as sua revelações Árabe como a língua própria de Deus. inseparavelmente a Torá Escrita e a Torá Oral. aos seus companheiros ou discípulos, Em outras palavras, a Palavra de Deus só é como no caso do profeta Maomé. viva nessa dialética entre a Escritura e a Então, é a versão grega do Novo Tradição interpretativa determinada por Testamento que nos transmite a sua situações sempre novas. mensagem e nos conta o que ele fez ao passar pelos homens. Por isso, o texto do Novo Testamento já é, portanto, uma interpretação. É o ato de interpretação da comunidade primitiva. 2.2.6. De acordo com Geffré, nas origens do cristianismo não encontramos um livro fundador. O que, então, encontramos? Uma comunidade crente e interpretante sob a moção do Espírito de Cristo Sempre vivo.
3. A exigência hermenêutica dos três monoteísmos
3.1. Segundo Geffré, é possível reconhecer uma certa homologia nos três monoteísmos tendo em vista a relação em Palavra de Deus e as expressões humanas e históricas dessa palavra. Qual é essa homologia? A consciência das profundas divergências entre as três tradições monoteístas, seja quanto ao estatuto da Escritura dita Santa, seja quanto a relação com a história 3.2. O que significa afirmar que as três religiões escriturísticas tem em comum o fato de se encontrarem em situação hermenêutica? Significa que, em todas elas, há a passagem da oralidade para um texto. 3.3. Qual é a importância da Tradição e da Tradução para as religiões escriturísticas? É importante a atualização do texto sagrado, a fim de que seja recebido como Palavra de Deus pelos homens e mulheres de hoje. 3.4. Qual é o risco do fundamentalismo escriturístico? Pretender que um texto inspirado, não importa quão obscuro seja, seja portador de um único sentido, o sentido literal, que corresponderia ao que queria dizer o autor sagrado que seria, ele mesmo, o porta-voz do querer dizer do próprio Deus. 3.5. O que significa, para Geffré, a Escritura dita inspirada? É sempre o testemunho de uma comunidade crente e interpretante, que tem a relatividade de tudo o que é histórico.