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Paulo Alfenas
Federal University of Minas Gerais
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All content following this page was uploaded by Thiago Coutinho de Souza on 18 May 2017.
RESUMO
Este artigo apresenta uma avaliação dos métodos probabilísticos mais utilizados
(FOSM, Monte Carlo e Métodos das Estimativas Pontuais) na determinação da
probabilidade de ruptura de taludes de barragens. Além da abordagem teórica dos
métodos, ao longo da avaliação, são apresentados os procedimentos de cálculo
atualmente utilizados, bem como, discutidas suas vantagens e limitações. O estudo
de caso corresponde a uma barragem hipotética, cujos resultados das análises
probabilísticas obtidos serão comparados e interpretados. No caso analisado,
conclui-se que os três métodos apresentaram resultados comparáveis, podendo ser
utilizados em conjunto com análises determinísticas convencionais.
ABSTRACT
This article presents an evaluation of the most common used probabilistic methods
(FOSM, Monte Carlo and Point Estimate Method) in the calculation of the probability
of failure of dam slopes. Besides the theoretical approach of each method, through
this evaluation, calculation procedures commonly used are shown as well as their
advantages and drawbacks. The case study is a hypothetic dam whose probabilistic
analysis results are compared and interpreted. In the case analysed the three
methods presented comparable results and can be used together with traditional
deterministic analyses.
Este artigo tem como objetivo geral apresentar uma revisão e análise dos métodos
probabilísticos aplicados a taludes de barragens para a determinação da
probabilidade de ruptura. Para ilustrar as potencialidades de cada método, será
realizada uma aplicação prática em uma barragem hipotética.
Neste contexto, os parâmetros que não possuem um valor fixo, podendo assumir
qualquer valor dentro de um conjunto, sem que exista uma forma exata de se prever
qual será esse valor, são referidos como variáveis aleatórias. Parâmetros como
coesão, ângulo de atrito e peso específico do material que constitui o maciço de uma
barragem de terra, por exemplo, são denominadas variáveis aleatórias
independentes e apresentam cada uma delas uma distribuição estatística de
valores. Por outro lado, o fator de segurança varia conforme o valor utilizado para
cada uma dessas variáveis sendo, portanto, uma variável aleatória dependente, que
também possui a sua própria distribuição estatística [3] e [4].
Vários autores ([5], [6] e [7]) citam a linguagem utilizada para explicar os conceitos
da teoria da probabilidade como um dos aspectos que dificultam a utilização da
abordagem probabilística na engenharia geotécnica. Neste contexto, este item
apresenta dois dos conceitos que serão aplicados nas análises apresentadas no
presente artigo, a saber: índice de confiabilidade e probabilidade de ruptura.
No contexto das análises probabilísticas, outros índices são utilizados para verificar
a adequação de um projeto, são eles o índice de confiabilidade (β) e a probabilidade
de ruptura (Pr). O índice de confiabilidade é definido em sua forma geral por [4]:
=
(2)
Onde:
βe = Índice de confiabilidade em sua conceituação estatística;
Onde:
µFS = valor médio ou esperado do fator de segurança
σFS = desvio padrão do fator de segurança.
Onde:
X: corresponde ao valor referente à falha (X = 1).
Valor lógico “cumulativo” deve ser definido como VERDADEIRO para considerar
uma função de distribuição acumulada.
Onde:
!"
= ∑% #"
$ × (6)
Onde:
F = função de desempenho F que, neste caso, se refere ao fator de segurança (FS)
V [F] = variância de F, igual ao quadrado do seu desvio padrão;
δFi = variação de F que ocorre quando se variam de um valor igual a δXi cada uma
das n variáveis aleatórias Xi;
δXi = variação de cada variável envolvida no estudo, obtida pela multiplicação da
taxa de incremento pelo valor médio da variável;
V[Xi] = variância de cada um dos Xi.
Como se observa na Equação (6), o cálculo de V[F] requer o valor das derivadas
parciais (δFi/δXi), as quais podem ser calculadas de forma exata, derivando-se a
função F. Como esse procedimento pode ter um grau de complexidade elevado,
uma maneira mais simples de resolução consiste em aplicar uma taxa de variação
em cada uma das variáveis aleatórias e determinar de quanto foi a variação em F.
Observa-se que a taxa de variação é aplicada separadamente a cada variável
aleatória, mantendo-se os valores das demais variáveis fixos e iguais aos seus
valores médios.
Outro aspecto importante relativo ao cálculo das derivadas parciais (δFi/δXi) é que,
nas análises reportadas na literatura, os incrementos vêm sendo aplicados
principalmente por diferenças centrais (+δXi e -δXi) ou somente como incremento
positivo (+δXi). No primeiro caso, são realizadas 2N + 1 análises e no segundo, N +
1 análises, onde N corresponde ao número de variáveis aleatórias.
!
= ' , , … , + ) , … , − , , … , − ) , … , + (7)
#" #"
- Definição da variação (δXi) para cada variável aleatória envolvida no estudo. Caso
seja utilizada uma taxa da ordem de 10% do valor médio, deve-se realizar o seguinte
cálculo:
!"
(10)
."
>" A
= @ ×B#"
>?"
3456789:8çã4 = CDE
× 100 (13)
O método apresenta como desvantagem o fato de que não se obtém uma função de
distribuição estatística do fator de segurança, sendo que o calculo da probabilidade
de ruptura deve ser realizado mediante a adoção de uma função de distribuição para
o FS. Outro aspecto importante é que, a superfície crítica determinística deve ser
determinada com bastante rigor, pois todos os cálculos do método FOSM se referem
ao fator de segurança médio determinístico, ou seja, obtido utilizando-se os valores
médios dos parâmetros geotécnicos.
Observa-se que a utilização entre uma ou outra opção fica a critério do engenheiro
geotécnico. Contudo, recomenda-se que, caso a superfície crítica seja sensível à
variação dos parâmetros, se utilize a opção Overall Slope. Ressalta-se que são
necessárias mais análises para que se possam comparar os resultados obtidos
pelas duas opções.
= − 1 (16)
Onde:
= valor médio da distribuição da variável Xi.
σi = desvio padrão da distribuição da variável Xi.
3.3 ANÁLISES
Essas variáveis foram escolhidas, pois se observou que a superfície crítica obtida na
análise determinística interceptou principalmente estes materiais, conforme
apresentado na Figura 6. Com o propósito de verificar a influência nos resultados
obtidos com o método FOSM, foram adotadas taxas de variação no intervalo de 2%
a 15%, aplicadas aos valores médios das variáveis aleatórias.
Outro aspecto estudado no presente artigo e que está relacionado ao cálculo das
derivadas parciais da Equação (11), (δFSi/δXi), corresponde à aplicação da taxa de
variação apenas como um incremento ou aplicando-se incremento e decremento
simultaneamente (diferenças centrais). Ressalta-se que esses dois tipos
correspondem às formas de análise mais comumente utilizadas no meio técnico e
acadêmico.
Por outro lado, as diferenças obtidas nos resultados para os valores extremos de 2%
e 15% podem ser devidas a possíveis erros gerados nos cálculos das derivadas
parciais, por esses serem valores ou muito pequenos ou muito grandes. O resultado
para a taxa de 4% parece ser satisfatório, com apenas uma ordem de grandeza
abaixo do valor obtido para a taxa de 6%.
+10 1,526* 0,116 3E-06 0,22% 30,26% 69,52% 0,00% 0,00% 0,00%
+8 1,526* 0,125 1E-05 0,18% 27,18% 72,64% 0,00% 0,00% 0,00%
+6 1,526* 0,140 9E-05 0,15% 22,58% 77,27% 0,00% 0,00% 0,00%
+4 1,526* 0,169 9E-04 0,13% 12,66% 87,22% 0,00% 0,00% 0,00%
+2 1,526 0,171 1E-03 0,12% 12,31% 87,56% 0,00% 0,00% 0,00%
Análises FOSM Diferenças Centrais
±15 1,526* 0,196 4E-03 2,19% 1,62% 82,37% 2,83% 0,00% 10,98
±10 1,526* 0,134 4E-05 2,12% 1,52% 87,91% 0,80% 0,00% 7,64%
±8 1,526* 0,109 8E-07 1,88% 1,41% 91,12% 0,17% 0,00% 5,43%
±6 1,526* 0,086 5E-10 1,79% 1,35% 94,39% 0,00% 0,00% 2,47%
±4 1,526* 0,064 9E-17 1,57% 1,04% 97,30% 0,00% 0,00% 0,10%
±2 1,526 0,032 2E-59 1,52% 1,16% 97,32% 0,00% 0,00% 0,00%
Análises FOSM Incremento
+15 1,310 0,118 4E-03 0,01% 0,21% 5,40% 1,58% 7,40% 85,39%
Cenário 2 - Nível de Saturação Alto
+10 1,310 0,117 4E-03 0,02% 0,12% 5,34% 1,65% 7,50% 85,39%
+8 1,310 0,116 4E-03 0,02% 0,19% 5,61% 1,75% 6,68% 85,75%
+6 1,310 0,118 4E-03 0,02% 0,32% 5,13% 1,85% 8,02% 84,67%
+4 1,310 0,118 4E-03 0,02% 0,00% 5,39% 1,94% 6,41% 86,24%
+2 1,310 0,126 7E-03 0,01% 0,00% 3,95% 2,41% 2,53% 91,10%
Análises FOSM Diferenças Centrais
±15 1,310* 0,200 6E-02 0,00% 0,01% 7,96% 22,51% 0,36% 69,15%
±10 1,310 0,133 1E-02 0,01% 0,01% 6,01% 22,93% 0,36% 70,69%
±8 1,310 0,106 2E-03 0,02% 0,01% 5,97% 22,95% 0,37% 70,68%
±6 1,310 0,104 1E-03 0,06% 0,01% 5,31% 21,23% 0,39% 73,00%
±4 1,310 0,054 5E-09 0,08% 0,01% 4,92% 23,98% 0,31% 70,71%
±2 1,310 0,029 7E-27 0,12% 0,00% 2,96% 28,45% 0,27% 68,21%
TABELA 2: Resultados das Análises Probabilísticas - FOSM.
(*) – O asterisco indica mudança da superfície crítica em relação à superfície obtida na análise com os
parâmetros médios conforme incremento/decremento proposto.
A partir das análises pelo método FOSM, foram selecionadas três variáveis
aleatórias para as análises dos cenários 1 e 2. Para o Cenário1, utilizou-se o ângulo
de atrito e coesão do aterro de alteamento e o ângulo de atrito da fundação. Para o
Cenáio 2, foram utilizados como variáveis aleatórias o ângulo de atrito e o peso
específico da fundação e o ângulo de atrito do aterro de alteamento. Desta forma,
oito iterações foram realizadas para aplicação do método de Rosenblueth. O cálculo
do da probabilidade de ruptura foi realizado adotando-se para o FS um função de
densidade de probabilidade normal. A Tabela 3 sumariza os resultados para os dois
cenários analisados.
Como esperado, a análise com maior saturação do maciço teve uma probabilidade
de ruptura maior, além de um FS menor. Observa-se também que, para o Cenário 1,
considerando a probabilidade de ruptura obtida para uma taxa de variação de ±10%
aplicada no método FOSM (4x10-5), o resultado obtido pelo método de Rosenblueth
foi aproximadamente uma ordem de grandeza superior (9x10-4). Para o Cenário 2,
os resultados de ambos os métodos coincidiram em 1x10-2.
4. CONCLUSÕES
O método FOSM, apesar de ser uma metodologia simples e com poucas iterações
matemáticas, apresenta valores de probabilidade de ruptura similares aos demais,
além de fornecer uma resposta adicional frente aos outros métodos – a contribuição
da cada variável aleatória no valor de FS. Essa resposta pode ser importante ao
selecionar as variáveis aleatórias para a aplicação dos demais métodos, cujo
número de iterações necessárias e a convergência dependem significativamente do
número de variáveis aleatórias consideradas. Os métodos Monte Carlo e
Rosenblueth, por sua vez, podem permitir uma maior variação da superfície crítica,
sendo considerados mais robustos. Ressalta-se ainda, a importância da
determinação e análise crítica da variabilidade de parâmetros em estudo
determinantes na avaliação da probabilidade de ruptura por meio de ensaios
geotécnicos.
5. AGRADECIMENTO
6. PALAVRAS-CHAVE
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[9] ASSIS, A.P., ESPÓSITO, T.J., GARDONI, M.G. e MAIA, J.A.C. (2011).
“Métodos Estatísticos e Probabilísticos Aplicados à Geotecnia”. Publicação
G.AP–002/01, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
Brasília, Brasília, DF, 177 p.
[12] PARK, H. J.; UM, J-G.; WOO, I.; KIM, J.W. (2012). “The Evaluation of the
Probability of Rock Wedge Failure Using the Point Estimate Method”.
Environmental Earth Science, 65: 353-361.