Incontinência Urinária: é qualquer perda
Doenças neurológicas e trauma
involuntária de urina, exceto para crianças,
objetivamente demonstrável, causando
problema social ou higiênico.
Avaliação Urodinâmica: estudo funcional
do TUBaixo. Ou o estudo dos fatores
fisiológicos e patológicos envolvidos no
armazenamento, transporte e
esvaziamento do trato urinário inferior.
Corresponde ao principal método
diagnóstico disponível para Incontinência
Urinária. Atualmente não está indicado em
todas as pacientes, pois após avaliação
inicial é possível instituir o tratamento,
desde que conservador, em algumas
mulheres.
É compulsório solicitar urocultura antes de
qualquer procedimento diagnóstico
invasivo da uretra e da bexiga, incluindo o
estudo urodinâmico.
Indicação do Estudo Urodinâmico:
1. IU recidivada após Tto. Cirúrgico
2. IU mista (IU de esforço + IU de
urgência) com falha no Tto. (para
IUE ou IUUrgência).
3. Suspeita de obstrução infravesical
(p/ex. pós-sling).
4. Prolapso anterior ou de cúpula
com suspeita de IUE oculta.
5. Uso de anticolinérgico, sem
resposta clínica.
6. Disfunções de esvaziamento, com
repercussão (ITU recorrente,
volume residual elevado,
deterioração do Trato urinário).
7. IUE isolada, com teste supino
negativo (ausência de perda
urinária no consultório durante o
exame ginecológico).
8. Suspeita de hipocontratilidade do
M. detrusor e resíduo elevado
confirmado à USG.
9.
raquimedular com sintomas
miccionais.
10. História de cirurgia pélvica radical
ou radioterapia.
11. Antes do Tto. Cirúrgico para IU ou
correção do prolapso.
Quando não encaminhar para estudo
urodinâmico:
1. Impossibilidade de passagem de
cateter vesical.
2. Urgência miccional isolada, s/ tto.
Prévio com anticolinérgico como
teste terapêutico.
3. Prolapso grau 1 ou 2 de Baden
Walker (POP-Q: estádio <=2) ou
retocele isolada, ou qualquer tipo
de prolapso com objetivo de
somente verificar incontinência
oculta.
4. ITU não tratada.
5. ITU tratada a menos de 3 semanas
6. ITU de repetição, sem sintomas
miccionais.
7. Exame prévio com menos de 6
meses, exceto quando houver
suspeita de obstrução pós-sling.
8. Alergia ao látex.
9. Doenças psiquiátricas que impeças
a execução do exame.
10. Pacientes menores de 14 anos de
idade.
11. Pacientes em período menstrual.
12. Pacientes com bacteriúria
assintomática sem tto. com ATB,
com exceção daquelas sondadas
em cateterismo intermitente
limpo.
13. Pacientes sem exame de urina
recente.
14. Paciente sem orientação sobre o
exame, isto é, sem explicação
sobre o procedimento de
urodinâmica.
 15. Pacientes sem justificativa para o
exame ou justificativas lacônicas
como urgência, IUE, IU mista,
bexiga neurogênica.
16. Pacientes com urgência miccional
e/ou hematúria acida de 60 anos,
sem avaliação prévia com USG
e/ou cistoscopia para descartar
neoplasia.
17. Qualquer suspeita de estenose
uretral.
18. Corrimento vaginal sem Tto.
19. Pacientes com ITU de repetição s/
investigação prévia,
principalmente com exames
laboratoriais e USG, e sem
sintomas miccionais que
justifiquem a urodinâmica.
Tipos de Incontinência Urinária (IU):
1. IUE: perda involuntária de urina
que ocorre após exercício físico,
riso, tosse ou espirro.
Urodinâmica: perda involuntária de
urina pelo meato externo da
uretra, que ocorre quando a
pressão intravesical excede a
pressão máxima de fechamento
uretral, na ausência de contração
do músculo detrusor.
Defeito esfincteriano intrínseco:
pressão de perda uretral < 60 cm
H2O.
Hipermobilidade do colo vesical:
pressão de perda uretral > 90 cm
H2O.
É o tipo mais frequente de IU. Sinônimo: IU
genuína. , ou IU de estresse.
FR.: Multíparas; Hipoestrogenismo> atrofia
muscular, ligamentar, vascularização
periuretral com redução da pressão de
fechamento uretral; Traumatismos pélvicos
: fraturas ou sinfisiotomia podem lesar
estruturas periuretrais; Cirurgias em torno
do colo vesical (junção retrovesical);
Cirurgias pélvicas radicais; Outros fatores:
constipação intestinal, tabagismo,
obesidade e ocupações que exijam esforço
físico.
Obs.: o número de partos parece
influenciar apenas na prevalência da IUE;
Parece não haver uma associação
significativa entre IUU e o modo do parto.
A IUE foi o único tipo de IU que se
associava significativamente a esse fator.
Não há evidências de que um aumento do
número de cesarianas na tentativa de
diminuir os casos de IUE represente
benefício em nível populacional.
Macetes: É importante notar que a perda
urinária só ocorre durante o esforço, ou
seja, ela é sincrônica aos fatores que
produzem súbito aumento da pressão
abdominal, tais como: tossir, espirrar,
gargalhar, correr, pular, levantar pesos,
entre outros.
2. IUU ou bexiga hiperativa: perda
involuntária de urina
acompanhada ou precedida
imediatamente de urgência
urinária.
Urodinâmica: A hiperatividade do
detrusor é uma condição
eminentemente urodinâmica –
contrações involuntárias do
detrusor durante a fase de
enchimento vesical na cistometria,
desencadeando espontaneamente
ou em resposta a estímulos.
A hiperatividade do m. detrusor classifica-
se em:
- Idiopática: anteriormente referida como
instabilidade do detrusor.
- Neurogênica: quando existe lesão
neurológica associada. Anteriormente
referida como hiperreflexia do detrusor.
Distúrbios neurológicos: EM, AVC,
Alzheimer, Meningomielocele, Lesões
medulares, Hérnia de disco.
Macetes: Sintomas de urgência,
urgeincontinência, frequência e noctúria
estão frequentemente associados à
hiperatividade do m. detrusor.
A perda de urina ocorre algum tempo do
início do esforço ou persiste após o seu
término, ou ainda, surge com outros
estímulos como o simples ruído de água.
Assinalam-se, também, perdas durante o
orgasmo e polaciúria.
A perda urinária é, em geral, em jato em
grande quantidade e reflete a contração
não inibida do m. detrusor.
3. IUM (mista): perda involuntária de
urina, associada à urgência e
também ao exercício, tosse,
espirro ou esforço.
= IU aos esforços + Hiperatividade
do m. detrusor.
Isto quer dizer que ela inclui os
pacientes que em situações de
esforço apresentem, além da
alteração anatômica, contrações
não inibidas do m. detrusor.
FR.: pós irradiação; Lesões medulares; DM;
Déf. Vit B12; Parkinson; Alcoolismo.
4. IUT (IU por Transbordamento):
perda urinária que ocorre após a
bexiga estar completamente cheia,
pois há uma falta de capacidade de
contração da musculatura lisa do
detrusor. Pode ocorrer nas bexigas
espásticas (fibrose pós-radiação) e
nas bexigas atônicas(consequência
de lesão neurológica, como nas
lesões medulares e no DM, déf. Vit
B12, Parkinson, Alcoolismo).
Obs.: o ponto comum entre as bexigas
espásticas e atônicas é a falta da
capacidade de contração da fibra
muscular lisa do m. detrusor.
Macetes: perda urinária que acontece
quando a pressão intravesical excede a
pressão uretral, associada à distensão
vesical, na ausência de atividade do m.
detrusor.
TRATAMENTOS:
IUE:
-Conservador: Perda de peso; Fisioterapia e
treinamento dos músculos do assoalho
pélvico. (exercícios de kegel).
Eletroestimulação (estimulação do
assoalho pélvico via probe).
Cones vaginais (biofeedback tátil e
sinestésico).
Pessários: para pacientes que não desejam
cirurgia ou com risco cirúrgico elevado.
-Clínico: papel secundário no tto. de
mulheres com IUE.
Duloxetina: inibidor de receptação de
serotonina e noradrenalina.
Agonistas alfa-adrenérgicos.
-Cirúrgico: indicado para pacientes que
não obtêm melhora com o tto. ou não
desejaram tto. conservador.
Visa reposicionar o colo vesical na sua
posição anatômica e sua sustentação
durante o aumento da pressão abdominal.
A sustentação da uretra é parte integrante
da continência. Objetivo: trazer as porções
proximais da uretra para a posição intra-
abdominal.
Defeito esfincteriano intrínseco: SLING
Hipermobilidade do colo vesical:
antigamente era realizada a cirurgia de
Burch, hoje preconiza-se SLING.
IUU:
-Clínico:
Drogas anticolinérgicas com bloqueio
muscarínico da bexiga: Tolterodina (maior
afinidade pelos receptores muscarínicos),
Cloridrato de oxibutinina, Darifenacina
(menor passagem pela BHE = menor piora
cognitiva em idosos)
 A bexiga hiperativa corresponde a
um emaranhado de sintomas, que
apesar de sugestivos de
hiperatividade do detrusor, podem
estar relacionados a outros tipos
de disfunção uretrovesical. Ou seja,
tal síndrome pode ou não estar
relacionada à hiperatividade do
detrusor demonstrável no estudo
urodinâmico.

Antidepressivos tricíclicos: Imipramina

(ação anticolinérgica e alfa-adrenérgica).

Aplicação de toxina butolínica = nos casos

de bexiga hiperativa neurogênica.

IUM:

Tratar primeiro o componente da

hiperatividade do detrusor:
- Antidepressivos tricíclicos.
Caso haja persistência da perda aos
esforços, indicar cirurgia.

IUT (transbordamento):

Medidas de suporte:
-Correção da constipação intestinal;
-Diminuição de medicamentos que
aumentem o tônus esfincteriano uretral ou
a contratilidade vesical;
-Autocateterismo para evitar infecções
urinárias e lesões químicas pela urina.

OBSERVAÇÕES:

 Bexiga hiperativa é uma síndrome

(conjunto de sinais e sintomas),
enquanto hiperatividade do
detrusor é um diagnóstico
urodinâmico.
 Síndrome da bexiga hiperativa =
Síndrome de urgência = síndrome
de urgência-frequência.