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René Descartes (Discurso do Método1 – 1631)

Até o século XVI, filosofia e ciência coincidiam, formando uma unidade indivisível.
A partir da modernidade, passa a existir uma distinção entre ambas, já que a ciência
reivindica um método independente para atingir a verdade. Com a predominância do
ceticismo nesse período, os princípios fundamentais são postos em dúvida. Para
Descartes, a dúvida é a base de um método cuja finalidade é conhecer o objeto,
entretanto rejeita a dúvida do cético já que esta nega indistintamente e sem
provisoriedade. O filósofo assinala que antes de conhecer as coisas, é necessário
conhecer o conhecer. Em vez de buscar uma ontologia do ser, é preciso saber se o
saber é capaz de saber. Embora a espécie humana seja dotada de racionalidade, é
mister afirmar que nem todo homem age racionalmente, por isso é importante usar
um método, cujo propósito seria direcionar a razão, possibilitando a apreensão do
verdadeiro e do progresso científico. O método cartesiano estabelece uma
coexistência entre a dedução e a intuição na medida em que parte de leis universais
para conhecer usando operações da razão sem passar pela experiência, ou seja, pelo
mundo sensível. Cumpre notar as quatro regras do procedimento metodológico de
Descartes:

I. Evidência – só se deve aceitar um objeto como verdadeiro se houver uma evidência,


clareza ou distinção, no entanto esse seria o último momento do método cartesiano
tendo em vista que se apresenta a posteriori, isto é, após a decomposição, a síntese e a
revisão do problema.

II. Análise – Dividir o objeto, ou seja, esmiuçar para dominá-lo. Toda investigação
deve passar por um processo de decomposição do todo, pois são as partes examinadas
minuciosamente que permite o espírito concatenar o múltiplo no uno.

III. Síntese – reunir as partes que foram separadas pela análise, etapa que nos
possibilita estabelecer mediações entre os elementos que constituem o objeto.

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O método intuitivo-dedutivo: a razão como ponto de partida de verdade universais, isto é, sem
recorrer a fatos que lhe são externos.
IV. Revisão – exercício de paciência necessário para conferir autoridade ao processo
de investigação.

O início do método cartesiano incide fundamentalmente sobre a dúvida, porém esta


tem um caráter provisório na medida em que a verdade virá a posteriori. Descartes
afirma que ao duvidar de tudo, não posso duvidar que eu estou duvidando. Se eu
duvido, eu penso, Se eu penso, eu existo. Assim, a negação do cético encontra
limitações no próprio ato de negar, pois nega uma verdade tendo uma verdade, nega a
existência tendo uma existência. Descartes conclui que o homem é espírito,
apresentando três faculdades: razão (ideias inatas: processadas pela razão sem a
mediação do que lhe é externo), a sensibilidade (ideias oriundas do mundo externo e
apreendidas pelos sentidos) e a imaginação (ideias fictícias). O filósofo afirma
permanece elaborando o seu método e coloca em dúvida o próprio ato de duvidar
tendo em vista uma possível interferência de Deus nas operações da razão, o que
levaria a um questionamento sobre a própria existência divina. A partir disso,
Descartes fornece três provas da existência de Deus:

I. O homem tem consciência do infinito, do ilimitado e do perfeito mesmo sendo


inversamente oposto a esses atributos, o que lhe seria concedido por Deus.

II. A existência humana é a própria existência divina. Só é possível tomar


conhecimento de minha natureza finita e imperfeita quando estou diante de uma
alteridade infinita e perfeita, portanto o contingente só pode vir do necessário.

III. A essência de Deus pressupõe a sua existência, ou seja, perfeição e bondade. Deus
é bom, pois o infinito e o perfeito são atributos da bondade.

Descartes permanece elaborando seu método e aponta três substância encontradas no


universo: Deus (infinito), o homem (finito) e a natureza (finita). A materialidade
(determinada pela matemática) e a imaterialidade pressupõem respectivamente a
natureza e o homem. O filósofo conclui que o homem é pensamento (imaterial), mas
que apreende o mundo externo a partir da sensibilidade (material). Esse dualismo
seria explicado a partir de uma glândula chamada Pineal.

René Descartes (As Meditações – 1641)

Primeira meditação (crítica à sensibilidade)


Parte 1 – o autor afirma que existem ideias tomadas como verdadeiras, claras e
distintas, embora sejam falsas, obscuras e confusas. Esses concepções distorcidas
estão baseadas em princípios duvidosos, incertos, ou seja, na sensibilidade.

Parte 2 – os sentidos nos conduzem ao erro. Partindo desse pressuposto, o homem


deve desconsiderar o resultado das experiências sensoriais e tomar como verdade
apenas o produto da razão.

Parte 3 – O conhecimento sensitivo é ilusório, falso. Através dele, temos apenas


imagem da coisa, e não a coisa tal como ela é, ou seja, a essência da coisa.

Parte 4 – Ao rejeitar o que lhe é dado pelos sentidos, o homem pode alcançar a
essência do objeto pelo pensamento, isto é, suas determinações matemáticas
(extensão).

Parte 5 – Há uma verdade, a essência das coisas, que é a sua própria extensão.

Parte 6 – Deus jamais levaria o homem ao erro porque se assim procedesse deixaria
de ser perfeito, como a perfeição é um atributo de Deus, essa hipótese está descartada.

Parte 7 – As coisas dadas pelos sentidos nos levam ao erro, portanto somente o
pensamento puro pode nos mostrar a essência da coisa.

Segunda Meditação (crítica à alma/espírito)


Parte 1 – Descartes desenvolveu uma crítica ao conhecimento sensitivo, analisando a
posteriori a essência do homem (o espírito).

Parte 2 – O autor se propõe a duvidar de tudo e pela dúvida conclui que: é, portanto
existe; é uma coisa pensante.

Parte 3 – Pela dúvida, Descartes quer atingir uma verdade segura.

Parte 4 – Se tudo que vem dos sentidos é dubitável, o que nos resta? O que pode ser
considerado verdade?

Parte 5 – Eu duvido, eu penso. Se eu penso, eu sou, eu existo.

Parte 6 – O autor chega um axioma indiscutível: Eu sou, eu existo. Qual é a natureza


do eu que é, portanto existe? Qual o conteúdo do eu, da existência que afirmamos?

Parte 7 – Eu sou, eu existo enquanto eu penso, portanto eu sou uma coisa pensante:
espírito.

Parte 8 – Descartes conclui que: o eu é, existe; o eu é, existe como ser pensante, é


pensamento; o corpo é apenas ilusório, aparência, não é a essência do eu. O eu é
espírito, excluído do corpo (materialidade).

Parte 9 – O eu é pensamento, excluído do corpo. O autor quer saber se os corpos


percebidos pelos sentidos são verdadeiros ou falsos. Ele toma como exemplo um
pedaço de cera que é doce, branco etc. O que é apreendido na materialidade pelos
sentidos se desvanece, restando apenas a essência, a substância da coisa, que é a
extensão (determinações matemáticas).

Parte 10 – O objeto não é o que se apresenta aos sentidos, a verdade do objeto é a sua
extensão.
Parte 11 – Retirando suas qualidades sensíveis, que são efêmeras, confusas e
obscuras, o que permanece no objeto é a sua extensão, ou seja, sua substância, que só
pode ser determinada pelo espírito.

Parte 12 – O objeto só pode ser conhecido em sua plenitude pela razão.

Parte 13 – As coisas, na sua aparência, são apreendidas pelos sentidos, mas sua
essência, pelo intelecto.

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