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Universidade Federal da Bahia - UFBA

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

Esta obra foi digitalizada no Centro de Digitalização (CEDIG) do


Programa de Pós-Graduação em História da UFBA

Coordenação Geral: Marcelo Lima

Coordenação Técnica: Luis Borges

03/2016
Contatos: lab@ufba.br / poshisto@ufba.br
mesbíiiem:

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


POS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

DISSERTAÇÃO DE M E S T R A D O

CAMINHOS DE IR E VIR
E CAMINHO SEM VOLTA:

Indios, Estradas e Rios


no Sul da Bahia

MARIA H I L D A BAQUEIRO PARAISO

SALVADOR - BAHIA ‫ ־‬BRASIL


FEVEREIRO 1982 ‫־‬
»« S T R A D O EM Cif.NCiAS
C SOOA»

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


P O S -G R A D U A Ç Ã O EM C IÊ N C IA S S O C IA IS

C a m in h o s de ir e v ir

e c a m in h o sem v o lta :

ín d io s , e s t r a d a s e r io s

no Sul da B a h ia .

Dissertação apresentada a UFBa., como


requisito parcial para obtenção do grau
de Mestre em Ciências Sociais.

Autor: MARIA HILDA BAQUEIRO PARAISO


Orientador: PEDRO AGOSTINHO

Fevereiro, 1982

BKrVEK^IDADE FEDÍRALDAfeAÍilA
FACULDADEDEFIL®S0F1A
- BIBLIOTECA liWiVL'iiair.ios t i SAsii;!
!-’ACULC-íDr: 15‫ י‬riLOiOflti
»Rr.I.STRO 0
r) 1! 3 10 T c /.
nATAr M Nív. de Tmníüo AJ
j
Aos ín d io s do P o s to In d íg e n a C a ta r in a

P araguaçú — C aram urú, que y a c ie n te -

m e n te a g u ardam o r e c o n h e c im e n to dos

seu s d ir e ito s às te r r a s .
Nenhum homem é uma ilh a isolada; cada homem é uma

Partícula do c o n t i n e n t e , uma parte da t e r r a ; s e um T o r r ã o

é arrastado para o m a r , a E u r o p a fica diminuida, como

se fosse um 'p r o m o n t ó r i o . Como se fosse 0 s o l a r de

teus amigos ou o teu próprio; a m o r te de

qualquer homem m e diminui porque sou

parte do gênero humano, e por isso

não me perguntes por quem os

s in o s dobram, eles dobram

por ti.

JOHN DONNE (trad.: Monteiro Lobato)


Amigo é c o i s a p ra s e guardar
D eb aixo de s e t e c h a v e s
D en tro do c o r a ç ã o .

í^liltan Nascimento - Canção da Atifâ


rica)

Os a m ig o s s ã o m’a i t o s , e n q u a d r ã - l o s em algum as l i n h a s é uma t a r e f a


d u r a e sem pre i n j u s t a . Não c o n se g u im o s r e t r a t â - l o s cora a p r e c i s ã o
n e c e s s á r i a e sem pre term inam os p o r e s q u e c e r alguns» A ord en açã o '
qu e a q u i r e a l i z a m o s não se g u e a b s o lu t a m e n t e o c r i t é r i o a f e t i v o nen
a i m p o r t â n c i a que a t r i b u i m o s a cada um d e l e s em p a r t i c u l a r .

A q u e le a quem g o s t a r i a m o s de d e d i c a r a n o s s a lem brança p e l o a p o io


e i n c e n t i v o é o e x -c o o r d e n a d o r do Curso de Pos-G raduação em C iê n ­
c ia s S o c i a i s , p r o f e s s o r Joaquim B a t i s t a M eves. A mesma a t i t u d e de
r‫׳‬
s o l i d a r i e d a d e e com p an h eirism o e n c o n tr a m o s no a t u a l c o o rd en a d o r ,
p r o f e s s o r L u is H en riq u e D ia s T a v a r e s , o amigo com quem sempre con
ta m o s n o s momentos d e d ú v id a .

No â m b ito da F a c u ld a d e de F i l o s o f i a e C i ê n c i a s Humanas da ü n i v e r -
s i d a d e F e d e r a l da B a h ia , e x t e n s ã o do n o s s o l a r , l o c a l que a n t e s cfe
s e r d e t r a b a l h o , ê o n d e encontram os um a m b ien te de com panheirism o,
m u i t o s s ã o a q u e l e s a quem devemos um p r e i t o de g r a t i d ã o . In ic ia l­
m e n te ao s e u D i r e t o r , p r o f e s s o r Ruy S im õ e s , amigo d e d ic a d o e com­
p r e e n siv o , sem pre d i s p o s t o a nos o u v i r e e n c o n tr a r form as de apo­
i o e p a l a v r a s de a f e t o . Não podemos e s q u e c e r a f i g u r a amiga de sih
s e c r e t á r i a E sm e ra ld a B a r b o sa , com p an h eira a t e n t a a n o s s a s r e i v i n ­
d i c a ç õ e s e t e n d o sem pre uma a t i t u d e c a r i n h o s a para t o d o s . Lembra­
mos com c a r i n h o á e L u p e r c í l i a F l o r e n c i a S i l v a , a amiga que to rn o u
m a i s s u a v e o p e s a d o f a r d o d as n o s s a s a t i v i d a d e s d i d á t i c a s . As pre
s e n ç a s d i á r i a s e sem pre c a r i n h o s a s de L u is a Maria B arb osa P i n h e i ­
ro, C e l i a Íi9 d o s S a n t o s , Darcy Ca,npos C a m e lie r , I r a i l d e s M o re ir a ,
A u r e l i a n o B i s p o da S i l v a e Davi A l b e r t o Santana tornaram as nosá^cs
e s t a d a s m a is a l e g r e s e p a r t i c i p a n t e s na v i d a d e s s a u n id a d e de en ­
sin o o
D e n t r e o s c o l e g a s d e s t a c a m o s a lg u n s que viveram m ais p róx im o s de
n ó s n e s s e s m e s e s de t r a b a l h o : o C h efe do Departam ento de A ntropo­
lo g ia , J e f e r s o n A f o n s o Bar c e l l a r , sem pre co m p reen siv o com as n o s ­
sas l i m i t a ç õ e s na p a r t i c i p a ç ã o das a t i v i d a d e s e x t r a - c u r r i c u l a r e s
p r o m o v id a s ? o p r o f e s s o r L u is M ott, sempre p r G stim o ü io so nas cons^â
t a s e sem p re an im ad or n o s momentos de d ú v id a e a p r o f e s s o r a Ange‫״‬
l i n a N ob re Rnlim G a r c e z , a p e s s o a r e s p o n s á v e l p e lo meu deslum bra­
m e n to com o co m p lex o mundo do c a c a u , o s a g r a d e c im e n to s s i n c e r o s '
p e l a d e s c o b e r t a da m ina de o u r o .

M a r ia R o s á r i o G o n ç a lv e s de C a r v a lh o , r e s p o n s á v e l p e l o meu a l e n t o
p a r a e n f r e n t a r um c u r s o de p o s - g r a d u a ç ã o , amiga das h o r a s in c e r ta ç
o r i e n t a d o r a c u i d a d o s a d a s e ta p a s i n i c i a i s do n o sso t r a b a l h o , a '
n o s s a g ra tid ã o »

A D r a . K ã t i a de Q u e ir o z M a tt o s o , sem pre d i s p o s t a a n os r e c e b e r ã o -
r i e n t a r e m o s t r a r c a m in h o s , a lem b ran ça amiga de qaem que não po­
de a p r o v e i t a r i n t e g r a l m e n t e o s s e u s e n s in a m e n t o s .

A u x i l i a r p r e c i o s a na c o l e t a de d a d o s , C é l i a Maria d o s S a n to s Cos­
ta , é uma d a s r e s p o n s á v e i s p e l o volum e de dados com que pudemos ’
tr a b a lh a r »

H i l d e t e da C o s t a D o r i a , r e s p o n s á v e l p e l a s i s t e m a t i z a ç ã o i n i c i a l ‫י‬
d o s d o c u m e n to s c o l e t a d o s no A rquivo P ú b l i c o da B a h ia , soube p e r c e
b e r a r i q u e z a que s e e s c o n d i a na im e n sa p i l h a de p a p e l com que t m
b a l h a v a . E t r a n s m i t i u - n o s e s s e e n c a n ta m e n to p e l a p e r s p e c t i v a h i s ~
t õ r i c a p e r m itin d o -n o s r e a l iz a r e s s e tr a b a lh o .

M a r ia I n ê s C o r t e s d e O l i v e i r a , a am iga que sempre p r o c u r o u nos '


t r a n s m i t i r m en sag en s p o s i t i v a s s o b r e a v i d a que p a s s a v a l ã f o r a e
n o s t r a n c a d a s não v i a m o s , a g r a t i d ã o .

M a ria F á t im a P r a t e s , a lu n a - a m ig a , l e i t o r a p a c i e n t e , i n c a n s á v e l na
a rru m a çã o da b i b l i o g r a f i a e dos d a d o s , a amizade ê o que l h e p o s ­
so d e d i c a r .
A J u n a l d o G o n ç a lv e s C o r r e a , g e ó g r a f o d e d i c a d o , r e s p o n s á v e l p e l a ‫י‬
c o n f e c ç ã o d o s m apas, o meu r e c o n h e c im e n t o p e l o seu t r a b a l h o e e f i
c iê n c ia .
A n to n io V i t a l da S i l v a , companheiro p r e c i o s o , re s p o n s á v e l com a '
3ua m e t i c u l o s i d a d e p ela r e v i s ã o do t e x t o , não podendo, e n tre ta n to ,
s e r-lh e im pu tado s os erro s que poderão e x istir.

r.os d a t i l õ g r a f o s , a m ig o s s o f r e d o r e s p a c i e n t e s , r e s p o n s á v e i s d i r e t e s
p e l a form a f i n a l d e s s e t r a b a l h o , uma lem b ran ça c a r i n h o s a a v o c ê s :
r í a r i a d e L u r d e s S a l e s P e d r e i r a F ran co e A n tô n io da S i l v a Louzado.
Ao com padre L u is F e r r e i r a da Hora, que t ã o am igavelm en te s e d is p o s ,
. ‫■ ג־‬cjAvoo r o c o r d c f <‫ ד‬r e p r o d u z i r e e n c a d e r n a r e 3 sa t e s e , a minha g ra
tic ^ ã o .

lio o r i e n t a d o r P ed ro A g o s t in h o , acim a de tudo o amigo e companheiro,


n ã o s e i o que a g r a d e c e r . Inúmeros foram as su a s c o n t r i b u i ç õ e s . De£
de a p a i x ã o que so u b e t r a n s m i t i r p e l a c a u sa i n d í g e n a , dando um sen
l‫־‬.ic:o m a is d ig n o a n o s s a forr^ação, p e l a q u a l é a lt a m e n te responscã-'
v e l j a t e a su a p r e s e n ç a c o n s t a n t e o r i e n t a n d o e propondo c o i s a s no=■
v a s e e s t i m u l a n t e s . No e n t a n t o , as n o s s a s f a l h a s não ^odem s e r a ­
t r i b u i d a s a su a p e s s o a , mas a i n c a p a c i d a d e de se g u ir m o s corretam en
t e o s se u s e n sin a m e n to s.

A Roeo V i r g i n i a M a tto s e S i l v a o s n o s s o s a g r a d e c im e n to s p e l a sua ’


c o n p r e e n s a o quando in v a d im o s o s e u l a r em b u sca de o r i e n t a ç ã o e pe
l o c a r i n h o cora que sem pre nos r e c e b e u .

O p r o f e s s o r C a r lo s ? lo r e ir a N e to , que na n o s s a e s t a d a no Rio de J a ­
n e ir o , s e d i s p o s a d i s c u t i r o n o s s o p r o j e t o i n i c i a l , o f e r e c e n d o su
g e s t õ e s p r e c i o s a s , q u e nem sempre foram s e g u i d a s , o s n o s s o s agrade
c i mant o s .

Ar i n d i g e n i s t a Ney Land, e n t u s i a s t a e apaixon ado p or tur^.o o que s e


r e l a c i o n a com a p r o b l e m á t i c a i n d í g e n a , a minha g r a t i d ã o p e l o c a r i ­
nho com q u e n os r e c e b e u e fra n q u eou a B i b l i o t e c a do Museu do ín d io »

A m in h a m ãe, p e r so n a g e m c e n t r a l na n o s s a form ação, e s t i m u l a d o r a '


c o n s t a n t e das c o n q u i s t a s , p on to fu n d a m e n ta l de a p o io ao n o s s o c r e ^
c i m e n t o e p o r t o - s e g u r o nos momentos de a n g ú s t i a e d i f i c u l d a d e s , o
s e n t i m e n t o de qu e e s s a v i t o r i a também ê s u a .

A niGu m a r i d o , c o m p a n h eir o -a m ig o de t o d o s o s momentos, o P a r a i s o quí


n ã o p e r m i t i u g u e me p e r d e s s e o d e s i s t i s s e , im p u ls io n a n d o , acalm an-
d c ; s e r e n a n d o e a b r in d o o s c a m in h o s, o meu amor.

7' rneus f i l h o s , L u is A l b e r t o e R e n a ta , que na su a p ou ca id a d e p rocu


raraia me a p o i a r e a j u d a r assum indo s u a s r e s p o n s a b i l i d a d e s e a b ú ic .^
do d e p r o g r a m a s d o m i n i c a i s sem p r o t e s t o ¡ ‫ ׳‬d e s e j o - l h e s um mundo melhor
que e s s e que r e t r a t e i , no q u a l o amor e o r e s p e i t o a o s dem ais s e j a
uma c o n s t a n t e .
A J a n i c e í í a r i a da S i l v a , r e s p o n s á v e l p e l a c o n t in u id a d e do f u n c i o n a ­
m e n to da m inha c a s a , am iga c o n s t a n t e , l e i t o r a dos t e x t o s c o n f u s o s ,
o s m eus a g r a d e c i m e n t o s p e l a su a c o n t r i b u i ç ã o .
A K a r i a do R o s a r i o A lb a n , o s n o s s o s a g r a d e c im e n to s p e l a p r e c i o s a
a ju d a n a e l a b o r a ç ã o do A b s t r a c t . Sem v o c ê s e r i a d i f í c i l v e n c e r a
ú l t i m a p r o v a da m a ra to n a em que s e tr a n sfo r m o u e la b o ra çã o d essa
lo n g a t e s e .

A H e l i o d o r o Rosa N e t o , a amigo que sem pre nos fa z s e n t i r em c a s a ,


mesmo qu e e s t e j a m o s in te rr o m p e n d o o s e u l a b o r i o s o t r a b a l h o d i a r i o ,
o s n o s s o s m a is s i n c e r o s a g r a d e c im e n to s p e l o v a l o r o s o s o c o r r o , c o -
l o c a n d o a n o s s a d i s p o s i ç ã o o m im iográgo do C o le g io que d i r i g e ,
o q u e n o s p e r m i t i u "rodar" em tempo r e c o r d e a n o s s a d i s s e r t a ç ã o .

A L o u r i v a l O l i v e i r a d o s S a n t o s , que com t a n t a boa v o n ta d e s e d i s ­


p o s a " b r ig a r " com o m im io g r á fo í a n o s s a g r a t i d ã o p e l a sau na quen
cn fren to u .

G ilm a r a M e n e z e s, a u x i l i a r ñ a s t a r e f a s d o m é s t i c a s , q u a se nunca a -
t r a t i v a s ; p r i n c i p a l m e n t e s e esta m o s em f a s e de t e s e , a n o s s a lem­
bran ça c a r in h o sa .
A Anna C a t h a r in a de C a r v a lh o T e i x e i r a C a v a l c a n t e , a a m i g a - a l e g r e ,
a u x ilia r fu n d a m e n ta l na arrumação d a s c o p i a s e volum es em que s e
tr a n s f o r m a r a m a s p i l h a s in fo r m e s de p a p e l,u m p r e i t o de g r a t i d ã o .

A. M a ria F e r r e i r a B i t t e n c o u r t , o s n ç s s c s ^ 9 ^:adecimentos su a d i s
p o n i b i l i d a d e e c a r i n h o na c o n c r e t i z a ç ã o f i n a l do t r a b a l h o .

O p r o i t o d e sa u d a d e à q u e l e que não e s t a m ais comigo e que eu g 0£


t a r i a que p a r t i l h a s s e d e s s a f e l i c i d a d e e c o n q u i s t a , meu p a i .
Í N D I C E

INTRODUÇÃO ......................................................................................................
CAPITULO I - H istó r ic o da Ocupação da Ãrea
A C apitania de São Jorge dos Ilh éu s .....................08
0 Século XIX e a Situação Econômica da Provín
c ia da B a h i a ....................................................................... 18
A SafCda para o Sul 25
As F rentes P ion eiras e as M odificações na Eco
nomia do Sul da B a h ia .................. .................................29

CAPITULO I I -Os Grupos Indígenas da Região ..................................53


A F am ília L in g u ístic a Kamakã ..................................70
Os Botocudo ......................................................................... 85
Os Pataxõ ....................................................................... 105
C onclusões P a rcia is ..................................................... 109
CAPITULO III-A P o l í t i c a In d ig e n ista e o Sul da Bahia . . . . 1 1 3
0 Período C olonial Prê-Pombalino .........................115
O Período C olonial da A dm inistração do Mar­
quês de Pombal .................................................................122
O Período C olonial «
Põs-Pombal ...................... ...1 3 3
Prim eiro I m p é r io .............................................................139
Periodo das Regências ..................................................149
Segundo I m p é r io ...............................................................152
CAPITULO IV -Os Aldeamentos dos Rios Pardo e Colonia na Se
gunda Metade do Século XIX ...................................... 190
O livença ............................. .................................................192
São Pedro de A lcântara ................................................204
Barra do S a lg a d o ............................................................ 213
S a lto do Rio Pardo ....................................................... 214
Barra do C atolé .............................................................. 220
C atolé ................................................................................... 227
Cachimbo ....................................................................... ..2 3 9
Lagoa do Rio Pardo .........................................................243
Saco do Rio Pardo ........................................................... 246
Santo A ntônio da Cruz ...............................................248
C onclusões P a r c ia is .......................................................253
CONCLUSÕES FINAIS 256
NOTAS * 282‫־‬
BIBLIOGRAFIA 285
DOCUMENTAÇÃO ‫י‬ 297
ANEXOS E MAPAS . . .. • , ^ 30 * ‫^י‬
RESUMO

E s t a d i s s e r t a ç ã o e s t u d a a ocupação da á r e a com preendida e n t r e os


r i o s C a c h o e i r a ou C o l o n i a , ao N o r t e , e P ardo, ao S u l , que s e p ro­
c e s s o u em e t a p a s s u c e s s i v a s , c a r a c t e r i z a d a s p e l a im p la n ta ç ã o de ’
r e l a ç õ e s de s u b o r d i n a ç ã o p e c u l i a r e s a cada um de s e u s momentos.Os
g r u p o s i n d í g e n a s h a b i t a n t e s da r e g i ã o foram e n v o l v i d o s p e l a expan
s ã o d a s o c i e d a d e n a c i o n a l , r ec e b e n d o tr a ta m e n to d i f e r e n c i a d o a p ^
tir d o e s t a b e l e c i m e n t o de um s i s t e m a i n t e r é t n i c o com posto p e l o s '
v á r i o s s e g m e n t o s í n d i o s e n ã o - i n d i o s , e das n e c e s s i d a d e s da s o c i e
d a d e n a c i o n a l , m a n i f e s t a s na l e g i s l a ç ã o e nas r e l a ç õ e s s o c i a i s , e -
c o n ô m i c a s e p o l í t i c a s e s t a b e l e c i d a s . A i d e n t i f i c a ç ã o e a n á l i s e das
c a r a c t e r í s t i c a s d e s s e s i s t e m a , e la b o r a d a a p a r t i r da docum entação
de f o n t e s p rim á ria s e se cu n d á ria s, é o o b j e t iv o d e s te tr a b a lh o , '
q u e p r o c u r a d e m o n s tr a r como o s g ru p o s i n d í g e n a s foram u sa d o s e toa
t a d o s n e s s e p e r í o d o do s é c u l o XIX, dem onstrando como s e p r o c e s s a ­
v a , n a p r á t i c a , a e x p r o p r ia ç ã o de t e r r a s in d íg e n a s e a u t i l i z a ç ã o
d o s s e u s h a b i t a n t e s como m ã o-d e-ob ra b a r a t a e a c e s s í v e l , nas su a s
v á r i a s e t a p a s e f o r m a s , que p e r m itir a m a v a l o r i z a ç ã o das t e r r a s e
a o c u p a ç ã o m a is e f e t i v a e r á p id a p e l o s r e p r e s e n t a n t e s da s o c i e d a ­
d e d o m in a n t e .
ABSTRACT

T h is r e se a r c h s t u d ie s th e occupation o f th e area bounded on the


N orth by th e r iv e r C achoeira or C olôn ia and on the South by the
r i v e r P ard o .T h is o ccu p a tio n took p la c e in s u c c e s siv e s ta g e s th a t
w ere c h a r a c te r iz e d by th e im p la n ta tio n o f r e la tio n s h ip s o f subor­
d in a t io n p e c u lia r to each sta ge.T h e in digen uos groups th a t li v e
in th e a rea were in v o lv e d by the ex p a sio n o f the n a tio n a l s o c ie ­
ty and r e c e iv e d d if f e r e n c ia t e d treatm en t th a t began w ith the
e s ta b lis h m e n t o f an in te r e th n ic system composed by th e d if f e r e n t
in d ia n and n o n -in d ia n segments and w ith n e c e s s it ie s o f th e n a tio
n a l s o c i e t y m a n ifeste d through the l e g i s l a t i o n and th e e s t a b l i ­
sh ed s o c ia l,e c o n o m ic and p o l i t i c a l r e la tio n s .T h e id e n t i f ic a t i o n
and th e a n a ly s is o f th e fe a tu r e s o f th a t sy stem ,ela b o ra ted based
on th e docum entation o f primary and secondary sou rces are the
p u rp ose o f t h i s resea rch ,w h ich t r i e s to dem onstrate how the in d i‫*״‬
genous groups v7ere used and tr e a te d in th a t period o f th e n in e­
te e n t h c e n tu r y , showing how the e x p r o p r ia tio n o f in d igen ou s t e r r i
t o r i e s and th e u t i l i z a t i o n o f t h e ir in h a b ita n ts as cheap and acce
s s i b l e la b o r fo r c e through the d if f e r e n t sta g e s and form.s took
p l a c e . Furtherm ore, t h e s e fa c ts p erm itted th e v a lo r iz a t io n o f the
t e r r i t o r i e s and a more e f f e c t i v e and rap id occupation by the do‫״‬
m inante s o c i e t y .
INTRODUÇÃO

In teg ra n d o a " P ro jeto do P esq u isas sobre as Populações Indígenas


da B ahia", n o sso tra b a lh o dã co n tin u id a d e aos que vem se desen“ ‫י‬
V olvendo a p a r t ir do ano de 1971 sob a o rien ta çã o do p ro fesso r -
Pedro A g o stin h o .
E sse p r o je to d e se n v o lv e u -so em t r ê s campos de a tiv id a d e , consoan
t e a s a p tid õ e s e in te i- e s s e s dos membros que compunham a eq u ip e ,e
e s t e v e v o lta d o para e s t a b e lj c e r um quadro o mais p o s s ív e l harmô­
n ic o das co n d içõ e s de vid a dos grupos in d ígen as da B ahia, para ‫י‬
que assim s e p u d esse elab orar uma p rop osta consequente de p o lit y
c a in d ig e n is t a para a Bahia. 0 p rim eiro cajiipo de p esq u isa s desen
v o lv e u - s e com o levantam ento s is te m á t ic o da documentação e x is te n
t e no Arquivo P ú b lic o da Bahia, in ic ia n d o ~ se p e la Secção da Pre­
s id ê n c i a da P r o v ín c ia no sé cu lo XIX. E sses tra b a lh o s foram r e a l¿
zad os por C ê lia M aria dos Santos C osta e H ild ete da Costa D õria,
e serviram como uma das bases para 03 tra b a lh o s r e a liz a d o s no se
gundo dos campos c it a d o s , o de a v a lia r a situ a çã o dos grupos in ­
d íg e n a s n aquele momento. I sso f o i d esen v o lv id o por uma equipe de
a n tr o p ó lo g o s em form ação, cada um s e encarregando de estu dar um'
d os grupos que vivem na Bahia: Os Pataxó de Barra V elh a, no muni
c i p i o de P orto S eguro, p esq u isad os por íla r ia R osário G onçalves ‫י‬
de C arvalho; os Kaimbé de ;!a ssa ca rá , m unicipio de E u clid es da Cu
n ha, estu d a d o s por Edwin B. R eesink; os Pankararé de Brejo do Bi:^
g o , no m u n icip io de Nova G lo ria , p esq u isa d esen v o lv id a por Caries
A lb e r to Caroso S o a res; os Pataxõ Hãhãhãi, Baenã e o u tr o s remane¿
c e n t e s do P. I . Caraiauru g Paraguaçu, nos m u n icip ios de Ita jú do
C o lo n ia , Kamakã e P a u -B r a sil, in v e s tig a d o s por n5s; e os Tuxã do
m u n ic ip io de R o d ela s, p esq u isa r e a liz a d a por Nassaro N asser e E­
l i z a b e t h N a sser. O t e r c e ir o campo abor^-^ado p elo P r o je to r e fe r e -
s e à a tu açã o p o l í t i c a jun te aos grupos in d íg e n a s, ã o p in iã o pü-
b l i c a e aos o rgãos o f i c i a i s co m p eten tes, na t e n t a t iv a de tomar ‫י‬
m edidas adequadas para a m elhoria das con d ições de v id a das po­
p u la ç õ e s in d íg e n a s , do que resu ltaram plgans ê x i t o s , nem sempre
c o m p le to s , mas os p o s s í v e i s , e — Irrc^ sso s também, advindos
da f a l t a de poder dos ín ü io s e cia eq u ip e.
A ssim , f e z - s e una •rigorosa tpr0 j 0G+‫־‬.a de c‫י‬.fím‫ד‬rcação da r ‫ ^־‬serva in d í
gen a P a ta x o , que no en ta n to f o i f e i t a ignorando os moldes p rop ostos
l>elo P r o j e t o . 0b 'tove-3c n - ‫ ב‬in terru p ção do p ro cesso de e n tr e ­
ga o f i c i a l das t e r r a s do P, I . Caramuru-Paraguaçu, embora a tê o
momento não se ten h a e fe tiv a d o a demarcação; a r e a liz a d a en tre os
K i r i r i do m u n icip io de M irandela, ainda que não tenha sid o homolo
gada p e lo P r e s id e n te da R epública; o compromisso de demarcação '
d os Kaimbé de M assacarã, embora desconheçamos quando se r e a liz a -
rã; a atenuação p a r c ia l dos c o n flitr 's de te r r a e n tr e os Pankarari
de B rejo do Burgo e os n acion ais., ainda que tenham custado a v id a
do se u ca c iq u e  ngelo P ereira X avier; ação junto ã Companhia Hi­
d r o e l é t r i c a do São F ra n cisco e da Fundação N acional do ín d io , d i­
r i g in d o - lh e a a ten ção para o s problem as que serão en fren tados pe­
l o s Tuxã com a co n stru çã o da Barragem de I ta p a r ic a , que inum^arã
a s t e r r a s do grupo - embora a tê o momento nem a FUNAI nem a ÒHESF
s e tenham m a n ifesta d o sobre a so lu çã o a se r dada para a t r a n s f e - ‫י‬
r ê n c ia da p op u lação.
O p r e s e n te tr a b a lh o move-se nos t r ê s campos r e f e r id o s , ainda que'
i n i c i a d o n aqu ele v o lta d o para ‫ ד‬s itu a ç ã o a tu a l dos grupos in d íg e ­
nas - e s p e c ific a m e n te os do P osto Caramuru-Paraguaçu, sempre nos
f a s c in o u a p o ssib ilid a d e : de en ten d er o momento a tu a l a p a r tir de
um quadro r e f e r e n c ia l n a is amplo, englobando-o numa p e r s p e c tiv a ‫י‬
d ia c r ô n ic a , p o is a c0nnic3eravam0G raa: s estim u la n te e e x p lic a t iv a .
Por o u tr o la d o , a p o s s ib ilid a d e de trab alh ar uma dociimentação in é
d i t a e que nunca h a v ia sid o a n a lisa d o sob e s s a p e r s p e c tiv a , d e i- '
xou ‫־־‬n os en tu sia sm a d a s. Outras d if ic u ld a d e s , e s t a s de ordem p e sso ­
a l , nos levaram a ad otar como d e f i n i t i v o e s s a opção de p esq u isa .
Os dados de que dispúnhamos a té en tão erai^ in s u f ic ie n t e s para a
e la b o r a ç ã o de \1ma t e s e de m estrado. Por outro la d o , não tínhamos
c o n d iç õ e s de v o lt a r a campo, jã que o clim a h o s t i l cria d o p e la ‫י‬
e x p e c t a t iv a da demarcação das t e r r a s in d íg en a s do P. I . Caramuru e
P aragu açu , não o f e r e c ia segurança e nem con d ições para tra b a lh o -
d e-‫־‬campo. P o r ta n to , in serim o -n o s m ais decididam ente nos trabalhas
d e s e n v o lv id o s no campo h i s t ó r i c o , esta b elecen d o um r e c o r te espa
c i a i d e f in id o a p a r t ir de c r i t é r i o s d erivados do in t e r e s s e na ‫י‬
com preensão da r e g iã o sobre a q u a l vinhamos pesquisando desde '
1 9 7 6 , e de o u tr o s que garantiam c o n s id e r á v e l homogeinidade ao ob
j e t o de p e s q u is a : a sem elhança do esp aço ocupado p e lo s grupos; o
f a t o de viverem na r e g iã o apenas q uatro grupos in d íg en a s jã r e la
tiv a m e n te con h ecid o s? e a s im ilit u d e no p rocesso h is t ó r ic o por '
c i e s v i v i d o , numa á rea que 85 te v e sua con q uista d e f i n i t i v a no
‫•י‬ ‫־‬1
t ‘ -‫״‬

s é c u lo p a ssa d o , com a conjunção das fr e n te s p io n e ir a s a g r íc o la e


p e c u á r ia . F in a lm en te, consideram os que o nosso trab alh o e s tã tam­
bém in s e r id o no campo em que se propõe o esta b elecim en to de uma
p o l í t i c a in d ig e n is t a v á lid a para a r e g iã o , como um irstrum ento qiE
a t e s t e o c a r á te r de p osse im em orial das populações in d ígen as que
têm d i r e i t o à R eserva Caramuru-Paraguaçu‫ ־‬Com i s s o pretendemos re
fo r ç a r os argumentos que pesam a favor da co n cr etiza ç ã o do proces
so demarc a t õ r io d essa R eserva.
O c a r á te r e s p e c í f i c o de nosso tra b a lh o e s tã rela cio n a d o com o fa ­
t o de s5 conhecerm os, sobre a ãrea e sua p rob lem ática in d íg en a , a
h i s t o r i o g r a f i a t r a d ic io n a l, eiv a d a de p r e c o n c e ito s e apresentando
cla ram en te a p e r s p e c tiv a c o l o n i a l i s t a f j u s t if ic a d o r a da dominação
e ex p ro p ria çã o s o fr id a p e lo s grupos in d ígen as em nome do p rogresso
e d esen v o lv im en to da ro g iã o . A inagem do ín d io ê deturpada, e sua
fo rça d a c o n tr ib u iç ã o ‫־־‬fundainental“ para que e s s e mesmo p rogresso ‫י‬
s e e f e t i v a s s e sã o ign orad as. As ú n ica s r e fe r ê n c ia s e x is t e n t e s des
cr ev e ~ o s sempre como "bravos", h o s t i s e d estr u id o r e s dos e s ta b e le
cim en to s p io n e ir o s dos "valoroso3 e p a c íf ic o s trab alh ad ores n a c i­
o n a is " . 0 d e s t in o da população in d íg en a ap5s sua subordinação aos
d ita m es da so c ied a d e ,!ominante são esq u ec id o s, como se não e x i s - ‫י‬
tis s e m ou como s e não fo s s e in t e r e s s a n t e conhecer os p ro cesso s '
tra u m á tico s por que passaram. Será uma forma da socied ad e nacional
e sq u e c e r o seu c a r a te r v io le n ta d o r e ap resen tar uma fa ce p a c íf ic a
e f i c t í c i a , segundo a qual só reage quando ê atacad a. Assim, e x i -
itie-se da r e sp o n sa b ilid a d e p elo r e su lta d o f in a l de sua obrai o In­
d io g e n é r ic o , d iscrim in a d o , so c ia lm en te d e s a r tic u la d o , sem espaço
t e r r i t o r i a l d e f in id o g sem p a r tic ip a ç ã o p o l í t i c a . E d eixa crer ‫י‬
aos in c a u to s que e s s a condição é fr u to da in c ú r ia , da in ca p a cid a ­
de a d a p ta tiv a ou de opção dos ín d io s , jã que a so cied a d e n acion al,
segundo sua p r ó p r ia v ersã o , e s t a r i a sempre d is p o s ta a r e c e b ê -lo s ‫י‬
no se u s e i o como membros e f e t i v o s e co‫ ־‬p a r tic ip a n te s na construçã3
de uma so c ie d a d e u n ific a d a em to rn o do grupo é t n ic o dominante.
E s te tr a b a lh o , que procura co n ta r e a n a lisa r a h is t o r ia da ocupa­
ção dos v a le s do r io C olonia ou C achoeira e do Pardo, preocup a-se
b a sica m en te em a v a lia r as com pulsões s o fr id a s p e lo s v á rio s grupos
in d íg e n a s l o c a i s , revelando o ângulo não e x p lic it a d o nos trabalhes
de c a r á t e r h i s t ó r i c o e dando uma in te r p r e ta ç ã o a n tr o p o ló g ica a o s ’
d a d o s, Mas também adotando, num tra b a lh o a n tr o p o ló g ic o , uma pers

p e c t iv a frequentew anttí comaCla s6 do modo in tr o d u tó r io : a perspec­


t iv a h is tó r ic a .
A inform ação u t i l i z a d a á com posta, basicam ente, por documentos ma
n u s c r i t o s , que s e ancontran! r e c o lh id o s à secção h is t ó r ic a do A r-'
q u iv o P ú b lic o do Estado da Bahia. A docunontação c o le ta d a co r r e s-
p en d en te ao s é c u lo XIX, d iz r e s p e it o ãs q u estões de cunho admini£
t r a t i v o que compunham a comunicação en tre os d ir e to r e s de a ld e ia s
e a D ir e t o r ia G eral vios In^^lios, e deísta com a P r e sid ê n c ia da Pro­
v í n c i a . Usamos ain da F alas de P r e sid e n te s da P r o v ín c ia , r e l a t ó r i ­
o s e mapas e s t a t í s t i c o s :ipr^isentados p e lo s D ir e to r e s G erais de In
â i o s . Alem da documentação c ita d a , trabalhamos ainda com r e la t o s
d os m u ito s v ia j a n t e s que percorr^íram a reg iã o s u l da Bahia, a r t i ‫־‬
g o s da R e v is ta do I n s t it u t o G eográfico e H is tó r ic o B r a s ile ir o , a­
lém de inúmeras o u tr a s p u b lic a ç õ e s ta n to de cunho h is t ó r ic o como
e t n o g r á f ic o e antropolõgicro. Com e s s a s medidas procuramos e s ta b e ­
l e c e r uma conexão en tro as v á r ia s p e r sp e c tiv a s sobre o mesmo pro­
b lem a, d a n d o -lh e , p o rta n to , uma ó t i c a in te g r a tiv a e i n t e r d i s c i p l i
n a r , e procurando a n a lis á - lo s sob xina p e r sp e c tiv a m ais a tu a l.
G ostaríam os de ciacunar a atenção para a p o sição que adotamos ao ‫י‬
tr a n s c r e v e r os documentos da êpo^a. Ao f a z ê - lo , optamos por a tu a ­
l i z a r a g r a f ia e desdobrar a b r e v ia tu r a s, embora tenhamos mantido
a forma o r i g in a l de redação.
O tr a b a lh o f o i d esen v o lv id o segu in d o c r it é r i o s h is t ó r ic o s com o
que procuramos e s ta b e le c e r um rá p id o quadro r e f e r e n c ia l aos sécu ­
l o s XVI, XVII e XVIII, centrando sempre a nossa a n a lis e no sê c u lo
XIX, A ssim , expusemos a h i s t ó r i a da ocupação da área desde a c r i ­
ação da c a p ita n ia de Ilh éu s a té o sê c u lo XIX, quando se e f e t iv o u
em m oldes mais in te n s o s a ocupação por n a cio n a is devido à i n s t a la
ção de r o ta s de com ércio en tr e Minas G erais e o l i t o r a l do s u l da
B a h ia , â in tro d u çã o da p ecu ária no médio r io Pardo, e ao p la n t io
do cacau a p a r t ir das margens do mesmo r io e do l i t o r a l . Esse avan
ço da so c ie d a d e n a c io n a l, predominantemente no se n tid o O este-L es­
t e e acompanhando a estra d a c o n str u id a ao longo dos r io s Pardo e
C o lo n ia ou C a ch o eira , p r o c e sso u -s e de forma in te n s a sobre os gru­
p o s ín d io s a l i e x i s t e n t e s , e s ta b e le c e n d o r e la ç õ e s c o n f lit u o s a s de
d is p u ta por t e r r a s e recu rso s o u tr o s , en tre o s q u a is , numa etap a'
p o s t e r i o r , o tr a b a lh e dos ín iíg a n a s alàeados e j á h a b ilita d o s aos
e x e r c i c i o s das a tiv id a d e s n e c e s s á r ia s ao desenvolvim ento region aL
05

Os dados e tn o g r á fic o s sobre os grupos atin gid os por essa expansão


são esp a rço s e pouco com pletos/ o quo nOS obrigou a uma te n ta tiv a
de r e c o n s titu iç ã o das p r in c ip a is c a r a c te r ís tic a s c u ltu r a is e s o e i
a i s das comunidades, nem sempre com a profundidade e a flu id e z de
s e ja d a s, mas sempre com a que f o i p o s s ív e l. Abstivemo-nos de ten ‫־‬
t a r e s ta b e le c e r uma intvíppretação comparativa en tre os dados que
obtivem os sobre os Jê do su l baiano e os de outros grupos Jê, por
considerarm os, por enquanto, a rrisca d o , t a l empreendimento, jâ
que o s elem entos de que dispúnhamos eram in s u f ic ie n t e s e não nos ‫י‬
perm itiam maior margem de segurança. Assim, optamos, in te n c io n a l‫־־‬
m ente, por tra n screv er quase lite r a lm e n te as informações r e c o lh i­
das e s5 fa z e r pequenas lnterprc;tações quando nos sentiamos mais ‫י‬
segura quanto a verossim elhança áas h ip ó teses levan tad as.
Para entendermos melhor o processo dc ¿^.ominação instaurado sobre ‫י‬
o s in d íg en a s estu d ad os, estabelecem os ura quadro da evolução da po
l í t i c a in d ig e n is t a , centrando a nossa atenção no sécu lo XIX, per^
odo que mais nos in teressa v a entender devido à proximidade com o
n o sso sé c u lo e as circu n stâ n cia s p ecu lia res da área que escolhemos
como o b je to de a n á lis e . Estabelecem os a í os pontos que nos parece
ram co n sta n tes na elaboração da p o l í t i c a aplicada aos grupos in d í
genas b r a s ile ir o s e mais particularm onte aos da r e g iã o . Tornaram-
s e , assiiu, clara as rela çõ es e s ta b e le c id a s entre os nacion ais e
os in d íg e n a s, na medida em que pudemos compreender os mecanismos ‫י‬
o f i c i a i s de dominação d esen volvid os e aplicad os com todo o r ig o r ’
quando i s s o in te r e ssa v a ãs prcp s t a s e necessid ades dos f a z e n d e i-'
tf ^
ros lo c a is - Para aprendermos melhor a correlaçao de forças e s ta ­
b e le c id a , achamos importante con sid erar também o papel da Ig r e ja ,
no caso representada p elos capuchinhos, que se apresentavam como
p ortad ores da solu ção id e a l para as preocupaçoes do governo bras¿
le i r o s o c o n tr o le e fe tiv o dos m issio n á r io s, transformando-os em
fu n c io n á r io s e ao mesmo tempo rep resen ta n tes da cu ltu ra e c i v i l i ­
zação e u ro p éia , paradigma a ser a tin g id o p ela nação b r a s ile ir a em
formação e preocupada en elim in ar os traços das cu ltu ra s " in fe r i­
ores" e "pagãs" que a haviain aju‫׳‬.lad‫ ל‬a formar, Era, segundo a ide
o lo g ia da época, p rec iso c r ia r lama nação om que o s padrões europe
us fossem efetiv a m en te dom inantes, tan to a n ív e l c u ltu r a l como so
c i a i , p o l í t i c o , r e lig io s o e econôm ico. Daí porque as medidas ado­
tad as no se n tid o da elim inação das sociedades t r i b a i s , como e n t i­
C:6

dades com formas a lte r n a tiv a s de organização e como focos de re­


s i s t e n c i a ao dominio e fe t iv o da socicdade ñacional de base euro■‫־‬
p é ia , eram v i s t a s como a grando mata a ser a tin g id a . Todos os re
cu rso s humanos e m a teria is d isp o n ív e is aram colocados a d is p o s i­
ção dos agen tes resp on sáveis p e la consecução d esse o b je tiv o . No
e n ta n to , o b tid o os resu lta d o s mais im ediatos ‫ ־־‬aldear e preparar
a mão-de-obra para uso p o ste r io r - o Governo se d esin teressa v a '
p e la so r te dos ald ead os^ perm itindo que ns novas exig ên cia s dos
n a c io n a is fossem s a t is r e it a s s mais terrao que perm itissem a exp ^
são continuada das propriedades com a cnegada de mais co lo n o s,a -
tr a id o s p elo su cesso cvomsrcial dos produtos r eg io n a is mo mercado
n a c io n a l ou mesmo in to rn a c in n a l.
A h i s t ó r ia dos dez al0.oam‫־‬.ntos qui compunham a área em apreço mas
t r a um p rocesso de suJ)0 rdin‫ ?׳‬ção bciste.nte sem elhante, e que f ic a '
mais i n t e l i g í v e l ã mec.i>:’a em que pudemos retraçar o quadro da o­
cupação da r e g iã o , compreender as c a r a c te r ís tic a s s o c ia is e cu ltu
r a i s dos grupos an voivid os, e mais a id e o lo g ia então dominante ‫י‬
no B r a s il quanto â necessidade da promover a incorporação das po
p u la ç õ es in d íg e n a s, k p a r tir da percepção do quadro empírico for
n ecid o p elo conjunto de documentos pudemos chegar a perceber os
mecanismos e etap as d iferen cia d a s de expropriação das comunidades
in d íg e n a s, e os v á rio s pr‫'׳׳‬Ct,sn‫)״‬s de exploração das te r r a s , dos ‫י‬
recu rso s n e la s producidos c da não-de-^íbra a l i situ a d a , a depen­
der do e s tá g io em que se encontracsoia as r e la ç õ es in t e r it n ic a s .
A in se rç ã o gradual dos ín d io s no iaercado, fo sse como produtores
de a r tig o s s i l v e s t r e s , como trabalhadores não a ssa la ria d o s e f i ­
nalmente como vendedoras de fo rça-d e-treib alh o, f o i tambim motivo
de n ossa preocupação, e torn o u -se mais claram ente p e r c e p tív e l na
medida em que pudemoe ü sta b e le c e r ‫ ג‬concixação en tre o desenvolv¿
mento da socied ad e nacional na f-.reãr o correspondente aumento do
seu c o n tig e n te der:.ografico, e a redação da população indígena em
tezrmos 21b s o lu to s e p ro p o rcio n a is,
A t e n t a t iv a de compreensão do modelo g era l de um aldeamento do
s ê c u lo XIX em fa s e de im plantação, perm itiu-nos perceber como a
organ ização e a estruturação ad m in istrateva se encontrava p e r fe i
tam ente coadunada cora os o b je tiv o s e sta b e le c id o s de deseara c te r i
zação das comunidades como en tid a d es com id en tid ad e prõpria e di
fe r e n c ia d a da n a c io n a l, r. incorporação Ja população indígena pro-
c e s s a v a - s e , p o r ta n to , em d ois nlvoi^s o oconômico, como a s s a la r i‫״‬
aâos e , esporadicam e 1.v.Gf corao pequGiios p ro p rietá rio s de lo te s in ­
d iv id u a is , e cu ltu ral^ c.nv 1 seror‫ ־‬desprovidos de seu universo re ­
f e r e n c ia l de origem g na m aioria das vozes em tra n siçã o para a a-
dação de uma nova iuv^ntidaiio c u ltu r a l, nem sempre claramente d e fi
n id a . No en ta n to , a incorporação p o lític a (, como se r e s que podiam'
p a r tic ip a r das d ecisõ a s a serem adotadas sobre s i mesmos, não che
gava a se c o n c r e tiz a r .
O problema da id en tid ad e é tn ic a do:‫־‬: grunos envolvidos nesse v io - '
le n to p rocesso cie d escaracterização e de incorporação à uma nova
r e a lid a d e s o c i a l , parec 2 u-nos pouco c la r o , jã que em nenhum momen
to o s documentos tratavam de t a l assunte ou mesmo nos forneciam ‫י‬
p is t a s sobre como essa tran sfigu ração sc processava. Em v is t a de
t a l lim ita ç ã o , optamos por extrema cau tela em relação ao problema,
levantando apenas h ip ó teses baseadas nas observações f e it a s em tm
balho-de-campo que realizvirios no ano dc 1976 nos Postos Indígenas
Caramuru e Paraguaçu, onde se refugiaram os remanescentes dos vã
r io s grupos aldeados no sécu lo ';íJ.Y. na região do Pardo e do Colonia
ou C achoeira, Por considerarmcs que yssc estudo e x ig ir á um outro'
enfoque e observações ^tais o s p e c íf ic a s e orientadas para e sse t e ­
ma, deixamos a questão 3m aborto para trabalhos fu tu ro s.
00
CAPÍTULO N9 I

HISTORICO Dh OCUPACÃO DA AREA

A CAPITANIA DE SAO JORGE DOS ILHÉUS

A área compreendida entro o r io Cachoeira ou Colonia e o Pardo per


te n c ia à C apitania de Ilh éu s. E sta, como todas as demais, não t e ­
ve os seus lim it e s claramente d e fin id o s, devido, in c lu s iv e ,ã f a l ­
ta de conhecimento p reciso dos pontos g eo g rá fico s mais s ig n if ic a ­
t iv o s da te r r a do B r a s il‫ ־‬Outro fa to r para a f lu id e z , quanto aos
lim it e s das c a o ita n ia s , era a de não colocar p e ia s aos d esejo s de
expansão dos d on atarios, mas ao contrario fa zer com que fossem e£
tím u lo s oara a concretização d esse o b je tiv o .
Os lim it e s da Capitania eram, segundo a carta de doação, " o pon­
to da baia de Todos os Santos d? banda su l e correrão ao longo da
c o s ta s u l - quanto couber nas d it a s cincoentas lig u a s , as quais
cin c o e n ta lig u a s se estenderão e serão do largo ao longo da c o sta ,
e e sta r ã o na mesma largura p elo sertão g terra firme a dentro quan
to puder em trar-se ~ e for da minha conquista, em todas as ilh a s ,
que houver a té dez leguas r.o mar na fr c n ta r ia " . (Vide nota 1) ( V»
S ilv a Campos, 1947; 12)

A grande im precisão de lim it e s , ácima r e fo rid a , f ic a bem mais ev^


dente com r e la ç ã o ac lim ite O este, ‫ די‬que e s te d everia, na r e a l i ­
dade, se r e s ta b e le c id o p ele próprio donatario a p a r tir da sua ca­
p acidade de in t e r io r iz a r um p r o je to , que tinha como uma das suas
c a r a c t e r ís t ic a s fundamentais o fa to de ser lito r â n e o . Essa in t e r i
o r iz a ç ã o , na r e a lid a d e , era o resu lta d o de uma disp u ta de t e r r it o
r io e n tr e d o is grupos é tn ic o s - o dos in d io s, ja previamente in s ­
ta la d o s , e o dos portugueses, p recisad os de espaço, para ocupá-los
conforme novos padrões econôm icos, e de m‫ ־‬ao‫ ־‬de‫ ־‬obra, que Ihes per­
m it is s e c o n c r e tiz a r sua exploração.
As te r r a s da c a p ita n ia se caracterizavam , ou que perm itiu fu■?
‫יזע״לט‬- ' jcujt-.tS v / por terem urna cobertura v e g e ta l luxu rian te e ri
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r ic a em m adeiras nobres» Abundantes terrenos de boa qualidade,oon


jugados ao clim a úmido, tornavam a região promissora à implanta­
ção de a tiv id a d e s a g r íc o la s.
Outro ponto destacado mais uma vez entre as c a r a c te r ís tic a s mar­
ca n te s de I lh é u s , assim como das demais reg iõ e s do su l da Bahia,
ê a profusão de r io s cau dalosos, que correndo no sentido W‫״‬E, a­
lém de v á r io s outros r io s de pequeno porte, criavam uma v ia f lu ­
v i a l f a c ilit a d o r a das comunicações, e contribuiam decisivam ente
para a boa qualidade dc>s terren o s j u c t a - f lu v ia is .
A grande b a rr eira natural encontrada p elos implantadores do pro­
j e t o de colo n iea çã o fcram as c a r a c te r ís tic a s da costa» Por ser
r e t i l i n i a , pouco articu lad o e exposta aos a li s e o s , tornava a a-
traç.i.ção d if ic ilim a , assim como nas barras dos r io s , já que estas
sofriam um processo constante de assoreamento. Para um p ro jeto e
conômico, cu ja implantação astava vinculada a capacidade de comu
nicação m aritim a, j'^ c{ue era volta d a para a exportação de produ­
to s a g rá rio s e dependentes de manufaturados im p ortad os,tal d i f i
culdade representou um sé r io entrave ao• progresso pretendido.
O d o n a tá rio , como agente dc R ei, na incorporação econômica e f e t i
va de novas áreas ac domínio da Coma prrtuguesa, tinha uma série
de a tiv id a d e s que deviam co n c r e tiz a r e gerenciar» A capacidade de
a p lic a ç ã o de c a p it a is p ró p rio s, que p erm itisse a implantação da
in fr a -e s tr u tu r a produtiva, era a condição "sine quae non" para a
e sc o lh a do d on atário. Esses investim entos i n i c i a i s funcionavam co
mo p r in c ip a l atração à vinda de colonos, que aqui se esta b elecen
do, concretizavam as propostas de exploração das novas terra s.A s
a tiv id a d e s p r e v is ta s eram a descoborta e extração das riquezas
n a tu r a is encontradas e a imrDlantaçãc■ de sesm arias ou pequenas u­
nidades de produção de s u b s is te n c ia , que¡, se dedicariam a produ­
ção de s u b s is tê n c ia , as p rim eira s, e de produtos ex p o rtá v eis, co
mo a can a-d e-açu car, as segundas.
Na c o n c r e tiz a ç ã o dessas a tiv id a d e s econômicas, o proessso se de­
sencadeava com a d istr ib u iç ã o de terra s pelo donatário, sobre as
q u a is ad q u iria o d ir e it o de cobrança de dízim as sobre o produzi­
do, taxas de aforamento das t e r r a s , além daquelas obtidas com as
co n cessõ es e s p e c ia is , como a construção de engenhos e s a lin a s •
Também, o com ércio e sta b e le c id o en tre os in d io s e colonos s o fr ia
c o n tr o le âcr ■donatário^ que por e l e cobrava taxas»
Alêm das o b rig a çõ es econôraicas, c !fonatñrio assumia,ta!nbêm,respon
s a b ilid a d e s p o l í t i c a s ‫ ־‬Uma d e la s era a de implantação de v il a s no
l i t o r a l , que d istassem 6 ( s e is ) léguas uma das outras. Com essane
d id a , procurava c r ia r núcleos que efetivassem a proteção da costa
e a in te r io r iz a ç ã o através da ocupaçãr' í e todas as áreas p r e v is­
t a s na c a rta de doação e também as sugeridas e sonhadas do sertão,
mas sobre as q u ais não se tinham uma id êia muito p recisa quanto as
suas dim ensões e aos r is c o s de sua conquista. A condição b ásica p^
ra (¡jíe se e f e t iv a s s e t a l expansão era o crescim ento da população
de colon os com a consequente capacidade 6.‫ י־‬ocupar economicamente
novos esp aços.
Outra a tiv id a d e p o lit ic a p r e v is ta era a criação e con trole de ‫׳‬sua
estr u tu r a a d m in istra tiv a , que p erm itisse o funcionamento da estru
tu ra s o c ia l, p o lit ic a e econômica do3 novos núcleos em implanta­
çã o , fazendo com que e s s e s novos espaçcs mantivessem e s t r e it a l i ­
gação de subordinaçã'‫ ־־‬cem a adjninistrncño m etropolitan a‫־‬
Também responsabilida-^es ju r íd ic a s lh es eram atrib u id a s ,como a no
meação de o u v id ores, que adm inistracser‫ '׳‬a j u s t iç a rea l aos novos
sü<fft0s, os in d io s recéra-incorpor^dr.s 0‫ ד‬c o n v iv io , e desse aos co
lo n o s ” j u s t iç a com nlçada a té a norte natural dos peões, pessoas
de baixa con d ição, e in d io s e ncEsnns a riv es a dez anos de degre­
do com mui am plíssim os p r iv ilé g io s conteúdos no fo r a l que lh e con
cedeu". (L isb oa, in S ilv a Campos(.1947 p 1 2 ‫) ־‬
Seu d i r e i t o à propriedade p e sso a l de terra s se r e s tr in g ia a um lo
t e de 10 (dez) lég u a s, no qual o donatário r e a liz a v a investimertos
v o lta d o s para obtenção de produção própria, que lh e p erm itisse re
aver e aximentar o c a p ita l in v e s t id o ‫־‬
Além d e s s e s recu rsos au ferid o s na exploração do seu lo t e , o dona­
t á r io tin h a d ir e it o à cobr‫׳‬ança dos dízimos e taxas acima referi?as,
o que lh e g a ra n tia a capacidade de r e in v e s tir permanentemente em
obras de in fr a -e s tr u tu r a , garan tid oras do funcionamento da econo­
mia e do seu escoamento, elem entos e s s e n c ia is para a atração de
m ais c o lo n o s, condição im oortante para a in te r io r iz a ç ã o do p r o je to ‫־‬
Apesar d e sse aparente o n ip o tên cia dcs d on atários, havia se to r e s da
vid a econômica e a d m in istra tiv a que lh es escapavam do c o n tr o le ‫־‬Era
o da adm inistração do pro‫^׳‬uto a l i conservado como de monooólio real
‫ ־‬o p a u -b r a s il. Havia, ain::.a, a necessidade de e fe tiv a r a cobrança
11

do dizim o do pescado, do red iz imo para a Coroa, de tudo o produ­


zid o na capitania^ alêm das taxas e s p e c ia is destinadas â Ordem de
C r isto .
Para o e x e r c ic io de t a i s a tiv id a d e s h-avia na Capitania um corpo da
fu n cio n á rio s r e a is especialm ente designados p ela Coroa que não so
friajn o a o n tro le do don atário, mns antes f‫ ־־‬controlavam.
Essa e str u tu r a de exploração das terra s e de implantação de unida
des ag rãrio-exp ortad oras, parecem caract.^rizar o donatário como ‫־‬
governador e cap itão das te r r a s de ?.Ifim-mar e tendo uma forma de
pagamento b astan te p ecu lia r ‫ ״‬te x a s, '''ízimos, terra s e prerroaati
vas a d m in istr a tiv a s no processc 0‫■ י• ־‬nxpansão do reino português em
te r r a s b r a s ile ir a s .
A C apitania de Sãc dos Ilh é u s, t e v e a sua estru tu ra adminis
t r a t iv a e sta b e le c id a dcntr‫ ״‬dos pac^rões c e r a is acima referid o s,A s
suas p ec u lia rid a d e s frratr d ccorren tcs ‫’־‬a e s p e c ific id a d e de sua hi^
t ó r ia e dca condicionam entos particul?.r^.s da estru tu ra a i implan­
ta d a .
A doação f o i f e it a ao escrlvão-m or Jorge Figueiredo Correa,que de
v id o as a tiv id a d e s que e x e r cia na Corte^ não se deslocou para efe
t iv a r a ocupação do t e r r it ó r io que lhe havia sid o des tin a d o. Entre
gou a adm inistração a F rancisco Romero, que se deslocou para a â-
rea na t e n ta t iv a de c o n c r e tiz a r a colon ização.
I n ic ia lm e n te e l e t e r ia optado p ela Ilha do Morro de São Paulo pa­
ra a in s t a la ç ã o da sede da c a p ita n ia , ponto r a d ia l de onde p a r ti­
riam to d o s os estim ulos n e c e ssá r io s ao sucesso almejado. Parece
que a p o siç ã o e s tr a té g ic a , quanto as p o s sib ilid a d e s de d efesa dos
ataq u es dos in d io s , f o i o fa to r considerado de maior relev â n cia na
tomada de t a l d ecisã o . Porém a d ificu ld a d e de obter ãgua p otável
ero quantidade s u fic ie n te para manter uma população, que se espera
va que c r e s c e s s e rapiegamente, e a lim itação e sp a c ia l de te r r a s , o
que d i f i c u l t a r i a futuras expansões, o levaram a optar por outro
l o c a l.
A nova zona e sc o lh id a é one’s s e encontra a cidade de Ilh éu s,q u e ga
t i s f a z i a plenamente ‫ ד‬t o d a e a s e x i g ê n c i a s p r é -e s ta b e le c id a s :te r r a s
de boa qualid ade e cora p o s s ib ilid a d e de expansão constante e con­
tin u a , ãgua p o tá v el abundante, porto de a cesso relativam en te sequ‫־־‬
r o , se considerarm os ?.fv c a r a c t e r ís t ic a s da c o sta m eridional da Ba
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Bahia^ e xim amplo sistem a f l u v i a l , importante para a penetração


para o in t e r io r .
A reg iã o era^ n esse perí'.do, acunada por in d io s Tupiniquin com os
q u ais foram e sta b e le c id a s r e la ç õ e s de escambo‫ ־‬Os in dios dedica­
ram-se ao fornecim ento de alim entos a‫~׳‬s co lo n o s, (caça, p esca ,fru
t o s , r a iz e s , tu b é r c u lo s), de madeiras para construção de prédios
e em barcações, e ao trabalho de derrubadas e p la n tio das roças,em
tr o c a de ferram entas, roupas e outros u t e n s ilio s introduzidos no
seu consumo a p a rtir do moment^ em aue entravam em contacto com os
p o rtu g u eses‫ ־‬Essas rela çõ o s de caráter ‫י׳ל‬ac 1 f ic o e de certa forma
sim é tr ic a s in icia lm en te estabelecJ.das, permitiram aos colonos e à
v i l a um florescim en to i n i c i a l , • T’.e se con cretizou na construção
dos prim eiros engenhes c= ‫ י‬i n i c i r da í‫נ‬X‫יי‬ortação de açucar para Sal
vador, o grande centro ‫?־‬xp.‫)־‬rtadf,r‫ ־־‬in ‫״‬crtador da época‫־‬
No en ta n to , a transf‫'־‬rnacão da simotria "”essas rela çõ es já estava
p r e v is ta na nrónria Carta de Doação., que se garantia ao Donata
r io o d ir e it o de ''envie‫ ׳‬de 24 escrav 3 aue se perm itia poder anu­
almente remeter em s 2up ^.avio3 a‫ ־׳‬ncrt‫׳‬:‫ ־‬de Lisboa, por marinheiros
e grumetes todos ‫־‬:s escrav'>s qua b£i^ qu isesse" (Lisboa ^ SilvaCam
p o s, 1947 p g 1 2 ‫)־‬
Porém, no in i c i o havia uma captura do in d io s em ftquena e s c a la , de
co rren te da necessidade de s a t is f a z e r o sentim ento de curiosidade
p elo exotism o das terra s e populações b r a sile ir a s»
à medida em que o processo de colonização f o i se tornando mais ex­
te n s iv o e ex ig e n te de trab alho siste m á tic o , os colonos começaram a
a lt e r a r suas re la çõ es com os grupos in d íg en a s‫ ־‬As te n ta tiv a s de es
cra v iza çã o dos Tupiniquin (Nota n92) começaram a se tornar mais e ­
f e t iv a s e organizadas e a nrov' car reações co n trárias por parte dos
in d io s , que não aceitavam as novas modalidades de relacionam ento‫־‬
Como ponto de apoio 5. açãr‫ ־‬dos colonos, os aldeamentos j e s u ít ic o s
começaram^ a serem^jjnnlantad^na área‫ ־‬Os de Vera Cruz, na ilh a de
Ita p a r ic a , Tinharê, Nossa Senhora dc Tapetinga, Camamú,São Miguel
de Taperaguá foram in sta la d a s nessa o ca siã o , com o apoio do admi­
n istr a d o r da Capitania e dos co lo n o s‫ ־‬A ação dos padres da Compa­
nhia de J esu s estava voltada para a " o a cificação" dos in d io s . a jus■‫״‬
tand 0 “ 0 s aos novos padrões com;:crtaipentais da sociedade nascente .
que era na rea lid a d e um p r ‫־‬lonaamento da portuguesa.A través da ca­
te q u e se se propunham a elim in a r as d iferen ças c u ltu r a is , afastando
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o que consideravam cono sendo pr*orio ila natureza e da brutalida­


de incorporado aos indios, e instaurando a nova ordem da cultura
e civilização, do qual a 1y>etrópole e a Igreja eram os renresentan
tes efetivos‫ ־‬Como julaavam ter esi^a grande missão salvà3‫׳‬i^nista
sob sua responsabilidade, criam ter o direito de impor seus parlrões
e utilizar para tal as várias medidas coercitivas (castigos, pri­
sões, jejuns, disciplina, rezas, mortificações) e sugestivas ( au
tos, peças teatrais, exemrlo pessoal^ festas religiosas, pregações
danças e cânticos) dis’‫־‬cniveir; n‫ ׳‬seu arsenal teoricr e prático,çle
ação missionária. (ViJe Azeved!; ^ SchadGn,1976 p.365/384)
O resultado dessa açã‫׳‬: conjunta entra colonos, com sua técnica de
escambo, e os jesuitas, com sua açã‫ ־‬catequética, foi reforçar o
sedenterismo dos Tupiriquir , transf~>rTnando-os em trabalhafiores a­
grícolas apropriáveis não sõ pelos ‫״‬ró^ri^-s jesuitas para o funcio
namento dos seus enai-nh^-s, mas tambc.’n ‫'״ ־‬r particulares, que na me­
dida em que iam ampliando suas ativi‫־־'׳‬.'r s agrícolas, tornavam-se
mais carentes ■^e mã: ‫;‘־״‬-:'bra. Outrr■ ofeito desastroso para os gru­
pos indigenas foi ■‫ ־‬aumento da tr.y.a '‫י‬£ mortalidade em sua população
em decorrência c’as alterações intro'^’uzidas no regime alimentar, do
contágio desencadead:^‫ ־‬pela convivência forçada com pessoas contami
nadas, e dos novos 03^-‫ז‬.‫יזר‬,-‫ ני‬de hiaiene im’0 '‫״‬st0 s pelo moralismo dos
jesuitas. (Vide Neves,1978) Também a sua estrutura social sofreu
um processo de desintegração violento, que implicou no rompimento
dos laços de solidariedade que garantiam a articulação da estrutu­
ra social, e que as tornava capazes dese oporem ao avanço dos por
tuguêses e de garantir a manutenção de ethos tribal.
A reação d08 Tupiniquin foi o desencac^ecimento de uma revolta que
levou a destruição ‫'־‬arcial da vila cio Ilhéus e dos engenhos insta­
lados nos seus arredores. Um colono, Pedro Borges, que morava na vl
la, escrevia a D.Joio III, analisando a ‫ ־‬situação vivida naquele
momento e afirmava que a tentativa de escravização dos indios era
a grande resnonsável ‫־‬ela sua reação. Narrava também os efeitos da
ação dos indigenas, assim como a repressão desencadeada pelo Gover
no. (Borges, 1550, iji MARCHANT, 1943s99) . Aliás, a repressão, violen­
ta e eficiente, teve sucesso rã»‫'־‬ido devido â desestabilização demo
gráfica e social acima referidas^ c^ue eram consequência das rela­
ções de dominação que se estava‫ ’־‬estabelecendo.
O r e su lta d o con creto ^’a r e v o lta :‫־׳‬ara os Tuoiniquin f o i a redução
brusca do seu contigente den.ogrS.flco, o ace leramen to de sua desa-
gragação social g a efetivação dn. cscratura, contra a qual haviam
se insurgido‫ ״‬Soh a justificativa r’e o s colonos terem direito a u
ma indenização relos r-rejuizos nue tinham sofrido dos indios ,estes
foram condenados a ressarcirem 0 ‫ כ׳‬danos com trabalhos^ gratis, que
Toermitisse a reconstrução das roças e engenhos. Ê claro que a es­
tipulação de quanto trabalho seria necessário para amortizar a dí
vida, fugia ao controle do grupo étnico dominado, que passou nare
alidade a ser engajado não só no nr‫>~׳‬cesso de reconstrução ,mas tam
bém de expansão‫־‬
Isto pode ser visto como temporária servidão por divida, que ten­
deria a tornar-se permanente, e gue só se diferenciava da escravi
dão por não haver aprooriação T-r^priamentc dita do trabalhador ‫־‬No
entanto, na prática, funcionava como tal‫־‬
Para o capitão-donatãrio e sua família, no entanto, tal revoltapa
rece ter representado prejuizos crncrctos ou desistimulo quanto a
continuidade do projoto‫ ־‬Optara!?... portante ^ pela venda da Capita­
nia a Lucas Geraldes; que encontrand ‫י־ ׳‬. escravidão indigena insti
tuida, na prática, procurou calcar~se nela e realizar novos inve£
timentos financeiros, oue atrairara colonos e estimularcim a o
cupação de novas áro?.9 c:r> a ’‫־׳‬rof.uç‫ •'־‬aoucareira destinada a ex­
portação.
Aparentemente após este :‫־‬rineiro embf?te s 3 teria processado uma es
tabilização ou acomodação entre os 3.±-^‫ י‬segmentos étnicos, decre­
tada pela incapacidade dos gr1:.{.cs indígenas reagirem â dominação
que lhes era imposta. Os efeitos dessa nova situação de acomoda -
ção e exploração se fizeram sentir na retomada do processo de ex­
pansão, na conquista e ocuoação de novos espaços com canaviais e
engenhos. No entanto, o desiquilibrio demográfico provocado por u
ma epidemia de varíola junto às comunidades indígenas atingiu o
sistema num dos seus aspectos mais vulneráveis ‫ ־־‬a dependência da
mão-de-obra indigena escravizaca para efetivar o projeto de expio
ração econômica.
A epidemia se desencadeou era 1560 e atingiu principalmente as al‫>־‬
deias indigenas, chegando a provocar a morte
população, segundo os cálculos dos próprios jesuítas» Daí os colo
nos e fazendeiros ootarem pelo sistema r‫י‬e bandeiras, que penetran
do no interior buscavam aprisionar os Aimoré para cora os descimen
15

d escim en tcs suprirem aa sesm arias e as roças com os trabalhadores


que n ecessitavam . Porém e ssa tentative, de s u b s titu ir os jã quase
e x tin t-'s Tupiniquin p elo s Aimoré; ’^rrvocou reações inesperadas, jã
que e s t e s ainda não haviam so frid c d e se sta b iliz a ç õ e s demográficas
e s o c ia is e puderam rea g ir às te n ta tiv a s de apresamento com a gu^
ra contra os colonos e suas propriedades‫ ־‬As reações i n i c i a i s pro
vocaram a contratação, p elo Governo Geral, de bandeirantes p au lis
taSf mais experimentados na lu ta contra comunidades indigenas, o
que correspondeu a decretação de querra aos Aimoré‫־‬
Os ataques dos Aimoré culminaram nc incêndio dos can aviais e enge
nhos, além de algumas v i l a s , e na morte de escravos african os e' .
tipiniquins além de colonos r^ortugueses 0 ‫ ־‬abandono das roças e se_s
marias p e lo s sobreviventes f o i o e f e it o mais im ediato, que gerou a
d e sa r tic u la ç ã o do processo produtivo‫־‬
Essa nova c r is e provocou a fa lê n c ia do empreendimento agrário-ex-
portador. A cap itan ia transform ou-se 8m mera produtora de su b sis­
tê n c ia , capaz de garantir a reprodução ca mão-de-obra já a l i esta
b e le c id a , mas incapaz í e o fe r ec e r a tr a tiv o s s u fic ie n te s para a ins
ta la ç ã o de novos colonos com in te r e sse ■"e se angajarem no soergui
mento da ca p ita n ia .
As d ív id a s parecem te r se ‫׳‬-.cumulado om t a l proporção, com a inca­
pacidade de e fe tiv a r “se uma produçã;‫ ■־‬co ra ercia lizâ v el, mesmo a n_1
v e l de produtos de su b s is tê n c ia , corao o corria com outras v ila s l i
torâneas que pendiam para Salvador, que a fa m ília G iraldes termi­
nou por t e r a Capitania con fiscada pela Coroa, para ressarcim ento
das c ita d a s d ívid as em 1744.
Assim em Ilh é u s, in ic io u - s e uma nova etapa ad m inistrativa,que con
c r e tiz o u e s s a tendência ao isolam ento econômico da área‫־‬
Um dos prim eiros e f e it o s sen tid o s fo i a interrupção de investim en
to s por p a rte da Coroa. Não havia in te r e s s e na aplicação de recur
so s na r e g iã o . O seu marasmo econômico era um desestim ulo agrava­
do p e lo s ataques co n sta n tes dos in d ios dn in te r io r , a quem os co‫־־‬
lon os recorriam para ober escra v o s, já que suas posses e a lim ita
ção de p e r sp e c tiv a s de desanvolvimento não lhe permitiam te r aces
so os a fr ic a n o s , que pressupunha investim ento i n i c i a l demasiado
elevad o para as suas p o sse s.
Além do d e sistim u lo econômico, para a Coroa a área sul da Bahia -
16

- c a p ita n ia s de Ilhéus e Perto Seguro ‫ ־‬transform ou-se em área es


t r a t ê g ic a . A sua conserv‫׳‬:..çãG como região :^.e matas fechadas e ha­
b itad a por v á r io s grupos indígenas "selvagens" s a t is f a z ia a nece£
sidade de haver uma b arreira natural que im p o s s ib ilita s s e o ace^
so às minas de ouro da ca p ita n ia de Minas Gerais» 0 co n tro le era
r ig o r o so , tan to no que s g r e fe r ia ás exportações de ouro-cobran-
ça de taxas - quanto ãs importações ‫ י־‬taxação de escravos vindos
da A fr ic a , gado vacum cu muar, cargas de fazendas seca ou molha­
da, c o m e stív e is , ferro^ açr.,- p51v‫)־‬ra e o que não fo sse de v e s t i r ‫־‬
Os únicos acesso s permiti^-^os eram p elo s r io s Jequitionha e Mucu-
ry , e ao longo de seus cursos havia inúmeros grupos de funcionâ-
r io s da Coroa, que fisc a liz a v a m com gran üe r ig o r as exportações
e as im portações.
Culminando e s s e s in te r e s s e s con cretrs Coroa com r ela çã o a área
a d ific u ld a d e , em Portugal ^ de obter m.‫־־׳‬.c'.eira apropriada para a
construção naval, fê ‫ ״‬la d ecreta r o m;n‫ ";;־־‬lio r e a l das madeiras
das matas do su l da Bahia, estab elecen d o mais um fa to r de e s ta -
gnação econômica e de sua m arginalização do e ix o a g râ rio -ex p o r-
ta d o r.
As queixas dos colonos in s ta la d o s no lo c a l eram c o n s ta n te s, como
se pode observar nesta p e tiç ã o enviada a:..' r e i p ela Câmara de I -
Ihéus em 1748
" Senhor, os ju iz e s e v erea d o res, do Senado e C apitania dos Ilhéos
do Governo Ultramarino da Cidade da Bahia abaixo a ssin a d o s repre
sentam humildemente a V‫־‬M. a grande pobreza e suma m iséria com
que labutam os moradores da d ita v i l a sustentando a vid a com a
maior parcimônia en tre to d o s os pr-vcs do B r a s il por f a l t a de e s ­
cravos e terem decaidc c s p reços dos poucos e f e i t o s com que se
acham e a força de seus b raços poden p ro d u zir, vendo~se vexados
cora lama in veterad a aversãcí do g e n tic brav:‫ ׳־‬que in f e s t a os ser -
tõ e s d esta v i l a , lhe impede a cu ltu ra de suas lavouras e 0 u tr 0£
sim tem f a l t a de n eg ó cio s p e la onosição da barra”. ‫( ־«־‬Manoel Al.
v es M onteiro, I lh é o s , 3 0 5 /1748, ;\CCIOLI, S ilv a 19252388)»
Assim, podemos c o n c lu ir que e s s e períod.o compreendido e n tr e os
s é c u lo s XVI e XVIII c a r a c te r iz o u -s e p ela t e n t a t iv a de p a r tíc u la
r e s - os c a p itã e s d o n a tá r io s, colon cs e fa z e n d e ir o s ‫ ״‬de implan
tarem um sistem a econômico v o lta d o para a exp ortação,n o caso o
açu car, mas que devido às d ific u ld a d e s e x is t e n t e s e agravadas ‫־‬
17

p e la s con tra d içõ es e or n,s±ções e s ta b e le c i las interna e externamen


t e as r e la ç õ e s ccm os Tupiniquin e Aiia^rS - culminaram no abando­
no do p r o je to i n i c i a l ‫־‬
A produção agrãrio-exportadora teve r:m alguns momentos surtos con
sid erad os prom issores e c a ‫׳־־‬azes -lo p.-'tivar novos investim entos de
c a p it a l e a in s t a la ç ã ‫־‬. ds novas levcis de colonos no seu t e r r it ô -
r io . No en ta n to , a sua d esa rticu la çã o geroiA movimentos emigra to r i
os conairantes que culminaram no despovoamento da cap itan ia e no re
tr o c e s so da ativid ad e econômica, que se tornou meramente de sutsi^
tê n c ia , que, combinada com a caça e a c o le ta , garantiu a sobrevi­
v ên cia dos que não abandonaram Ilh éu s, concentrando-se a população
no l i t o r a l .
Agravando e s s e quadro, as chamadas condições da barra de Ilh éos -
com seu constante assoream ento, impunham ainda maiores d ific u ld a ­
des a exportação dos produtos de su b sistê n c ia e a imoortação de
manufaturados, o que transformfiva a n a ir r ia das v ila s lito râ n ea s
da c a p ita n ia em m iseráveis povoados habitados por uma população
r a la e pobre.
As re la ç õ e s mantidas c:;n s grupe s indigenas da área, n esse perí
odo, eram de choques c c n s t-n te s . A necessidade de obterem escra­
v o s, fa z ia os colonos in c e n tiv a r as bandeiras e os descimentos ,
provocando as reações gu erreira s dos gru0 '‫־־‬s do in te r io r ,que, pre£
sionados p e lo s deslocamentos gerados ‫־־‬ri a ocupação de MinasGerais
se deslocavam para o l i t o r a l na bufica de novos espaços. Daí de­
co r r ia outro tip o de rela çã o oposta ‫ ״‬os grupos indígenas de -
b aixa dehfildade dem ográfica, pressionadas p elo s brancos,com suas
bandeiras e p e lo s grupos in d igen as em migração forçada, optavam -
por e s ta b e le c e r rela çõ es p a c ífic a s e aceitarem os aldeamentos
j e s u í t i c o s , cada vez em maior número na área - N.Sra. da Escada
de O liven ça, Missão de Sao F id e lis do do r io Una, A ldeia de N.Sra.
da Conceição dos in d io s Grens nos r io s Fundão»
E sses aldeam entos, no en ta n to , eram presas fá c e is dos bandeiran­
t e s e de o u tro s grupos in d igen as não aldeados, o que agravava bas
ta n te as su as condições de v id a ‫ ־‬As d ific u ld a d e s de manterem em
funcionam ento as unidades _ rod u tiv a s, que lh es devia garan tir o
s u ste n to , to rn a v a -se ainda mais problem ático, já que eram cons­
tantem ente p ilh a d a s e os instrum entos roubados.
13

O SfíCULO XIX E A SITUAÇÃO ECONÔMICA DA


PROViNCI?■ DA BAHIA.

A Bahia do sé cu lc XIX a‫־־‬resen ta como c a r a c te r ís tic a o agra


veunento das contrad‫־‬çces do seu modelo agrário-exportador«Pode-se
observar a p a r tir dos r’ar’.os dis;poní7eis que fa to res in tern os e ex
te m o s superpoem-se nesso período, ger‫׳‬-?.ndo s e r io s problemas econo
m icos, s o c ia is e fin a n c e ir o s v iv id o s pela P rovincia.
O p rocesso de expansSc gerada pelr_ Revolução In d u stria l a n iv e l -
mundial, acentuou a tendencia da d iv isã o in tern a cio n a l do traba-
Iho, reservando aos p a íse s não~industri:>lizados, o papel de produ
to r e s de m atérias-prim as. A decadencia c.o sistem a co lo n ia l,ñ a s suas
v a r ia s m anifestações na América L a tin a ,co in cid e com a d esa rticu la
ção do cap italism o m erca n til, apelado no monopolio com ercial d e ti
do p e la s m etrópoles. No e n ta n to , o ca^^italism o-industrial ex ig iu
na sua a r tic u la ç ã o com os mercados urna a g iliz a ç ã o das rela çõ es a
serem e s ta b e le c id a s, eliminando as interm ediações, ampliando e fa
c ilit a n d o o comercio en tre produtores e consumidores.
Em termos de B r a sil, o rcmpiment desse sistem a a n terior se pro­
cessou com a transmigração da Família Real *oara o B r a sil em 1808.
Com a abertura dos portes às nações amigas, o que se observou fo i
o acentuamento do caráter dependente da economia b r a s ilé ir a , jã
que reafirm ou a sua p osição de p ais produtor de m atérias primas e
importador de manufaturados.
E n tretan to, com a elim inação da intermediação de P ortugal, o que
se co n sta to u f o i a a p lica çã o de c a p ita ls portugueses no sistem a -
produtivo e na ativid ad e com ercial b r a s ile ir a , provocando uma apa
ren te e u fo r ia com a c a p ita liz a ç ã o de determinados s e t o r e s ,e que
p erm itiu a criação de uma in fr a -e str u tu r a fin a n ceira direcionada
para a exportação.
A manutenção da estru tu ra agrário-exportadora nos moldes tr a d ic io
n a is de produção, perm itiu a manutenção da e l i t e agrária com o po
der de d e c isã o p o lít ic o e s o c ia l, pressionando o governo no se n ti
do de manter in a lter a d a s as relações de produção, o gue im possi­
b i l i t a v a ‫ ם‬surgimento de um mercado intern o dinâmico, que ofereces
se a lt e r n a t iv a s econômicas à pequena orcpriedade, que não a expio
19

exploração de su b sistê n c ia a nlv31 f im ilia r . As te n ta tiv a s nue ae


fizeram era tesroos 6e sistem a " r‫־‬dutivc fora dos padj?ões de grande
pyopriedade exportadora e m‫ר‬noc^ltora, soh a forma de co lo n ia s es
tr a n ^ eira s ou‫ ־‬n a cicn a is, se rrccesstiram nas reg iõ es de fron teira,
em áreas ainda não en volvid as nc sistem a agrãrio-exportador.
Ao manter essa estrutvir?.; n Província vivi.a com ’oarte de sua popu
lação economiçamante :\ti\^a margi nal i ! ‫׳‬:‫־־ ר'כ‬or não esta r in serid a no
c ir c u it o com ercial, r ■‫־‬ue ‫ יד‬im p o s s ib ilit‫ ־‬va de se c a p ita liz a r , e ,
Consequentemente, se mcdornizar, in tr auzindo novos padrões de re
la ç õ e s econômicas e s c ç ia is lib e r ta s ‫'’׳‬.r.s formas tr a d ic io n a is de -
clien t43.ism o, rredorrinantes na região de produção açucareira e pe
cu ã ria .
Essas grandes unidac'es ro ‫ך‬u tiv a s representavam os b alu artes de
r e s is t ê n c ia a modernização e â introdução de rela çõ es de trabalho
maiç modernas - as a ssa la r ia d a s. Apesar ce encontrarmos t a is rela
ções nas grandes propriedades, nãc perlemos afirmar que fossem as
dominantes» Parece que a situ a çã o de "moradores", em que se lhes
o fe r e c ia n , lo t e s de te r ra dentro dos la tifú n d io s , permitindo que
cu ltiv a ssem roças de su b sistên cia ., eran as rela çõ es predominantes
em qxie os v in cu las de subordinação eram p arte in teg ra n tes e funda
m entais, garantindo o p r e s t íg io p o lít ic o e s o c ia l do la tifu n d iã -
r io . (Vide nota n3)
Essa r ig id e z e stru tu r a l dc sistem a produtivo, lim itava s e n s iv e l­
mente as p o ssib ilid a d e s de serem adotadas a lte r n a tiv a s dentro do
modelo econômico.Daí acentuaram-se as vu ln era b ilid a d es de toda a
e str u tu r a , tom ando-a cada vez mais r^.epenclente das flu tu a çõ es ex­
tern as do mercado consumidor das n r . t ê r i r ‫־‬-•‫ ;״‬rimas aqui produzidas.
Os produtos econômic':s v‫־‬üe co!B|p«nham a pauta de exportações da
Bahiâ n e sse período erams o açucar, ‫ ־־׳‬algodão, o fumo, os couros,
c a fé e aguardentes,alem de outros de menor rep resen tativid ad e.
Tentaremos a n a lisa r os fa to r e s in tern os e os externos que faziam
com que a balança com ercial da Província se encontrasse nesse mo
mento - sé c u lo XIX ‫ ״‬em descompensacHc, apresentando um d e f i c i t
b a sta n te s ig n if ic a t iv o , obrigando as e l i t e s p o lít ic a s a repensa­
rem a lte r n a t iv a s econômicas que tornassem v iá v e is as finanças da
P r o v ín c ia , sem prcvccar vima rutura nas a lia n ça s p o lít ic a s estabe
le c id a s com os latifun-^irãrios do Recôncavo e do norte.
20

Dentre os f a to r es in tern ‫־׳‬s rasponsSveis pnla c r is e , indicaremos a­


penas a lg u n s, ;ue connidsranos mais sig n ific a tiv o s «
João Rodrigues f.e B rito , na sua obra "Cartas E con ó m ico -P o lítica s^
bre a A gricu ltu ra e Comércio da Bahia", como contemporâneo e defen
sor da l i v r e - i n i c i a t i v a , apontava uma s é r ie de d ificu ld a d es vividas
p e la economia haiana, f.‫׳‬ue afirma sereiri ‫ ׳‬s p rin cip a is entraves ao de
senvolvim entc e ao prc tjrssso« Considerava a e x istê n c ia de fo r te s ccn
t r o le s ex ercid o s pelo Governo como entraves sério s,q u e s5 através
de uma reformulação mais profunda na estru tu ra adm inistrativa ,pode
r ia p erm itir a a g i l i 2 aç‫־‬ão do processo produtivo.
Reclamava da obrigatoriedade de plantarem mandioca em determinadas
áreas de suas propriedades, alegando r;ue lh e s era retirad o o direi^
to de plantarem produtos exp ortáveis na to ta lid a d e da propriedade,
o que representava p o s s ív e is p reju izo s ao reduzir o lucro obtido -
com a venda de açucar‫ ־‬Outra queixa muito difundida na ocasião se
rela cio n a v a com a vinculação o b rig a tó ria do pequeno produtor ao la­
t if u n d iá r io , já que e x i s t i a uma le g is la ç ã o extramamente r íg id a e
d ific u lta d o r a da p o ssib ilid a d e do construção de engenhos, engenho­
c a s, fá b r ic a s , alambiques e armações ‫״‬e pescar. Assim sendo,a t e -
nência d e sse s meios Jle: prrduçãc se rostrin riam a determinados se 2
mentos s o c i a i s , mantan‫״‬r as fo r te s vin cu lac5es de c lie n te lism o e
a permanência da mesma estru tu ra de dominação e l i t i s t a . (Brito,1924)
Outra c r í t i c a f e it a à " r l í t i c a ecrnônica d o período era a p ro ib i­
ção de venda, diretamente p olo produtor, após uma especulação l i ­
v r e , o que lh e p erm itiria a obtenção de melhor preço. O mecanismo
adotado era o de recolh er os profutos ao C eleiro Real, que então
os r e d is tr ib u ía através d ‫־־‬G vendedores nomeados pelo Senado. Ose-
f e i t o s n e fa s to s de t a is medidas eram a f a lt a de con trole dos pre
ços p e lo produtor, a obrigatoriedade de longos deslocam entos,e o
armazenamento das mercadorias em lo c a is não apropriados, que im­
plicavam no emagrecimento das reses e no deterioram ento dos pro­
dutos a g r íc o la s , gerando p reju ízo s e in s a tis fa ç õ e s .
Esse c o n tr o le r íg id o de com ercialização era também apontado como
r esp o n sá v el p ela maior vu ln erab ilid ad e dcs produtos baianos â com
p e tiç ã o dos produtos e s t r a n r e ir c s . vendidos livrem en te‫־‬
Outros fa to r e s apontados p elo autor eram a ausência de bom s is t e
ma v iá r io , p o rtu ário e de p on tes, ^‫ך‬ue perm itissem a f á c i l tran s-
21

tr a n sp o siç ã o dos vâri^.s r i o s , a f a lt a áe uniformidade no sistema


de p esos e medidas u ti 1 1 2 3 0.‫ר‬0‫ י‬nos nGg6ci:s^ a carência de bom s is -‫׳‬
*tema de saõdo pública,- •‫־‬:uc red u zisse a a lta taxa de m ortalidade,
p rin cip alm en te de escrnv s , mas .jue tam’jéra a tin g ia a trabalhadores
r u r a is e moradores, e :‫׳‬rovccava o despovoamento de determinadas ã-
reas in te r io r a n a s de P rovin cia, gerando carencia s e to r ia l de mão-
de-obra.
Havia f a l t a de c a p ita l de g ir o , principalm ente, após a Independen
c ia , quando o se tc r com ercial f o i fortemente atingido p ela r e tir a
da dos n egocian tes portugueses, assim como p elo s fin a n c ista s en­
v o lv id o s no processo‫ ־‬Os empréstimos eram rea liza d o s p ela s casas
de exportação, o que tornava vulneráveis ‫־׳‬s produtores as especu­
la ç õ e s de p reços, culminando, muitas v e z e s, na perda das proprie­
dades para os comerci?.ntes. Outro t i r ‫׳‬r de empréstimo comum era o
f e i t o p e lo s grandes rr‫־׳‬p rietâri^ s 'iretam ente ao pequeno produtor
o que provocava numa acon‫ ׳‬mia em c r is e de com ercialização,a inca­
pacidade d e ste s saldarem as suas clívi Tas e na incorporação de suas
te r r a s aos la tifu n d io s , como fc r 11.a ds pa‫׳‬jamento.
O carãter a r isto c r á tic o da ten en cia das te r r a s era um dos mecanis­
mos mais reacion ários e x is t e n t e s , na ner-iífa em que im p o ssib ilita v a
que segmentos mais mccern''’S e dinâm ic.s s3 apropriassem dos meios
de produção, instaurando r e la ç õ es m^is e f ic ie n t e s de exploração
econômica.
No toca n te às técn ica s de exploração da te r r a , o que se observava
era a manutenção dc sistem a tr a d ic io n a l, levando a um processo de
degradação do s o lo , cc:m o seu empobrecimento. As queimadas eram
ainda amplamente u tiliz a d a s an adubos, f •ssem animais ou v e g e ta is ,
não eram u tiliz a d o s ‫ ז‬ara recompor o e c u ilíb r io orgânico do solo .
As té c n ic a s eram as de co iv a r a , e a enxa:Ta era quase que o único
instrixmento u tiliz a d o .
Outro f a to r de grande resp onsabilid ad e na degradação do so lo era
o h áb ito mantido de s e cr.ntinuar •?. n r ver c s engenhos a lenha sem
u t i l i z a r a força h id r a u lic a . Os d e snatamentos constantes e , cada
ve? em m aiores propcrç~es, expunham ‫ ׳‬s o l e a erosão e â l i x i v i a ­
ção, provocando o surgimento de grandes d eserto s e sté r eis« A té en
tão a so lu çã o tinha sid o o d e promover a ocupação de novas á reas‫־‬
Porém, e s s e sistem a de exploração tro;.'ical, calcado na depredação
de riq u ez a s n a tu ra is secularm ente acumula■ “.as nas terra s virgen s ,
22

te v e seu lim it e d efin id o p ela própria fin itu d e de espaços a serem


ocupados nos mesmos moldes, principalm ente, aqueles considerados
adequados ao p la n tio da cana.
Havia chagado o momento de ra cio n a liza r a exploração e r e a liz a r
in v estim en to s v u ltosos na te n ta tiv a de recuperar os so lo s desgas‫״‬
ta d o s. E ntretanto, não havia c a p ita is n ecessá rio s para a r e a liz a ­
ção de t a i s investim entos e as condições do comércio externo não
permitiam nem a c a p ita liz a ç ã o e nem os estím u los para t a is aplica
ç õ e s.
Uma outra opção¡, que não a de sim p le s Investim entos, era a de se
transform ar a estrutura de tenencia d.a terra criando-se uma estru
tura mais â g il e menos a r is to c r á tic a , porém que co n tra ria ria a to
dos os in te r e s s e s da c la s s o dominante, fazendo com que se procura^
sem a lte r n a tiv a s que perm itissem a manutenção de t a l estruturada
in a lte r a d a , resguardando 03 p r iv ilé g io s d o s la tifu n d iá r io s e dos
com erciantes voltados para a exportação de produtos a g r íc o la s de
ampla a c e ita çã o no mercado in te r n a c io n a l.
A seca , bastante severa durante o século XIX, f o i outro fa to r de
grande rep resen tativid ad e na d esa rticu la çã o do sistem a produtivo»
Levando ao empobrecimento os pequenos p ro p rietá rio s « a marginal!
zação os a ssa la r ia d o s, transformando num?, população potencialmen­
te ameaçadora ao sistem a q‫־‬a e se d e s lo c a v a p elos caminhos da Pro­
v in c ia , concentrando-se em v ila s e c id a d e s lito r â n e a s, sem contu­
do encontrar colocação p rod u tiva‫־‬
Também a pecuária f o i fortem ente atin g id a na Bahia, nos moldes em
que era exercid a na área n o rte, onde tradicionalm ente havia se in£
ta la d o ‫ ־‬As causas dessa situ a çã o forair a s seca s, a decadência do
mercado consumidor lo c a l a principalm ente a perda do mercado minei
r o , que com a fa lê n c ia da mineração, não s5 deixou de ser compra­
dor, como também passou a ser produtor, competindo diretam ente oora
o produto baiano no seu prõprio t e r r it ó r io , principalm ente no sul
da Bahia.
A d e sa r tic u la ç ã o desse sistem a produtivo a tin g iu não apenas aos
c r ia d o r e s, mas também aos comerciantes de gado, gerando a descapi
ta liz a ç ã o d esses d ois segmentos s o c ia is , agravando a c r is e econô­
mica e fin a n c e ir a v iv id a p elo Norte da P rovíncia.
Posteriormente, essa a tiv id a d e econômica v a i se desenvolver de for
23

forma siste m á tic a no Sudoeste da Bahia, na região de V itoria da


Conquista, como um complemento do mercado surgido com a c a p ita liz a
ção de se to r e s a g ríco la s voltadas para a produção do cacau e como
urna extensão da área de criação de Minas Gerais,
No en ta n to , foram as causas externas as grandes responsáveis pelo
agravamento dessa c r is e e pela geração de fa to res que não perm iti­
ram a adoção de a lte r n a tiv a s que recuperassem os seto res tr a d ic io ­
n a is de produção do Reconcavo e do norte da Provincia.
O prim eiro grande impacto de carater glo b a l f o i a p o lít ic a an ti ‫״‬
tr á fic o in s titu id a pela In glaterra, que v e io questionar a manuten
ção do sistem a esc ra v ista de trabalho predominantemente adotada na
re g iã o .
A ação in g le sa apresentava coerência cem a necessidade que tinha
essa potência de in s ta la r o capitalirm c in d u s tr ia l, acentuando a
d iv isão-d e-trab alh o in tern a cio n a l pela a•'‫ד‬iliz a ç ã o da produção hra
s i l e i r a com a instauração de um modo-dG•'^‫ר־‬r‫ ז‬dução em que predcmi ‫־־‬
aasse o trabalho assalaria^‫'־׳^־‬, capaz c r ia r um mercado consumid>r
a tiv o para os seus prcdutcs manufaturados.
Para a economia lo c a l t a l decisão r e f l i t i u - s e no agravamento do
problema de acesso a m ão2'‫־־־‬e-obra barata, que g a ra n tisse a reprodu
ção do sistem a sem a necessidade de co n cretiza r investim entos vul
to s o s . Ninna área em que a taxa de mortalidade dos escravos era su
p erio r à de natalidade, e em que a d esca p ita liza çã o tornava a lta ­
mente problemática a adoção do trabalho a ssalariad o e a realizarão
de investim entos elevados para repor os escravos, a questão se co
locava de forma alarmante.
A retração do mercado in tern a cio n a l, no que se r e fe r ia à coloca­
ção de produtos a g r íc o la s gerados na Bahia, r e f l e t ia - s e diretamen
te na estru tu ra produtiva e fin a n ceira . Ao agravar-se a c r ise com
as d ific u ld a d e s de compra de escravos por preços baixos aliad as à
n ecessid ad e de r e a liz a r investim entos v u lto so s para recomporá qua-
lid ad a do so lo e a de modernizar a produção para conseguir maior
prod u tivid ad e, criou im passes d i f í c e i s de serem superados.
v á r io s produtos vinham sistem aticam ente sendo a tin g id o s ^ela retra
ção ,Destacaremos d ois d e le s , por considerarmos que eram os mais
ij^ o r ta n te s e por envo^-verem maior quantidade de mão de obra, as­
sim eomp maiores in vestim en tos.
24

O açucar enfrentava a concorrência do producido? palas ^tíXtiasr e


p elo de beterraba da Europa, restringindo violentam ente as capaci­
dades de exportação e a cardtalização e mrdernização do s e t o í ‫־‬. En
tr a ta n to , e s 3 e produto s c fr ia variações c i d í c a s de recuperação no
mercado in tern a cio n a l, o que fa zia con raie os produtores se opuse^
sem violentam ente a tr a n sfc r é n c i ‫'׳‬. ‫? ־‬ra outros mercados da mã0 “âe‫־‬
obra excedente, que começa a se adensar em v o lta dos engenhos‫־‬Essa
fo r ç a -d e -trabalho era incorporada nc 3 nr‫׳־‬nentos de melhoria r e l a t i ­
va e temporária do mercador, e nos ‫־‬. rír:‫^־־‬s de c o lh e it a ‫ ־‬Além d is
so , a e x is te n c ia da c lie n t e la permitia a manutenção do p r e stig io so
c i a l dos proprietários ‫ ־‬erante a socieaa;'3 n acional, assim como to
do um sistem a de prestação de serviços não remunerados, porém de
v i t a l importancia. Eram tambim e le s g u g forneciam os produtos de su
b s is té n c ia consumidos pelvn enger.hc .‫ ־‬assim como garantiam a capaci­
dade de seu funcionamento menos d e f ic it a r io ao fernecerem sobo sis
tema de "laeia", "terça o ‫’־‬quarta" a cana que produziam.Também os
peqvjenos produtores, st b o pagamente de ta x a s, a i moiam o que pro­
duziam, o que permitia aos la tifu n d iá r io s au ferir rendimentos ex­
tr a s e com ercializar mercadorias geradas nas pequenas propriedades
v ic in a is .
O segundo setor fortemente atingido ;‫־‬or fa to r e s externos f o i o da
produção algoodoeira‫ ־‬Esse produto havia sido implantado a n terior­
mente, mas voltado para o mercado in tern o , especialm ente a confec-
ç io de rotipas grosseira s e sa co s‫ ־‬A c r is e , gerada no mercado produ
tor americano com a Guerra ‫'־׳‬.e Secessão fe z com que e s te nals d e i-
x9s#e de vedder algodão papa a In g la te r r a ‫ ־‬A solução encontrada por
essa p otên cia fo i estim ular o eurginento de um mercado produtor a l
tern a tiw o ‫ ־‬No ca§Q, o B r a s il‫ ־‬Investim entos forara r e a liz a d 0 s,mã0 “
de-obra trang^ferida para a região proúut' ra e novas áreas incorro-
;radas produtivamente e in serid a s no c ir c u ito com ercial in tern a cio ­
n a l.
No ejitan to, o algodãc b r a s ile ir o nunca‫ ־‬deixou de te r um caráter su
k^.i'teutivc). No momento em ‫^־‬ue os Estados Unidos voltaíam a colocar
o seu p r e s t o no mercado in g le s , que o considerava de melhor quali
dade e mais adequado ãs suas máquinas devido â s c a r a c te r ís tic a s das
fib r a s , cessou o comercio com o B r a sil. Os in cen tiv o s gerados pela
CG^prcialização se interromoeram, fazendo com que o sistem a produ­
tiv o montado para atender âs exigências do mercado externo se de-
2S

d e s a r tic u la s s e geran‫’־׳‬o a fa lê n c ia de vários p rop rietários e a venda


de inúmeros escravos :.‫־‬arn a região produtora de café» ôs trabalhado
res a ssa la r ia d o s forain dispensados e os comerciantes pem ^ Itern a ti-
vas de com ercializacrãc, ’:rccurarara novas a tiv id a d es para se dedica‫־־‬
rem.
0 que se Constata nesse oríodo •5 ::ut-‫־‬. ca.'.7n vez maior número de âreoB
do norte da Província se ‫־^״‬escapitalizavam , regredindo de uma produ­
ção de mercado para u1r‫׳‬.a ‫'־י‬rodução de su b sistên cia de bases fa m ilia -,
r e s , capaz de garantir ,1‫ ־‬reprodução ;3‫ י‬mão-’de=obra, mâs incapaz de
o fe r e c e r -lh e s a lte rn a tiv a s econômicas, ^ue lh es p erm itisse superar
o estado de carência em ':ue viviam.

A SJ..ÍDA PÃRA 0 oUL

Os problemas enfrentados pela combalida economia baiana forçavam-


na a encontrar a lte r n a tiv a s, dento do quadro p rev isto nos padrões
tr a d ic io n a is de exortação de um produ-tc primário produzido exten
sivam ente, ocupando grande quantidade de mão-de-obra, que precisa
va ser desviada das reg iõ es economicamente, decadentes, para se
tornar produtiva em áreas ainda não ccu‫■ ־‬adas pelas formas tr a d ic i
o n a is.
Como já observamos anteriorm ente, a d iscu ssão sobre o problema de
mão-de-obra na Bahia do sécu lo XIX aparenta con trad ições, que nos
parecem ser dignas de d estacar.
\ c r is e econômica e fin a n ceira vi vi ;' ‫׳ ״‬:ela P rovíncia, criara nas
unidades produtivas dc Reconcavo e do ncrte; situ ações em que a gx
ploração das terras tin h a assumido um caráter de agricu ltu ra de
s u b s is tê n c ia , que usava basicamente a exploração familiar.»^ Fõiíà -
do c ir c u it o com ercial, incapaz de ■30 c a p ita liz a r e, consequente­
mente, de se modernizar, e ssa s pr'-prief.ades mantinham-se como re
produtoras de mão-de-obra apropriável p elo s la tifu n d iá r io s nos pe
rIodoS c i c l i c o s de recuperação da lavoura comercial no mercado ^
tern o, e , ou, nos momentos de c o lh e ita ou ■olantio‫־‬
Por outro lado, as a titu d e s com relação áos escravos que represen
tavam um investim ento i n i c i a l e cuja venda poderia ser uma forma
26

^‫י‬e o b t e r c a p ita l, Ness?. ■5‫ ־י‬ca or‫?׳‬, constante a venda de escravos pa


ra a reg iã o do Rio de Janeiro :‫ ב‬para Sñ: Paulo, onde começava a se
i n s t a l a r a lavoura c a f c - E i r a , carente ’■
‫' ו‬não-de-obra (FURTADO, 1974;
125/49 SODRÊ, 1964!245/256 HOLAND"., 1572s 242/315)
A medida em que a cris^ aci'námica se a^rravava, reduzindo as p o ssi­
b ilid a d e s de os la tifu n d iá r io s absorverem a mão-de‫ ־‬bbra, criando u
ma situ a çã o poten cial r?.c c o n f lit o s , e as finanças da Província a­
tingiam lim ite s c r ít ic o s na balança ‫־•י‬.‫’ ־‬pagamentos, a opção pela
criação de xam novo espaçc, se firroava, ::rocurava se alocar a mio-
de-obra de forma econrmicamonto ativa ^ara a produção de bens co-
m e r c ia liz ã v e is a n ív el in tern a cio n a l, :ne, representassem vanta­
gens con cretas. 0 in te r e sse pele deslDcamento da fr o n te ir a agríco­
la tomava corpo nas d ecisõ es governamentais.»
A id é ia de fro n teira , parece esta r conectada diretamente com a idéia
de progresso individual na medida em f‫־‬u0 a terra desponta como um
bem ilim ita d o e apropriãvel por qualquer pessoa que se disponha a
tr a b a lh a -la . Otávio Guilherme Velho (Velho,1976) considera a área
de fr o n te ir a como sendo a região p r iv ile g ia d a para a in sta la çã o da
id e o lo g ia c lá s ic a do " la isse z -fa ir e " em condições t a is que de fa­
to e x is t e uma p o ssib ilid a d e ampla para p elo menos um certo arau de
avanço p esso a l comparado com situ ações a n terio res vivdas pelos imi
g ran tes.
No caso concreto, t a l imagen era propala’’a por segmentos s o c ia is
in teressa d o s em descomprimir socialm ente a área da grande nropri-
edade, que, ao m arginalizar segmentos s o c ia is - pequenos proprie­
tá r io s e trabalhadores a ssa la r ia d o s, santiam -se potencialm ente a­
meaçados na esta b ilid a d e da estrutura s o c ia l implantada e vigente»
A íd é ia de bem ilim ita d o a de p o ssib ilid a d es concretas de enrique­
cimento aberto a todos os segmentos s o c ia is , que se deslocassem
para a r e g iio era, na rea lid a d e, mais uiria imagem ideologicam ente
con stru id a e alimentada ‫״־‬e la s c la sse s dominantes do que um dado -
co n creto . A manipulação de t a l tip o de informação, principalm ente
por s e to r e s governamentais, vin culava-se muito mais aos in te s s e s
das e l i t e s do que propriamente aos d esses segmentos m arginaliza­
dos.
Para os p o sse ir o s e trabalhadores a ssa la ria d o s a p o ssib ilid a d e de
participarem de um empreendimento pioneiro representava p oten cial
27

potencialm ente uma t r ‫ ־‬je tá r ia so c ia l ascenriente, em que a passa -


gem da condição de trabalhadores e ‫־‬:c sse ir o s para a de proprietâ-
r io s os estim ulava a enfrentar as d eificu ld a d es próprias da in sta
laçSo numa região in ó sp ita e d eserta ‫־‬
Outro fa to r de estim ulo ! ara a c'‫ז‬ncrQtizaçã‫ ם‬desses p rojetos era o
enfraquecimento dos la ço s ãe subordinação e s t r it a e imediata que
sofriam ao viverem em relação e s tr e ita e d ir e ta com os grandes la
tifu n d iã r io so Era a o fe r ta da p o ssib ilid a d e sonhada de não s5 se
tornarem proprietários de te r r a s , mas também dos seus destinhos e
d e c is õ e s .
A manipulação desses '‫י‬sonhos" a tin g ia nãc semente aos trabalhado­
res n a cio n a is, mas, também, dentro o^e uma “o l i t i c a mais ampla, de
orien tação im perial, a colonos e str a n g e ir o s‫־‬
Jã era período a n terio r‫ ־‬c da transmigração da Família R eal,a 25 de
novembro de 1808 D..João VI proirulgav‫־‬. un decreto que garantia aos
e str a n g e ir o s, que viessem r e s id ir no 3 r a il; os mesmos d ir e it o s e
prerrogativas concedi;‫י‬as ars b r a s ile ir o s e ‫־‬portugueses possuido­
res de te r r a s. Eram^-lhes concedidas ‫׳־־‬ratuitam ente a te r r a s , onde
se deveriam in sta la r o ‫'־־‬agamento de passaoens e d iá r ia s .
Durante o século XIX inúmeras colon ias foram in sta la d a s na Bahia,
assim como em outros :'‫׳‬ontos do te r ritã r i^ n acional, numa proposta
considerada revolucionária por av:trres c:mo Tales de Azevedo (AZE-
VEIX), 197^5 76) jã que se opunhan estruturalm ente aos p rojetos an­
teriorm ente veiculados ‫ ־‬a grande pro;-‫׳‬riadade agrário-exportadora
monocultora e baseada na exploraça>; da não-de-obra escrava,
Na Bahia, os r r o jet‫׳‬:^s de in sta la çã o de co lo n ia s não chegaram a en
tusiasm ar na prática aos grandes p r o p r ie tá r io s‫ ־‬Talvez o caráter
do p ro jeto calcado na pequena propriedade de produção fam iliar,vql
tada, in ic ia lm e n te , para o c u ltiv o de su b sistê n c ia , em regiões de
fr o n te ir a , onde os la tifu n d iá r io s praticamente não haviam penetra
do, mas que almejavam ocupar reproduzindo o mesmo sistem a produti
vo, não represen tasse os estím ulos n e c e ssá r io s‫־‬
Mesmo a siim , poderiamos afirmar que algumas in sta la ç õ e s de colonl
as se processaram na área .-0‫ י‬su l da Bahia, mesmo tendo um período
de curta d ireção, não podem ser ignorados como um fa to r de dinami
zação da economia lo c a l, sendo responsável p elos continuados des-
matamentos para a in sta la ç ã o de roças, assim como abertura de es-
20

estra d a s que permitissem o acesso às c o lo n ia s ‫־‬


P ostetiorm en te, no corpo d este trabalho haveremos de nos deter com
maior p recisã o no problema enfrentado 0103‫ לי‬colonos e p elo s proje
to s de implantação de co lo n ia s estran aeiras no su l da Bahia‫־‬
Os p r in c ip a is estím ulos oferecid os pelo aoverno referiam -se as O■‫־‬
f e r ta s de fa c ilid a d e s quanto ao acesso das te r r a s, e no caso das
c o lo n ia s n acionais, o financiamento dos l o t e s , com período de ca
r ê n c ia , e do pagamento das passagens e despesas i n i c i a i s de in sta
lação nas áreas de fr o n te ir a ‫־‬
P arece-nos, entratanto, que o maior ostim ulo econômico e x is te n te ,
para e s s e s im igrantes, era a p o ssib ilid a d e concreta de apropria­
rem-se de terra s, meio de produção e s s e n c ia l à implantação de a t i
vidades a g ríco la s. Outro fa to r , era ‫ ־־‬e x istê n c ia lo c a l de um pro­
duto in serid o na rede com ercial exportadora in tern a cio n a l - o ca­
cau ‫ ־־‬que perm.itirin r. e s s e s grunos exercerem uma a tivid ad e econô
mica altamente rentr.vcl e promissorr.‫־‬
A n ív e l p o lític o ,, podonos afirmar que o Governo o fe r e c ia estímu­
lo s m anifestados na propai^anda das ”benesses" e maravilhas of ere-
cid as p elo sul aos im igrantes que a l i se aventurassem» Os veícu ­
lo s de iníormação u tiliz a d o s para t a l propaganda eram os jornais
da ipoca e principalm ente, as Falas dos P residentes da Província,
que embora tivessem circu la çã o relativam ente r e s t r it a , funciona­
vam como orientadores dos documentos o f i c i a i s a serem levados a
conhecimento público, e como base para as informações o r a is ‫־‬
Outro Êator de divulgação era a correspondência dos im igrantes pa
ra paren tes e conhecidos, fa to res de comunicação e f ic ie n t e e rã-
p ld o, e considerados fid ed ign os pelos que não haviam emigrado‫־‬
Cremos, no entanto, que a causa mais importante para a e x istê n c ia
de uma imigração tão in ten sa era a crença que cada vim tinha da pqs
s ib ilid a d e de se tornarem prop rietários de terra . Também o d isv in
culamento das pesadas obrigações s o c ia is e p o lít ic a s , que p e r s is -
tlam no Norte, com sua estrutura agrário a r is to c r á tic a e discrim i
n a tõ r ia , apresentava-se como uma meta ansiosamente desejada.
29

AS FREMTES PIONEI-RJiS E hS MODIFICAÇÕES

N7; ECONOMI/'. DO 3UL DA BAHIA‫־‬

Essa busca das riquezas no novo ''El Dorado" do su l da Bahia provO


cou profundas a lterações na economia lo c a ls que, como dissemos ou
lin h a s an terioresf não havia conseguido p a rticip a r ativamente do
mu:.caào nacional ou in tern acion al nos sécu lo s a n te r io r es.
Um dos prim eiros fa to res de dinanir.ação de economia region al fo i
decorrente da decadência ia minoração na Província de Minas Gerais.
A a lte r n a tiv a que se apr•¿sentava mais v iã v e l para a ocupação da
mão-de-obra era o c r ia tõ r io de gado, que dispensava as exigên cias
de e s ta r assentada no l i t o r a l ‫ ־‬A sua mobilidade g a ra n tia -lh e a ca
pacidade de deslocamento em busca de nercados consumidoresyque fos
sem também fornecedores da produtos n e c e ssá r io s, mas que não eram
produzidos no lo c a l, como o sa l. os te c id o s e outros produtos ma
nufaturados e importados.
Esse comércio, no entanto, ex ig ia que estradas fossem abertas,e.£
tabelecendo uma conexão mais rápida e e f ic ie n t e entre Minas e o
l i t o r a l . Normalmente se optava pelo acompanhamento do curso dos
grandes r io s , a liá s abundantes na r e a iã o . No entanto, ocorriam -
algumas d ificu ld ad es p r á tic a s quanto ao aproveitamento dessas ro
ta s n atu rais como se jams carência de pontos de abastecim en to,fal
ta de segurança e dispêndio de longos períodos de tempo nas v ia ­
gen s, já que as d is tê n c ia s eran enormes e len to o transporte.
A busca de caminhos mais curtos e p rá tico s motivaram uma sé r ie de
e 3qç>edições realizad as sob patrocínio do governo, principalm ente a
põs a Independência do B r a sil. Verbas e sp e c ia is foram destinadas
ã abertura de novas estra d a s, quo permitissem viagens mais curtas
en tre Minas Geras e Bahia, e novas opções eram a n a lisa d a s,p r in c i-
pálmente as que independessem do curso dos r io s .
Paralelam ente a essa ação^ como ura complemento e s s e n c ia l e garan-
tid o r d esses in vestim en tos, verbas e s p e c ia is e cada vez maiores -
foram destinadaa à "pacificação doe v a rio s grupos indígenas, que
se haviam refugiado n essa área. Os métodos usados eram os mais v i
a le n to s p o s s ív e is , nccrrerxTo verdadeiros m assacres, conhecidos pe
30

p ela expressão "matar uma a ld e ia ”, o que normalmente se processa­


va à n o ite ou 3 0 3 ‫ רי‬f e s t i n s , qu<‫־‬:.n‫״׳‬o grande quantidade de bebidaeia
oferecid a? aproveitanr'o‫•־‬se ;.’c estado de embriagues dos ín d io s ,pro
c e ssa v a -se o ataque p^^los colonos»
Inúmeras estradas foraip abertas nesse período em toda a região sul
da Bahia« Na primeira etara e la s sc dirigiam fuiUlamentaimen te ño
sen tid o E-W, a liá s accmpanhando a direção dominante dos desloca­
mentos humanos. Fodemrs c ita r ae mais ir'‫״‬.crtantes - a ligação en­
tr e Belnionte e Minas Novas pelo Jequiticnha? Ilhéus - Minas Gerais
p elo r io Cachoceira; Canavieiras ~ fanas pelo r io Pardo? Mucuri -
Minas Gerais pelo r io Mucuri; e tantas cutras abertas seguindo os
mesmos padrões. Nuiria fas^j p osterior começaram a ser f e it o s e str a ­
das no sentido N-S procurando esta b elecer conexões en tre as v á r i-
áreas produtoras do su l da Bahia, como a de Porto Seguro para o
S alto Grande do Jequition h a, a Salvador - Nazareth, e t c .
Apesar da leg isla çã o da época prever que seriam os p ro p rietá rio s
das fazendas e semarias os responsáveis p ela construção de e str a ­
das, a maioria destas era financiada p ela s m unicipalidades ou pe­
lo governo p ro v in cia l‫־‬
Além ãe Minas Gerais, outra área pecuária de grande importânciarr
movimento econômico da rea iã c fo i. de V itó r ia da C onquista.L ocali-
zada nas margéns do irio Gavião, a Imperial V ila da V itó ria ê ex^
pio c lá s s ic o do processo dê ocupação da área e dos e f e it o s dessa
ocupação sobre os grupos indígenas«
O p ion eiro na ocupação f o i o mestre-de-campo João da S ilv a Guima­
r ã e s, com extensa fa m ília e seu genro c Cel.João Gonçalves da Co^
ta e seus irmãos e e le s foram os respen sá v eis pelo massacre desen
cadeado sobre os Mohgoyó, sub-gru ¿)0 Kamaka, e pela abertura de es
tr a d a s, que ligavam a v i l a aos r io s de Contas, Pardo e J e q u it^ ¿
nha. Além dos Mongoyc, a fa m ília desencadeou guerra organizada e
fin an ciad a pelo G o v e r n o P rovin cial á grupos Botocudo, que viviam
às margens do rio Catolé Grande, Riacho d 'Agua, e aos Pataxõ¿ A
sua ação f o i a de a ta c á -lo s e aidear os sob reviven tes, que passa­
ram a ser usadois na derrubada dá mata, abertura de e str a d a s,e co­
mo combatentes contra demais grupos ainda não aldeados.
Como dono da sesmaria compreendida entre o a rra ia l João Amaro, no
r io de C ontas,até a barra do rio Gavião, ao s u l, e daí pelo ribei
31

riberao do Gado Brave a té á sua cachoeira na Serra Geral; o mes‫•־‬


tre-de-cam po João Gonçalves da S ilv a Guimarães, procurou tornara
área um grande c r ia tõ r io de gado. Os combates processados na Pe»^
dra do Bom Conselho, P anelas, Pcrcos e Sucesso., ãs margens do P ^
do, culminram na destruição das a ld eia s dos Botocudo e Mongoyõ si
tuadas nas margens desse r io . Um dos o b je tiv o s erã o de esta b ele
cer a abertura de estradas do Sertão do Verruga para o r io Pardo,
para C anavieiras, Poções, Ilh é u s, Belmonte e Minas. Os desmatam^
to s im postos pela introdução do gado e p ela construção das estra­
das foram responsáveis por graves d e se q u ilíb r io s e c o ló g ico s que
implicaram na redução da capacidade de obtenção de alim entos por
parte dos grupos in d í‫׳‬:^enas lo c a is , que eram caçadores e coletores.
As s o lic it a ç õ e s de ajuda ao governo ’‫;־‬rcv in cia l eram constantes.Os
produtos íéquèridos err.m machados, faca??, facões ,carapuças verme■‫־‬
lh a s, enxadas, chumbo, pólvora e te c id r s , que seriam u tiliz a d o s pa
ra a tr a ir os índios e introdu z in70‫ ־‬novos hábitos de consumo tornã
lo s dependentes da sociedade envolvente. Além de s a tis fa z e r ta is
pedidos, o Presidente da Província estim ulava a conquista das ter
ras in d ígen as, oferecendr a concessão das te r r á s.
A conquista se processou em duas etapas. A primeira efetiv a d a pe­
lo mestre-de-campo Guimarães e que teve como p r in c ip a is vítim as os
Mongoyõ e os grupos Botocudo da área, tendo ocorrido entre 1803 e
1806, com fo r te s combates. A toponimia lo c a l ê lembrança dessa a ­
ção! Batalha, Conquista, Sucesso. A capeie erig id a sintomaticamen
te f o i dedicada a Nossa Senhora da V itó r ia . A v ila também receb eu‫׳‬
um nome bastante s ig n if ic a t iv o ‫ ״‬lm¿x;rial V ila da V ito r ia , poste-•
rtorm ente. V itoria da Conquista.
Devido a essa ação,, a f a n ília espalhou-se dentro da sesmaria em lo
c a is estrategicam ente e sc o lh id o s, que perm itiriam a continuação da!
con q u ista. As povoações foram lo ca liza d a s em areas eq u id ista n tes
o que perm itia o socorro imediato con deslocamento dos moradores
em casos de ataques dos ín d io s. Antonio Dias de Miranda fico u em
Urubú, a 4 leguas e meia de Poções:. João Dias de Miranda fixou-se
na Manga, a 5 léruas do mesmo lo c a l e Raimundo Dias de Miranda es
ta b e le c e u -se em Morrinhos a 1 legua ie Poções. Implantatam, além!
do c r ia t õ r io de gado, ‫!״‬rin cip al fonte de recursos, plantações de
c a fe , fuiiío, açucar e mandioca.
O utra f o n t e de i n g r e s s o s e r a a s e n tr a d a s de t r o p e i r o s , que cru zan
32

cruzando o seu t e r r it ó r io , lh es perm itia a cobrança cie taxas so-


brc as cabeças de ‫ 'יי׳דד־‬quo por e l i circulassem em busca de pontos
de comércio«
A seg u n d a e ta p a p r0 c 3 s9 0 u ‫־־‬s e p o steri-riT ísrits 1830 ~ 1825 ‫ ״‬e f o i cte
c o r r e n t e não sô da n e c e s s id a d e de e x‫ ך ״‬ncão d e s s e s n ú c le o s i n i c i a i s
mas também da necessidn'^.G ?.a am p li-.r ‫־־‬.s r o t a s de com ércio que per
m it is s e m o e sco a m c n tr '■•‫־• ־‬i c o aí criado 3 a i t i t e n s i f i c a ç ã o da c i r
c u la ç ã o d a s manadas« Outra r a s ã c in ‫ ־‬o r t a n t e f o i o d e slo ca m en to •‫״‬
d e g r u p o s P a ta x õ e Botocudo p ara a ãr^ a, o que r e p r e se n ta v a amea‫^־‬
ç a s , t a n t o ao em preendim ento a g r í c o l a “:7e c u ã r io como ao t r a n s p o r r e ‫־‬
A n e c e s s id a d e que e s s e s c o n q u is ta d o r e s passaram a s e n t i r de conti_
n u a r a su a ação d ev a sta d o ra c o n tr a aos í n d i o s , para p o s t e r i o r a l ­
d e a m en to , pode s e r p e r c e b id a c la r a m e n te n e s t e docum entos

"Antônio Dias de fíiranda, capitão-m or da Conquista do Sertão da


R essaca, tendo, a 0 1 0 ‫א‬6‫ רזש‬de seus ante;~assados, empregado todos os
m eios ao seu alcan ce, ainda que com r‫־‬randes dispendios de seus bens
p erig o da prõpria vida e da de saus parentes e amigos a fim de au­
mentar a c iv iliz a ç ã o dos g e n tio s bravios dos arredores daquele ser
tã o e segurança das estrad as, o que felizm en te conseguiu com gran­
de vantagem e proveito dos povos, ror se acharem jâ mansos e domi­
nados Mongoyã e Botocudo , vê‫>־‬se na circu n stân cia de empregar as
mesmas d ilig ê n c ia s e fadigas para çom os "enominados Patax5s,que
além de serem em extreno bravios e numerosos, têm sempre v iv id o re
concentrados nas montanhas mais adustas, esquivando-se de toda a
comunicação, por is s o , que e l e mesne de per s i , vendo que os ind¿
víd u os r e sid e n te s debaixo do comando do su p lica n te e mesmo e s te ,
tendo por m uitas vezes p r e c isa ‫ '־׳‬de : assarem por muitos lugares de
suas h ab ita ções sem os ofenderem, têm-se aproximados aos r e c in to s
do d ito Sertão da Ressaca, vindo até caçar junto aos nossos v i z i ­
nhos das v á r ia s povoações sem ofender a pessoa alguma, o que dá
grandes in d íc io s de se quererem domesticar e por que o mais enér­
g ic o meio de os persuadir e convidar, é faacr lh es p resentes de
o u tro s gêneros de que e le s têm precisão« Como o su plican te não po
de p r e s ta r -lh e s tão dispendioso p resen tes, vem p a rticip a r a V.Exa.
o estad o van tajoso que ora se o ferece para t a l fim d ito , que pare
ce não deve p erd er-se, e su p lic a r que haja por bem mandar por a
sua d isp o siç ã o do mesnc su p lic a n te , os gêneros constantes na rela
ção abaixo in c lu sa para nue e le levado a zelo e fid e lid a d e can que
33

se tem conduzido em tão importante o b jeto, os faça o ferta r e d i¿


t r ib u ir ao d it o gen tio Pataxõ, e consiga dom esticã-los como aos
demais que acima f ic a d ito , o rue ê público e n o tó rio . 0 Su p li‫•־‬
c a n te , Exmo.Sr. tendo unicamente em v is t a alongar a c iv iliz a ç ã o
d aq u eles povos e fazer prosperar a cu ltu ra, o sossego dos habitan
t e s do seu D is t r it o e mais v izin h o s e a segurança das estradas ,
confiando mais que tudo na integrid ad e e benignidade de V.Exa.su
bm isso e r e sp e ito so ~ Antonio Dias de Miranda, Bahia, 6 de dezem
bro de 1826".
Obviamente t a l pre0cunaç5.0 com a "pacificação" dos ín dios apre­
sentava outros aspectos de ordem econômica, que não meramente o
de lib e r a r te r r a s e caminhos para a inDlementação de projetos de
p ecu ária e a g ricu ltu ra e oara criação do corredores de exportação
para os produtos lo c a is e de outras áreas mais no in te r io r , como
as de Minas G erais. 0 uso da mão-de-obra indígena aldeada im p li­
cava na p o ssib ilid a d e de sua u tiliz a ç ã o na implantação da in fr a -
e str u tu r a tan to das roças como das estrad as. Transformavam-se ,
ain d a, em soldados não-regulares de combate a outros grupos não
a ld ead os, que atacavam ás povoações, as plantações e os camintos ,
e s t e s de v i t a l importância para o funcionamento da estrutura eco
nômica lo c a l, voltadr. pr.r‫'־‬. a com ercialização de gado e dependen­
t e de bens produzidos no l i t e r a l cu importados. Essa preocupação
com o co n tr o le das a ld e ia s, f o i clámente e x p lic ita d o neste outro
documento de Antônio Dias de Miranda ao ^ resid en te da Província
em 1826í
" Antonio Dias de íliranda, capitãc-m or da Conquista do Sertão da
R essaca, representa a V‫־‬E ., que tendo sido a mesma Conquista con
c lu id a a cu sta das fr.rtigas e despesas do seu avô, o finado João
Gonçalves da S ilv a Guimarcães, a estu coi™lhe concedido a patente
copiada no documento junte. Com t a l d isp osição exerceu o d ito pos
t o , fazendo novas descobertas e estradas a cu sto de sua fazenda,
com grande aproveitamentc dos povos^ portando-se de t a l maneira
que mereceu se r elevado ao p osto de Coronel e e s te a exemplo de
seu s m aiores, continuam a empenhar-se no aumento da d ita Conqui^
ta sem olh ar as despesas nem a perigc de sua vida conseguindo de
s i s t i r e assim f a c i l i t a r novas estradas como é público e notório;
e por que, Exmo. S r ., na cria çã o da Nova V ila de C aetitê f o i in ­
corporada a e s ta d ita v ila de Conquista e os capitães-m ores da Or
denança daquela v ila pretendam te r domínio na repartição das te r -
3i

t e r r a s , e e s t e se persuade que t a l pretensão não não pode te r lu ­


gar não so por sua antiguidade, franquezas, preem inencias,p r iv ilé
g i o s , in sen çõ es e liberdades conferid as em sua p aten te, como pelo
p r e ju iz o que vem r e su lta r ao bem do serv iço , jâ que os índ ios de
C onquista, sendo chamados pel?. Ordenança de C a etité eximem-se sob
p r e te x to de s5 pertencerem a ‫־‬iquela Conquista, e sendo-a por esta
respondem que são s u je ite s aquela outra,- seguindo-se d is to ,o nega
rem -se a ambas as partosj além do que, aqueles habitantes da Con­
q u is ta acostumados a empreenderem grandes empresas contra os índios
Mongoyõs, Pataxõs e Botocudos, que costumam in v a d ir, não podem le
var a bem o serem chamados para qualquer cutro serv iço que não se
j a , o de domarem ou ao menos afujentaram cs d ito s ín d io s para au­
mento e c iv iliz a ç ã o da sobredita Conquista, no que muito tem o Su
p ilc a n t e empenhado nãc poupando ‫ ד‬s í ou seus p aren tes, a todas as
d e sp e sa s, fa d ig a s e rerig cs de vid a. En atenção ao que i bem geral
dos povos, vem o suplicante submisso e re sp e ito so implorar a V«Exa‫־‬
se digne dar providências que ju lg a r c:;mpatíveis a fim de que os
ca p itães-m ores da mencir'nada v i l a do C aetité não tenham j u r is d i­
ção tia rep a rtiçã o da Conquista do Sertão da Ressaca, até o r io Ga
v iã o , de que o su p lican te é ca p itã o -n o r, sendo unicamente e s te e
seu s su cesso res obrigados a prestarem‫ ״‬se com sua gente a todo e
qualquer ob jeto do Serviço N acional, como devem e são obrigados ,
por meio de r e q u isiç õ e s dos capitães-m ores de C a etité ou em cbser
v â n cia de Ordens de V.Exa. e 1 1 3 ‫ דד‬aut.'ridades co itstitu id a s da Pro
v ín c ia , e por i s s o , que todas as descobertas, abertura de novas e
cornadas estra d a s ou caminhos, que de muitos anos nessa parte têm
aparecido a bem daqueles povos, tem sido com dispendio de grande
soma de m il cruzados, fadigas e p e r i 7 c de vida do sup licante e de
seu s a scen d en tes, c qu3 ê in e g á v e l‫ ״‬e para o conseguir, su p lica ,
roga e fundada em verdade e de grande u tilid a d e e proveito de um
povo, o mais amante da in tegrid ad e dc Império, a d e fe r ir -lh e coma
i n d e f e c t ív e l j u s t iç a e equidade de costume. Assim espera de V.Exa.
A ntônio Dias de Miranda fsú p licr‫־‬. r. - Presidente da Província da Ba
h ia em 17 de maio de 1826)
A pecuária pode ser considerada como grande estím ulo ã dinamiza -
ção da r e g iã o , jâ que garantiu o escoamento de um produto p e r f e i­
tamente in s e r id o na rede com ercial su p ra-local e promoveu a ocupa
ção em larga e s c a la de áreas com atividade produtiva siste m á tic a .
35

A través â e ssa atividad& com ercial, j ’a s t i f i c a t ‫־־‬se-ãõ não s5 os in -


v estim en ta s implantados., mas também a imigração e a fixação de po
p u la çõ es economicamente a t iv a s ‫ ־‬A rer^iao rassa a ser uma a lte r n a ­
t i v a v iâ v e l para enfrentar os problemas 00‫ י‬ordem v iv id o s pela pro
v ín c ia com a decaJloncia da produção açucnreira.
Com o e f e i t o s p r á tic o s , para a economia r e g io n a l, temos uma nova o
rie n ta ç ã o para as ativid ad es econômicas, que abandonam o seu cará
t e r fa m ilia r , para se transformarem nvuna a tivid ad e eminentemente
com ercial implicando em investim entos e permitindo a capitalização
de r e c u r so s, que p o ste r i‫י׳׳‬rmente, foran in v e stid o s em outros seto*
r e s como o desbravamento das matas, até então domínio absoluto dos
in d io s , e a atração e fixação ds novas levas de migrantes pí*!tu ‫״‬
g u eses e n a cio n a is.
Sintom aticam ente coincide com e s s e roríodo a a titu d e sistem á tica
de e f e t iv a r os aldeanentcs dos grupos indígenas da reg iã o ,reduzin
do suas áreas de caça e c o le ta a pequeños b o ls e e s , o que Ihes d i­
f ic u lt a v a sobremodo : su sten to dentro /los a n tig o s moldes e padrões
o s de caça e c c le t~ . Por cutrr lado, começavam a ser angajados can
pulsoriam ente em a tiv id a d e s, que, contrariando frontalm ente a sua
organização s o c ia l e ‫״‬o l í t i c a , transform aria-os em seres incapapa
zes de r e s i s t i r áos in te r e s s e s e sta b elecid o s pelo grupo dominante«
Em d ecorren cia dessa ativid ad e econômica mais c o n s is t e n t e ,in ic ia -
se o melhoramento dos portos do su l r‫י‬a provincia visando f a c i l i ­
ta r o acesso de embarcações vindas de Salvador, com a qual se e s­
ta b e le c ia a grande conexão f in a l dessa estru tu ra de circu la çã o , o
l i t o r a l su l da Bahia co b riu -se de uma s é r ie de pequenos emporios
de importação e expcrtaçrão, que permitiu n surgimento de uma cla£
se de com erciantes que 3e tornou, posteriorm ente, financiadora Aa
penetração do in te r io r , se ja por rotas com erciais, seja por c r ia ‫״‬
dores de gado, cu, mais ta rd e, por a g r ic u lto r e s . O in te r io r tran^
form ou-se, consequentemente, num te r r ito r io de fro n teira a ser o-
aupado, devastado e cortado por estradas e caminhos,o que repre­
sentava para os in d ios o combate siste m á tic o , o seu aldeamento e
apresamento sob o con trole de destacamentos m ilita r e s , co n stru i­
dos ñas r o ta s de comercio.
A p o l í t i c a de criação de q u a r té is era id é ia desenvolvida e prega
com b a sta n te desenvoltura por v a rio s id eólogos no tra to com opio
blema indígena» Vamos en co n trá -la s já propaladas no sécu lo XVIII
36

por Domingos A lves Brancc ííoniz Barreto no seu "Plano sobre a Ci‫=־‬
v iliz a ç ã o dos Indios do B r a sil e principalm ente para a Capitania
da Bahia” (1856) assim como por José B onifacio de Andrada e S ilva
em '‫י‬Apontamentos para ‫ר‬. C iv iliz a ç a o dos Indios Bravos do Brasil"
(1910)
As c o lo n ia s m ilitares^ combinadas com as id é ia s dos q u a rtéis, t i
nham o b je tiv o s p r e c iso s, não s6 no tratr: do problema dos aldea­
mentos como também na r‫־‬arr.ntia do sucesso das rotas com erciais.
Os o b je tiv o s das colon ias m ilita r e s erams s e r v ir de apoio a ação
catQQUêtica, o ferecer !‫־‬j ara n tia s de paz aos colonos que se in s ta ­
lassem na r e g iã o , prrte 7‫׳‬er a nr.vegacSo f lu v ia l e estradas parale
la s aos r io s , e garantir a ocupação de novas áreas ainda não eíc-,
p lorad as.
Quando as r o ta s eram consideradas de -rande im portancia, inüme‫־־‬
ros q u a rté is ou destacamentos eram ncnstruidos na sua rota.Según
do João Maurício Rugendas,- que v i s i t .u alguns d e le s , não passa­
vam de pequenos post r m iserá v eis, cm reduzido destacamento sob
o comando de su b -ofici.^ is - vivendo en choupanas e tendo armamen­
to le v e . Além dos scldados também refui^iados e índios"mansos"cqn
punham as tro p a s, que funcionavam à base de ataques de surpresas
e com a organizaçãc de entradas, normalmente violentas(RüGENDAS,
1979s 186/88)
O papel e a importância que eram atrib uid as a e s s e s destacamentos
e q u a rtéis pode ser constatado n este documento do Ouvidor de Por
to ‫־־‬Seguro ao Conde de Linhares, datado de 1811;
" P elo s Botocudos no dia 27 de outubro foram atacados 3 soldados
da d ita cach oeira do r io J ea u itio n h a ‫ ־־‬n eitc a p e ito dispararam -
m uitas s e t a s , ! orém imediatamente os f i z perseguir com tr iu n fo ,e
no d ia 28 do mesmo mes, subi por terra s ã d istâ n c ia de meia légua,
fazendo c ele b r a r m issa, a que a ssistir a m com a minha co m itiv a ;fiz
e r i g i r a fa tu ra do destacamento denominado dos Arcos. No dia 29 de
maxxhi e n v ie i o capitão Francisco de Sousa Palma a fim de explorar
o caminho, que deve seguir d e ste destacamento a t i o de A g u ia r ,le ‫?־‬
vando as cach o eira s do r io da V ila Vor.'l3, e daí ao destacamento
de L inhares, e r ig id ‫ '׳‬nas cach coiras ^ rio dos Frades, nesse me^
mo d ia âs 3 horas d :1 tarde f i z conduzir por terra acima da gran­
de cachcíeira, na d istâ n cia de meia légua, 3 canoas e lançando‫־־‬as
37

no r io f i z su b ir por e ste o Capitão Sim plicio Josê da S ilv e ir a com


g en te b astan te para f a c i l i t a r a naveqação do d ito r io atê o lugar
de Fuacõs, e fa zer persuadir aqueles habitantes que a navegação se
achava desembaraçada, o que pcrraitiria a condução de canoas e gen
t e n e c e ssá r ia para facilm ente conduzir todos os e f e it o s que for nc
c e s s á r io d escer de í4inas a tê a ‫׳‬jranc^.e cachoeira.
P a r t ic ip e i n esta ocasião por o f i c i e a Fiâcido M artins, ju iz de fo
ra de Minas-Novas, p eíin d o -lh e f iz e s s e publicar por todo o d is t r i
to da sua ju r isd iç ã o que r. navegação cio r io Belmonte se achava ‫ב‬-
b e r ta , f á c i l 6 sem perico e que estava destruido um impedimento ,
que seus h ab itan tes hñ muito suspirav^n arruinar, por ortde c r e io ,
E xio.Sr., principiará'• ?. navegar r mais breve p o s s ív e l. Não cesso
de procurar meios de f a c i l i t a r cs povos de minha comarca e ig a u l-
mente a de Minas; e por is s o passo a abrir um caminho dé Alcobaça
e outro de Porto-Segurc até Minas, dos quais me persuado se há de
se g u ir uma u tilid a d e n^.o mediocre. Seria muito ju sto que V.Exa.pa
ra o ser v iç o de S.A. Real e para honra minha q u izesse por na pre­
sença do mesmo Sr. c quanto se faz n ecessá rio , que houvesse por
bem a p lic a r os dízimos de Caravelas para pagamento da tropa, que
de n ecessid ad e deve r e s id ir n e ste novos destacamentos! e enquanto
S.A .R eal não houver por bem acordar esta graça, para serv iço do
mesmo Senhor, não duvidarei continuar com alguma despesa para au-
jaento dos mesmos destacaraentcs.
Queira V.Exa. pelo seu grande zolc representar a S.A.Real que ne?
ta comarca se acham alguns homons d esertores de diversas praças,
os quais se têm denunsiadc para se fazer remessa d eles; porém ju l
go s e r ia conveniente a l i s t ã - l e s n estes novos destacamentos já for
mados por serem homens que em grand■:.‫ ־‬id es dos sertõ es e lugares -
do g e n tio e por is s o mais p fõ p rio s 3 capazes para a defesa do mes­
mo g e n tio , seguindo-se serem n1‫״‬.is ú t s is vara os d ito s destacamen­
to s do que para c serviço de praças,, donde voluntariam ente se ba-
hiram, o que será de granle atenção para V .Exa.. Do mesmo modo se
r ia ú t i l formarem-se algumas ¿.ovoações p ela s co sta s e praias des­
ta comarca, e juntamente p elo centro da te r r a , de que v ir á seguir
se se r e s ta mesma comarca das itiais opulentas, r ic a s e populosas de
todo o B r a s il”. . ‫( ־־־‬CUNHA, 1811, MS)
E sses grupos envolvidos ña ptodução pecuária começavam a despontar
como uma e l i t e capaz de p ression ar o governo p ro v in cia l para alean
3 o

a lc a n ça r os o b je tiv o s que se propunham‫ ־‬Suas reííiv ln d ica çõ es eram


no se n tid o de obterem financiam entos para concretizarem a abertu­
ra de e s tr a d a s , os aldeamentos e o combate aos ín d io s da r e g iã o ‫־‬
Quando e s s e s recu rsos não eram s u f ic ie n t e s , e l e s próprios a p lic a ­
vam c a p it a is p r ó p r io s, p o is consideravam que apesar dos i n v e s t i ­
mentos serem a l t o s , poderiam ser altam ente compensadores com as
p e r s p e c tiv a s de comerciali:;!ação se ampliando.
Outra fr e n te de expansão que v a i a tin g ir o s u l da Bahia no sêcu lo
XIX ê a m adereira. Esta tin h a , e n tr e ta n to , um ca rã ter de a t iv id a ­
de complementar jã que era uma decorrencia dos desmatamentos im­
p la n ta d o s p e la a g ricu ltu ra e a p ecu ária, p r in c ip a is motivadoras do
im pulso econômico que sc im plantava na r e g iã o .
Como jã referim os anteriorm ente, as manas do s u l da Bahia se cara
cterizaveum por serera r ic a s em madeiras nobres. Desde o i n í c i o da
coloniX flção foram e la s ob jeto d& cobiça e co m ercia liza çã o . Porêm,
d evido â b aixa densidade da ocupação¡, à m argin al!zação com ercial
e Ss d ific u ld a d e s da estab elecim en to de comércio siste m á tic o com
o u tra s á r e a s, decorrentes das condições f í s i c a s da c o s ta , e a trans
formação d essa s madeiras em monopólio r e a l no sécu lo XVIII, manti
vereim-nas praticam ente in ta c ta s a té o sêcu lo XIX.
No en ta n to , as novas condições criad as na reg iã o o adensamento da
ocupação n a c io n a l, a recuperação dos portos para a exportação, a
in ser çã o lo c a l na rota de comércio nacional o desmatamento do nor
t e da P ro v ín cia devido à a tiv id a d e açucareira - criaram razões e­
conômicas para os desmatamentos. E les eram uma decorrência da a­
b ertura de áreas para a im plantação de novas roças e estra d a s e
forneciam recu rso s para am ortizar os in vestim en tos n e c e ssá r io s na
im plantação das zonas de produção‫״‬
A d estin a çã o d essa madeira era a própria reg iã o e também Salvador
e era u t iliz a d a não sÕ na construção naval, como também na cons­
tru ção c i v i l .
O deslocam ento dessa fr e n te secundária de expansão se processava
no mesmo se n tid o em gue ocorriam as demais, já que, como f r i z a ­
mos an teriorm en te, eram um seu desdobramento. Assim varriam a ã-
rea no se n tid o NtS a p a r tir do núcleo de V itó r ia da Conquista,no
se n tid o W-E como c das r o ta s com erciais said a s de Minas Gerais -
em busca do l i t o r a l e , fin a lm en te, no sen tid o E-W como a fr e n te
39

a g r íc o la , que partindo ‫ ;׳‬o l i t o r a l procurava se in te r io r iz a r cada


vez mais na busca do terras v irgen s a serem ocupadas por colonos
im igran tes sem cap ital»
A mão-de-obra predomino.ntenente u tiliz a d a era a indígena.TaíJto na
derrubada das matas, fo sse para a in stalação de roças ou estrad as,
como no tran sp orte da maceira r io abaixo na busca do lit o r a l ,onde
eram usadas ou exportadas para Salvador‫ ־‬Essa ê ta lv ez uma das a­
tiv id a d e s em que predominou de forma quase absoluta o trabalhador
ín d io ‫־‬
O seu engajamento compulsório nuna atividade com ercial, acentuava
lh e a vin cu lação ao colono., na m^3dida em aue o tornava cada vez -
mais dependente do que e ste lh e pagava para o su ste n to ‫ ־‬As a t i v i ­
dades de caça e co le ta ! 3 .‫ ג‬.:‫ י‬manutenção ¿e alguma pequena roça,que
por acaso t i v e s s e , passava a ser um fator condicionado pela e x is ­
tê n c ia de tempo liv r e para t a l empreendimento. Também a alteração
do eco sistem a , com as derrubadas siste m á tic a s, vieram a in flu e n c i
ar negativam ente sua d ie ta , já que tanto ‫ ב‬caça como a c o le ta se
tornavam cada vez mais c"ifi c e i s j os b o lsõ es, que lh es restavam -
se tornavam quase desprovidos ce animais ou fr u to s . Outro fa to r a
s e r considerado era a presença de uma outra população, que passa­
va a competir com e le s , também em termos de alim entação usando as
mesmas fo n te s , ainda que fo sse como meio complementar de su b sis­
tê n c ia . 0 fa to é que a r e su lta n te dessa situ ação f o i a depaupera­
ção, a depopulação e a desorganização econômica, p o lít ic a e s o c ia l
d e sse s grupos, tornando-os cada vez mais vu ln eráveis e dependentes
da ações e d e c isõ e s externas disvinculadas dos seus in t e r e s s e s ‫־‬
No en ta n to , a fren te que v a i a tin g ir de forma mais v io le n ta e s i s ­
tem ática aos grupos lo c a is ê a a g r íc o la , que v a i te r sua expressão
máxima no cacau.
Vimos que as te n ta tiv a s de in s e r ir a região no sistem a agrãrio-ex-
portador era ijuna pretensac ta c antiga quanto a in sta la çã o do s is t e
ma de c a p ita n ia s . Entretanto, por ra3ões que jâ foram analizadas
an teriorm en te, t a l o b jetiv o não chegou a se c o n c r e tiz a r ‫ ־‬As propri
edades, in c lu s iv e a maioria dos engenhos de açucar, haviam se tran^
formado em cen tros de produção de su b sistê n c ia de exploração fa~
m ilia r , capazes apenas de ga ra n tir a reprodução da fo r ç a -d e -tr a -
balho a l i s itu a d a ‫־‬
40

A fr e n te a g r íc o la teve â o is modelos ~ c das in sta la ç õ e s de colorias


e s tr a n g e ir a s , financiadas ccnjuntamente pelo Governos P rovincial e
Im perial e por grandes e 1npr3 ‫־‬sã r io s a g ríco la s da época? e o da ocu~
pação da ãrea por grande leva de im igrantes do norte da província
e de S erg ip e, que vão se dedicar principalm ente â cultura do cacau,
jã então em plena ascençãc no mercadc nacicnal e in tern a cio n a l‫־‬
A cria çã o de co lo n ia s estra n g eira s n^. sul da Bahia seguiu os padrões
e s ta b e le c id o s pelo Gcverno Imperial c. n relação à problemática de
expansão da fro n teira a g r íco la em ncvcs espaços. A j u s t if ic a t iv a a
presentada era a da necessidade de se encontrarem a lte r n a tiv a s e f i
c ie n t e s para uma suposta c r is e de mã0 ■“^‫י‬e“0 bra enfrentada pela a t i ­
vidade a g r íc o la no B r a sil. Podemos c c n s i“2 rar que t a l afirmação se
a p lic a perfeitam ente 7 realidade suli^íta, onde a lavoura c a feeira
se encontrava em. plena &x■‫ר‬ansãc e ca ‫ ״‬vez mais carente de traba-
Ihadores para ccn cretizar cs seus p r ‫־‬je to s . Outro argumento muito
u t iliz a d o n esse período era a de que se precisava in trodu zir tra­
balhadores de "melhor qualidade", europeus, obviamente, que elim i
nassem os "vícios" e introduzissem padrões mais me^dernos de expio
ração a g r íc o la .
O que se pode constatar ê que aparentemente havia uma preocupação
em se encontrar um su b stitu tiv o para os escra v o s, que se tornavam
cada vez mais d i f í c e i s de a d q u irir, devido ao constante combate -
desencadeado p elos in g le s e s , o que encarecia violentam ente o preço
dos que eram ilegalm ente tra z id o s e com ercializados no país.Também
a a lta taxa de mortalidade criava d ificu ld a d es de reposição de tm
b alh ad ores.
Numa região que se d e sc a p ita liz a v a , ccmc era o caso do Nordeste ,
os escravos estavam señero com ercializados para o sul do país,como
meio dos fazen d eiros obterem recursos fin a n c e ir o s, o que c r ia v a ,a
parentem ente, uma c r is e de mão-de-obra«
A .proposta de colon ias estra n g eira s seguia padrões que fugiam aos
trad icion alm en te implantadas até aquele sécu lo no B rasil.N ão se
propunha a reprodução :la grande propriedade agrãrio-exportadora .
Ao c o n tr á r io , o que se pretendia era a criação de pequenas propri
edades de exploração fa m ilia r , voltadas para a produção de su bsis
t in c ia .
No caso da Bahia, a e x is tê n c ia de mão-de-obra excedente no Norte
41

da Província , a importação de colonos estran geiros e a d e sc a p ita li


zação porque passava a economia lo c a l, a lia d o s aos obstáculos a co
m ercia liza çã o de produtos criaram d ificu ld a d es intranspon íveis ,que
tornaram in v iá v e is a maioria das colonias implantadas na região»
As p rim eiras co lo n ia s datam de 1318., uma n a cio n a l, no rio S a lsa ,e
outra e s tr a n g e ir a , a Leonoldina, as margens do r io Peruipe, na Co
marca de C aravelas, as quais tiveram d estin o s divcersos. A primei­
ra parece t e r se extinguido sem que conheçamos maiores d etalh es ,
enquanto a o u tra, pelas informações econtradas, transformou-se em
fazendas desenvolvidas as p a r tir dos lo te s d istr ib u id o s, obtendo a
sua autonomia, provavelmente porque, paralelamente ãs ativid ad es
de■ s u b s is tê n c ia , também houve a produção de c a fé , exportado para o
mercado in te r n a c io n a l‫־‬
A Colonia de São Jorge dos Ilhéus., formada por 28 ca sa is de alatães
em 1822, f o i financiada ‫>־‬cr Pedro Weyll e um s ó c io ‫ ־‬Os colonos t i
nham v á ria s p r o fissõ e s ~ fe r r e ir o s , r e lo jo e ir o s , a lf a ia t e s , cara-
p in as e m aquinistas. Um dos fa to r e s que provocou a fa lê n c ia desse
empreendimento f o i a guerra de independência da Bahia,que eliminou
os recu rsos a serem ap licad os, como também interrompeu o flu xo nor
mal e n e c e ssá r io de importação e exportação. Os colonos migraram
para a v i l a de Ilhéus,- onde procuraram sob reviver, desenvolvendo
suas p r o fis s õ e s . Posteriorm ente, o Governo Imperial fez novos in -
vestim en tas no lo c a l na te n ta tiv a de recompor a co lo n ia , atraindo
os a n tig o s colon os. Uma nova área f o i escolh id a - o Banco da•V it5-
r ia - ãs margens do rio. Colonia, d ista n te 3 ou 4 leguas da v ila de
I lh é u s, onde se dedicaran ao p la n tic de cacau para exportação,além
de roças de subsisténci?.. Ao que tudo in dica essa colonia teve o
mesmo d e stin o da colonia Leopoldina, i s t c é , transformou-se em fa ­
zendas p a r tic u la r e s . (LIRJi, 1981)
A Colonia do S a lto do r ic Pardo f o i criada por ato do Presidente
da P rovin cia, em dezembro de 1857, quando se iniciaram os trabalhos
para a sua in sta la ç ã o no m unicipio de C anavieiras, as margens do
r io Pardo. Os colonos a i in sta la d o s eram o r ig in á r io s de outra co­
lo n ia fra ca ssa d a , que e x is t ia na região do r io Gavião, no termo -
das Minas Novas» Tal co lo n ia em nenhum momento parece te r obtido
condições adequadas de funcionamento, como se pode in fe r ir dos va
r io s r e la t ó r io s enviados :pelo D iretor da Colonia ao P residente da
P ro v in cia . Já em 1862 o mesmo D iretor propunha a assin atu ra de um
42

co n tr a to , que a locasse à regiã o migrantes n a cio n a is, na ten ta tiv a


de recuperar os investim entos rea liza d o s. Outras referên cias pos­
t e r io r e s não foram encontradas, o que parece indicar que e sta Co­
lo n ia teve a duração de 5 anos, sem que tenha conseguido firmar-se
como unidade produtiva e f ic ie n t e e capaz de fix a r os colonos'. (LI-
RJ1,1981)
As c o lo n ia s da Empresa Moniz foram e sta b elecid a s a p artir do con­
tr a to e sta b e le c id o entre o Governo P rovincial e os empresários ‫״‬
Egas Moniz Barreto de Aragão e Policarpo Lo-_‫'־‬es Leão em 1872.Os em
p resa rlo s assumiram cbrigar:ão de introduzir 1 0 .0 0 0 colonos do Mor
t e da Europa, p elos quais receberiam su b síd ios determinados pelo
número de indivíduos em idade produtiva ( 4 - 4 5 anos) que in s ta ­
lassem na reg iã o . Havia f^ rte regulamentação quanto à d is t r ib u i­
ção de lo t e s , o ressarcimento das dos -sas rea liza d a s p elos em­
p r e sá r io s, o prazo dc car^^ncia esta b e le c id o , e nesse contrato f i
cava bera c la r o que a vinculaçãc r^ra com os empresários e não com
o governo.
As co lo n ia s da empresa foram e sta b elecid a s en tre Ilhéus e Canavi
e ir a s , A Colonia Moniz situ a v a -se a meia légua do Porto de Coman
datuba, e as Rio Branco e Teodora, no r io Una. Apesar da proximi
dade entre e la s , a comunicação se fa zia com grande d ificu ld a d e e
sempre através do l i t o r a l ‫־‬
Os problemas mais graves enfrentados pele empreendimento foram o
isolam ento em que viviam as c o lo n ia s, d ific u lta n d o o processo de
importação e exportação, e s s e n c ia is à manutenção dos colonos na
lo c a lid a d e , e a precariedade das in s ta la ç õ e s , que aliada às f a l ­
ta s de condições de salubridade., determinaram a morte de inúmeros
co lo n o s, a fuga de ou trcs, e movimentes de re v o lta com ameaça de
morte a P olicarpo Leão p elos poucos que permaneceram‫־‬
No fim do ano de 1873 os empresários solicitavam ao Governo o can
celamento do contrato •lor considerarem o empreendimento fa lid o ,
assim como o empresário Policarpo Lopes Leãoj Decretada a fa lê n ­
c ia das empresas Monizj as te r r a s foram d efin id a s como devolutas
revertendo para o Governo P ro v in cia l assim como os investim entos
r e a liz a d o s . No entanto a m aioria dos colcnos não mais se encon­
trava no l o c a l , p ois já o haviam abandonado, enquanto os que per
maneceram viram o processo desarticulado e as vinculações com os
em presários interrompidas com o cancelamento do contrato.
43

Uma das so lu çõ es prcpcstas na ten ta tiv a de equacionar o problema


dos em presarios e dos colon os, f o i a r’s c'.oa.r a e s te s as an tigas -
te r r a s do aldeamento de S^.o F i d e l i s ‫ ־‬O aldeamento havia sido ex­
t in t o pela Cámara aletrandc que es Indios jcá eram " civilizad os" .
Acreditavam os representantes sarem os cclonos estran geiros a so■‫■־‬
lução mais indicada para reerguer as finanças combalidas da v ila
de Valença, a qual estavam subordinadas administrativamente as
te r r a s dos ín d io s. A fa lta de pagaip.ent.: ¡:or parte dos arrendatá-
riC 8 dos terren os do aldeamento era responsabilizada p elas d i f i ­
culdades econômicas vivid as p ela locaD.i‫’־‬ade.
Assim, podemos constatar qUe a âoluçã ‫־־• ״‬-rccurada com a in s t a la ­
ção de c o lo n ia s estrangei^fas não chc-7 -u ‫ ב‬obter os e f e it o s dese­
jad os. Com exceção ‫ נ־״י׳‬alguns cn300 ‫״'־‬r tic u la r e s , ao que tudo in ­
d ica aqueles em que os m.oldes :;r-3vir‫־‬cc:7 nos p rojetos fõram desre¿
p e ita d o s, com a introdução dé produtos ex p o rtá v eis, o fracasso e
a fa lê n c ia , algumas vezes â tê mesmo do em: r e s á r io , foram a tôn ica.
Parece-nos in teressa n tes as sugestões apresentadas por Henrique
Lira no seu trabalho "A c r ia e de mão-de-obra na lavoura baiana no
sécu lo XIX" a resp eito do problema:
" Quanto a essa importação de estra n g eiro s, v a le a pena sa lien ta r,
que era fru to de uma p o lít ic a nacional, basicamente regulamentada
por l e i s im periais que visavam objetivamente atender âs necessida
dades da flo r e sc en te economia c a fe e ir a ‫ ־‬rcrêm, essa mesma p o l í t i ­
ca f o i incentivada em outras r e g iõ e s, como no caso da Bahia e ou­
tr a s p rovín cias do Nordeste, que passavam por processos econômicos
ta lv e z in v erso s ao sul do ‫'־־‬a isi Ist■'‫ ־־‬nos lev a a pensar, in c lu s iv e ,
se a própria c r is e de mão' de-obra ña ■Bahia, não passava de uma me
ra generalização de prcblemas e x iste n te s nas reg iõ es do c a fé , nos
colocando questões sobre "regionalização‫ ־‬versus "nacionalização”
de d ec isõ e s p o lít ic a econômica, mã representação de in te r e sse s re
g e io n a is nas decisões im periais e , raesm‫ ־‬, a assunção p elas e l i t e s
r e g io n a is de um discurso ‫'־‬su lista '' que nada tinha a ver com as que^
tõ e s con cretas dos processos econômicos no Nordeste e na Bahia,em
p a rticu lar" (LIRA, 198Ò; 9) .
Também houve te n ta tiv a s de criação de co lo n ia s de trabalhadores
n a cio n a is na r e g iio ‫ ־‬Eram r e su lta n te s da constatação da in v ia b ili
dade das co lo n ia s estra n g eira s e de uma te n ta tiv a de ordenar a o-
cupaç~ao p e lo s migrantes baianos e sergipanos.
4■•!

A mais conhecida, in c lu siv e por ser a mais bem sucedida ,f o i a Co‫■־‬


lo n ia Nacional do rio Cachoeira, criada entre 1869 e 1870,que te=
ve como d ir e to r durante muitos anos um frade capuchinho,F‫־‬Luis de
Grava, homem experimentado em p rojetos sem elhantes, jã que vinha
de longo e x e r c íc io da direção de a ld eia s de ín d io s Botocudo e Ka
makã, na mesma região. A população da Colonia teve crescimento a­
c elera d o , assim como o aumento da produção‫ ־‬Um dos fatores de con^
ta n te in q u ietação, alegados p elo d ireto r, eram os ataques dos ín
d io s aos colonos e suas plantações» Eram grupos Pataxc e Baenã
ainda não aldeados e nômades» A colonia fez também grandes inves
tim entos na abertura de estradas - para Ilhéus - e na conserva­
ção de o u tra s, jã abertas anteriormente como a de Minas Gerais»Ne
la p lan tava-se para garantir a su b sistên cia dos moradores mas tamr
bém cultivavam -se produtos destinados à com ercialização - c a f é ,a l
godão e cacau, - além de terem sido iraplantadas pequenas o la r ia s
e casas de farin h a, que permitiam a a u to -su fic iê n c ia e o prcgre^
so da c o lo n ia .
Essa co lon ia apresentava como grande traço d iferenciad or a de ter
seu D iretor ex p licita d o a todo o momento a sua preocupação em trans
formar a colon ia num centro propulsor dos trabalhos cateq u êticos
que procurariam a tin g ir aos grupos nômades, que, vagando pela re
g ião , representavam não só uma ameaça a qualquer projeto de de­
senvolvim ento a região, como também uma perda de trabalhadores po
t e n c ia is p a s s iv e is de serem u tiliz a d o s na produção agrícola,(GRA
VA,1872? GRAVA, 1873). A morte de seu d ir e to r , F»Luis de Grava
em 1875, parece ter sido um dos p rin cip a is fa to r e s de d esa rticu ­
lação da c o lo n ia , jã que inúmeros colonos a abandonaram e os d i­
r e to r e s , que foram nomeados em seguida, não se interessaram era
permanecer no cargo. Alegavam, in c lu s iv e , que consideravam in v i-
é v e l o p r o je to , já que era composto por colonos nacion ais, pesso
as consideradas de qualidade in fe r io r e incapazes de realizarem
qualquer tip o de empreendimento» 'LIR?1,1981)
Com o in su cesso das colon ias estran geiras novas fórmulas de ocu
pação do su l foreim pensadas» Procurava-se encontrar a lte r n a tia s
que solucionassem os dois grandes impasses v iv id o s pela Provln-
c ia ; a necessidade de alocar a mão-de-obra excedente resu lta n te
da c r is e v iv id a pela produção açucareira e a de encontrar um ou
tr o produto prim ário, que encontrasse uma boa oportunidade de ‫״‬
exportação no mercado internacional»
45

Assim sendo optou-se pela ocupação com trabalhadores nacionais !


por não mais encontrarem ura aproveitamento nos canaviais e enge­
nhos, representavam uma aracaça em potencial a manütenção da estru
tura la tifu n d iá r ia tra d icio n a l da r c g ia c‫־‬
0 produto cjue peirmitiu a realização desses p rojetos de ocupação e
exploração das novas te r r a s, f o i o cacau, que a p a rtir de 1834 co
meçou a ser exportado para a Europa e seguiu em expansão mais ou
menos constante, funcionando como o grande a tr a tiv o para a in s ta ­
lação de novas levas de migrantes n o r tis ta s .
O comércio do cacau, em termos mundiais ‫ ז‬começou no sécu lo XVI ,
sendo levado da Guatemala p ela Espanha e transformando-se num hâ
b ito de consumo bastante apreciado. Foi a França, en treta n to , o
grande centro exportador da moda de consumo do chocolate ,que ela
importava das índias O cidentais.
No B r a sil, o cacau é nativo da ?jnazonia, e desde 1711 começou a
ser cu ltivad o no Pará‫ ־‬Já :3m 1746 f o i tra zid o para a Bahia por
Luis Wernaux quase como cu rio sid a d e, para Antônio Dias R ibeiro ,
que fez uma pequena plantação na sua fazenda às margens do rio
Pardo.
Entretanto, algumas d ificu ld a d e s inicj.ais parecem te r obstado à
sua produção com ercial. O fa to da planta e x ig ir um longo p e r lo -
do de aclim atação ao novo h a b ita t, fez com que por muito tempo,
as plantações de cacau se mantivessem próximas ãs margens dos
r io s , aproveitando-os os a lu v iõ e s a l i d ep ositad os e a umidade -
mais in te n sa .
Parece-nos, contudo, que um dos fa to r e s mais im portantes na d i­
ficu ld a d e de adoção de novo produto a g r íc o la era sua demora em
produzir« 0 período normal variava entre 4 a 8 anos, fazendocom
que se torn asse extremamente d i f í c i l como opção i n i c i a l para g:^
pos de a g r ic u lto r e s d e sc a p ita liz a d o s. Muitas v ezes as plantações
das roças de cacau foram abandonadas para que surgissem em seu
lugar roças de su b sistê n c ia ou de outros produtos com menor tem
po de esp era para a prim eira c o lh e ita .
Por outro lad o, o cacau não era um produto comerciado e consum¿
do no mercado in tern o, jâ que não havia a tra d içã o de seu consu
mo, e nem mesmo qualquer tip o de in d ú str ia de b en eficia m en to . A
sua adoção, f o i mais uma vez uma r e s u lta n te de estím u lo s e x te r ­
n os.
46

Havia, ainda, as exigên cias de cuidados e sp e c ia is no período de


p la n tio e nas suas d iversas etapas de c ic lo produtivo, o que pre^
supunha a u tiliz a ç ã o de p esso a l capacitado e de recursos para fa­
zer fr e n te a e sta s despesas, in c lu siv e com a contratação e manutqi
ção s a la r ia l desse p e sso a l‫־‬
Poderíamos ainda c ita r o d e sin te r e sse e fe tiv o dos vários governan
t e s p r o v in c ia is em realizarem investim entos na reg iã o ‫ ־‬Os parcos
recursos au ferid os pela Província eram destinados a t i o fim do sé
cu lo passado as ten ta tiv a s de soerguer a lavoura açucareira,o que
pode ser interpretado como forma de manter as alian ças p o lít ic a s
e sta b e le c id a s tradicionalm ente, que funcionavam como suporte ao
" status quo"‫־‬
Em decorrência desses fa to r e s , constatamos que o p la n tio do cacau
fic o u r e s t r it o aos quintais., ãs a ld eia s de ín d io s e às colo n ia s
estr a n g e ir a s. Destacaremos dentre e sta s a dos alemães do Banco da
V itó r ia , que, após tentarem produzir café em Almada com alguns in
su cesso s, optaram pela produção de cncau, como jã referim os em pã
ginas a n terio res.
Observa‫־־‬s e , portanto, que a té à introdução do cacau no c ir c u ito
de exportação, e le manteve-se como elemento que não merecia maio‫־‬
res investim entos p a rticu la res ou o f i c i a i s , sendo, portanto, mera
mente encarado como produto e x ó tic o ‫ ־‬Ou então o seu p la n tio era
desenvolvido em unidades produtivas financiadas pelo Governo,como
as co lo n ia s agrícolas ou as a lc e ia s dos ín d io s , que funcionavam ,
araJDas, como laboratórios experiraentais, cujo sucesso ou insucesso
pareciam não chegar a causar grandes preocupações aos mentores da
p o lít ic a econômica e fin a n ceira da p ro v ín cia ‫־‬
A ocupação de terras ~>g 1 0 cacau,atê 1C60, so fre da r e str iç ã o a que
nos referim os acima ‫ ״‬a de fic a r c ir c u n sc r ita aos v a les dos r io s ,
o que f e z com que sua expansão se processasse lentam ente,apesar do
produto jã ser importante nas pautas de exportação•
No tocan te a essa circu n scrição do cacau aos v a les dos r io s , cre­
mos que outro fa to r, ta lv e z tão importante quanto essa exigência
da p la n ta , tenha sido a de aproveitar as v ia s naturais de escoa‫־‬
mento para o produto, que deveria a tin g ir o l it o r a l por onde era
exportado para Salvador‫ ־‬A com ercialização era estruturada de for
ma t a l , que se caracterizava pela e x istê n c ia de inúmeros interme
47

intermediários, o que transformava o preço do mercado um dado igrra


rado e não controlado nele 'rodutor‫ ־‬Essa situação fazia com que
a acumulação do capital gerado com a produção cacaueira, nessa pri
meira etapa, se concentrasse predominantemente nas mãos dos donos
e representantes das 0 3 ‫י־‬.8‫ ב‬comercializadoras do produto,na sua
oria, francesasp Estas passaram, inclusive, a financiar e contro­
lar a produção, interferindo na pró’■ria expansão da lavoura e na
tenencia das terras per determine dos segmentos sociais‫־‬
Outro setor que as casas exportadoras financiavam era o da insta­
lação de infra-estrutura viária que permitisse o escoamento do pro_
duto com maior rapidez0 ‫ ־‬mais famoso desses projetos que financl
aram foi o da fracassada estrada de ferro Ilhius - Conquista, na
qual grande soma de capital foi investida, sem que nunca se tenha
concluido tal obra, apesar de sua importância‫־‬
As estradas da região tornaram-se, portante, vias por onde dois
fluxos distintos e com sentidos diferentes circulavam. Um deles
se fazia no sentido• E-W, o da importação de produtos manufatura­
dos e mercadorias produzidas no litoral0 ‫ ־‬outro se fazia no sen
tido W-E e era o da exportação do cacau‫ ־‬Essa rede comercial mon
tou-se, no início, sobre as vias abertas anteriormente pelos co­
merciantes de gado. Porêm ã medida que a plantação de cacau se
expandia, novos caminhos eram criados e procuravam atingir o in­
terior de forma a facilitar o comércio‫ ־‬Porque um fato, que não
podemos esquecer, é que apesar de ser ‫ ןזזגו‬novo produto no mercado,
não fugia aos padrões tradicionais de exploração econômica domi­
nante no país‫ ־‬Persistia a dependência de capitais e de mercado
externos para se viabilizar como produto primário de exportação.
É a partir da efetivação do processo de exportação de cacau que
profundas alterações se estabeleceram no sistema produtivo-, Pa£
sou-se do regime de produção familiar para o da produção comer­
ciai, basicamente monocultora. No primeiro os membros da■ famí­
lia eram os detentores dos meios de produção, plantando para con
sumo próprio e colocavam no mercado o excedente comerciãlizãvel,
o que lhes permitia ter acesso a outros produtos primários, que
não produzissem, ou aos manufaturados, que eram importados. No
segundo regime - o de produção comercial - instituiu-se o traba
lho assalariado e a prDduçãc voltada fundamentalmente para a
produção de mercadorias, que vendidas, permitiam o acesso aos de
4c

denais bens que não produziam‫־‬


O uso da força-d e.trab alh o fam ilia r era uma decorrência da não in -
clu sa o das a tivid ad es econômicas desenvolvidas nas roças no circu^
to com ercial. Atê mesmo os escravos eram raros, já que a proprieda
de de unidades produtoras de su b sistên cia não permitia o acúmulo de
c a p it a l. Os ín d ios seriam uma a lte r n a tiv a , porém a sua pequena den
sidade demográfica e a p o lít ic a de aldeamentos com a entrega do seu
con tro le aos capuchinhos, ou administradores le ig o s , reduzia a pos
s ib ilid a d e de uso indiscrim inado desses trabalhadores em empreendi
mentos p a r tic u la r e s.
A trad ição monocultora vai se manifestar claramente à medida en que
a paíódução de su b sistên cia deixa de ser dominante e passa a ter um
caráter temporário, marginal ou complem.entar. No primeiro caso po­
demos d iz e r que o p lan tio de su b sistên cia era implantado e explora
do enquanto os p rop rietários aguardavam a produção i n i c i a l dos ca-
cau eiro s. Também ocorria \1m fenômeno desse tip o quando os desbrava
dores faziam os p lan tios i n i c i a i s e aguardavam a compra das suas
buraras p elo s grandes p r o p r ie tá r io s, que compunham a fro n teira eco
nômica. A monocultura era marginal porque exercida em terrenos não-
apropriados para o cacau, e por produtores, que não conseguiam se
dedicar a cultura dominante devido ao tamanho reduzido das terras
que detinham ou a fa lta de recursos monetários e técnicos.T inha um
caráter complementar porque se perm itia aos trabalhadores residen­
t e s nas fazendas que plantassem feijão.-, milho e mandioca em peque­
nos lo t e s de terras não a‫׳‬p ropriadas i.ara c cacau. Assim se comple­
mentava o sa lá r io reduzido que pagavam a c s seus trabalhadores.
A nova v isã o c a p ita lis ta da administração dos empreendimentos agr¿
c o la s , já in clinava a sclução dc problema da mão-de-obra, na produ
ção cacau eira, para a contratação de a ssa la ria d o s. Ainda que em pe
quenas proporções desde o in íc io da exportação em 1836, a importan
c ia d esse produto aumentava fazendo com que grandes lev a s de imi­
grantes se deslocassem para a região em busca de fortuna.
Na prim eira etapa dos deslocam entos, essa leva de migrantes se ins
talavam em terras devolutas na esperança de obter lo te s dos quais
viessem ser p ro p rietá rio s. Porém, as d ificu ld a d es encontradas tor
nava-os vulneráveis as especulações de preço e ao sistem a de em­
préstim os e com ercialização, transformando-os em trabalhadores as
sa la r ia d o s , pois que perdiam suas terras para os grandes proprie-
49

p r o p r ie tá r io s, que começavam a surgir na r e g iã o ‫־‬


O processo mais comum de expansão‫ ׳‬era a transformação d esses imi­
grantes em desbravadores que se deslocavam ã fren te, desmatando e
plantando cacau e roças de su b sistên cia , que lhes garantiam a so­
b revivên cia enquanto o cacau não produzia‫ ־‬Quando is s o ocorria ,che
gava a segunda leva do migrantes com financiamento das casas ex­
portadoras, que adquiriam os pês de cacau plantados pelos desbra­
vadores. Convêm sa lien ta r que o cue se vendia não era a te r r a , co
mo propriedade, mas a quantidade de pcs de cacau plantados‫־‬A cora-
pra im plicava em novo deslocamento da fren te p ion eira, que seguin
do à fr en te se tornava responsável pela expansão constante da frcn
t e ir a demográfica»
Nessa etapa, o que caracterizava a exransão era a ocupação constan
te de novas áreas, sem preocupação de ra cio n a liza r a exploração -
nem de transformar a posse em propriedade através do r e g istr o le~
g a l 0 ‫ ־‬caráter violen to d esse processo se faz se n tir principalmen
te sobre os grupos indígenas, um dos p r in c ip a is obstáculos a d ila
tação das áreas cu ltiv a d a s‫־‬
A propriedade da terra na reg iã o , até 1850, ca ra cteriza v a -se por
manter os padrões tr a d ic io n a is , as sesm arias‫ ־‬Estas na maioria das
«ezes continuavam inexploradas devido ao caráter a b sen telsta da a
dm inistração e ao d e sin te re sse pela Fua exploração econômica. Inter
mediando as sesmarias, e x is t i a grande nuc?.ntidade de terra s devolu­
t a s , ás vezes ocupadas ’;cr p o sseiro s, qu.í a l i instalavam as suas
roças. Outras vezes era dentro das sesmarias que e sse s pequenos a­
g r ic u lto r e s se instalavam ‫ ־‬A ex‫־‬:ansão i n i c i a l da lavoura cacaueira
se processou nessas terras devolutas, principalm ente as que margi­
navam os r io s e córregos, devido não sc às exigên cias da cacau,mas
também a necessidade de esta b elecer comunicação com os portos do
l i t o r a l , especificam ente. I lh é u s‫־‬
A Lei de Terras número 601 de 18/9/1850, que passou a vigorar a
p a r tir de 1854, tentou p ela primeira vez ordenar a ocupação das
t e r r a s ‫ ־‬O grande ob jetivo era o de transformar as terras devolu­
ta s em áreas produtivas, que permitissem o aumento da arrecadação
de im postos, o e q u ilíb r io da balança com ercial e o aproveitamento
da mão-de-obra excedente que e x is t ia no norte da Província da Ba­
h ia .
50

Essa le g is la ç ã o c la s s ific a v a como terras devolutas todas aquelas


que não fossem c u ltiv a d a s‫ ־‬A ten ta tiv a de legitim ar as proprieda­
des das p osses através dos r e g istr o s, não chegou a obter maior
su cesso na região devido à d ificu ld ad e de p recisar lim ites,q u e nor
malmente se superpunham e ãs despesas n ecessárias à demarcação e
r e g is tr o de áreas imensas e recêm-desbravadaso No entanto, teve co
mo e f e it o s p aralelos o aumento da corrida para o in te r io r e a ex­
pansão das terra s ocupadas com o p lan tio do cacau.
As terra s devolutas caiam na ju risd ição do Governo Imperial e era
d i f i c i l e fe tiv a r uma fis c a liz a ç ã o adequada quanto à sua ocupação-
a r b itr á r ia , o que gerou inúmeros c o n flito s pela d efin ição dos l i ­
mit e s e d ir e ito ã propriedade. Uma das medidas pensadas e pouco a
dotadas f o i o de tentar a colonização com a d istr ib u iç ã o de lo te s
de terra s aos im igrantes, a fim de ordenar a ocupação, reduzindo
os a t r it o s entre os p o sse ir o s, Com essas medidas procurava-se atra
ir braços para a região c c t i a fin alid ad e de atuarem na lavoura,su
b stitu in d o a cada vez mais d i f í c i l e cara m-ao-de-obra escrava.No
entanto, não chegou a se c o n c r e tiz a r ‫־‬
0 segundo período de ex‫;־‬ansão da produção cacaueira, in ic ia - s e em
1860, tendo como marco fundamental a introdução de um novo tip o de
cacau - o F orasteiro, o que va i perm itir um novo processo de expan
são que foge das margens ‫־‬-os r io s e se in te r io r iz a . Por ser um t i ­
po de planta mais r e s is te n t e , dispensava a presença e proximidade
da humidade e aluviões f lu v i a i s , permitindo que novos espaços fo s­
sem ocupados por outras le v a s de im igrantes que chegavam de Sergi­
pe e outros pontos da Bahia. Esses grupos humanos não se compunham
simplesmente de lavradores, orientados para a área ru ral. Também
grande quantidade de p r o fis s io n a is lib e r a is começaram a se in sta ­
la r nas cidades, exercendo ativid ad es lig a d a s à com ercialização .
Como e s ta estava vinculada ao setor de c r é d ito , muitos terminaram
por se tornar prop rietários rurais ao se apropriarem das terras pe
nhoradas, quando os pequenos p rop rietários não conseguiam pagaras
d ív id a s contraídas.
Assim o processo de ocupação do solo continuava a se processar de
forma a rb itr á r ia e consoante a capacidade de conquista e desbrava
mento, onde o in te r e sse fundamental do governo era o de estim ular
a tra n sferên cia de grande massa de p essoas, que posteriormente se
transform asse em força-de-trabalh o u t iliz á v e l pelos donos de roças
51

m aioreso Os proje to s de loteamento de terras não passaram das in ­


te n ç õ e s, apesar dos prometidos íinânciamentos com prazo de 3 a 5
anos concedidos pelo Governo»
Um fa to r que não podemos esquecer, ê c de que quanto mais se in te
rio riz a v a a ocupação das te r r a s , maiores eram as d ificu ld a d es de
acesso ao mercado, o que aumentava o número de interm ediários e
consequentemente a vulnerabilidade dos produtores quanto ã comer
c ia liz a ç ã o do cacau- e à compra cie insumos e manufaturados ,de que
dependiam para se manterem embranhados nas matas.
A ocupação, caracteristicam ente a r b itr á r ia , em que não se resp ei­
tavam sequer os poucos t ít u l o s de propriedade e x iste n te s -a s se s­
marias - quando as terras não estavam exploradas, e mesmo quando
o estavam, criava a tr ito s entre rliversos segmentos s o c i a is .0 p r i­
meiro d esses segmentos serie: r<3_ resentado p elo s pequenos produto­
r e s , carentes de recursos e desinteressados de le g a liz a r a posse
devido à f a lt a de condições de f a z ê - lo ‫ ־‬Os grandes produtores re
queriam a continuação ac governo, principalm ente por que procura
va sedimentar a usurpaçíío das terras o te r c e ir o segmento era re­
presentado pelos donos de sesmarias,- que reagiam violentam ente ã
invasão que se processava nas suas propriedades. As rela çõ es entre
e sse s segmentos eram marca¿amente violentas.
A expansão vai se r e f l e t i r sobre 3‫ י‬tç-rritõ rio s indígenas, que por
oferecerem menor r e s is tê n c ia , eram constantemente invadidas e to ­
madas para o plan tio dc cacau, redu^ind':■ seus te r r itó r io s e levan
do ao decréscimo do seu padrão-de-vida‫ ־‬Além dos grupos aldeados,
outros , principalmente os Pataxõ e Baenã: que ainda não o haviam
sid o , p o is se refugiaram nas matas mais in terio ra n a s, passaram a
ser combatidos pelos im igran tes‫־‬
Só no fim do século - 1891 ‫ ״‬ê que a cessão de terras passa a ter
c a r a c te r ís tic a s d is t in t a s , já que pela C onstituição daquele ano
as te rra s devolutas passaram a ser administrados pelos Estados»Em
1897 promulga-se a Lei número 198 que determinou a criação de or-
gãos controladores da ocupação das te r r a s. São a Inspetoria Geral
de Terras, Colonização e Imigração e as D elegacias de Terra, que
procuravam estim ular a l e 3 1 ^::‫׳‬i 2açãc das propriedades, embora tenha
encontrado fo r te s r e s is tê n c ia s por parte de alguns segmentos que
consideravam financeiramente d esin teressa n tes t a is r e g is tr o s ,d e v i-
do a seu custo elevado‫ ״‬Economicamente, ]‫״‬.ara os grupos que ansia-
52

ansiavam ampliar o tamanl)/‫ ר‬de ‫׳‬iv; .3 proprioãadesj a cristalização da


ocupação, num momento vim jug ac calaçõeG eram ainda fundamentalman-
te definidas pela fv.r.;!? e capaciucvie àe b a r g a n h a dos grupos que ali
se instalavam. O clima v i c l c n c i a a ‫׳‬lispata não deixava de funci‫״‬
onar comc uma perspectxvii dc enri ■;-¡•‫;׳‬imoato aborto a todos que sc
dispusessem a íístabel-rjccr alian ç a s e latar par areas com outros im¿
grantes ou com índios.

A lei número 198 que analisaremos r:;ais tidamente no desenrolar do


trabalho, juntamente co.r:\ r‫ ׳‬l.;i dv, 1 5 ;,, •jue também analisaremos nou
tro contexto, represencai ‫ ר‬o 7 3. 1<‫■ ׳‬Tinal sobre os territórios ind^
genas da região, dis3(..‘ci£r* lo pr,.J';utore.3 ‫ ר‬meios de produção (no ca‫״‬
so, índios e terra) e transformar!.•:o 0 ‘s sobreviventes em mão-de-obra
assalariada e absorvi :a pelos proprietários das roças de cacau. '
CAPÍTULO II

OS CRUPO^ T'7nlG3N.^.S PA XÍGIÃO

U este c a p ítu lo tentirírrios uma s ín to s o : 3 ‫ די‬v á r ia s inform ações c o l i ‫־־‬


g id a s sobro os grupoC' indíaona■^ cc. ãr 2 a nua escolhem os como ob je‫•־‬
to de e stu flo , colocando D ralim in am jnta d ific u ld a d s s que encon­
tramos na t e n t a t iv a d3 o sta b 3 1 ecer un?, c la s s if ic a ç ã o v á lid a para
o s dados encontrado o as inúmeras r^ forôn cias a -s s a s tr ib o s e s e ‫־־‬
us subgrupos.
As fo n te s b ib lio g r á f ic a s u t iliz a d a s aor^sontain, en determinados mo
m 3ntos, grandes d ific u ld a d e s decorrent-^‫’ ?׳‬as con tra d içõ es quanto à
g r a f ia dos nomes, à superposição das denominações ‫ ־־‬a trib u id a s aos
grupos p e lo s n ã o -ín d io s e por ou tros qrur>os in d íg en a s •‫ ־‬e às auto­
denominações; além d is s o , 'lã a,t a r b itr á r ia s id e n t if ic a ç õ e s de sub­
grupos e s ta b e le c id a s por p esso a s que não possuiair. s u f ic ie n t e s in ­
formações quanto às suas id e n tid a d e s e c a r a c t e r ís t ic a c u lt u r a is .
E ssas d ific u ld a d e s são agravadas p e la presença de inúmeros grupos
e sxibgrupos que circulavam o e la ârea , em decorrên cia das c a r a c te - '
r í s t i c a s da oraanização dos arupos Jo. ‫רי‬redor‫ו‬inant3g na r e g iã o , e
da ten d ên cia ao fracionaraento d e sta s t r ib o s , para, conseguindo um
deslocam ento mais rápido e e f i c i e n t e na fu ga, obterem m aiores chan
c e s de so b r e v iv ê n c ia . A própria r3^1u‫’־׳‬io do^ seu s t e r r it ó r io s tri*‫־‬
b a is e a com petição d ir e ta por recu rso s, ond^‫ ־‬exerciam predominan­
tem ente as a tiv id a d e s de caça e c o le t a , im p licava na necessidad e '
c r e sc e n te de se deslocarem com maior in ten sid a d e que em p eríod os '
a n t e r io r e s .
U tilizam os na elaboração de3se tra b a lh o , como já destacamos a n teri
orm ente, as F alas dos P r e sid e n te s da P ro v ín cia ; a correspondência
e s ta b e le c id a en tre fa z e n d e ir o s, j u iz e s , frad es capuchinhos, e v i -
g a r io s ; a do P resid en te da P ro v ín cia e da D ir e to r ia Geral dos Indi
os e os r e la t ó r io s anuais d23se órgão. Usamos também os liv r o s e s ­
c r i t o s p e lo s p r in c ip a is v ia ja n te s que percorreram a àrea no sécu lo
XIX, como S p ix e Marti u s , ‫־‬í ie d - ]^‫ל‬euwidd, Kidder, Avê-Lallem ant, Con
de de S uzanet, D o u v ille , alem 0.0 inúmeros c r o n ista s e h isto ria d o res
dos p erío d o s a n te r io r .‫ נ‬r)0 3 t e r i 0 r . Consultamos, ainda, a b ib lio g r a
f i a e s p e c ia liz a d a sobre a p rob lem ática, ta n to aquela v o lta d a para
uma p e r s p e c tiv a h is t ó r ic a na sua a n â lisu , quanto a qu3 adota p ers-
n e c t iv a s in c r ó n ic a (v. ^ ib lio c r a f ia ) .
54

Aposar da abundância d33.‫׳‬í.^r5 .fontes b ib lio g r á f ic a s , as grandes d i f i


culdad^ís, quanto ao .'].'■ciri r‫ ־‬to d-5 c la s s if ic a ç õ e s dos grupos e
se u s subgrupos, não fora‫״‬, to ta lm o n tj suooradas, d9 ixando-nos algu­
mas vezes a sensação ost^rmoG pi 31‫־‬n ‫''־‬.< ‫ רז^י‬terren o escorregad io e
im p r eciso . Consideramos ‫־׳‬ruj e s t a noss? ‫ודי‬ro o o 3 ta ‫׳‬, ainda que r e s u l-'
ta n te de xama a n a lisa d.j um núiaero const V;ráv2 1 do dados e informa­
ç õ e s , deve s e r definida, coino un.‫ ^־‬t'‫״‬n t a t i’■ ‫?־״‬, de e s ta b e le c e r uma c la £
s if ic a ç ã o p a s s ív e l fv c ’.iras r .■.!ornula~!õ3‫ ר‬, na medida em que no­
vos elem entos sobre p eríod o s 3 j :‫ דיג‬c'‫ר‬1 ‫פ‬t ad 0 B em arquivos do '
B r a s il e e x t e r io r e gu-'. outros 03^.‫־‬ici^11i9:tas, principalm ente li n -
q u is t a s , se dediquen a ta n ta r recuperar ínsa p arte da h is t ó r ia na­
c io n a l.
A a n á lis e que tentamos ,'Otã o rien ta d a pri:1cipalm 3nte por uma preo­
cupação d ia c r ô n ic a , aue procura r e c o n str u ir o p rocesso de ocupação
e 05 deslocam entos su c e ssiv o s dos v á rio s grupos ind ígen as da área.
Tentaremos e s ta b e le c e r um quadro r e fe r e n c ia l rãoido dos sé c u lo s ’
X V I , X V I I e X V I I I dovido, m pa r t ‫ ^ר‬,‫ ר‬í a l t ‫ ד‬de dados, mas, p r in c i‫־״‬
pálm ente, a que o nosso intere.'1s3 sa contra sobra o sécu lo X I X , pe
ríod o que consideramos c r í t i c o para so b r e v iv ê n c ia d esses grupos. '
E ssa a n á lise mais detalhada se r á f e i t a no c a p ítu lo s e g u in te , quan­
do considerarem os a p o lít ic a in d ig e n is ta d esen v o lv id a p elo Governo
b r a s ile ir o com relação às cor‫ך‬u n i ‫ר•י‬a ‫י־‬. .‫ כ׳‬in d íg en a s e x is t e n t e s no seu
te r r itó r io .
Ê p e r tin e n te lembrar, n.íst.^ momento, q u ‫ '־‬a ocupação do t e r r it ó r io ‫י‬
baiano não se r e a liz o u sim ultaneam ente, como a l iá s procuramos de­
monstrar no c a p ítu lo an tsrio r» Conseo’. ijntem ente, podemos afirm ar '
q u e as áreas indígenan foram a t in a i ":‫•־־‬.‫ ^־‬nor fr e n te s de expansão d i­

fe r e n te s em momentos d i s t i n t o s , o qu'- im p licou na formação d e b o i-


s õ e s no s u l da P rovíncia r e s u lta n te s da não in serçã o da área em

econom ia d e mercado» Os arupos que a habitavam, começavam, n esse p e


río d o , a s e n t i r os a f e it o s da ação com p etitiva por te r r a s e os e­
f e i t o s d a s te n t a t iv a s de e s c r a v iz á - lo s .
A âraa n o rte d a P rovíncia vin h a sofrendo desde o sécu lo X V I avanços
s u c e s s iv o s d e fr e n te s a g r íc o la s e p ecu á ria s, que tinham gerado a
ocupação dos t e r r it ó r io s i n ‫י־‬.íq en as, aldeando os grupos e impondo-'
lh e s uma s itu a ç ã o d¿ s u is iç ã o e dominação, que 3e m an ifestava, no
s é c u lo X I X , com as inc. 5 1 sa n te s propostas de e x tin ç ã o das a ld e ia s ,
p o r serem con sid erad as como 5rcas er! que jã haviam "desaparecido ‫׳‬
55

ou estavam sufici:?.ntGn1>‫־‬:nb.3 ‘’inteqrado<3 ' p ir a receberam 3. proteção


n e c e s s ã r ia no r^íferenta ‫ לד‬resguardo >3.0 seu d i r s i t o de posse âs
te r ra s.
Usaremos na a n á lis e 3‫ ב‬i d l i ‫־‬vc '!'^‫■־‬rjnvolvidas por Roberto Cardoso
de O liv e ir a sobre fr ic ç ã o i n t e r l t n i ‫י'ד׳‬, tin ta n d o e s ta b e le c e r ura
quadro p a r t ic u la r nara - ‫־׳‬j g i ã 7 ‫'׳‬.‫ \־‬ssi m, procuramos encarar o pro­
blema no seu aspecto n ‫ד‬i ‫ די‬ahrnnr.‫־‬Bnt.!.‫ י‬destacando o ca rá ter s i s t ê
mico da rela ç ã o estir.-^l Ia nnt r ‫׳■ ״־‬1013 ‫די ו׳יויל‬i s temas s o c ia is que
s e colocam em oposição : s tr u tu r a l a nív;-:l 3conõnico, p o l í t i c o e
s o c i a l , na qual se m?!.nií:.^gta claramenta ^ma situ a ç ã o de dominação
c o lo n ia l in te r n a , con■' ‫ר‬rJitend-. ‫׳‬.•‫ג״‬.‫־‬s demonstrar na sequência deste
tr a b a lh o .
As prim eiras n o tíc ia s ‫ טך‬i t-jmo.s no sécu lo XVI sobra a área r e fe -
rem-s-í as r e la ç õ e s estaJ^olecidas en tre os prim eiros ocupantes da
reg iã o e oa colortos d eslocad os da P ortu ral com a im plantação dàs
c a p ita n ia s h e r e d itá r ia ? , ^.orno iá de s t 1 c amo ‫׳‬r. anteriorm ente, os gru
pos encontrarmos na oca siã o eram T upini‫;־‬uin, com os quais focam i ‫*־‬
n icia lm en te e sta b e le c id a s r e la ç õ e s d■?, ‫;ל‬scam‫כג‬o de ca rá ter p a c ífic o ,
e que se tornaram bastan te aauerriflas ‫ ד‬medida em que as p r im e i-’
ras con tra d icõ es e 0 0 2 3 ‫־‬:<031 -‫ ר‬se manifestaram com a ex’oansao t e r r i
t o r i a l para atender aos .'‫־‬b ie t i v c s pro-oostos; c r ia r uma área pro‫״‬
dutora de a r tiq o s ex p o rtá v eis ‫־‬
Os tupiniquim ocupavam todo o l i t o r a l da Bahia na rea iã o estudada.
P e lo s c á lc u lo s mais ou menos im p r e s s io n is ta s , que nos foram deixa
dos p e lo s j e s u ít a s , parece que eram numerosos. Segunâo Tourinho
(1953), Souza (1943), Ott (195T) e Marchant (1943), e l e s estariam
situ a d o s numa e s t r e it a fa ix a aue acompanhava o l i t o r a l indo de Ca
mamu - ao Norte ~ ate o E s o ír it o Sontc ‫ *־‬ao S u l.
N os n ú cleos c o lo n ia is in ic ia lm e n tc e sta b a le c id o s - Porto Seguro e
Ilh é u s ‫ ■־־‬os c o n f lit o s não chegar .‫ייל‬. a Si n a n ife s ta r dovido ao pe­
queno número de colonos in s ta la d o s c a precariedade do p r o je to e ­
conômico e s ta b e le c id o . Ainda quo e s t iv a s s e p r e v is ta a p o s s ib ilid a
de e o d i r e i t o de escrovizarem ín d io s , as proporções do apresamen
to não chegava a provocar a lte r a ç õ e s orofundas nas r e la ç õ e s domi‫״‬
nantes de escambo e s ta b e le c id a s .
O d esenvolvim ento das a tiv id a d e s acrãri ^-exportadí^ras no seu perí
odo i n i c i a l n e c e ssita v o '?redutos a lim e n tíc io s b á sic o s resu lta n
56

t e s das a t i v i d ‫־‬i<13s ‫?׳‬.j c'-nr . 0 ‫ י‬1 ?1:‫ ד‬.. que perm itia aos colo
nos so b rev iv e rer. 3ncjjar.!: .*‫ טד‬s ‫ '־‬i n i c i ‫ד‬v ‫כי ב ר‬r‫׳‬j due ‫־■ד‬,) de s u is ro‫■־־‬
c a s . N ecessitavam 1 ‫ךזד‬1 ':‫ו ־‬.‫ ו‬nã‫'־‬.-rl^‫״־‬obra quo ajudass 3 a c r ia r ‫ ב‬in
fr a -e s tr u tu r a b a s i c s , aue .o r n i t i r i a ‫^• י‬uncionamento dañ ca p ita n i
a s.
A c a rên cia de trabalhail‫ ־‬r >? o r v .<•: a a- ‫' י‬a lia n ç a ' , decantada por
c r o n is ta s <0 h i s t ‫כ‬ri.^ d'1*jn ^ ‫"\ ר ידור‬.‫ ר^ ף‬i^‫ • י‬e f e t iv o das boas intençõ«^
dos p;^rtuqu3ses e d'‫ י־‬caráter d ó c il ‫ !־‬.s Tu;>iniquirt (TOURINHO, 1953).
No en ta n to , a ssa s rjla^‫ ~־‬.;s ' p a c í f i c ‫־‬a?5 iiã‫־‬:‫ ׳‬t iv : 2rara a durabilidade
que se p od eria esporar anta um quadro, como ‫ י‬que nos é apresenta
do p e lo s c r o n is t a s , i ‫ י‬f ’rna t ‫׳‬ao harmoni.‫'־‬Tao ■Ja medida em que se
avolumava a popul aça ‫ ג ־‬q i n v e s t i n ^ n t 50 ‫ ד ׳‬tornavam s u f i c i e n t e - ‫י‬
»
mente ampios, e s t e s oassavam a ^y.iair mai^r quantidade de te r ra s
e a apropriação do tra b a lh ‫ ר‬in d íg en a , ¡‫־‬ru^. d eixava se s e r asporádi
c j e , ou, orien tad o para 30 c o n c r e tiz a r a tra v és d ‫ נ‬consiua,‫ ־‬dos ax
ced en tes gerados nas suas ‫ר‬t i v i lados t r a d ic io n a is , t ‫י‬rnand‫“ג‬se di
r e ta ‫ ־‬e com i s s o as r31aç33s ; a c ífic a s doixaram 3a a x i s t i r .
As medidas c o o r c itiv a s c ‫״‬leçarar. a s.‫־־‬r se n tid a s no momento em que
os ín d io s iniciara:■! a r.-aya... c(.v;atra ‫־‬. õor.inação, rev o lta n d o -s3 e
retomando as armas antos esq u ecid a s. Segundo os c r o n ista s da ã. n-
ca, e os h i s t o r i a ‫׳‬.!‫'״־‬res quí analisara!:■. 3‫ ־‬f at ^s p o steriorm en te, os
e str a g o s com :‫־‬s ataqu-?s a js engenhas f .ra'i b a sta n te vultoGos e re
presentaram abalos 3õri 1‫־‬s no sistem a 1,‫־‬r ‫' ^ר‬u tiv‫ר‬. Com a cap itu lação
dos Tupiniquim, f o i- lh e s in p o sto c'L3ti‫׳‬T;‫ ־‬de oaaar com trabalho
não remunerado os estra g o s oontra ‫ דיי‬can.a'^T-iais e os engenhos. A
rãpida dorrc>ta d ‫>־‬s Tu .'in iau in •i‫״‬v.3v1-=5 ‫ ־־ ־‬iã estarem com sua caoa-
cidade de reaçã‫ )׳‬b astan te red u zi :\a c ;‫ יד‬as inúmeras c ‫ר‬rapulsõe^3, ’
que sistematicam>=nte vinhan sofrínüD o com as a lte r a ç õ e s introdu­
z id a s p e la s novas r ela çõ es de domin‫ג‬çã■‫ ר‬imipostas p ela sociedade
c o lo n ia l, representada ta n to por adm inistradores da c a p ita n ia , '
quanto por j e s u i t a s , com a in s ta la ç ã o .Z‫)־‬s ‘‫'־‬rim^iros aldeamentos '
da r«3gião e sua ação c a te q u é tic a . Também 3‫ ר‬fa to r e s b i õ t i c o s , ma­
n if e s t a d o s , p rin cip alm en te, na ! ‫־‬-'’;•íraia .le v a r ío la que atacou os
ín d io s ald ead os p e lo ‫ !׳‬j e s u it a s na segunda mstade do sé c u lo XVI e
matou 2/3 da populaça •, ‫־ ־‬-0 '‫־‬-lõ a icc3 7 d ecorren tes dos ‫י־‬681‫יי‬at amen­
t o s e o u tra s perturba‫^׳‬õos 1:‫ י‬eco:-:si3t.‫־‬r1‫’־‬. ‫י^ ״‬r••‫ו‬vocando muclancas ra-
d£ca:tá na e s tr u tu r a ‫'־‬rqanis a t iv a , ‫ דיי־׳‬te m o s s o c i a i s , p o l í t i c o s
econ ôm icos. E ste s fa t r js t ‫־‬:•rnarai?.‫'־‬nos in capazes ‫ ^ב׳‬reproduzir a
57

, sua so c io d a l^ e ■le r e a g ir aos inticanísmos ie dominação im ixjstos pe


.l a socioda"l0 in v a so r a
Con s i de rano f3 in tjr e s n a n t .2 t r a n s c r ‫ר‬vc‫י‬r p a rti 1‫ י־‬ocumento em qúe o.^ 0
‫־‬.<rõ p rio f‫׳‬11ín ■l:i 3 ‫ ד‬r e la tn a 3x‫־‬..j ‫^־‬icão ‫^־‬m itiv a ‫ר‬or e le comandada
con tra os Tu^iniquin rav ‫־‬I t ‫'־‬d o s , ■ au ' fic o u conhecida domo a ''Ba
ta lh a dos !‫׳‬adadores", .;ara que ‫ן‬.-‫כ‬3 ‫ ’ פ׳רתבי'ז‬nño só a v a lia r a duraza
cora que a r j v o lt a fo i t r ‫ ד‬t ‫י'יד‬, nas timben ‫ר‬- s^us e f e i t o s desas 5
tr o s o s ^parn os Tu.^iniqv.ir‫־‬.-, .m termos dem ográficas a s o c ia is s
Nesta tem? vei.'. r e c ilo “ ‫י־‬. c;jv^rnalor como o g en tio
Tupiniquin ^a C‫ רד‬i t a n i ?. :‫ ״‬- Ilh õu s se alevantava e t i
nha m^rt-js muitas crist^.:.s ‫׳‬.istr u id o e
dos os ■ánganh ■‫ ד‬i ‫־‬:lúcar.is 3 ‫ ר‬c-3 moradores e s tã o cerca
dos e não comia’? jã sonã - la ra n ja s e logo o pus am con
s e lh ‫ כ‬e ‫־‬ qüc mui to e '!r‫־‬1r1 que não fo sse ;:or t e r 70
der pdra lh.¿s r e s i s t i r nem o ,;oder ár> imoerador fu i c^jíi
loüca gente que me seg u iu e na n o ite que e n tr e i em Hhê '
' us fu i a pé dar em inna a ld e ia que esta v a s e te légu as
da v i l a em um ‫״‬.Itr ‫י’ ־‬aqu^no to.ia cercada de ãgua ao re
d3 r la l ‫ב‬g ‫י־‬a '3 ‫ כ‬as :■ass‫זב‬.‫לך‬cf^m m.uito trabalho e antes 5
da manhã 2 h::ras d ei na a l lei^ e a d estru i e m atei to
dos os que quiseram r .i s i s t i r .‫ י‬a vinda vim queimando e
destruindo todas as a ld e i 3 s qu; ficaram atrá s e •por qiB
o g e n tio se ajunt ‫ ־‬u e ‫לי‬vai 0 :‫ ו‬s:=quindo ao longo da ’:ra
la Ihes f i z alqumas c ila d a s , on ‫ ר ’־‬j s cerquei a lh a s ‫י‬
. f o i forçado d eita rem -30 a nado no mar de c o sta brava
Mandei o u tr .53 .ín ‫י׳‬io s atrá s le ia s e gente s o lt a que os
seguiram ...ert• üo duas légun ‫״‬, ‫ י‬l ã no mar :jelejaram de
maneira que n:‫־‬inh1am Tuoiniquim fic o u v iv o , e tod os os
trouxeram a te r r a e ns puseram ao longo da p ra ia por ‫י‬
ordem que toriavam o s c-'rpos p erto de lama lêg u a , f i z ou
­ tr a s muita 3 s a i ;las em que d is t r u i m uitas a ld e ia s fo r
­ t e s e p e la je i com e l e s outras v e z e s em que foram mui
- t o s mortos e fe r id o s e já não >11savam e s ta r senão oe
- lo s montes e branhas onde matavam cães e grilos e c.ons
tran gid os da n ecessid a d e vierxm a ‫ר־‬a :.‫ך‬i r m isericó rd ia e
lh e s l e i pazes com con^içã : au ‫ ¿־‬haviam de se r v a ssa lo s
‫ר‬.¿ 3 ua 7-lte z a j ‫ ׳‬agar tr ib u t ‫ ־‬.- torn ar a fa z e r o s en 0
g en h o s ‫ ־‬Tudo aceitarem o í i z e r •‫ וזג‬e fic o u a te r r a p a c í -

f i e n 3 r 6 13' '‫׳‬5 ::'.‫ י׳‬u‫־‬:in t7 Ji as , 0 ‫ז‬1‫ ^י׳‬f u i a ininha cu sta


dan! ■‫?רז י־‬9 ‫ד‬.‫ ב דך‬to ‫ ״ד‬.>‫ג‬3 3 ‫ דר‬hnnra'‫״‬a e taitibãm d igo boa,
cono 5 n . t ' r i o (SÃ, 156n in SILVA CAMPOS, 1947 ‫־‬5 9 /6 0 ( ‫׳־‬
Os n^'V0 s alla a m en t'-s, c;‫־‬. i ~ M s n ‫ ב‬fin^• 33 ‫־׳י־‬c ul ‫׳‬: XVI, nH': :por acn‫״‬
‫ '?כ־‬forara in s t a l a ! ' S •‫ר‬.‫ר‬5‫)״ ר‬roxi mi l al as .'..3 ñngenh‫ כ‬s lo s gran‫־׳‬le s pro-
.)r ie ta r io s , c'im nos caso3‫ ׳‬:ios p a rtecen ta s ao d on atario e ao go-
vorna13‫׳‬r Mem ‫ ר י‬S i . l\: jn tan t ‫ מזי־־ם ל‬a subm issão g relocar.ão dos Tu-
oiniquira, ‫^' ר‬roblan ‫לי ״‬. ‫ י ד־ש‬- '.c- ‫י‬bra n ^ c 3 '=‫־‬s?.ria a; ,1^3‫ נ‬en v oi v i mento
‫ > בי‬modelo a g r á r io -e x ‫ ־‬o r ta ‫״‬or n^. • £--i r ‫ ו‬9•‫ז‬lvi■‫ל‬.o. ñ a lt a ta x a de mor
ta lid a d e nos aldeament :‫ ד׳‬f3z ro^^rr^ir a questaD la n e c e ssid a d e de
se ta r umi fo n te con stan te tra/D ilh a'ores a s 3 ‫׳‬rem e sc r a v iz a d o s .
0 p t 3 U“se r e í a c r ia r lo .lo ??isto^^a le b a n d o ira s, fossem o la s lo c á is
ou •p au lista. O g r a n ; b j e t i v . ‫ר‬ra ‫ ל‬aoreensão d•; ín d io s nos s e r -
to e s “ no ca so , dos ?aimorS , ■^:‫׳‬s t e r i rnent.^ con hecidos por Gren e
Botocudo.
Conhecem-se amplamentj 5‫ ד‬té c n ic a ? u t iliz a d a s n esse p erío d o para a
captura dos I n d i a s . Cab ‫־‬, n ^ ste tr a b a lh a , a‫^־‬snas r e le m b rá -la s para
que se e x p l i c i t e form?1 mais c la r a o c a r ñ te r v io le n t o 9guerrp.i-
ro que c a r a c te r iz ju as rslaçõe«; o str jD o le cid a s.
Sob a j u s t i f i c a t i v a ‫ בי‬g u ir r a i u s t a ' , quo se ‫־‬.laclarava p e lo s moti
vos mais in s ig n if ic a n t e s , 00 ‫ ב רמ‬lerruba...3‫*־‬. ‫ י‬uma cruz de madeira
implantada em t e r r it o r io indígon?., ‫ ־י‬r o c o d ia -s e ao aprisionam ento ‫י‬
de grcinde quantidade de in d io s dos a v is a d o s . Manipulavam-s e os dema
i s grupos ou subgrupos ;-ara que restos se guerreassem e fiz e s s e m ‫י‬

p r is io n e ir o s , que eram comorados, usando como meio de tr o c a fe r r a ­


mentas 3 m issangas. C ‫תל‬. est^s c ‫י‬r‫ל‬é r c i ‫ י‬c r ia v a - S i a fig u r a dos "Indi
os de corda", que a cirrou -.‫׳‬s ánimos e n tr e os váriDS g ru o o s, d e se s-
ta b iliz a n d o -o s social¡, ^c.‫ר‬nômica o ;.‫ ^׳‬j l i t i c a m e n t e com a d e s a r tic u ‫־־‬
la ç ã o do p ro cesso prc.Iutivo e deipocrãfic ‫י‬, torn an d o-os m ais v u ln e-
r ã v e is â dominaç‫^^ ר■ד‬xercida ‫־־‬e l 5 ‫־־‬.‫ ׳‬c ‫י‬l ‫ר‬n ■^‘^‫־‬
Também os "descimentas ‫ 'י‬eran b a sta n te u t i l i z a d o s . Havia a q u eles ra
a liz a d o s usand o-se o a r t i f í c i o 1■ lu d ib r ia r os ín d io s com prom es-‫י‬
sa s ten ta d o ra s de tra b a lh o , ferram entas o alim en tos f a r t o s , que ‫י‬
não se co n cro tiza v a n om monjnto alaur.« Tanbém a coacão it
e r a u t i l i z a_
da oara orovocar os 12 s c im e n to s . \ s ameaças e as ‫ר‬r e s s õ e s se e f e t i
vavam fazenU^ com nu;:> o sontim onto .le in segu ran ça os f i z e s s e d e slo
carem‫ ״‬s5‫ ־‬dos seu s t.^ r r itô r i:.s o r ig in a is , '‫׳‬ara se in sta la r e m ^‫ר‬r 5 x i-
59

niDs às v i l a s , ?nele u t iliz a d o s scon ■raicaniente ‫׳‬ie f.5rma sistem a


t i c a (BANDSIR?., 1919) .
Todüs 3ssa s tá c n ic a s foram am‫־‬.‫־‬lan1c3nt.‫־‬í .?n-rerradas p elo s Colonizado­
re s no seu a fã do con q u istar m ao-le-.:bra qua lh es qarantissfe a ex-
oansão :la ’:'roduçã.‫ ;־‬d.5 0 ‫ “דתי־‬d e - acucar. K.‫־‬, en ta n to , analisarem os ma­
i s ad ian te os antacj.mis ■ ‫ יי‬vs íntr^ ‫»^־ ה ׳‬enhores de engenho 3 os gru
l-'0 s Aimoré, que tivern n j f jit1‫־‬,j3 ‫'־‬rav-is na v id a econômica la Caoi-
ta n ia e y o sterio rm en ti no:.' qruoos in líq e n a s .
A situ a ç ã o dos Tu,,‫־‬in iq u ir a .0 05‫י‬. rer.ji:^“.• a.:‫ ׳‬Gov9 rna/!or I!em de Sã,
agravou-se de forma acentuada, geranio a sua in serçã o n:.• sistem a '
de dominação imposta ‫■־‬elos c o lo n iz a lo r o s . Aldeados sob a ju risd içã :‫׳‬
dos j e s u it a s , <lono5 de •rrranles engenhos n<-=. r e g iã o , ou en tregu es co
mo e s o õ lio de guerra a ‫■־‬g 0 133• ,.0 3 ^10‫ר‬ararn a ner ú sa lo s livrem ente
como trabalhadares >;scravos.
03 e f e i t o s de desorganiz.açã ■ oc '‫ תי מ‬1 0 ‫ ד‬s-. faziam •..>resantes na med¿
da em que eram afastados ‫ ¿ י‬s u ‫־‬l‫־‬3 ‫ ־‬t i v i a' ?s tr a d ic io n a is de su b sis
tê n c ia , s e j a nas suas :equonas r:;raSy s 9j a nas le caça o c o le t a . ‫י‬
Cada vez mais tinham o tem0'‫ ־‬ocupado na .:)redução de açucar, que, '
o r in c i::a l oroduto c o n e r c ia liz ã v e l ■,>r‫ ־‬duzi ‫־‬1 ‫ ־‬na r e g iã o , não lh e s fac
n e c ia con d ições de suprirem suas n-ocessi la ‫¿ י‬s com ‫'־‬rodutos alimen­
t í c i o s nos moldes costuK'.iirr.íS da sua .‫־‬r 'a n iz a c ã o econSmica. íTa me­
d i da em que se tornavam >r ‫ ו י‬utf •ros .le m ercadorias e x o o r tã v e is , seu
grau de dependência ’^ara 03 ‫ מרס‬colonos se acentuava. Também as no
vas in trod u ções de .^ro:‫י‬u t • ‫ ר‬manufaturados í instrum entos de ferro ,
altera n d o os oadroes de consumo, atiravam -njs como consumidores ‫י‬
n\am mercado in t e r n a d 'nal, 1‫־^ כ‬ual ‫׳‬a r t i c i avam como ‫ר־‬r ‫כ‬dut•‫י‬res di
r a to s de forma cada vez menos i n .:.¡rtanta ^ onauanto ag.-5nt‫=־‬s p o l l t i ‫״‬
eos.
Os r e f le x o s d eso rg a n iza tiv o s do sistem a económico a que estavam ‫י‬
subm etidos m anifestavan-so do form‫־־‬, acentuada na sua organização
s o c i a l e na e str u tu r a .1:in. )c‫ד‬r ã f i c ‫ ר‬d? suai ‫־‬p ío u la ç ã o . A mudança de
h á b ito s a lim e n ta r e s, 3 ‫י‬n obrocim ent le sua d ie t a , que deixou de
s e r variad a e r ic a , com: ' a l i e t a I 3 ‫ ־‬grupos de f lo r e s t a tr o p ic a l,
para adotarem uma a l i m n t a o ã ; -^oral‫רז‬.int•-‫ כ ר‬uco varia:la e pobre era
elem en tos p r o te ic a s , caus 'U a ■or‫ די‬o hic^i 13z le sse s grupos, to r ­
nando-os ainda mais v u ln erá v o is ‫ ד‬c3nt11ninação qua oassaram a so ­
f r e r cjm a prosança lo s ; : i.!‫־‬:¡mias as mais variad as (V. FERNANDES: ®
CG

1963-33-40) .
O process(‫ נ‬de con t^ ri ‫׳ ר‬rocassav.i-sw livrom ente e coir a co n cen tri-
ção demografic?. n >3 ‫ד‬ld¿!araGntos ‫ י־ רזכס‬f-ilta ‫ ר״י‬cui-^a.los ^ r o filS ti-
0 ‫כ־‬3 , ‫ ר‬autí un?. 'le 1‫> ד‬rtali ‫די^■ ־ גלי‬g t ‫ד‬nt a e lé v a la , p r in c i
palmentví nos çru¿ ‫ כ‬5 ‫ג־‬1 ¿‫'ד‬. , 9 , 3;‫־‬.‫־‬is ntingin•'*‫ •־־‬aqualss que não
haviam sid o con ta cta l ‫)־‬í5 3‫ ל‬modvo c ‫׳‬nstantG. Hin‫׳‬la quí5 não o .•)ssa~’
mos comprovar com f ‫ י ’־‬:‫׳׳‬5 ‫^י‬5^‫רנ‬. t í ‫י׳‬t. i c :.53 ‫ ר‬icificn m en to r a la tiv o s à
re g iã o (V. F^^rnan'.as. 1 3 3 9 • 3 ^‫ )־‬, .tr ‫־ '־־‬j“rí s quci i s s :: ,dy s e r in fa
rid o 1 ia r t ir ‫י‬.‫י־‬3 '.‫ ד‬. ^ l i s ‘Jní 7•: i ‫^ ר׳‬ c ^nh^cirirínt ‫ י‬qua so tarn ‫י‬
de ou tras s it u a ç ‫>'־‬as !‫ נל‬c ntact:.:, qua t a i s ;'r^coss.>s ostã^ sem-
■'£3‫ ־‬p r e se n ta s. P rin ci ‫^־‬.lnont-9 n^quelt-s 3r1 que aquela tiu:■ ‫ ¿י‬cuiJa
dos não oco rreu , rlé~ ‫יי‬.ss.‫•־‬, a l ‫ז׳‬u 5 '‫ דרד‬r-3i; ^rências b asta n te sintom a-
t i c a s na q p is to lo g r a fi ‫ ל‬. r 1 ‫ ד‬0 .':. ‫ רי‬ri:.‫ י י־‬:.‫־‬ h is to r i a.lo ras ,a te s t a o
prcTDrio fa to le quo ‫ צ‬Tu in iq u ir ‫־‬: ne.3s•'. req iao foram praticam ente
e x t in t o s , demonstram que e l e s não c o n s t it u i rain aítce^ãõ a ‫ כ‬orn ees-
so de reluçã3 0 ‫^כ‬u l-.cion a l v io le h t a . E sta , a l i á s , cnmum aos grupos
in d ígen as como conseq 1:tôncia das compulsões b iõ t ic a s e e c o ló g ic a s ‫י‬
s o fr id a s de forma mais s is t e m á t ic a com o esta b elecim en to do dontac
to com os coloniza^.ores (V. tíibeirO^ 1970^263-317).
No que se r e fe r e à d e s e s t a b iliz a ç ã . 3 .1 ‫י‬0 1 ‫ ר‬, is a f o it o s se c ‫נ‬n cr^ ti
zavam na im posição da ncvas ralac~‫׳‬os v^r? qu? a viri.a t r ib a l normal
e r a s u b s titu id a v e la taí 1t.‫ד‬t i v a d^ im1. :;sinã^ dos . áãrãas dos c^lonj^
Zçiãores e seu s v a lo r e s. L a n t i‫־׳‬r:'. :riam p o l í t i c a era abandonada a
o s cen tro s de decisão s ‫׳‬a :‘’.aslocavam ‫י‬..‫ נ‬t e r r a ir o da a ld e ia oara os
in t e r io r e s das casas dos c o lo n o s, .V'.s alm in istra d o ro s ilos engenhos
a da ca.> itan ia, alam l ' s .'.t i o s dos c o lá g io s e ‫?־‬as s a c r i s t ia s das
ig r e j a s e ca p alas ja su ític ^ .3 . Outr' ’• ?.‫״‬an tas ras:■;■n3avais :.‫׳‬or t i i s
transform ações sram os ca ciq u es mani* u la ^‫־־‬-s p e lo s agentes s o c ia is
da socied ad e en v o lv en te, qua, c‫!־־‬nquistr 1n.‫י‬.■(‫״‬l hes a co n fia n ça , os
u tiliz a v a m c ->tp.j elem entes m odificadoras da sua s o c ié üade.
Os Tupiniquim, avassala?, s ■ r t *ar: a ssa s ■'‫׳‬r‫־‬a ss.)as, minguaram ra­
pidam ente. As a ld e ia s i n s t a l a ‫י‬.:‫ ^־‬s >b a ju r is d iç ã o dos j e s u it a s des
povoaram -se d esses ínU .'-s, lo g o su io stitu i los por outros apreendidas
ou corner! lo s . Havia, i c la r o , in ta r o s s e s aconôitácos p resen tes nes­
s e c o n sta n te ra:‫־‬ov':ananto. Por sa ancontraran próximos dos angenh.B
ou mesmo dentr.j la áraa'da alguns v a la s, os trabalhadores in d ig e - '
nas eram de v i t a l im portância n .‫ ־‬nau funci-■nan-ant ‫ י‬. Dní a n e c a s s i‫״‬
clads de su 1? r ir com n :v‫ב‬s l.ív a s a:4 t.jrra9 dos al loamentos que se
61

tornavira ‫' י‬.‫י דנ‬1‫־‬.'• t^.’. r ‫׳‬c ;3 s ‫ ר‬s 9 tornava d i f í c i l ou a-


raesn • in::0G sív31, \:r f i l t n •■’.‫־‬. s ’ib o titu to s para áq\:fòlos que aca
bavara d«sa . nr ?cr;r, ou ^‫ כד‬n a is 3.5 tornava intcjressan t ' econôrai-
ca e estratoq icam en te manter o s 5 ‫ ד‬1 '‫רכך‬.‫ומ‬0.‫ת‬±'‫י‬, costiamava-ss juntar
os so b r e v iv e n te s 50 un 1.‫ ינ־‬n a is ‫ד‬1 '‫ד‬::1 ‫ רד‬n1ar?a riova área, n a is de a-
cord.^ com os ob i.itivo^ 48‫י‬t a b 2 l e c i d o s .
O co n tro la do ca?,-', jo s u ita sobr.25 5‫ ־‬c?.Táis lh e garantia o âcesso â
:,.ensão da Coroa e :‫ ר‬dirc^itw de continuar n nissâc'■. O trabalho dos
ín d io s 3ra a fõrma d i ob ta t a aut ‫־־נ‬s u ? ic iê n c ia alim entar dasse 7ru
;j.') c o n s titu id o de padr33 s ín d i‫''׳‬S e a c r e i a l i z ação doâ 03íceden-
t a s a maneira de .'‫׳‬b te r -sò lu c r n7 .‫ר‬:‫ז‬:. r ien d in en to . fíia tern«3s econô
n ic o s , -para 05 j e s u it a s . a »r.ã'."d.-“0 bra in lí-^ ma re:'resentava a pos
s ib ilid a d e de v ia b iliz a r ‫ ד‬ox ‫ל‬. ra:;!ãr .':as t.srras que ‫^״‬jossuiam. Daí
os a t r it o s e n tr e c o r ‫־‬n:r ^ je*3u:.tas ‫־׳‬piTnt' ao a c e ss‫ '־־‬a u t iliz a ç ã o
dos trab alh a ‫'?־ף‬res i n ’I'-^n^.s.
A alocação dos Indios a ‫ד‬l• 1'^‫ר‬r.ant■:;p rií! 1 1 3 ^0 ‫■; ו־‬roviamante n^termi-
nados p e lo s jó su itiG 'u : e l .3■‫ ׳‬adm ini?tr?.’’‫'־‬ro” c'‫י‬lonais^ so 7;‫׳‬uia tam
bém o rien ta çã o 5str-!t:' ‫־‬1 ‫׳‬.;:‫־‬. « O us ' ‫ ר י‬in 'íg a n a s orno combat&ntas '
dos grupos não a l ‫=■ ד‬. : ’>ravi ■3‫ ־‬c i z i a com que se r rucurasse iiB
t a l a - l o s em areas n‫־‬m vmais .‫־‬u íe ssc n n‫^־‬r m obilizados de forma mais
e fic ie n te .
Os TupiniquiF. f'^rar. . u ‫״"־‬a 3‫ ר‬o?, v a rice ‫ ־‬o n t3 s na c a p ita n ia de Ilh é
US. Porém o único !•:i que tratarem os será o de Nossa Senhora da Es­
cada de O liven ça. fundía! .,^r je s u ita ^ 1700, na ‫^־‬onta de Itapuã,
ao s u l de I lh é u s , d^corr-ente da reuniSo dos que haviam sob revivido
em outros aldeanentos ‫כ‬n t ‫ר‬riorm e^te in s ta la d o s mais próximos da v i
la da I lh é u s . razã^ n;';3sa .'.r5c'1‫י־רי‬. 5 ‫> ך‬feraistência do a ld e a -‫י‬
nentc ainda n ‫־‬j s^cúl XIX, l t I ‫ ל!*> יי‬qua centramos a n ossa a n ã li-
se.
A área do aldeament >te O livenor‫־‬. é ..iesde (‫־‬: i n i c i o ind icad a como
do de o r ‫כ‬duçã‫ כ‬de -^ianava. usada • 3 ‫י‬9 1 ‫ כ‬In^ -os 7^ra ‫' ד‬roduçã‫'־‬
a r te sa n a to vendido om S alvad or. Destacavam -se, en tre ns v á r io s ar­
t i g o s , a fa b r ic a ç ã -‘ de te r ç o s ‫ ;׳־׳‬c'>quilhos de piaçava torneados ‫י‬
cixidadosám ente. Trabilhavam ainda orn arfeananat ‫ ״‬le ;:•alha ‫ ־‬c h a 2.‫ר‬us,
r e d e s, e s t e i r a s e - e ^.e ease . ‫י‬. .‫ י‬ta rta ru g a . Outras a t i v i da
des que r ea liza v a r. c.^rn ¿xtrema j e r íc ia , sorund; inúmer:,s v ia ja n tes,
«3 ra a oesca^ • c ‫י‬r t - na le ir a ?. ■ s .ju transó,^rta«
62

Esse ti ‫׳ רז‬So economia extrativista e artesanal, voltaàa ;:■ara a co


niercializaçã ‫נ‬, ‫ג״י־י‬terminava amdições de vi:‫י‬a, consirl sra’s's :or i‫׳־־‬
numerc'^ visitantes c . mo .'r3carias ( V . ‫־‬:‫־‬. e . ’‫־׳‬T I S D - N I U W I S D 3 3 4 ‫ ו‬1 9 5 ‫“ ־ {׳‬
33s j HAV^-^RO, 1346) « Vcmej tarn;:!■ lhe<3 ara permiticlo destinar 5s a
tivi ?.ai.es ãã subsistência, que lhes garantisse alímantaaSn Ca ¿,.‫ב‬-
•Irñ.í aJsquil . Parec^i-n>s cftxa, x^r sar uma reqiao 3r-jíutora 1‫■!׳‬3 ^‫־‬
açava, si caça e a coleta, assim como a agricultura, cleveriam ter
sfi processado de forma Trecária. Ê .la suvor que seria Eraa orijl-
nalmente Ia tabuleiros, ;‫־‬obra em flora e fauna, ou qu3 tairia siu3
anteriormente OGU. ida, r>rovaveImante com canaviais, 8 qua, leviclo
a erosão 3 MxivirçE' solo, jã se haveria degra-laíla, fazendo ‫י‬
p re d o n in a r a p ia ç a v a .

Tísse a lc e a m e n to fo i * ? le v a Jo à c a t e ‫׳‬j o r i a de v ila p e la le g ia la ç a o '

de P o rtu g a l - C a rta Bã< 7 i a 1‫׳‬e 1755 -‫י‬ a fa stin d o *s a l r a i a i s t r a c S o

x e r c i 'H p e lo s je s u ita s 3 e n trn -a n C o -a a Jirr^ to re s c iv is . C o n tin ü -

úu, p o rém , o x is tin d ) at-3 o s ê c u l '* s/s-^ u in t« , a o e sa r da c o n sta n te s

p ro te s to s da a d m in is tr a lo ra s e D ir^ tc r^ jR G jra i^ ;.lo s I n ‫׳‬l i o s , quey

a le g a n ‫כב‬ c o n sta n te m e n te o a d ia n ta d o a sta J:. ■'la c i v i l i z a ç ã o dos se ­

us h a b ita n te s , c o n sid e ra v a m in a d e q u a d a a m a n u t 3 ‫׳‬n c a 1 da ”p r o t e ç â o '

aos ín d io s e su as te r r a s . P o ste rio rm e n te , a n a lisa ra m o s com m a is ‫י‬

p re c isã o a situ a ç ã o desse a ld e a m e n to no sá c u lo X IX .

C0-*v0 5 ‫י‬1 ± .‫ר׳‬Sí. • 0 3 a n te r io r r ie i.to , n v jõ s w t ‫י־ '־‬ c ie â á ^ r o ^ a la ç ã o v io -

Iv irita , 3 0 ^ ria 0 p o lo j r a p in i ..lia , ro in ic io u -::o o p r o c o 3 50 Je cap-

t u r a ‘ c:.:i t r . ‫־‬i _ í a l a a ¿ i o r e j , . v u s, a tin !;in d o os c a a 1 .1 a d o - 3 ■ j r a : 0 3 ‫־‬ uo

in te r io r cu s e rtã o ; 00 " . . r a 7 i r 1 ‫׳‬j " ‫־‬:‫ ¿ ” ג‬m t r o p 5 j u j o 3 " ¡iiia o rõ , .,..¿ ) a r ^

..u . I i i i . o r ' j (c a -i0 5 n c o r i U ; c i á 0 '? p o r Iro n ) a p a r tir do le c a lo . 7 1 1 ; ‫־‬,

_^uando 0 0 - a e ^ a v a .>1 a S ío :j á l> .^ - ¿ i.i 0 K p j i o 3 j j G a i t a j ‫״‬ . ‫ >< ״‬j j c a l o Í7111,*

ja a n d o 30 i n t o i i 3 i¿ ic a m ‫ן‬ja ‫נ‬ c o n ta c to ‫נ‬ con 03 :jo lo n o ^ , p a 3 r 5 a r a .1 a

503‫׳‬: á ‫׳‬j n o . ‫־‬a i n a 1-‫־‬.c ‫ כ‬p o l o n o ã ie g a n e ric o do B o to c u d o , d e v id o ao c o ó ta ia ;^

dü u s c irj‫״‬. b o to q u e nos l ^ i o s c¿ o r e l h a s . Segundo á c la s s ific a ç ã o ‫י‬

lin g u ís tic a de A ry o n d ‫י‬A ll Ig n a R o d rig u e s (1 9 7 2 )!, o s ¿ o to c u d o p e r

ta n c ú a ao tro n c o ‫ ;־‬r . c r j - J Í , ■ . " v o n '. l o in a .io r a o fa in ília s e u ia le to s ‫י‬

s u rg id o s ¿ o v id o a sua t e n ‫״־‬. â n c i a ao f ra c io n a m e n to , c a ra c tu rí3 tic o

J 03 g r u o 5 ‫״‬ J¿ ( 7* - 11 7 ?1 3 7 5 ‫ כ‬11»5:-.::.0 ‫ ג‬1‫ ) ני‬.

,.o ‫ב‬Zçal J .r/I, 03 ‫ ״‬i 10 ‫ ״‬r é p ra í jc ir^ a c o n c o n t r : ^ r - , ‫׳‬:;o no in te rio r ‫ ״‬:‫ב ט‬ a

tu a is > j i S t a ¿ . o ‫־‬i iin a -j e :..‫ ר‬v . í r i t • / ru a liz a iiv ^ o in c u r-

033‫מ‬ tiá í.:p r a r ia s ao lito r a l, p r l n c i p 'í i . - u n t G ñ as c a íjd ta n ia 3 w de


a* i

lia u t t o a S â E te le g a r o , ijEBas fls c o ijn iil m*


ÊyariS'-‫■ ־‬Is3a;f18Eeai...*^Bt■ fliIo•:» úaa e^f,assBí pus ■fcsntiir ‫י‬
B seE a i'lE S -la s .
à s psiaeirai aoosnt3ig!._aj ■3■ ^ vl¡ ítí 1x1.MS <2 asi J j i ü s a s o
■.■;ts« »*‘a «-1cEÍfcj3 .-¿‫«•^ י‬.:..r-j !:■!gal.iSjs Jau 1 ‫ ״‬v 0 (l.S€4‫׳‬J* •jaíaráBl a¿>-
açyíS Eibs L‫׳‬u»aiga C l3 3 i| , asrrnai^e• * epdLí-1?>l:s # i^avc^rro { te
a s S K i e i 6 .•a»liaá1aKf, 19g5! 5 ) . 015 st.agu 3 s •:li 1
E a g it is it a ■>1 .«•‫־‬.; 04 ‫*'־‬ ® ~-‘ -tl í fl A‫‘׳‬ ‫> ?׳‬Li I 3 i3 u £ itía í0 ‫־‬a1
G ‘^aá‫־‬jel . m a .:i, ‫'יי‬Sy.v¿c1T1 . ^'.>3 .aii.r.‫־‬rC^,

b ifaaJu ‫־״‬íaorioi Dímsa Í1535) is 3t.n!^u>as «ua »Ãi:.^js:S !psiissjsitra**


r a : . . ‫ ־‬£Su v ilf:a llf ij m i «:le 3 t lia S u 3 ü ía fito S á g u iíü i p t í,a o l|: ( ã lv ,i^

1‫ י‬3 -‫ !^«נ‬B&U3 ■i o:^ncrvl^ls, íll3a 3‫׳‬a3 alcl‫־‬iáirt® ¿13«


ffai..., a '*Lii ‫־‬.jri ^ C-x;1a1;:m, Alera provoÍ6 4^»^
t&i c..;:1j ‫זז‬13‫ ¿§ מ‬mptivar^n ‫ י׳‬í^ sãoc^ »
fc1 uv. graiv-vj paE‫!־‬Q
‫ ״‬v.£i ;?o^itla^So‫־‬ para uB‫׳‬aííâl *
1:iísí4it:s1w.‫ ־‬a f^lS^Gin da5 ^tivi¿ladss ^;giEiiEAip-^asípairtav^ ias cn-
plfcsaalas sj-i ¡r^rw^-‫־‬,
tóipadiçCkâ |11MlM«‫׳‬a1 fQraia c^rf^OT-tea^aas cawtgra uâ; ttmorl
a pacttr sSoalo na iontaiira ã&•^à‫נ‬í»àStii.0ã10‫־־‬íl" í5 tKszS- *
l o s ao eaii^lirio doB e s lo B o s, e Se 05 ejjEawwltaE a,j teabnli^.
c.-'»'itE1alfe â sisrifefiâafcleaaasfca csEgaaiaRij C:s a§a:I‫פ‬-Jl‫ב‬.C‫כ‬Ku
31 v lia a s i Mnswís sage»a-Ia a fa s e aim FslngZ&3 Ja s s o M o a es-«
t r e O i f n â io s e o o ls a s s , flaíÈ B H raliiai^ a ©»¡BBttçSQ pos w
p e la d Ê íiiiiia fio fie traiurílfcaáaEss* fafeoí^es ■ai® li^ a r t a a f ia s ãa sÊm->
tiãSfi gfsiütimi losal,
fv aapaellsslQ 15a¿I3aaa ús e^aisfeir ajs cuasiaiita® at«f«es flai laa-
..liraa ■rgnaigcivLQ^ pol ;3 0.1.11103, e.‫׳‬iiiaguCsBlii Ja laasataiifiu ãsk ‫י‬
iatiegriflafla âa isíia ®sfcx;»taEa BQOial, ■^‫׳‬msmm dm aClail^s pelas qsss.
piala“ys í3eeu*E!aaBaa ¿13 iasergiop ainfla giiB ia iKsaa tiiBH©, hmís#
y a.j alaeaoci vi.: 2íriefÍc5 111t1ârii31iea^ s»i1 a BifcareStlgus
la íe i ■
fcfe» ‫ ־‬feasiielJaSa, aiiSEjipoÊaiilii, tiaísatílio ‫ ני‬aatwreifB ta e til itesses ‫י‬
gms^^jMrn
Í.S pelatei3?as Ettffelcias ¿a qit^ s© fcaasia pielSlsafl^s s s í!áLíia¡3á - ew l-
^‫^־‬ateía-'«te mx Í3 aaaâ âsiwfiíaipoâ ^ dafea ie I f il, goto psMsaiKiiieia
sio tosilsala., ,*’dCiru a.j»11ngo:s, I»^d1rigtj©s, e fc®wy rfaa^ilfcaua3
3â ín ^ i> .‘3 ¿y^aia: d e s la c a l^ js p a ra s aont1>3-â^,>cltn^ 4-sâ I l f t a
Itaparica, nà alfei^ Santa C|mS.jp criaci« fflaB&ei.‫״‬.*rUs£íífej peaia ‫;־‬s
m:

VupiíiiqMim, Q
‫׳‬, pr-•‫־‬y‫־‬nwal,1K111t,tói, deepo^.hiuII ^•¡1?. cjniJunia <ia varíola
ddí X55G. Os Air.u.'r2 a i l lo s s llz a f lo s £ .!rsa ton j5‫׳‬:: v í^ ía a 3 ele v7.D«n
g:sm .inSaetj-ífoistGgiuGas qsiis ^©&0‫ מ‬0,1‫מ‬:‫״טעו‬1 ‫ ב‬it,.‫'?נ״‬1:‫¿י‬ i3‫״‬s parto J'2:
:£:1àj:,‫ ״‬v,n jp©®fiafifcs3, *¿Uiíj w ■Ifcrij 1 ‫ב‬í14iA>y^|iii..1E‫״״‬p# !!!.lâ! átó_i
y/as, coílta^v^«
:^ 3 :1 s a a T
3£‫י‬rcial*paci.f±í‫נ‬íl9S«^’‫ י‬p^jlí.j«í 3 ‫־‬s ss£ tn â .j, à J o n i.m ia iifS ./
c - ‫;׳‬a jç;;u 3 ‫ ב‬a r s u b s t i t a i d n p a l a d e lE ü n u .M a r e a ! c^liRP ta l
VtóZ ®e 3 u t o ‫־־‬Ju1KffiÍnf1Q3sj£A. Iij‫׳‬t í [ 0 i a s ! ‫׳‬.uE a DS v íte l-t ^ g r u p i‫־‬£l B uító
J â 3 <3utó ae: s.‫״‬i l s l u a r » s 1a p s l u 3 ^ da Bihisr., líin a B : s e s a is : a L,3S>foi;tx..
e m it • .', -u s 1^¿ntr 1‫ ״‬ost p rop^ rç^ -s. a o à j «fef3eví:j£1S t;rí 1v'aàeís,. e n t r a
>ssX&.3 a 3 v S r i a s b a n J ^ lr a s : d ‫״‬litr a .tíiJ :a s «

.. tnf^^iTiaaçio seguinte gme se tem do atv13‫׳‬ue ú m rd.:.‫^״‬rÕ 5 á-a 1r»60.


L.íC l:Qpr>dl±¿í5;i11a1Li®»te fn± 3 £e1 víasítáCisr dt‫ ־‬€ a, íi 3^1v-j
jiLIÍ^S‫' ׳‬£iâ‫?^׳‬t£lC
il ,'4 p.ara c>1‫׳‬t,a f.lzü0 Ja □a reglio, como laedids .l¿‫ *־‬:;irj‫׳‬t3çH :•,
a líiv iiis S iiia J.0 t a l J a c is a c , ^liá ti:; r .^ r o s a n ta v :1 a fra^
-i.jntsçS^- ¿ns r>»águ«í1ív3 i..rgns ‫״‬Isp;nlv3i3, fjs a 3aLd.nistrá§S.> cj_
!.‫־‬iiiai ■íptar pfala e •s3tra;^ã^ ^*‫*ז נ‬:^ f/rt«j, im ccpitaiíia Sd JUlPirs ,
‫־;׳‬a^3> ‫־‬mcântr isstí r.s I.srç“.3 ‫״‬a ccra-^-xtu 111310< *#.31:^
‫^<ן‬.‫מנ‬1‫^ ־;י‬tâ11i#j, a
grnn«-w ci3pc:rsE ^ v.a pupulaçr. ^, 13V!1xi_ / n cpia granúus *
tiv '-js s o r n qu© s e r c<‫>־־‬bert0.j( f e z c ‫^׳‬s,1 ^r*3,.s n •vaa 3 . 0 ^‫ג‬1 ‫ ט‬9 "^‫ ז‬f j s s a in pro
3tr,s @m jjuses‫־‬: w» Urrt. ¿iStrntSgia 4
‫ר‬,.^‫ע‬jssiva.

^ u a ú.mm s o d i d a s a d o t a d a s n ‫־‬y 3 ‫׳‬s a p s r l ‫׳‬-^ f .i f• Z.£3 r o t a ç ã D d e ‫ ״‬G a a r -


r a J a s t a ” s^a 1 6 7 3 * r v c ir r a ii. ‫ כ׳‬a n i l ‫־׳‬: ^ .'S b.1‫״‬n d -‫־‬jLrai1t . J s , q u u pãs
3 ;*raia a t>¿r r o c - M . u a i 1 [^111t l e g : ’. l d i r y i t * d 3 t r a n 3 f á r í 1 a r ‫־‬.¿ia v:=
v s r i s i . B*âÍ,r4^^ 3-.‫ ^ ׳‬s c r a v j s , V íi3i-:id'‫־‬v3 3u 1 d ls t r ib u iç ã ..; . a ftte ^ o s
p a r t i s 4 p a n ‫־‬t t í s u z is a i if íla d , ir^í# à a s X íim d iir a á • a a i9 íam^üsa u>
zsb^

p c‫־‬r l ¿ á p a u lis ta qm n p ía J l.,3 tr ^ íir in u n -^ r a j*


¿;:l.-íiéi^s è a J b r ir v 5 r i , 3 o a s a in h u s p o l i a t e r i ‫־‬r Z *f1 s o r t • -;!as ‫״‬ia i.a fi‫׳‬jâ f
r1aG€5iDtJt1 ôia «3s!»p1í3asaçi0^ grandüá s « s - ^ a r i a i a t i i a l S a a t _ .^aaru d s ¿¿‫ ^־‬r i
i l s a g ã o s i » a r e g i ã o d « lieeJiici a3•^‫ ־‬B a i a 1*o^ p a r a an d ¿‫ ־‬d e s lo « w t t -• sosa
lu te a e a s c r a v o â M m .v :f|, daud-?• i n í c i a a p o v o a ç ã o m p ró sp ^ ero enge
n&vJ m m m Ê S llim , 1925! 1 1 2 /S ! SOüTIffiY71977;270).
‫ ם‬G..:3i3ate a‫׳‬ís Licv'jrS p a r t í ^ r 8‫ נונו‬ca râ ta r c£ej,i<80, eia d©cor-
r J u a ia ê €1 â sta rm i &1.js aaSai’r i J id c s em p&^ummus gruíaos nônados ,
afeiHflí»a r> l i t . r a i 4 «* £ ‫ מנ‬aa I n t e a i t o n t e , ‫׳‬.:aJa v*ttfcravam em ^
.0;‫נ‬,‫ ^ג\ןזג‬m ■?;1 -■a d : l 'H 3‫ ^־‬.>u. «raia ratinji'ijs pai3 s a a i aMs11©‫!־‬BiSd‫׳‬.‫־‬rüP ‫י‬
Iiã3 rí‫־‬g i r 0 s in tt¿ n ,.r i» a s r r^uancl1 ^ :‫׳‬t 0 1 ‫ ־‬aí1ss3¥2.a escra v o s.
65

íirtvir., e n tr e ta n to , outras ra zv es üc .‫־‬n*itiicas para a rc‫־‬a lisa ç ã o uss


ban .a:ir.1!‫׳‬s que se Gh:.’cnv 3.n c ‫׳‬m s 3r5n, iara 1723 teia-se n;>tícia v.’.a
'.u ‫;״‬ir a s1‘‫־‬j 13 ‫׳‬riinçí >s ú ia 3 !?raJ.•■, que ->s c-.:i.1bn.teu ontre o ri ‫ג‬
‫־׳‬-'.rJ.j ^ a Serra J1. 3,‫״‬i..;..re0 | ea 172‫ ב‬, J 01 bnndeira 0‫ ב‬i‫״‬ntoniw G»n
ç a lv e s F ig u e ir a , ‫״‬Uo lu t .u c^n a le s na região .ij r io J.jce? (jn
1733 t . ‫־‬ra 3 113.»‫ י‬xima, 3a.±nClo da v i l a âo ?raCj; a de SebastiSc Lwio,
que lixes ‫״‬tíU Clarábate proxim ‫ ג‬a IlhSuT. •í'udas e s s a s bandoiras ti-
nha¿:; c .‫־‬1‫ ^ ג‬prüocupaçã‫ ׳‬fundamental a l.;c a liz a ç ã o de pe‫״‬.r:13 ■‫ ב‬a e t a is
pr^ci','s:;s, principalraontv¿ t u m a lin a s , zicanc.’.j u aprisi.jnaraontj cios
ín .-i quase cc.ni:‫ ־‬c ‫׳‬rap^nsaçã;:* p o la s !esposas r â a l i 2 adas, que se ‫י‬
fr u str a r a n n.- seu jo je tiv o c e n tr a l (J.-UJ .Y1946 ‫)״‬.
P a r a r o la ‫־‬Acnt3 an s com bates, co n tin u a v a .‫ י‬proCc;í3a ; ‫ ״‬.j a L ’t-ar >s gru
p . 3 quwí ia!a senC^‫ ׳‬co n tro la d o s em v á r ia s r e g i õ e s . L'urgirara as ^ilce
1.‫ ;•;־‬,.e .<íjssa Svinh.^ra <-:.■3 e 1.1 Cã. J js õ ‫׳‬Ia Barra áo r i o
G n ta 3 , -■'.e ‫^־‬nds f^raii Ijp :)is d t is l‫׳‬.vca.:js para a J is s ã o da São ¿ 5 .‫י‬1 ‫גי‬-
lis ri.. /Jn^, a 1.2 -:‫?> ־‬s:1 Sonh vra '.a C onceição dos ín d io s Grôns '
n s r i . s -?undã.4 ‫ !=׳‬Itaíp^i, sesraaria j e s u í t i c a na sua origcíá. J e s s e s
c e n t r o s su pr:^c¿ss:iva n dcjgcarictarizaoã■ ■ ".^3 grupas a tr a v é s .¿o
uiaa ação siste ja a ticm a en te ..^ s e n v j lv i a “ a catequ¿:30. .-lev:. tr a -
d i c i o n a l a s p e c t ‫־‬: de esipl ,ra ç ã j econ*a::dca p e la q u a l c s jo is u ita s sem
p r e f ‫״‬.ra‫־‬ã c r i t i c a ^ . ‫מג‬, p a rece-n o s gue e s s e an gu lo da r a la çã c e sta b e
le c i d í i - n d‫׳‬jmin içã.y c u lt u r a l quo j u s t i f i c a v a e .orien tava a sua a -
ç ^ 1• ‫״‬. ‫ ־־‬dcs n a is r^ p resen ta tiv D s ru s ie to n a in s t a la d a , sam qn‫ &׳‬re
cob a ‫ >־‬r u l u v l a t i r - j c e .
C‫ ׳‬trabaliio a«! Luis Felipe Baeta !íeves 0 ‫ ־־‬C.31‫־‬
abate dos S31;^:ados -le
Cri s t . na ?erra dos Papagaios ‫ ־‬ê ’ .3s p •ucjs que analisa a cataquo
Sis jesuítica s..‫־‬b tal enfoque, f‫>״‬rneceni.. eleiaenti^^s extreiaaraente re
v¿lav..jras qUv‫־‬a1to 5. articulação entre 3.‫ ־‬segment 3‫ כ‬sociais doni-
nação representados pelos jesuitas e pelos c )l‫;׳‬nos, permitin-^‫׳־‬no3
inferir que a contradição se operava apenas a nível econômico/;¡uar^
referia a posse das terras e da mão-da-obra. guanto à estrutuifa
çãw da política cultur;^.l e integrativa dos grupos indígenas, nau'‫י‬
se ‫ ג!''כי‬di2er qu^3 hc.uvesse contradição entre estes segmentos, mas
pel.’ c,;ntrário, um caráter de complement ariedade na ação dos repre
sentantes ou agentes da política colonialista em contacto com os
gru. •os indígenas. (Ijxü'/dS, 1970).
íj^: sÕ cu lo 7111‫ צ‬hcuv-.j stír ia s conturb^ições envolvendo 03 Jren da ca
p i t n n i a de I lh ^ a s . ... razão de ta i.1 a t r i t o s f o i o u.‫׳‬3,‫ )־‬d;3 ín d io 3
66

por alguns elem entos portugueses para realizarem ataques as fazen


das v iz in h a s às cab eceiras do r io Colonia ou Cachoeira. O uso ‫י‬
dos iiimoré em a tiv id a d e s consideradas inadequadas ao modelo e s ta
b e la c id o , provocou a reação dos adm inistradores, que os rep rim i-
ram e aldearcim.
Transcrevemos a carta de Vasco -Fernajíides Cesar de :lenezes ao r e i
de P ortu gal oía 1726,/era que s e pode observar clarciraente a o r ie n -
ta çã o dominante -nesge periodo com ,.relação aos Tiimore e as ra -
z~v¿G Jo aldeam ento, considerado ura esta g itj p rep arativo para a
e x tin ç ã o dos grupas, assumido de forma c la r a no d iscu rso de um
a g en te a d m in istra tiv o governamental; '
"Ordenei ao capitão-m or :\nt5nio V elo zo , f i s e s s e a te r
c e ir a entrada paira v e r s ^í encontrava caía o g o n tio bra
v o , que in fe sta v a algumas vezes as ca b eceira s do Ca-
yru e J eq u iriça e d ep o is de cciapear m uitos !;vases no
se r tã o e p artes donde os podia achar, deu com a sua
t r i l h a e seguindo a te a a ld e ia , donde resid ia m , a í f i
zeram a lt o alguns pondo-se em d ife r e n ç a para melhor
escaparem as suas fa m ília s? e com e f e i t o sendo b a ti
dos e mortos d<?les, por não serem de c a sta a se defen
derem se retirdram o s mais? e indo en seu seguimento ‫י‬
se aprisionaram s e t a en tre !;lulheres e meninos? e v o l
tando d esp ois para a. nesma a ld e ia arrancaram as mandi
ocas e mais plcintas que tinham para sua su sten ta çã o
e lh e s tomamos ferram entas, arcos e 3 m il e ta n ta s ‫י‬
fle c h a s que com a p r e ssa tinham d eix a d o , dizim ando-..‫י‬
lh e s também os ranchos e como eu tin h a mandado en tra r
o c e l João P eixoto V iegas com grande corpo, porque se
o fe r ec e u fa z ê -lo Hs suas c u s t a s , ord enei ao d ito capi
tão-m or e s ta b e le c e s s e a r r a r ia l no r io Una, donde c e r -
tam ente lh e v ir á parar e s s e g e n tio , obrigado das d ili.
g ê n c ia s do d ito coronel? pc^rêm como a f a l t a de ãgua e
de mantimentos d i f i c u l t a s s e aquele esta b elecim en to ,
mandei que b u scasse s í t i o cora menos d ific u ld a d e s , don
de s e pudesse manter com o mesmo fira e escolh eu o da
Palraa, donde f i c a e eu com a esperança de que todos ‫י‬
se extingam e s t e s bárbaros que são os que impediam *
tam3‫)־‬ãm as marchas e jornadas de alguns mineiros" (ilEWtí
67

a is , 1726 ? in r.CIOLY ‫ ע‬SILVA, 1925! 3 40/41).


ÍÍ.S a ld e ia s se ampliavam em numero, in c lu s iv e coki a p a rticip a çã o
uo ^utras ‫)־׳‬rdens r e lig io s a s , como a vios capuchinhos, p resen tes na
ã r e a desde 1705, que administravam a a ld e ia Je liossa Senhora dos
:iem édios, juando a população in d íg en a se reduzia devido as ep id e-
la ia s, mudança da d ie ta , super-expluração d ‫ ל‬trabalho nos engenhos
e fazen d a s, e do3:;rgani3ação s ^cial que provocava o deseotím ulo ‫י‬
>...3 continuarem vivendo, continuavam a in tr o d u 2 ir novas le v a s de
in .lio s recã n -co n ta cta d o s, que eram recolocad os por duas razões ‫י‬
fundam entais. Ik prim eira, a de reconp:.‫־‬r o c o n tig e n te dejEaogrãficu‫י‬
da a ld e ia , a fim de que pudesse CDntinuar fornecendo trabalhado-
r e s para as fazendas que se situavara nas suas proxim idades. 21 se -
gunda, s e r ia duplamente e s tr a té g ic a s a de reu n ir povos t r a d ic io - '
iialm ente in im ig a s ‫ ־‬no ca3:j, l;i.?\or5 e ¿‫׳‬atax^, cono em I ta íp e e I -
ta c a r é - na mesma a ld e ia , reduzindo as p o s s ib ilid a d e s de a lia n ç a
nas r e v o lta s e obrigando ã adoção da lín gu a portuguesa, como fo r -
laa de in to r comunicação, jã que as r:3mais lín g u a s u t iliz a d a s não
*jormitipjn o entendiraentc- en tre o s v ã r i.s p,.‫׳‬v o s. Também o fa to de
os demais jã estarem acostumada)s ao novo padrão de v id a , p o d e r ia ’
s e r o elem ento importante para convencer os ou tro s grupos a o ado
tarem a se submeterem.
0 s é c u lo ÍIIÃ v a i enc -ntrar os Gren aldea.i‫׳‬:’S, em ;::arte. Porém a ma
1 r i a dos subgrupos sõ foram a tin g id o s de forma mais s is te ia á tic a ,
quando as con d ições ec .m^micas se altereircira com as m od ificações ‫י״‬
in tr o d u z id a s p e la inserção da produção lo c a l no sistem a econômico
n a c io n a l e , posteriorm en te, no in te r n a c io n a l com a produção do ca
cau . Ccjmc e s s e período é aquele sobre o qual cuncentramos os nos-
s o s e s f o r ç o s , se r ã nesse itvjmento da nossa a n á lis e que nos d e te r e -
xn_s com maior p r e c isã o sobre os v á r i 1.;s subgrup •s B.)t.,‫׳‬cudo.
O utros grupos r e fe r id o s e combatidos desde .. i n í c i o da c o lo n iz a - ’
ção foram os Ilenian, os Mongoyõ, os Kamakã e os Pataxõ, sobre 03
q u a is faremos ráp id as r e fe r ê n c ia s quanto ao p eríodo compreendido
e n tr e os s é c u lo s XVI e XVIII, para d epois os analisarm os mais de-
talhadam ente no sé c u lo XIíí.
Os Pataxõ viviam no sertã o do i n t e r i o r , ainda que realizan d o in -
c u r sõ e s ao l i t o r a l jã no sé c u lo XVI (VASCONCELOS, 1846). Sua ãrea
de ação er a nas c a p ita n ia s de Ilh é u s e Porto Seguro, d iv id id o s em
v á r io s su jgrupos nas ad jacên cias dos r io s Grungugy, J u ssiap e ■u
d as C'-ntas e S a lin a s 1Q43? ChSTJ,, 19-^.5s 74,100/1? S A M ‫' ־‬
*íDOLPL, 1G45s 2 5 9 : 2 3 ‫ )פ‬. .An :jri!:oirás n c t í c i a i s que sa tera sobre
nl.l^atAüntos ..vi grup3s ¿‫׳‬atax‫ ״‬e H3 15.93 (LSITE, 1945sl77) sm lugar
n ‫־‬1 ‫ נ‬reciGaviO no s u l J.a Z-uíiia, onJe estavati sob c. aw oinistração ‫י‬
-3 j e o u it a s , Sojuiitlo a c-^scrição êa L e ita , o ltís viveriaia eia pe-
nuoHDS bandos. Atacavara con st an tüinisnte 013 aldeaiaentC'S ;.'.)3 deiaais
in .iio s e apresentavam or .•funda r a s is tS n c ia a vivareiu eia a ld e ia s '
~x‫־‬r serem grup.-‫׳‬s tipicr~av.ínta n^Eiades.
-<táalizavara in cu rsõ es T\ü v i l a s l i t ‫כ‬râneas, en busoa da alim antos e
nanafaturacíos, gue düsoertavaia prjfanda cu ri-sid aclü e in ta r e s s o ‫י‬
n e s s e s grupos, üitia das s e r ie s ataqu^js i n i c i a i s e laais famosos
que realizaram nesst¿ período f o i en 1757, anvolvendo principalraen
tvá O liven ça , 0na e i‫׳‬jxim, deteriAinan-l‫־‬í a tr a n s fe r ê n c ia d e ste ülti_
la ‫ י‬povja«M.ü para as nar^tíns ■Jíd r io P .itiptí, lo c a l considarado raais
seguro para a in sta la ç ã o dos colon os (AI^OJO, 1757).

O coabate siste m ã tic u aos ¿»ataxó data ^‫״‬o ssa época com s o lic it a ç ã o ,
por p a r t ic u la r e s , do d i r e i t j de urganisarara b a n d eira s, que lh es
p<jrmitissferã c a s t ij a r o a p risio n a r 03 ín d io s (.!¡.iii’üSs OL
1 763, in ÃCCIOLY L SILVA, 1925143/ 9 ‫)נ‬.
O p ró p rio Ilarguês roc..nhece que a razão fundcu-iontal para o ataque
a e s s e s índi..'S, pc‫־‬lo s bandeirantos e a d n in istra d u res via v i l a de
•Jliven ça ara a .*e capiturar91a-nos oara tran s^ on aá-los ani e sc r a v o s,
futuraiajnto usau. s nas lavouras d^j fonaa o x to r s iv a g ab u siva, co -
mo s e pode depreender du ta x to :
"í*oi 7 , *I, servid a ordenar p ela PruvisHo de 20 de ju -
nl K1763 ‫ ־‬ao ^iovamador gue então e x i s t i a que in f o r -
21a s 2 e s-‫׳‬bre o requerim ento junt■‫ '־‬que a V, :1. fe z Ig -
nãci... ‫י ׳‬.:¿ ‫ ״‬zeveCkO l 'e ix ‫'״‬to , sarganto-iajr da c a p ita n ia
Ilh S u s.
E sta Provisão depois de passarem 3 anos se ap resenta ‫י‬
a g o r a 'ao Governo.
Lstv: id â n tic o roquorinonto nos faz la^ssio su¡plicante
a que lh e deferim os com as p rovid ên cias que contam da
cÕpia uas ca rta s ju n ta s e s c r it a s nas v il a s Je Ilh é u s e
da Upva OliVvinça, nas qu ais dGtorrainam.'S que as Cânia-
ras c:.1a . f i c i a i s :‫״‬.a .. r<.Lanança e das entradas s e a -
juntóla ^::ra iazciri‫ ;־״‬r o .p slir o a s s a lt a r o gentit, Pataxi
bc.rjücir j. ...j :ra temos r e p e tid o as !aesmas >r1:Gn.3 , .nã' ‫'ה‬
n.^ >.itac '^11‫׳‬u2rr>.*j^ ‫ טמ^יי‬fcr\1a1<‫״‬,j!jíí -.‫>ז«■״‬:‫^ ^ךג‬hc
.1

t r i t ‫¡ י‬.‫■־‬ara ‫׳‬j;a.‫־‬ s a r g t 3nt . .‫׳‬-‫־‬:‫ מי ג‬s u p l i c a n t e g‫ ־‬o f i c i a i s da


<irdiànançc; ti •jb írv -li‫>״‬í5 ..¿ -ü u o stica d o s, v ã c o ‫״‬:anoanJo a d±
t a c o n J .a t.i,
ac.nttíci:.v 3 n t 03 .l-; J.ito g a n tio proc^J.era sem dúvida ‫י‬
1'.;j C^iscui..-‫׳״‬ d it;; capit?‫־־־'״‬i-1:.:r e dan Câiaaras, porquan
t o aas ca rta s ju n ta s j ‫׳‬r c 0 £‫׳‬i a da Cãmira d js I lh S u s , ‫י‬
cr.n3 t a qu^ • v i j á r i j da.1‫־‬aula raissau ju n to coia a lg u n s '
fiz-:¿ra fu-jir ac g&nti■.; - ataxSy ay)risio n a n d o -lh o s ^áto
c r ia n o a s e- 2 aulh3r.:s a d u lt is v.... quo se c o n c lu i que os
in s u lt a s d itu s g o n ti ■s a a is precedera aa in c u r ia das
Câraaras e d?.::itães-:Vi• :ras - .‫ נ‬que do podar d_; dit'O gen‫־־‬
t i ' . j>atax-■.
I'iSo nos ¡‫;־‬aruco c o n v e n ie n te quo ao s u p l i c a n t e se dê a

in cu sibô ncia ‫• ״‬-j f a z e r e s t a s e n tra d a s c o n tra o mencic)na-


do g e n t io ¡,‫׳‬o r enton.-ornc-s quo a 3ua in to n ç ã o -I f a z o r '

c a tiv o s aos que a p a n h a r na p e l e j a , 3 e rv in d o ‫־־‬se d e le s


perpetuar.• m to p aro o s a r v io o de s u a s la v o u r a s e m tro 3

d e s tin o s , com a inten■;;5:.. •‫״‬ r ‫״‬,;a r tir a lg u n s p e lo s uLOiaa


is ãijra... .r.¿ 5 ? :•«.■)r i s t ag r a ..int 2 governo* teia a c a u t e l a

d ; O :-.v.:v3 r t i t . j a,.> C0 i.‫׳‬i t ã 0 ^ ‫־־ע‬:0 •‫ע‬âít1n.ras quo •:.‫ י‬g e n t i o ‫י‬


v iv jrõ ”‫ ^־־‘י־‬x i'ssa s a ld e ia s P310 se u tra b a lh o liv re a e n te "

Os Ka1a<:1Ká, grupo do trone ■acro-Je, ‫^׳‬ue se s u b d iv id ia em o u tr o s '


con > 3‫ י‬.longoy', ...utax', lenian e .lagsacara (LOüKOÍiííi, 19315
iUSO in 1963 V .V I, 2 9 3 /5 ), tamben :L^raia o n v o lv iu o s'
n e s s e processo i n i c i a l 1q expansão, a s p rim eira s roiJerências aos
ilv.ng .;yõ 1 ca li::r 1n-nos en tre o r io d ‫ ג‬C .ntas e a v i l a Prado, re
giã■ .0 3 ‫■־‬-‫’־‬.to3 c e n tr a is das c a p ita n ia s do Ilh e u s o jrto üoguro .
iUàagiraii v.íJs.!.o ‫ ע‬in ic i.) ãs t e n t a i vas do oscravizaçãi.j desencadeada
léelo s DandeirantsiS p a u lis ta s , sen d j quo a p r iu o ir a d essa s t e n t a t i
vas data de 1651 comandcida por F ra n cisco da .<ocha, que a ta ca um
pequen‫ ^׳‬grupo nas raatas v_:o i n t e r i j r , levando-o a se ald ear no 1.'-
c a l , hojo conhecid ) pel-• nome de Soluonte (SkliíT-HIL¿^!■!¿;, li)3Ss '
126? C.^1P0S, 1947, 1358 ,;-“01 ‫)־‬.
A lém d e B e ln n tts, tariúSn .‫ ב‬a l d . i i a ò.s ::largons d .‫ נ‬r i o Ita c a r é e r a '
h a b it a - ‫ ״‬a p . r Io n ia n ou io n g o y õ , o u , a in d a , Kar:takã, d o sa e o s é c u l o
v iv a n d o c o n o n ã o - ‫ ״‬i- :bra o s t r a te g ic .a r a e n te s i t u a d a , e tr a -
73

b “ 111 an>^ na a g r ic u ltu r a , a le n ^ «.;rnec^rü.., a->a c 1 r* ‫ ב‬, alim ón-


t , 3 '^bti,:,3 nn.3 atlviw a¿03 2¿.‫ ״‬caça o c o la ta , v‫״‬n ta j, ex£^11 >,^s
cD.n:)i¿iT:'31‫ ׳‬ati11;lan.sntc5 a t ilis a j .: ‫)־‬s nos ri..:3‫ ׳‬o no ra1‫־‬r . 8‫ ב‬J,ex.1a-
i 3 jTupos, n‫׳‬:> ü n tanto, S no s e c u lo x r s quo vã..‫ ־‬Svir a tin g id o s pw-
l a s fr^.mtoa Iíj oxran sio .ia fn raa mais s is te m á tic a , 1jri 1icl^jal1.1311t;j
!.,Jila i^ív‫־‬c u á r ia , in sta la d a ena V ito r ia ua C -nquista, quan,‫ ׳ ״‬a l i 3<a
c r ia -¿¿1 ‫מ‬C06 scssmaria de !Jr^Dri3;.as.la ...j J.‫׳‬ãu ^wHç ilv o s •..a C:/St£1i
T311‫־‬bi3m a aoã ‫ ״ ל‬a 7a. D ivisão J.a C n;^uinta o C iviliaa^ íSj l 1 >s In -
C.Í-.3, cria-:a ¿Tí; T ila-lítica s )b a o rien ta çã o ãc C‫׳‬. nc\•‫ ־‬úi^ ¿».‫״‬tlu a , t<¿-
vo ^ranJ-vj ini51u3ncia na r eg iã o :L> r i j Juquitinhonha, cnJo ^3S'~¡S ‫י‬
i n - i , 3 racóburaa urna sesm aria para c 0í‫־‬ibatcjrG1a os ButjcuuJ ^^resen-
ttís na area.
Os grupos in d íg en a s a tin g id ..‫ ד‬, de forma s i s t e i i a t i c a *u nr^o, ".urr^
•' 3rí : r a o i‫״‬.cn‫־‬ántG enfocaJ . f yram 03 P a ta x j, lía1:uv,:S ^ a l-
dUns U-.J3 swas subgru^js^a a i.t^ c u :!-., r-0pra3anta^/'3 :‫ נ‬r v a r ia s ‫י‬
su.jvJ.vís333, que circulavam nima reg iS o óa f l o r e s t a tr:>i;ical la -
t if j lia J I a quase virgem da pena tr a ç a c 1 n i n i,
J ^ v ic , ■a!» ' j a r t o . , a c o m p a r t i 111 ‫ ״‬r e m n m<33 1 . u ‫ ־‬i n t j i e n t w * ^ a rte ,

a ¿ a t^ rjs h i 3 t ' r i c ‫׳ ״‬s , a p r o 3 c n ta v a ¿ u u ia a s a rita 1 .0 c a ra c te rís tic a s ‫י‬

u. ^T ons q a a n t ^ à sua o r g a n i z a b a ‫״‬, s o c ia l e a c o n a n ic a , E ra m g ru p o s ,

n a sa a la a io riri, que se fra c i n a v a ií c ‫״‬u g ra n a □ in te n s i..a U o «3 v i v i -

:m o a s ic a n -s n te de a tiv ila J e s . : caça 3 c o le ta , r js s u ia to c n s l^ g ia

3 i;a .:lú s , p rõ p ria de g ru p o s q u .¿ nao ta n re s id ê n c ia fix a e que ao .‫י‬

s ti v‫ ״‬J s l ‫־‬. j c a r o u n S j podem te r g ra n ¿ « q u ; ; 11 t i u a d e de in s tru m e n to s , ‫י׳‬

;^u.:í .! if ic u lta r ia 3 ‫ ׳‬b r o i n •J ‫ ג‬a s v ia g o n s . J ‫ ־‬a n t a n t i ', a ao^‘^Jrc s^ t> j u n ^

fo rm i« ^ a J > j >j,w5s s c . s c a ç a d o re s 3‫ י‬c - l i t a r a s C.a f l o r e s t a tro p ic a l, n io

vl.iV c* s e r « ng an •■ ■ 3 a a > 'n t . .tt. i x i n .'S p e r m i t i r d is tin g u ir c la ra m c a

te c‫־‬s p t í c i i i c i ^ ‫״‬a . . , a c u ltu rá is í¿ 3 c iá is fea c a v .r : ,*

Os Pataxó e v‫־‬s ;‫ ^־‬t ,c u c . rfr^n gru.. 3 que v i v i am u a caça a c ;la ta ,


ain d a q u e ,esporadicam ente, lh o s s e j a a tr ib u id a a a tiv id a d e agríen
l a , q u e, s e e x i s t i a , não u ev ia t e r granae inçjortância na sua orga
iiiz a ç ã - j‫־‬o n^mica. Ja os iCamaJcS eram agricu lt-^ r^ s, ainúa a co
l e t a tiv e ssíá n a io r relev & icia na sua d ie t a , do que s:>e ter^ por *
exesiplOf n s grupos de f lo r e s t a t r o p ic a l•
03 rin c i;j.a i 3 \.r >dutos ¡;lanta¿*. *s ¿<¿1)3 i‫־‬.c'3nlca -.^rnia a ;^atata-úcca
^ > inham.-, iica n -.^ o &dlh. v¡ ¿i ranu.Iioca num oüyun‫״׳‬.^ -:-laño. Usa-
VJC.X c'‫ ״‬v,n- 3 ma. ^,au-de-cavar inaúoqualo r. u t iliz a ç ã o no carrad a,res
iA

tr ir iy in x , !j rtcuitv , ¿jlantio as :aatas «..e


vnri.•-3: ‫׳‬,-^, •‫■ כ‬nal lrx.<lic:1vn n lte r a ç õ es nao a t i v i lades preciosd
nantei 1«nttí e x õ r c iJ a s palo gru 7: ‫ל‬. O período sec^j era aquele em que
a cao ‫ ד‬e a c c le t a ornr:. ¿xerci..a s c^n raaior in te n sid a d e , o que im-
_vlic!av‫־‬a ii-j (Itísl.-cai.10nt.. «':)53 lirJjitnntes ‫ ״‬as a lu tiia s , qaa se in t e r -
navar.1 !‫ ד!׳‬nat?. j :.1 basca ■.ijs alií:v.;ntos, üíra o p e r í >Co eii que navia
n a i r aíunJ.áncia a, c^nsequantaraente, maiores a tiv id a d e s cerim o-'
n i j i Q fci s t i va'‫כ‬.
O p e r í Co Jas cauvas i‫־‬ra > p la n t i j e >.‫־‬.o r^it >rn»' * a lJ o ia , v¿
..a í5:í tornava laais ‫״‬lonótc na e poüre tan to a nIvo‫־‬l .la ou^osistoncia
:!uant > Cas a tiv i^ la 03‫ ״‬s ‫־‬c i á i s £uatxvas« u c?--^»wTvlc< s o c i a l , no
o n tn n tj, se t ,rnava n a is intv5n=50, jã que o perío';^! de viuo. aomxim,
£ -.a-ç-»;‫ ך^י‬..»tíla c.usi.nci ‫ ״ ״‬o Úesl(.‫־‬arj30nt ■3, ,3 .b rijr.v a a com partilha
rom fiS n a ij r sc'..!.: a‫״‬ com os demais murn^r .3 S,a coraunidade.
* c t a ^ ile c ij . > e s s a r?»v‫׳‬ido quadro dos grupos no p c.rlx l ) c: íiaproemJL-
cío en tro s sécul* !o K7I 3 XVIII, vaiá ‫׳‬s r1111‫־‬i s a r ^ 3 facul:.■ XIX, ton
tanu-j caract;ári2ar tJtn ^^‘afic.-vionto ■*4 và ri.g jru:' >3 env.»lviv‫'״‬..'S ‫י‬
^ e l ./ x->rvjC0 SE? . ‫״‬o 0 ^ : . 3 ‫הז‬.^‫ “י‬Ja 5. c i o ‫׳‬..:v;.? nnci ‫׳‬n a l.
Os .!ados que obtive1a,3 d.;s v ia j a n t e s , fu n cion arle‫ ®׳‬e o u tr .s agen-
tu s n 3'xd.edade i r a s i l ü i r a en v o lv id o s no p ro cesso <1‫ ב‬c )!ainação e
e s p o lia ç ã o d e sso s /rup.;s, aprvdnontma vari^i^a^.v, qufuit.. a.- gr iu
pr i c i s ã . . Oütr :‫ ׳‬xa t r que nao prjL.01a 3‫ ־‬i j n ‫־‬rar e que os daãos sao
t:o a nint:*>3 d is t in t o s c represontan graua d ife r e n c ia d o s de i n t e - ‫י‬
jra çS . 3 grup'-'s in d ígonna Squola sociedade con as consequentes
transform ações so fr id a s nas suas c a r a o to r ís tic a s c u l‫־‬tur-<1 s .
In icia rem o s a a n á lis e mais d e t a i h ‫“ '־‬.‫ ד‬p31-"s It^TiHokS, p >r se r um dos
jrup ■s ■rã-j J ram prinjiraLiintJ¡ a l . i‫ ״׳‬, •s, n.■ s e c u l. .;X‫ ״‬, na regiaí;^
.1 ‫ ׳‬r i -•‫־׳‬r..-..

A V:.::ÍL1:. LINGüfSTia KVÍhKÃ


.^ogun.lo letraux e UimuGn;1ajü (in 1^)63 7Isl547) e iis - n ‫י‬
(in STEV7ÃRD, 1963 V,VIs293/5) a fa m ília lin g u ía c ic a xíaiuaka in c lu -
í a ^ utras lín g u a s com d ia le to s ac ‫ ׳‬c^.nii-iciv. 3 do 9x 1^30 J o . iiS
lín g u a s s e r i e ‫■!״‬. Kutrií* •’.Gnirji, ^CTju.'ika a In3 ‘3'‫"־‬.c‫'־‬:*r:. ) 7 ‫נ‬. i a l o t .s w-^
‫ ״‬nr.;rJ1 ã 3 .rri*:rr. ‫־‬. n j ■y " - n x1 , da lin g u a Kutax^^, :m c nhac ir ia
, d i a l o t :catr.c i . cln^ ^ -ifica :? ‫ ״ ־‬-r / n 1 - r i g u e s , pa:)licaJ.j
‫ ״י‬r ‫ ׳‬I ' t t i (l^'OsSV), nr c nr.t . . ^ru:l i n j g i s t i c . rv^raoj-:a.
n

C ■L1_. 11‫ ״‬,.-¿u3‫־‬u í3 9 ia a s r^*‫״‬r5nci£?.s &'13 3‫י‬t333gr1:qx-.s, in io ia » « a o s y a la ‫״‬


ü la b raç.T•' de aa tucura a ia t ó r io o s-íbra e s te a grnpoa, quando t j r
4.x3sIvs41, íx jís lauitas veaas 6‫י‬.‫ י‬.:aã‫׳‬j g aSo tã c ln 0 i; 1n ilic a n t e s e|aa
Tí^-lêi mais p6n 1‫־‬i.‫־‬tora r<¿latar alSii •.1«3 sua IncG lizaçSíi•

On ■Aatat i

Os l í a t a t ‫ ״‬i t ôtxyjTuiii^ iC-ilíiakã, f a l m - um Jlrd-s^t . i:utax5# irlviaia na


rü glS ., njrueattó .;a C apitania de Sorto 2a.jm::} (C:.Sia«, 1945174^ IjOiJ-
iSOTOc , 1 1; ‫ כ‬3 1 *1 0 9 ‫ן‬uííKí¡>.üic e t o 7 . 1 1963, ©»^; ‫עש‬£.‫״‬j 548j
c q11al;.1uer .ivi i n i langã subJtiÉí «»s9@ pequeno .
Z ‫״‬-wo-sível .-ôvau tt‫־‬í a i , . nTj3wlviv..3 a..-citóv-ai«tó 01.‫^המ‬n a l
‫ נ‬a su e i étn ica # transfonaanao-s® em cim acios ,
.u j t r a j a liia s s ^ i n 1‫ ־‬arjrieultura ou ñas n ti¥ l£ a ,.í‫־‬s CeriftLjada ^
‫!־!״‬..:«ira a sen transiJ •rt■^ p e l 3 ^‫ ״‬ri-:-9 i..c a ls , 4%e x tin ç ã o f í s i c a Ce•
jTM j■ j ou tra a lte r n a tiv a p ía s lm il, assiia criv ‫ ב‬-Ij t^r-dái aigraC^
jLtTTx ..‫ ׳‬interi^.-r ¿aa L‫׳‬a3wa ¿a roá'i^iás ain^a xiz^ ;.oa^j¡í^:13 ■ j jt 001‫^י‬-‫י‬
nos* o fa to S qoB uasc^nhtícwiá-. a ■ 4u:ú.:r-^:^r í:3*-í:;>íícíí1 c .‫־־‬J.‫״‬.‫־‬iaíaont-
.leüsa jru.x■.

Os Kat:ax*;
XI k<:ut.1x ' ou ji.'t^x‫ ״‬viviar^ aas V£jrt<3í1tí13 g jr r a ‫״‬v3‫ ׳‬,í,iu-jr3‫־‬ís, ac.■
s a l 2- r ia Caohoeir^. o ac n orta Cu r io ParJ.;¿ (1«001?0-103 *1931,.^‫! בנ?ב‬
’IcmklK & ill Si^ü:^JÍD,1953 7 .1 !5 4 á í >j:.dlavsci-ae in tu -
j r a l n s í i t ^ , ms^-vaci s cábelos c o r t& :i 3 na a lta r a ,rvílhas e l ! . -
to q u es n .5 ‫ ־‬la b ia s e .n H ia a . ¿»intrvaíA-st. 0 -4 ..‫־‬-jsenli'-ía f«1csaStriGv.s
ñ a s íx>rtm nmgra & ?«íXWáljaG, tira2u ‫ ׳‬a3 t in t a s í -m sim^s v e g e tá is q
* leo a a n i a ^ s . Bm.s habitíig'^es orraa c natruidaB coa pallia CíQ pal-‫״‬
r‫ ^״‬lra‫ '־‬% i hrjríz. «laa casa situ a c n n cr«í1t r ‫־‬.‫ ?־‬1‫ד״‬ al-.:-jia, , ‫י‬.‫בגןד‬
‫גיס^״ר‬ Lrník tica (19315131), e r a -a stin m ia aüs c¿1e¿á¡3, VLm g.xJ.ú~
r in t-ilv a z , «£1‫" גז‬osaa •Ins 11‫ר‬10©113‫״י‬,
Ali1ne11t€1vam-3‫׳‬e «.‫ ¿י‬fr a te s w r a l sos obtidos aa® ativid ad es de c o lé -
t a -‫״‬j3<j!11v.‫־‬lv i.,a 3 ñas flo r e s ta s eora qtie v i via®, alSia da oa^a e pea-
c a . Pv311 ‫־‬a .!aOv)!3 ‫־‬roa v1ispc^.>s par^c=3 .!ua ‫ ־‬s ;t'‘t.?x? n a ‫־‬: cv‫׳‬ah©ciam a
Ci-^Ticultaríi, a a te r ia a 0«‫יכ־ב‬1 £‫• ן״י‬ sarara c11ô3ados e t e r -
lii^íS s i ii3:>.‫ ־‬s t a 1«;¡;‫ ״‬jã a>j .ntoís a “iTJÍnistr^tiv3a ':a s-^cieckid©
nautu (Lomco®!^, I i 3 1 :1 5 0 ).

ífenií‫״‬-n
t, ‫״‬r a j ■ v i v i a a ‫; ל‬i'irgens a lt . J-rjvd.ttnn. •mi■', f;i ‫י‬
73

. .r ¡.ja u llsta a , ;jüj rel.-eararj d ‘> jmi*


pü si;t Bolla’Sitidí, aüK,^ üD .int-íiilriire i¿ .7ieJ-Hewiw».; ^3 v‫׳‬lsltaraa8*ií1®‫״־‬
Ix^ aflm aa 33 ¿•leCüaori erara exosdjositas txãjaUmXx^ soii^risf mmIi£2r1ro es‫*־‬
talrns, &v^JkB :n 023 ,.?¿‫מין‬12‫נ‬t08 a mões áa pescar, nlSa JJs scsnja <‫ג‬3 ‫ג‬3103‫מ‬30‫®כ‬
l‫ג‬a‫י‬JdlI5a l 3‫; נ ג‬:ascalDras, JKraadbacei e c3ga(±3raa (;)‫םכ‬:©^14‫נננטךע‬, 1338‫ ו‬235‫ ן‬Sftiffl?‫־־‬
4;1L&I‫״‬L-,193Í?J 1« 3‫־‬fim33s 2 3 ‫ ט‬o -jxtk.X) jS «jãtava nâStiçado o que‫־‬
h n via jjarai 0 ‫ י‬grauaJa !aarte oltaaúntcs a õstsn cials 11;* 3 aa c u ltu -
ra t.i:T-lI.UX & a1:10EHDn«JÜ Ja sa?^^r.íü>, 1963 718 5481. Alea da a ld o ia
áa Beliaonte, ‫־‬iu«‫ ¿־‬ta1a.;5u üavia slv .‫ >״‬elavavl.‫ *־‬a v i l s (.lurantó a aditd-
ilistr a jH o do Har,‫|־‬ues1 Ua Pcaaiial, anaontraai;.1 Jfiá¿iaréncic1i3 a a líis la
Ctí 8&-‫ י‬a ^aventura 1■‫ ׳־׳‬P,jxin, na 1<>callJviu£í co P eso ¿lo j?aa { uRTLla-
Cf*0,1756,ias), â !*i o a tr a , próxiiaa ^l»‫ נ‬BtálJBonte, a l í le g a liz a d a p©‫״־־‬
li^»9 eiTEr¿;:.neutos C& 73■ SivlsSci en. Jimta úa C onquista 0 C lv illza çã >
d o i In d ios para nr^ító'j^rcsi a «x^BtrugS ‫ ל‬de ‫עו‬1 ‫ ג‬entrada dtã !■•linas ‫י‬
;àirais para i l i t e r a l , soguini^a o curs a ‫ ״‬:riL. ú'yquitiiihoiiha
vM»^/ls#1808,i!1s) . Spix q M artius n f im x ' t:ir en 0 i» tr a ‫ ״‬.’ m
grup ;1 de Menian vivando aoia os Kamaki na S3 rra úo Uw¡áo K o v 9 i |1
a r r a la l co n q u ista ÍSPBí <á 'mM?lDS,19765167) .
08 £ 1añlos nen ian r na r e fiS j ua 301&>nta, f arsea u t i l l i a d o s na a ^ x
tu r a r ‫י‬t 3 s .a o m o x c ij p a lo r l ‫׳‬: jQ 3‫׳‬ultinh'>nJ1a © cano íK^atíjatán-
t a s cen tra .‫>־‬s B >t cukLi, guarni^ónr. > .33 Tjr^ai^inn a seresa I n s ta la ? ‫י‬
%i0 s na r i^ iS o 0 cx/lwnizan‫׳‬. >:b v a la s U03 r i :s , o que g a ra fetiria ‫י‬
nao BU .‫ ־‬com ércio a 1a_ toauSc a instr.la^H.! dtí fazcsnúas na á r e a .

Os Mm4 rj"
Os lLjn>í>j^íi, Sogoyo, GoogoyS oa Crucraió! siiir-gietr^j K^m^títeS# ©stava¡»
l u o a l i z ‫־‬:«. .'S n ‫ ‘״‬s3c5ü1*• tt& n 1‫ ׳‬rw-jlEo ííj lurfe¿ Jl-j ri■■ ■i'arsii, pi&tíL-
av ‫ ״‬w r i b t f i r H : s'.a T virru-js, -;n .a s i : . ‫ ;־‬alvlt*L”-JS 3‫ג‬ c m sr

!»at^á's trc1v1l >3 untrú 1^0€ e 1808 c 4 ‫״‬a ^ cax^it?. (!& O inqulsta ‫י‬
J.)ão G‫־‬->nçalves aa J ‫׳‬st?., f a t . cja•:‫ ־‬a n a lis a » 3 n;> c h í t a l o a n te r io n
áls r e fa r in c la a laals ^^::sB^letas que anoontraaras sobre o s It3nga2fó, ‫י‬
a l 11¿a z ‫ ^ ^״‬f->ma .£® slst& 1ã t± c a , 3 íím ‫¿«’־‬imir c la x 3 3# sra m jr u -
¿fu »,ULstinto do dos KasuilcS híu nã'^# sã > as í^_~M?ju%#íí3J., g 12& j®
v lô it.-m na a l'.‫־‬j i a ,’,é aãv ?q :ítj .!3 :*Icin tara, vulj-‫? ־׳‬ürrabias, ‫ ״‬i2a
1817* Segund‫׳‬-‫ ־‬. ■a-afc.‫׳‬r , ■ al.i.'^‫עה‬k‫ ^י‬t t^ r ia ‫נ‬: jj&'a‫ ״‬:. tóu .:^o ■ rr^ -
c i a ‫״‬ta tíStraãa ab erta ^ t r ü Ilhjius a iikaa ■Jeraia, cjn;írwjn»i<^j ‫י‬
tr a b a lh a d ‫^־‬r*â3 n<ayf1í'3|. i a , p 'rtUaUasoc, mj31.m:ii3 w. i í t u i . a ‫״‬
‫ ב‬t r i '5 K;!aalcã, rjrincipai1c41tcí v. f31í>¿rap‫־‬ j'C 3 1 ‫״‬m¿Ij.íE^;L3S8¡
356/7).
74

Ja iniJl^tónaa .;*te‫־‬rra¿‫״‬as v iv la jj ®¿saa jcasisL¿ CíJ troíiaJlu^ da cotm


s q.-n3arva^ia <3a e s tr a d a e da BixQñloca p lr a ita la nas r o ç a s ‫י‬
rt.-iL.rtiis n . ■ Cu a rv ’j ree «^aaiiíiadas, i4 o ld a ia es-ta ria em dâcsuilâii*
o ir. devllv.. ‫ י‬: t^a «¿stxaOa n^dsse p a r la d o , 0 i a l t a tama
- . a r t:1 1 il,u .o Z m ín d ic a a l í £áunláos» ün d o i fa to r a s ]^spi inaSira-
i 3 ;,‫־‬íála iH traarjüili^ack¡ r a ln a n ta na ora^, a .|Uu t ^ r ia u a te m in a a .‫׳‬
iasuckj'ss^ í tem porario aa «¿atsada l3i!gus<‫*־‬£linaBf e r a a !iresen ça *
sí JiiBtímt-‫ ־‬f.-is lí^tcciido © P a ta x õ , ain d a não a ld ea d o s r © a ta c a -
v : s 1 c ,nstantúísaent.1 :m t r ‫» ׳‬pas dâ ifâreaílD ros,
y :zi.mi ‘ a u t “í r -ti^iJ^., aiB ui^, a j?rc;âiáa9a :‫־‬.c• art1¿^^3‫ ״‬err3J!1tes &k ‫י‬
i n j ■g* n:; r l b e i r i o ¿te is s a r a «s eSxreg ^a m4-0 asarla
l i ; a i t i jn tr o o seu ta r r it'r i■ -0‫■■ ־ ^ ״‬:■‫ י‬P ataxõ (i:11lí‫״‬.-ííi1r.flüO,13S8í
‫ נ‬3‫ ) ל‬.
*iuas habitações eram guawl^a‫נ‬a‫וע‬Iiar>íi3, cm toihados f@it.is ce «aseas
ãrVv‫^ר‬tí8 @as parede» acm gala >s ^àatralaçau 9. D‫>״‬r2iia1a «a jiraus
c- ,¿'¿rt‫'־‬s c'^ 33t11.‫־‬a# sianteiiw•. r,c^5sa Vuvxf.Tjutídra diiraata n »r^ito ‫י‬
. 3 i'Sg .;a cn a a . iliSJIiCE, 1312*S43/SOf 13 5 a! 4 3 0 ).
^ li.1 ‫״‬intaçH^ e -‫־‬n^iaâi1a-3»- '‫»״‬r.sio m ja t« jLtivttsstiM na» a t i -
‫<׳‬Bd.12adQ3 cUi cKiça o c o le t a CBiel^ fr u ta s ! ca m a «1 p e ij ia j , alisa ‫ נ ״‬p r¿
a u t ‫ ^״‬d® p^-iaanas r o ç a s , p r in c s ip a li^ t a a m'^nuiaesa o m ilh o . Os lü.
^,íav-,#s 0 / l h i ‫־‬u1 n ‫־‬an-Ii..-ca a ‫גז‬1111‫־‬,‫•י‬
O a lg o d ã o , a ssim c m ^ a tra s f ib r a s n a tu r a is , a r a aiaplaifânte u t i l i
zado p e la s m uláeres Ca aU @ ia. H0a li^ 6a v ^ também tra lia lb o s U@ c&m
m ica (I.L;<¿.Cj£,1912í951r líIEEHNIiOWIED, 19581432).
Oli^senrasias a deaamiaagio ú usaJa ^mitas veaes o .-*3 ‫י ג‬i -‫׳‬
i^ im o de Kamaki, cooü Spix « í-lártias. Outros doosuaantoa, no en
ta n to , aantlu a •‫״‬istin íS o ontr.s 0 3 %lí1i3 m. liOW iAantirf
esm a d i s t i a ç i b po±@ noá par<30e 11 <|u^ o fa to d@ stes gn;^os e s t a r m ‫י‬
alâôaulos no a1fe3'ao lo c a l - F errad as fâ .UtoJSl *‫ ׳־‬prjc’.a t a r confundios' ‫וי‬
^■jâfícrição d a 3« » le s a u to r e s. Consistíram os 1‫וי‬31‫ ב־‬fa ta s a oonat*
t i t u i s ' «m u:1a íí’x^jra....^ 4tTna):H, aa stíaaliaingaa < 1 ‫ גה‬tu r a i s & s o c i a i s ‫י‬
©rata muí t o g r a n d e s. ItlSri JHsa‫׳‬.í, a3 rjaíiullirl■■• ■fa^a»Iiá1ík a í^iáa.’^ a -
c e r guando ^‫־־‬j ís 3ru *.>•3 são j vri*iaa1.‫־‬a ?1 c ^ v i v e r naii aiessio ánibienta
g fr^iíTkJ, ‫ י‬o s TsMSEíOS tij^ííi Ai !'.Qimijç^rs ¿”'a ^»0^£‫ג‬0 1 ©.‫ ד‬J..Mlnant:â gTO
... 3 lo c n liz ü u nam aldeam ento u 3‫׳‬..‫ י‬i . 1^>-á n i , . i l i t o a de rqproduzi
ríái& a sociéjtiaw• 1 t r i ’^ al «
.M l u t a s na ra-^iãj Ce» V it ó r ia da Conc|td3ta ostcm si^a-s‫־־‬. x o n m in
75

t y r a it a j it ^ Jujeante purí«H ^s ssr itic^ a 1 ‫״‬C 15 1333 ‫ ג‬J 1C^2C r,


152 s - w rsjiSi.‫ ־•־‬a.j p&rioC. aa .jrt^ya ^I'jn^cyu ¿otosi viôiâai“
ataci:1w3 ¡.-ul:13 e^ft>:iui3ta .:a ãr^a. .*!‫יט‬-‫ ב‬olí 1326, ^
C?‫־־‬.itã•‫י‬-‫‘י‬fr‫י‬r .-a^tBnio i»l-7,s «ia Hran-Ici 3‫ ־‬jmitifica a tt^cidssicia
*ifci cjntlimar a saa Inoeasvnte lota, c^tra 3s **atoüKÕ, 'loi^f^S
I, _T1.i isle c :nai«y!rsva c,j1u3«‫^ ״י ״‬rjnurivlaa IkVisailii^a ao <^s@|1
^ o lv im n tu das ariaiçio Oü gad ‫« י‬a a^^rtara Ja ôstxQ-
^!33.

Os ^vmal:5
Kajcsalcar prqpriaiiKãnttó úit^>s, *vlviaRi nutaa ar%âu, c:.-'j1^jr&imCJLãe11 !■!!!‫־‬
t^ià :m mÍQ@ Colonia, Sarâ‫׳‬J, Jegiiitinhoiilia 0 0>ntas- Jfestaa gr1a1>;»¡3
t^rssí clieriijs sist^‫״‬atic£sa^ntâ a partir de 1B06, quando â‫־‬ ja ôcíí-
travou o CapitS-'j-ü‫>׳‬r hktõnij• Dir.3 .a.raa..a o saia so-
gr‫ >״‬para a !.!¿,IrmtíiçS - sus siis'^rxiffl,. íila cri^a .‫׳‬u apr^>1rait->u ‫י‬
nUairj: jã cxistant‫׳‬ rf3 miturl ■ríiiíita ‫ ןומ‬aarjím s2»guerâa do rio
tardio.
£ ^ ,ssÍ¥,31 e3ta.^olteC®r parc!ia3x14s1to ns■ c!rjr£vcterí3'tlcas■ CMlt‫ו‬1‫ע‬aia‫י‬
i s cialo dos K3ffi2dcS, a3s ^.‫־‬ouifânt ?3 ro tirad o s ¿30
-it> llc; Jji S3:11a a iZ1i3 3-,‫ ״‬¥injí'J0‫־‬fc©s, prlncriLpalja^te,
mea-íJeuwled, .íartlas u 3^mfillü* :jLQ^.íBf p r jcara 1?íüi‫״‬s âs-
:,.‫־‬gar 131.1 |üailr.> hl^t^rlcr‘ 1‘.‫־‬j3 y.itií-.il.joi .*%a sntXí* *'m 3pro
‫'״‬.*‫ נ‬aMeadc^ v ‫ מ‬s 15‫י‬Í‫י!נ‬-!;!.‫• ני‬àa^a^sfmtü,
:.■ siculo ca z3 2 rirA«iJ.raa o‫׳‬
baeor^9“.13 liaiâ ¿!«itríUiadas »>-
lír«» o» KaH:1l‫־‬ ;ã f xa2a *01 tas p.^r ‫מ‬104<:>>^»,;^1:*■‫ !״‬Jiã jb ‫־‬ ?i3 it:‫״‬a «¿u
i ^ # r r r . ‫»!־‬Jl-.i asta^am aldeados c‫־׳‬m □1 -1*7 ‫■^־עמ׳‬. Jlait-m■3‫■ ל־־‬tas!■‘.3!‫ג‬
‫ [^ד‬aiv,^l.1‫ ־‬dii :!ñiit. .•J1t-,1ii‫ ־‬/,n, iírm,'na \:a JljjSln !1 m i..
íuav!•^ J jv o , Splx õ i-iartluB vlsitcx3a‫־־‬n^-3‫< ׳‬ í ..í J‫•יז‬Jrr‫ג‬.ln3, o ‫ כ‬,^‫ע‬111‫י^׳‬
fir;j3 Oijrg^s los rl^a Itaípe g Cí51aa11a (iflXD“iaBPIIIiiw,19S8142S43*‫־‬a1
ííPlX tó Lia1lTCTS,1976116i/171| i!ET18ñOT,1930s246> .

^;tlvlJr. ã& LiiZjalstSi^ola


as KaaiaJcã ®»srcicaa rtlvi a-I0s ajrlooljs^r gn© CL iiyinavaaa ocai ativl
^.aJ/aS ^ o..l$‫־‬i:a a -jeaca. J !0 1 ‫ ג‬era «m dos suus pzcN^toe na‫■׳־־‬
13 AoreaiaKlc^# ■ ‫ד‬3‫וי‬1•‫ ״‬cx¿t. as fruS:?.:s alives tr^5.
\ .iz:.;rGi»r. 4‫ג‬:-‫ ג‬t'.tirru j.‫*־‬,;.:rL'1 ‘:.m'M Qvíltí.'wrv^siá ■¡^m^‫׳‬ú ±-
:,. :i-jrlaultu1;,t -r‫־‬
nrjitoBeQiiftô imtatn-..s-j, £.¿15 “ ■., iria:‫־‬ ;, tJajii, !:.‘‫׳‬m.ma.f 11« ‫־‬
;.i.‫־‬ anja,
tsllh * , alj-í~.H., r-xmm:.-, a.‫־‬.c.*1»i a < . ^ . 0 »&‫י‬1*‫ ¿¡גג‬m
«‫ג‬
D.‫״״‬JÜ in sa5^?.xR^‫" ׳‬L‘»6^sV .I:548/9) .
-- ‫׳‬-'.''-■c3 av.'.:ija. a ,>r:ra •, ¿‫׳‬l a n t i . j e r a o p erlod D da c h u v a s , j a ‫ ״‬uo •.‫׳‬
p e r io d o d a s s e c a s o r a u t i l i a a J .) p a r a a c o l e t a g .:\:‫ ד‬c a ça d a s (LO.;IL,
i n STEWARD,1363:V.!!3 8 1 -3 8 3 ) .

. 3 ^ru41 «-•i c iç a ^ n j, ‫^׳‬uan.. ■ •‫־‬,.tinhrj^ :3uc.í33j, ton.1inavam a.:t fv.-i.3ta3


c...a a d is tr ib u id a .> produt antro >3 . ‫ כ‬jru_.j, ac :.!!.‫י‬.‫'־־‬
nhado de cauira ^.)rijprxado p o lm KuUheres, n astigavan 16 Í1 .;ras
a n te s o milh. ‫־‬:. :.‫־‬-.rr1.‫״‬:jnt¿ u3.1‫־‬vr:.; a .'‫•׳‬r.tat:.. J : S l h í,:j:)¿.í3 ora cu 3 ■‫־‬
‫ ״‬i . . nu‫’״‬t roci:,‫־‬ie n tu fü it. !.:a j.‫־‬:rriju .'.‫ ד‬e3cav:..1‫ ׳״‬cui, .a .‫׳״‬saraonte e
^^ravi. ;;vint;¿ ^-rop;-ra-.’. ‫־‬,, n . ‫^־‬aal j . j.-.van ájua fcrv o n ‫ ״‬, le v a n ! ‫¿ ־‬m-
p ci^ a ;> ‫^ ״‬j U3SÜ 1.1c‫־‬sí;1 .- v a sj madeira (WIL¿.>■“iii_J'./Ziii), 1 ■)5G! 435 )•
P a rece-n v 'S ^u-‫ ־‬arf a t i v i . ,‫יב‬..0 ‫< ס‬.'.>‫ !־‬p e s c a , c a ç a ^ c l^ .ta ■
3 ra.-\ c c l a t i -

v a ^ , t í in t n ñau ..;tíaunov^nh.. ,carao no r e s u l t a n t e c o n 3 u1ao (OLIVEIRñ. ,


1 S 9 2 ) , c n q u a n t : o : ‫־‬rodat•. da a t i v i d a d e a.j‫־‬r í o . l a v;‫־‬ra :13 p r o p r ie d a -
c u l t i v a —‫׳‬r , CíXCi^çã‫ ״‬f e i t a â banana (METRAUX a i¿
1 7 . 1 : 5 4 8 • ‫ך)ל‬3 ‫ )־‬.

.:Usiint.‫ ׳‬a e x is t e n c ia de animais d om ésticos, enc^'ntrcuaos ama d iscro


_ “ricia ontre as inform ações fo rn ecid a s por T‫'־‬iti..“Jouwied, que a f ir
1.‫ן‬:. n?.j hav-ir a n iu a l ‫״‬v..u1estica.l•; aaa .‫ד‬l..y ia -‫ ^ ג‬v^aka, ^ n 3 .j lo-
tr.'iux e Nimuendaju, que afir...u‫״‬.t ‫ ר‬cã,‫• ׳‬j-.’t a / í jr^saixto. x.-^ar^cü-
no^> .^uvi o cão r?.3vG te r «gido intro..lu.‫;׳‬i .‫>^ ב‬artir >_c:• contacto mais
s is te m á tic o como a socieda^^io eriv iv e n to , ■jíí a p o s te r io r as u¡¿
scirvações prim eiro autor c ita d o .

H abitações
D o u v ille ( in 1‫״‬ETRAÜX,1930) a fir m a q u e o s Kamaka h a b ita v a ia om gra n
.Zi3 c a s a s c ' l - . t i v a s , c .'n 3 t r u i‫־‬.’*a3 c:v.1 •a llí‫*־‬ ^jalK1>jíira=1 , a - : r ij a n -
ur.ta laC.li::, ‫ ״‬e 20 f a m i l i a s (LOUiCü‫׳‬j?1írt,1531; jIILTSAüX e jl!íI1,IJI.ííü. j3w ,
i n £ i’ii.ííA R D ,1963;V I:54S ).

jxa. - J i'.r;ied afirraa que encontrou r e s to s c^ossas casas perto de


^‫״■־‬rradas. r;.' aldeamento ■ ‫״‬e J ib o ia na Serra do Mundo Novo, os Kan^i
Jcã viv.l-ri v;ra ca_‫׳‬anas ¿ .iita s de navLeira uatr-alaçada e barro, com
c- .ürtu ra u.e c a sc a s de á r v o re s, p o ssivelm en te jã havendo nessa cc
3 .. a .ia f-;rte in flu ê n c ia dos padrões ar..juitetônicos dos lavraaores
;i c _ l o n ‫׳‬.i da r e g iã o (WJED-iíEm^II2D,lD5‫׳‬J s432).
.< ir.tvjrior da hab itação h avia j ir a u s , que cobriam con astop aíU I-
^ —. L U 1*J, 19588452) ‫׳‬a CiTá ^^«ílus aruLidSí a _ L:1‫״‬u (r k i.í e .I_ú?rü_,l-)751Lt‫);״‬,
‫חי‬

Ivl^mentãria e Aderegos
¿‫־‬iiita v a m -se, •>rec'‫״‬.‫׳‬iuii1an-x■ ccro s >r.3tr. c; voria^l•!:!. .»s uuliTJrús'
.>.'recinr 1 j^rcíforir .‫! גי‬.uSK^niijs :^‫־‬oi^nrstricos lo ± \ t r s n ã c ir c u la r , y rin
cip a ld ísn te tísi Vvjlta ,^>3 . 111-3‫ י‬e C.03 s e i 3 ‫־‬. Os a‫ ׳‬nens p in t‫ ג‬vaIi~‫׳‬3‫י‬á‫י‬
com linhr.3 ¡1 r iz o n ta is ¿ v ^ ír tic n is, ^•rjv‫^״‬minan^:j a c.>r n ejra íU-
tr « u3tvi£5 a V-. v^rracilaa on tr 0 a,;u‫־‬,ilr.3. üoavam para o ¿praparc Czs
t i n t a s as r 3 ‫ ״‬i n a s i^as ã r v jr e s , '!>¿..3 3 ‫ ״‬fr u ta s e jor^ura ..Us anlLia
i3 (LOUKOTKTi, 1931:113/3? lO-.i.Ck,, 19125 35‘)| .JIE D -m írjI^D ,lJ52s :31 ,
!31). Cj>no um s in a l das tr a n sf •;r:aa57fe<3 in t r ‫־־‬v‫״‬u:íiC^.3 p é l j co n ta cto '
c >n s n ission ãrj.o3 > , ^n , aI1.1ini3tra.^v ros c D lo n ia is , í/iasl-iíenríi-
©L. afirm a que os ín d io s uatizac". ^3, ¿n:: o le ^7is±t m na a l‫»־‬lüia Cãi
liarra la Vfer<2da ■“ Santo Antonio c?3 Cruz ^:•int£:v;u<’. cuia urucura ‫י‬
un ‫ ד‬cruz naj 3uas t e s t a s . (WIED-NEUWIED,135Ss 303? lii’iV^iUX tí Niriü^iJ
DAJU in , 196 3: 1 1 ;. ( ‫ י‬. 54 ‫נ‬
‫­״ כ‬: .latarial u tilisa v :^ J.ara a p in tu ra ora o genií>ap: u ^ "catuã", ‫י‬
t i r a . ‫ ׳״‬...ii uraa ãrvjrú nã‫׳‬. iv,\in t i fic a d a , a l 3 ‫״‬t Za uruciim, e s t e era ‫י‬
t ri t ura• ‫ גכ!= ״‬ãç;ua r r i i , 3 a:>Õ3 i s s ‫ י‬aguar lava‫!•־‬le .‫ י‬p recip ita çS u ,
co l_ ‫׳‬canL:c■ v-íí^;.;is a 3a.^jt?.ncia a 3 . 1 , cortada em ¿ua-ir>3. Depois
ue d esid ra ta d a , c prcCut ->ti.1‫^ ׳‬--ra dâstianchav-w o t *h^o à -2 rS ci
n‫׳‬: ^u ^.jrCaxa v‫־=־‬j ü t a l , 3 e sta v a pronto para s e r u t iliz a J c (;?!ÜD- ‫י‬
IIDÜUISD,1J5J:Í31? tJlT1a5), 1375s 16 3 ). i.->ln‫י‬c‫כ‬vrvar3& c..‫־‬ai urucua
-‫ מב‬tv‫;־‬1:.»‫ י‬. s ;..:xta3 c r ra‫׳‬j n 3 ‫ ׳־־‬a ca.^eç‫ ־‬, ~s !lã <3 ü os pes
iv is -jX , in 1' , ^ ,1ju3,'/*x15-xJ) •

_>opilíiv 1d t , ‫׳‬talr.12n te o ccrj>^ o a f a c a ,e , no ca so dos cnaxos, par-


X.J) ^a ca >wça í-.n. 1a -o‫ ־‬t onsura• >3 ,.eüais usc.vaa opcionalm ente
• ‫ ר‬ca b elo s cortad'‫־־‬s a a ltu r a <1^ pesc^.ç ‫־‬, u 3 r11 . > _:-í'xa i s s ‫ ״‬ura pe!.,a
o • ...i ta.^uara, u ontã u‫־‬ii5£r‫־‬.vx1-‫־‬-n.‫־‬v3 G-.«.1vri<.. - •3 Ifc^s, cainc, > '
noS omüros livr<cáK.¿nt¿.
h ú n ica iclum entãria usada p e lo s homens Kamcikã ora >-‫ ׳‬e s to jo p e n i- ’
ano f e i t o de fa lh a s trançadas - tacanhoba? e as mulheres usavam
s ‫>־‬i1‫־‬s trançadas la f i o s de alg o d ã o , "transparentes" (sic)coiii frcm
j a s - r .:ita is _ s te r io r e s col.'-ri..as em p reto e vermelho {LOUKOT-
¿ C . , 1 ' 1 ‘‫׳‬s135/7,* Iv.-1-XE, 1912;950) . ‫ ג‬c •lorido das s a ia s das mulhe-'
r.iS kr ‫ג '־‬it'> c a urucum, genipap ‫׳‬: ‫ גי‬p a u -b r a s il. Apos o co n ta cto ,
■.istí.3 üair :3 f^ra ;.1 c.ra113forraa^'-Qs ■-&:• a v en ta is uí1r-v;.s s ‫׳‬ora ‫־‬..s s a ia s
. o c a i t a , iUti ;.a33.-.r‫־‬L.n a adotar (DPI:: e lirí.j.iú?IUJ,lj7‫׳''׳‬í l 5 7 ) ,

O1. ;‫׳‬ ,-!nf ¿ iti:v 1 n -3 j c ‫״‬n c la r o s ¿ 3 i t '3 .‫י‬0 ‫־‬..entas ■.'.3 nacacoí3 ,
78

m ãkm úB t c f iir ( a íi in ir‫?׳‬ir-.. 5 ‫ו^־‬ ‫ כ ו‬,‫ו׳ ז י‬


grim cos 41 r«9dox1üaB (raKE>“Ml¿Or?Ilaü,lS5vs30ü) ,
03 fcm faitos n io urío. c^.yn .1a«ttí0 nau4 v n r ia í.‫״‬g.lí3ari^€!^ iu3
e r ^ us^J‫נ׳״י‬e os a^:irifj*11‫׳‬i3s tis^eol-fils :íal-:js i¿raao c a;?
r j t e e :.ví :»yimss t'3»:> ña ccrntr, w^;,iScÍí3 iLa ajrcja
f iátrs, ixsa plwaá jaslc^r tai1<
1 Kir‫!{ ־‬f1ÁiLr-«j‫״‬.,iüf;.X‫״‬-J,lD5íif4J31 »!11íl,**li»ií3£
^ .il'íüKNDk^jO l a Li’-'l-üíDí IflsS^SK Os íi fajíis aiiiiairaia plmi^ia 1k^3 ‫י‬
.rt.l.iris, ri.5rfurt1i:s1s c:n *rifíci'ís (.¡‫‘״‬ iTtoUjí «j tlLaiBiHEiTS ,
i u ::;'i'^imBD, iJC 35VII S4a>,
03 ;;‫־‬a i3 ^.‫ו‬0 ‫ דגנג‬rtiarirr.wam c-*r.l"a3 .11■«,:‫־‬./.CH.3 w>3 j.-EÜi.Js í*
«¿- tx‫׳‬m:* u,.>3 tcjiSKízelos do3 f i l h 3 ,‫ ־‬c‫־‬.‫־‬a•^ i : ‫— ^טמי‬a tuijctóax íilairint®
nmt'ií r.s j^rnrL'i• B ‫״‬I in E-*'-i,Ji4:ffl,i363tV2a5^:a) .

cl‘an3fg.t>1rr’.aos
3‫ נ‬.^*tnu¿at^ta¿QS laa^i &ram oonsi-.ur ’^. ?1 c.ry21«¿ ^‫׳‬a «iaixíraflo», An
eluia..^ j a oersnlca © & j r ó& axvms,
08 o b jeto s tmnç&^os eram de boa quallúaúa m cu i‫־‬# a viiras^ ^ 4 ‫?נ‬0€10‫ו‬
níiml•“ ;‫ י‬ati jr.- j r• ^ ‫״‬B11J1éíj«s trsaç&iraia ‫ג'ני‬13‫ @ וטו‬see. 3
yar3L u t r im s j .rt^i ‫ ״‬s J3‫״‬ut£n, r?lnv‫־‬a .y a ñ i n i a u:;j Liti*tfi..?A:.a3 *
e a ç a , c a le ta e <3 lu v .iti, olSr: . 5 ut^ínsíl i .‫־‬s í13 j iajalllsTjcpaai^
& 3 1 ‫ נגב! ב‬íc:1v?tm p r.lis •!;:■*:.‫ ״ןיד‬o "‫־‬.r»fc2r in l jue u ti.ilsñ v a 1a @ra fiberia ‫י‬
paliaeiicas, tin !;! r1‫ ״‬o n ujracnm, .jsnip.in: & p n u -b ra sil
21a1^r0S,1976s 1 6 7 /8 }. Wied-Heowie^i 0'11i3iv.Uírav:i 0334^3 Ií1wl7s c‫־‬-
rr3 i-tlio-^s a rtesã o s © ^‫ «« ייג‬ftm çõas, ^tuq Ume &ram atrJJbiilUaa
lo s cr^l n^s ’a Srañ ‫®ר‬ Silvio■ oatíivam 1 ‫י׳‬0‫מ‬113&.1^‫«י‬, 8 ‫^^נז‬
a;:?rrt?H^ifcavsa a sua capacd.dade, utiilaimiJ.U>‫ג»־׳‬ ‫»״‬03 , t r a ‫;״‬Gi;:1:s
ruvl‫״‬.■!, c ^t..■ n ^,óxirx..‘. . 5 ,''‫״‬x^.;rí1g, txuuj^■ 2?t10 ■ ‫״‬á Lu1v.31rr*3, 0.-11^-
t £ 0 9 ã'j á@ mmtxmjMB e mm. &:mse£1râçã0{l0]í^*u^wjxj:j,l:v'53f 134} .
— 34‫־‬r^j1ica c;infGGCi n<1_1 pelos Kmaaki ©ra falta CkM. aarylla cinz^n
to 1958:432) • Hlouâ11da:}â <a» área £!^i1aityL
iraa^nta ha/jitmcla pelos ItoidkS, reatos €m a‫־‬r3i¿.Qs vaaots asficcio□«,
staííii fuxmr.t-. fa11.^»0 , cju wuraaíi ú1»£121iáaB. Era cerSialac 51:^^135 !.
ooz^eccloaada coa rolos Je arillr. stiparpostoa, sugórin.,‫•״‬, n . 3aa
yf.álto final, a forma c!e esoamaa ã& paiKú ‫ גוי־‬.k1 a:3 t ^ão
raza ‫ו‬Gcr?rRd'‫י‬Sfe, por tma sisales marca suloaáa prãsJjaa c.
.jf rãs.f não havia gaalqaer ôutra indlcaçSr ¿!«‫^! נ‬Kist^naia al-^iij,
(!*:?.Zt; In :rj'‫־״‬,:.j.41j,lí>5.3,v.l. ,3ac)
73

As armas de que din^'unáan er-i” o arccj e a fle c h a , considerados de


‫׳‬jrandG tannnho, rinun rao xanor,i.‫־־‬. '- úí oz aofj Pataxo,
ÃS flcácaas, taaa¿>em cor.ji. *íraday J^tanianho avantajado, ‫־‬apK3se1fcaí!H
se or:1 t r ê s t ip o s usual ‫ נ‬, variantío o ¿jrraato da ponta Ja w áoordo
com sua d e stin a ç ã o , haviú uiaa x e it ‫ נ ג‬tr.la de/uaa. ‫־‬/u rno tinha.
\ana forma f in a o cortante? ou tra3, - n r f «iita.it co -:1 ‫־‬.aadeira ‫י‬
do baraünaj <2 r.3 ú3‫־‬s tir-r(.a‫־‬j a ca;rr ?a3<^‫־‬nrin:i / j , cora pontas arre-
Condadas f e i t a s com / bul 3 .
J3,‫ ־‬fla c h a s compunham-so 3 r’‫־‬: r t í 1 ‫־‬j ‫״‬avarat
do iaadeira d«¡ baraúna, :1 .1 h a ste Co ¡u^ oram empluraadaíj. coia ro
t r i z e s c.>1 .)ridas, a:3aii w ‫׳‬/...rr.'‫־‬.¿! .;•‫ל‬,, a.n :jibras t«.icidas 4a¿ al^o—*
dão c ü l o r i w 3 <‫ ־‬uo braiic j-■v.^riivli l . 5 3 : 4 3 3 ‫ )׳‬Spi x e
Martiu^ ¿asai‫ ״־‬reforân cia ‫־‬: “ poj 11.1‫־‬51 ‫ג‬ as fl>jch :',3 destinadas
o o coubate sertsn envc-njnadas, ao a¿ir:‫־‬,v .:r ^ug os grupos icun atã íi
nas Bovas « "i «a^ca â‫ ״‬caça, !‫ג‬a d eira ‫ד‬ ra os a rco s, ca n iço s para
a s flech af. e plantas !.ara Ihe^ Gnvün;^r.ar¿m as pontats(sri.i e WíRTI
WS,1976íX66)
O arco e r a f.^ito ■>a3-raã1ia, • ' l i . ‫״‬, .‫^ ז‬uix.L‫ י ׳‬/i«JC.-..■^‫ג‬ivTi^d, v5 mais
bem acabado 4¿ trai>al-va^j que o ã>^ .‫־‬jjug v x zin h o s. Cnxacterizavam-se
por ap resen tar ^.1 um , r :_ando su lco lo n g itu d in a l na parte d ia n tc i-
ra.
Partci Cos nanufatara^:■! 2:._ 03‫״‬aakã ‫ ר״״‬andida, no sé c u lo iCIX,aos
moradorv3s de v ila s c*a3 ' r ! ‫י‬.‫ ד‬v izin h a s Rs suas a ld e ia s . Outros ar-
t ig o s com que CD::Vc;rciava1 a !ran o mel e coras perfumadas. Trocavam-
nas por xurramentan, r ;jpas ou q u in q u ilh a ria s quu lh es in te r e ssa ^
301:. { UD-i iau* TLD, 11; 5 ? Í : 3 ‫ ) ז‬.

O C ic lo V ita l
O nasciniGnto J« uraa crir^ i.a .co r r ia na f l o r e s t a , :>ara onde a par-
tu r ie n t e sg r e tir a v a , .. caso do ser o prim eiro p arto, a la eSra a-
cos^anhaâa por uma mulaor laais v e lh a , quü a a u x ilia v a , acomodani3‫־‬
a num buraco abert': n'3 cr.ã:>. íl4:vc parv:.;, i>anhavam‫ ־‬s e / 31‫׳‬a e a
c r ia n ç a , no r io que pr.53sf.13se mais proximo ao lo c a l.
Ao r e g r e ssa r â a ld e ia , a mulher r a t 1 ‫־‬av . ‫;־ י‬oa tr a ;a1:ao normal.i-n
t e . A ‫כעי״‬1•‫ ¿־‬ora nuiai.v í :. - a:.‫־‬. -'.. ‫ ד־‬.. v¿ r.¿3 qu.í ...it;jrittinava a grmi-
ae quantidade.* z i l . * , ‫־־‬:‫־‬. ‫ ״‬at . . ‫ ״‬n-ar.lrM :>Gla p ri:tóira vez
aos 12 ou 13 an •‫»־־‬.
80

O nasciiaont•‫ »־‬J.q iíoí’. crlan ya im p lic .v . r i t o s a3 pafung^^xa r o a li-


snclos p e l ‫ כ‬pr.i, ■a.:¿ ‫ י‬ra co lh i.: ■ r ‫־‬C.-j, juardando d is t a alim entar
r ig o r o s a , un quo •.í3t: .v. ;‫ ־‬r:jiiji•‫'״״‬. ■■‫ י‬c.”.rn•.^ ua ^‫י‬n ta , qu^áixada ü iaaca
co a recoKitínóaéog o inar^ua e -J3 ^: ‫י‬. co: a‫ '־‬alim entos id ea is,
iiram tani:35n ‫ ר‬roibic‫ן‬:'‫ ד‬o m ilh ‫■ י‬j 3 ‫ ־‬banimnn, usta d ie ta u •.> do3can‘
no f o r ç a ‫ כ^י‬:‘‫־‬..‫ י‬U’ca-u iuravaia i,;! t> rn■15 ‫ ■״‬...‫ ! ב‬i a s , ¿nqurnt j as lau-*
Ih eres a 3 5‫ ׳‬jcraia:‫’׳‬.¿ r13 aemais rosponsc-^ili .‫'־‬J jc :o iuncionaii^ntu^ da u
n id a d e prod u tiva f a n ilia r ( ILiT.:¿1U:i,15)3'‘s ‫ ר‬65 ? . !¿‫״‬TíüíüX q uT 1Uíí:ND:‫״‬jü,
in fc'i‘l;'^‫׳‬:-R D ,lD S3.V .ls5i.)
‫ ״‬As c r ia n ç a 3 ‫ ־‬u ar^ jci'‫*־‬:; c u id a d o s s p e c i a l ‫ ה‬r.tõ 3 3<‫ י‬m '1 an 3 •‫־־‬, qu an-
do e n t ã ‫ ט‬Ih tis u r a a t r i b u í d a r .:l?*tlva ‫־‬vat .‫׳‬n ^ iaia. M uit^ c.>n1.5ça
vam a p l s m t a r , c o la o r * c .^ir.-xr r >>.‫׳‬r s ,at.', p r o p r ia , Jaa c a ca d a s ,
q u e r a a liz a v a x a , d iv i.!i:'ja :: r ‫״‬a\ u n i f :m 3, j p r o d u t-j* o n tr j ‫ נ‬a uü-
n a i s n-áinbroT ..a c.>rauni '.-/.vj ( 'ETfd.íJü,i.)31! 267 :i :iLTiiiiUX q J I .:
^ SJIidkUD,!'•(‫־‬:■«,/.:.s '‫־־‬bO) .

C •n rolaçã:.^ :u casa 1i11.1‫־‬it.., as observações ^ ioc-iTou-^íi-ad •‫ כ‬do r -


p ix e ila rtiu à astab elecan uma o ‫;־‬nv¿x“. .ir;jta untra as a .rri^-as uu
to r a s e as cerir:l‫ר‬niar? ‫ גע‬fisca l ‫ד‬.‫ ד‬pel.,^ venccid^r, n:. cas.j-
de haver mais de um pr 3-i3nder.t ‫ ־‬. L.*‫״‬ •^ntrwta n to , nega -dssa vin
c ul a ç ã 03 .‫־‬:‫ ׳‬..adu3 õ x is to n te s o . ‫׳־‬.it;¿ r e la t iv o s aos Kamakã ‫י‬
não perm iten apr ■xuii-ar e s t o n .nt . .
O jovtíu qua désejava ca^ar-^u Lvor.ía ‫־‬ruó s o l i c i t a r penaissã^ au 1_I
der de sua •nl‫״‬e ia , ‫!¡ף‬.!¿ ancarregarivi, >‫;״‬nta.^, vías negociações pa
ra übter a n.;iva, quando e s t a não p e r t encia à ‫ ׳‬a ld e ia do pretenden
t u . .iStabel«civ::o ¿¿nlaco, jc ^rria uraa =3ta com a p a r tic ip a ç ã o ‫י‬
de meiabros do varin3 co:nun.i.’.aden;, 0 ‫ ^בנ;ד‬ea que eram *servida grm
do quantidad;¿ d► ¿ n li.u n t ,‫ ד‬, rrl‫־‬ici:;j‫־‬:.l:11fjnt^3‫ ־‬riilhn, hatata-doco e
*
naiuSc. -•G d'-^otivi-Uw ‫נ״‬ ,ar: 1var.* :i1 -j1a:7t uvv^ase c ‫׳‬u i l a c x jr i 2 ‘..c‫־‬,
s a t i s f a z e r a o 3 c ‫־‬.n v i‫־‬/a ;« .‫ר‬ r e .• ipax. lav■‫י‬J.i b a n q u o te e ‫״‬o s ‫י‬
homens a p r e s e n ta v a tj-^ e p a ra m en ta d o s co n s e u s Xiialhores c o c e ir e s . Ha
V ia d a d iv a s ao3 n jÍv •3 (“!L’T’^AÜX,1í>30í 263? .lETRAUX e NIíIÜENDAJO
STETTARD, 1963 ,V, 1:550) .
Os casam entos ex .>gâmicos, inçjlicavaK. ‫)׳‬b rigatoried ad e do e s ta b e le -
cim ento de uin n. vo accrtn em que o grup > recep to r doava outra xau-
liie r an grup > que havia s id o 'rig in ^ ln ;íxtj .v_ r .
JiS s<;.paraç'e3 eram fa to coiaori o i:-.F'licavr ‫ \'ב‬d issen sõog ontre
o s necioros ‫־‬.a -‫ נ‬.;ci 2 dn le . ‫ ר‬. ni c ,‫ ״‬tinuava a n a n tjr a ./>rigação de
ai

fo m e c o r o alin 3n to n.:j^s<^íãr‫׳‬i<; ic a ‫׳‬:v. o 0 ^lata) ao su sten to da c r i


ança# n>ijs10:‫ ״‬nc cac:■ . . ‫ ג‬v ‫ ג‬cns-.-i ’-nt s Je 3 ua ox-mullior. .*1 rocom
posiç»:> Ca antigua i>ar ;'3 •2rá tanbõr.í c : ‫גג‬1‫ ג‬,
;*rliaxt i ‫ה‬.- se ‫ ב‬p^ jliginin, y .r3:‫־‬1 . 1.3‫ ״‬ir.l ora a monogamia.
Como a ativi-ln^u agrio i ‫' ד‬.■r■;‫ ־‬:: :..dnin‫ ־‬, n‫ '־׳‬cas‫׳‬..? ■.la sapara•‫?;־‬/‫■ ׳‬los
casr_i 3 , ¿jroúut. ¿c.: r ‫ ד‬c nbinue‫־‬í^a s >.j co n tro le das m ulheres,
que pr cassivar.» a c ;jara a novr. unidade produtiva que havi
am c .m t it u i 1 1 . 6‫* )^־׳‬..‫ן^־‬:.^:1,1 ‫ ר‬31 ».‫;ב‬U.ÜX ü HI.IüSNDAJO íji ST
1963,7.1,550).

ücen<^as, Tratamont»- «= ¡>iv'ic.?jaontos


Segunda -s v ia ja n te s , 03 ‫ ״‬05‫ז‬.‫ד‬1:‫ ד‬, nas ;'Ca3‫׳‬i~cí0 c‫־‬u1 ‫־‬.¿uo forxa v i s i t a
d:^s, nã^ g zavan > ‫ ־י‬-;:;t‫ד‬dJ ¿ j suüdvi. <¿foitos do contágiv! ‫י‬
stó faziam s e n t ir ¿.‫ ־־‬:: ¡rraa v io le n t a , in clu siv ¿ í jjran■;‫״‬, tax¿1s de
raortalidadto c-jn3iwern_as alarrriontes p e lo s ‫ר‬bserv‫ב‬siJras. ^ilegavam‫י‬
com canoas da pr‫׳‬- -c'r1a ‫־‬.i^rar.i^H . ..3 >ráde a pubresa •¿‫¿׳ גו‬ue viviam
nos. a id e *Haunt‫;׳‬s c: nu ,do‫־‬n te : i c 311u.>r3 .'as margens ô>?5 r io s .
(SPix tí , 1;í7r‫־‬s1 ■ .
l'ara í!led-Neuwiecl(li5:<s !-36/7) ^5‫ ׳‬doentes eram co n sid era ‫ ״‬.j5 ojiíio
tend‫ ׳‬sid o a tin g id ‫י׳‬s _■ r " i v i n ’‫״‬ad3!3" .‫ר‬, n.‫׳‬:turoza. Os elonantos '
considerados con:, r.i'! ■:n sávais p ela s ‫׳‬. jenças eram a i r a do s o l -
m an ifesta nr.,s seu.s r a i 3 in t e n i 5 , -.¡r s 3 - e .1 in satisfaçã:> '
Cos m. r t.:s quando nã>‫ ׳‬erai .1 t r a t .l ’. ‫ פ‬t ^rma adequada nos momentcB
do funwral (LOUKOTKr^,l:’3 1 ‫־‬s210? ‫’־‬lED-UEU^JIED, 1958s437). Por is s o ,
na m aioria das v e z e s, •aram abandonad s à prõpria s o r t e . A tera p ia
conhecida e usaJla c -‫׳‬n s t i t u i a ‫ ־‬se no afc.3 de soprar fumaça de tabaco
3 ra c itr.çã ‫’ ׳׳‬t, l)n<j ‫־‬n o‫ד‬n‫־‬t i c ‫נ י‬, ..31‫ !״‬. it^ 5 a lad aim ias, alem de
inras:>es = ¿nolr-ntr-‫ ״‬... -.rvas.

A Zlorte e o s Funerais
Os e n te r r o s faziam -se seguindc ‫׳‬.‫«־‬..r‫״‬tji5. homens erma enterrados
com seu s corpos pinta-.v 3 v‫^ ־‬.e cucuras, <¿21t ' urac 3 f e i t o s n o rn a l-’^
mente nas matas. Plantavam bananeiras ,u nlgodoeiro nas c‫'׳‬vas.^ íf-
cómpanhando o corpo, c ‫י ׳‬1 ‫׳‬0 :‫ן־זזר‬:‫כ “י‬.. .,<,‫ ד‬arraas » us e n f e it e s despenas,
além de ja r r a s con o.- . i.. '. a to n a ílio s pes;30ai3. f
As* oovas aram ch eia s g ^r.i t^^rra •i a• 3>¿u too■-• c: d ocava-se um peque
no f<‫׳־‬go qxxtj diiveri.‫'־‬. :r. ;r itS' : • j':t:_niUir. C^íjriaii-ncs, em sygui-
ñ2

Ca, con f o l h a s e gnl h‫׳'״־‬:; ;;^alaciira, /x e r ta s de carn e orcira f e itr .3


p e lo s 2.‫־‬r e 3 ‫׳‬e n t e s , o, a rtir tiH’i.o.i íao itínto, e s s e proclub‫׳״‬, assiia ‫י‬
como a3 bcmanaa n 3 ‫ ״‬ci ..5‫••<־‬ < _‫ ג‬p l n i . t a 'o üoljre a cova, ficavam i n -
te rc lita d o s ao con‫ד‬m -I‫*־‬
, r‫׳‬ : •ol.‫ ־‬p o r ío a ‫ > ׳‬do tra?. lú a . S ra
o ttírapo Je lutj, ‫־‬-‫־‬csri.'»; :‫! י‬u a l, r.a v iá v n s poviiaia v o l t a r a ca ?a r-
Sf i .

O Jeca1>areciK1ent ■>
. ao ■¿,.jrtas .*■.liu ora interpretado comu
Bua acaitaçHo por ;‫־‬a a^rt I3‫־‬t . dignificava quu -jla havia‫י‬
partic’.o «acti paz e nac *
‫'•״‬.ir►^-rovjcari1 .'‫)!;*־‬lemas tie saücle aos nem•‫־‬
^ros Ca colsãtivi; a.‫״״‬, C.i3. tnia r it 3 nã» fossaia cvüa¿)riu:>3, os
raorto'5 voltaricffa s ‫־‬. f‫>־׳‬rma de onça para atacar os memi3ros do ekor
(aldeiri),

Í33SG tip3 de entarr . ‫־‬stin-.va-rsa n.3(‫ ־‬chuxcis cíe fíunllia. Qs das


nulheres erara laais r.i:j>13G js .-.na crianças fc it >s s-áia cui^.a‫ג‬,os‫י‬
niaiortís. O sinnl in‫״‬ic^ti'/7 J.‫׳‬.! sa:. i .'.avi^ Ji írt.^ «¿ra vlaCu pe-
lo tamnho do vaso col^caC c‫;'״‬.1 ‫מד‬ x írar :1‫? ד‬v ..r a c.>va.

Vvjlta 5 aldeic. era ac :^‫נ‬.‫לג!מד‬.‫ ■ די‬- l . nJ‫־ד‬i Irii’oria j aoantalan•• Du


rante ‫ ה‬períoCo .a la- , ;jlar> .^r‫־‬cr:. rv-cito.■! :‫ כ‬erx voz alra trÔs ve-
2es ao Clias ao nn3c<ir ‫ נ׳‬d, ar' mei ‫'■;י*־ר‬ia e ao ^or íI j 3.1.

A Sepultura era eiberta p‫'־^׳‬íteri•:‫נ‬rr‫ג‬e n te , • ‫־‬s •jssog tr a z i.'o s ¿ rra as


c a s a s , jTiZ<a pintavan-n *3 j e . l ‫״י־׳זי״ס‬:. :.u r‫־‬, urna j!a‫ ״‬a ra ri^ , an-
terrrvoiúi nuria c; va r a í'., . >*'ta r..- r^ 1 <‫ז‬i 3 ;‫י‬y(‫ ^ ך‬,/rcm .es J^J!s-
t a j c ,Jaia. r a tiv n a . «T 3tecun.-"iri j nu.1v:\ c 11 ;; ijarticii..- 1ç l
de todos JO ai£¡aíiX^B . a r;l‫״‬ciia.
O corpo 8‫ ר׳בי‬f 3 itic::;ir 3 r:‫־‬. ‫־‬. z;~ raürecendo sepultoincntc,'
in íci .\vj -j >ava?5 /
l1.; *Jt-rí a :;.,ri.Maii;:!! c ■m a- nr
jr'.-.i ■
san.' t‫ ®״‬caviin. .*a •::lúas . ‫ ? ־‬iuort .s .^3cia1a, t^>‫׳‬rna1iv- visivois
para 1 ‫ כ־י‬vclh s a í'.rtioi jr.n. iias Jiançar os demais membros
comumc«ac.o •
As :..l:^1as /.as ;)a?1s .as bvas podiam reen carn ar-se n:.9 rv3c0.a-nascidos,
‫י‬1 ‫ ־ף‬estiá ,.iásej¿■ i3‫ ־‬33‫>׳‬
¿ .‫ג‬.‫ד‬,‫ ר‬. p e la »..‫־‬. o rian ça, ^‫־‬uan.. .• t a l *‫ ג‬- ^
t ‫ ׳‬nã- a c.'n tecia . 5 a s p lr it o s iam 1/:.ra jrando no céu,‫^״‬
. nde havi.‫־‬: Jartara 3 ■::li .‫ר‬., J ‫ ־‬jñ rui,'>ri:.t ■s, s!‫■״‬n s casos »de
insatisfaça.• quant¿ cumpriment .. ‫ ד‬r i‫־‬ü.iai<1, us r t -.5 ficav.aa
vageuiLi. S\.-jjro a t^írra, 3 .1" 1 ‫־• י‬. ¿
.‫־‬.. c..7‫׳‬tij:m. ‫¡ ;•י־י‬/c^soas
do ek<‫;־‬r. jatra z ,ma castiga-le■s :¡r.-, .4 ‫ב‬,* ./r ■v cí.r ‫־‬c j.,11‫־‬:í¿stacws,
83

que o reju J ica sseia as ativiclr.i..es econ^nicas J/> jrupo e ag'5ustassem


'‫^■■■*־‬ í.-£> ( Xu^^d.<1xjcj .^7f .‫־‬Jí' g ij JÍ.■>J'^
'¿YC:.,l'i21%212/'.t ‫ ״־‬jT 'a¿iJD>jrÜ in STüT7k:{D,1963,7.1,550) .

U ito3 ¿ . ;.tvi Rt;croatlvas


SvigunJl V L . ’i^ (in S‫־‬xK,‫ '׳‬:.?uJ,1>C 3,/.I,! 31)1) .1:‫ ר‬coriru'vnias tinh.^m am
carr.tur _‫׳‬ruv‫־‬. *¿n .ntononta ra cro 1‫־‬t i v .Á^ ontant^, ‫ ״‬ítür..dna•.^ .^s ri^
t 3 ‫ ״‬vio ijr.^iSagem se faziam prcisentess ;‫׳‬. furação das o r á ln is , a n.j-
1:1inaçã-.' ^a<3 c r ia n ç a s, ‫ ב‬o r i.le ir a aanifoatação da pu;j3rC.ad3‫ ׳‬£í.¿;ini
nn, a a‫׳‬ju is iç ã o do aiiblonas clistintiVv^s da 3tntu;3 p ol .‫׳‬s ;idultus ,
‫ כג ב‬rjc1vsntw>3, nasciat‫״‬nt, ‫ כ‬j. U 'rt>íi3.
en ta n t , ‫ ג‬cerim 5ni‫ ד‬f‫״‬.-¿ raaior ..:osta-iuo e n tr ‫׳‬:í :.3 KnnakS ora a
ci^TTti.l'x .'.«i t r . s ). “utujrá3 - ü .^ u v ille, Spix e :l:\r ti-
u3 «a WieJ-Neuwiec ■ ‫ ״‬r^uTini‫׳‬.irt-na como pr‫־‬.i-c!.n i^jã.d i caijacidadú citó
xi1¡ 1‫ ״‬r1.?m ob ter 631-^‫ב־‬: . L ^íie, como f>‫״‬i v ia t. , negr. t.'.l r e la ç ã o .
‫ ״‬a. ■rriv.‫ ״‬f a z ia - s e com t:>r.>s d;3 zia : ;irr. ..‫■ ד‬:.‫־‬ar r i ju ‫״‬s‫־‬i, c..:x u^a :vitr.
coix rimento por cerca de um metro de c ir c u n fe r e n c ia tir a d o s ..a
laatii, *'»borto ‫ ׳ר‬cnninho para a v u lt a , in ic i« v a ‫ ־‬s j r•- c ‫־‬r r id a . o ua-
i s fo r te de cada um dos grupos p a rtio ip rn tj's c ‫ ־‬lj>cava ■> seu tor>‫׳‬
n¿13 c . 3 >
‫׳‬t a s e c .'r r ia ,
Is ;ujcstiv.‫ ׳‬J 3■ ..10n\>r.>3‫ ׳‬r. ) ’‫ג‬t r ‫ י‬grupo era o de tomar o t r ' c ‫י‬rre
gado p e lo oponente, Apos ‫ ה‬c rri.^a, era ox 1‫־‬u s t iv a , t^J. -‫׳‬3 ‫״‬s
p a r tic ip a n te s iam banhar-r r ri-•.
l
.^3 c rrir Lig ‫״‬vi t.;rc.s termin.-’v-ir. .r,‫־‬t f 31tiu3 1 lu z L.a lú a , c .m c n-
sim:) de cauir‫ ״‬e dd grande quantidade u<a c ‫׳״‬.‫־‬rti..a.
Particip.r'.va 1:1 d c ‫י׳‬r r i da 3 . .‫׳‬i£3 :s (v r ‫ר‬r.^v.‫־‬,l:.i3ttt¿ u o ta d e s)-
6-‫ •ג‬::‫־‬ ‫־‬. rtl ci ^-açã nura d ■•‫־ ג‬jra^-.-s •-r‫ ״‬..«¿¿inii a 7 0 1 ‫׳‬a íuH.>
quana.. c m i .jrnva a cri::nja na ida.:o v.yr c^rir. lía co rrid a ,
qutó d is t in g u ia os •jru . 3 arr. n :cintura o ^r^ r a l J ife r en cia d a que
usavan. ã p e r tin e n c ia a um d e s s e s grupvs nã^^ tin a a im p licações e -
xogam icas g não se d e fin ia h^ro. .itariaraente. Desconhecemos se a
cíxistG ncia e agregação d€‫־‬s 5‫׳‬a s ‫ ע‬s s iv a is 1a0t:u‫״‬vií3 seia^pru t iv ^ r ‫ !׳‬jg -
t e c a r ã t 3r , se :juanv..‫־‬: r5 .v‫־‬in.1‫־‬ka ¿■.r:01 observados pu‫׳‬r iiiu'aoii..''.-
j ü / n e ste s é c u lo , 3 aa tiStrucura ; r i j in a l 'j\ n..- euc ntr.-ric. r.lt.3^¿
.‫ ״‬a ^.^la in t'jr f^ re n c ia ^;a ação niasi*.nári■. /u p e la desnrticui.:.;‫^־‬
s o c i a l d e v id o , in c lu s iv e , a nudanç‫־‬.i3 na c n_. 3 i :~ ... n.v . j r \ ¿ i c . v.r.
j _ 'al.‫־‬- jã .
-.-s . nnsjGs •^c‫־‬:rriam fr ^ ja -n te n e n te , Ernm rD?.Li‘,2 a.ia 3 e ‫־‬n 3>‫ ר־‬p a r t lc l
l^antes formand:j f i l a Jupia J ia n te ca casa—<lr>s #
homens, cantando e
- ‫־׳‬ilançãnuj“ S¿ s ‫״‬Ijre 8‫ נ‬p é s. ¿*s nulheros aconpani1 n.^a1A-n‫׳״‬s , ponJ‫־׳־'״‬
s e em f i l a à sua fr en te; e colocavam lam dos braços, sobre o ombro
da dançarina que lh e fic a v a na d ia n te ir a , Trjsljãn crjitavam e b a t i-
aia . s pÕs ora fo rça no chão.
Os instrunontcis u u s ic a is , ç[ue conheciata, eraia os chocalii^íS f e it o s
ca ja ç a e longas c^.‫־־‬rdas úb algodão em que eram enfiaCus cascos
vôc.Zjs, Ze queixada e Za a n ta . Não conheciam taiaj jras. ISnitiam
ruiv‫״‬-.s raspando uaa cabaça com 13a pequián■' b a s t ã : (.il:.TRii:üit,1330í259,
2 G01 hieíraUX e WIÍlDSUDAJO in CTE:JAiiD,19G3,V. 1 , 3 9 8 ) .

,lit^-^^ljgia
Sua mitolvi/gia cen trava-se n> c i c l o do s o l e ‫׳‬:.a lu a . lira alguns au-
t\- r e s , e l e s sã c apontados c k :.' im ã .;s . liju tr s , como sim ples con-
p a n h eiro s. Ambos eram do sexo m asculin: .
n lu a ap resen tava-se como un sur tríl,;. ünv .)Iv ia -se Oia granaes c•,^
!;lic a ç õ e s qutí, alganias v e z e s , Icti^nainavam a 3 ua laorte. O s o l sem
pr>ü in t e r f e r ia , res su ei tan^lo-o.
Os ataques •13 ir a do s o l !igaaifeBlavaCT-fxs n^ vlisparo dos seu s r a ie s
trcm sf jmaci -js era fle c h a s , h cor vermelha ‫־‬ara in d ic a tiv a de estadcs
‫י‬.';¿ fú r ia . Os incêndios, nas f lo r e s t a s eran ex p lic a d o s Cv5‫®־‬o m anife£
t a ç “e s d e sse s sentiiaent. s . üm dos m itos que narra uma situ a ç ã o ‫י‬
d e s ta ê aquele em que o s o l s e transforma numa capivara e sendo a
tacad o p e le s human©s, im p os-lh es como c a s tig o um grande in cên d io .
Quanto a p resença de c a ta c lism o s, havia r e fe r ê n c ia a um d ilu v io ,
ao ataque d3 jaguar nas n o it e s de e c lip s e lunar e o grande in cên -
v.io, acima r& feriJo,
..<eferiam-se a in ‫?־‬.a ‫ ב‬h i# t5 r ia do homein que sa casou com uma e s t r e -
l a , A h is t ó r ia termina pom a separação do c a s a l e a v o lta do ho-
mem â te r r a carregado oor abutres (urul‫>־‬u3?).
Outras fig u r a s m ito ló g ica s p r e se n te s no corpo •-.'.■3 suas crenças e - '
ram as da t r ib o dü anões fo r tís s im o s e a .13‫ כ‬comedores de pioU ic^/
ífETHAüX a i'ÍLrJSilDAJÜ ^ ST&7.*RD,'1963,V. 1.552,‫ ־‬LOiíIi:, in STEWiiM*^ ,
1 3 C 3 , / . I . , 3 9 7 ? IETRAUX, 1 9 3 0 , 2 6 8 - 2 7 1 ? SPr: e L‫־‬i.a1ÜS,1976í 168;Ã0U
KO‫׳‬x \J ,1^31 s 209-2121 v;IED-WEÜI?IED. 1958«437).
35

]30T0CUD0S

Os BotocuJos no sSculo XIX espalhavam -su por u1.1a fá ix a da 30 kra '


J.Q comprimento, aproximac:amante, e largura in^leterminavla en tra ■li
ñas G tírais, P orto Seguro e Ilh S u a , na bahia, e ¿ s p ír it o Canto. Do
minavam as b a c ia s dos r io s Pardo, Jequitinnoniia, :lucury e Docg(LOJ
1 1 0 1 9 3 1 5 108/9, . 1^‫י‬
‫״‬1 G OT4JD-:ffiUX?Ii;D,1953s24á).
Gomo j a afirmsaaos, os grup'^s Botocudo apresentavam con ‫ ג‬c a r ac te ‫י־‬
r í s t i c a marcante ‫'׳‬.a sua' organização p o l í t i c a , 3:)cial e económica,
a tenv-Gncia a j fracionaméhto co n sta n te. Essa c a r a c te r ís t ic a fez
com que inüm<iro3 subgrupos f o s ser‫ ״‬ropetiCaiaenta r e fe r id o s numa ã
rtóa tio e x te n sa , o que ¡nos p od eria dar a impressa.! de que forma■‫* ־‬
vam xim co n tig e n te demográfico bem mais numeroso do que realm ente
e r a . P arece-nos que7 ‫ ד‬medida en que os seus t e r r it o r io s foram sm>
d ) ocupados e a guerra desencadeada c >ntra a le s so tornou mais v¿
d ie n ta , o fracir.namont.i se to m a u mais in te n s o . 03 v a r io s suiigru-
-ii&cebinía*denominado2 3 t : ■■_>•‫־‬..nímica 1\‫ כ‬ontão derivada do nome ‫י‬
dos ch efes que comanc.aya1.i a d is> ers5 0 (V. o ífONSERRAT, ‫* י‬
1D75-.17).
-‫»י‬ ¥
.*tivid ad es de Siaíasistencia
Viviam das a tiv id a d e s de c a ç á , c o le ta e o e s c a . k u a io r ia da docú- '
Kientação aponta quo a a g r ic u ltu r a f.?i atividade¿ adquirida a JJar-‫י‬
t i r do co n ta cto esita b a lecid j Cv;m 3‫ ׳‬c lonisav.‫;״‬r e s. P3deriamos a-
afirm ar, pr^rtanto, que, na r o a lila d e , a a g r ic u ltu r a f o i o r e s u lta
do da im i-osiçã‫־‬,‫ ׳‬vios padr~es estaijelecid-^js p el.js a^iiainistradcres .
Mas e s s a in terp reta çã o p o d eria se r uma y is ã .' p a r c ia l, e que nHo
e x c lu ir ia a p o ssib ilid a d e de .3 ‫ נ‬Botocud.,‫׳‬, a s s iu cjnc j s i‫׳‬atcixõ, *
te r e n una a g ricu ltu ra in c ip ie n t e na fa3e p r é -c ‫״׳‬n ta c t,., qu-3 se ta -
r ia d e sa r ticu la d o devido as p ressõ es s o fr id a s c^ia a corupatiçã■; jc
seu s t e r r i t ó r i o s . T eria m ,* ta lv ez, abandonado e s t a forma mais e la
borada de so b revivên cia e d esen volvid o predominantemente as a t i v i
dades C.e caça e c o le ta . P<jrtanto, no momento em que se e s t a b e le - ‫י‬
ceu co n ta c to estariam vivandíj ..essas a tiv id a d e s , ¡‫ י־‬que t e r ia l e ‫^׳‬
vado 0 3 observadores a pensarem que os Botocudo e , mesmo os Pata-
■¿:ó, não axerceriara e ssa s p r á tic a 3 . Logo, os Botocudo o os P a ^ 5
não turiam aprendido coa o s c o lo n iz a ‫׳‬, oros as té c n ic a s a g r íc o la s ,
ictas rein trou u zic.o a sta ativi.^ ado, in c lu s iv o con novo3 padr5e|(, es
t e s s i n , raais adequados as p ro p o sta s* 'a nova econuniia. De qu^alquix
fonaa# nenhuma •Ias h ip ó te se s p o s s ív e is t.-2r:<. c:A'SLn^.uJz.1•
A. Im posição tia a g ricu ltu ra cono 2>3cHtica «âconôiaica n a is icçjcartaat-g,
r e la c io n a v a -s e com .a op osiçã o ao nomadismo, que 0 ‫ דמ‬se c o a ‫״‬unava‫י‬
COEI a proposta â ê aldoar para l i b e r a r , te r r a s par 1‫ ־‬a in s ta lá ç ã o de
r o ta s de comercio^ fasondas ou■ L‘ra p r e c ia .j, lan tro c’. j :¿tia•*■
Ciro a stab ‫י‬-leci^_■c ;. ara a coloniajação da ãxea, 1.3cali3ar os yrupvs
in d ig e n a s em areas ..tifin id ás e r e s t r i t a s , garantin-.o as ..aíuai?j
ra a im plantação Jas ativi>vT.acIes pensa<l£'-r: p a lo s ‫^״‬eiit jr^^s ‫״‬a ;j.yli-
t i c a econômica .1‫'^; י׳‬c-ís, Una das cjncUçõfciS ;^ara r. via:jili!uaCü ^:os
alvlaanont.>?s wra •¿ue 03 ín d io s fv^^snca.: ca¡)ases C.& ja r a n tir sua auto-
s u f ic iê n c ia aliucáiitir en cu rtò t>-1‫־‬.^>o e , posteriorm en te#
proviuzir :ixc¿^.int3 para sereia com ercializad os* Para i3 s o e r a p re-
c i s o que os ín<‫״‬ic s in ic ia ssem o s tra b a lh o s ",a a g r ic u ltu r a lo g o ‫י‬
que s e tom assem se d e n ta r io s.
Cultivavam mandirca, b atatas d o ce, banana«, arraz e cíina-ue-açucar
:4 ‫ נ‬en ta n to , constantem ente abandonavam as ro ça s e so in te r io r ia v a n
nas matas,. V jltn iv ‫ ״‬ãs a tiv id a d e s o r ig in a is cie caça e c>13-‫״‬t a . S e-
gun.lo Uidi -iíeuwied,. t e r ia s iü o a im p o ssib ilid a d e de manterem pa-
‫״׳‬rõás a<Iequados dos n ív e is ‫״‬le alim en tação, que os t e r i a forçad o a
aceitarem as condições dos c:.L !n^za . )r ss. ^ Ic‫ ־‬r.firma, a in r., 'iu^
a ‫ ׳‬srucicí:^ sempre fam intos, o qua >3 ¿azia .rw.rjcer©L\-3e uVi‫ !״‬-
r

v-^uor tlv> ‫ ו‬dô tra.i^lh-j asa tr o c a .le mn ,;rat'. ..•* c..-:ídL‘,.a.*


k redução de seu s t e r r it ó r io s ãw caça .j c.5i‫־‬íta^ com .a d e s a r t ic u la
* - * ‫■׳‬ *< ""
çao do sistem a economico e s o c i a l , levou a profun...a:4 ¿ a i..iiicc.ç
e deslocament>^s <-3‫ ״‬grupc'S e a a c e ita ç ã o do sed en tarisiao e das a-
tiv id a d e o a g r íe la s (TflED-NEüUlED,1 9 5 8 :2 3 3 /4 ).
Os homens preparavam a te r r a e plantavam enquanto as m ulhores r e -
I

alizavam a c j l b e i t a tk,THàUX i^ STEWi^D,19G3¿V.Is533). 11.; e n ta iit‫׳‬. ,


Wied-Neuv7ied afiriaa que a a tiv id a d e de p la n t io era r e s p o n s a b ilid a
de das m ulheres, c <.!uq hos p arece mai3 c:<‫־־‬ra n te com o siste m a da
^.ivisã:; •: ‫־‬á tra a a lh o e x is te n t e e n tr e os 30t< cuãcis (WIED-NEUWIED,1958
293/4).

C lu t a . - ;_^,rocessava-se de forma mais p r o v e ito s a nn 'je r l ')! ‫ר־י ר‬. ‫¿ כ‬-


cü-r abandonavam as a ld e ia s situa«‫״‬as próximas ao l e i t o dos
r i .3 e 5 e internavam na mata. Erv‫׳‬x ‫'־־‬.tividade ex»i‫־‬rci>:a ^ j l a !3 mulhô‫״‬
r e s . iíe sse p eríod o a riqueza alim en ta r era maior que no p erío d o ‫י‬
.:a3‫ ־‬chav 1 ‫׳‬:‫־‬. C. letn van i.asicaraente o c * c :, r i l n i t ‫י‬, injá., f;3ijSo
37

vLjmato, laaracajãf aratldum, araçã# ja b atlcab af Imbú! p ita n g a , sn


v/acaia, gen ip ap c, cansanção e a b a ca x is.
ro in o ani.nal, •is E1ulhe3:Gs colotavaia larvas ‫״‬a ¿aaJâlra para se‫■־‬
rcí.a assadas e i n s e t o s , como a temajura. O mel e a cera das abelliSB
js obrigava a subirem em ãrv:r<is a lta s Je onde tentavan r e tir a r *
in teg ra lm en te ninhc0 ,‫ ׳‬n a l, EiisturaCo com ãgua Contra C!e potes
f e i t o s de t a la s Ce bara;jú, ara'bebic.a aprecinua (í:i£:D“HEüWIED,195Gs
3 0 0 /I j METRAUX in STEWARD, 1963,V.I:533|LOUKOTKi,.,lí)31s 147).
Caça - C 3ns t i t u i a - s e *numa da3 a t i v i Jadas raais ! ‫^ נ״גצ‬rtantes na vid a
ec^njiaica ■’ :30 3‫י‬tocuc!o , sen¿.‫ ג‬sx3rcic'.a íjelos h )mens comunitarl,a-
mente e quanCo o ¡;.r■;¿.utcj^ aoan;..ava,^ o consuEiv- tamoSn se f a z ia
grup , cora a (larticip¿:(¿¡?. ^ 3‫ י‬nd‘.tir?‫־‬s ua cjüiuniclaae (SAINT-HIL¿.!
RE,1938: f JILD-iíSü JIiJD,195C‘s 301/2) .
*
‫״‬jran on si> . ara 8‫ י*נ‬habéis ca ca ‫״‬:.r^s oju ex tra •r.linãrla capacidade
de use ;‫<־ ■ י‬rc) « la fl¿ c h 3 , r e s u lta n te .3 o fo tiv o treinnnJíit.:., ..r,
acuidade v is u a l e a u C itiv i. Iiaitavam c jm y e r fu iç ã o os sons e r u í-
J. 3 , ;s anim ais, .‫< י‬:us furtei'.-nava c ffiio chaiaariz para a tr a ir a ca-
ça. ^

Sua ca^' ac3 a .!13 ,¿sGl^cancsnt.- >jra ‫־‬jran.le, j ã cpi^i se alimentavam


v-.> -“u^í encoBtiçassam, t‫ ־‬inwepencJ.am da exi3tCnci:1 .‫״‬a riç.s ju* cõrr¿
^ 8 ‫ ר‬para b eber, p u is sabiam c ‫־־‬mD r e t ir a r água de taiuaraous e
b r mélic»«;. n r ito faaiari f^ gu oiras junt ‫ י‬a.^s lo c a is «..e ‫׳‬.!.^‫׳‬rrívir _j&
ra st; a^UviCsrem e tacibém para espantar anim ais áo n a icr p : r t e . *a
r a 3 G dufcsnC^rem Cas ¿-ica<v-a3 - >s in .'setjs, usavam õ le r s od oríferos.
A caça de anim ais maiores s e processava c:..n flechamanto s in u ltâ
n eo do animal p e lo s p a r tic ip a n te s . Com e ssa t ã t i c a , conseguiam j
3 GJ tca^ iit. Ia ‫׳‬presa p-*r sangramont ‫ כ‬. Js onim ais p referiC cs !:ara
c ■nssuri:. erma as an tas, Taais .'‫״‬:r vc:itav.'X¿ t u - . , utjn-.js .^s ‫׳‬.‫׳‬3‫־‬
s• vg e o cou ro. No enteinto, os nacac-^s ta 1.1bên eram bastáiñte aproe¿
a •os (WIED-13EIMIED,Í958:301). Ur.; 3‫י‬..‫ י‬elaraent '-3‫ ׳‬.introvluzidrs na ca-
ç a a ¡ja r tir dp con tact- cc.íü a socieCado n a cio n a l f o i o cão, que
p a 3 s. u a 3 Q ‫־‬r !^:¿rpcraâo n>.: 3 x.5rcício d essa a tiv id a d e de forma ‫י‬
s is t e m á t ic a .
«•

3‫ל‬ t e r r it ^ r i- 's de caça e cr l e t a tinaam aous lim it e s . ¿ • f i n i j s


l o ch ofo C.J gru>- ‫׳‬. Cãri:‫־‬n ?.trit:>s se esta b elecia m no3 casos de in
vasãc> do t e r r i t ó r i o de um jrupo por _‫׳‬utro (SAIlíT-HIIAIHE,1938:137)
88

P esca ~ a pe&oa era a tiv id a d e m asculina. O !aétodo usado era o de


f le c h a r os pedxes e , as vezes u tiliza v a m o tiiKibo.'So posterionaon
te, com o contacto coia os colonizadores, 5 que se deu a introduçâ)
d os a n z o is , a l i a s bastan te apreciados p elo s Botocudo, que procura
vara t e r a c esso a e s s e a r tig o a tra v és da a c e ita çã o de trabalho jun
to aos destacsuBfâttítos, q u a r té is e fazendas (WIED-NEüvíIED,1958s 301).
As fle c h a s usaâ34» jaa j^ sc a r ia não tinham acabamento em penas ( :4E-
T3XAÜX ^ STEI2hRD,V.1,1963:533)^
" ii ^
C?zinhjv*- a cspsinha era resp o n sa b ilid a d e fem inina. Os animais V-
ram chamuscai^s e consumidos meio crus^depois de e sfo la d o s e e v l£
co rad os. As v ís c e r a s eram lim p a s, assaàas e d ep ois consumidas. 0
tempero o r ig ^ à lm e n te usado era a a r g iltu 0 s n l f o i introd uzid o '
d e p o is do contact?@j:ccMtt os n a c io n a is , provocando, in c lu s iv e , s a r i-
o s d is tu r b io s g â str ic c ^ , acarretando mesmo a morte de alguns í n - ‫י‬
dios[. Rs ta®^5*iras eram comidas depois da a ssa d a s. Os instrumentos
de o o z in h ^ i^ a d o s eram longos t a l o s ^do bambu, que funcionavam co-
mo p a n e la s^t^ara o cozim ento. Outros alim entos eram moqueados^ e ‫י‬
o s que nao'^e^ram con^tmídos de im ed iato, colocavam -nos sobre os te
lh a d o a das ca sa s (WIEO^NEü’íIED, 1958:303),^‫־י‬
‫•"י־‬ ^ '

?ÍPcal#aF5 - B avia d ois tip o s b á sic o s de m oradia, üia e sta b e le c id o ‫י‬,


para e s ta d ia s -.mais demoradas esta ca s, finccidas em c ic u lo s e co-
b e r ta com _fal&as e galhos .‫י‬- e as ten ^ orãrias - formadas com ga-
“ 1^• ^ \
lh o s a e .npaim^iras enterrados no chao e amarradas •em cima, formsuf-
do uma areada qnde’ se penduravam os o b jeto s de uso da fa m ília (Sffi
TinaUX, in .SmEU8D,196t,V.I. , 5341 ‫ן‬n:EDríIEmíIED?195B:294/295) . .
^ <4‫׳‬
O que constataiBOS é que ã medida em qua e s s e s grupcS iam senda ma-
i s catttprimivlos nos seus t e r r i t o r i o s p elo avanço da sociedade na-
ciD n a l em e3Q>ansão, os Botocudo aband^íram as formas mais com ple-‫י‬
x a s de v id a ;^■jlidotairam padrÕes mais sim ples* Kssa tenvlencia se re
f l e t i u ta ia b ^ K 'J o á s tè tiç ã o dbs à b rig o s, p o is passaram a se p rote
g e r debaixo arsrores com o aquecimento de uma fo g u e i-
ra f e i t a ao3 grupo familia□:*

Indum entária e a^rfeco5*


Os homens usavam e s to jo peniano de fo lh a s trançadas ou amarravam

o p ê n is em p o siç ã o v e r t ic a l ju n to ao abdomem, num c in to , gue pas-
sa v a p e la c in tu r a , P‫ר‬sterio rm en te, pot im posição dos m issio n á rio s.
89

passaram a a l >tnr r ‫' ׳‬U as 'de algodão (homans) o c h ita (mulheres) .


A sua denominação g era l - Botocurlo - f o i- lh e s atrib u id a p e lo s por
t:ugueses em decozrrência de usarem grandes botoqaes nas orplhas e
no la b io i n f e r i o r . Esses ornamentos eram f e i t o s de raadeira e x tr a -
Id a da barriguda que, depois de cortada nas cli1aíán5‫׳‬õ es desejadas ,
e r a d esid ra ta d a no fDgo, ‫׳‬-í que a t 'rnava le v e e branca, ¿ipõs o sta
o botoque era pintado cori urucu a genipapo, formando desen-
nhos geom étrim s¿
Os c jnfGcclònadores dos bot>)ques eraa os homans, seguindo as ind i;
c a ç õ e s e s ta b e le c id a s p elo h e r õ i-c u ltu r a l ..laret-Khriiciknian. Os boto
ques fem ininos oram de tamanho menor, mas tar•¿)^ confeccionados e
irax>lantados p e lo s hcanens, d e t e n t ~»ras d ‫ נ‬conhocimonto .3 do d ir e it o
de exercerem t a l a tiv id a d e .
?1. cerim ônia de fuifSção das o r e lh a s o co rria em o ca siã o e sc o lh id a ‫י‬
p e lo pai apõs a criança te r a tin g id o 7 ou 8 cinos. O lã b io i n f e r i -
cr era perfiwrado alguns anos mais ta rd e. Para a perfuração e s t i c a
vam a3 membranas e introduziam pequenos batoques, E stes iam sendo
alimentados de tamanho à medida que o tempo p assava. Nos joven^, ‫י‬
o s be.toques la b i a i s 'ficfavam em p o siçã o h o r iz o n ta l, Jâ nos id o s o s ,
p e la f la c id e z da musculatura decorrente do lo n g j período de u so,
o s botoques ICicavam pendentes,
íJ\1 zncío ocorrlcT c¿ rompimento do an el dérmico ou muscular que s u s - ’
te n ta v a o botôque nas crelh a s :)U no la b io , os ín d io s amarravam o
ponto (30 se<x5±onámento com um c ip õ r o que g a r a n tia a recom pçsiçio
do cinel e da p o ssib ilid a d e de vnltarem a usar o botoque. Em' decor
r ê n c ia do uso d e sse s ornamentos outras deformações ocorriam? na
b o ca , o deslocam ento dos in c is iv o s in f e r io r e s , cj afinananto do ma
x i l a r e a ptsrda dos als^eolos.
Ao retirarem os botoques, fosse para fa*zer^ o asseio ou p ‫־‬rque cs
vendiam ou pgrdiata, o ’que se observava com o anel vazio era o pen
dimento da mu^^Latura elastecida. Se fosse no lâbio, não tomav::m
quor medi^^Mâcando os dentes inferiores cáxpostos. No caso '
das orelhas, a inferior do 15bulo era pendurada s./br■¿ a parte
supeíior dale ( t ^ b - I ^ ^ D , 1958; 286/7),
Os omaaitôntos ãe pj|aas eram p rerrogativa, m asculina. Usavam-nos ‫י‬
sob a fojfma de p e q u e is cocares elaborados com sim p licid ad e tendo
a s penas p r e sa s com c e r a -d a -te r r a a:>s c ‫״‬.‫׳‬rdões de e1a’3ira ou a lg o -
90

J ã o . Usavam também pequenas f^iixas do mesn'; m a teria l amarradas ncs


b r a ç o s, pexTias e CDxas. Outro ornaj13‫״‬nto usaCo era a c<.;locação
penas GspalhaJas p ela cabeça e prasa 3 ao c ‫נ‬uro cabcludo com a me¿
ma cera (ÍTIED-WEÍKTIED, 1358? 290? .!ETPJiUX in STEWARD, 1363:V.Is 534? *
LOÜ.^OTK.^, 1931; 127).
Js c o la r e s eraia f e it o s com graneles seaentoa iirilh a n tü s a coloridas
interm eaâas cosi dentes aniraais (macacos ou pequQn‫;־׳‬s carnívoros),
f r u t s c o lo r llo s e ca.3‫־‬c:.'S •le a n ia a is cie pequeno p o rte. Os p o h u it,
c se €^«aava1a, aram usados com abundância por c ria n ça s, mulho-
rú s é ^.jgIos líd e r e s dos grup-.v3. :!•iSm d33 c - la r o s , era crmum o uso
vie b r a c e le te s e t ‫כ‬rn‫נ־‬z e le ir a s f e i t o s -‫ ״‬j mosao m a teria l
ED, 1958;290?:!ETHAÜX in STi[3I?‫ ״‬RD,19G3,V.Is534|LOÜKOTKÃ,1931;130) .
Os c o r te s do cjibelo seguiciia padrões 0strJ30lGCii->s •á f ix o s , soncj
f o i t c s con t a lo s de taquara fen d id a e a fia d a nmia c_a3 suas ar¿S“ '
t a s . Raspavam inteiram ente a p a r te in f e r io r da cabeça â a ltu r a de
t r ê s dedos acin a das o relh a s. Doixavam, p o rta n to , apenas um to p e-
t e no a ltt; da cabeça(WII.D-líEU!7IED,1958;233/9?METSÃÜX in STm2iSD ,
V.Isl953;534).
Homens e mulheres depilavam -se in teg ra lm en te, in c lu s iv o sonórance
lh a s e c í l i o s , ilis s o , ttsmbém a navalha f e i t a de taquara era o in¿
triaaento usado. ¿.Igims homens deixavam pequenos t u f >•3 de p e lo s f i
nos em torno• da boca, rem anescentes da '3arba a b i g ‫ר‬d‫׳‬-! quo p .-ssu -‫י‬
iam(!T1ED-iIE1r7IED,1358;233/9?i!L‫־‬T‫׳־‬mUX in nTE'Ü.RD,V.I,1963;534) .
a tatuagem não era conh^icida. :‫׳‬Ias a p intura er a usada era abundan-
c i a , As co res u tiliz a d a s eram o verme lh o -amarelado, ob tid o do uru
c u , e o negro, Jbirado do genipapo. O prim eiro era u t iliz a d o para
a _^intura de rosto,''d a boca para cima. O segundo era usado para o
C-^rpo, ■^ut‫ ¡־‬normalmente¿ pintavaia quaso todu. Lxoet.• parta do r •3 t.:^
a n te b r a ç is, pSs', e da 3 p a n tu rrilh a s para b a ix o . E s ta b e le c i-
am a separação en tre a s'p a r te s pin tad as e as não pintadas com o
traçad o de uma lin h a vermolha e n tr e e l a s . Outra forma de pintaré^
o corpo era a de dividirem -no lon gitu d in alm en te em duas metades ,
sendo que uma e r a pintada de negro e a outra mantida em cor natu-
r a l . A prim eira representava a n o ite e a segunda, o d ia . Quandc ‫י‬
s o pintavam o corpo de p reto era comum en feitarem c:■ r .)sto com una
l i s t a p r e ta traçada na a ltu r a do b ig .‫־‬de atS as o r e lh a s. Outros a-
in d a ficavam p in tad s do. ‫׳‬3 .‫י‬rabr<.3‫ ׳‬até os p is lateralm en te deixandi
91

O melo do cor^io na cor n a tu r a l,


:.s t in t a s erara ¡preparadas nuiaa carapaça Cq ta rta ru g a , que levavam -
em seu s deslocam entos (WIBD-LíEJWIED,19585289/90?x.‫!־‬ETaAüX STEíííiRD
1963,V,I!534).
Outro adereço d ife r e n c ia l ¿3ntre os sexos era o háb ito ¿as mulhereB
aiaarrarera as p em as dos to r n o z e lo s aos jo e lh o s con cordões ãe em-
b lr a ou gra v a ta , :‫־‬lên lo c a r ã te r de e n f e it e , o b je tiv a v a manter as
pernas f in a s , padrão de b é le z a apreciado p e lo grupo(WIED-wEJKIED,
1358:291).

llanufatos
Embora apÕs ‫ ס‬contacto fossem considerados e x c e le n te s can oelros e
* s e d ed lcassen a ganhar a v id a em muitas regiÕ es exercendo t a l a t i
v id a d e , parece que a introdução da can^a f a i f e i t a ap3s j con tac-
t o com 03 Golcntzadore^., ]k j u s t i f i c a t i v a oncontrac.a nas fo n te s pa
ra a au sên cia de cíinoas é a predominância, na ãrea, de r io s quo
apresentavam granda d ific u ld a d e de navegação, Para u ltr a y a 3 sar(a:ã‫י‬
o s r io s usavam pontes p en seis con stru id as con d o is cip ós pararelcs
e sobrepostos.. 0 in f e r io r s e r v ia para andarem sobre e le e o segun
do para c:‫־‬irrlmão (L0:TIE in STE^T‫ ״‬RD,1^63,V.Is385íílET!mUX in STE./ABD*
V . I , 1963:535).
O tra n sp o rte da carga era f e i t o p e la s mulheres €5m grandes saco s ‫י‬
‫* • " "י‬
l‫י‬onduradcs as c o sta s e p resos por uma t i r a que passava na t e s t a ,
Alem de toda a tta lh a d;jL.casa, *alias bem m‫'״‬d esta , as n ulheres e -
rara resp o n sá v eis támbem p elo tra n sp o rte das cria n ça s i^onores, que
iam sen ta d ^ p / Bormggfcmente, sobre o saco(LOWIE in STEWl\RD,1963,V,]lj
3 8 5 /6 ; 21ETRAÜX ^ STEÍJ21RD,19C3,V.I.:535)
Os n ineris se encanj^^ram sI3 tr a n sp o r t‫»־‬r os vasilham es de agua ,
que erara f e i t o s de ■Jálas vie ^áydaruçu e c ^rtn los na a ltu r a de um
gomo, que s e r v ia de fundo. Levavam ta 1:1bêm as armas,
%
As armas dos Botocmdo éram p o sa n tes 0 te m ív e is p ela r e s is t e n c ia ‫י‬
w|utí apresentavam* A p e r ic ia com que eraia u t iliz a b a s e rapidez ncs
d isp a r o s s u c e s s iv o s das fle c h a s faziart com que fc;ssem tsmidoSP‫ ״‬pe-
l ‫־‬j s Cv;lonwS p e lo s outros ín d iu s ,
O taiaanh ; d ^rs a ro js dos ^otocudo f o i considerado cesde sé c u lo ‫י‬
XVI como exageradament‫ !־‬grande, Sua a ltu ra parece qucs v a r ia v i en-
trci l , 5 0 u 2 ,1 0 ;.‫־‬m a eram f e i t o s com madeiras e l5 s tic ? .s fo r te s
92

c '‫ד‬1 ‫ ד י‬onlíA.íirr. a i r i ‫ כ‬o pau d' n rcj. O lenho d e sta ultim a árvore é
jrDnc- cora c'irna » a a relj e 3e tornn, cvarraelhadj cjuanij trabalhaC j.
‫נ‬ airi 3 L.e cor parda que, •:juaKnIó colida, adquiri um aspecto a-
gr .idavoil (■7IEy-líEUTTISD, 1D58!157) .
f rça vu raai •r y‫־‬r..ssura arco 3--j situ a v a no n ^ ic , ro>‫״‬u 2 in ^ 3 0 ‫־־׳‬
(m v.:iraçfí .; ‫« דה‬xtr«TaiCaJ:es. 0 esf<‫>־‬rço exigrido nn uso ãe arco ‫״‬e ta
i 3 lin3ns“e s e r i grande. Os ín d io s usavam cordões f e i t o s de cipô*^ ‫י‬
e-u b ir a ou carr.‫!;־‬u-tn. enrolados n<> %ulSw esquerdo para p r o te g ê -lo ‫י‬
d^'•' impacto da c ‫'־‬rc a. C. n r> c '-ntact:^ c ■‫ גז‬a s ‫ ^׳‬ciadade o r a s i l e i r ^3
so s cordões rornin su b stitu id o s por lin h a s de 1>escar, o ;jue Ines píx
n itir ia uso siln u tâ n eo para caça e pesca.
‫ ״‬c-‫י‬rda do• aro_> f n it a :.o ci;1‫ *׳‬iiabé ou caraju atã era to rcid a cua ots
ta n te d31icad02a e uj -ir. v^o 3 a 4n1n. ¿ías 0xtr.án1i‫״‬au3‫׳‬s , jp rin ci;ja l-‫י‬
n e n te , se pertencioia aas c h e fe s dos grupos, .s arc;‫;־‬s a;.jre3 «i.atavaM
t u f 9‫ נ‬de ^3Iuraa3 Cv■ lo r ia s p resa s com cera da te r rn (LOU‫״‬OTKT;,1931 *?
1 5 6 /3 ; S1aHT-EIKil:^:d,19331141| .SJT?v/J1: in SVE'JZúlD, l.)63?V. 1 : 535;
1rj-tiEÜJlÈD,1953::>36.297 a 300; LOTvIiJ, ^r£;!Iid^,1.1G3:V.Ií3 3 7 ). '
:.3 fle c h a s eram f e it a s de ubá <u canajuion, ç-ua se caractarizam ■^ox
ft

seram caniços sem nõs. A erapliaEiaç?‫״‬.‫ ׳‬das sfleclias era feita com pe‫׳־־‬
nas de mutum, jacutin;ja, jacupoLiba e araras, dispv:3‫׳‬tas l.:ngitudi-‫'י‬
naliaente g amarradas cjb a casca do cipõ iiabS, Segundo as ilustra-
çces d‫־־‬á I7ied‫“־‬iíeuwiau (lJ5GíI:st.21) essa aapluraação ê classificSvel
como do tipo ‫״‬Brasil Oriental" (V.LO JIE, in STEWARD, 1963,V.I; ).
• “■
Kavia os t r ê s tip o s mais comuns de fle c h a s , d is tin g u id a s p e la s pon
t a 3 . O prime-ira destinado à g u erra-e â caça de animais de grande ‫י‬
¡vorte, tiráia' a ponta f e i t a de taquaraçu, to sta d o para qua se ±oma^
s e mais r e s í s t a t e Depois, e s s a ponta ara entalhada e raspada u.a
fo m a a se tornar li^ lceolaáa, co rta n te e a fia d a , Froduzia graves ‫י‬
‫»״‬ . *
ferim en to s e hemorragias v io le n t a s , com o sangue se esvaindo p ela
p a r te cóncava da ponta, •jue para i s s o aproveitava a propria oonfor
máção do taquaruçu.
A ponta farpada era feita .:d a mosná niadeira do arco - a i r i ou ^3au ‫י‬
d ‫ י‬arco - c a r a c te r iz a v a -se por apresentar ‫"׳‬-ez ou doze en ta liies cliri
g id o o -.;nrá’H ítás, fo c a n d o as fa r p a s. Sra tamben destin ada para a ‫י‬
c a ç a le jrandes an in ais e para a guerra. Prov^^cava profundos f s r i -
mantos e c-ra d i f í c i l de ser r e tir a d a , p o is provocava na sa íd a s5 -
r l ' ‫־‬fs e str a g o s nm t e c i ;.os pen etrad os, i. té c n ic a u tiliz a d a pnra 30r
r«3tir u a ara fa2v.r com -jug }jonetrasso totalm ente para então yacer
;U.j.5rar a :;ont^ c r e t ir ar a h a ste son raaiores danos,
O t'.^rcvjiro t ip o era ',astina lo à crca cIj a n in a is p3 cjU0nr.f5 . fíuas pon
t a s ciram f e i t a s n ? ‫־‬tr t ir ^'a ja la o s r e to s con un n'., s\ jZ.o a >b
tu r a f ‫י־‬rraa J.-j r o je ta , ¿íó invGs .!o seren ponteajuuas, O seu j f ^ it o
e r a dateaoninado 1010‫ י‬i 1a;>acto vjue pr.1v)Cav31a a j br>tor no anim al,
J^.ira cjnseguireia •‫״‬ar maior r e s is t e n c ia as f le c h a i ^ostinadas a guar
ra w 5 caça <lo granlo p orto, mitavara-nas Co cera o ilazian com
nassasseia p e lo f ogo. üsrvam o mosiao :‫ר‬ro cesso com o s arcas« Mas não ‫י‬
tinhar\ ‫ כ‬costuna ‫ =לג‬envenenar r.3 ^J0nt1;1 cas fle c h a s co;a c^aalcju3r t i
1-0 ‫״‬i^ su b sta n cia ,

‫״‬s c r i ‫־‬inças ‫־־‬irun lcq_13 a n a is tenra i^"at!.j5 a a tir a r coni ^.^erfei-


çã- ‫׳‬, »astavan n u ita s 11^r‫ ;*’־‬m.. n 'A irc íc io s c o l e t iv o s , con jr a n 'e in -
c e n t iv ) .‫ר‬a to m u ‫ ;״רנ‬a i ,vlv, Jiu 14 a 15 ^ 3 :‫ י‬ja 3stava1a a a o ^l i t a—‫ד׳‬
a ja r tic ir .a r Ca.1 caçav^as*
O d isp aro da fle c h a ê sempre f a l t o >elc 1 ‫י־‬. ‫ י‬o*3;£Ucr t ; c*: arco* Sü-
guravam-no com o in .d G aljr ;.a-itã•. 3s raGr-la -n raant.! .‫ ד‬c^raa >.-ra Ct3
t<3 nr.iJa c:m ^8‫ ׳‬l v^rir^üiros aoC-DS da mSo d i r e i t a , A ‫ ״ ע‬31.‫ד‬5 ‫־־׳‬: ‫ב‬:‫ י‬ar
Cf. ¿¿ra tsera^ro v e r ticn .!, lin h a 'la vi32^!‫׳‬.a acon^^anhava a f l ícna, cu-
j.: pesv d evia se r o mag10‫ ״‬spx cada ma dos seus c >m>':n antss '■u j.‫־‬a r-'
t e s íj 3‫׳‬ar ‫ד‬.‫נ‬s ‫ ;־‬l u t ‫זפ‬aünto retn? tendo as ponas ■-’.a ;!xtroraic-ido proxinaL
no nosia • lan 2a ta^aara da ponta, ‫?״‬avi lo a ‫־‬j trj.;anI1‫ ״‬, carraga^jaia ’
ucaí; fle c h a s c^ n sijs..
Outro tip o «le arma c¿ue •usavam ^rani _‫׳‬c 1itiaj*a.:as e str o p e s -:.i bambú ,
■‫¿׳‬ue provocavam fe r in e n t 3‫ ׳‬gravos n. s perseguidores d is tr a ía o s •iU‫־‬.-
p tínetraase 1á*as natas ('.gTI^UX. i n !:■.‫^';■צ ״‬nD,19G3,V. X,535,536;‫ ׳‬íIílJ-íJEü-
58, 279- 298, 300, 301, 312 ‫ל‬:12 ‫ פ‬, 1 .‫ ;י‬LO.Ti: in GTE:J..IO,19f3,V.x,307|LOUKC^
iv. , I : 3 1 íl5 6 -1 G 1 ). .*alaria ainda arma c ita d o por Pero de Magalhães '
Gandavo n“> seu Tratad a da rerra do B r a s i l (1964), Parecs-noo p rob le-
m á tica a e x is t e n c ia d esses a r t e f a t o s , que poderiamos id e n t if ic a r co
-. ‫״‬ T

ra * r v j r r e t e s , já *
' a u t >r s e r i a n ‫ ^׳‬ír iv a tiv js uas xaulhares?

s la s p a r tic ip a r ia m intensam ente das a t iv i ^ f i e s gu erreiras e usavaru


”huiis : 3 t ‫)׳‬S ta d .s”(GflIDAV3,19‫׳‬S4s77), 0 :ae n js causa e s p e c ie , no
ca3 S tísta única r e fa r e n c ia ã p a r tic i:‫־‬açã- fe n in in a na guerra, a-
tiv ic \a d e jue >s demais a u tjr e s onsidora^a ‫״‬empre caa; p rerrogativa ‫י‬
m a scu lin a .
94

‫ ז־כ‬jru;; ?3 &‫'״‬tocu¿c» tinham poucos u t e n s ílio s , yufi eram üxtreiaaraen-


t ; í í i n j l e s , li sxxTL fa-‫׳‬r ica ç ã ‫־‬.‫־י‬, asr,lr,1 c.m j a das habitações eram de
r-ís*j0 n s a b ilij a d e foiainina. Para cozinhar usavam oanelas ds cerSiai
ca c in z e n ta , e para guarv.nr ^.jua usavnm cabaças ou Cm ta -
lo s ;13 bnrfjã c.rta^I^3 nn. a ltu r a do un n5, .^ue funci.ínavn 0 .:‫ע‬1‫ כ‬fun
Qj .1 ‫ ו‬v?>.‫?׳‬ilxiamj, Esttó raciiava-sa c .i 1 f a c ilid a d e e .jS rN¿uun>..o>í3 c -
ram f e i t o s com cera,
i-ara ,y0-3car fabricavam iinhnr. . ‫ ג‬tucun, c;jr‫׳‬. :e i 3 do fib r a cie broma
c j l i a s ;■u 1-3 íin‘.jira. Essa confecçH.^ ura f o i t a cjlocando as fo lh a s
na Svjua •;‫״‬ara ";yn-j im 'ItíCesseii .‫י‬. ‫;־‬arta carnuda, da .:>nde retiravam a
u tilíc u la e x te rn a , .juo ora dop •i3 seca 3.-1, O tin^im ento era ‫י‬
f e i t o por im3r<?ãc 2!a t in t a s .'.o cr.1‫־‬ic á £ ja {c..‫־‬r v i ■leta) , gonipapo ‫י‬
( c / r n;¿gra) ■u urucu (vermelh -p jiaralad .i). C1'‫־‬n as fib r a s co lo rid a s
faziam ontã■; ‫׳‬s t r Andados,
Para dormir uonvam ro"os. Sojundo a u to res, cora ‫ י‬S a in t-H ila ir e , u-
tiliz a v a m -s e de jir a u s , :íug, a l i á s , seriarr. .)S ú nicos "móveis" e -
x.l‫?־‬ttínt:is nas r)r.lh.ças. Ecijund.j ou tros, orno iJied-ueuwied, e le s ‫י‬
. .•mirirjra d iretaã 1.i.nt^ n > chão, forrando-o apenas cora granados t i -
ra s -la ca.?ca d..‫ ׳‬yau-.-tí-^jst.ípa. Talvoz a ’j x_-licaçã.. dr.s >."Iif0r3‫־‬n ças
en tre as :bservações dos au to res e s t e j a no f a t j da taraia d e sc r itu
su jjru p os d is t i n t 5s c ^m ;.'¿culiaridavlcis c u ltu r a is e ‫ ¿גחי‬e s ta r ia » ‫י‬
en graus ‫’־‬.ife r e n c ia d js d-o c jntact:> ‫־‬m om c )n d içjes -‫ ב״‬maior .>u lae
n>r ^.erainência ntan lo c a l, o que determ inaria n ecessid ad e de sim-
p lific a r e m seu equipamento.
ilã ‫ >״‬confeccionavam qualquer t ip o de c e s t a s . O m aterial que t i vo s-
sem ‫־־‬TUG guardar, fica v a espalhad ‫־‬.( ¡,‫׳־‬el•' chão da casa ou c•‫ו‬locado '
n . ‫« ר‬sac-js trança os jua u s‫״‬va :.1 n?.n v ia j s n s , listo s tinhara uxaa t ir a
crue passava o e la t e s t á durante o tr a n sp o r te . N estes sa c o s, as ín -
d ia s carregavam ^pedaços c.e taquara para fazoreai as‘‫׳‬pontas das f i e
c h a s, ca sco s /o tatu a d3 ta r ta r u g a , -urucum, estop a ou en treca sca
_‫׳‬ara a ccn focçã- das camas, grandes pedras para quebrar c o c o s, o s‫״‬
3 3 1'‫־‬ara r e t ir a r a polpa d e s s e s fr u to s , .-corvinas de gravata e tucunv
c ‫;־‬la r e s e bc't^cjues.
C1;^‫׳‬a:■ in stru m en t.■s c jrtan tes usavam la sc a s de bambu e pedra. As
lâmina?? ‫> ’׳‬s machad.-s dy wocra oram amarrados ‫״‬en tre d o is ‫׳‬j a lh .;s, ‫י‬
san‘’- en tã ^ , racooertos con co ra , en tan to, ao ser o sta ó e le c id o
o c o n ta cto t a i s instrxHiient.js foram sondo aban;i‫־‬jnavl:33 e s u ü s t it u í‫־־‬
dos p e lo s de m etal. Sao co n sta n tes as 1aençÕG3 ao extremo v a lo r q\E
o s in d io s atribuíala aos instrxiiaentos de m etal, --‫׳‬or a le s vendiam ‫י‬
o s f i l h o s ao3‫ ׳‬co lo n iza d o res, conforru in d ica çõ o s da Sain t-ü ilaira^
U ied-iíeuw ied, Ottoni* J o t i c i a - s e taiabã-n o ca r á ter da p r e s t íg io qua
a p osso d-ass¿ís bens a tr ib u la ao sou portador. I s t o se tornava avi
donte no costume dos homens uoarera fa c a s , que obtinham, pendu-
radas no pescoço era .uarbcintos juntamente cora o <5 c o la r e s t r a d ic io -
n a is . (SAINT-HILAI.IU,1938s127 ;!ÍIBD-1íEü;;1£JD,1958:290),
í\. p r in e ir a p rovid en cia tomada pelos Botocudos quand*^ acampavam e -
ra o acendinent 1.> das fo g u e ir a s. 0 p rocesso u t iliz a d o era o de fa -
zerem pequenas cavidades ntua lenho comprido; nnoiavam sobre uma
das cavidades a extremidade de um outro pau colocado perpendicu-‫’ ־‬
la m e n te e para que e s te pedaço f ic a s s e maior e, p ortan to, de ^la-
i s f ã c i l manejo, emendavam-no com um pedaço de flecha. Era seguida,
usando as dua3‫ ׳‬nãos espaliaadas, fazinia-no g ir a r velozraenta. Em ‫י‬
b*1ix^ do outro pau, quo est-ivr. nn chF...’, colocavam pedaços de e sto
pa tir a d o s da en trecasca da ã rv jra do mesmo non¿, a fr ic ç ã o provo
cava fagulhas quo incendiavru:. alguna fin.pv.)s, que depois comunica-
vam o fog'‫ ׳‬aos demais.
Tal p r jc e s s j era extremEimente demoradcj a c a n s a tiv ‫'״‬, fazendo com
que v a r ia s p essoas p a r tic ip a s s e n da ‫־‬p era çã j. A madeira usada era
tir a d a da gaaaeleira ou iiabnüba( IíJTR2\0a ^ STK‫׳‬:í:^RD,1963,V.1:53S! ‫י‬
.!IÜD-IíEmíl:3D, 1958¡294) .

Jrganizaoão S o c ia l
Os Botoeudo viviam em i;‫י‬equenos grupos n'^tades, Cjm^'unham-se de 50
a 200 w csscas, organizadas em f<anília3 exton s a s , cuja a exata com
p o siç ã o ignoramos. Definiam o seu t e r r it ó r io de caça a c o le ta e s‫־‬
defendiam com b astan te determ inação, sendo e s t a considerada a ra-
zão fundamental dos a t r it o s e n tr e os v a r io s subgrupos Botoeudo, e
d e s t e s com o u tro s grupos in d íg en a s e com os colon izad ores que se
in sta la ra m na ãrea.
Os c a s 2aaentos se faziam sem m aiores cerim ôn ias, dependendo apenas
vontade ex p ressa dos nubentes 3 da concordância dos p a is , tan-
t quanto o permitte‫ !״‬saber as fo n te s d is p o n ív e is . A p o lig in ia era
o e ir ra itila , e <-s casamentos d esfa zia m -se sem quai'quw.r r e s tr iç õ e s ‫י‬
s /Ciais. 0 f a t o de algumas m ulheres abandr)naren -eus raarÍdos,prin
96

clpalm exitê r durante a au sên cia d e s te s q u an^ sninm ¡?ara a cp-çí>


provocava cenas de ciúme que s e caracterizavam p jr ag ressõ a sj
algumas v e z e s , a s s a s s in a to s . As cria n ça s eram tra ta d a s com carinln
porém, desde ced o, trein ad os para serem a u t o s u f ic ie n t e s .
A divipãr> s-^cial do trabalho c a lc a v a -s e nos p r in c íp io s de sex ‫ ע‬de
s^ x-‫ ׳‬ü i'.lade, Ãs ^lulhcreg c ‫?־‬m^atlam a,3 ta r e fa s de construçac) uas
c a s i s , confecção dos ^.oucos u t e n s í l i o s Jlonastic )3, a a tiv id a d e‫ ־‬Co
lavvoura, a c o le t a , a preparação do alim entos , o cuidado c¡‫>־‬m a s ‫י‬
c r ia n ç a s e c transi^'rte 3‫ג‬.‫ י‬p e r te n c es nas v ia g o n s. aos homens..‘ca
biam' ‫ו‬.‫ ן‬resp o n sa b ilid a d es da c a ç a , pesca e a guorra (1ÍBTRAÜX in
SVEi7;xHD,1.63‫ י־‬,V.1 ,5 3 6 ;:JIED-HEUJIED, 1958 s 307 , 308 1 £r‫״‬llsíT-KILAIKE ,
1 9 3 8 ,1 4 0 -1 4 1 ).
:‫ו‬. c h e fia era uria ‫ ״‬,-sição de r e la t iv a im p ortân cia. íJH' tin h a ca rã -
t ^ x h ered itã rirj, *‫־‬. escolh a r 3 c a ia sobre a q u e le s ^ue apresentassem
c a r a c t e r ís t ic a s ü;¿ bravura, A f o r t a le z a do lí'l:ir ara e x p lic a d a pe
l a C».‫׳‬- taçã.‫ ״‬de poderes so b r en a tu r a is. Suas £\K1çõ es aram 3‫־‬:lu c io n a r
'iuorela3 in te r n a s , -f.ecidir ■ ‫^־‬uant‫ >׳׳‬a .‘ úí mento ‫ נ‬l o c a l ad^^uado das
nigraç"^>es, alem de '.rien tar c guerra. h a v ia grandes d ife r e n c ¿
açoos entre e l e s e seus lid e r a d o s . A lu d e-se a p in tu ra d if e r e n c i“ ‫י‬
ada £. a j us¿ <c cocar com forma p a r tic u la r na^ ju a r r a s, f^ue s e a-
presentavam como oportunidade y'M .^firraaçSo -ja33 >al aos c;:‫־‬ra_'onantíS
do grupí,‫ר‬
‫ ״‬juerra e os c;jmbates r it u a lis a ilo s arar.1 c o n s ta n te s . As r a z õ e s des
guerras eram, na sua m aioria, determ inadas, cotí ‫ ג‬d is s e n o s , !‫־‬e la ‫י‬
d isp u ta de t e r r it ó r io s de caça e c o le t a . Os combates se c.ecid ic 1m‫י‬
p e la a stú c ia dos p a r tic ip a n te s , o número de f le c h a s de que c is p u -
nhaua e sua capacidade de m o b iliza r com batentes e travavam -se c;.:a
jran^te a la r i . 5-‫ ^ נ‬r is i 'n e ir o s , apõs ■ c o n ta c tj com a 3 ‫י;׳‬010 .”‫׳ד״‬.10‫י‬
env. Iv e n te , eram trtinsfw^rmados en p resas á3‫■ ׳‬juerra e ven‫״‬i ‫״‬. s !..s
co lon os s fa z e n d e ir o s. A acusação de a n tro p o fa g ia p arece-n os duvi
d o sa . ( ÜJTRAÜX in _ STE Ií.RD,1963,V,I?536íV7IED-WEÜWIED,1958:308315‫?־־‬
EAIiíT-hILAIRI3,1938sl29).
E avia c ‫ר‬Iabate^> r itu a liz a d o s e n tr e •jrup 'S de Bctocuuo, Ê stas se ‫י‬
processavam em lugar p u b lico e com d ia previam ente f ix a d j , o ^¿ue
a t r a ia grande quantidade de e^ ^ ectad ores. Os g u e r r e ir o s de cada ‫י‬
gru:7 :' p osicionavam -se fr e n te a fr e n te e in icia v a m un p ro cesso da
p ro v ‫״‬caç5 ) mútua, enquant j improvisavam o s p o r r e te s a serem utiljL
ft

■s. Havia xsn Icnç■■; d iscu rso cantaclc• pelo ch3‫־‬f a C.e cal.‫־־‬, j r ‫ ״‬. '
cada c->rruDatünt¿i posicion avr.-se J la n te íIj gou ‫׳‬,vj ;S it .!r e C3mt2çava
‫ ד‬b a to r cora sou ‫ מ‬. rrote 301‫ ג‬,¿scolher l .’c a l. Un ‫ י‬f nzi a ¿g c a la v jz
Ju‫ג‬n‫״‬e !3u1 vez J.ü recebar a ¡janca.la, cur:1batvintci aguar¿'.ava ,
n ã.‫ ׳‬se defenvIcnJ-D ‫״‬u ox‫־‬-rassánele* a dor ‫ ניגיז‬s o n tia . Algumas veztís
cr.-nbnte ‫ ^־‬ava-se .'.a forma ordenadla. ‫״‬Jri novo oar 30 in ic ia v a ■‫ י כ‬.
combato apÕ3 a qua^a Ca un Jlos d;>is combatontos anteri^ r^as. Oa-
t r a s , o c ■mbata processava-so desordenacnr^ento, kt v á rio s paros lu
tavnr.1 sim ultaneam ente. O uso d ir e t .» das nã.‫־‬s nã .‫ ־‬era adraitic.‫ •'׳‬na
_>elc-ja m asculina, assira como ■ d^s arcos e fla c h a s , ‫ ״‬s laulhares '
tanbém participavam destas lu t: 1s , com mordidar., puxHas :le ca b elo ,
unhadas e r e tir a d a dos botoques ’.os lá b ia s e o relíia s ..as ‫ג‬ujnen“ ‫י‬
t e s . As mulhertiS sõ enfrentavaia mulheres c>iS0r‫״‬enadanente, c^m 3‫ד‬
com batentes r.?lando :‫^י‬1 ‫ ב‬chãs,‫ ׳‬com g r i t > s e a la r i^ ‫׳‬.Jí1 j u r a i s , in c lu
s iv e Jas c r ia n ç a s, ^ue observavam ‫ י‬c.jrúate d-3 d en tr‫ ג‬das mal. cas.
>3‫ ׳‬h-.aens participavcan indiretam ente da lu ta das m uliieros, empur-
ranJoj-as sobre as outras c .m os p o rretes >u a pm tr.-pSs,
*-.3 lu ta s in te r n a s de cada grupo desencad‫־‬ínvam-se p^-r ín . t i v ^s de
vin gan ça, ciuiaas ‫׳‬.>u a tr ito s ontre 3‫ ׳‬nembros •’.a c ‫'־‬muni.:ade. O c n
b a te p ro cessa v a -se entre d e is grupos op-m entes, - que s u g e r ir ia a
_• s s i b ilid a d ‫ ־‬de haver, tambara, matados en tre os Botocudo. Cada
aoiauro do grupo, in c lu s iv e as m ulheros, participavam ativam ente ‫י‬
':a lis p u ta . ISssa lu ta ocorria com o uso 10^‫ י‬c a c e te s (nã::‫ ׳‬eram maçcs
:a g u err a ), iu«:‫ ־‬eram vib ra‫־‬Ío<? vio len ta n o n to na caboça d s adversa
r i o s Q pr.‫י‬v ‫נ‬cavam ferim entos s é r io s , nas ririi m ortes, alem de a tr i
t o ‫ ?־‬e da 3 e-ntentam entos p o s t e r io r e s , 3ue culminavam, na m aioria '
veze<3, na c isã o do grupo (WIED-ííEÜ JIED,1958í 310íI4Eím\ÜX in S£¿
.‫ ״‬RD, 1963, V. I . 536) .
em.nstra-jã■ d.i bravura, ^ue garantia prc 3 t í g i o s jc ia l a is lu ta
d o r e s , c o n s is t ia em nãc m anifestarem a dor das fe r id a s provocadas
2 . 8 ‫י‬01 ‫ י־׳‬d u elos de cacetad as, m uitas v o zes, demorados (T'íIED-MEUWIED ,
1 9 5 8 s270-273í.METRñ.üX in STEWARD,1363,V.I. ,536) .
Os nembros m als velhos das grupos gozavam de p rerrogativas e de ‫י‬
p r e s t í g i o , fazendo com que tiv e sse m p osição e s p e c ia l nas reuniões
d os homens, q\1e se realizavam , após o co n ta cto , no alpendre da ca. t
sa da fa r in h a . lía ocasião assavam grande quantidade de mamões v^r
..^3 com fa r in h a (. ItD-íJEÜVntiiD, 1358:268 1 ilETRitUX in Sífí JiàKD,ia63,VJ
536? 1938:360) .
9S

':id ‫ י‬Vital

As m ulheres parioHi no mato san o a u x ílio üü jual^ uir ju tra ;^ia3 5_‫׳‬a.
C oncluido o p a r te , banhavam-se e retomav.nn ;? tr a b a lh j nonaaliflvintG,
não hñ dados ruant..1‫ י ׳‬e x is te n c ia ou não d3 taous alim en tares, nem
v’o r e s tr iç õ ü s r■ a t i v i ‫״‬acli5 do3 o a is ou niHes.
liS cria n ça s oran tratadlas coia c a r in h js , ain.Ia au 3 3<‫ י‬adultos ñau■ ‫י‬
sUj'^jrt'issem pacientom 3nte 3‫ ר‬c h ‫ ־‬r.:>s c .n'itan tos. !u ita s veaes k‫ •־‬sur
r;.-r Cas cria n ça s :.;alos ¿.nais detejn'iiinava s é r i >s a t r it o s en tre iaTxi-
e Kiulhv'.r, ‫׳ ס‬jue f az i a a m ‫^׳‬ue r.mitas vezo3 a briya se j 3 n»-rali-
z a s s e e en v o lv e sse todo gru^‫־‬.‫׳‬. (:!iJT.üVüX in STíJJiiiiD,1963,V.Is537s! wT
E3‫ ־‬lTEU‫־‬JI^D,135Sí3lO) .
'‫ מי‬casamentos realizavam -se quanc'‫־‬: a njga a tin g ia a puberdaJo. No
entant..!, durante a juventuJe nã áavia comorjiaisso mais s e r io na
nanutençã > áas re la ç õ es e s ta b e le c id a s entre os jo v en s. O ciúiao era
xrtia d ecorrên cia dos rla^xantes de in f id e lid a d e , que provocavam ,mui
t a s v e z e s , reações v io le n ta s : surras c. r .ssa ssin a t 3. 1^330 ora ou-
t r r:utivo oara 03 a t r ito s in tu rn ; «30 estaijelacorem . Era comum um
h. raen c r ia r una nenina õrfã ou ^‫נ‬risií> n eira a té e s t a a tin g ir a pu-
berdade, quando então se casavam. Os grupos pareciam sor exogamos
a 0‫ י‬caaarasntos f :ra d : gru:)0 . a ^ua ;^>‘srten cia ‫ י‬n.^iv) oressujunha
o consentirrúmt 3x_:r«ss j (‫^•״‬s ‫־‬.‫׳‬a i s da n‫ ־‬iv a e a tr.jca p r e se n te s.
'•,.,lig in ia era p r iv ila -ji ^ d js c h e f os u ;.e h>nens ccnsidoradc 3 su
fic ie n t-ii-ijn te ca'.azas .a nanter laais de urna esp o sa . Os casa 1aent ..3
sa desfaziaia com i ju al fa c ilid a d e c ;‫־‬a cjue se raalisavaia. iíã ‫ י‬h?.via
cerim ôn ias cm qualquer das duas o c a s i“e s , nas S a in t - h ila ir e (1333 s
140) d iscord a da ausência de fe s tiv i-.a d e s nos casam entos. E r e g is -
t r a ‫ ב‬e x is t ê n c ia da proibição ão in c e s t .‫;־‬, que in te r d ita v a o c a s a - ‫י‬
n»jnt. entro J>rin'3‫י‬,

Os R itu s Funerários
hS f ..r t e s d iv erg ên cia s quanto a e s t e ítem , que c s v á r i.s ^.bservado
r e s descrevem dc fonna b astan te d ife r e n te . T alvez pudessemos e x p li
ca r e s s a d iv ersid a d e de inform ações devido aos c-n sta n te s d e slo c a -
m entos e consequentes intercâm bios mantidos en tre os v ários jru p ‫>־‬s
com ‫'־׳‬u tras t r ib o s ou, ainda, a e s t á g io s d iferen cia d o s do c:.-ntacto'
e m a so cied a d e en volven te, que os le v a r ia a p er !orem al!juns e í e - '
iaentos e s s e n c ia is da sua c u ltu r a e organizaçã.) s .‫׳‬c i a i . Outro f a t •r
tí2c l i c a t i v : .‫כר‬.ra sem elhantes d ife r e n ç a s é a sim p lific a ç ã o d© sua
93

c u lt u r .1 '‫■'^־‬r n a r te cl‫“׳‬-s Varik's ^ru7)‫׳׳‬s , ííovia'^ as porsG jul 9 >/GS q’oa so


friam dos nEo-ínclic'S, o qua t e r i a r.centuaO-i a sua necnsaidacle v.o
i n t e n s i f i c a r a ‫ מ‬íbiliJai^c} e :> abnn.: n.: ‫״‬a *'oma 113‫־‬.‫״‬.‫ ר‬elaborad as uc3
c'.tivi*:ar.tís s o c i a i s sua3 v ã r ia 3 aanifeistaçÕ G s.
-‫ ד׳מדי‬S a in t - U ila ir e os en terra s sq p r ‫י‬cosPt‫י‬v 1‫מ‬n n;■ lant‫' ׳‬. O '.ofunto ‫׳‬
‫•״‬.!ra enterrai-'; nuiaa 0 .‫>״׳רי‬3 1 §‫ ה‬jue sü ass3nQlhr.va a v.Iti estartju sentr.v!.s
Sojanílo e l e , •js ‫ כ‬05111‫ נ‬£; f ic a r ia n de f j r :1 C:í c va t a l a uesproacupa
ção :¿ue p r e s i f i a ‫־‬j ontarr!11í1>3nt5 .^‫‘ •־‬bro .. turiulc Cv‘»nstruian1 m a e s -
jõ c ie vie pãli>^ f e i t . c^m 1‫ ־‬tri;n c‫>״‬j3 •..■ci \^rtlraeira fincaC..j3 nas quatro
.jxtrom i’.a^tas & recob ertos coa g a lh 'S "’-•i p,-zlmüira, i^ n fe ita v a -se
\..‘ã l i . ' c-‫ ^׳‬pluiaas le aves e p e la s de anin‘:.is , !,ep o is Cio ía it r . a l i u
:. e z a 0 ‫ ר‬l ‫ ־‬c a l .
l‫די‬r a U ie l- i!^m-7ietl(1353!318/3) í ‫׳‬s e n te r r >.3‫ ־‬fártin f(‫״‬.Lt >s na m aloca a
vita 3uas proxiiaidavlas, inplicamlí^) ‫ מ‬,s t e r i : rmonte n abanclon, '.‫ י״‬l^ -
Cell, liru Belisionte e le narra um t ip ? ilo en terro d if e r e n t e . As nã s ‫י‬
i3r;1m amarra las e ‫ י‬i‘:efunt^ enterrad;.) i±:a p‫׳‬. )siç ã ‫ ׳‬/ h o r iz o n ta l e ne-
nhuma o fe r ta acompanhava o 0 ‫יךעכ‬.‫־‬. E le pr"pri , Jã n o t íc ia s de B oto-
cuir,'# na r e g iã > v'.o r io ^oce# en •.jue ir >jr3‫׳‬r:jn .as n li . 1 ¿ n t.‫׳‬s 3
p ortan ces continuavi^n a ser f e it a s » ^‫־‬.firra1111 ; .'‫־‬. a hcvirax an.c;‫׳‬atruv.w
f^rraas dofurenciu.:a3 >*•3 aarcar > lo c a l ¿ j tú a a lo ‫ ״‬lí-^j Vuí.:j u l e , o ‫י‬
p a lio de fo lh a s -e pal-ueira e r a p rerro g a tiv a Jos c h e fe s e de p esso
a 3‫ ׳‬in flu e n te s '.a comunicada. Para os lOmais aembr^s grupo, a jiü
s e f a z i a era a marcação c3:a "bastões* cu rtos e j r jss js , ou :..edaço3‫י‬
r ‫׳_־‬l i ç ' 1s ..e £^au, ig u a is comprimento e d is p o s to s uns juntinü>js
.u tr o s" , R e ie r e -s e , aini’a, ‫ ד‬u:n s in a l de lu to - o c o r te de c a b e lo s
as n u lh eres — no r io jjc»‫״‬, ú n ico I j c a l a raantor tisse costumo (WIED-
-j^av^IED, 1 9 5 8 :3 1 8 /9 ).
yriTA írjuiswr (in k:T’‫־‬J>ax, ^ STE7r.‫־‬RD, 19(53, V. 18 537) , os ¿>tjCUv.w
,.l¿3.1cnte a^an.l^navam os coraos U. sau 3 a yrt‫־״‬s na f l o r e s t a ou ñas
cabanas, com alguns p « rten ces, P arece-nos ‫!׳‬u3 a d e sc r iç ã o da S a in t-
H ila ir e , acima r e fe r id a , rep re sen ta a forma mais complexa de r e a l i -
2 ação do r it u a l funer.ario, Tambom as r e fe r e n c ia s de 'Jied-líeut/ie.. a
ar>^a w.í ri^; D vcq tem a mesma carocterística,fc»«‘snessa reg iã o os gru-
pos aínda não haviam sid o a tin g id o s de forma mciis siste a a a tic a p e lo
avanço da socied ad e n acion al.
j e n te r ro de n3!ja.>nte, d e s c r ito pc.r Wiof;-tI(‫*־‬mried par3ce-nos t e r ‫י‬
s i g n i f i c a t i v a in flu e n c ia d^'S 1 >adrões j c id e n t a is - c r is t a 8 ‫י‬, decorren
t e s do TOntacto pemancaito e por 1 jnga data, e s e r ia in ..x ciü »..e ‫י‬
100

. r -u . ‫ י׳‬:l^3‫נ‬:‫י‬r:i ctori 3‫ד‬Çs‫ר‬,; c u lt u r a l.


A priraeirn. raferên cir. “ü l‫־־‬Ileuwie<I 3 de ''lanlser paracoia t íp ic a s
yru;;)»-s jiã tiveram jx3 s im p lific a r aa mãxim‫׳‬-‫ ׳‬j s r it u a is , assim
coiDiJ» outr.‫=־‬rs laan ifestações c u lt u r a is , Ssta a titu J e s é r ia dac/rroncia
via necessi^.a.le Je se clesloctiren con r:1^>iwu3, oscapanJo Jas frontea
.'.o e3cr.aní3a:) ponetravara t1x)s seus te r ritõ r io r j e alteravam profxui
.!amento osjAclrotis s - c i a i s 0 c u ltu r a is c1c;s ‫׳‬j rup. 3‫ ־‬a í in sta la d o s .Tnin
í 5 ‫־‬n a ’^3‫ ־‬organização s o c ia l decorren te do eraT^:>breci1a3 nto e da Jlci-
s a r tic u la ç ã í 3 > cial e .:e n 'g r a fic a , pjdstfi t e r in flu e n c ia d o .

-)‫־‬j en ças a seu tra taiaen t.


.1 junas .‫ ן‬enças arain c ‫״‬n3e j:uância : >s con tactos con a sociGdado b:m
s i l o i r a . Sejimd ■ S a in t-ilila ir e (1933s 133) -.s n a is conuns eram in -
f^ cç~os r c isp ir a t* r ia s, r^uiaatisiã . e ‫ ״‬jonyas venSrcas. Par;: '
lleuwied (1958! 317-318) a jo^fvagia era cjnum - sin to n a de carên cia '
^^i‫¿ ;־‬ttítica? assira c ‫״‬a .‫^ ׳‬f-afeitog .3 v isã u , principalraenta ce-
^‫־‬u j ir a d-)S o lh ‫'־‬s , :.‫)־‬r v cada p^r ospinh s . £nc ■'ntravara-sa, ain a, ;u
t r . s tip o s de ferim entos s o fr id o s nos seus deslocam entos p e la s aa-
ta a (.‫׳‬làRTIUS,103:))
’t t r l i ‫״‬ui?1‫־‬a ‫'■״‬S dvenças 5 bruxaria .;u a ajan tes so b ren a tu ra is, que a
f l i ^ i ^ n s :■1eml>ros ..a cor:anidade. OatrD fa to r ex;‘lic a tiv c j era a *
­‫ל‬-

1 or .a da aliar, ^■■rincipal durante u son,^*

Os medicamentos poderiam s3r c la ís s ific a c .is Bí¿ prcfanv.3 e sagrad 3‫נ‬


-u r it u a liz a d c s , n. s cjuai3 r. p articipacH - do xamã era _ aça fundamcn
tal,
A te r a p ia em pírica mais comum era cora o uso de p la n ta s m ed icin a is,
^iue f ‫־‬.)rneciam o a lsiia o s, in fu 3 ~ e s, bi2b 3 ra‫־‬j e n s , cataplasm as, ilessas
a tiv i..a d a s ‫¿ פ‬randos )rit‫;״‬ntadorGS eram os v e lh o s , profunda.s Cwn^io
co.k:res ¿,-!antas e Z■¿ seus ^foit:)S c u r a tiv o s. A s^ esca rifica çõ es
r e a liz a v a m -se c^m r. aju.la dj cansanção u t iliz a d o para se ssõ e s de
açv-‫׳‬i t e s . TambQoa usavam para a mosma fin a lid a d e tama e sp e c ie de u r ti
g a . D epois do açoitam antj, faziam inúmeras in c is õ e s na p arte do ‫י‬
cor^x* raí avreB entasse inflam ação, provocando in ten se‫ ׳‬sanjramunt_.
Provocavam sa n g ria s com a ajuda d.a pe«:j;uenos arcos e fle c h a s ou ta -
l a s de bambú, com os quais gecci< navrm gviralmente ima das v o ia s .;a
fr3nt3.
I
Outra t e r a p ia , usada, ^^rinci^jalmente, era cas >s de r e sfr ia d ‫ע‬# era ^
xox

¿G uma e sp é c ie de neboXização com bimho cie vap.^r,


ciara ^¡.‫־‬-■’rn.s it:■? ficarora o1.‫ ״‬bra3:;, _jU1‫־‬n,'.• ^ntã‫;׳‬ ajua f r i a
or.t cinia. Oí5 ;::‫׳‬a c ie n te s ficavara n a is proKira‫׳‬-‫¡ ׳‬X issiv el para que a
<ix1 ‫ ־‬j s iç ã ‫ •״‬pr'-jvocassi- suores o LtoXhoria astad
te r a p ia roe laandaJIa para a cura Cío ‫י מ‬r.'.iCas J.a serpentes era a-
n arrar usa c o la r (:;::huit> so‫>׳־‬rG o I •cal fu rl^ o . :itenciara as ::.^r^s
‫״‬sé b arriga c .’launs com beberaga \1 o a fricçã:> ‫ י׳ג‬c a s o C.a tartaruga
1‫ זר‬de ta tú n-: vontre do p a c ie n te , :!edicavan as fv^ridas extern as ‫י‬
O'.'n a colocação de émpiastr^s ‫ «ב‬p lantas previaiacjnte mastigadas
am assadas. Tratavam as ¿!oenças de p e le cou a fr ic ç ã o üe p la n ta s ‫״‬
:u jalh'js *..e arv o res, alen de banh':s. As c o c e ir a s eram medicadas
cora > arranhamento da p ele c^ra esp inh ‫׳‬:)s. Cuidavam os estad_/s fo -
b r is com banhos n•-; r io ou sentando 0 p acien te junto às f ‫> ׳‬gueiras,
(^:iINT-iilLíaai;, 1938 s 1331 LOWIE STffiíiiKD,1363sV.I! 335/6j :C,T)\-J3X
in ST1:.J/1kD,19C;'3sV.Ij537/G; ‫׳‬JIED-NEUVJIHD,ky5a: 315-16-17? : m ^ ia s ,
1J39).
C antos, Danças e Jogos
¿.s a tiv id a d es r e c r e a tiv a s ocorriam não sõ ¿ara m oaantus u s p o c ia is ,'
cvjnonorativos, mas também em raonent‫ר‬s cotidian.)S /.o a le j r ia docor
r e n te s de uma >oa caçada. Combates com re su lta d o s p o s itiv o s taitibâ;
oram motivo# de can tos, L3 .lanças se realizavam com os homens e
as mulheres fdracindo um c ír c u lo . C* locava, cada dançarino, -:s br a
çj.> sobre os ombros do'vizinh_■. Batiam compassadamente e dc• forma
a ltern a d a os r e s n> chão, marcando ritm o. Ea alguns casos o dança
r in o que encerrava a f i l a d is p ‫כ‬s t a em c ir c u lo pulava sobre um pã
enquanto e )lo c a v a 0 outro sobre a cin tu ra do v iz in h o , Algumas dan
ç a s cerim o n ia is dramatizavam caçadas.
-iS x.anças aram ac-.m^janhadas p e lo to^ue de fla u ta s f o i ta s de ta^ua
ruçu com p erfu rações nas e x tr ‫׳‬J1.1idad es e que fjram tc^cadas predomi-
nantem ente p e la s mulheres. Obtinham sons estrií-len tes com t\i).os f i
nos f e i t o s com fo lh a s de capim r e to r c id o e ou tra fo lh a en fiad a ‫י‬
tra n sv ersa lm en te por lana pequena abertura. Usavam, ainda, a p ito s
f e i t o s com a cauda de ta tu s ,
O h a b ito de can tar u ltrap assava o mero acompanhamento de danças,
ilu it o s d isc u r s )3 termipavam em lo n ja s c a n to r ia s, que se asseiaelha
v 1‫־‬m a ladnJ.nhaB» Os h^jmens^ ;uandj cantavam era p ú o licc , elevavam
1Q2

n braço escjuerJ.o acima Ca c.a.'j<jçn ‫־־‬.‫׳‬u entS ) fschavam os ouviclos com


‫־ר‬3 ‫׳‬l edos, o crj1‫־‬t.í Cas raulheros a e r ia en mais baixo. Os teiaa.o
das canções oraia im’jrovi'jaCjs e ref©rla3a*‫־‬se a accntecinientos G‫'־‬.¡rr^
*iueiros Ca suas vi.*:as 'U a fatcjs ex tra o rd in a rio s que Ihus tivossein
>c:>rri‫'־‬o. ToCas as canv:‫׳‬- e s tinham, entretantc>, um refrão ropetido
per tc.;:js os r.cüía^ros Ca corauniciaCe, noia e s t e era tr a d ic io n a l e c j
iih e c l‫״‬.^ i.3el; <3 v.emais can tores.
03 jovens t r einavam con arc‫ ^׳‬e f le c h a , levan!:./ horas d asafiand o-se
rautaamnttí e atirando 03 a lv o 5‫ ־‬nreviaiianto e s t a b e le c if js. O in cen -
t i v ^>3 ¿‫נ‬a is ora muit^ ¿‫־‬rande.
Os a - u l t js ro.-'.lizavara ura jo-jc‫ ׳‬semelhanto ‫¡ ד‬péla. í^jla era f e i t a '
com o oour ■ *.a v r o ju iç a . .1._>3s serem cortâd. ^s os men!jr_>s e a cabeça,
c .»sturavam us c r i f i c i 3, enchiara-na c .-w nusg:: . Os j jgad^^ rGs coloca
vam -se em c í r c u l ‫־‬-‫ ׳‬a jogavam a b-'la dü um uara o o u tr j. 11 r-icjra e s -
t a b c le c ia ru« a p e lo ta não d ev ia c a ir n.! chão.
Outra d iv ersão !,‫־‬asta n te difundida era a com‫־‬.a tiçã .) jue tíS ta b eleci-
am dentro dos ric s . i» d estreza e hab ilid ad e na natação e no mergu-
lh o , mutivavam demoradas d isp u ta s entre os p artici'.'an tí-s, (;lET^^iiüX
in STE1'íARD,lJ63:V.1:538; LOWIE ^ STEWARD,1963;V.I^32/3/4‫ ?כ‬WILD‫' ־‬
.JÜlüUIED,lJ53s308/9í S-MT-HILi^IllL, 19338148 ).

ieli^iã >
C:^da s0 r human.) ad u lto, para o s Botocud;,‫׳‬, tin h a v a r ia s almas, ‫־‬iuo
começava a ad -iu irir a _‫ר‬a r t ir dos 4 anos d.e ida 13. I. <11raa !principal
eibandonava temporariamente o corpo do ser v ivo para v iv e r cx_jerien
c ia s ];vessoais, í][ue se manifestavam ao dono sob forma de sonhos. '
{/uandvj a alma se perdia na sua viagem, .:‫׳‬co rria a doença, ij it e s da
y e s s .c. morrer a sua alma :;r in cip a l morreria dentro do seu ccr:,»:>. iis
dem ais acc*mpanhavam ^.) cadáver a tã o tümulo sobre o cjual voavam cho
rando. Eram i n v i s í v e i s para o s mem‫נז‬r . s via comunidade p resen tes a
c e r im o n ia .' Devido ã f a lt a de alim entação, e ssa s almas complementa-
r e s ficavam ameaçadas de morrer. Então esp írit..)s bondosos vinham ‫י‬
I;u53c ã - la s e le v ã - la s ¡,‫־‬ara a te r r a d e le s , ãe onde não mais voltavam,
Dos o s s o s dos cadáveres surgiam e s 1> í r i t ; s , :;¿ue moravam num mundo ‫י‬
su b terrâ n eo om que o s o l b rilh a v a durante a n o ite te r r e s t r e . E stes
fan tasm as atacavam os sores humanos, dando p r e fe rê n c ia ãs mulheres.
A d e fe s a >
‫׳״‬ue as vítim a s tinham era a de surrarem as arari^ ões. Os
‫^יך‬
‫־‬/.‫»י‬
‫׳‬

.-‫־׳‬ítocuilo nao acreditavam na p o s s ib ilid a d e ¿Lestes esp íjritos sé


tr;m?5fomc.res.1 era an in ais ^'ara atacarera 03 s6 res vivos«
Os o s p í r i t o s , que vivioja no c su , tinhcua seus p ro ferid o s na térra,
ã.oa q u ais s e isostravám e atendiam aos seus pedidos f e i t o s nos ^
c o n ta c to s «jue esta b elecia ia . l ‫׳‬ara 8‫ ר‬m ortais comuns e s te s e s p ír i*
t ‫׳״‬G erara conh«cic2js y«>r tokÕn >i os seus p rotegid os os chamavan ‫י‬
Co maret• Elus eram a fon te Jos yoJerus extra o rd in a rio s yue a l-
yfuns m ortais d@tlBha!a. Os maret eram de ambos .^s sexos e de t o -
das as id a d e s, ^íHriara com fa rtu r a 5<‫ג‬1‫ ןז‬yracisra: traljaliiar, não so
Trian :;;ualquer €£po tie doença q! ercua ii.3 ‫׳‬r t a i s .
‫ כ‬rtílacijinamonto entre o laarêt 3 3eu p rotegido no manif^^stava no
atendimento dos pedidos f o it o s p e la c ‫־‬jnunidavki p jr interm edio do
xamã. Curas Je doenças, recuoeracH ■ da o:jjetos perdidos e re ssu r
raiç?..• d'S n o r to s , ‫ ׳‬Esporadiccun?3nto o xaiaã podia s:5 transformen: ‫״‬
‫)־‬aa animal para poder r e a liz a r raolh^r as suas funções •Ccmúr formas
de c a s tig o ?odian taxaLem tran n f .‫׳‬m a r outras p ossoas en ani;r1a i s ,
ii‫\־‬v ia laaa superposição do poder p o lít ic o e r e li g i o s o . Os caciques
‫־־‬raia n&anxe xamãs, a in la me nen todos os xanas fossem c a c iq u js.
a‫״׳‬u i s i ç ã . ' de p^ideres so’srenaturais por um in d iv id u o o co rria de
p : is de uia t e s t e .la .r e s is t e n c ia e sta b e le c id o num longo c ‫׳‬n tact:‫־‬
com os a a r é t. E stes trá n sformavam o candidato a xaraã eia ó o la e
com e l e realizavam um longo jo g o . Case e s t e so b r e v iv e sse e sapor
tassw p icientem onte o c:ra v a le n t ia a prova, Ihe era c ;ncodivlj o
poder d eseja d o , i>esdír entao pasaavaia a a g ir como in té r p r e te s u
tr a n sm iss-r e s dos d esejos dos e s 1; ír it o s .
O c c n ta c to e n tr e o marét e seu p rotegid o se f a z i a numa cerim ônia
ma. que o xamã entoava câ n tico s em v o lta de un p ila r Bajrado pur
jndu j o s ; .ír it o J.escia. Apesar da • r'^soncn do v a rio s raanjror» da
comunidade no p ã tio da a ld e ia era cjue se situ a v a o p ila r , o marét
sõ era v i s í v e l para os seus p r o te g id o s, Apõs realizarem observa-
çCes sobre o 0 0 ‫ר־‬1‫ג‬:-rtaraont lo s nerabros da comunidade, o marét . ‫י‬
V )Itava :. ara .‫ ־‬céu,
%
0 -jrdenaraentv' dos e s p ír it o s e r a rea liza d o p e lo mais velho de t o -
dos - larét-khaakniaat segundo ‫׳״‬la n izer e Yekãn kren-yirugn para ‫י‬
Hirauendajü, jue tradus "Pai Cabeça-Branca". E le v iv e r ia no cêu ,
n r s nunca b a ix a r ia à te r r a . ‫י‬Ianizer o d escrev ia como tendo cabe-
1 s brancos e barbas ruivas e de tamanho g ig a n te sc o , sendj respv¿
104

‫ר‬c;vt.l, in c lu s iv a , ‫י‬ n -rte de m ulheres r¡ue e l e usava seKualmen


t c :m seu iyr m.T ;.o n is . Era c<;:nsidGraüo um e s p i r i t o benevolente,
:a«-í r.tenclia ‫ ;־‬v0v.’i j j‫׳‬s •V 3 n^iujr ‫ז־‬3 ‫ ״‬a c.^muni-lace., pcrera, taraJera
v i n g a t i v j e ca ^ tija v a - o s c:^‫״‬1 ‫ ג‬e n v i >1 Jo chuvas e tem pestades e
n a t a v a >3 in i^á^j ‫ כ‬c j a f le c h a s in v is ív e is . Resn ‫ר‬nsa;Jilizavara‫ ־‬nu
:;•u^l.3.!‫ ־‬inúraoras fn 3 ‫^׳‬:s ‫ י!״‬lu a .

‫ כ‬ISO h o r 'i c u ltu r a l era ‫ >״‬ros¡., -‫׳‬nsãvel ¿.el. en sin o cia cjn fecção e
us C-iS ?^. ‫־‬t.. :jues, além de determinadas canções (LOIJIE in STEWiiRD,
1jC3;3;4-7? ?!STRÍiUX ^ STE:7i.RD, 1363! 539/40) .

t l t lo g ia vit C. ?SCI-)v i sã ■
xivoK :3 a c a s c . a ‫״‬.cucas in r..m a ç3 es s.J,jra e s to tema. C‫״‬inhece1nos
r. iníi'icagH^ ã .‫ ׳‬trabalho do Nimuondajü (194G) c ita d o p. r Baldus ‫י‬
( 1 5 4 ) , _'_,r5n : fatu; dw-stc¿ ta x t ‫ ׳‬js ta r o scrit;:‫ ׳‬era aleíu~.j,
* im yolia-
rr s de c o n s u ltá -lo .
Usan )3 ■j3 tralíalh os de alguns aut >r>ss .ju 2 f>>rnecerara aponns dad3
--s_ ar3 ;5 nã‫ ׳״‬tend ■rual^ujr un IgIqs r e a liz a d ; ma tr a ‫״‬alh.. de am
liS f. dotalliad . d3s3fc.3 rait^s.
T^iti'-iJeuwied afirm a a lua era a fig u ra c e n tr a l d e t o d a a mi-
í UvJ

t o l o g i a , j ã ju g s BjtocuC'j atribulara a e la a resp jn sa J ilid a d e '

‫_־‬e l a na i ‫־־׳‬r i a ‫ ״‬s fcsnSmenos n a tu r a is . 0 tr^vã'. e o rai• • seriam se


u3 ‫ב‬u ‫ ״‬rdinad-js e ejn ‫ ד‬sua •.¿‫־‬ueda s .‫גלי‬re a tierra, tvímavam-se as_
çaunãdorof:. -is :‫גו‬.-rte ■da grande ntimero de pess:-aG. üra respunsaui
liz a â a taiabem p-jr c u lh e ita s fra ca ssa d a s, O a r c o - ír is era conside
codo una s^iabra do s o l . Explicavcun ;js e c lip s e s lunares comc) re-
s u lta d o das d isc u ssõ e s en tre : s .1 e a lu a , fazendo com gue e la
f i c a s s e escura de tan ta r a iv a . (LOUKOTKíà, 1931,210-212? 'lETRZlUX ^
CTET?:. .D,1363, V . 1,540) .
O b e i j a - f l o r t e r ia coletado toda a ãgua para s í , mas um amigo ^!‫םגז‬
o h avia s e g u i‫״‬. , espalhou a água em t;;Iaa as d ir e ç õ e s , criandvj os
ri...^ e cC rregos. O f .jo era p r iv ile g io do uru-jú. ‫ כ‬rautum fin g iu -
se de morto e quando ia ser assad■ ■ oel^ urubu, fu g iu com o t iç ã o .
'#
iio n otar gue e sta v a sendo p ersegu id ‫ ־‬o rautuia entregou o tiç ã o à
g a r ç a , que o esp alh ‫׳‬.u p‫׳;־‬r tor-a a te r r a .
:.?iod-Jeu'‫!־״‬:^> c i t n a crença em 0 3 0 ír i t e s maus, grandes e negros '
- vagavam algumacs vezen p e la a ld e ia , ;‫׳‬.•^ueles v.jue js vissem e s -
tavaiii condonadas à n ^rt«. Jeitr.vam -se ju n tj a.js túmulco e cas‫״‬
Í£JS

tic Giic 'ntrv1rs3cia f •ju<íir?1s ncesas# 11e s u n t ‫<׳‬árravam os ja o rtc s• Batiaa


c ‫י‬1‫ ד‬pau j n 3 cã es atõ n a tã -l 1‫׳‬n, assiia <X)1áu açjro:lian1 as crianças ‫י‬
-luo haviaia s z í l ^ ‫ י‬ara a:;nnI1ar água. (tíIED-lJEOyiED, 1353:31.1).

OS PATrüCÕ
Da :.s 3n t r e
jr u p o s quo habitavam a regiãc• c o i^ ra o n a id a < os ‫י‬
rio s Cach...aira 3 ParJlc53• ,‫ ־‬P a t a x ' sS:. ag uó les s >-jru 3 ‫ כ‬y u a is se
tuia men: r nújaero tv. inform ações ..!.urante c s é c u lo .:‫־‬a s s a c o , L razão
. . i s s ‫ >־‬é j fa tr- i e s t e s l.‫ו‬e.[uon■.‫י‬s jru.>.•«? n^mac/ss de caçado res e co-
Itetc^res não te re ia s i. .■ aláâac’.3s n e s s a o c a s i ã ‫׳״‬, o quo nSu p e r m itiu
vL3ervaç3e3 rnsiis s i s t e n a t i c a de o b s e rv a d o re s .

Cr jmos çíue tarabem o fa t: u e ste s pac¿uenos grupos nômades te r e a se


t r m a J ‫ )־‬caJ*a vez mais ,)ortadores t!e e.it1ip?jaentos rudimentares e
terem se in t e r iorizaJ•« nas matas da r o jiã • !> .Iam se r v ir de e l 3mt-n
t ' s e x p lic a tiv o s para a c. :mpreensHo f a t j J'.oste aer o único gra
:‫• נ נ‬:;ue 35 f ~i "pacificaúo" n'‫ ׳‬sõ cu lo XX. c>utra rofarSn cia enc.:‫־‬n
trad a anterioriaente data d , s e c u lj iT/11. .\3 fugas c n stn n tes em
quo viviam , sofreram v io le n to s ataques desde e s t a o c a a iã j, o juu
t e r i a provocado redução v io le n ta da sue p p u laçã‫־׳‬. e a d e s a r tic u la
ção s o c ia l decorrente das imp )siç ~ e s e çrt.ssce3 sõ fr id a s•
7. prim eira n o t íc ia cíjncreta sobre a p a c ific a ç ã o dos Pataxõ jâ n,.)
sê c u lo XX Q n » va lo ‫״‬o Jequitinhonha em 1912! organizada por M it^
n i ) Martins Vianna Estigarrí?‫נ‬i a . C riou-se ,na o ca siã o o Posto da
Brmida, jue, no en tan to, nã‫׳‬j choj3u ‫ ד‬exercer a tiv id a d es sistem á -
t i c a s devido a f a l t a de recu rs, s financeirrjs e humanos (BTi^3 0 2 « , ‫י‬
lJ28í28-29).
‫ " ״‬p a cific a çã .j‫ ״‬, na área que ê nosso objeta do estu d o , deu-‫־‬s e a
p a r t ir de 1923 c_>m ação desen volvid a a p ‫־‬x r tir da Hesarva Indígena
Cararauru-Paraguaçu, cria<.:a ‫>;־‬elo Govern j Ja Bahia c^m a l e i 1 ‫ג‬#10 ‫י‬
de 9 de agosto de 192G. Os lim it e s f.jrcia fixadí:j3 p elo Decreto de
9 de março de 1926. Os treibalhos de medição tiveram coma coordena
dor o então Capitão V asconcelos >. ‫ ׳‬S erviço de Proteção aos ín d io s .
li. âireçã-> dos trabalhos de in s ta la ç ã o e con tacto com js Pataxo f i
caram sob a resp on sab ilid ad e de T elésfo ro íía r tin s F ontes. Os pro-
bleraas en fren tad os p ‫י־‬r .-ste pequeno grupn de so b reviven tes e os ‫י‬
rem anescentes C.as !emais tr ib o s f :;ran c .ncentrados n este l o c a l , ‫י‬
on.’e s. if reram compulsões d ecorren tes dos in te r e s s e s dí>s fa z e n d e i-
r o s reg io n eiis p e la s ter ra s da Heserva (P2‫־‬iRAISO,1976,ms).
■‫כי‬5

*-:;ü3 r.r v.c tersáTii a i. n-jss:‫־‬. •rCvisiñ.., ;>3 Pataleo não me-
receraia txab alh os a n a lis e por p arte 63 l i n juíistns o etnõgraf-;S.
C n j ríásultal;‫־‬. J.og£3e D e sin te r e sse poucr• se s a j e , nc. r c a lic a ^ o , 3 - ‫־‬-
r<, a organ i 2 ñ çã‫ ג‬s c i a l , p o l í t i c a a ojoanomica . ^‫־‬ru:‫ י‬- na fa s e i -
iataiavínttí ■stári a . c o n ta c t
lín^u?. ?atracó fu i consic-ura-la ‫״‬urnnte n u it 'j tQr.v‫ ר‬J com * p erten cen
to a fa m ilia lin g ü is t ic a la x a c a lí. P jrS 1\, e stu c o s a a is *icur^vL jS, ‫י‬
c-fesvincularar:; > ? ‫״‬.tax'!‘¡, iue T..a33~/U a se r con?3i''--jra;-:a c ‫ג‬1.‫ ^ו‬lín!jua ¿
s lada p erten cen te a.; tranco la cro -J e. !T:; cntantc,, ,iTi:;n ? ..r ij u e s ,
reajru!' >n P ita x o e ;laxí’. c a lí s-a iimi i-Uisaa f a n i l l a l i i i j u í s t i c a (?lELíiff
T I , 1330)
. area t u t a l ccbarta pel.^s I>atax5 conqpreenúia v.as cabec3‫׳‬i r a s c!os
r i js la Pv‫׳‬rt: > Scs-^ur e Jucuirucu, na v i l a Prado ata .1 r i ._a3 C n
ta . 5, ‫י־‬. n‫ ׳‬r t e e alcan çan l- 1 ' s u l .‫ ׳‬r i .‫ ג‬lu cu ri. 0utr.vs p e q n & n s ‫י‬
jrup g a tin iin r \ in tem ite n te m e n te as v i l a s ‫״‬v? ..Ic^rj-i^jv‫•־־‬., i»rí;C ', C :-
Kiuxati‫ ״‬:, Tranc:i9,>, P-3‫׳‬ci1a : r.al, 3arra ^ ) O alja . , C‫״‬rr^j■..■ Cm P i-
.‫״‬. . .‫־‬inha, riu Jrunjujy. ^

A tiv id a d es de S u b sistên cia


03 P a ta x õ , segundo ao in fo m a ç õ e s o b tiJ a s , e ra m g ru p o s de c o le to -‫י‬

r 3 T e caçadores. Jão conhecem os re fe rê n c ia s a que tiv a s s e m d e se n -‫י‬

v o lv id o a tiv id a d a s a g río o la 3 e não h ã áaC on q u a n trj aos fru to s ou

ra ia tjs quo preferiam . P o ré u , d iv id o ao fa to de v iv a ro n na m osno am


b ie n tv i d r> s d e a a ls jru p o s , podenos supor que c o n s t i í a i s s '^ n i b n a i c a n o n -

t t '. ‫ גי ס‬in e s ia o s p ro d u to s í p a lm ito , c o c o ‫נ׳‬ ií:¿ )u ri, c a ra do m a to , in g á ,

fo ijS o do E ia to , m a ra c u jã , a rv ‫ ד‬t i c u r a , a ra ç ã , ja ¿ > u tic a b a , ira b ú , s ^ o -

t í e ta lv e z o u tro s não id e n tific a d o s . Q u a n to ao c o n su m rj de la r v ^

o n e o n tra d a s no in te rio r de á rv o re s , p rin c ip a lm e n te no ta q u a r u ç u ,s a

■ já n o s con c e rte z a que as c o n s u n ix a , p o is t i v - j . A < j 1! c o n x i r í a a ç H o o ra l ‫י‬

wjt» e n t r e v i s t a s que re a líz a n o s e n tre 03 aeus r a 1.1a n u s c e n t e s , e . u iJlG ,

na Indígena Caramurü-Paraguaçú. ( i l E T i ü ^ ü X
:le s e rv a o i 4I . i ü E H D r 1J 0 in ‫״‬

£;TLÍ72;aÍD.1963:V.ls542j L O W IE i n STK:ARD, 19638V. I s L0ÜK0TKA,19a


146/9).
Sabemos, tamben, que erara e x c e le n to s caçadoras dando grande p tB fsj-
rG ncia aos macacos, alSn de o u tr o s 'animais que surgissem nas matas
>5‫־‬r ^nde se deslocavam . Ja a p esca não tin h a im portância tão r e l e - *
v a n te na sua s u b s is tê n c ia . Paro. 03 !}*ataxõ as té c n ic a s de caça i n -
a l u i aia o uso dos .ircos is flebha•? ‫ ע‬do rxiaadilhas c onsideradas e£i*‫־‬
c i e n t e s para o abate da ojainais n a i.'ros (;XDiD-líEirTlD, 13531215/6).
x:7‫־‬

O prepaiTQ <âa ccwid4 f e i t o p e ia s raulheros! as carnes aoquoadas


taa .‫־‬irtaaçoes co n stru íd as scjbre quatro forq u ilh as fincadas n3 torrr»
em que se apoiavam quatro v a ra s, cruzadas por outras b<aa ju n ta s,
o qu© parraitia "assar ou cô ze r ‫( ״‬W^EED-NSmíIED, 19588 215) o produto
da caça ‫ •יי‬na r e a lid a d e , d esid ra tS -la * Dosconhocenor; maiores in fo r
naçõos quanto 8‫ ד‬tS cn icas u t iliz a d a s ( flJT/lTiUX o iIl:ffiUEUDAJO in üi'.¿
UU;;t¿>,1963,V,I,542).

Mara d ias
Lowie (in STETT-.BD, 1:9631333) r u la ta a e x is te n c ia fie uwa aldcjia com
15 cabanns situ a d a s era to m e de uraa c la r e ir a aberta na flore^ita ,
‫״‬.ío centro da c la r e ir a , 03 ín d io s iriantinham uma arvuro* in ta cta .O s
deiaais aut >r>33, entretem to, afirmam que os P ataxj construiam
a ld a ia s J raraíaent«á construíais cabanas, o s in a 1.jenas abrigos f o i
t o s de galhos Srvores en fia d o s no chão e amarrados apos terem'
s id o encurvado«♦ Recobriar¿1-‫׳‬nas com fo lh a s de palm eiras coq u ei-
r .^U pati^ba a:1£:D-UEÜUIED,1958í 215f Í1ET?JÍÜX o HEIUSHDAJO in GTE
:t.HD,V.I,1933s542) .
JS no s5culs> XX, a n o tic ia que temj3 e que nem mesmo e s se s abrigos
e l e s construiara. Abrigavam-se simplesmente debaixo de Srvores, a-
cendendo fo g u eira s aos pÓ3 de cada lo c a l em quo tima fa m ília 3e '
d e ita v a (FONTES«1976, depoimento j r a l ) •
podora >s interS>retar essa diversiC ada de inform açoes a e s tá g io s d ^
t i n t o s dvj con tacto e» consequentem ente, sim plificaçã:? cada vez ma,
i c r dos h S b itos e té c n ic a s de proteção•

Idumentãria e Adereços
.jb
Ambos os sexos andaváia'niis, Os homons amarravam o prepucio com ura
segmonto de c ip o , ?orem, H medida em que in ten sifica v a m o eon tac-
t o com n sociedade n acion al, iam incorporando determinadas peças ‫י‬
de vostuSrio» E las eram usadas mais çomo meios sim b ólicos de ob-
ten çã o de p r e s t íg io , de que como roupas, ca ra cteriza d a s por suas
fu n çõ es e s ta b e le c id a s p ela socied a d e en v o lv en te. Apareciam nos ‫י‬
ç o n ta o to s len ço s ao p escoço, carapuças vermelhas na cabeça ou
c a lç S e s c o lo r id o s obtidos nas d iv e r sa s fe1?ocas (’^lETRAüK e ^11 ‫!זג‬1‫נ‬1‫זי‬£‫^ע‬1«‫י‬
JO in fíTE:7Am?*1963,V,I,543,‫ ״‬WIED--:JSÜ'‫״‬IjbD, 19S8:2 1 4 /5 ).
üsrivam tí «abelas s o l tuS| cortados no pescoço e na t e s t a 0 ‫ ןז‬entSo ‫י‬
raspavam-n^^ deixando apenas tu fo s m parte d ia n te ir a
‫־‬a t r a s e ir a (L0üK0TI<k,p3ií 123‫ ן‬WIED-NBÜWIED, 1950! 214/5).
:^'aravam o lã b lo in fe r io r e o relh â com pequeños o r ix ío io s nos qua-
15 eçcm intr>)<IuziC 5 pequan^s t a lo s .!‫׳‬.‫ ב‬bambú. Os grupos p a c if ic a ‫״־־‬
el '3 jia ^eglao de Ilhcus n□ se c u lo XX ainda usavcua v:stes aclorn'.3‫» ׳‬
(::lED-NEÜíaED, 1958:215; IOUKOTIC:v,l124*31‫ ; ג‬MBTrtr^üX o JIMüiirlDAJO ‫י‬
in TTSriRD , 1 3 4 5 ;3 5>‫ ) נ‬.
j ^ i n t a v m 3 ‫־״‬e Sv.guindo paJroes seaelhantx:í.s aos J.os Kaiaakãs tra ço s ‫י‬
g2‫־‬a 1lêtricos nas cores vermelha e nogra. ks tinta«? eraia fabricadas
Qwm fr u to s ‫ ©־‬reain as de ãrv^ros ü '1 : 0 3 ‫ ג‬v a g o ta is ràistu ra u o s 0 ‫ב‬:‫ג‬

S l ^ ‫ בג‬animais ( IETíSJíüX,1D30í 28C; LOUKOnCix, 19315!13)


Nao t^BT^s n o t ic ia s sobr^ e n fo ittis plumarios ou ca la ra s * Desconhe-
c^ittcs sa seiapru t e r ia oiúu a 3 s in / ou 3e £ 1 ‫ נ‬uiaa decorrên cia do *
3 'ntact.' Itífeenaitente que memtinh^ia com •os n a c io n a is. Uied-Me\1wic¿
.{1 ?53:214/5) f a la Jo habito <Je u5r‫״‬rura pequenos sacos ue embira ‫י‬
pendura¿':‫נ‬s no pescoço, onJo carr3gava1r1 inuraeras miudezas. Dep.‫׳‬i s
do coi^acto* penuiuravam taiabora facan ac'quirit.as no seu comercio ‫י‬
con os c»lonos•

,ianufataradcs
iíiraza poucos o s i n a ^ f a t u r a d o u u t e n s ílio s lo s s e s gruo ‫דג‬, <tóa.\iri-
lao—nos a:ci1sa aos !»equenos sacos de embira que usavaia ?..< p e sa ‫׳‬ç .
-ía o esq u isa que realizam .‫׳‬s na Reserva Indígena Cnraiiurú-í^aragur-çu
ísEi 1 7 6 ‫ר‬, recoHieiQos urà sac ‫ י‬tríuiçad-‫ ׳‬f e i t o ¿a embira o juo so a s-
seriiilhava cK>s asados p elo s Botcxmdo com a t i r a que passava p e la ‫י‬
te sta .
úa.j s e coBhecem r e fe r ê n c ia s a cerám ica en tre o s Pataxo. Wenhum >>^u
t r j tip o de u t e n s ilio s # afora as armas, 5 d e s c r ito p elo s v is it a n -
t e s 'o sses grir^os.
As armas cc93â3âCâLclâs eram o arco e a fle c h a .
O arco exa f e i t o de palm eira a y r i ou pau ».!*arco^ A prijaeira, de
c >r ‫י‬ardo-^sc‫יו‬£ a , e a seguá.ln r e s is t e n t e e e l á s t i c a , de cor clara,
que s e , toacaa escura ^tianCo trabalhada« •lediam 2,55m. i¡. a a io r f o r -
ç a do arc .‫ ׳‬s e eaacontrava no cen tro e diminuia gràdatlViimente nas
«xtxf¿miaaj 3 s (I7IED-li®üWIED,lí>S8;297^Z15; ilEÍRAtJX e IíI.'IÜEííDAÍB in
STEPÍAnD,lJ63,V.I,541j L00K0TKA,lí>31í 1S8).
..‫ פי‬flachas yrovavcíliaente apreseiítavciB c3 três njdolos c lá s s ic o s ‫י‬
1‫כ‬.‫י‬

^uanto às pOntas. 1st:) G 3ug3ri>:^ ¡,^;r eic.-líGuwiGcl(1958!315) ‫ה‬.-• c n


s id e r a r que as fle c h a s 0 .^9 ‫ ר‬or ‫ מר‬pG3‫׳‬uena??# ‫\י‬1.‫ ו>ד‬qua ncroc^ltava ‫י‬
quo 1qu*elas que orara .:iostinAJ.a<3 ‫ ־‬ju irra ^eriaia ,.a ‫ ״‬í3
.'cleciias oraia ‫׳‬3(1‫ ״‬lunn.0.r:3 c ‫־‬-n pena‫ !׳‬,le ar,’,ra, nutum 3 ‫ ׳‬:ju outra 3 av0 s
.'.o ra‫־‬/inaé J‫״‬. h asta era f a l t a .13 taquaraçu •u c3 ‫ ״‬ubá.

Organizarão g c.cia l o l^oljltlca


3»i conh-ice natía sobre ess»¿ aspoct‫׳‬.) íla vid a dos ¿*atax“, O ‫י‬
Sfc‫ ־‬p ¿e i n f e r i r ê que deveric*. t e r punt:.s lo semelhança çoia ‫׳‬.‫•זע‬
n a is grutx.^s y e . gábem.jg concrotrjn3nto qjio erara n3!aa<.las e síue v i v í ‫־־‬
ara ccn pequeños ban 0 3 ‫י‬,

C ic lo V ita l
1/5■' ha r e f ‫־׳‬ír3ncias a 03sc resp eita *

1401igi?í0
./.crent^raent«¿ naj realizavam iualqa^jr t ip j cTo r it u a l r o l i j i s ‫ ״‬, ím
sa informação daJ .1 1> r J o u v ille (in :!3TPJíUX,1::)30; 287) o rfíafirxaadn
1 .r L'uhatka (1.212 ‫ י‬31 ‫ ) ן‬f c i - n . s c .n fim a a a p e lo s inxórrmntes que! ‫י‬
t i veíaos na »úserva In.’ígana Car aitiurü-Par aguas su , quanv’.o realizam . 3
nus3^ tra->alho de caraj«., <i..\ lí)76. Os contemporáneos ;1 s parlados ‫י‬
L-u “p a c ific a ç ã . " d js ^ataaiJ afirmeua que nunca v>Ds«rvarara qualqu3r
t ip o de cerira*nia ¿osenvolvidr. •yjx viles.
5!ua:3 crenças forara ‫¿״‬J3critas ‫ ״‬a ¿•.‫ 'גרמג‬ar53i s t o 1:1a t ic a a alelas t^
in ‫ ד‬fragment s . ‫ ״‬creditavam na^gl^1gan g^ ¿ 5¿^nj¿>^^ Criam >-iue
fa ta lid a d e s eran uma decorrên cia da açã > C_s o s p l r i t - s que v-.‫׳‬l t a -
vam a te r r a .
0 - i r a i t o ■-■‫׳‬e v.‫״‬lt a r a e s t e munvl., 3ra u:a ^ r iv ilã j i: t\asGulin.., Trl
reto rn o só era p ssív^,! quanJ-o un aiaij- ju fu r e n te '3.) lic it a v a
v o l t a do e s p ír it o n<j m;.)mento eia que p raticava at^ Svi^ual c;:>m 3ua
m ulher. O d e se jo de v o lta r era tã o in ten so que a s o lic it a ç ã o d e s-
s e chamado era a raaior recomendação f e i t a aos amigos e f i l n o s , (‫^ג‬
T11riüX,1330:287),

co.acm sr.0

P^l. s ‫■י‬ados que pudemos c o le t a r , em cluim os que os grupos e 9 ‫י<^ן‬-‫ז‬


^ruy->s quG habitavam a regia., c ím::reondida antrâ 3 í ‫׳‬i. ■3 C^l^nia
.'U each e ir a e ^ Pardo p er ten c i an preiiominantement^ ao tranco li n
g u ílit ic o :laoro»Jê♦ Apre8 entriva1a una aSric r.ag caraat9rí5tica.3 co‫־״־‬
lAUns clecorrontQS <ls uma traclição 13ev1alhc.nt3‫־‬, viv3j1f'’o no ma<3n ‫^ב י‬.‫•־ין‬
b iG n te vlQ fljir ca t:* , t r l i a . , a rk iX n tiv 1‫׳‬u!unt j jric.^‫׳‬ l‫־‬l o
r a ‫¿י‬ t a v m s ,f q u e painaltiam a sobroviv5ncirt .103 c;ru;;;03 r a a llz a n ‫ )״־‬a
tiv lC a io a viG ança u coXota^ x'i;3¿‫־‬nar3 refarôncir.s u3vK)rSciicas foram‫י‬
fin ita s R a g r ic u ltu r a antr^ qsco3 ¿ru;-03r ■?rinGi>nU10ntt5 entro os
ll aiinkñ» A :’uvi-. a S 8q a ativiv^r.da a.jrlco la jS jr tje x is tia ou f ‫י‬i '
Ol^ao^iiQnto v'.o ‫ ע‬r acosso .';a alJQoiaont'j, 0 1 :‫ י‬.raa e a te s 5 0 9 ‫ נ;גומ‬cora^^ul-
goyisuiwnte fo ra a angajaC,os, Ur.1a Ja3 p r in e ir a s ■preoe«?açÕos v.o 3 i s
tcaiaa o o lo n ta l o i s n n c ijn a l fu l u transform ar os ^ruj^s n^
maJse caçavloras e c o le to re s em a çjricu lt res situ a d o s e:-A ara:.‫ כ‬r^s‫״‬
t r i t r 's , pr3J,uBlm’ ^ para 3eu auto^-aujtjnto e , 3G1..‫־‬prt! .^-uu ¡po3£5ÍVv-l,
ara í->bte1? excúsente» a serem co3j0rciali2a.‫״‬v3 u e lo s aJaiiinistravlo‫׳־‬
r.i3 J.05 al.Iianentos.
iiS pr«is3Õoa s o f r i d a s por e s t e s g ru p o s, r« s u lta n ts s Oo íwmi^o r:a
sociaCac'e n a c i o n a l, r ô f lo tir a n - R r : J ir o ta n o n tü sob ro os sou3 oacirõ
ua ütí ^1‫& ג‬, Tqií1 0 :‫ ׳‬os n@üa t e r r i t ó r i o s ’o caça c2 c o l e t a inva•‫ נ‬ic?;3‫כ‬
(? ra ü u siC a s a s p o ssib A lid a d e s J e C;^i1 tin u . 1 r 1;‫״‬i a m anter condições '
aviequaCaa ‫ ״‬e sf>brevivôncia •jara sua i^opulaça >, i n t e n s i f i c a r a m a
m ab ilifla d a e s p a c i a l . P ro vavelm en te, também, acentuaram sua tanCên
e ia &‘
~> f r a c i• ■na’n e n t., na moC.i.Ta om ■íuj r ‫־‬Jc’.uça-> 's n a r t i c i p a n t í s
vie cada grupo <=ra un f a t o r o s tra t* v jic o ia ;,;o rta n t^ na fw ja , asaim
ooano, \ » a n e o e s s i ?‫״‬.v. J e e o r r e n te »..a redução cie alim.3ntos v
‫״‬.-vi1‫ >־‬r>
çc ‫׳‬mi:‫׳‬e t i ç a o o a:¡ C a s n a tin e n to ,

D e v id o â s c a r a ^ o t e r ís tic a s do e c o s is to r a a ovx quo v i v i a » , o perI..^:.^‫י‬


s e c o j r e p a c e s e n t a '^ S p o c a i em q u e‫ ־‬h a v ià maio»; aibandãncia d e v i v e ‫י ״‬
res. Q p e r ío d o d a s chuvas a a r a u to r ia a v a -^ se x^or ‫זגו‬:® v id a g r u p a i in
V

t e n s a , a i n l a ■.jus r e la t iv a m e n t e c a r e n t e de a l i n o n t 3 ,
.. ‫־‬.^ iv is a o s o c i a l w.^ tra...alI1;‫ ׳‬o rn c a lç a d a n u s p r i n c í o i ^ s Ca sujco q
i d a d e , SÔ u a p u b erd ad e o s j o v e n s assumiaun p le n a m e n te a aaa c a p n c i
â a â e p r o d u t i v a , ila m u lh eres e€»!roetia 1a a s a t i v i d a d e s de c o le t a » p l« »
tio , c o n f e c ç ã o d os u t e n s í l i o s u t i l i z a d o s p e l a u n id a d e f a i a i l i a r , a
prepe1r?1ç30 d o s a lim e n to s a serom consuraidos e o t r a n s p o r t a d o s p ¿
t e n ç a s n o s d e s la c a m n t o « c s m a t a n t e s . Aos homens com p otia a o o n fe c
ç ã o <|os b a tog»t3s e dem aia o r n a m e n to s, a c a ç a , a g u e r r a , a s a t i v i • ’
d a d e s c e r im c m ia is * guando a s h a v i a , e o prepaipo d a s arraa9,

A® ffts ti^ l-â a d c is ¿oaem 'ííolvid as eram predoralnantem ente r e c r » ja t iv a s .


-iio otitniito, íiá :r.-iiori ‫ '־‬,\0 ‫׳’־ נ‬r u 0 '‫־‬r e subgrupos são destac.i.'as c e r i-
Mx>nias vinculaclns .1 r it o s ‫ ?!־י־‬furaçSo JiO orollia-B, casanon
t o s , nr.‫>־‬ciL1jnt:>j, luort«¿‫׳‬: o ayuisivjwj <lo tí1‫״‬bl;j1na3 ..u sta tu s p elos
.‫ ד‬u l t ‫ ׳‬-?;. :> jrau de coupl.i;<i.:a0.e o elabaraçHo tlis t i n t >r. Cas cerin ó -
nian ‫'׳‬o s c r it a s p olos v ia ja n te s pos'o sor intorpratriao coao r o s u lta -
ao c:o maior >u atanor grau do in tu rfo rim cia .:a ‫ב‬. >cie¿acle unvolvento
represen tada por seus ínún3ros agv2n t 23 -‫־‬, nn ostru tu ra s o c ia l, econo
a ic a e p o l í t i c a ■la:3 couunii'nCos in/.ígon^.s, alón ‫׳‬.'.as p ecu liarid ad es
in er;jn tes a ca¿.*«. grupo a subgruix).
0.. 3 .‫מי‬0.‫ג‬1‫ י־‬encontradas e ragiatra.‘.?3 »
.s : ‫'־‬.•r3<33nt‫'־‬.v.71rA o nen ‫׳‬:j tipo da
i^roblGua. Tornav.-zn-su cada vor. niats 103‫!־‬1::-1‫ נ‬e ruãiraântaros ã medi-
da em • ‫־‬rua a ;:>r<íssã‫׳‬
-; axorciJa pelos ag jntes coloniais ficava moi ‫« י־‬i
ficiuntcí. .5‫ ל‬assir■; :j0d01‫׳־‬.j3 entondar ‫ נ‬ragistro da ox‫־׳*־‬
díiia aoan lonas-c )21 moradias construí ;''.a3 n‫)־‬ d) sãculo XIX e
‫■י‬i.
‫ ־‬7canpa!aentos d > fim do século ■.'.ooaixo de pás de ãrvorv30‫י‬
a‫״‬x5nas cam uxaa fv^gttt^ira ptr« rí^uocor a faraília.
Xb amas utilizadas por 3s3.ís g^rupos caractari2avam3‫־‬e fundanontal
iTijnte pelo tamanho, i’ant > :>‫ ב‬arc !3 cora‫־‬,' a:5 flachas ara a considera■‫־‬
das como das i.vaic^ros .;xistento3 entra 03 Ju, i.’rincip.‫’־‬l-iantu ‫ ג‬-os
i.-‫׳‬atax5, que uelian on torno de 2,55n. As flechas a;;rosentava1a-3« *
con as tros formas nais 0 ..1‫־‬Auns de pontas: a da pcrnta cortante u a-
fiada, a da ponta farpada íí a teríuina .‫י‬.:‘. ‫ר‬1‫ ;־‬roseta. oiaplumaçãc i-
.'ontificada 5 .■ tipc "Brasil Oriontnl".
Os ut»‫״‬.nsllij3 tarara extrenaiiente simples e pouco variados. Observa-
va-ye ana tendencia S supervalorizaçao dos produtos da sociedade ‫י‬
nH^ índia. O estabelecimento do escambo, a venda do cri<anças das
tri.bos iniiaigas ^ de prisi:'neiros de guerra, o estabelecimento do
r‫־‬jgir.1w d.e traJalh p--r envroitala erani c0nsi(.-0radas ‫ס‬.;‫מ‬.• iaaÍJ3 a-
pr >priadjG ]^>ara cjnsoguiran ac.:3j ■ a osses produtos, ¿i valorização
dos artigjs pod3-se inferir d.‫ ׳‬hábito que tinaaa de .::ipenduj‫־‬ar fa-
cas no pescoço e da incorporação de determinadas peças do vestuario
nacional - cara^.'ucas, leño ‫ מי‬e calções, nesno entre os jrupos «jm
contacto intermitente, que, portanto, não haviam ainda oofrido a ‫י‬
co irção sistemática dos padrões morais impostos nos aldeamentos.
 organização desses grupos parecia so caracterizar jj«31a existencia
­­‫ ני‬fortes lagjs c‫־‬e reciprjci‫״־׳‬ade intornn, coxa.) por exemplo no con-
.‫בוך‬1‫ן‬1.‫ נ‬coletiv,' da caça, ‫ כ‬q‫ל‬a‫נ‬i não e incoripatível cor.i a tendência ^‫ב‬
112

fraci<‫ר‬n£‫ן‬monto d e sse s mesmos gruidos, ta lv o z uraa :■!acorrência da da‫־‬


penC-ênci?. da caça e c o le ta para sobrevivência e dag pressões so -
f r id a s com o avanço da sociedade b r a s ile ir a .
Gon r e la ç ã o a doenças e a seu tratam ento, o b serva-se o domínio de
uiíia tera_)in em quvi^açõas sobren atu rais (invocação de e s p ír it o s ‫י‬
p r o ts to r o s que aparocinn em b e n e fíc io cio doente) e m ateriais (plffl
t a s raaZ icinais, e3 cn rifica çõ o s e suadouros) estavam p resen tes•
t r e t a n t o , tan to S a in t-líila ir e quanto o Wied-iíeuwied e Spix e ^lar-
t iu 3 reconhecera o s problemas enfrentados p elo s grupos devido ao
c o n ta g i ) r e su lta n te do contacto in discrim in ad o. A introdução de ‫י‬
n.jvas doenças não resu lto u necessariam ente na adoção da p r o fila x ia
ju de medicamentos adequados. Daí se r e s t e un dos fa to r e s mais im
p o r ta n tes na ex p lica çã o do desaparecim ento Tas populações in d íg e -
nas lo c a is .
Com e s t a pequena s ín t e s e , preparamos a introdução do c a p ítu lo s e -
gfuinte, em ^Uc; an alis; 1‫־‬remos as condições de vii'.a dos grupvjs ja a l
deados e os e f e it o s ! soore e l e c , da p o lít ic a in d ígen a adotada p e-
l a sociedade b r a s ile ir a
11?

CAPÍTULO I I I

A POLÍTICA lUDIGENISTÃ E 0 SUL DA BAHIA

"Toda a a t iv id a d e i n d i g e n i s t a , ê n a -
c e s s a r ia m e n t e um modo d e lib e r a d o e
c o n s c i e n t e de in t e r v e n ç ã o na v id a d3
p o v o s de t r a d iç ã o c u l t u r a l in d íg e n a ,
sagu nd o 03 i n t e r e s s e s , modo de o rg a
n iz a ç ã o e v a l o r e s da s o c ie d a d e n a c i
o n a l . O s u c e s s o da p o l í t i c a i n d i g e ­
n i s t a d ev e s e r , p o i s , e stim a d o em
r e la ç ã o ao s p r o p ó s i t o s da s o c ie d a d e
n a c io n a l que s e exprim em a t r a v é s da
a ç ã o Qos ó r g ã o s i n t e r v e n c i o n i s t a s e
não d as n e c e s s id a d e s , i n t e r e s s e s , d¿
r e i t o s ou v a l o r e s â o s gru p os a s s i £
t i d o s ‘• (jío r e ir a H e to , 1367?VI)
"A i d e o l o g i a b r a s i l e i r a qu er o íncl±)
- e tanbeiíi o n e g r o - corao um fu tu r o
"branco" d i s s o l v i d o p e l a amalganaç5>
r a c i a l e p e la a s s im i l a ç ã o na coinunl.
.‫ן‬adG n a c io n a l" (R ib o ir o ,1 9 G 7 sI;1 9 7 6 )

A p o l í t i c a i n d i g e n i s t a 5 a e x p r e s s ã o dos a n s e i.j s e p r o j e t o s da e t
n i a dom inadora s o b r e o s grupos in d íg e n a s com 03 qUvais e n tr a era re
l a ç ã o . Como r e s u l t a n t e de um p r o j e t o p o l í t i c o de dom in ação, a l e ­
g i s l a ç ã o n a n i f e s t a clararaon te a v i s ã o a o s i n t e r e s s e s d e s t e s g r u ­
p o s d o m in a n te s . As c o n t r a d iç õ e s que s e e s ta b e le c e m e n t r e o s d o is
s e g m e n to s s o c i a i s é tn ic a m e n te d i f e r e n c ia d o s não chegam a a p r e s e n ­
t a r p r o b le m a s , p o i s , a e t n i a dom inada não tem p a r t i c i p a ç ã o n as d e ­
c i s õ e s que p assam a s e r a d o ta d a s . com r e la ç ã o ao se u p r ó p r io d e s ­
tin o . 0 que podem os o b s e r v a r como gran d e m o tiv a d o r das mudanças '
n a s d e c i s õ e s a secem ad ò ta d a s s ã o as c o n t r a d iç õ e s que passam a s e
m a n i f e s t a r d e n t r o d os seg m en to s quo compõem a s o c ie d a d e dom inante,
e p a r a a s q u a is ê n e c e ssã r i■ ) e n c o n tr a r s o lu ç õ e s que garantam a ma
n u t e n ç ã o d a s a l i a n ç a s e a a c e i t a ç ã o da l e g i s l a ç ã o c r ia d a .

P a r e c o - n o s qu e o s t a s c o n s id e r a ç õ e s i n i c i a i s procuram d e f i n i r s u ‫• ־־‬
114

c in t a m e n t e a q u e le s p r i n c í p i o s que co n sid era m o s fu n d a m en ta is p a ra a


co m p r e e n sã o d o s p r o c e s s o s de tr a n sfo r m a ç ã o p e l o s q u a is a l e g i s l a ç i b
i n d i g e n i s t a p a s s o u no p e r ío d o com preendido e n t r e o s s é c u lo s XVI a
X IX .

p e r d a de a u to n o m ia por e s t e s g r u p o s , o que c a r a c t e r i z a a doirdna-


ç ã o s o f r i d a , s e m a n ife s t a c la r a m e n te n e s s a su a m arginalizaçã■:) dos
y r o c e s s o s d e c i s ó r i o s . Perdem a s s im o c o n t r o le s o b r e su a s v i d a s ,s u a
p o p u la ç ã o e s u a s t e r r a s e a c a p a c id a d e de tomarem su a s p r ó p r ia s de
c is õ e s .

C o n se q u e n te m e n te , co n sid era m o s que algum as c a r a c t e r í s t i c a s b á s ic a s


q u e o r ie n ta r a m a p o l í t i c a i n d i g e n i s t a s e m an tiveram , na sua e s s e n -
c i a , i n a l t e r a d o s a t ê h o j e . Com r e la ç ã o ?, p o p u la ç ã o , a l e g i s l a ç ã o a
c o n s id e r o u como a p r o p r iã v e l p e l a s o c ie d a d e d o m in a n te, f o s s e e s t a ‫י‬
r e p r e s e n t a d a p e l o s m is s io n á r io s e p e l o s f a z e n d e i r o s , s e s m e ir o s ou
q u a lq u e r o u tr o t i p o de p r o p r i e t á r io r u r a l, b a n d e ir a n t e s ou p e l o p £
p r i o g o v e r n o , m ais ta r d e . As form as de a p r o p r ia ç ã o da m ã o -d e -o b r a ‫י‬
e ou d ‫ ג‬p r o d u to õ que variavam conform e o s i n t e r e s s e s e a s n e c e s s i
d a d o s ’e c o r r e n t e s da e s t r u t u r a econ ôm ica im p la n ta d a . A ssim tiv e m o s
a e s c r a v i d ã ) , o tr a b a lh o s e r v i l e o tr a b a lh o a s s a la r i a d o como f o r ­
mas qu e s e a lte r n a r a m nas d e c i s õ e s l e g a i s . O utro p r i n c í p i o , que s e
m a n te v e c o n s t a n t e com r e la ç ã o ao tra ta m e n to d is p e n s a d o à s popula■f‫י‬
ç õ e s i n d í g e n a s , f o i o d i r e i t o q u e a s o c ie d a d e d om in an te s e a t r i b u ­
i u d e d e c i d i r s o b r e a l o c a l i z a ç ã o d os a ld e a m e n to s. Os p r i n c í p i o s ‫י‬

e s t a b e l e c i d o s co n sid era v a m a s n e c e s s id a d e s e s t r a t é g i c a s m i l i t a r e s -
d e f e s a de v i l a s e p r o p r ie d a d e s d o s c o lo n o s c o n t r a o s a ta q u e s de ou
t r o s g ru p o s in d iíg e n a s , a in d a não dom inados e c o n t r o la d o s - e econ ô
m ic a s - a lo c a ç ã o de m ão-d e-ob ra d e n tr o das á r e a s e x p lo r a d a s e co n o ­
m ica m en te ou em su a s p r o x im id a d e s , de forma a g a r a n t i r a v i a b i l i d a
d e do p r o c e s s o e x p a n s i o n i s t a .
O u tro p r i n c í p i o b á s ic o m antido d u r a n te e s s e p e r ío d o f o i a p r e r r o g a
tiv a a ssu m id a p e l a s o c ie d a d e d om in an te de im por o s se u s p a d r õ e s ‫י‬

c u ltu r a is , s o c i a i s e p o l í t i c o s como m od elos i d e a i s que d everiam sa:


a d o t a d o s p e l a s s o c ie d a d e s i n d í g e n a s . A p erd a d e autonom ia das s o c ¿
e d a d e s dom in adas le v a v a - a s à in c a p a c id a d e de manterem e r e p r o d u z i­
rem o s s e u s p r ó p r io s p a d r õ e s , p o i s , a t r a v é s de uma s é r i e de i n s t i ­
t u i ç õ e s e a g e n t e s , a s o c ie d a d e e n v o lv e n t e e x e r c i a inúm eras a t i v i d a
>Ies v o l t a d a s fu n d am en talm en te p a r a su a d e s e s t a o i l i z a ç ã o c u l t u r a l e
s c i a i . E n ca ra d a s e j u s t i f i c a d a s de forma s a l v a c i o n i s t a , a s t r a n s -
115

f r1naç.‫״‬e s s o c i a i s , accm ôn icas g c u l t u r a i s v isa v a m o b j e t iv a n e n t e e


a c in a ‫״‬.e t u d o , g a r a n t i r ‫ נ‬u so p a c í f i c o do tr a b a lh o e das t e r r a s ‫י‬
i n d í g e n a s sem q u e h o u v e s se r e s i s t ê n c i a e o p o s iç ã o . Para qua t a l o
c o r r e s s e , t o r n a v a - s e n e c e s s á r i a a e lim in a ç ã o d as d if e r e n ç a s e x i s -
t e n t o s e n t r e a s c iv a r s a s s o c ie d a d e s in d íg e n a s e a dom inante e , a s ‫־־‬
s im , e s t a b e l e c e r de f )rma m ais a r t i c u l a d a a dom inação e o c o n t r a -
le .

Com r e l a ç ã o ?.3 t e r r a s o o s s u id a s p e l o s gru p os in d íg e n a s , a l e g i s l a


ç ã o tam ben m an teve in a lt e r a d o s s e u s p r i n c í p i o s básicv^s a t é hc‫׳‬j e .
O r esp eit'■ ' e o reco n h ec im e n to : ‫ י‬d i r e i t o de p o s s e das t e r r a s p e ­
l a s com u nid ades in d íg e n a s nunca foram c o n s i ’e r a d ‫׳‬Ts. E ssa s t e r r a s '
eram c o n s id e r a d a s com.; a p r o p r iá v e is por se g m en to s da s^>ciedade '
e n v o l v e n t e , na m edida em que e s t e s a s c o n s id e r a v a como im p o r ta n -‫י‬
t e s p a ra a r e a l i z a ç ã o 0‫ י‬se u p r o j e t o eco n ô m ico . A p o s s e da t e r r a
p e l a s com u n id ad es in d íg e n a s e r a v i s t a com uma e ta p a n e c e s s á r i a é
te m p o r á r ia . E ss a e ta p a d u r a r ia o tempo n e c e s s á r i o p a ra a a d a p ta - '
ç ã o d o s g r u p o s in d íg e n a s ao«3 nvovos p a d rõ es im p o sto s p e la s o c i e d a -
‫’־‬e (..n v o lv e n te , Supera-la e s s a f a s e , quando a p o p u la ç ã o d e ix a v a de
:■p -r r e s i s t ê n c i a à dom inação o a mã'.'-do-;.'bra e s t a v a t r e in a d a p a ra
e x e r c e r a s a t i v i d a d e s que lh e eram a t r i b u i 2 a s , a p o s s e da t e r r a '
p e l a s com u nid ades in d íg e n a s d e ix a v a de t e r um s e n t i d o c o n c r e to pa
r a a s o c ie d a d e d o m in a n te. A ssim s e n d o , e n c o n tr a v a m -se fo rm u la s dfe
t i n t a s p a ra a p r o r -r ia r -s e d e la f o s s e a t r a v é s d eslo ca m G n t‫ ר‬:la po
p u l a ç ã o , da o cu p a çã o dos t e r r i t ó r i o s c o m u n it á r io s , que s e to r n a -*
vam d e p r o p r ie d a d e i n d iv id u a l d o s í n d i o s .

A n o ssa preocu pação ê a de, s u c in ta m e n t e , e s t a b e l e c e r um quadro


h i s t ó r i c o d a s c a r a c t e r í s t i c a s a ssu m id a s p e la l e g i s l a ç ã o in d íg e n a .
T -raçarerajs uraa rãpi'>a r e t r o s p e c t i v a com p reen did a e n t r e o s s S c u lo s
XVI a XIX, d e te n d o -n o s com m aior cu id a d o no p e r ío d o com p reen did o'
e n t r e o s an os d e 1350 e 1 3 9 0 , qu e c o n sid era m o s d e m aior im p o rta n ­
c i a p a r a a á r e a , quo esc.d h cm ‫>׳׳‬s como o b j e t o de e s t u d o .

P ara e f e i t o d e a n á l i s e , optam os p‫ ־׳‬r e s t a b e l e c e r d e term in a d o s mar


c o s h i s t ó r i c o s e s c o l h i :los segu n d o c r i t e r i o s que e s ta b e le c e m o s a '
p a r t i r da i d e n t i f i c a ç ã o de m )m entos s i g n i f i c a t i v o s . C onsideram os
como moment ;s s i g n i f i c a t i v o s a q u e le s em que hou ve mudança m arcan-
t a no t r a t o do pro''31éma in d íg e n a e la s r e l a ç ó e s e s t a b e l e c i d a s cora
a s o c i e d a l e d o m in a n te . Jissim d e fin im o s o s s e g u i n t e s p e r ío d o s s o
‫ ^י‬rim G ir ■ com p reen d id o e n t r e c s é c u l o XVI e m eados do s é c u lo XVIII,
lió

q u a n d o o íla r q u ê s d e Pom bal, na su a a d m in is tr a ç ã o , e s t a b e le c e u no­


v a s forraas do j ^ r i r o problem a in d íg e n a . Ainda que pudossem os sub
d i v i d i r e s t e p e r ío J i n i c i a l em e t a p a s , e s t a s , no e n t a n t o , a p r e - ‫י‬
se n ta m h om ogen eid ad e nas form as b á s i c a s de t r a t a r a s r e la ç õ e s i n ­
t e r é t n i c a s e s t a b e l e c i d a s . 0 seg u n d o s e r i a am uele que c o b r i r i a a
a d r a in is t r a ç ã o dr. :larq u ês de Pombal e o t e r c e i r o , a q u e le e n t r e o
f iia da a I r a in is tr a ç a o pom balina e a in d e p e n d ê n c ia do B r a s il.O quar
t c , d e f in im o s como o que e s t á com preendido p e l o 19 Im p ér io . 0 p e ­
r ío d o s e g u i n t e q u e marcamos f o i o das R e g ê n c ia s . 0 ú ltim o c o n s id e
r a d a f o i o do 29 Im ê r io .

O P e r io d o C o lo n ia l P ré-P om b alin o

D e n tr e a s v á r i a s e ta p a s que p o lem o s i d e n t i f i c a r n e s s e p e r ío d o ,c o n
sid e r a r a o s com ‫ ־‬a p r im e ir a a q u e la em que a s r e l a ç õ e s e s t a b e l e c i d a s
s ã o tip iE a m e n te de escam bo. N e s s e p e r ío d o a s r e l a ç õ e s e co n ô m ic a s'
(‫״‬. s t a b e l e c i ^ a s e n t r e :‫;־‬s í n d io s e a s o c ie d a d e n a c io n a l estavam c a l ­
c a d a s num s is t e m a do t r o c a s . ¿Aqueles g r u p o s, com ^s q u a is s e e s t a
b e le c e r a m o s c o n t a c t o s i n i c i a i s , c a r a c t e r i 2;avam -se p or serem agrd^
c u l t o r e s , en q u a n to os c o lo n o s , racera-ch egad cs d e P o r t u g a l, e n c o n ­
tra v a m s é r i o s e n t r a v e s à p rod u ção im e d ia ta d os p r o d u to s n e c e s s ã ‫* ־‬
r i o s à su a s u b s s i t ê n c i a . Eram, e n t r e t a n t o , g r a n d e s fo r n e c e d o r e s
"e m a n u fa tu r a d o s, que in te r e s s a v a m aos í n d i o s , j á que r e p r e s e n t a -
v a n eco n o m ia 2e e s f o r ç o s na r e a l i z a ç ã o de su a s a t i v id a d e s de su b ­
s i s t ê n c i a , ou r e c a ia m n a q u e la c a t e g o r i a c e b en s que s a t i s f a z i a m '
. s d'lisej js e s t é t i c o s ou de p r e s t í g i o s o c i a l d o s s e u s p o s s u id o r e s .

E s t a s r e l a ç õ e s d e escambo m an tivcrcim -se por c u r t o e sp a ç o de tempo,


p o i s .. p r o j e t o e s t a b e l e c i d ' ‫ ׳‬de im p la n ta ç ã o , no B r a s i l , da a t i v i d a
d e s a q r á r i - e x p .■rtad..;ra3, supunha a n e c e s s id a d e de ‫ ־‬cupaçao s i s t e
m á t ic a d o s t e r r i t ó r i o s in d íg e n a s e o u£30, CDmo e s c r a v o s , d ■s mem-
brois d a s p o p u la ç õ e s s it u a d a s n a q u e le s t e r r i t o r i e s . E ssa n;‫׳‬va r e a ­
lid a d e , :iue s e i n i c i o u apos 1 5 3 0 , im p lic a v a em a l t e r a ç õ e s do s i s -
terna p r o d u t iv o e a produção d e m e r c a d o r ia s , v e i o s u b v e r te r os p a ­
d r õ e s e s t a b e l e c i d o s , rompen lo a s a l ia n ç a s e i n s t a l a n d o , em m u ita s
á reas, - e s t a d o de g u e r r a .
P a r a le la m e n t e a o s e f e i t o s d e p o p u la t iv o s le s sa s g u e r ra s, c o n sta ta ­
mos c .>ra:; a g e n t e s p r o v o c a .lo r e s d > d e sa p a r e c im e n to d as p .)r‫׳‬u la ç õ e s ‫י‬
in d íg e n a s , su a co n ta m in a çã o con agento?, p a t o g c n ic o s e nãu cteaiina
- ^3 cor. a p r o f i l a x i a n e c e s s á r i a e não su bm etid a a e f i c i e n t e s c o n - ’
117

t r o l e s . A in "a n a á r e a de s a ú d e , c o n sta ta m o s a mudança de h á b i t o s '


a l i m e n t a r e s com a in tr o d u ç ã o do s a l , a ç u c a r e g o r d u r a s , como e l e ‫־־‬
•nento r e s p o n s á v e l p e l o s p ro b lem a s e n f r e n t a d o s , d e v id o a d e s e q u i l ^
b r i o s d i e t é t i c o s . O utros f a t o r e s podem s e r i n d ic a d o s como a impo—
s i ç ã o do u so d e r o u p a s , de n o v o s p a d r õ e s do h i g i e n e , ou f a l t a d e ­
le s , e m o r a d ia , r e s p o n s á v e is p e l o c o n t a g io m a is rapid..) d o s g ru
p o s a ld e a d o s .
A d e s a g r e g a ç ã o s o c i a l , d e c o r r e n te d as d e s a r t i c u l a ç õ e s im p o s ta s pe
l a s n o v a s r e l a ç õ e s e c o n ô m ic a s, provocaram 2 e s e s t í n u l o s e im p a s s e s
n en sem pre s o l u c i 1)n ã v e is c>ra e f i c a c i a p e l o s g r u p o s . O d e s i n t e r e s ­
s e p o r c o n tin u a r e m v iv e n d o e lu ta n d o c o n tr a g r u p o s m a is p o d e r o s o s
n a su a c a p a c id a d e de impar o s s e u s p a d r õ e s , fu n c io n a r a m com‫ כ‬r e s ‫־־‬
p o n s ã v e is p e l a c a p it u la ç ã o a n te ‫ י‬p r o c e s s o de d o m in a çã o .

Em term > s p o l i t i c o s , a dom inação s e i n s t i t u c i o n a l i z o u a t r a v é s da


p e r d a de a u ton om ia por p a r te d a s co m u n id a d es. Rs d e c i s õ e s r e f e r e n
t e s a '‫ ג‬d e s lo c a m e n to , p o s s e de t e r r a s , t r a b a lh o a s e r d e se n v c .lv id ::
p o r su a p o p u la ç a ., e a c a p a cid a :!e ‫׳‬u não de r e p r o d u z ir e m a su a s o ­
c ie d a d e d e n tr o d o s p a d rõ es s o c i a i s e c u l t u r a i s t r a d i c i o n a i s fo -'
ram t r a n s f e r i d a s dos s e t o r e s i n t e r n o s das co m u n id a d es p a ra segm en
t o s e x t e r n o s a e l a s . k s r e l a ç õ e s a s s im é t r i c a s s e in s ta u r a m c a c e n
tuaram ‫ ־‬s e ccra o f o r t a le c im e n t o da 3 ;c ie c a d e c ) l m i a l , o ‫־‬jue im p l i
c a v a na i n s t a l a ç ã o de m ecanism os cada v e s m a is e f i c i e n t e s de dom_i
n a ç ã o . C a lc a d a s em p r i n c í p i o s i n s t i t u c i r .n a l i z a d o .s a t r a v é s de l e g i £
la ç ã o e la b o r a d a d e forma a g a r a n t i r a ex p a n sã o e a s p r e r r o g a t i v a s
de g r u p o s s o c i a i s co-: ‫׳‬a r t í c i p e s d o s b e n e f í c i o s d a e x p lo r a ç ã o das
t e r r a s e da m ã o -d e-o b ra i n d íg e n a , o s se g m en to s s o c i a i s c o lo n iz a d o
r e s p r e s s io n a v a m a Coroa n‫ > ׳‬s e n t i d o de que l h e s fo s s e m g a r a n t i d a s
t a i s p r e r r o g a tiv a s e x p lo r a ç ã o .

Podem os a fir m a r gu e o. c o lo n iz a d o E portugu ês< v i a o ín d io ‫ ׳‬so b và


r i ^ s ân g a lQ s,. qu e não eram n e c e s s a r ia m e n t e e x c l u d e n t e s , porem , na
m a io r ia d as v e z e s , com p lem en tares e e s p e c í f i c o s d e cad a s i t u a ç ã o '
v i v i d a p e l o s se g m en to s que en tra v a m em r e l a ç ã o i n t e r é t n i c a . Assirrv
o ín d i o p o d ia s e r v i s t o como p a r t i c i p a n t e na c o n s t r u ç ã o da s a c i e ­
dade e do s i s t e m a p r o d u tiv o n a q u e la s a r e a s em q u e a s r e l a ç õ e s de
esca m b o c o n tin u a v a m a p r e d o m in a r . O utra form a de c o n s id e r a r o í n ­
d i o e r a de t r a b a lh a d o r , p r e d o m in a n te n as r e g i õ e s era que s 3 p r o c e £
savam a im p la n ta ç ã o de a t i v i d a d e s p r o d u t iv a s v o l t a d a s p a r a a ex­
p o r t a ç ã o de m erca l o r i a , o ‫־‬ue p r e ssu p u n h a r e l a ç õ e s de co m in a çã o '
118

m a is e f i c i e n t e s no to c a n t e à e x p lo r a ç ã o õ.e tr a b a lh o in ’. í j e n i . '¿;n
lo c a lií^ a c le s c a r a c t e r iz a d a s p e l a a u s e n c ia .le povoam ento e , p r i n c i -
p a l n e n t e , n q u e la s era '¿na o gran d e o b j e t i v o e r a :> ¿■.e expanc^.ir ar.
f r o n t e i r a s on d i s p u t a com a E spanha, o ín d io e r a v is t : ; ‫ ׳‬como o p o-
v o a d o r / ..-‫ י‬o lo ra en to .:^ua g a r a n t ia a p o s s e da t e r r a p ara P o r t u g a l.? ¿
r a o s m i s s i o n á r i o s , de n a n e ir a g e r a l , podemos d i z e r .^ue o í n d io ‫י‬

f-:ra o b u gre se lv a g e m o a g ã o , e le m e n to c o n s t i t u t i v o da n a tu r e z a a -
i n ’a não to c a d a p e l a g ra ça d i v i n a . D e v e r ia s e r , p o r t a n t o , con-^uÍ£
t a d c não sõ p a r a p a r t i c i p a r do grêm io r e l i g i o s o , n a s também econ ô
m ic o .

D e n tr e o s seg m en ti's c':‫׳‬n s id e r a d o s de m aior r e l e v â n c i a na e f e t i v a - '


ç ã o do s is t e m a de dom inação, d e sta c a r e m o s o s d o n a t á r io s , se sm e ir c s
b a n d e ir a n t e s e o s j e s u i t a s . Com r e la ç ã o aos d o i s in d ic a d o s i n i c i ­
a lm e n te ‫ ־‬d o n a t á r io s e s e s m e ir o s - a s r a z õ e s d o s a t r i t o s cran ’->asi
ca m en te a s m esm as. 21b su as a t i v i d a d e s supunham a n e c e s s id a d e c r e ^
c e n te ocu p a çã o de nov.js e s p a ç o s e o u s o , do form a s i s t e m á t i c a ,
d o s trab 'alh a..Iores in d íg e n a s . D aí a n e c e s s id a d e de ex ercerem p r e s ­
s ã o junt.:. aos õ r g ã o s c o m p ete n te s na m etr ó p o le no s e n t i d ' de que ‫י‬
f ssern r e sg u a r d a d o s •^s se u s " d i r e i t )s" a e s c r a v i z a r o s í n d i o s .

Os b a n d e ir a n t e s , o u t r ‫ נ‬segm en to s o c i a l de jra n d e p a r t ic ip a ç ã o nos


d e s t i n o s :'.as com unidades in d íg e n a s , r e p r e s e n ta r ia m , p r a tic a m e n te ,
un b r a ç o armado d os segm en tos s o c i a i s anteric^rm ente c i t a d o s . A tra
v ê s de su a a ç ã o , o s d o n a t á r io s , s e s n e i r o s , f a z e n d e ir o s e c o lo n o s
ob tin h ara a n e c e s s á r i a m ãc-de‫־־‬o b r a e a l ib e r a ç ã o de t e r r i t ó r i o s so
b r e o s q u a is r e a liz a v a m a e x p a n sã o de su a s a t i v i d a d e s a g r á r i o - e x -
p o r t a d o r a s e p e c u á r i a s . As b a n d e ir a s podiam s e r c o n tr a ta d a s por
p a r t i c u l a r e s , p e l o s G overnad ores ou C a p it ã e s - D o n a t á r io s . A campen
s a ç ã o eco n ô m ic a p a ra os p a r t i c i p a n t e s e r a a g a r a n t ia Ue s e a p r o -'
;:■riarem d^is í n d i o s cap tu rad D s. Os a‫;־־‬r ¿ e n d idos eram r e p a r t id o s en­
t r o o s p a r t i c o p a n t e s . U t iliz a v a m -n o s :'a m an eira ou e consi^'.eravam
m a is co m p en sa d o ra , ou v en d ia m -n o s a o s i n t e r e s s a d o s , ou o s d e s lo c a
vam p a ra a s s u a s p r o p r ie d a d e s , onde trab alh avam como e s c r a v o s .E r a
comum que uma p a r t e do prêm io p o r e s s e s s e r v i ç o s p r e s ta d o s f o s s e
a e n t r e g a de l o t e s ou s e s m a r ia s , o que tr a n sfo r m a v a o b a n d e ir a n te
d e e x p lo r a d o r em c o lo n iz a d o r . A l o c a l i z a ç ã o d o s a ld eam en tos se­
g u i a :‫כ‬a d r ~ e s e s t a b e l e c i d o s segu n d o c r i t é r i o s em que as p r e o c u p a - ‫י‬
ç õ e s fu n d a m e n ta is eram a s da s ‫;־׳‬c ie d a d e d om in an te. A ssim , a n e c o s -
s i d a d c '.’ue >s g r u p o s da s o c ie d a d e d.:m inante se n tia m de p r e s e r v a r
113

a s s u a s v i l a s d o s a ta q u e s de g ru p o s incTíyenas a in d a n ã j dominadr.3,
ie te r m in a v a ia a p r e jcupaçã:.‫ ׳‬com a l,.‫׳‬c a li s a ç ã o de aldeai'aentos era '¿yon
t ■3 e s t r a t a j i c o s . O utre f a t !r jue lev a v :! a e s c 'lh a >.’-e n ,vas a r e a s
l^ara a l , c n l i 2 açião d as a l i i e i a s , e r a a n e c e s s id a d e de terem m ão-d e-
'i-'ra n a s pr x im id a d e s dos engonh<>s, v i l a s 3 p o v o a ç õ e s , como f orn a ‫י‬
do g a r a n t i r um su o le ia e n to 3‫ ך־י‬t r a b a lh a d o r e s , que p e r m it is s e a c o n t¿
n u id a d e das a t i v i d a . ’e s im p la n ta d a s.

Os m e c a n ís n o s u t i l i z a d o s n e s s e p e r ío d o vã■‫ ;־‬d e s l e a co a çã o f í s i c a ,
m a n i f e s t a n as aç ■■es das b a n d e ir a s , a té o c :n v en cim en tc •‫־‬la p o p u la -'
ça..; in d íg e n a a t r a v é s (‫ סי‬p ro m essa s .le m elh o res ‫ ״‬n i i ç õ e s de v id a e
a c e s s o f ã c i l a fe r r a ia o n ta s , se m e n te s e nian u fatu rad os o u t r u s . Era a
’p r o ie s s a .'.a al.un lâ n c ia e de p a d r õ e s " c i v i l i z a d .‫׳‬s" le v id a . (V ide a
e s t e r e s p e i t ‫ ע‬C a p ítu lo I) .

lu tr V seg m en to a l i e n í g e n a 'e yranv^e im p o r tâ n c ia na v id a d j s grup‫׳‬..s


i n lip o n a s , n e s s e p e r í dd!, f .) i .‫־‬,• ’‫ ״‬:s j e s u i t a s . P ara e s t e s , o s í n d i -
3 eram v i s t js fundm tientalm rfntc com . p agãos que d everiam s e r c o n - '
ju ista d o G p ara a f é e para i n t e r e s s e p r ó p r io da I g r e j a , em g e r a l ,
e :'as Ordens i l e l i g i >sa3, ora ; .; a r t ic u la r . Oa ald oam on t >s j e s u í t i c o s
f u n c i ;navam com. u n id a d es pr ,d a t iv a s t a . ãvaraá de m io‫ ־‬.:,e“ .‫״‬.‫׳‬ra ‫י‬
■ouanto a s d e m a is. 0 regim e de a t i v id a d e e r a i n t e n s o e v o lt a d o p ara
a pr,;duçã■•' de m e r c a d o r ia s . ‫ י‬t r a b a lh .‫ ־‬e r a encaradlo nãu meramente '
p e l ‫ ׳״‬â n g u lo econom ic,■, n as tar:1Lém com ‫ ג‬ação v o lt a d a p a ra a c o n q u is
t a d-js e s p a ç a s nã... ca^a.l^s p e l a "graça d iv in a " . U s te tralD alho de­
V e r ia feer um c a r á t e r r ; t i n e i r , e o r g a n iz a d o p a ra que s u r t i s s e o s e
f e i t . s s ‫ר‬c i a i s "esaja.'.^s. Daí p orq u e as a t i v i ‫ ״‬a d e s a s s i s t e m ã t i c a s ,
c jra a c a ç a e a p e s c a , n ã: orara c ‫׳‬:‫׳‬n s id e r a d a s com' adequadas ã s pro
^ • 3 t a ?5 e s t a .' .e l e c i d a s . Vejarais comw HEVES (1978) a n a l i s a pr<;^lema:
‫״‬O t r a ,.alh. , a r a c i ..n a l _‫׳‬cu p açã ‫ ע‬:'o ter. ; c r i s t a - .‫ ׳‬õ s i n jn in - oe c ¿
v i l i z a ç ã o . A ssim , na v e r c a d e , o s j e s u i t a s não vêem a ca ça e p e s c a
d )s " n r a s is " coiao alguma c o i s a q u e e f e t iv a m e n t e p u d e sse s e r chama-
d,0 d e tra b a lh :^ . Era um e s t r a n h o , p e r ig o s o , f o r t u i t o "jogo p a ra a
s u b s i s t ê n c i a " , ou alguma c o i s a p ró x im a . Alêm d i s s o , u g e n t io t in h a
com‫ ״‬f - ; r t e s m arcas d i s t i n t i v a s a p r e g u iç a e a o c io s id a d e que sã o ‫י‬
a n t a g ô n ic a s a ‫ ל‬t r a b a lh o . Os in a c ia n o s nao viam a coaçao a d e te r m i­
n a d o s t i p ;3 d e e x p lo r a ç ã o e co n ô m ica a t é e n tã o não p r a t ic a d a s p e lo s
i n d í g e n a s c m:‫ ׳‬s u p r e s s ã :^ da l i b e r b‫ ן ד‬e . :‫־‬:•.gora sim é que h a v ia l i b e r
d a d e m a s . . . p a r a ‫ ג‬t r a a lh . e c o n tr a a o c io s id a d e , a i n d i s c i p l i n a
e a d a s o r g a n i s a ç ã .‫ נ‬.
120

" T r a b a lh a v a -s e t o d o s o s d ia s da semana à exceçac' > dfnningo, y u a n -


do o tem po e r a ro p a r tic .;.‫ ־‬p ;r o u t r a s .:■cu:)aç‫~׳‬Gs p r e v i s t a s e não ra.^•‫־‬
n 3 c r i s t ã s ‫ ־‬,u c r is tã m e n te " a d jn itic .a s" ” (NEVES, 1 9 7 8 s 1 3 1 / 2 ) .

li3 s o r eg im e in t e n s .: ■...e t r a b a lh o , v :‫׳‬I ta d o fu n d araen talm en te p a r a a


produçã:;• da a r t i .j o s c ‫ >־‬m e r c ia li 2 ã v e i s , r e 'lu z ia , ou mesmo, e lim in a v a
ü t e n p j d e s t in a d o :‫־‬ara a o 'jte n ç ã o d i r e t a de p r o d u to s d e s u b s i s t â i
c i a . P r in c io a lm e n t e o c o r r ia en a r e a s , cjm^ O liv e n ç a , - embora e s t e
n a i s t a r d i o - :m le a s r io r c a d o r ia s orü d u 2ic‫ י‬as não ; od iam s e q u e r s e r
consxim idas - v.-s r o s á r i o s f e i t o s d e c o q u i l h o s . E s t a r e a l id a d e s e re
fle tia no p ad rão .'di vi'^.a d e s s a s p 1;);:‫׳‬u l a ç õ e s , p r in c ip a lm e n t e ao n í­
v e l d 1‫ ־‬a lim e n ta ç ã , u ju e o s t o r n a v a m ais v u l n e r á v e i s ã s e p id e m ia s .
0 p ■rcess i de d ep o p u la ç ã o por q u e p a s sa v a u os a ld e a m e n to s j e s u í t i -
c 3 ‫י‬, oue e r a agravad:■; p e lo s c o n s t a n t e s a ta q u e s que s o fr ia m d o s g ru
p o s i n J í j e n a s não a ld e a d o s , le v a v a ã d e s a r t i c u l a ç ã o d as u n id a d e s ‫י‬

p r > d u t iv a s . D a í, em seu c o n j u n t o , a docu m en tação p a r e c e - n o s a p o n - ‫י‬


t a r que h a v ia uma n e c e s s id a d e c o n s t a n t e para o s j e s u i t a s de o b t e r
t r a b a l h a d ‫נ‬r o s s u p le m e n ta r e s , que l h e s r e r m i t i s s e raanter a v i a b i l i -
d a l e de su a s a t i v id a d e s o a p o s s i b i l i d a d e de e x p a n s ã o f u t u r a . O r e
s u l t a d o e r a a c o m p etiç ã o que te r m in a v a por s e e s t a b e l e c e r e n t r e o s
j e s u i t a s e o s c o lo n o s ‫־‬m anto à p r io r id a d e que a C'-roa d e v ia e s t a b e
l e c e r q u a n t‫ ׳״‬a:, a c e s s . o c o n t r o l e do‫ ׳‬t r a ’:?.lhador in d í'j e n a .

. i s p u t a e n t r e colon■ 3 e j e s u í t a s 50 m a n if e s t a v a n o s in ú m eros avm


ç '5 e r e t r o c e s s ,,s - t i .1 ‫ די־‬por ca d a un d e ss e s se g m e n to s na l u t a p e ­
la ,.e f in iç ã o do reg im e de t r a b a lh o d os n a t i v ' ‫׳‬s . In úm eras t e n t a t i v a s
foram e s t a b e l e c i ‫׳‬d.as no s e n t id o d e p r o i b i r a e s c r a v id ã o e o u t r a s '
t a n t a s no s e n t i d o de g a r a n t í - l a .

r* p r im e ir a ' e c is ã ^ l e g a l que t e n t o u p r e s e r v a r e g a r a n t i r a l i b e r d a
, ;s p‫ ׳‬:v:;3 i n . l í je n a s f o i a B u la V e r i t a s I p s a ‫ ״׳״‬Papa Paul:: I I I '
e n 1 5 3 7 . Porém , j ã observam os q u e a c a r t a p c ; n t i f í c i a nã ‫ ע‬c h e g ju a
s e r le v a d a em g ra n d e c o n s id e r a ç ã ‫׳‬-' p e l o s c o lo n o s e d o n a t a r i o s . IJn '
1 57 0 a Coroa p o r tu g u e s a também t e n t o u d e c la r a r a lib e r d a d e i n d í g e ­
n a , r e a fir m a n d o o s p r i n c í p i o s b á s i c o s e fu n d a m e n ta is f a B u la papaL
ll.j e n t a n t e s t a le g is la ç ã o ; taiabêra f .) i ig n o r a d a n a su a p r a t i c a ■ li-
â r i a na c o l o n i a . Em 1609 f o i j r e i F e l i p e I I I d.a Espanha que t e n - '
t ‫ ״‬u im por a l e g i s l a ç ã o que g a r a n t i a a lib e r d a d e d os í n d i o s . E s s a '
t e n t a t i v a p r o v o c o u r e a ç ~ e s t ã o v i o l e n t a s ‫^רן‬..'r p a r t e 103‫ ׳‬co lc jn o s e
d e m a is i n t e r e s s a d o s , que f o i r e v o g a d a d o is an os d e p o i s . Uova l e g i ¿
la ç ã f á in s tit u i.a e n e la s e p r o c u r a v a c o n c i l i a r .,‫׳‬s i n t e r e s s e s e
121

o p in ic e s c )n tr ã r ia s . a e s c r a v iz a ç ã o in : ’.iscrirA inaIa,po■ ‫־‬


rem e n c o n t r a v a - s e form u la c m c i l i a t õ r i a p e r m itin d o a e s c r a v iz a ç ã o
d a q u e le s ‫^־‬U‘2 fv ‫׳‬ssem a p r i s i jna■‫־‬: ;s era "guerra j u s t a " . 0 quo ã e f i n i a
‫ ; נ‬u a l i f i c a t i v '. ;'.e "guerra ju s t a " eram p r e t e x t o s f ú t e i s n a n ip u la -
' o s p e l o s segn :3n tos in t e r e s s a d o s em o b te r as t e r r a s ‫ר‬u ^8‫ נ‬t r a b a lh a
■;^^‫׳‬r e s i n 2 ‫׳‬I g e n a 3 . \ l e g is la ç ã : • c",e 1655 c r ia v a ou p e r m it ia que o u - ‘
tr is form as ‫ ״‬e a p r isio n a m e n to fo sse m p r a t ic a c la s . A ssim surgiam a
fig u r a " in lio le corcla", ou s e j a p r i s i o n e i r o s de o u tr a s t r i b o s
^jue e s t a r ia m con d en ad os à m orte e eram r e s g a t a d o s p e l a compra en
::ue s e u sa v a como m ■eda m iss a n g a s , fe r r a m e n ta s , rou p as e o u tr o s '
u t e n s í l i o s . Continuavam en fr a n c o d e s e n v o lv im e n t‫ נ‬o s d e sc im e n ta s
'e com unidades i n t e i r a s . E s te s poderiam s e r p r o v o c a d o s p e la coaçã:■
-u ! e l o c ‫ר‬nvanci^ent:■ f e i t ‫ י‬a t r a v é s de ^!ri^messas le m elh o res c o n -
d i ç ~ e s le v i d a .

Os I n d io s eram u t i l i z a d o s coito tr a b a lh a d : r e s oo. ^:‫כ‬ra^ p ú ; .l ic a s , em


em p reen d im en tos p a r tic u la r * :;s, e eram b a se para c á l c u l o .'.os b e n e f í
c i ,-s a u f e r id a s pelciS f u n c io n á r io s r esp o n sá v eir ; p e l a sua a d m i n is - ‫י‬
tr a ç ã '.;. Hos a ld e a m en to s j e s u í t i c ' . s , cada grup ‫; ע‬.e 25 c a s a i s ora
e n t r e g u e ao s c u id a d o s do um m i s s i o n á r i o . Cora e s t a m edida e l e s e '
g a r a n t i a uma p e n s ã > da C^roa, além da a u t o - s u f i c i e n c i a d e s s a u n i-
d a lo a I n i n i s t r a t i v a , yue é p o s s i v e l oue ten h a tanLeia fu n c io n a d o '
ct ra^ pr ,d u t iv a , )btiJ'.a com a p r o d u çã ‫׳‬.! de alir.‫ו‬e n t .‫ו‬s p ara o consum‫׳‬:■
i n t e r n o e de m er c a d o r ia s p ara c o n ie r c ia liz a ç ã A p en são‫ ׳‬da C.;‫׳‬ro a
I h e s g a r a n t ia a manutençã■^ das m i s s õ e s , i n ’epen''.entem ente ;"e f a t o
r e s i n t e r n o s e e x te r n o s ad v ers as. Assira de!; :■;.■ulação, f a t o r e s c l i -
n á t ic .y S , más c c d h e it a s ou d if ic u lc la d e s de a c e s s ‫״‬.■ ao m ercado, p a ra
v e n d a d a s m e r c a d o r ia s p r o d u zid a s eram a b s•'r v id a s se n maio>rea im­
p a c to s.
A le n da com i-etiçã:■ p ‫ ־‬r tr a b a lh a d o r e s e por t e r r a s , a r e c u s a s i s t e
m á t ic a d.;;s j e s u í t a s om covlerem o s in d io s a l ’.eado3 p ara em p reen d i­
m e n to s p a r t i c u l a r e s e p ú b l i c o s , ’ •rovocou c o n s t a n t e s ch^^ques e o
a c ir r a m e n t o a t i n g i u n í v e i s i n s 1: ^ o r t ã v e i s . C';roa f o i o b r ig a d a a
T e f i n i r de f jrma m ais p r e c is a . ‫ ׳‬problem a da a d m in istra ç a c/ da o u e ¿
t â o i n d í g e n a , e lim in a n d ‫־‬, a d u a lid a d e e x i s t e n t e e n tr o a l e g i s l a ç a . .
e a p r á t ic a das r e la ç õ e s e s t a b e le c id a s .
7^ !••:■sição a d o ta d a p e l o s j e s u í t a s t o r n a v a - s e caJa v e z m ais . ' l i f í c i l
d e s e r s u s t e n t a - l a , p r in c ip a lm e n te por ‫״‬ue além d a s p r e s s õ e s e x e r c i
0 0 1 -3‫ ע‬c. l ■nos, a nova f i l o s o f i a gr)vernam ontal p o r tu g u e sa c h o -
122

c a v a - s e com a m a n eira dcjs inacian ■ >s g erirem ¡s aldeaxnent ^3 . E s t e s


c :neç^ram a s e r v i s t o s nao a p en a s corao e n tr a v e s eco n ô ra ico s, mas
t~^‫־‬a ‫״‬:‫ ך‬C.MV1. uma ameaça ‫ ב‬se g u r a n ç a in t e r n a .'a c o l n n i a . .‫ ך‬i n s i s t e n
c ia - /3 ‫ ״ כ‬s u i t a s em manterera :‫;׳‬s s e u s r e d u to s fe c h a d o s a.,/ c o n t r o le
^ o s a J ,n in is tr a J .o r e s :a Coroa o em negarem a ‫ ;ע‬a r t i c i p a ç ã ‫ כ‬dos in d ¿
.-■3 aldea.d.os em e n o reen d im en t js p a r t i c u l a r e s :■u p ú b lic o s fa zia m c ei
^ue fo s s e m d e n u n c ia d o s por n ã ‫ ־‬p e r m itir e m a integraçã■;■ n a c io n a l '
’ a s a r e a s g e o g r á f i c a s o das p:‫־‬p u la ç c e s rjue n e l a s ha'>itavam sob a
su a j u r i s . l i ç ã o . As a c u sa ç õ e s s e fa z ia m cada v e z m ais f j r t e s , p r in
c ip a lm e n t e num p e r ío d o em que a grande p r e o c u p a ç ã ‫ '״‬p o l í t i c a d.■ G j
vern ‫ !־‬,r tu g u a s pode s e r d e f i n i d a com ‫ כ‬v o lt a d a p a ra a promoção da
i n t e g r a ç ã o t e r r i t o r i a l , dem 3g r ã f i c a , p . r l í t i c a e 3 .c i a i a t r a v é s da
c o n s o l i '.ação d a s f r o n t e i r a s in t e r n a s s e x t e r n a s .

c ã . e s t a s p r e o c u p a ç õ e s b á s ic a s ■_;ue vão c a r a c t e r iz a r a n .‫׳‬va e ta p a '


a d .m in is t r a t iv a in s ta u r a d a d u r a n te n a d m in is tr a ç ã o do Marquês de ‫י‬
P.jrabal, .;uv, ‫ ־‬d^maçaremos a á r ia lis -ir ag >ra.

O Parí ido Colonial da r»1ministração d-j ’lar juês ■le Pm^al

.‫־‬x ^ . l í t i c a p r u la lin a calcnva-se ea p rin cí ‫ ־‬1 ‫ ׳‬s a ‫>־‬nsi-.erado3 i^ri .rLtãrics na


aciainistração da CDl.^nia. ,rjssim, as preocupações era p r m ver a integração e fe
t i va da populaçã.. estavam vincúlalas ã definição ■le fr .n te ir a s conquistadas à
Esi. cnha e jue haviam si:¿:; ‫־!׳‬tic'as ea lu ta can as p‫״‬.pulações in-a^íaias.

Jã ora 1751 as precxjur-ações fun:2a11aGntais 2essá p.'.'lítica fcraa explicada ‫ ב‬no í -


tt£ú 33 das instruç‘õ es envialas p el .‫ י‬Ilarquês de PomLal a Gemes Freire ’a I^.lra
de a 21 ’e setembro de 1751;

"E c:m_' a f :•rça e a ri:iuosa de t dos os p aíses a )n siste principalmente no nü-


í.ier. o rm ltip lica çã gente .310 .‫ נ‬ha.bita? 00‫מז‬.‫ כ‬e ste níkier'^ e multi^-licaçã:;'
,a gente 3e faz TiOís inJüspensãvel, ag^ra na Raia d > B r a sil, para sua ‫״‬efo sa ,
‫ ׳‬m u it. f^ic tan :.r 0£3agad0 os es‫־‬p anh'is nas fron teiras deste
cin razã;‫■■־‬.d> vastr‫׳‬
co n tin e n te , ande não ]_jj.-.lecíx.s ter segurança se nã.j povoarmos, ã masraa pr{..p.‫ר‬r^‫י‬
çã o , as nossas pn jvíncias desertas q‫־‬ue confinam oati as suas povoadas; e ccmo
e s t e gran.le núrrvor. de jente que ã necessário para p.:)voar, guarnecer e susten­
ta r uma tão desma2id a fronteira não p0(‫ג‬e humanamente sa ir deste R^jin.- e Illias
a .’.jacen tes; porque cdnda ‫׳‬gue as Ilhas e o Seinn ficassem inteiramente d e se r -‫י‬
t ;3 , tudo isscj não i.astaria que e sta vastíssim a :?aia fo sse p.)v; ada; não . só
ju lg a S.ci. n ecessa ri‫׳‬: .:ue V.Sa. o:mvide, gm os estímulos acima indicados, 03
Vr-153s.alos do mesito Senhor, I<einículos e i^ericanos ;,ue se acham civilizac'tos ,
rias, tarn].-éra, . 3 ‫ גך‬V. Exa. estenda os mesmos e )utros p r iv ilé g io s aos Tardes,
123

g i^ .se estabeleceram hds Pcmínios ‫־‬o S .: l., exaraiiianfQ V. Sa. as 03nc'àc‫׳‬õ es ;ae
la e s fazera js I-aJIres ¿*.a Cimoaníiia Espanhóis y o a ‫נ‬nca'~en-:o-‫בע‬es outras a nosioa
iitãtação/ que s5 não sejam !■juais, mas ciin^la nm s favcirávais; Je scjrtG que .■
l e s acheta ‫ ג‬seu in te r e sse em vivaran nos IXatilnícs ¿e Portugal/ antes c!Uv3 ncs
.‫־־‬e Espanha (grifo noss j ) . 0 msio Kf^s e fic a z , em sarnelhantes casos, ê o Ic:
:‫ ־^יגר‬s e serviram os Rrinanos acra 3‫ כ‬Sa::in2s , e com as raais 1 3 » ^ ‫ זדג‬,jaa, de1X)is,
foram incluin.?.>.. n. seu Ir¡\.irio: 0 .^ue, à sua imitaçn!j, esta:olec3u o gránele '
Ij20r.so Ce Ar.u-ja3r.jue na primitiva fiiilia Oriental? e .]ue os Ingleses estão a-
tualinente ‫מ‬r a tic 3nc.‫י‬o na Timérica Setentri3nal, coia o sucesso de haversra ganha-
Jo 21 graus ’.e c ^ t a s ‫׳‬i3re os Es0‫־‬cjnhõis. I s tc se r e ’uz, em su jstân cia, a c‫כ•ך‬l s
‫_־‬-‫)׳‬ntJs, os ‫״‬juais sHo! Primeiro, a a ) lir 7. Exa. to ?a a cliferença entre P ortu-’
gueses e Tapes j privilegiando e :^istinguinc^o os prirneir ,3, 4^1an:‫ נן‬casaran ccm
f ilh a s dos segunc.‫ו־י‬s; •leclaranfl‫ '־‬cjue .s f i l í i s •Jle seraelhantes n1atrira!;nio serao
reputados par naturais ‫״‬e ste íteinD e n ele hã:.eis rara o f í c i ‫־‬s o honras, con-'
f«^rntG a g rx lm çã . ea .juo v puser 0‫ ־‬seu procecZimento; e estenc'enlo, por i s s ‫־‬.• ,
V.‫ ׳‬ílito p r iv ilé g io a e ste s filh o s de Portugueses e In fia s estreines, Cjü sorte '
. ‫ גגד‬, mesrro o r iv ilé g ij vã ssí^jre se ccníunican.:o a t.‫ ־‬las as outras gerações :je
l a mesma razão, Segunuc, 05c.)IherQ^1-se 3‫ כ‬Governadores, Magistrados e mais
soas do Govemo d estas irwas povoações, ■da sorte que sejam homens de rfeiligiã;-.
J u s tiç a e Indenenklência, i s t . e , em suma, da piales ju^ se o^stumara -.uscar pa­
rr. fundiadorvis, e :y¡■¿, óUficm 'lD toi’Vjs c.1a a.xegulari‫׳‬:'ade do seu procediimentq,
riinntenham o resp eito das l e i s e conservem a paz p fc lic a entre os bdvos ha/ji-'
tojitag das referidlas fron teiras, sen permitirem que haja na xírninistraça.:■ e
ainiZa nas matérias JjS grê^a a riisnor diferonça a fav‫־‬r d ‫־‬s ^rtu.jueses, aos
qu ais deve ser muito es^ecialnento def^did,‫ ״‬, deoaixj i ‫־‬ena ;^ue se axocute
irreinissivelm ente, ridicularizesn os referidos Tapes e outros semelhantes, cha
mandc^lhes !3ãr’-arí0s, Tai;uics, o a seus filh '!s, mestiços e outras senelhantes
entonomãsias de ladrLbio e in jú ria. O ^113‫ ־‬se pede, tamí:®!, acautelar, e x p li-'
cand :-s e r: .s Prelados e Párocos g r in ’e prejuizo ._ue dw t a i s f a t .s r esu lta Zj
se r v iç o ■.le Dous, no iiiç/eciiíient‫ ;״‬Ja am versão das alrnas, e 3:.‫ י‬in teresse de El
TRei N. Sr. no outro irrpedimento ( s i c ) , la pr::;pagaçã:, e m ultiplicação das vas­
s a l o s , para que 03 d ito s Pãrooos e Prelados contriLuam ^>ara os mesmos fin s ,c o
‫־‬,peranclo ,.>ara e le s on caxisa comum o:m os Gc^veraadores e Hagistrados r esp ecti­
v o s. ültimainsnte, acmete S.M. ã prudência de V. Exa. na:.• s5 o oportuno lasv' de
t'-d'js e s t e n e ic s , mas tamíjéra .jue V. Sa. no caso du desco':rir iti^is alguns que
lh e pareçam ú te is e conformes às circunstâncias desse Estado, rs aponte para
sare!t1 : ;resentes ao mesrao Sr, cuja paternal providência so acha muitc esp ecia l
n en te cç‫׳‬lic a d c à segurança desse C‫ ^׳‬tin e n te e à felici(^*ade !l.;s seus Ea'^itantis
("iTrr^uês ds¿ I‘‫^־‬tv:.al ‫ ־־‬Primeira Carta se c r e tíssim a .. . para servir d¿; suplementa
124

?.3 instruç~as jaa Hac f ;r^m envir;:".as sc jra v. f ■ma Jla execução do Tratado de IA
n it o s . 1 ^ 1 6 7 : 331- 3‫ מ‬, 1 ‫) נ‬.
C^nsi larara's ,jucs ;3‫ ר‬pr 3 .>a1 .aç5üs fun-lnrjcántals pcdeci ser iüân tificn das aa 20i s '
s u t ‫״‬res fun!b1r1en t 3± 3 , ain.''.a que intirximsnte relacionados. Quanto ao se tc r exter
iiD, ‫ ד‬r.vita est?j ■aleci .'.a era ‫״‬e ;;ar2n t ir as fronteiras disputac3as cm a Espante
Fia t&rnu s internes 0 11si.:ercsn s c.:íto . jran‫־‬ja -.:•)jetivtj a ser atingido ‫י‬ in c r e -‫״‬
ment'' ".a 'oxjonsão e c l .nizciçãí:: c'‫ '!!?־‬fornia de jarantir o plervií ‫׳‬J ir e ito Je pro-'
^riv^laiici .’.CBterras oDniuistca.Tns. ^.-’ara a efetivação desse proposito, era p reciso
jca‫־‬aj1t i r a mã ■- ^si-::Lra necessária, :issira c'm3‫ ־‬a garantia ‫ כצי‬sucesso d esta pro­
posta p o lít ic a , dei-en^'ia da efe tiv a integraçã,; .la prpulaçã:■/ que r e s i l ia cjentr.'
das f r .n teiras através 'Xi um processo de descaracterizaçã‫ ׳‬las e tin ia s que vi^,^
ar. n‫ ״‬te r r ito r io ';ra silo ir: e a impr.sição dos padrees ila s o c ie la ie dcminante.

O -jaa ^xdcanjs constatar, n■: ¿ntnnt.., õ ._rao essas duas rre: cu:‫נ‬açces fundarnentais
estavam ¿‫׳‬rofurLlainsnte vincúlalas e s'! através da consecução d:: d-jetivTj interno
■3 .jio a ?Ietr\y 13 poôeria realizar a proposta a n í v e l i n t e r n a c i . n a l . E ssa
ligaçã■^ dava um d e sta .ju e m u ito g ra n d e ao prob leitia i n ' .í g e n a , j ã que
e s t e e r a a L ase fu n d araen tal. P ara a c o n c r e t iz a ç ã o da p r o p o s t a pora“
O a lin a de e f e t i v a r in t e r n a e ex tern a ra en to a ocu p a çã o e p o s s e d e f i ­
n i t i v a das t e r r a s ‫ ״‬r a s i l a i r a e do e s t ir a u la r ‫ >״‬su r g ir a e n t‫ ׳‬. de uma 3_0
ciad a:1e que a p r e s e n t a s s e c o e s ã o e u n ifo r m id a d e c u l t u r a l .

A l e g i s l a ç ã o p om b alin a r e f e r e n t e e s p e c i f i c a m e n t e ao p rob lem a i n d í ­


g en a e s t ã e s t r u t u r a d a n 3‫ י‬s e g u i n t e s docu m en tos; L e i de 6 de ju n h o
■i¿ 1 7 5 4 , _ue ab .'lia a a d m in is tr a ç ã o taraporal d o s í n d i o s sob j u r i s ­
d iç ã o 'os j e s u í t a s , que a t e e n t ã o acum ulavam -na cora a r e l i g i o s a ;
L e i de 7 de junh■.: de 1754 era que s e p r o i b i a q u a lq u e r form a d e e s - ‫י‬

c r a v iz a ç ã o i n d íg e n a , g a r a n tin d o a o s í n d i o s o d i r e i t o de ven d erem ‫י‬

liv r e m e n t e a su a f o r ç a de t r a b a l h . a quem o f e r e c e s s e m e lh o r e s pre


ç .;3 ; A lv a r á da 7 de j u l h j de 1 7 5 5 , a t r a v é s do .;u a i s e Ó eterm in ava
a ^ x p u ls ã d . s j e s u í t a s d a s P r o v í n c i a s do M aranhão; L e i d e 8 d e raa-
i', do 1 7 5 6 , p e l a q u a l s e e s t e n d i a a d e c is ã o c a p i t u l a d a no A lv a r á ‫י‬

a n t e r i ‫־‬.‫׳‬r à s d e m a is P r o v ín c ia s dc B r a s i l , e s e d e te r m in a v a a e l e v a ­
ç ã o d o s a n t i g o s a ld e a m e n to s a v i l a s , p ovoad os ou p a r ó q u ia s g a c o ib

t i t u i ç ã o do " govern o c i v i l " e n t r e o s ín d io s ? e o D i r e t ó r i o Que se


D ev e O b ser v a r n a s P o v o a çõ es d o s í n d i o s do P ara e M aranhão, d e 1757,
d o cia tien to em q u e foram e x p r e s s o s , de form a m a is s i s t e m á t i c a , cs
p r i n c í p i o s a õ ir iin is t r a t i v o s que p a ssa ra m a r o j o r a v i d a do^s aldecim ai
to s .
:-.tr a v é s d e s t e c .)n ju n t .Io D e c r e t ; s , L o i s , A lv a r á s e D i r e t ó r i o s , o
125

21arqu33 de -^orabal p rop os nova form a acSiaini s t r a t i va que v is a v a a ‫י ־־‬


t i n g i r o s o b j e t i v o s e s t a b e l e c i d o s s in t e g r a r e n a c io n a liz a r o s gru
p o s i n d í g e n a s . i’v tr a v é s do in c re m en to do e n s in o da lín g u a p o rtu g u e
s a e p r o i b i ç ã o o u so da lín g u a g o r a l como forma de coraunicação in
t e r n a a o s a ld e a m e n to s , p ro cu ra v a a c e le r a r o p r o c e s s o de d o s i n t e - '
graçac p a d r õ e s s õ c i o - c u l t u r a i s e s t a b e l e c i d o s , impondo m ais e -
f i c i e n t e r a e n t e o s í a s j c ie d a d e d o m in a n te. Outro o b j e t i v o d e f i n i d o '
e r a o d 3 prom over a in te g r a ç ã o t e r r i t o r i a l a t r a v é s da d im in u iç ã o
da a u to n jm ia d os aldearaent::s, tr a n sfo r m a n d o -o s em v i l a s , p ovoações
ou f r c g u o G ia s , sen d o a sua d ir e ç ã o e n tr e g u e a j u i s e s m u n ic ip a is e
v erea ò '? ro 3 d as Câmaras ■ iu n ic ip a is. Com o s s a s m e d id a s, o quo 30 '
c j n c r e t i s a v a e r a a in s e r ç ã o d e s t a s u n id a d es no s is te m a dom inante
o s e u c o n t r o l e p e l ‫׳‬. p.^\er c e n t r a l , elim in an d v> -se a autonom ia que
a n t e s d o sfru ta v a in c.jm ‫ נ‬u n i .lados s c ' c i a is a d m in is tr a d a s apenas p e l a
ordem i n a c ia n a , n a s f )ra da e s f e r a c •ntr -la d o ra do Governo !■leal .
r. f-.rraaçã^! r e l i g i o s a , elem en to in p -;r ta n to n , c ^ n t e iit o , pass::u a
s e r de r e s p o n s a b ilid a d e d:s p ar‫׳‬:>c :b s e c u la r e s in d ic a d ;3 p o la D io c e ‫־־‬
se.

A n e v a l e g i s l a ç ã o g a r a n tia ‫ ד‬lib e r d a d e i n t e g r a l do3 í n d i o s , i n c l u


s i v : 2, a do v e n d e r liv r e m e n te a su a f o r ç a de tr a b a lh o em t r o c a de
s e l ã r i o . Os j u i z e s ficavara e n c a r r e g a d o s de f i s c a l i z a r o cumprimen
t . c.os c o n t a c t o s e s t a o e l e c i d o s . O utra de su a s c a r a c t e r í s t i c a s e r a
a d e e lim in a r t j d a e q u alq u er f3rm a de p r iv ile g ia m o n t ; 3 d is c r im i
n a ç ã . , jferecen d -■ en torm., s l e g a i s e t e ó r i c o s a ig u a ld a -lo e n t r e ‫י‬
.3 í n d i o s c ‫■״‬s 'om ais c i '.adãos ■la C oroa.

Podem os a fir m a r qu e em term us de p l í t i c a e x te r n a ‫ ־‬a g a r a n t ia das


f r n t e i r a s a t r a v é s da c o n s o lid a ç ã o 2a ocupaçã■.^ d o s e s p a ç o s - a l e
g is la ç ã o s u r tiu o s e f e it o s ''03ejad ‫׳‬D s. ?;!rem, o mesrr3 nã^• pjdem os
d i z e r a n í v e l d e p o l í t i c a i n d i g e n i s t a . A pesar d o s e f e i t o s l i o e r a -
l i z a n t e s , o s s e u s e f o i t o s p r á t i c o s q u an to ã e lim in a ç ã o d os m eca ‫י ־־‬
n ísra o s de dom inação da s o c ie d a d e e n v o lv e n te s o b r e o s grupos i n d i -
g a n a s , não s e a l t e r aa:am fu n d a m en ta lm en te. T a lv e z te n h a , a t e xaesmo,
acentuad-■ a s c o n t r a d iç õ e s coa o p ro j e t o de in t e g r a ç ã o fo r ç a d a de
e t n i a s .';;astante r’. if e r o n c ia d a s o p ou co d is p .) s t a s a assum irem a p o ­
s i ç ã o ou e Ih o s e r a r€v3erva‫׳‬la p e l o s u b s is te m a d^ominante da s o c ie d a
d.vj ■ g lo b a l.
A lg u n s f a t o r e s s ã o ap(m tados como r e s p o n s á v e is p e lo in s u c e s s o d e£
s a p r o ;jsjsta co n r e la ç ã o a n e l h o r i a d a s c o n d iç õ e s do v i . ‫־‬a das comu
126

nira.'-ija InJiIgonaG . P r im e ir o podem os a f i m a r •:;ue, na p r á t i c a , o que


tí‫־‬i3r- l e g i s l a ç ã o v i s a v a a t i n j i r c o n c re ta m e n te e r a a e lim in a ç ã o de
u n i c a ‫״‬e3 e c o n ô m ic a s , s j c i a i s ü p o l í t i c a s f , ra do c o n t r o le da Coroa,
n a s q u a is s e p o r d u z ia uma a c u n u la çã ,.‫ ׳‬da c a p i t a l não a p r o p r iâ v e l .pe
1-j -governo m e tr o p o lit a n o ou s e u s s ú d i t o s da c o l o n i a . E s te s c o n s ic e
ravaia como m eta p r i o r i t á r i a a ocu p a çã o 0,‫ י‬e s p a ç o s , en que pudessem
oxpan-.iir a s s u a s a t i v i d a d e s , o <> u so 10‫ ־‬n ã o -d e -o b r a c a p a c ita d a ao
e x e r c í c i o das a t i v id a d e s i n d is p e n s á v e i s 0..‫ נ‬d e se n v o lv im e n to da p ro ­
d u ç ã o . A j u s t i f i c a t i v a p o l í t i c a a le g a d a e r a a de que o s aldeam en -
t ,‫׳‬s fornavara " q u is te s ” s o c i a i s é tn ic a m e n te d i f e r e r e n c ia d ) s , aiaeaça
d o r e s à s e ju r a n ç a o à e s t a .b i l i ...ade o ? .r c s il e d j s is te m a cc^ lo n ia l
p o r t u g u ê s . C on seq u en tem en te, p .an )3 a firm a r que a l e j i s l a ç ã o e s t a
v a m u ito poucQ preocu pada c ‫>־‬n a r e a l ii ' a d e , n e c e s s i . ‫׳‬adas e a sp ir a • ‫י ־‬
çZoB d js grup: s in d íg e n a s . E ssa inad .eq uaçã‫ ״‬f o i uia dos f a t o r e s p re
s e n t e s n:, i n s a c e s s : ;.essa açã ‫ ׳‬l e g i s l a t i v a .
I^azõua a d m in is t r a t iv a s tarabõra c o n c o r r e r ara ¿.o form a a p r o v o c a r im­
p a s s e s que nã,> ;.;erm itiran ; p lo n fu n cion am en to da p r o p o s ta pomba­
lin a . D f a t ‫׳‬. do o cargo de D ir a t .r de a l c e i a não s e r rem unerado ge
r u :0: .)lona.s s e r i s o 0‫ י‬d i f í c i l s o lu ç ã o . A f a l t a de i n t e r e s s e dss
p e s s . a s e:a s^ can. id.atar;;n a ‫ ׳‬o x e r c í c i ‫־‬.■ de t a l t a r e f a r e d u z ia as
p o G s ib iliJ .a d e s d e opção e n t r e e le m e n to s c a p a c it a d ■3 ni: d e s e n v o l v i -
n e n t o d o s e n c a r g o s que eram de su a r e s p o n s a b ilid a d e . L: j 3‫ ־‬, ‫־‬ que
s e a p resen ta v a m eram a q u e le s que não estavam c a p a c i t a d js .u a■pa.‫•ג‬-‫י‬
l e 3 quo tinharr. i n t e r a s s o s c - n c r e t i .s na ex p lo ra çã .v .'.o tr a b a lh .‫ ״‬in r .í
g e n a ou na de s u a s t e r r a s p ara e n r iq u e c in e n t o p r ó p r io . O d i r e i t o '
d e c o b r a r \ana q u o ta , como form a d e r e s s a r c im e n to p e lo tr a b a lh o que
desem penhavam na d ir e ç ã o d os a ld e a m e n to s, to r n a v a b a s t a n t e v u ln e r a
v e i s a s p r o p o s ta s l i b e r a l i z a n t e s ‫י‬ p r . j a t o . O utra forma de a u f e r i
n o n t ‫ ״‬de r e c u r s o s o e l jS D ir e t o r e s c;ra •‫־‬. do fu n c io n a r e n corac i n t e r ­
m e d ia r lo s n os c o n tE a to s e s t a b e l e c i d o s e n tr e o s i n d io s e o s f a z e n ‫' ־‬
. . e i r o s i n t e r e s s a d o s na c o n t r a t a ç ã .; d os tr a b a lh a d o r e s in d íg e n a s ou
n. a r r e n d a m e n t.) d as t e r r a s dos a ld e a m e n to s.

O utr. a s p e c t-. n o j a t iv > que s e r ap on tad -‘ f >i a f a l t a de c r i t é


r i ■s m a is e f i c i e n t e s na e s c o lh a d os a ld ea m en to s que deveriam se
t r a n s fo r m a r e:a v i l a s , p ov ad ;3 . ‫׳‬u p a r ó q u ia s . P a r e c e -n o s q u e , fu n -
:.am entalm ,::nte, a s r a s" e s :‫־‬o n d er a d a s estavam r e la c io n a d a s com i n t e
r o s s e s r o l í t i c .3 e econom ic 3 ‫׳‬, o com a c n cep ção urbana da s o c i e -
o n v o lv a n t e , 3 nã‫ ״‬con as r e a i s c o n d iç ó e s e p o s s i b i l i d a d e s de
127

t r a n s f ormação d a s comuni7'‫׳‬.adas a tin jiv :-a s . Por s e r e n d i s t a n t e s c a rç2


a lid a ¿ le v i v i d a p e l e s y r u 5 : ;‫־‬s jUca a l i r e s id ia in , o s e f a i t o s i n t e ^ r a t ^
V .3 e in â r a ic o s ponaa V.s p e l o s l e g i s l a l e r e s , a c u r t c p razu nao che^
-jarara a sa c o n c r e t i z a r n^s mr^ldes p r e v i s t o s )U p e l o laenos não nos
n í v e i s e sp e r a .'-o s. Os e f o i t o s s e f i z a r a n s e n t i r ao aum entar a corape
t i ç ã o com o s d em a is t r ;1^ a lh a -lo r es e .jS p r o p r i e t á r i o s r u r a i s , ‫ נ‬:¿ue
a c ‫״‬n t u j u ‫ כ‬p r o c e s s ^ .Te in c o r p j r a ç ã ;■ de t e r r a s d o s a ld ea ra en to s que
perderam > c a r á t e r com unal. No e n t a n t o , a p e sa r de p r o v o c a r o a g r a -
vam entc das c o n d iç õ e s da v id a J o s í n d i o s , a n í v e l da v id a e c o n ô m i­
c a d as n ‫״‬v a s v i l a s , p ova.T t.s -u p a r ó q u ia s o s e f e i t o s e s p e r a d o s de
‫ ;־‬.r^gresG • ■ ncão s e fis e r a m s e n t i r c m a rac-sma in t e n s id a d e «

H u v e tar.tjõm p rob lem as g e r a d .s p e l o abandon: s i s t e m a t i ‫ ג ס‬d as a tiv i_


dad es lo s u b s i s t ê n c i a p e la s p o p u la ç õ e s in d íg e n a s 3m t r :'ca de s a l â -
r i s ir r is ó r io s . E s t e s não l h e s p erm itiara m an ter p a d r õ e s ad eq u ad os
i a lim e n ta ç ã . e d otern in aram r ‫׳‬:;mpi:1:‫־‬e n to d a s r e l a ç õ e s e c o n ô m ic a s
e s . . c i a i s G 3tabolv¿cida3 b>asicar:1ente em term os de s o l i d a r i e d a d e ,q u e
p assavam e n tã a s^ r c m ¡ ,e t it iv a s a n í v e l i n t e r n ‫ •־‬e e x t e r n o . O utro
â n g u lo so b ro oual 3 e r a n a l i s a d ; : p rob lem a d as n o v a s r o l a - ‫י‬
ç õ e s de t r a ’jalh'., fji ■_ agravaraento ■.’.as c :)n d iç õ e s de d e p e n d ê n c ia e -
c...nôm ica d as com unidades i n l í j e n a s , j ã que e s t a s d e ix a ra m de s e r ‫י‬
u n i d a ' e s produti^^^as a u t - s u f i c i e n t e s , a t é mesm.‫ ;׳‬err! term o s de a l i - ‫י‬
n e n t a ç ã o . Aim.;a p ‘:em :3 c n s i d e r a r cora;:• o u tr o f a t o r d e c o r r e n te cias
n ■vas Condições o m ijr a ç ã f r ç a d a ou e s tim u la d a de p a r c e la c o n s i -
d e r ã v e l f a p .p u l a ç ã . m a s c u lin a , q u e s e o s lo c a v a ^^ara a r e a s e n :ju¿
a su a f .r ç a - d e - t r a v a líij e r a u s a d a , f: s s G em p r o p r ie d a d e s p a r t i c u l a
r ‫׳‬o:s ou )bras ; . ú l l i c a s . ■luitas v e z e s a d i s t â n c i a e r a gran d e e o p e -
rí r.o ‘le tempo dera r a l , ; que je r a v a . 5gu a f a s t a ia e n t o da v i d a co
m u n itã r in :• r 1 ^n^ 5 ‫ר‬r í d o s . ? r e o t a v i a tanbém 3 e acen tu avam ’
a s m^‫״‬i f i c a ç õ e s s v .c i a i s , j ã i n s t a l a d a s r. p a r t i.r d e . u t r :3 f a t .: r e 3 ,
G q u e s e agravaram com o d e s e q u i l í b r i '.e m o jr ã fic o g e ra d o pel:'■ d e £
lo c a m e n to d os homens jcjv en s. Com:; c o n s e q u ê n c ia d e s s a m edida t e m o s ’
a i n t e n s i f i c a ç ã o d os casam en tos i n t e r é t n i c o s , a l i á s , um d.'S o‫׳‬b j e t i
v o s p r o p ô s t s p e l o s l e g i s l a d o r e s , com:j m an eira d e a c e l e r a r o p r o - ’
c e s s o de i n t e g r a ç ã o d as p o p u la ç õ e s in d íg e n a s à s o c ie d a d e n a c i o n a l .

e le v a ç ã o 3- ‫ ר‬ald.eam entos a v i l a s , lu g a r e j o s e p a r o q u ia s p r o v o c o u
a d i s s j c i a ç ã :■ da c:.muni:'‫־‬ade em te n a ,.3 ‫• ־‬ic. nÔmicos e s ‫־‬j .c ia is d e v i d o ,
_ > r in c ip a lm e n te , à !.e s c a r a c to r is a ç r .... .’.o s is t e m a de p r o p r ie d a d e c : ‫׳‬mu
n a l e a t r a n s f rmaçã ; ^as to3rras em l o t e s i n d i v i d u a i s , ccm a e l i m i
128

n a ç a o Cos m ecan ism os de p r o te ç ã o d as t e r r a s in^’-ígon as c o n tr a o a\an


ç o p^É'pretado p e l o s c o lo n o s e f a s e n v ie ir o s . 03 t e r r i t ó r i o s d os al^.ü
niA ontjs aram e n c a r a d o s , f o s s e a n í v e l da c o lo n ia cu da m e tr ó p o le ,
0-.‫גמי‬1:‫ י‬p a s s í v e i s de exploraçã••‫ ׳‬m a is p r o d u tiv a p e l o s grupos dom inantes
e d ir e t a m e n t e i n t e r e s s a d o s na p rod u ção a g r í c o l a .

p e r d a d a s t e r r a s determ in ou a tra n sfo r m a çã o d o s ín d io s em a s s c ila


r i a d a s r u r a i s , d e p e n d en tes das o;^)^rtunidades o f e r e c i d a s p e lo s s e t u
r e s de a t i v i d a d e s a g r íc o la p a r t i c u l a r e s ‫־׳‬m por oL ras p ú b l i c a s , o
em f r a n c a c o n c ‫'־׳‬r r e n c i a com o s tr a b a lh a d o r e s a s s a la r i a d o s da s o c i o -
C.ade e n v o l v e n t e . P r r c u r a v a -s a , a ssir a , tr a n sfo r m a r o s ín d io s em c:.‫־‬
lo n . s , p r o d u to r e s de m e r c a d o r ia s , ou sm tr a b a lh a d o r e s a serem u t i ­
l i z a d o s por p r o p r i e t á r i o s na f a s e de expansão da ã r e a ocupada ou
do i n t e r ^ f ic a ç ã o d as a t iv id a d e s p r o d u t iv a s .
Em t^ rm js de B a h ia , e s s a l e g i s l a ç ã o a t i n g i u a lg u n s d os a ld ea m en to s
e x i s t e n t e s , p a r tic u la r m e n te a .ju o le s em que a a d m in is tr a ç ã o e r a j e ­
s u í t i c a . Os le m a is, què estavam s r b ' a d ir e ç ã o de C a r m e lita s d e s c a i
ç o s , !•■adres s e c u l a r e s . B e n e d itin o s ou Capuchinh: 1s não foram a t in g ¿
d o s . ii p r e o cu p a ç ã o m aior e r a com a in c o r p o r a ç ã o do p a tr im ô n io dos
i n a c ia n o s ao E s ta d o , o que n os p e r m ite i n f e r i r que a s d e te r m in a ç õ ís
não eram tã o j e r a i s e a ;^ ra n g en tes, c:3mo s e p o d e r ia su p o r , ‫גפ‬a s d ir e
c lo n a d a s p ara f i n s c n c r e t j s e p re-v ^ eterm in a d o s. Os j e s u í t a s eram
0 a lv o p r e t e n d id o . J ^ leja v a -so r a z õ e s econ ôm icas e o f a t j de serem
uma urdem r e l i g i o s a de origem e s p a n h o la , alãna da :p o siç ã o que faziam
ao c o n t r o l e do E sta d o so b re s u a s a t i v i d a las e c .!nÔmicas e m i s s i ma­
r i a s . O que s e o b se r v a v a e r a o aum ento da h . s t i l i d a d e c u n tr a a r í ­
g i d a p o s i ç ã o , que o s j e s u í t a s a d ita v a m , de c o n t r o lo da v id a d o s a l
d e a d o s , p a r tic u la r m e n te no t o c a n t e à e x p lo r a ç ã .‫ ־‬d ‫ נ‬tra 'ja lh :. i n ‫י‬í.Je
na, ‫ ע‬que le v o u à adoção d e s tcP m ed id as r e s t r i t i v a s à sua aqo.:■,
h. D io c e s e da B a h ia t i n h a , na o c a s iã u da promulgaçã.) das c it a d a s l e
i s , 3C a ld e a m e n to s . P e s t e s , 20 foram ^ t in g id o s p e l a s n-va.3 .eterm i
n a ç õ e s , con form e s e pode o b s e r v a r na r e la ç ã o a b a ix o , na q u a l i n d i ­
cam os a p e n a s a q u e la s que forcim e le v a d a s â c a t e g o r i a de v i l a , povu"
a ç ã ) ou p a r ó q u ia :
R e la ç ã o d o s a ld e a m en to s a t i n g i d o s p e la L e g is la ç ã o Pom balina na Pio*
c e s e da B a h ia .
1 - S o u re - a n t i g a a l d e i a de N a tu b a , a d m in istr a d a p o r j e s u í t a s , s i
t u a d a à margem d i r e i t a do r i o H atu b a, a f lu e n t e da margem e sq u er d a
129

r io I t a p ic u r u ,H o j e é c o n h e c iJ.a p e lo nv,)mG Je Hova S c u r e .


“ O liv e n g a - a n t ig a a l d e i a de 1‫ן‬..'3 3 ‫ ד‬Sonlicra da Escada d j O liv e n
ç a , a J ia in is t r a d a p..>r j e s u í t a s , s it u a d a na P onta dü ItapuH , n u n ic ¿
!ji■-; d e I l h é u s , h o j e c o n h e c id a p , r O liv e n ç a .
m ” B a r c e lo s - a n t ig a a l d e ia de Maraü, a d jn in istr a d a por j e s u í t a s ,
s i t u a d a na b a ía de la ra ú , h -.je c o n h e c i..a pel:; njiae de B a r c e lo s .
IV - Santarém - a n t ig a a ld o ia d e Serinhaêra, a d m in istr a d a o r j e s u
i t a s , s it u a d a na f o z do r io C a c h o e ir a brand e, h o je c o n h e c id a p o r
S a n ta ré m , se d e do laun ícipicj da I t u b e r a .
V - T ra n co so - a n t ig a a ld e ia de São J jã o dos T a p e s, a d J n in istr a d a ‫י‬
p o r j e s u í t a s , l o c a l i z a d a na f o z do r i b e i r a , •/.o T r a n c o so , m u n ic íp ij
de ? o r t o S e g u r o , a in d a h o je c o n h e c id a por T ran cas >.
V I - V i l a Verda - a n t ig a a l d e i a de P a t a t ib a , a .Ira in istra d a p or j e ­
s u í t a s , s it u a d a na margem d i r e i t a do r i bu ran hén, no m u n ic íp io ‫י‬
..;e P j r t o S e g u r o , h o je c o n h e c id a p e lo mesmo nome.
V II - Pombal - a n t ig a a l d e i a de Cana B rava, s o ’3 j u r i s d i ç ã o j e s u í ­
t i c a , l o c a l i z a d a na margem e su q e r d a do m éd ij .! a s s a c a r á , a f l u e n t e '
do r i o I t a p ic u r u , h o je c o n h e c id a p e lo mesn n n o , n : n u n ic íp i,: do
R ib e ir a do Poml^al.
V I I I ~ A ljra n tes - a n t ig a a l d e i a •’ 1= l o i t a n g a , a d m in is tr a d a p or j e -
s u i t a s , s it u a d a ao n o r te da fo z do r i o J o a n e s , h o j e c o n h e c id a p or
^J‫ב‬r a n t e s , no m u n ic íp io de C am açari.
IX ‫ ־‬V iç o s a ‫ ־‬a n t i g a a l d e ia de V i ç o s a , a d m in istr a d a p or j e s u í t a s '
e l o c a l i z a d a na f o z do r io MarCijã, h o je c o n h e c id a p o r dova V iç o sa ,
s e .le do m u n ic íp io do mesmo nome.
X - P rado - a n t i f a a l d e ia do P r a d o , a d m in istr a d a p o r j e s u í t a s , s ¿
tu a d a na margem esq u er d a do r i o do Prado ou J u c u r u c u , a t u a l s e d e '
d .) r a u n ic íp i.. d, P r a b , c o n h e c id a p e lo mesmo nome.
XI - D^jlrao>ntG - a n t ig a a l d e ia d nesmo nome, a .!m in istra -la je ­
s u í t a s , na f 2‫ נ‬dr ri■. Jequitinh^^nha, a t u a l se d e do m u n ic íp io de
B e lm o n te e c o n h e c i ''a p e lo mesmo nome.
X II - Tomar ~ a n t i g a a l d e ia do J e r ú , a d m in istr a d a por j e s u í t a s , s i
tu a d a em S e r g ip e , h o je c o n h e c id a p or T m ar do J e r ü , se d e do m uni-
cí¡^io uü mesiTiJ rioitie.
X I I I - P ed ra B ranca - a n tig a a l d e i a de H ossa Senhora do íT azareth'
d a P e d r a B ra n ca , a d m in istr a d a p o r c l é r i g o s e c u l a r , s it u a d a e n t r e
a S e r r a d ‫ כ‬Campo A le g r e e a S e r r a do G u ariru , ou da J i o õ i a , ao siA
m éd io r i o P a ra g u a çu , no m u n ic íp io de S an ta T e r e z in h a , h o je c o -
n íio c id a p e l o mesmo nome.
13‫ר‬

XIV - A lc o b a ç a - a n tisja a l .l a i a d e Sã.j B ernardo cie A lc o b a ç a , n a fez


^1-0 r i ü Itan h aS m , no r a u n ic ip io c^.e A lc o b a ç a , h j j e c o n h e c id o p a lo itiís
mo nom e, s e n ‫ ; ״‬u n pequeno ‫■ י״‬voad-o,.
XV - P o r to J--le‫׳‬j r e — a n ti'ja a l d e i a de Sãc‫ ׳‬J ■3e de P o r to A le^ jre,ta n t‫־‬
‫׳‬..éra c o n h e c id a y o r M ucuri, a d m in is tr a d a p o r j e s u í t a s e s i t u a d a ‫ ־‬na
b a r r a do r i . l u c u r i , sed a do a t u a l m u n ic ip io de i u c u r i.
XVI ‫ ־‬S e n a v e n te - a n t ig a a l d e i a d e .^ e z it i h a , a d n i n i s t r a d a p o r j e ^
íta s , h o j e c o n h e c id a por G u a r a p a r i, n.; E s p i r i t o S a n to .
X V I I .- A lnad a - a n t ig a a l d e ia d e N o ssa Senh ora da C‫ ״‬n c e iç ã o d o s '
í n d i o s G ren, a d r a in istr a d a p. r j e s u í t a s , s ir u a d a n a margem d‫׳‬.,‫׳‬r i o ‫י‬

I t a í p e , h ;‫׳‬j e c n h e c id a p e l ) mesmo nome.


X V III - T avora - a n t ig a a l l? .i a d e J u r u , a d m in is t r a d a p o r j e s u í t a s
e s i t u a d a n.; m u n icip io ‫ י‬de L a g a r to , em Sor j i p e ,
XIX - lir a n d e la - a n t ig a a l d e i a do Saco d os M o r c e g o s, a d m in is t r a ­
da p o r j e s u í t a s , s it u a d a a margem e sq u e r d a do m éd io .I a s s a c a r á ,a flu
e n t e do m édio I t a p ic u r u nc a t u a l m u n ic ip io da R ib e ir a do Pom bal ,
h. j e c jn h e c id a p e lo nesmo nome.
XX - A lm eid a - a n t ig a a l d e i a d o s R e is M agos, a d jn in is tr a d a p o r j e s u
íta s , s it u a d a no a t u a l m u n ic ip io do V i t ó r i a , no E s p í r i t ‫ ־‬S a n to .

A p esa r la e le v a ç ã :. d e s s e s a ld e a m e n to s a v i l a s , p a r ó q u ia s e poV v.a-'


o o s , o oue im p lic o u , na p r á t i c a , na a l t e r a ç ã o do r e g im e de a d m in i£
t r a ç ã o tem p o ra l e r e l i g i o s a , além d . d e sa p a re cim e n t•: d.a p r o p r ie d a ­
de com unal e da transf.)rm açH o d 3 ‫ ״‬í n d i~ s en a s s a l a r i a d : 3 , j .ganc.o-
js num p r o c e s s o ;le c..m petiçãv. v i :le n ta c •ra r o l a ç ã ‫׳‬,' à e s t r u t u r a do
fu n cio n a m e n to d e s s a s v i l a s pou co f:.;i a l t e r a d o . A m a io r ia d e l a s con
tin u a ra m a e x i s t i r como a ld e a m e n to s , i n c l u s i v e d u r a n te o s é c u l o '
XIX. Ê o c a so de £ o u r e , O liv e n ç a , Maraú ‫־׳‬ju B a r c e l o s , S an tarém , Trai
c o s o . V i l a V er !e , ?.)m:/al, A b r a n te s , P ra d o , P ed ra B r a n c a , A lc o ],a ç a ,
P o r to A le g r e e lir a n d e la . D esconhecem os o p e r ío d o e como s e proces_
s o u a tra n sfo r m a ç ã o dos a ld e a m e n to s p e r t e n c e n t e s à D io c e s e da Dahi^,
mas l o c a l i z a d a n o s e s t a d o s de S e r g ip e e E s p í r i t o S a n to . (VILHEílA ,
1969:460/1; DÔRIA,1977,ms:11/20? íiONIZ 2ARRET0,1856: 66) .
Podem os d i z e r , e n t ã o , que 2 0 , uu s e j a 55,5% dvos a ld e a m e n to s e x i s t e n
t e s em 1758 foram e le v a d o s a v i l a s ; e ‫ ׳‬:.e s te s , e x c e tu a n d o - s e o s l; .c a
l i z a d o s em S e r g ip e e E s p í r i t ‫ ׳‬/ S a n tu , o oao fa z r e s t a r 16 a ld e a r a e n -'
t o s , d o s q u a is 13, ou s o j a 31,2% perm anecerai^, na seg u n ‫’׳‬a m etad e '
do s é c u l o XIX, como a ld e a m e n to s, i n c l u s i v e , em term o s a d m i n i s t r a t i ­
v o s , r e c e b e n d o v io ta çõ es g o v e r n a m e n ta is e com d i r e t o r nomeado. P or
‫וך י‬

o u t r o la d o , c o n sta ta r a o s que dos 39 ald aam en tos e x i s t e n t e s no p e r ¿


0 C.0 , que ê c e n t r a l t 3 ‫׳‬.ra o n o s s o e s tu d o (1 8 5 0 -1 8 8 9 ) , o t o t a l d aq u e-
l u s q u e , le g a lm e n t e , j a não podiam s e r a ssim c o n s id e r a d o s e r a de
33,3% , ou s e j a 15 niara t o t a l de 3D.

P a r 3 c o ‫ ־‬n o s q u e a r a zã o fu n d am en tal da m anutenção, na p r a t i c a , d e s


t a s v i l a s a co n J .iça o de a ld e a m e n to , f o i o f a t o de não haver m eio s
njra ^ istím u lo s eco n ô m ico s s u f i c i e n t e s para que s e c o n c r e tiz a s s e m ‫י‬

a3 p r o p o s t a s de d e se n v o lv im e n to e m od ern ização que estavam i n t r i n


se c a m e n te p r e s s u p o s t a s nos a t o s l e g i s l a t i v o s . E ssa r e a lid a d e pode
s o r f a c i l m e n t e p e r c e b id a nas d e s c r i ç õ e s que inú m eros v i s i t a n t e s e
f u n c i ‫כ‬n ‫כ‬. r i ‫ר‬is r e a liz a r a m a e s t a s v i l a s d u ran te o s é c u lo .CIX. T anto
£ p ix ‫ ״׳‬. l a r t i u s como lJied-'Jouv7ied, além co lía v a rro (1346) e p r i n c i -
p a ln ^ n te I t t o n i (1 8 5 8 ), que e sc o lh e m o s como i l u s t r a ç ã o o n tr e os
c.eraais, ex p liciteu ra cla ra m en te o e s ta d o de p e n ú r ia era que e l a s v i ­
v ia m ;
”jv; la d o da c o s t a no mesmo d e c é n io de 1037 e 1S47 a s t r i b o s m ais
p r'S x in a s a c o s s a d a s tam’3‫כ‬m p e l a s ‫׳׳‬Ic! i n t e r i o r , começaram a a p r e s e n ­
t a r - s e a o s !.‫־‬l u rad ^ res ‫’■־‬t! £ão J o s é de P o rto .'ile g r ‫־‬.¿ p ed in d o s ' c o r r o '
c .‫׳‬n t r a 's t a p a i 8‫] י‬jraL rs, cjm j e l e s chajaavar.1‫ ־‬a!./S o u tr o s e p ed in d o
paz aos c r is t ã o s .
"Em 1844 t r ê s t r i b o s c a p ita n e a d a s por G ip orok , Mec‫ ־‬Mek e P o t ik , '
que s e d iz ia m irra ã o s, além da t r i b o do C a p itã o U rufú trab alh aram
puxando m a d e ira s p ara a m a tr iz de sHo J o s é .
"Cada r o c e i r o d e São J o sé t e v e o se u k u ru ca, de que uns s e s e r v i -
ara como e s c r a v o s e que o u tr o s ven d iam .
" E ste m a ld ito t r á f i c o dos s e l v a g e n s , m ais in fam e que o doa p r e t o s
d a à f r i c a , tem s i d o a ca u sa de c a la m id a d e s sem núm ero.
"Ãs v e z e s a g u e r r a e n tr e d i v e r s a s t r i b o s t 3m p o r f i n ú n ic o a con ­
q u i s t a d o s k u r u c a s , que são le v a .lo s a .‫ ׳‬morca^.o.
"s ã o J o s é de P o r to A le g r e e r a em 1847 urna a l d e i a m is e r á v e l, p ov o ­
ada em máxima p a r t e p e lo s d e s c e n d e n te s dos Tupiniquim y m u n ic ip io '
p o b r ís s im o , sem a g r ic u lt u r a e sera .:■utro co m ércio sen ão o dos kurxar
ca s. ■
"Cada um c u s t a v a cem m il r é i s . E vinham ao m ercado não s5 o s p r i ­
s i o n e i r o s de g u e r r a f e i t o s p e l a s t r i b o s que a l i com erciavam , como
tam ’j s n o s m en in os d e s t a s mesmas t r i b o s , que l h e s eram a rra n ca d o s
do m i l mx^DS‫( ״‬OTTOíJI, 1853;100? g r i f o n o s s o ) .

Outr: a s p e c t o que n ■s p a r e c e r e l e v a n t e na com preensão d‫׳‬, problem a


132

a j o r a e n f o c a d o , 5 o f a t o da m a io r ia d e s t a s v i l a s , p r in c ip a lm e n t e ‫י‬
a s lo s u l .’ a B a h ia , e sta re m s i t u a d a s em r e g i õ e s jnd e in ú m eros g r u -
p )s in d ig e n a s c ‫?־‬meçavam a s e r d e s a l ‫)־‬je.d >s de s e u s h a b i t a t s . com­
p e t i ç ã o p e l a s t e r r a s e n tr o o s c o lo n o s u 3‫ י־‬i n d i .3 ‫ נ‬d e te r m in a v a o a -
o e n tu a m e n t .i d a s m ig r a ç õ e s in d íg e n a s e a b u sc a d e a n t i g js a ld ca m en -
t;s, a n t e s encontravam r e l a t i v a s e g u r a n ç a , j ã que a l í s e redu
3iam ,3 a t r i t o s d i r e t a s com o s d em ais gru p os e com 3‫ כ‬c o lo n o s . E­
ram , p o r t a n t o , ã r o a s em que s e q u e r s e h a v ia p r o c e s s a d ■ a p o l í t i c a ‫י‬
G s e d e n ta r is a ç ã .^ dos grupos l o c a i s . Poden js c o n c l u i r , c o n s e q u e n te
m e n te , que a s v i l a s eram p o n to s d e a tr a ç ã o e d e f i x a ç ã o da p o p u la ­
ç ã o in d íg e n a , c> que f e z cora que c o n tin u a sse m a r e c e b e r tr a ta m e n to ‫י‬
e s .^ ecial p o r p a r t e do g overno, qu e i n v e s t i r a n e l a s c m : a ld e a r a e n -‫י‬
t 3 :Turante o s sÕ cu lu s XVIII e XIX.

i■‫׳‬ C D n c lu ir , p e lo acim a e x p o s t u , que a l e g i s l a ç ã o p om balina '


f >i r e s p o n s á v e l p e lo a c e le r a m e n to do p r o c e s s o l a d e s i n t e g r a ç ã o d a s
com u nid ades in d íg e n a s . A pesar d e g a r a n t ir a ‫ ׳‬i n d iv i d u o o d i r e i t o à
lib e r d a d e p e s s o a l , o lim in a n r n c ^ n d iç ã Te e s c r a v o p a r a o s i n d í g e
n a s , c r ia v a m ecanism os de c o m p e tiç ã o que e stim u la v a m ‫ נ‬aban.Icjn ‫ י‬des
a n tig .> s p a d rõ e s s u c i a i s e a ad .'çã 3 d a -ju o le s q u e o s í n d i ‫׳‬,‫׳‬s c o n s i d e -
ravam c ‫״‬m c a p a z e s de lh e s f o r n e c e r a c e s s m a is f á c i l ã s t e r r a s e
s a l ã r i ;S. A. e q u ip a r a ç ã o l e g a l I c s i n d i . 3 a j s d em a is s ú d i t o s da Co-
r ‫׳‬-;a t e v e c:;mo c o n tr a p a r tid a a e lim in a ç ã ; d:>s m ecan ism os de p roteçãD
l e g a l que e s t e » í n d io s tinham a quo l h e s p e r m it ia g o z a r de g a r a n t ¿
a3 p r í . t e c i ‫ ;־‬n i s t a s quanto ã p o s s e da t e r r a , e le m e n to e s s e n c i a l p a ra
a 1;1a n u t ‫^״‬nçao d a e s t r u t u r a s o c i a l . P >rén, a form a de a d m in is t r a r a s
te r r a s e s ta b e le c id a -'•rabal f a c i l i t a v a o a c e ss o a e s t a s , por par
t e d o s c o lo n o s , a t r a v é s do E s ta d o . A su a tr a n s fo r m a ç ã o em l'.^ tes i n
d i v i d u a i s u o arrendam ento d a q u e la s que n ã j f o s s e n d i s t r i b u i d a s a^:.s
í n d i o s a l i a w a - s e o fat•,. do c a r g o .Te D ir e t o r d e l n d i ‫־׳‬:s não s e r remu
n e r a d .., c gue c r i a v a , como j ã n o s r e f e r im o s a n t e r io r m e n t e , a s co n ­
d i ç õ e s n e c e s s á r i a s !oara que a s t e r r a s fo sse m u s a d a s como form a de
e n r iq u e c im e n to p e l o s e n c a r r e g a d o s . Da mesma fo r m a , a e x p lo r a ç ã o do
trab>alho in d íg e n a c o n tin u a v a a s e p r o c e s s a r a t r a v é s d os c o n t r a t o s '
e s t a b e l e c i d o s e n t r e o s ín d i..;s e o s f a z e n d e ir o s l o c a i s i n t e r e s s a d o s ,
o u , e n t ã o , o d i r e t o r d ‫ נ‬a ld e a m e n to , c o s o e s t e f o s s e p r o p r i e t á r i o ‫י‬

r u r a l.

N. . o n t a n t :‫ ׳‬, r a .,d ific a ç õ e s de ;^rdem econ ôm ica e p o l í t i c a , g e r a d a s , i n


e l u s i v e , p e l o s f a t o r e s i n t r o d u z id o s p e la ad m in istra çã .:• p o m b a lin a .
133

coitic a expansão de f r o n t e i r a s in t e r n a s no B r a s i l e os impulsos j e -


ra e o s ^ e lo s novos f a t o r e s e s t r u t u r a i s , determinaram a lte r a ç õ e s na
:; - l í t i c a in d ig e n is ta . P rin c ip a lm e n te porque a expansão acima c i t a
:.-la lev,^u a ocupação de n.jvas a r e a s i n t e r i o r a n a s , dando margem a a
trito s com g rupos in d íg en as a t é en tão nã > c o n ta c ta d o s , e que cv.u-
nham f o r t e r e s i s t ê n c i a a e s s a expansão.

O P e río d o C o lo n ia l Põs-Pombal

O p e río d o compreendida e n tr e o abant^.ono ■Aa p o l í t i c a pombalina e a


in d e p e n d ê n c ia dc B r a s il pode s e r c a r a c te riz a d o c:m‫ >׳‬de r e tro c e s s o
n as c o n q u is ta s jã fe ita s em fa v o r do e s t a t u t in d iv id u a l dos ín d i
os b r a s i l e i r , s .

lis p re s s õ e s e a in s a tis fa ç ã o do colonos com o novo regirae de t r a ­


b a lh o e as n e c e s s ic a d e s .d ecorrentes da ocupação de novos e s p a ç o s '
exarcoram p ap e l im po rtan te na d e c is ã o de reform ulação de sua p o l i
tic a p e la Coroa P ortu gu esa. Q u e stio n a v a -se a v a lid a d e da p o l í t i c a
a d o ta d a a t é e n tã o , j ã que e r a co n sid e ra d a inadequada por s e r "fra i
xa" e in capaz de promover a ex p lo ração e f e t i v a do enorme p o te n c i­
al '■
‫ י‬:: r iq u e z a s d is p o n ív e is no p a í s .

O u tra j u s t i f i c a t i v a usada p a ra a e x ijS n c ia das n.:vas medidas e ra


o d e s 'ie r d ic io de t a n t a m ão-de-obra, e x is te n te , mas não a p r o v e ita ­
da ‫־‬..elo seu " e s ta d o de ru d ez a".

à g u iz a de ilu s tra ç ã o desse r a c i.^ c ln i.j, citarera> s o tre c h o do tra


b a lh o de;im membro de im p o rtan te f a m ília de l a t i f u n d i á r i o s I‫״‬ su l
da B ah ia, os Iloniz B a rre to , que ap re se n ta v a no ano de 1788, suges
tõ e s ao r e i de P o rtu g a l quanto à forma de t r a t a r o problema i n d í ‫״‬
g en a .

"S3 ‫׳‬i , Sonh : r , .jue a m uito m3 atrev■‫ •־‬in te n ta n d o c o n tra


o s is te m a quase g e r a l , e seguido p e lo s p o l í t i c o s da na
çã. (que m elhor lh e s chamara in im igos d e la ) de que os
h a b i t a n t e s d aq u elas c o n q u is ta s se devem co nservar em ‫י‬
fro u x id ã o e ig n o r â n c ia ; porém q u al s e r á o p o l í t i c o cor
d a to e de bom senso que me possa co n ced er, que um homan
co n sid e ra d o no e s ta d o b árb aro po:'e conhecer as suas o­
b rig a ç õ e s p ara com Deus e p a ra com o seu Rei? Que f i â e
lid a d e , que o b e d iê n c ia , que c o n s tâ n c ia , que teraor e '
re s p e ite às l e i s se pode e s p e ra r de vim g e n tio e a in d a '
de um p o rtu g u ê s, educad) com aq ueles?
134

C :nseguicla, sen h o r, a reform a e n tr e a to s c a gente do '


mo‫״‬,o que ponCero, com fa c ilid a J e se co nsegu ira : to d a s
as o u tr a s c jis a s , quu se fazem n e c e s s ã r ia s a una s o c ie
dade p .jlid a . Então se desenvolverão as id é ia s da a g r i ­
c u l t u r a e do comércio e de toda-3 as a r t e s .¿ue e s tã o na
q u e la s co n q u istas condenadas a uma profunda ign jrân cia,
ou s e j a , como querem a lg u n s, p .>r t e r e n saido hã ;^-,oucí. '
das mãos da b a rb a r id a d e , ou, como quererá o u tr o s , p;:‫׳‬r '
an d ar a l í , com a f e r t i l i d a d e do p a i s , unida a p re g u iç a
de seu s h a b i ta n te s " . (MONIZ BARRETO,1356:34).

Como se p da d e d u z ir d j documento c ita d o , q u a s tii'n a v a - s e fundaiaen


ta lm e n te a m aneira " p a c íf ic a " com que se t r a t a v a cs in d íg e n a s . Cç_
meça a in tr o d u z ir -s e , ou m e lh jr , a r e s s u r g i r o s e n tim e n t‫ ״‬de que
a p ro ‫י;י‬le m ã tic a d e v e ria s e r t r a t a d a por meio de v io lê n c ia p a ra que
se p rc .c e ssa sse n , com a n e c e s s á r ia ra p id e z , as tran sfo rm açõ es ju l­
gadas n e c e s s á r i a s , como a lib e r a ç ã o dos t e r r i t õ r i 3 in d íg en as e o
engajcimento compulsorio de uraa população ora tr a b a lh o s e a tiv id a d e s
c ■nsi.■'aradas e s s e n c ia i s p ara o desenvolvim ento das r e g ir o s in te r¿
o rin a s .

‫ ס‬documento que d e f in iu a nova o rie n ta ç ã o fo i a C a rta Regia de 12


de Kiai .■ de 1793. iJela se a b o liu o d ire ito dos ín d io s venderen l i -
vreraente o seu tr a b a lh o , re s ta u ra n d o a dominação mais d i r e t a ;.os
tra :..a lh a d >res c:.m >s estím u lo s aos d e sc in e n to s e a imposição de
tr a b a lh o co m pu lsório . Ersim a tiv id a d e s que deviam s e r r e a liz a d a s '
fo ra do p e rím e tro da a l J e i a , f o s s e em p ro p rie d a d e s p a r t i c u l a r e s ,
fv,‫׳‬s s e em o b ras p ú b lic a s . Com deslo-camonto r e s u l t a n t e d essas a t¿
v i d a ’.e s , o que 33 :,.jserv‫ ׳‬u foi ‫׳‬: não ap rov eitaraen to das t e r r a s dcs
al".oamentos p e l .s ín d io s , o jue a c e le r d e n tro da nova m e n ta li­
dade a d m i n i s t r a t i v a , js a rre n t amentos .^os l . t e s a co lo n a s. Teo­
r ic a m e n te , os re c u rs o s a u f e r id o s deveriam se d e s t i n a r a comunidac^
d e t e n t o r a da p o sse das t e r r a s , porém, fundam entalm ente, foraia de£
tin a d a s a o b ra s de i n f r a - e s t r u t u r a das v i l a s e povoações próximas
aos aldeam entos ou ao enriq uecim en to dos D ir e t o r e s . Poderiamos d^
ze r, e n tã o , que nos parece que a nova le g is la ç ã o acentuou aq u eles
o o n to s que destacaraos como re s p o n s á v e is p e la d e s a r tic u la ç ã o in tro
;:u zida com a le g i s l a ç ã o pom balina, g elim inou aq u eles d is p o s itiv o s
rejjresentassem c o n q u ista s e avanços no trato da p ro b lem ática ‫י‬
.;uci
indígena, ;^ s s in , r o tir a r a m - s e as g a r a n tia s de lib e rd a d e in d iv id u a l
135‫׳‬

e trafeaisjento pera^^te a 3,ei a Isodos ■o§ 4■®to | !


a, \1131a ^So d ife re a ia fH o le y a l :^eqijjij^taq-fce de api|,|saç 1io dp cjfit©|:^o^
‫־‬, ,
de q a r ã t ^ i 4 0 0 ^ | ^ ‫ן‬

A chegada da f a m l ||a B c a s il, era 1BQ8, agent^Qu as d isp u tí^


poç. lejqras ^ As g rasas de^se fepSraano p o c l^ qnoon^fadev^ | 61|‫כ‬ ‫ן‬1
do ^o^?ag^ da 4:K1igççLntes se 4^^s|:a^..Tiyem r^o p q í^ , Ça|tj?0Í 1^ os qs^
tfiaulo:! GconSinicc^^ geyadoq pe^a a a p ita ^ i^ ^ ç a o e dina^iizaçao .1.0 §
s e to fe s p^odutilios e c 0 |r|Q|rg4-ais coin 3‫י‬ nrvoq 4-P^^^ttm!3n^os c a§
ncv.a§ m odalidades c.e reJa^S e^ 4í|teynaç3ionais es-t:abg:|.§p|.da^, fofsun?
dc^ grar\de influSr1ç4,,a^ las! o qv^q c 0 |iVG1n ^eq^^altar, n\a4,s i^psia ^ez ,
â av\e a dinami^a^|¡o @9 q|^01f|4:a al%erov1 c a p S te r ''p a c |f iQ 0 ” cl^§
re:|a^5qg I t n i g a i , i3ñ^ta|ando o e^-^ado de Qñt;rii Çp•^
litp^idade^ indlgq^ag e 03 qoioriop apcjia.los p e jo gowerno, A
da¡do de 4,^^staia^S:. de « c o r ç ^ o f e s gope3Eç3ia||", pçi|^g4paJ1t\ei^^p 0‫ןן‬

sv|^ d^ Ba^Hia, á re a f f o n ^ e ^ r i^ a qom tl.iQa§ fep eí‫־‬p,1| t i u n^g !


r e ^ a |5 t í | 43;í^eçS|a:|g^|, Q,§ g ^ Jfp s dos gfandeg p io s , í:o |a s p f i o ç 4 t |
|i a s j passaram a s e r g u a rn e c id a s pom a cons‫־‬tef14^Eo g iia rflll
’eat^aç3p,p?1to3^ ‫כ‬ s(|g^if4©a\fa, do f a t ), g u e rra aos gçupos q\3|^
piq|ç5vi^avgusí poy aquejas SrQa^^ gisturaa^iaaraeíite? i«^ndo gopr*
q\;4 g t^d o §1 o§ |jttirno§ f e e r r itS r io s .ç!upado§ p o r qo<|iedadei i^d|g ep ,s|,
A? iu s ^ if ie a ^ iw a a V|§adas p a |a ‫ ״‬q ^ |a m> H li!? a ç |o , eomo d i | Ç^çio^ ‫י‬
‘l.jre^ça, r|ei!^0 |, ”ç!,or\tim os e!.fít1e^ ^ “1s b âsig o s da no-\^.a p o l í t i c a de O’
^.
p re g il0 | e renova quase litqra^B teR te c s arg^iaen-toa u t:^ 4 ? ad o s f^og
s.êg^log 5ÇVI ^ W % % p ara a de||rv^iç.a:' dos Aixnorê e o u tro s gr\^p-'-‫׳‬S'’»
V !OREIRA IIETO^mn ?3 3 7 619 ?‫ )ל‬,

ila B ahia, a deela:paçao d^ g 1\e|,ça aog Bofe ;e^do | de ^8p3ç e tem ço


pp p oiitos qen-|ça4§ sesr^aría ço^gedida ã fan\£X4a de J g lo í|o n ça |‫״‬
v es da Co§ta< c;ua gsorrefpp^de â Ir^a hoje çoíil^esi■■^^ P'‫־‬W ^ i|® r4a ”
.:a C;>nquista, e a a çlo da %a, Qiyjsão■ U lit a ç ç res,pongSv,@l p§,:|a \
gonsferufio da estra d a eiitr^ íiir^as Gerais e a v4 1 a ãq Delnio^at^o pe‫־‬
lo ^Y-> Jeg\;14 ||ç{i|C)nh^,

A§ Cartas. Rigis^g tie ;^3 pMOf 5 H0ve1abr:> e de c|e|,^5}b|‫׳‬Q %


;^803 :|â <3e||íx|40f béisiça^e.nte,, a jp flítl^ a adotada I s maf7,?
g^ng do ^equ 4| i í 1honha gom a i 1^s,ta^ae!ão da ■|uf1|a l-ítlita r para a I
C onquista e C iv iliz a ç ã o dos |p d io 5 , sob g D çef|d|^^çla do Çonde de
Pa^raa. A p o ^ llig a b&siga d e^ te 5rgSo era a de promover a o^wpaçãp
de noyos esp a ço s apSs o desi^ofcuaentQ d^s populações, ind|ç|§^^s; g^e
haLitavam a r e g iã o , a i^ sta ^ a çã o 1e colon os no^ a n tig o s '•^ erfitl^ o?
136

h a b ita d o s p e la s comunilacles d eslocadas e a a b e r tu r a ‫׳‬l e v ia s C.e co


m unicaçao, qua p erm itissem o comércio e n tr e Minas G erais e o l i t o
ra l J a D ahia. P ara que t a l p ro j e t o se c o n c r e tiz a s s e , c r io u - s e urna
in f r a - e s tr u tu r a m ilita r r e p re s e n ta d a por destacam entos e q u a r t é is
ao lon'j ‫ נ‬do curso dos r i o s , como forma üe g a r a n t i r o clomlnio ríos
a n tig á s te rritó rio s in d íg e n a s . Os mecanismos de desenvolvimento '
as v á r i a s e ta p a s de im plantação dessa nova p o l í t i c a pode s e r in f e
r i !a das C a rta s .l^égias en v iad as p elo Governo C e n tra l ao governo ‫י‬
v.c lin a s G e r a is , era que se defin iam os p arám etros a serera adota­
d 3 na j u e r r a movida aos Botocudo, P rim eiro des tacaríam os a p reo‫־־‬
cupiçã.) en t r a t a r o problema p e la fo rç a das armas "d ev eis consice
rar cono p r in c ip ia d a a .)n tra e s t e s In d io s an tro p ó fag o s urna g u erra
fo n s iv a que c o n tin u a re is serapre, en t.xu.3 03 anos, ñas e s ta ç õ e s '
socas, e que não t e r ã fira senão guando t i v e r d e s a f o l ic id a d e de
V 3‫ י‬a33cnh‫'־‬r a r das suas h a.b ita çõ es, e de os c a p a c i ta r de s u p e rio ­
r id a d e das minhas S eais arm as, de n a n e ira t a l gua, movidos de ju ¿
to te rro r das mesmas, peçara a p az, e s a j e ita n d o - s e ao doce jugo ‫י‬
'a s le is , e prometendo v iv o r en so cied ad e, possam. v i r a s e r va¿
s n lo s ú t e i s , com^ j ã o são as ii1:‫־‬ensas v a rie d a d e s ín d io s , que
n e s to s meus v a sto s Estados do B r a s il se achan aldeados" (,:iO'EEIiVi ‫י‬
lJETO,ns, 13G7; 337) . Outro ponto fun,‫ י‬aülental das novas r e la ç õ e s e s -
t a o e le c id a s fo i o d ir e ito de obtenção de tra j:a lh a d o r e s ín d ig en as
a tr a v é s do aprisionam ento e do seu uso em empreendimentos p a r tic u
la re s ; "que se^jajn consic‫ י‬era d o s corao p r i s i o n e i r o s de g u e rra todos ‫י‬
os In :.ios I30t0cud0 que se tomarem 0 ‫׳‬.‫י‬1‫ ר‬as a rn a s na mão, em qualoucr
a ta q u e ; e que sejam e n tre g u e s p a ra o s e r v iç o do r e s p e c tiv o coman­
dan t e ;.:jor 10 anos, e todo o mais tempo em que d u ra r sua f e r o c id a ­
de, podendo e l e em pregã-los em seu s e rv iç o p a r t i c u l a r d u ra n te e s ­
se tempo, e c o n se rv a -lo s com a devida s e g u ra n ç a , mesmo eia f e r r o s ,
enqjiantc nãc,' d ere‫ ״‬::»rovas do abandono em sua fe ro c id a d e e antropo
f a g ia " ( íOriEIXti NETO,ms,1367 2337/3) . D estacariam o s, a in d a , a proo-
cupação com tra n sfo rm a r 03 a n tig o s t e r r i t o r i o s in d íg en as em lotess
"se fossem logo d is tr ib u in d o sesm arias aps novos Colonos que en-
tra se m na t e n t a t i v a de os p o v o ar, e c u ltiv a r, como o p r i n c i p a l ob
jet© das sau d á v e is p ro v id ê n c ia s que j ã tin h a ordenado e co n tin u a ­
ria a d a r em b e n e fíc io dos Povos dessa C a p ita n ia " (MO.REIl^íA !•íETO,ms,
1967:340). Também a ação dos r e l i g i o s o s f ic a v a claram ente d e f i n i ­
da como a de elem entos rê s p o n s ã v e is p e la r a t i f i c a ç ã o a tr a v é s do '
.batismo da condição d õ 'S s c ra v o dos ín d io s ap reend id os! "ao mesmo
137

c jraai'K.ante (.‫ ■־‬rvlonareis :,¿uú quand-j s o j a o n r ig a d o a d e c la r a r a g u er­


r a ?.13 i n ' i j s , cu■.¿ e n tã o p rocod a a f a z e r «3 d e ix a r f a z e r ¿ ,^ risio n ei-
ro3 .‫> ״‬. -juerra yela-3 ,.a n d e ir a s que e l e p r i n e ir o a u to r iz a r a e n tr a r ‫י‬
n ‫ הי‬c 1\‫־‬r1‫~׳'־‬.qI p c i s , sem e s s a p e r m is sã o , nenhugia .bandeira pod erá en­
tr a r ? .;era e n te n d id :‫׳־‬, :^ue e s s a p r is ã o ou c a t i v e i r o sã d u rará 15 ancs,
c o n ta d o s d esd e o d ia em que forera b a t iz a d o s e d e s s e a to r e lig io s L -,
•juo s e ’. r a t i c a r ã na p r im e ir a f r e q u i s i a por onde p a ssa rem , s e lh e s ‫י‬
‫'־‬ar a c e r t i d ã o , na -paal s e d e c la r e i s s o mesraj, e x c e tu a n d o , poró 1a ,o s
; ,• r is i‫י׳‬n e i r o s homens o n u lh e r o s de men.^r ic a d e " (-iOREIilT! UET0,m3, '
1J675333) .
C n ‫ ד‬r e i n s ta u r a ç ã .' d:j siste m a de ju e r r a e o resurgim entc. -ia f ig u ­
ra d ■b a n d e ira n te r?celer;.>u-se o processo :'.e d e s a p ro p ria ç ã ,‫ נ‬de n‫■;־‬-
v^;3 t e r r i t ó r i o s indígenas e a d e s a r tic u la ç ã o das sr.ciedades ¿ue a-
i n ‫ ״‬a c .‫׳‬nseguiam m anter-se em á re a s não in c o rp o ra d a s ãs propriedades
d s col on. 5 ‫י‬. ja ra n t i a d e sse process.:■ v io le n t o do ex p ro p ria çã o e
de dominaçã■; e r a d ad a,c‫־׳‬:mo j á disseraos, p e la co n stru ção s is te m ã ti-
ca de q u a r t é i s e destacam entos ao Ic.ngo d 0 3 ‫׳‬cu rs vS !..■3 r i o s e r o ta s
c o m e rc ia is . Podem‫ ־‬s n o ta r claram ente e s s a pre-icupaçã^: n tr e c h .:a
c..^rrespondência e n tre o o uv ido r de l‫ה י‬r t o Segur ., José !‫״‬ir c e l i n ria
Cunha e o Conde de L in h a re s ;
"... no d ia 28 do mesm:> .ue3, su b i por t e r r a ã d is tâ n c ia
do meia lõ gu a, fazendvO c e le L ra r m issa , a que a s s i s t i ma
i3 a ninha com itivas fiz e rig ir a fa tu ra destacaiaen-
t ‫׳‬: ;'.enomina::. Llcs.brcos‫ ״‬J .■ ’.ia 23 de manhã e n v ie i o ca-
p i tã o F rancisco de í::^u2 a 1'nlraa a fim de e x p lo r a r :> cciia¿
nho, que deve s e j u i r d e s te destacaraento a te o de iv juiar
. . . " (CüWH:~.,ms, 15/7/1811)
"Por últim o c i e n t i f i c o a V. Exa que por efeitc:;s dns de£
tacamentos le v a n ta d o s em t .‫ נ‬la. a cumarca e alg u n s d e l e s '
0 .11‫ ר‬sua pop ulação, tenho conseguido t r a z e r ã paz .:juase
t.yda a g e n t i l i d a d e , p rin c ip a lm e n te os P ataxõ, que co nt¿
nuanente n js saem en p a z . . . " (CUVíHA,ms ,15/7/1811) .
0 uso de o u tr o s grupos in d í genas cono comJjatentes e r a uma p r á t i c a ‫י‬
ad o tad a p e l.js comandantes dos ;u a r t o i s e destacam entos cora‫׳‬, forraa
de auraentar ‫ כ‬número do homans d is p o n ív e is e de economizar re c u rs b,

já que o engajaraento •le,ssos grupos e ra compulsõriD, não im plicando


em rem uneração. Ua b a h ia , os ;.lenian f:,ram 03 p referid lo s p a ra .; exer
c ic i.i de combates aos b o to cu d j e I-a ta x '. O utra a t i v i .c.'.o em :tuo e s -
133

'3US gru.;'0 s f ‫ר‬raIrl usados de forma abusiva e r a a de a b e r tu r a de e s ­


tra d a s e seu p o lic ia m e n to , como se pode c o n c lu ir d e s te documento,
s e le c io n a d o d e n tre ju tro s :jue tratarn do mesmo• probleraa;
" . ‫ ־‬.Outro p r e ju iz o quo s a n te e s t a c o lo n ia p e la obra re
fe rid a , poi3 os ín d io s que o d i t ‫ '״‬co ro n el r e q u e r ia dos
c a p i tã e s ‫־‬ra ;r e s re s p e c tiv 3 3 dar. a l d a ia s próximas e que
por e l3 s são obrign.dos a t r a b a l h ‫ '׳‬s :‫׳‬a e s t r a d a , â e s e r ta
ram para os m atos, vindo assim a i n u t i l i z a r - s e o in cô ­
modo e despesa de os t e r c iv iliz a d :‫ י‬, com n o tá v e l d e sa r
ra n jo das a l d e i a s asta^ )el^ cid as o d o m estic ad as". (CONDE
DA POlITE,m 3,27/‫־‬Í/lQ0G).
..."a d ireç ão não é a t é a j:.ra c:.'nhecida verdadeiram ente
e 3u a fa stad o do run .‫ י‬:rue se d e s e j a r a p ara a comunica-
çao i n t e r i o r ; não che ja a uxn c:'nt') de r ó i s a .!espesa '
t o t a l p ara a a q u is iç ã o d a s te d e s e n ja n ‫ ;־‬e com a perda '
de 3 ou 4 índiO'S se d o scjb rira m as a l.le ia s apontadas m
d i t a memoria com mais da 700 h a b i t a n t e s , to d a s ch eias
de c u ltu r a s e que em m uita : a paz receberam os n o s s 's
■ e Ihes forneceram o qúe f ' ! ‫־‬p r e c i s o , mandando v o lu n ta ­
riam ente um de cada povoação a receberem n e s ta c id a d e ’
os p re s e n te s com que se costumara b r in d a r ; aqui vieram
conduzidos, foram vacinados e levaram as q u in q u ilh a r i-
. as do seu g o s to . E n tre e s t e s vieram alguns pequenos da
Nação Lotocuda, que não duram m u ito , não o b s ta n te t e - ‫י‬
rem sid o e n tre g u e s a pessoas cu id ad osas que p o r seu gcs
to se empenharam em os fa z e r c r i a r , porem ou p elo gênio
daquelas nação ou p e la d if e r e n ç a de a lim e n to s, toUos ‫י‬
morreram. Atendendo, porém, ao que propõe o c a p itã o e
as re p re s e n ta ç õ e s que n e s te ano me tem sid o d i r i g i d a s '
das v i l a s •le são ‫־‬la te u s . Prado e C a ra v e la s, provend ? a
u tilid a d e , que deve seguir-m e com n u i t a pequena despe­
sa da xieal Fazenda, de se aldearem e s t a s populações e

e s ta b e le c e r com e l a s naquele termo uma b a r r e i r a às in ­


cursões co n tin u ad as do g e n tio bravo em to d as a cos t ; ‫י ׳‬
s u l desde o s u l do r i o de Contas a té o r i o D oce"....
(CONDE DA PONTE,m s ,3 1/05/1007).

Embora no s u l da Bahia predom inasse nesse p erío d o o e sta d o de guix


ra , t)0r s e r uma re g iã o de f r o n t e i r a s em que a d is p u ta p or t a r r a s '
133

te n d i a a se ag rav ar com a in tro d u ç ã ‫״ י‬a novas a l t e r n a t i v a s econô=


n ic a s , nas rG jiõ e s era que n 4 0 h av la esse acaleram ento t‫ ן‬a ocupação
Cíe novos esp aços o clim a e o relacionam ont ‫ כ‬e n tr a inJlics o colones
era d ife re n te . Wessas ‫־‬a re a s onde nao se h av ia renovado te n sõ es e
a ca p acid ad e r e a t i v a dos jru p o s in d íg e n a s , envolvidos no s iste m a '
de f r ic ç ã o in te ré tn ic a , e r a menor ou i n e x i s t e n t e devido a.: a l t o ‫י‬
g ra u de d e s e 3 ta " :iliz a ç ã o s o c ia l 3m que v iv ia n , predominavam os ‫י‬
p rin c ip io s de j a e x t i n t a le jis la ç H o pom.’,a l i ñ a . E sta e r a a situ a ç ã r
v iv id a p e lo s jru p js do n o r te .la Lahia, ja en ad iantadu e s tá g io de
in te g r a ç ã o aos padrões >..:a s ‫־‬.)Ciedade n a c io n a l e cora f r a c a capacida
de de :■porem r e s i s t ê n c i a à dominação impc s t a .

ilas a re a s do expansa■‫־‬, p o re n , prelom inava claram ente e s t a a titu d e


ju e rre ira , j u s t i f i c a d a p o r r¿^z";0 s económicas, como j a referim .js ,
e tambem p ^ r razões p o l i t i c . - m i l i t a r e s . la n ip u la v a -s e o sentim en-
t 'j de ameaça à in te g r id a d e do ■icin;■, corao se e s s e s grupos pudessan
remover movimentos de oposição à ocupação p le n a d ), t e r r i t õ r i ‫ע‬ e
fossem capazes de d e s o rg a n iz a r .> sistem a de dominação p o l í t i c a ’
in s ta u r a d o p elo regime c o l o n i a l .

:.s m o d ificaçõ es p o l í t i c a s que se p r ‫! ׳‬cessaram com a v o l t a de D, Jo


ão VI p a ra P o rtu g a l não chegaram a i n t e r f e r i r profundamente na po
litic a in d ig e n is ta . T a lv e z, como chama aten çã o C arlos M oreira iíe-
to (1376 s 353) , uraa das ra z õ e s tenha s i ‫י‬.:..‫ ־‬a perm anência dos mesmos
homens de in f lu ê n c ia junta.'s c e n tro s .'e d e c is ã , c-mo o Viscon­
de de Cairia ^ ■ íarjuS s •v.e Queluz, r e p r e s e n ta n te s d^.)s i n t e r e s s e s
dos l a t i f u n d i á r i o s , jrup.,‫ ׳‬s o cia l que co ntinu ou a d e te r o maior oo
d e r de d e c is ã o p o l í t i c a e in f lu ê n c ia ju n to ao Governo. Send:.■ assim,
os i n t e r e s s e s econômicos em promover a expansão das a re a s ocupadas
continuaram a predominar na fu rn u la ç ã ) da p : d í t i c a in d i g e n i s t a go

v o rn a rae n ta l.

j.^rimeiru Irapêri

Poderíamos c a r a c t e r i z a r e s s e p e río d o , in c lu in d o aquele de tra n si* ‫־‬


ção, p a r a o B r a s i l, como Reino Unido a P o r tu g a l, como mantenedor
dos p r i n c í p i o s b á sic o s da le g is la ç ã o a n te rio r. re p re s s ã o e as '
so lu ç ~ es g u e r r e ir a s p ara Ci>mbarber a ; r e s i s tê n c ia a in te j r a ç a :. p ro ­
p o s ta p e lo guvernc coEa^nuavam como a tô n ic a do1n4¡n‫ ^׳‬nte nas medid®

a d o ta d a s .

Devido aos in te re s s e s conoJsetOsj das c l a s s e s dominantes nacion ais.


1■

p r in c ip a lm e n te a C.rs l a t i f u n d i á r i o s , podemos c o n s ta ta r a presença


ce p reocnpações cora ;s p r ‫>’ ־‬leraas in .líg en as nas p ro p o stas apresen­
ta d a s ao Parlam ente do Rein ■ Unido em 1821. J o e s a r cie ssrem v ã r i -
■-■s os p r o j e t o s ap rese n ta d o s e, era alguns casos, atõ laesia.) com dt¿‫־‬
ta lh a m e n t > ‫לי‬a s t ‫ד‬nt e g rand e, e le s naD fu ra n considerados c;mo iiri-
p r t a n t i i p e la s C‫־־׳‬r t e s , não ten d o , p o r ta n to , receb id o q u alq u er t i ­
p de a t e n ç ã ‫ ״‬que ira p lic a s s e en d e lib e ra ç ã o scb re suas p ro p o s ta s .
ISA heTO, 19G7 3 5 6 •‫־‬
; HOLAiíDJi,1970:V.III).

mesin.j a p 's a in d e p e n d ê n c ia , guando da i n s t a l a ç ã o f.a A sscralilc-


i a C jn s titu c i^ .‫׳‬n a l d‫ ״‬r 3 r a sil em 1023, 0 p r e s t íg io - d-j p ro p o n en te J ¿
sã B o n if á c io de Andrada o S i l v a in "^luiu p a ra que o seu p r o j e t o de
e l a ’/0raçãQ de uma p o l í t i c a in d ig e x .is t a , que rom¡pia com a t r a d iç ã o ,
f o s s e c o n s id e r a d o . Segundo ‫׳‬i o r o ir a ile to s "E ntre a p e r s p e c t iv a huma
n x s t i c a do J o s é ij o n if ã c io e o s i n t e r e s s e s !‫׳‬.¡ásicíjs dos g r a n d e s pro
p r i e t ã r i o s de t e r r a s que c o n s titu ia m in d is c u t iv e lm e n t e a c l a s s e ‫י‬
doijainante do p a í s , p'rv!valGceran e s t e s ú l t i m o s , impondj a c o n tin u ¿
dado dos volh;;3 mãtodos i n d i g e n i s t a s do p e r io d ‫־‬.) c o lc : n ia l" . (MOUEI-
.o. UETO, 19 ó 7 , mn; 3 5 G) .

Apesar d,‫־‬s s e p r o j o t .‫ ׳‬não t e r sido im plantado, consideram os i n t e - ‫י‬


re s s e n te re s s a lta r alguns p o n to s, em c o n tra p o siç ã .; a.! Regulamento
In te rin o p a ra o ‫! ״‬..eamvint.^ e C iv iliz a ç ã o dos ín d io s Lotocudo do
Mio Doce da P ro v ín c ia d E s p írito Santo, e la b o ra d a em 22 vle ja n e ^
r ‫ ו‬de 1324. A r a z ã ‫ ׳״‬d.essa escolh:!., d e n tre o u tr o s documentos, d e - ‫י‬
Vtí-se a considerarm os o p rim e ir o , ‫^ ר‬e J o s ã b o n if ã c io , como re p re
s e n t a t i v• . d.e uma c o r r e n te c.:.e o p in iã ‫ כ‬que não e r a ju lg a d a adequada
a ' moment‫־‬, e às an siedades da c la s s e dom inante, a dos l a t i f u n d i ã -
ri3 s , o segundo p <r e x p r e s s a r a v isão d e s s a c la s s e , ten;?.• .‫ י‬sid o ‫י‬
encampada pe 1.. g ‫ ׳‬vornc.>.

:011 .3 p ■dem s e r c• )nsidarados con ‫ נ‬eminentemente d is c r im in a to r io s '


e p r e c o n c e i t u ‫־‬:s G. ? ‫■;״‬rém, d.cumento da J^sé b o n if á c i‫ )־‬afirm ava
que p a r t e da re s p o n s a b ilid a d e .‘lo in su c e sso da p o l í t i c a in d ig e n is ­
ta se d e v ia aos a to s p r a tic a d o s por elem entos in te r e s s a d o s em se
a p ro p ria re m das t e r r a s e dos tr a b a lh a d o r e s in d íg e n a s . Embora os
cc)nsidera ”p re g u iç o so s, desumanos, d esag red ecido s e in im ig o s " , a­
c r e d i t a v a que eram capazes '.o s e r a p ro v e ita d o s nvim novo e s ta g io '
'tí desen vo lv im ento, p o is eram capazes de ab so rv er os ensinamentos
‫ ¿גןז ׳‬lh e s seriam "pacientem ente" m in is tr a d o s . J u s tific a v a o estãgi:;
. o a tra s o em que se e n c 'n tra v a iu p elo f a to _le (a) terem poucas ne-
141

c e s s i .’a'ies ‫)־׳‬u nenhuma; (b) , se alim o n taren fa c ilm e n te com a caça e


a c o le ta , r e a liz a d a s cora f a c ilid a d e devido a riq u e z a das f l o r e s t a s
isn :¿uo viviam? ( c ) , não p re cisa rem de ro u p a s, casas ou comida luxu
a s a ou mais complexas; ( d) , não terem i ^ e i a ‫'־‬e p ro p rie d a d e , nã': de
r.ejarem (’.is tin ç õ e s ou v a id n le s s o c ia is . Afirmava que eram incapaz(s
de se i n t e r e s s a r por fenômenos que não sc relacio n assem diretam en­
te com su a s a tiv id a d e s g r o s s e i r a s e im e d ia ta s . C.,.nsequentemantG, '
não te ria m a capacidade do serem p r e v id e n te s , re a liz a re m operações
que envolvessem r a c io c ín io a b s tra to nem p ro je ç õ e s raatem ãticas.

h p a r t i r d e s s a s p o s iç õ e s, e l a propõe ura p lan o de in co rpo ração dos


ín d io s q u e , segundo o p rõ p rit) a u to r , e s ta ria calcado nos p r i n c í p i ­
os Lasicam ente desenvolvir'os p elo s je s u íta s na sua ação, ju n to ãs
reduções p a ra g u a ia s. Em lin h a s je ra is a sua p ro p o sta im plicava na
elim in a çã o do estado de g u e r r a , raj s e r i a s u b s titu id o p e lo comer‫' ־‬
c io , s u .o rn o com p r e s e n te s , amoaças, promoção de casamentos i n t e r ­
é tn ic o s e estím u lo a educação promovida p e lo s r e p r e s e n ta n te s da so
cied ad e dominante e s p e c ia liz a d o s nessa a t iv i d a d e - os m issio n á rio s.
E s te s reassximiriam não sõ a ad m in istração re lig io s a , mas tambera a
te m p o ra l. Os m is s io n á rio s recei.eriam tre in a m e n to e s p e c ia liz a d o em
c o le g ia s c ria d o s p ara e s t e fim . Para manterem um padrão de a te n d i-
raen to adequado, devoriam, ‫>־‬s m is s io n á r io s , re c e b e r pagamento, em
re n ^.as p r ó p r ia s e p riv ilé g io s e s p e c ia is . P re v ia a c ria ç ã o de p r e s í
d io s m i l i t a r e s que e s ta ria m a s e rv iç o da ação r a is s i‫׳‬. n ã r i a .

hs b a n d e ir a s , não seriam e lim in a d a s , porõn a l te r a d a s na sua e s t r u ­


tu ra b á s ic a , j ã que e s ta r ia m v o lta d a s p a ra im p re ssio n a r os ín d io s '
r e a liz a n d o manobras m i l i t a r e s p ara ten tarem convencê-los a de des­
locarem p a c ific a m e n te , acompanhan.lo os o rg a n iz a d o re s . E s te d esloca
mento de população d e v e r ia s e r precedido por um tra b a lh o de prepa­
raç ão das r o ç a s , que i r i a n a lim e n ta r a população in d íg en a na f a s e '
tra n s itó ria de adaptação a ‫׳‬.s nov‫'׳‬s pndrões s :c ia i3 . I n c lu s iv e , paia
fa c ilita r ta l tip o de ação , propunha que, seguindo os moldes je s u í
tic o s , a educação se i n i c i a s s e p e la s c ria n ç a s.

Além das dem onstrações m i l i t a r e s , o u tr a s formas deveriam s e r adota


das p a ra g a ra n tir o ass•/ra‫י‬. r ■ 0 3 .’> ‫ ׳‬ín d io s con as benesses da socieda
de n a c i n a l ‫״‬ f e s ta s s u n tu js a s , de c a r á t e r lú d ic o , nas q u a is sc fa
ria n ex i-jiç~ ‫׳‬es ^e f a r t u r a e grande o s te n ta ç ã o de r iq u e z a s . Assign
':s í n . i í s , segundo Jo sé lõ o n ifácio , s e n tir ia m a f e to e seg urança, e
142

seriam e stim u la d o s a se e n g a ja re n n:■ y ro cesso p ro du tiv o ?.a s o c ie -


.a ie n a c i o n a l.

O ;;:rocess'■‫ ׳‬de alfienraento, pensado por Jo se B o n ifa cio , se;;/uia c r i -


t e r i ■s .;uu se calcavam no ‫ ׳‬,'rin c lp io ]iãsico de que as t r ‫ד‬n sferên-*
c ia s das populações in llg e n a s .leveriam s e r evitav:!,as. Quando i s s >
o c o rre sse , j acess a seu t e r r i t o r i o a n t e r i o r c’e v e ria ser p a la
c ompra, o que pressupunha c reconhecimento i m p l i c i t ‫ ׳‬do d i r e i t o '
(
‫’■־‬c p ro p rie d a d e õ )S xnr.i js s ‫כלי־‬re suas t e r r a s , p ro p o sta re v o lu c io n a
ria e, provavelm ente, uma das r a i z e s :jug levou r. r e j e iç ã o da pro­
p o s ta p o r p a r t e d)S r e p r e s e n ta n te s dos i n t e r e s s e s da c l a s s e Jomi-
n a n te , t a n t ‫׳‬:■
‫ ׳‬nas C :r te s como na Assembléia C c ;n s titu in te ‫ ־‬Quando '
se o ro c e s s a s s e o oeslocaraent‫ >־‬da população‫ ו‬, recomendava algumas '
medi ■'as p r é v ia s que consid.erava como le v i t a l im p o rtâ n c ia ; busca
de .ambiente jue f ‫ ׳‬sse sem elhante ao t e r r i t o r i o o rig in a l, que deve
ria , a in d a , ser sadij, fé rtil e d is ta n te das v i l a s , o que e v i t a - ‫י‬
ria c o n tá g io e a c-irrupçã•: . .‫ ׳‬entantr.', essas te rra s deveriam '
s e r pouco abundantes em a n im a is, ‫ נ‬jue c'‫׳‬s o b r i g a r i a a abandc>nar a
caça e a c o le ta como f ‫)׳‬rma t r a d i c i c ‫׳‬n al da :ja r a n tir a s u b s is tê n c ia
e a adotarem a a g r i c u l t u r a como nova m odalidade, elim inand o, con­
sequentem ente, os h á b ito s nômades e p r ^vocandc■ profundas a lte ra -'
çoes na e s t r u t u r a s o c ia l 7.0s grup ;s in d íg e n a s . P a r a le lo s S in tro ­
dução d e s s a s mudanças, u t r a s deveriam s e r estim u la d a s quanto à
a lim en taç ão e ?. m aneira de v e s t i r . As a l d e i a s deveriam s e r grandes
e d is ta n te s e n tr e s í, d.e forma a e v i t a r a trito s e n tr e os grupos '
r e i n s t a l a d o s . r*s grandes limensões das t e r r a s ‫ך‬e s tin a d a s aos aide
amentos deviam g a r a n t i r a co n v iv ên cia de grande ^uanti-.’.ade de pe¿
soas na mesma â re a e p o s s i b i l i t a r a produção de e x c e d e n te s, que '
deveriam s e r , em p a r t e , c o m e rc ia liz a d o s , e n ju a n to o u tr a p a r c e la ‫י‬
d e v e ria s e r esto cad a em c e l e i r o s c o n s tru id o s esp ecialm en te p ara
ta l fi m, ao que p arece como fundo de r e s e r v a . Assim sendo, as ro ­
ças d e s tin a d a s a cada ^rupo f a m ili a r te ria m tamanho duas vezes su
p e rio r ao e x ig i lo p ara s a tis fv a z e r as suas r e a i s m ecessidades de
consumo.

A p r im e ir a f a s e de im plantação das ro ç as pressupunha a contrataçã3


t r a b a lh a d o r e s n a c io n a is que c o n s tru iria m ‫ ד‬in fra -e s tru tu ra da
a ld e ia e en sin ariam os ín d io s a t r a b a l h a r na a g r i c u l t u r a . A i n tr o
dução de arad o s o fe rra m e n ta s le v a ria à modernização da produção
o a d ig n if ic a ç ã o de t a l a tiv id a d e , i. d is tr iL u i ç ã o dosse instrum en-
x-i3

ta l s e ria re s trito aos ín d io s "!‫׳‬rav:)?‫"־‬. Os "mansos" r:scoberiam ins_


tru n ien to s a rta s e o fíc io s . Com‫ '׳‬a a t iv i J a d e a g r íc o la v is a v a não
somonte ‫ ד‬g a r a n tia ‫ ״‬a s u l js is tê n c i a , rnas tarabéin o coBicrcio, a ron:.la
o L tir.a ’’.e v o ria s e r 003‫ן‬t i n a ‫ ד^י־‬a uma ca ix a p i a de economia p a ra a '
ju a l to d a s as f arai l i a s c o n tr ib u ir ia m . Os re c u rs o s oL tidos seriam '
postf'<s a re n d e r a ju ro s en ’,ancos ou f o r a d e le s . O ünico imposte,‫ ׳‬a
s e r r e c o lh id o .‫ ׳‬,.'’í z i n ‫'־‬, ‫־׳‬uig tanbêm s e r i a d epo sitado na caix a
c o m u n itá ria . .

O utra in tro d u ç ã o a s e r fe ita e r a a da c r ia ç ã o de gado vaciHii p ara ‫י‬


consumo e com ércio, fvjueles jue se in te re s s a s s e m p elo e x e r c íc io dcs
sa a t i v i d a d e , deveriam rece?‫נ‬e r algumas cabeças p ara exploração par
tic u la r. 7i. adoção■ do n o v js padrões s o c ia is dovciria s e r premia.la ,
e a re s is tê n c ia ¿1 sua in c ;■rpor ação na v id a d i ã r i a im p lic a r ia em c s
t i g ;s previam ente e s t a b e l e c i d o s , p e la ação co n ju n ta ■
‫• ן‬s ad m in istra
.‫י‬o re s e "c a c i jues" ou mai ¡ r a i s . Para g a r a n t i r ;,¿ue t a l siste m a fun­
c io n a s s e e f ic ie n te m e n te , e s tim u la r ‫־־‬s 0 “i a c o n ta c to e n tr e as a id e -
ia s e d.estas com núcleos n a c io n a is , p o is assim e s t a o e l e c e r - s e - i a
pontos de comercio. E s ta s r e la ç õ e s visavam tam‫י‬Jém a s s e g u ra r a p re£
ta çã o de so c o rro em casos do. a ta ques de í n d i '‫'־‬S ".’.ra v io s " ou opido-
m ia s .

Ti in te g r a ç ã o .'la população in d íg en a a so cied ad e n aci onal e r a previ_s


ta d e n tro de um leque de medidas quo ultra:-assav ara meramente a regu
lanientação d.as a tiv id a d e s p ro d u tiv a s , r .s s in , o a u to r , propunha in ­
te r f e r ê n c ia dos ad m in istra d ‫׳״׳‬r e s desde na e s c o lh a do "c a c iq u e ", :ue
d e v e r ia s e r um element engaja^.l'j na l u t a '.e promv.‫׳‬ção da in te g ra ç ã o
da comunidade à sociedaC'e n a c io n a l, o a te no c o n tro le do período '
i d e a l de la c ta ç ã o das c r ia n ç a s p ara e v i t a r que ficassem "frouxas e

pouco s a d i a s " .

Havia tam;,êra n.'rmas re g u la d o ra s diar, .ie f e i r a u morcadas, as-'


sim c mj as ,lo sua r e a l i z a ç ã , . Pr c u ra v a -s e dessa forma e v i t a r .
es. ■ulho ~-iue os ín d io s p ro d u to re s de m ercad orias pudessem s o f r e r . '
Também f i s c a l i z a r i a m os c o n tr a to s e s ta b e le c id o s e n tr e os ín d io s e
os f a z e n d e ir o s . Assim, e lim in a r-s e -ia a ex p lo ra ça o , fa lta ue paga-
n en to e re te n ç ã o do tr a b a lh a d o r indígona .. ;r temp e x c e s s iv:.'‫ ׳‬nas '
fa z e n d a s . P ara José '2 0 n i f á c i j, e ra im p o rtan te e s tim u la r a produção
a tra v é s d a exploração das to rra s de :,ro p ried ad e da a l d e i a .

Em term os g e ra is , e s ta e ra a p‫׳‬r::.p-;sta e s t a b e le c id a por iio n ifã c i, ,


144

'fao ¡loO.oria ser c o n c r e t i z a como ";lesenvolvimentista". ?.xle-se,


inclusive, ‫י־‬erceLer ma ‫י־‬. “ro‫־‬cupaç50 0 ‫ר‬:.‫ ן‬a sobrevivência ‫׳‬la popu­
lação, neis assegurava a ;‫ו‬r■■:■pri^x■!.Q■‫י‬o '.as torrar‫ ־‬tribais e botor-
minava a vacinaçã ‫ י‬obri.jatÕria, alõm ‫״‬o tentar garantir-lhes um
ospaç,.> lentro cc.! circuit ■ c'narcial, cro uma partici;;-ação ofeti-
va, tí nã:.' meramente nr. :ualiJ.acla cie c• ;nsiiini !ores, nas também de
pr'clut-.rcs. C nstatain.'3, ain ‫״‬a, ■!uq a sua proposta Je integração
p 0 (.l:2 ser caracterizav.a c■ n : "pacífica" o ela:.-.:>ra;la em 1 0 3 ‫״‬,‫ד‬..‫י‬1;‫ ן‬que
contrariavarn. basican'.onte a visão r-Vninante.

P '‫¿'׳‬.mos c: ‫׳‬rro!:'-rar tal afirmativa analisnn''D. a síntese c’


.m s&guin
t-3 '■■'cunentc f 'jua expressa claramente a prop‫־‬sta 3e política in-
c'igenista a 3er acotarla n; 19 Imperio. Optamos ry:r este d ;‫־‬cumon-
.<egula1aent.:: Interin‫׳‬,: para o Alcleamentr,‫ ׳‬dos ín­
to L.evi.l.-- a ser o ‫׳‬
dios Botocudo d .. rio D <ce, la Pr ovincia 0‫׳‬,; Espirito Santo. F .1‫ י‬e
laborado em 1C24 o- nele pode‫־־‬se o];servar claramente jue a granule
preocupaçã ' c n as terras indígenas residia na intençã ‫ י‬de satis
fazar os r>!;0 ui 3 it. >s ! ;•s colon■'‫י‬s, c^m-j se pode ccaicluir d'.: prime¿
ro artigo d.■ dit.‫ ׳‬regulaiaento;

"19 Far-se-ã‫׳‬,
; n > rio Doce 3 aldeias de indi.;3 Lot^^cu-
flos n!:'s lugares que escolherem os diretores dos raes-'
raos indios, designand:;!-se para cada urna legua lo fren
te no ri', c .m 3 de fund, , cuj‫׳‬- terren•: Ihes ficará ptr
tuneen : p'ara as culturas dos índic‫׳‬s, e será media.:‫ ׳‬e
■'omarcadu judicialmente,.A escolha destes terren-is,
se haverá atençã.. às sesmarias -iuo já estiverem conce
■didas, guar.lan.l .-se .:‫ ׳‬devi lo res;, eit,■ ao direit ■ de
proprieda^lo, na forma da lei"« (COSTA, 1865: ÍGJ) .

iía introdução do document. , acina referid., fica nelhrr ex^dici-


tad ■
‫״‬ue a prec;cu, açã■: nã era sinolesiaento a de garantir uma si.
tuaçã^' de ■•:.cupação las terras ::ue pré-existia á demarcaçã.:‫ ׳‬das '
aldeias. A meta era liberar n vos aspaçcs ‫״‬ue continuariara a ser
distribuídos sob forma de sesmarias, desle que requisitadas!
"E porque, para o aldeamento dos índi's, g necessário
marcar terreno, e muit■‫־‬
.‘ cf:‫׳‬nven aproveitar ■..‫׳‬s colonos
civilizados, -juo for‫^׳‬s c-‫)־‬nc'‫¡־‬rrondc• a pelir térras pa­
ra se estcLbelecerem; pois ._‫־‬uc, .'.e sua vizinhança, tra
to e c-municaçãc roGultara grandos benefícic'S á civil¿
zação ã‫־׳‬s selvagens; Manrla, outrossim. Sua íiajestac.e Im
perial, que !.‫ י‬governo da província, alem cios terrenas '
para o aldeamento dos ínli'-.s, continue a dar sGsraari‫־‬-a
a particulares, que as pedirem na forma das leis." (COS-
TA,1065;408/9).

O aldeament.; compulsório das ■pulações de L.)tocudo era encaralo ‫י‬

c .‫׳‬rao forma de garantir o aor ;veitament. da mãr>-^G-o!)ra pelos col ;-


nos e assim ass>^gurare1.1 a realizaçH ; "aquelas atividades c onsidera
das prioritárias n: desenvolvimonto .Ta agricultura e do comercio '
nas margens d‫ ל־‬ri D‫;׳‬ce, c':m_) se :;■
‫•׳׳‬do concluir do artigo 29s

"Haverá um diret jr ‫ ז‬ara cuidar da civilização o aldeamm


to d_)S índios .0.‫ י‬ri'j Dcce, dirigir os seus traLalhos, ’
zelar seus interesses e aplicá-los à cultura das terras
e a navegação do rio, fazendo cumprir os ajustes feitos
c.n os índios *.■elr',s lavradores, que os empregarem em su
as culturas, mantendo s:.5segj entre os índios e os colo
nv:'S e ‫״‬and : parte ao governo de qualquer acontecimento ‫י‬
ouíí exija providência fora lo 3eu alcance e jurisdição;"
(COSTíi, 1365? 409) .

Era cc locad.a à disposição do Diretor uma guarda composta de 30 ho-


loens escolhidos p: r 1‫״‬la mesm'‫נ‬, ?.lem d•.
‫ י׳‬c‫ ׳‬roo do pedestres formado’
por lavradores, artífices e índi;s mansas. Entos eram respmsãveis
pel: corte de maleiras, construção de :juartéis, casas da alvdeia e
condução los mantimentos, ilo■ prir.ieir ; an‫ ׳׳‬de atividades, este cor­
po da guarda e de pedestres realizariam as atividades de implanta­
ção das roças, já que os índios não estavam acostumados com tais a
tividades. Apõs essa etapa, se distribuiriam ferraraontas, sustento
e roupas como forma de modernizar e estimulcu: a integração através
da criação lo novas necessidades, intrcduzidas com a distribuição
desses artigos. Kã .‫ ׳‬hã referências a medidas ‫׳‬jue promovessem o ga­
rantissem a sobrevivência da população ou do estabelecimentvO de vm
i
plano ‫־‬:ue visasse estimular o desenvolvimento das comuni‫׳‬lales. De-
n_ta-SG, consequentemente, que a grande preocupação era a de libe­
rar as terras a fim de que 3e processasse pacificamente a ocupação
da ãrea. O destino posterior da comunida‫’׳‬e ai relocada não chega a
ser aventado. Retomava-se, portanto, ainda que de forma não expli­
cita, a idéia de que c ato de aldear era necessário nxmia etapa ini
ciai co‫ר‬m meie‫ ־‬de garantir a dominação das comunidades indígenas '
14 G

con maior eficiência, inclusive, com a concentração de sua pjpula


ç50 e aliberação de espaços a serem ocupados pelos colonos. Fica‫י‬
tamüjêm implícito dentrD ‫‘־‬.a proposta o não reconhecimento do direi_
to de propriedade, aos índios, no tocante as terras ocupavan.
Tam]^ém a disposição de solucionar o problema através do uso da ‫י‬

força militar fica clara com a preocupação em colocar soL contro­


le d.o adjninistrador um corpo de combatentes, que eram utilizados'
em casos de insu’)0rdinação dos grupos indígenas locais, aldeados
ou não.

O 19 Império foi ;‫ כ‬período em jue o sentimento dominante nas deci


s5es adotadas era o de fortelecer sentiraento de nacionalidade.E
a condição considerada essencial para a consecução de tal oLjeti-
vo era a de forçar a integração dos vários segmentos sociais e ét
nicos que f.O.apunham a população brasileira. Alêra da orientação in
tegrativa de carãter"pacífico" <^ue continuava a existir e ser apli
cada pelos vãri‫י‬.‫נ‬s órgãos institucionais - escolas, igrejas e adjrai
nistraçãi.‫ '־‬- o acerbamente daquele sentimento Jle nacionalidade era
jrientado para o movimento 03‫ י‬mecanismos repressivos contra qua^
quer grupos que se opusessan ao modelo incorporativo proposto, co
mj se pode perceber nos ;'.ois documentos anteriormente citados.

Wesse clima de insegurança, alimentado pelas inúmeras revoltas so


ciais do período, principalmente no Nordeste, qualquer reação aos
ditamos emanadjs do governo central ern analisadua 3‫׳‬:b' a ótica ’
do ameaça à integridade do Império e ã consolidação da ilação. Vo_l
tou-se a adotar, com relação aos índios, a política clássica de
financiamento 'e bandeiras ¡:‫׳‬articulares ou governamentais. P^pesar
da constante recomendação nesses ‫;׳‬ocui‫־‬aentos le que os revoltosos ‫י‬
deveriam ser trata^/. s c.:>m "brandura e afa]>ilidade" e coibidos "a­
tos de barbaridade e vingança", não p'.dem‫נ‬s afirmar que essa reco
mendação fosse cumprida, já que os interesses eram rauito fortes e
a animosidade imperava nas relações estabelecidas entre os dois ‫י‬

sistemas sociais em oposição.

Esse clima de animosidade e o carãter violento das relações esta­


belecidas o^'dem ser constatados nr s vários documentos referentes
ã repressão desencadeada contra os Totocudo. Inúmeras técnicas po
dem ser relacionadas, sendo que todas elas se caracterizavam pela
preocupação em reduzir a capacidade do resistência dos grupos;ma£
sacres de todas as formas eram concretizados em nome da necessida-
147

¿le ce implementação do progresso e da necessidade de tornar a popu


lação indígena participante desse processo como mão-de-obra. Uma
das formas raais utilizadas era a de capturar ou adquirir crianças'
botocudas que eram usadas como servidores domesticas, sob a justi­
ficativa de que esta era a melhor forma de "civilizâ-los".

O trabalho que apresenta xam levantamento dos raais completos sobre'


as técnicas utilizadas contra os Dotocudo no vale do Mucuri e Doce,
mas que podemos estender a Bahia, ê o de Teófilo Ottoni, responsa-
vel pela instalação e administração de uma empresa de colonização'
no vale do ric Doce. Usaremos a síntese elaborada por Marcato (1979;
10), que com feliz propriedade estabeleceu um quadro-resümo do re­
lato feito por Ottoni:
" a - cães especialmente treinados na caça a-j l^itocudo, alimentados
inclusive com carne de indígenas assassinados;
" b - bandeiras especialmente preparados para "matar uma aldeia",'
assassinando-se indiscriminadamente homens, mulheres, velhos
e moços, reservando-3e apenas as crianças para o tráfico e
alguns homens para carregadores;
" c - índios recrutados como soldados estimulados a cometerem vio­
lências contra 30t0cud0, dando prova de renegar suas origens;
" d - destacado líder da comarca de São Mateus, militar, como orga
nizador de expedição contra indígenas do Espírito Santo, de­
tentar de façanha de trazer como despojos trezentas orelhas'
de índios assassinados;
" e - Comércio de crianças - 1 kuruk valendo 1 espingarda - e de '
cabeças de Dotocudo mortos em combate - 16 delas foram vend^
das a um francês, que disse tê-las comprado para o Museu de
Paris em 1346;
" f - índios sob regime de trabalho escravo, espoliado de suas ter
ras, doentes e mal alimentados;
" g - contaminação proposital de comunidades inteiras através de a
gentes patogênicas letais para o indígena ‫ ־‬sararapco, por ex^
pio."

A manutenção deste estado de guerra era alimentado pela publicação,


em jornais, de artigos que defendiam a solução militar para o pro­
blema indígena. Ueles, de maneira geral, o índio era apresentado '
como o agressor de indefesos colonos atacados quando realizavam a­
tividades agrícolas. Estes culonos eram apontados como responsáveis
148

pelo futuro desenvolvimento do país, merecendo, portanto, todo ‫׳‬:>


apoio.

Continuou-se a construir quartéis e C^lonias—lilitares ao lonjo '


dos leitos dos principais rios por onde se pretendia estabelecer
rotas de comércio. C:;mprova tal afirmativa o levantamento feito '
por Wied-Neuwied (1953:324/5) sobre os quartéis construidos no rio
Jequitionha até o período era que ele visitou a região;

"A comunicação se realiza melhor pelo rio, em canoas ,


do que pela estrada. Varias delas, carregadas de produ
tos, aescem anualmente de llinas, levando de volta, era
geral, sal e outrcs artigos, São precisos perto de vin
tG dias para chegar às primeiras paragens habitadas de
Minas, viagem sempre incômod.a, ainda que Mawe a pareça
ter imaginado mais fãcil. Para o fira de proteger tais ‫י‬
comunicações contra 03 selvagens ainda hostis, diverss
postos militares foram estabelecidos rio acima, em di­
reção a Minas, São em numere de seis: quartel dos Arccs,
quartel do Salto, quartel do Estreito, quartel do Vigia,
quartel de São Iliguel e dos Tucaios de Lorena. O primer
ro õ geralmente apelidai:: Cachceirinha, devido as peque
na3 quedas d‫ י‬água encontradas num rio vizinho, que cor­
re sobre rochedos"...

Com esse mecanísmj de :.pre^sEo, o que se garantia não era apenas o


comércio mas, também, a submissão da população indígena ao sistema
de dominação e a expropriação dos seus territorios tribais, que se
transformavam em sesmarias e lotes entregues aos colonos.

Outra forma de usar o trabalho indígena nesse período foi a Decisõ


r,‫ ׳‬j ‫ל‬lin istêri‫ כ‬da Marinha, de 20 Te dezembrc'‫ ׳‬de 1025, que aprova a
criação de companhias de índios para o serviço de Arsenal da 'lari-
nha do Maranhão e dos navios da Armada. Essa medida, pensada inici
almente para o Maranhão, fo i, posteriormente, estendida para outras
areas, inclusive em atividades fluviais, sendo mais um elemento de
desorganização social introduzido. 0 deslocamento da i‫נ‬opulação de
jovens para áreas distantes da aldeia tornou-se responsável pelo '
rompimento de laços de solidariedade internos e pela dificuldade .Js
casaraentos intra-tribais, já que reduzia o número de jovens em ida
de de casar vivendo nas aldeias. Estimulava-se, assim, os casamen-
149

tos interétnicos, uma das molas-mestras lo projeto de incorporação


la população indígena.

Com a última medida aJotada ainda no 19 Imperio - a Decisão n9 59


lo Ministerio da Justiça implantada a partir de 1C30 - reafirma-se
laais uma voz a premissa básica da legislação do períodos a elimina
ção dos mecanismos protecionistas, que dificultassem o acesso aos
territorios tribais pelos colonos. Ao afirmar que os indios deviam
ser governados pela legislação comum, referente aos demais membros
da população brasileira, retiravam-lhes qualquer tipo de proteção
especial, apesar da condição particular era que viviam, como grupo ‫י‬
dominado e marginalizado no processo do decisão referente aos seus
destinos. Outro aspecto complementar lessa Decisão era o de que as
terras sõ passaram a ser demarcadas em sesmarias por requerimento‫י‬
dos índios ou dos colonos e com o "aprove=se" dos juizes territory
ais. Estes, como membros do grupo étnico dominante, estavam, é cia
ro, muito mais vinculados o passíveis de envolvimento com as elit®
agrárias do que com os grupos tribais quanto ao atendimento das re
ivindicações. L:j tomar tal decisão, na prática, eliminava-se a pro
teção e a garantia que ainda procurava preservar os territórios '
tribais do avanço dos colonos, mesmo que fosse por tempo relativa-
mante curto, enquanto não se concluia o processo de "integração" ‫י‬

imposto pela sociedade envolvente.

Podemos, então, caracterizar o 19 Império como sendo vim continuada:


da pclítica joanina, >¡ue Moreira Neto caracteriza como sendos colo
nialista e utilitária. Justificava-se essa posição pela necessidacfe
de garantir a unificação nacional e a substituição da mão-de-obra‫י‬
escrava africana pela indígena, principalmente naquelas áreas era
que esta população era dominante. (*10‫מ‬£1:‫ ^^י‬NETO, 1967s6C) .

O Período das Regências

O período das Regências p.)de ser caracterizado como reformista e


responsável pela alteração das relações estabelecidas entre a soei
eda‫׳‬le envolvente e os índios. Inclusive, sua influência perdura du
rante o 29 Império, como observaremos posteriormente.

O primeiro A to foi promulgado a 27 de outubro de 1031 e assinado ‫י‬

pelos três membros da Regências Francisco de Lima e Silva, José da


Costa Carvalho e João Lraulio ^luniz. Por essa decisão, ficavam re­
vogadas as Cartas Régias que decretavam a guerra aos grupos indíge
150

nas C.c s ã ‫ ’■־‬Paulo e !linas G era is. E lim inava-se c d ir e it o dos c o lo -


3‫ י)מ‬nanterem os p r is io n e ir o s de guerra em estad o de escravid ão ,
passando e s t e s a scrom c o n s i‫׳‬:'.erados com:; õ r fã o s. Sua t u t e la torna
va‫־־‬s e resp onsab ilidaJ.e dos j u iz e s de õ r fã o s , que administravam as
^‫י‬ens dos grupos in dígen as e tomavam as d evid as p rovid ên cias para
que os ínc‫״‬io s recebessem socorro d ‫־‬j Tesouro a tê o momento era que
fossem cap azes de c-^ter s a lá r io ou aprenderem o f í c i o s . Os ju iz e s
de p a z, em p a r tic u la r , e demais a u to rid a d es, de maneira g e r a l, '
passavam a s e r resp‫ ׳‬n sã v eis p e le cumprimento das determ inações le
g a is e s ta b e le c id a s para e v it a r abuses comotii^os contra os ín d io s .
P o sterio em en te, em 1833, um novo Decreto da Regência f o i p osto em
v ig o r , ‫■־‬iegulamentava o Ato de 1331 a n ív e l m u n icip al, resp >nsa]ji‫־־‬
liz a n d j Ds j u iz e s m unicipais adm inistração dos bens das comu
nidades in d íg e n a s. 0 ‫־‬jue se ten ta v a era ?.incimizar as a tiv id a d e s '
de exp loração dos t e r r it ó r io s comunais, p‫ ^׳‬is t a l p rocesso se rea­
liz a v a lentam ente atê quando estiveram 3-:‫־‬:‫ כ‬a resp o n sa b ilid a d e dos
Ouvidores das Comarcas.
Outrw ■’■jcumontc le g a l le grande im portância d e s te :.>eríodo e de ‫י‬
1034. Dentro da nnva d esc en tr a liza d a ra da ‫!׳‬rnar^uia, a tra v és de ‫י‬
um Ato I n s t it u c io n a l, t r a n s f e r ia - s e para as A ssem bléias L e g is la te
vas P r o v in c ia is a resp o n sa b ilid a d e da cateq u ese e c iv iliz a ç ã o dos
in d ir 'S . Essa medi ‘'-! que aparentemente v isa v a g a r a n tir a dinamiza­
ção das d e c is ~ e s , na r e a lid a d e , tornava mais v u ln erá v el a p o l í t i ­
ca in d ig e n is t a , p ois t r a n s fe r ia as d e c isõ e s sobre os in d ígen as pa
ra a r e a s, onde o poder de p ressã o dos la t if u n d iá r io s era mais e f¿
c i e n t e . Com e s s a medida, os in t e r e s s e s in d íg en a s tornavam -se mais
fa c ilm e n te p a s s ív e is de manipulação e ficavam a trela d o s a decisões,
em que a prcra:.ção da c o l‫־׳‬n iza çã o e do vdesenvc;lvimento eram ob jeto
de p rif‫נ‬r id a d e .
E sse c‫׳‬o njunto de <;’e c is ~ 3 s , ainda que l i b e r a i s se comparadas àque­
la s tomadas nos perí< ‘os a n te r io r e s , não p.Kie se r in terp reta d o co
mo d esv in cu la d a dos p r in c íp io s b á sica s de dominação e u t iliz a ç ã o '
do ín d io como m ão-de-./jra p e lo Poder P ú b lic o . Principalm ente nas
á rea s onde h avia n ecessid a d e do so c r ia r in fr a -e s tr u tu r a que f a c i
l i t a s s e o com ércio en tre ce n tr o s prod utores. A ten d ia-se aos in t e ­
r e s s e s da socied ad e dominante e para is s o continuavam a s e r remo­
v id a s p a r c ia l ou in teg ra lm en te as populações dos alde¿3mentos, sem
p r e o c u p a ç ã o com os e f e i t o s c:.nsequentes d is s o c ia t iv o s .
151

Na D ahia, p rin cip alm en te na reg iã o s u l, e s s a s determ inações foram


seg u id a s e as populações in d íg en a s amplamente u t iliz a d a s na aI‫ג‬e ‫נ‬:^-
tu r a de e s tr a d a s . Como exemplo d essa situ a ç ã o citarem os um doeu-'
mento d ir ig id o ao P re sid en te da P rovín cia b a sta n te e lu c id a tiv o dcs
problem as enfrentados por e s t a s comunidades ao realizarem t a l t i ­
p ‫ נ‬de tra b a lh o ;
"Dizem os ín d io s de V ila Verde da Comarca de Porto Seguro que e ­
l e s abrirara a estrada nova de Minas G erais para Santa Cruz, manda
dos por ardera su perior para se lh e s pagar o seu se r v iç o . Por is s o
deixaram suas fa m ília s quase ao desamparo por mais de s e i s m eses,
alim en tados 85 na esperança d esse pequeno socorro para com e le sa
ciarem sua fome e cobrirem a nudez de suas c a r n e s. Porém a fin a l ‫י‬
acharam -se enganados porque são passados d o is anos ou mais e não
s e lh e s teia pago o trab alho em que empregaram ta n to s suores e fa ­
d ig a s , não sõ expostos a todo o rig o r do tempo como mesmo a morte
p ro v en ien te dos g e n tio s , das carnívoras onças e v e n e n o síssimas co
b ra s.
"Jã a e s s e r e s p e ito fizeram requerimento ao Exmo. a n te cesso r de
V. Exa. o qual mandou inform ar ao Ouviilor de Porto Seguro que de­
v e r ia e f e t iv a r o pagamento e logo deu uma ctontra-ordem para não "
p agar, cu jo motivo ignoram os su p lic a n te s e s5 sabem que os seus
s e r v iç o s devem ser pagos por Lei D ivina e humana.
"Os s u p lic a n te s p ela sua v id a de pobreza, ig n .)rancia e im p o ssib i­
lid a d e não podem reco rrer ao Imperador e sim a V. E x a ., a quem e­
l e c o n s t it u iu na p r e sid ê n c ia d esta p r o v ín c ia para d e c id ir com e­
quidade os casos que com j u s t iç a forem elev a d o s à r e s p e it á v e l pre
sen ça de V. E x a ., como e s t e que requerem os s u p lic a n te s , p o is que
jâ não poden mais s o fr e r tã o longa demora, não havendo l e i que os
p r iv e de receb er o produto dos seus s e r v iç o s e tr a b a lh o s• Portan­
t o , pedem a V. Exa. que atendendo ao acima exp osto d e fir a aos su­
p lic a n t e s com a j u s t iç a com que V. Exa. costuma obrar, 0 Procura­
dor Manoel P in heiro da P a ix ã o , em 5 de a g o sto de 1032".(ms).
Na B ahia, inúmeras Comarcas receberam n esse período verbas esp e ci
a i s que deveriam ser a p lic a d a s na construção de e str a d a s, p r in c i-
pálm ente a de Ilh é u s. Em 1<327 Ilh éu s recebeu 700$000 para a p lica r
na ab ertu ra e conservação de e str a d a s. Porto Seguro e a V ila da ‫י‬
V it ó r ia receberam d otações e s p e c ia is no ano se g u in te para o mesmo
152

fiiB. Em 1833 Ilh eu s recebeu a mesma dotação de 700$000 p a r a a lim -‫־‬


peza da e str a d a en tre a v i l a de Ilh éu s e o S a lto Grande do r io Je
q ú itio n h a , sendo que a m a ioria dos trab alhad ores era in d íg en a. A
j u s t i f i c a t i v a para e s sa s d o ta çõ es era a n ecessid a d e de se criarem
corred o res com erciais en tre o l i t o r a l e Minas Gerais (AIIARAL, 1923:
258) .
O engajamento com pulsório da população in d íg en a c o n s t it u ía , p o r -‫י‬
t a n to , um dos problemas b á s ic o s en fren tados p e lo s v á r io s grupos ,
apesar Ja le g is la ç ã o lib e r a liz a n t e que a R egência promulgara. AlSn
d is s o , a jã r e fe r id a d e sc e n tr a liz a ç ã o das d e c is õ e s não torna e s s e
p eríodo tã o excep cion al assim no quadro g e r a l da p o l í t i c a in d ig e ­
n is ta .

O Segundo Império
E sse período c a r a c t e r iz a - s e , também, como um em que a grande pre­
ocupação r e s id ia na te n ta iv a de s a t is f a z e r o s in t e r e s s e s das c ia s
se s dominantes ‫ ־‬os la t if u n d iá r io s - m otivadas p ela n ecessid ad e '
õ.o gcirantir a expansão das fr o n te ir a s in te r n a s sobre os t e r r it o r y
o s ainda ocupados por grupos in d íg en a s. A liá s , começavam a se e s ­
tr u tu r a r , n esse p eríod o, a s empresas a g rá rio -ex p o rta d o ra s com ma­
io r capacidade de a p lic a r c a p it a l e o b ter c r é d it o , principalm en­
t e ao proporem a im igração .1^ colonos europeus.
A p rop osta da imigração eu ro p eia r e la c io n a v a -s e , d iretam en te, com
as Id é ia s rein antes na época. O B r a s il, como nação, segundo as e l i
t e s , d ev er ia se firmar no cen á rio mundial, em g e r a l, e da América,
em p a r t ic u la r , com uma id en tid a d e^ p ecu lia r em que os fa to r e s euro
peus x^redominassem em d etrim en to dos elem entos a frica n o s e in d ige
n a s. Consequentemente, a vinda dos im ig ra n tes europeus rep resen ta
va a p o s s ib ilid a d e de f o r t a le c e r os elem entos c u ltu r a is e r a c ia is
europeus no cen ário s o c ia l b r a s il e ir o .
Além d esse a sp ecto r e la t iv o a id en tid ad e é t n ic a n a cio n a l, a im i- ‫י‬
gração eu ro p éia era encarada como uma p o s s ib ilid a d e de e f e t iv a r a
m odernização das té c n ic a s a g r íc o la s adotadas e das modalidades de
ex p lo ra çã o . P r e te n d ia -se , assim , ob ter maior e f ic iê n c ia na produ-
çã c ru ra l e urbana, proporcionando a s u b s titu iç ã o da mão-de-obra
escra v a a fr ic a n a , já d esa cred ita d a e considerada anti-econôm ica ,
p o is im p lica v a em grandes in v estim en to s de c a p it a l fix o com baixa
r e n t a b ilid a d e . A p o s s ib ilid a d e de ampliação das áreas ocupadas e
153

da in tro d u çã o de novos produtos c o m e r c ia liz á v e is, a p resen ta v a -se,


e n tã o , como e x c e le n te oportunidade para a a p lica çã o de c a p ita is ‫י‬
d isp ^ 'n lv e is.
A fix a ç ã o de c o lo n ia s e s tr a n g e ir a s era areas v ir g e n s, predominante
m ente, nas r e g iõ e s su l e su d e ste do p a ís , aumentou as areas de a­
t r i t o e n tr e cjlo n o s e I m . i o s . 0 problema passou a te r um cará ter'
de c r is e n a c io n a l, jã que os Inci.>s voltarara a se r v is t o s como ura
en trav e s é r io ã nodarnizaçãtj da a g ricu ltu ra do B r a s il. E ste en•‫' ־‬
travo era Gncarad.' não sõ era funçãj du a t r i t o e x is t e n t e en tre as
s jcied ad es env■-‫ע‬lvi;.‫י‬as na d isp u ta de t e r r it o r io s e seus recu rsos ,
nas tarabõn como una p ‫ )־‬s s ív e l soluçã-j a ‫ )־‬problema da f a l t a de tr a ­
b a lh a d o res, principalm ente naquelas áreas onde a in ig ra çã o de c ‫־־‬
loónos en fren ta v a s é r ia s d ific u ld a d e s , com ‫ ׳‬nu su l da Bahia. As
b a rro ira s em alocar trab alh ad ores e s tr a n g e ir o s a p r o je to s que não
estavam v o lta d o s para a produção de a r tig o s fa cilm en te comercialj^
z ã v e is no e x te r io r ou mesnivj con escoamento in tern o razi.)ãvel, leva
va oS fa zen d eiro s em busca de jutras jpç~es que não escra v os a fr i
can os. 0 preço d e ste s era elevad o devido as p ressõ es desencadeadas
p e lo governo in g le s . Além d is s o eram d esa cred ita d o s como trabalha
doros ac^equados às novas formas de rela çã o de trabalh■;‫׳‬. Já o tra ­
balho in d ígen a su r g ia , o n tã , c>jn1) uma ‫'׳‬pç?‫ '־‬que d evia se r co n si­
derada, in c lu s iv e c fÕ m ula a p ro p ria d a p a ra e v ita r p rocess .‫יי‬
-'’e" african isaçã;: ‫״‬, m anipuladj i:’e . 1 :‫׳‬gicam ente p ela socied ade bra­
s i l e i r a como ameaça ã a fim a ç ã o do B r a sil cono p a ís de o rig en s e
i ‫י־‬en tid a d e eu rop éia. A busca de padrees europeus que s a t is f iz e s s e a
a con stru ção da id en tid a d e b r a s i l e i r a dentr^ das e s p e c ta tiv a s na­
c io n a is no que nos in t e r e s s a , era encarada p e l ■ ângul:; da possib^
lid a d e de s o c ia liz a r os ín d io s dentro d e ssa s ncwas norraas esta b e­
le c id a s . Daí que a educac?‫״‬
-*‫־‬ it / a se r m in istrad a a >3 ín d io s d everia '
se r en tregu e a missionãrir^s de >rigom eu ro p éia , no cas ‫ ג‬os capu‫' ־‬
chinhos i t a l i a n o s , que passaram a ex ercer o " d ireita" e "dever
civilizavd or" do europeu, com rela çã o aos grupos p r im itiv o s . Essa
a titu d e r e la c io n a v a -se não apenas com os sentim entos n a ci m a is, ‫י‬
mas também com o clim a dominante em todo o mundo c i e n t í f i c o ocidc»
t a l , no q u a l começavam a s e d esenvolver as te:jria s e v o lu c io n ista s.
Cv.n e s s e su porte c i e n t í f i c o , p regava-se a in e v ita b ilid a d e do pro­
g r e sso das sociedvades humanas dentr de m ;Ides ou etap as pre-deter
minadas que levariam a reprodução f in a l dos ra ■Ides da soceid ade ‫י‬
c a p i t a l i s t a européia.' A ação dos agentes c o lo n ia lis t a s era encara-
ua corn‫ ׳ ׳‬lima in te r fe r ê n c ia b e n é fic a e estim uladora do desenvolvimen
t o das grupos en volvid os no p rocesso de dominação. Por i s s o o Bra­
s i l , p assou a reproduzir internam ente os mecanismos c o lo n ia lis t a s '
a p lic a d o s p e lo s p a ís e s europeus a suas c o lo n ia s ultram arinas e a '
co n sid e r a r as populações in d íg en a s sob a mesma õ t ic a , que as v ia
comcí p jp u la çõ es a lie n íg e n a s a serem dominadas e forçadas a adotaron
j s padrões da sociedade dominante. Em n osso ca so , as populações ‫י‬
cnao¡partilhaya1n efetiv a m en te do mesmo t e r r i t o r i o , mas a r tific ia lm e n ­
t e ernm co lo ca d ‫ד‬s num ou tro u n iv erso , e d e s titu id a s de qualquer po
der de d e c isã o sobre seu s p rcp rio s d e s t in o s , ou de p a rticip a çã o na
g o rên cia dos probleraas n a c io n a is .
As r e la ç õ e s e s ta b e le c id a s com e s sa s so cied a d es dominadas, ainda qve
­‫כ‬jssam s e r consideradas como mais brandas que as de p eríod os an te-,
r io r e s , eram marcaOas p e la carãtor im p o sitiv o de sua "c iv iliz a ç ã o ".
As "benesses" do progrosso .‫י‬everiam se r ga ra n tid a s a té mesmo p ela '
f.:‫־‬rça da ospada cu p e la i n s t i t u i ç ã ‫ ׳־‬d ‫ ג‬tra b a lh o s e r v i l . Inúmeros i
d e j l c g j s , p a r tid á r io s d essa p o l í t i c a de dorainaçã‫ ׳־‬j u s t if ic a d a pe-
1 :js b e n e f íc io s q u o seriara levad os a 5s "rudes e brutos" h a b itan tes
d iista t e r r a , encontraram aspaç>_‫ ׳‬para a p u b lica çã o de suas obras, '
Destacarem os a fig u ra de Adolfv■‫ נ‬Varnhagem, resp on sável por publica
ç õ e s em que t a l f i l o s o f i a c o l o n ia l is t a pode se r percebida com n itã
dez e p r e c i s ã : .
Portalècend?‫־‬. e s se sentim en to eu ro p eiza n te, e a busca da afirmação
do B r a s il como p a ís branco e c i v iliz a d o , c o n sta ta v a -se o caráter ‫י‬
e x c e p c io n a l do regime p o l í t i c o b r a s ile ir o se r monárquico enquanto
o s demais p ciíses da América haviam optado p e lo pouco tr a d ic io n a l e ,
consequentem ente, r^uco p r e s tig ia d ? rogiiao repu b lican o. Por is s o ‫י‬
mesmo, o p a p el ou o compromiss > do B r a s il com ‫ ב‬manutenção dos pa-
drõés europeus era considerado como vuna vocação que d ev eria ser as
sumida e d esen volvid a plenam ente p elo seu governo, devendo para i £
so c r ia r organismos cdoquad-js ao e x e r c íc io da transformação dos s<g;
mentos in d íg e n a s.
As a n á lis e s que se pretendiam , c i e n t í f i c a s , das r e la ç õ e s e s ta b e le ­
c id a s e n tr e grupos é t n ic o s eram reg id a s p e la preocupação dominante
de c l a s s i f i c a r os povos em moldes sem elhantes àqueles r e a liz a d o s '
no r e in o n a tu r a l, em que a grande preocupação esta v a centrada na
t e n t a t iv a de ordenar espécim es e x ó tic a s de anim ais, v e g e ta is e mi­
155

n e r a is . Cremos que e ssa preocupação com c l a s s i f i c a r se r e la cio n a ­


va d iretam en te com a n ecessid a d e que emanava da expansão c o lo n ia l
e u r o p e ia , que ao transbordar de suas fr o n te ir a s e ao c l a s s i f i c a r
‫׳‬.) muncl-. com o qual en trava um co n ta cto , ordenava-o f a c ilita n d o a
dominação. Essa d e lim itaçã‫ •'׳‬do o b jeto de a n a lis e não p erm itia , ou
m elhor, não in c lu ia nas suas preocupações o entendimento do p r ‫־‬.‫׳‬c©
s:j c o l o n i a l i s t a de dominação, não ficando cla ro , em nenhum momen­
to os a sp ec to s das contaiadições e dos e f e i t o s d e se sta b iliz a d o r e s ‫י‬
in tr o d u z id o s p ela s r e la ç õ e s im postas aos g3rupos dominados. Assim
send o, ignoravcun-se, por con ven iên cia ou por d e s in te r e s s e concre-
tt> em t a l a sp ec to , 3‫ י‬e f e i t o s d esa stro so s da p o l í t i c a adotada pe­
la é t n ia dominante. I n c lu s iv e , fazendo com que a problem ática in ­
d ígen a p a ssa sse a ser considerada como tem á tica meraiaente h is t õ r i
ca ou l i t e r á r i a , d e c r e ta v a -se sua m argin alização c i e n t í f i c a , üraa
q uestão que se pode le v a n ta r com rela çã o a t a l a titu d e é a de que
e l a s e r ia p r o p o s ita l, como forma de afirm ar a dominância européia
na composiçaD ' ‫ ב‬socied ade b r a s ile ir a , e f o r t a le c e r a imagem do
ín d io &omo entidade p erten cen te ao passado, ca te g ó r ic a h is t ó r ic a
de an âlisG sem valid ad e para o momento em que se v iv ia , a não ser
como fig u r a galan te dos romances de cunh ‫ ־‬n a c io n a lis ta e românti­
c o . Um dos fa to r e s que podemos considerar como im portante para a
in e x is t ê n c ia de inform ações sobre as comunidades ín d ia s no fira da
sé c u lo passado f o i a v it ó r ia doo colonos sob re os grupos indígenas
dominados, fin alm en te, p e lo p n ler da socied ad e nncic/nal, o que '
s ig n if ic a v a que o problema .leixara de s e r im portante e que se aban
donara o questionam ento a r e s p e ito do a ssu n t '-. O ín d io , devido à
sua marginalizaçãvo e ã redução Cc sou c o n tig e n te p o p u la cio n a l, ‫י‬
p assava a se r fig u ra h is t ó r ic a , onde b rilh a v a como fig u r a a lt iv a ,
n‫׳‬. ;bre, c h e ia de valr;res p u ros, que co n stra ta v a com a situ a çã o v i ­
v id a n aqu ele moment.' de t r i s t e z a e degradação que a socied ade na­
c io n a l teim ava em ign r a r , cc‫ר‬mo f^irma de não perceber os e f e it o s
d e sa s tr o s o s provocados p e la ação c o l o n i a l i s t a , e de assim lh es ‫י‬
dar co n tin u id a d e.
Em term os econômicos podemos d iz e r que o Segundo Império pode ser
c a r a c te r iz a d o como sendo o rien ta d o p elo lib e r a lism o econômico,com
in c e n t iv o s e estím u l‫־׳‬s ao desenvolvim ento da propriedade privada
e a ex p lo ra çã o plen.a das p o t e n c ia li !ades de cada empresa. 0 E sta-
dc- não tin h a funções co n trolad oras d essas a tiv id a d e s , mas acima ‫י‬
de t u d j, assumia as de c r ia r condições para que a exploração se
156

d e sse da forma mais adequada. Nessa cria çã o de in fr a -e s tr u tu r a s fa


c i lit a d o r a s da exp loração, o in d íg en a , eia áreas em que predominava
como p opu lação, tev e um p a p el im portante, j ã que era u t iliz a d o pe­
lo governo como parte das condições n e c e ss á r ia s ao desenvolvim ento
lo c a l.
Outra c a r a c t e r ís t ic a im portante d esse p erío d o , com rela çã o ao mes­
mo a sp ecto - econômico - ê a co p a rtic ip a ç ã ‫ ;׳׳‬das empresas privadas'
nos cuidados a s s is t e n c ia is a serem p resta d o s aos trabalhadores na­
c io n a is e im ig ra n tes. . Podemos observar e s s e dado no modo de fun­
cionamento das empresas c o lo n iz a d ‫כ‬r a s , p rin cip alm en te aquelas que
realizara m p ro jeto s de uso ‫־‬la mão-de-obra dos colon os estra n g eiro s,
U estas eiapresas, o aten d in en to ãs n ecessid a d es dos trabalhadores '
era r e a liz a d o p elo s p r o p r ie tá r io s da empresa, que usavam recu rsos
p róp rio s e o u tr o s, que eram tir a d o s de empréstimos e verbas gover­
namentais repassados p e lo s órgãos encarregados de promover a expan
são d essa s a tiv id a d e s,
A le g is la ç ã o do Segundo Império cora r e la çã o ã problem ática in d lg c-
na é abundante, p rin cip alm en te, a té 1860, quando os problemas de a
t r i t o e n tr e ín d io s o co lo n o s já se haviam reduzido devido a e f i c i ­
ê n c ia dj modelo de dominaçãj im plantado, o que j u s t if ic a v a o d esin
t e r e s s e p e la situ a çã o em que os primeirt^s v iv ia m ,
As r e la ç õ e s en tre a Ig r e ja b r a s ile ir a e o Governo Im perial estavam
organ izad as a p a r tir de algumas prem issas b á s ic a s , e s ta b e le c id a s '
an terio rm en te. Referim o-nos a f o r t e v in cu la çã o en tre o c le r o e o '
sistem a governam ental, o cjue levava a que s e e s ta b e le c e s s e relação
ín tim a e n tr e o e x e r c íc io da cid ad an ia, d entro dos moldes e s ta b e le -
e id o s de conformidade e paz com o regim e, e o e x e r c íc io das a t i v i ­
dades r e lio g i o s a s , .’‫!־‬,ssira, s e r c a t ó lic o era s e r cidadão cumpridor '
das determ inações governam entais, A r e lig i ã o c a t ó lic a era condição
e s s e n c ia l para a manutenção da paz e da ordem, elemento garantidor
da im idade n acion al e da tra n q u ilid a d e dos povos. Daí porque o ato
(■’e batism o passava a t e r xim papel fundamental' para os segmentos ‫י‬
m arg in a liza d o s quanto ao a c e sso à condição de cidadão e , consequen
tem ente aos d ir e it o s , t e o r i c ^ e n t e g a ra n tid o s, a todos os membros
da so c ied a d e n a cio n a l.
lip esar d e s s e papel de mantenedora do " sta tu s quo", que a Ig r eja a¿
sumia como p r in c ip a l a tiv id a d e , não podemos afirm ar que as r e la ç ã o
157

e n tr e a I g r e ja e o Estado fossem tipiceunente p a c íf ic a s . A razão ‫י‬


fundam ental ¿ e s s e s a t r it o s d e v ia -s e a d isp u ta s quanto ao grau de
autonomia pretendiera p e la Ig r e ja com r e la çã o a in te r fe r ê n c ia do
E stad o. Apõs o perloí'.o n a p o leó n ico , Roma adotou uma p o l í t i c a de
c o n tr o le maior sobre as I g r e ja s n a c io n a is, procurando r e t ir a r boa
p a rte da autonomia anteriorm ente concedida a e s t a s , e também regu
lam entar a capacidade de in te r f e r ê n c ia dos Governos sobro as d eci
sõ e s e c l e s i á s t i c a s . Uo caso concreto do B r a s il, a ârea de atuação
dos Bisx‫נ‬os cedida p ela Coroa era sim plesm ente a de manter a d isc ¿
p lin a c l e r i c a l g a o b ed iên cia popular. A té sim p les nomeações de '
párocos fugiam a alçada d e c is o r ia dos p r in c ip e s da Ig r e ja . Por sa:
enccirada como elem ent:‫ ׳‬fundamental da sua p o l í t i c a de dominação ,
o Estado não a ceita v a a perda de sua capacidade de c o n tr o le sobre
a ação da Ig r e ja , EntrG tant‫ר‬, para os membros d ir ig e n te s da Igre
ja b r a s il e ir a a a q u isiçã o d essa autonomia e r a m fa to r de extrema
im p ortân cia, p o is f a c i l i t a r i a a manipulação de nomeações e de se•^
u e x e r c íc io p o l í t i c o , b a sta n te cc)muns n e ss e p erío d o . No entanto,
a lib er d a d e d o u trin aria e a p a rticip a çã o p o l í t i c a e f e t iv a por par
t e dos membros da Ig reja b r a s ile ir a , nã‫״‬. era v i s t a com bons olhos
per Roma, que consirlerava t a i s medidas como ameaçadoras ao contro
l e que a Santa Sê p rec isa v a exercer so]‫נ‬re as unidades n a cio n a is ‫י‬
sob pena de se processar o fracionam ento 20 seu im pério temporal
e e s p ir itu a l.
Era, consequentem ente, vima Ig r e ja que v iv ia em a t r it o s co n stan tes
com o Estad■^‫ ו‬b r a s ile ir o e com a Santa Sê. E sta situ a çã o represen­
tava r e a is d ific u ld a d e s no encaminhamento de so lu ç õ e s, p r in c ip a l­
mente nas areas dc m issões ou ca ta q u eses, consideradas p r i o r i t ã - ‫י‬
r ia s para a incorporação, â n a cio n a lid a d e, de grupos é tn ic o s q ue‘
eram v i s t o s simultaneamente como psgãõc o inft.-jñ.:. ros , A a lte r n a tiv a
adotada como mais v iá v e l para a continuidade dc5s p rocessos "pací­
fic o s " de dominação e subordinação d essa s populações f o i a de se
promover a vinda de padres la z a r is t a s e de m issio n á rio s ca p u ch i-‫י‬
n h os, que passaram a sor resp o n sá v eis p e la s a tiv id a d e s de missão
m ais im portante do p a ís . P rin cip alm en te, en tre as comunidades in d i
gen a s. No s u l da Bahia, foram os capuchinhos que passaram a desen
v o lv e r d esd e então as a tiv id a d e s de a tra çã o , p a c ific a ç ã o , aldeam^
t o e incorporação d essa s populações à socied ad e n a cio n a l.
h d e c isã o de increm entar a vinda dos capuchinhos f o i adotada p ela
15G

Lei número 235 c'.e 21 de junho de 1843, e relacionava‫ ־‬se diretasisn


t e c ‫ ׳‬n a situação Je c o n f lit o vivid a com a Igreja b r a s ile ir a g
com a preocupação europeizante presente nos projetos de afirmaçãr
na n a c i.)nalidade. Alêra d is s o , o tip o de relação que f o i esta .jele‫־־‬
cida ontra os ca^juchinhos e o governo b r a s ile ir o deixava clara a
dependência funcional dos m issio n á rio s, in c lu s iv e , através /‫ כי‬pa-
jamento das cônjruas, o que transformava o padre em funcionario '
público sobre .‫ ׳־‬qual se detinha to ta l p‫■ ׳‬der de decisão e pressac.
Esta é uma das raz~es p e la s ‫״‬u ais ‫ ר‬p r o je t‫׳‬: p r o te c io n ista d:‫׳־‬s ca­
puchinhos não chegou a se e fe tiv a r . iJ) Decreto número 426 de 24 ‫י‬
de julho de 1840, ainda na regencia de Pedro da Araújo Lima, ja ‫י‬
se m anifestava o in te r e s s e de esta b elecer e sta vinculação ao de­
f i n i r que o govern: b r a s ile ir o pagaria a passagem e uma d ia ria de
$500 r é is para cada m ission ário que se d isp u sesse a v ir para o
B r a s il. Outros uocumentjs referen tes ao mesmo assunto são O Docro
to número 373 de 30 le ju n h : de 1344, jue fix a as regras le d is t r i
buição dos m issionS±i:5 p ela s p ro v in cia s, e a Lei número 426 de
24 de ju lh o de 1845, denominada "Regimentó das M issões", em que
se definem as normas que o rien ta ría n , a p a r tir de en ta c, a ação ‫י‬
dos m issio n á r io s(Vide H isto ria da Ig reja no B r a s il,1 9 8 0 ,I I ) .
Essa le g is la ç ã o p‫׳‬: de su g erir que a presença d-‫>־‬s capuchinhos era '
ura fa to novj no B rasil ou pelo menos o seu envolvimiento c:,'m ‫ ׳‬pro
blema das m issões entre grupes indígenas. iJo e n ta n tj, a prc;sença‫י‬
de capuchinh-.s no B r a sil vinha, na r e a li ‫י‬a ‫י‬.o, ^es:‫׳‬e sé c u l‫ !״‬XVIL
A !iriraeira leva fora compcata da fran cesc^ , que criarnra inúmeras
m issões na Bahia. Em Salvador construirrim ura h s p ic io , atual Igre
ja de íJossa Senhora da Piedade, nôc perraaneciam durante os pou-‫״‬
s -S que realizavan n esta c a p ita l. C ‫ גזי־‬a in vasã.‫ ־‬dos franceses na
Dahia e no Rio de Jan eiro, a situ a çã ‫־‬: d ‫>־‬s capuchinhos adquiriu ccn
t;‫״‬rnos de problema de segurança, o que determinou a sua expulsão'
em 1701. O H.:s- I c ic passou a ser u tiliz a d o para pouso dos capuchi
nhos it a lia n o s cue p• >r aqui passavam a caminho de Angola e São To
mé (liv r_ ‫■ ׳‬Iastro,ms , s / ‫ ) ן‬o -
lío p erí-d o posterio r ã expulsão dos capuchinhos fra n ceses, as mis
so es que estavam atõ entãõ sob a sua administração foram entregues
aos Carm elitas Descalç.,3 de Santa Teresa, ?,rõn já em 1705, por ‫י‬
.:.rdem r e a l, 03 capuchinh .'s ita lia n o s voltaram a assumir a resp ;n-
sa b ilid a d e de d ir ig ir os aldeamentos que sua Ordem havia fundado
153

anteriorm ente, A prim eira P refeitu ra criada no B ra sil f o i a cia Ua-


h ia , em 29 de fev ereiro de 1712, ‫ ״‬que çerm itiu a expansãi das at¿
vir^ades d e se n v o lv i’:as na Bahia e n~ D r a sil. P o steri r^iente, desta^m
braram-se d esta a de Pernambuco, em 1725, e a do Ri‫׳‬.> v'-0 Janeir: ,eía
1737.
■- rça ' car.uchinh .s nr. Dahia sempre f o i in ten sa , como se pe de '
co n sta ta r ^>810 niámer de aldeament .s ‫_׳‬:or e lo s a^jninistradcs snl7D£;
Irapuã, Varacapã, Pambü, Axarã, Rodelas, Vargem, Sãr Pedr‫ר‬, Pacatu
ba e Nossa Senhnra 3*.‫' י‬iei.15di!‫>׳‬s .1: Ri:, .^e C;ntas.
ii l o j i s l a ç ã ' ) ;ir1’:a lin a , c'Ei:. jã inúicarijs a n ta ri:■menta, nã. a tin -
9'iu :3‫ י‬alderxi.^nt.s as’ja in is trados 0 1 ‫ י־‬js capuchinh.s. Por i s s i masiri‫^־‬
u le s c ‫נ‬n tin u ‫־‬iran ‫ ב‬oxorcer suas ativid ades sem maiores in terferên ­
c ia s e as decisãos trnadas‫ ־‬durante ‫ נ‬Segundo Império vieram fo r ta -
Itícer a ação jã tlensjnv‫>׳‬lvida anteriorm ente. ‫־‬
‫י‬- ostru tu ra hierárquica ■ ‫ ״‬as miss~as capuchinhas sã poda sor enten­
dida se relacionada com•a h is to r ia da Ordem. Sua c a r a c te r ís tic a , ‫י‬
con rela çã a osse aspecto, S a de uma organização orientada por
c r it ã r i s o so e c ia is do adm inistração, d e fin id a p‫ ׳‬r Pr ovíncias com
diroçã > r.rõ. r ia e vinculadas de forma ijouco r íg id a a uma ch efia c®
t r a i. E ^;ara entendermos a opçH ‫ י‬dc G'v-‫״‬rn. ■b r a s ile ir : p elo s Capu-
chinhc s it a lia n o s , consideramos importante, tan_>en, e sta b elecer um
pequen«‫״‬, :jua.X v h ist5 r ic 3 ‫ ־‬da Ordam, juand serã.Õ e sta je lo c id a s a l­
gumas •;'as : ren issas b á sica s da ação d esses 11‫־‬i ’á‘á i nári::s, que s a ti£
faziam plenamente a.-s oían os esta b elecid o s para os ín d io s pelo go­
verno.
Os capuchinhos formam um ramo autônomo da Primeira Ordem dos Frades
:len'‫׳‬res “a Ordem <’.g Sãc F rancisc'‫׳־‬. Esta Prim eira Ordem anc ntrava-
stí in icia lm en te J iv id id a s em C‫־‬o nventuais e E sp ir itu a is. Os C ■nven-
tu a is introduziram vuna s é r ie de reformas modernizadoras desenvolvi
das a p a r tir dos p rin c ip io s esta b elecid o s ^e lo s Dominicanas, o que
r.1.;tivou a seoaração entre os d o is ‘grupos.
Js C;.nventuais criarara es!ecializaçv~tís in te r n a s, o que •veio ’gerar'
d is tin ç õ e s e oposiçÕes. Os frades ordenados se especializaram om
se r v iç is externes do pregação, o que f a z ia com que recebessem‫ ׳‬tr a -
tam3nto or^ feren cia l e.‘ Jlotivessem maior parcela de poder nas *Teci-
sõ es da Or<Tem. Em decorrência da sua atuação em a tiv id a d es junto '
ao _ u ^ lic o , os ordenados sújeriram a in c o r i:r a ça l ‫׳‬i modernizações
150

a Regra O rigin al, propondo tima vida comunitr.ria 1‫ז‬1.‫י־‬.1 ‫ ה‬aberta à par
ticipaçH o atravãs ostu::.) e c'.o. 7 re-jaç?‫׳־‬j . OLtivoran .3 ‫ ב‬.‫כ‬n 1‫ג‬is s ã ‫יכ‬
‫י‬-‫י‬. Pa!!a _jara a ofeitivação -‫ ד״י‬r e f rna, o ç!ue c‫י‬eterrainou ^ incremen
t-. .'.as .liscor:lâncias in te r n a s. O princii^al f jco Je o^csição ocor‫־‬
r.iu entro ‫־׳‬js frases ‫׳‬,^.a c i ‫״‬aJe c’e ‘larches, principalm ante no ‫־׳‬jus
S3 rciforia a ‫ ר‬v‫’ ׳‬t.. ‫ ׳‬.'.‫ כ‬y^reza. Os oEdenavlas _.r j:junham, r o f la t in ; .:
c e s p ir it o C.a õ^oca, a n-j^cessidaclo .lu f rtaleci!n..;nt‫״‬i acón 1100]11‫¿ ר‬a
Ordem, seguin L•■ oa ‫;־‬abroes e s ta L e lo c i' ,3 ¡^;ulas ;'.enai3 Or.lens R eli
ji'.sa so .

A oposição cIjs naa-ordenaLlos as reformas in trof’.uziüas p r o v o c o u ./


fo r te s p^rsej‫׳‬uiçÕtiT p •r ja r te (?.'‫־ ד;׳־‬: r '.ona'. •3 , 1‫־‬cusan.Io-os ‫״‬e hc‫־‬re-
t i c o s . A proposta dos c: nte3taJ1‫;־‬ro3 superava a recusa da nova re­
f ‫ר‬rma, Consideravam que ura noc^íssírio fa zer retornar os principé
os b á sico s G fun‫״‬OT.entais 2 0 rlara fran ciscan a. Esta !.u3ca das o-
. . ‫י‬

r i.;‫״‬ns f •i prcraovi■■.a sob a direção uo F rei :lato ‫־‬, )‫־‬.e B assi e teve
‫ ד‬. em i3sr.7 c :>nc■j‫י‬i ‫י‬a p elo Papa Leão X, sendo confiri.'naf.a, ;!ostar^
m.^intw, p.;r Clu:^¿:nte V II.
In icialm en te pensaram era continuar sob .‫ ד‬c r ".«naçH• ‫ ו׳בב‬C '.nventu
a i s , in c lu s iv a , pensan:!•:‫ ׳‬na p<.‫׳‬s s i M l i ’a‫״‬o do intro.’.uziren as traiB
f'r n a ç ~ js p rx. sta s aos demais membros da Ordem. No entanto, a v i
Dienta reação -l‫״‬s rdanaf-os, mais p r o g r e ss is ta s , tornou 03sa pos-
siLili'.a.Tci c o n c ilia to r ia im‫י׳יק‬s s ív e l, obrigando a in terfo ro n cia do
;/u-iu»:j '.e Can-^rin nj an: do 1525, o qae garantiu a oeparaçãj dos*
-1 : s it a r e s , cuj rec 0?v0 ram o nome de Capuchinhos, passando a fo r -'
nar um grupo autôn n . In icialm en te, n: an ‫ ׳‬.’.e 1525, obtiveram o
d ir e it o de vivv¿r .^reniterioT i s lados 3 a proteção do Bispo
lo C-nerin . 1;ei 152^3 a ?;apnraçã .'.;•ifinitiva se concretizou.
p r 'p o s ta in c lu ia r. ad >.;jñ., _v: .nntig. n ‫ )־‬d ^ l : '
' : 3 ‫ ־‬c a ; . 'u c h i n h 3 do
hábito franciscan. .jual o capuch ; era parte in teg ra n te. Os prto
c ip io s fundamentals da nova organização eram a pobreza, in cen tivo
ao estudc das santas e s c r itu r a s e dedicação p referen cia l ã prega­
ç ã o f e i t a através de d i s c u r s ‫ נ‬G simples e d ir e to s . Saas ig r e ja s do
viam se r pequenas e sim ples e suas ca sa s, além dessas ca racteres-
t i c a s , deviam ser fora da cidade e não podiam ser adquiridas por
d o n a tiv o s, mas r esu lta r do tra!;alho de pregação pelo qual não p r —
" i a n reCo?Jv^r r e ‫ז‬nun 3 r•‫ ג‬ç ã o , raas nponar: 03r.; : l a s .

..i açã ‫ י‬.*‫ י‬Cl uchinh.os pode ser caract e r iz a ’.a c m::! ominentomcnto
161

orien tad a para a ação p r á tic a , ainda que muitas vezes pouco funda
laentada en termos te ó r ic o s . A p a rtir de 1619, a Orclem criou 08 ‫־‬
cursos preparatórios para formação de m issio n á rio s, atividade em
que se e sp e c ia liz o u , formando, juntamente coiti os j e s u it a s , o gru­
po de raaior participação nessa ativ id a d e. (Encydlopedia Britannica,
v o l 9, 1972; The C atholic Encydlopedia, v o l 111:1913.S.V. Capuchis)
Foram, portanto, e ste s homens voltados para uma preyação emotiva*
e preparados para uma ação concreta de transformação das pessoas*
e das comunidades com que trabalhavõim que o Governo b r a s ile ir o '
contratou para o e x e r c íc io da ação m ission aria junto aos grupos to
d ígen as.
As d ificu ld a d e s enfrentadas p elos m ission ários na sua atividad e e
raai grandes. Indicavam, in icia lm en te, a grande dispersão dos mis-
sio n â r io s p elos sertões in terio ra n o s, determinada p ela vasta
tensão da área a ser trabalhada e pelo pequeno número desses r e li
g io so s imigrados para o D r a sil. Um agravante dessa dispersão e­
ram as d ificu ld a d es de comunicação entre as diversas a ld eia s e os
centros de decisão e ap oio, o que tornava sua missão altamente vu
n erãvel âs in te r fe r ê n c ia s dos potentados lo c a is .
Em decorrência da fo r te subordinação da Ordem aos ditames governa
m entais, tornavam-se comuns as queixas contra a f a lt a de liberda-
dtí de os superiores indicarem 08 m ission ários que deveriam exer-*
cer a tiv id a d es em determinadas áreas. A ssin , os grupos e agentes
econômicos fo r te s e com in te r e s se s na r e g iã o , conseguiam, através
de sua in flu e n c ia , manejeir os m ission ários em detrimento dos in te
resees dos ín d io s, Podemos, como exemplo, observar e sse fa to no
segu in te documento do p resid en te da P rovíncia ao D iretor Geral dcs
ín d io s•
"Tem sido removido da a ld eia de Santo Antonio da Cruz*
para a v ila do Prado, Frei Francisco Antônio de Faler-
no, è não podendo e le achár nos matos que p ercorria no
Prado, indígenas que se prestassera ã cataquese, r e t i - '
rou -se, pediu demissão e f o i peura a Europa,
"Frei Joaquim de Colorno serv iu com muito p roveito aos
Botocudos, pertencen tes à missão do referid o Frei Fran
cisc o Antônio de Falerno quando e s te sé achava em San’‫״‬
to Antonio da Cruz e não queriam os Botocudos sa ir do
Saco, onde s e r v ia -lh e s de d ir e to r o mencionado F. Joa-
1Z2

iuim <‫ »י‬0 ‫י‬10‫הנ‬1‫׳‬:‫י‬. ?vetirado e s te em 1850 por ordem .‫ >_ ן‬pro
f a l t o , .;ue depois fa le c e u . Frei Luis de Grava f o i segui^
‫’■׳‬.o p elos Botocudos eia massa até quase o lit o r a l o na ‫ע‬
quiserara a le s n a is v o lta r para o Saco e fundaram p::r 3i
roesmos a sua a ld a ia na Darra do C atulés, .mde fizerai»‫י !־‬
p lan tações. Tociavia o ano passado ou por causa das e n -‫י‬
Chentes extraord inarias do rio Pard.o cu p'^r jualquor ou
tr o motivo a::anclonaram todos s íe s a a ld eia e f >ram para
o Saco dunda ja v oltaran e s te nnc., segundo me infoemaran
o s jaEiissionári. s ' ‫ ב‬r i > Pardo, F rei Luis de Grava e dos
:!:;ngoyós de C atulés, Frei ?lainero de Ovada.
"ParecQ-jae de grande urgencia que vã se r v ir de diretcr*
dos d ito s lyjtoculos, j mencionad ‫ ב‬F rei Joaquim de Color
no como tenh ; sempre indicado p js to jue o p r e f e it o , por
f a lt a dtí cp e r a r i's n: Hospicio d esta C ap ital, senpre te
nha feit>,• oposiçã ‫ נ‬a e s te expediente; mas r.jora estando
n>-‫ ״‬H ospicio, Frei ñngolo da C mceiçã:: nã p-uco cheyad. ‫י‬
dCa iEuropa não fará tão grande f a lt a i^rai J aouim de Co­
lo m o e por is s o proponho que V. Exa. noneie d iro to r dos
d ito s Dotocu'V.'S que sao mais de noventa para s u b s titu ir
F rei Francisc-■ de Falerno, que se r e tir o u para a I ta lia ,
a fim c*e e v ita r ■jue os !-/otocudos ou v .‫׳‬ltexí1 para as luatc^
cu i n f e s t a as estradas entregues a s i nes 1a )s (Ll;íri.,1855;
ns) .

Outro proj^lena enfrentado p elo s m issi-.n 5.riJ 3 , 2ua r e f l e t i a na sua


ação junte aos Indios e que taml^im é sugerid- no documento acina ‫י‬
c it a d o , f o i a inadaptação d ‫׳‬s frades às novas condições cu ltu ra is
i¿ econômico - s jc ia is :!ue enfrentavam nas r e g iõ e s in terioran as en '
juapassavam a v i ver, para ‫״י‬, e x u r c íc i-‫ ׳‬do seu ap^^stola■ ‫־‬o. Era ccnuia
.a^andjn: :‫ י‬a missão p e l‫״‬s fra d es, que passavam^morar nos centros ‫י י‬
ha.^itadjs T>el:_s nacionais ou mesmo voltavam para a Europa.
A localização das aldeias nas proximidades das vilas e povoados p^
n itia a interferencia e as pressões djs proprietários locais na a-
çã.; d:)S missi-.narios. :4 pressão política, económica e nesmo polici
al s^Lre os aldeamentos fazia com 3‫ כ‬frades se tornassem incapazes
de reagir à manipulação ■^os interessados en desalojar 3 aldeados ‫י‬
e era transformar os territorios in'igenas en fazendas .u futuras ‫י‬

vilas e cidades. ;‫י‬- in-^iferonça do Govern^, en raanter ja aldearaentoc


163

apos e s t e s terera cumprid;;• a sua ta r e fa i n i c i a l - a de ¿!omesticar ‫י‬


‫ ״‬s in J i ‫־‬iS o lü v ir a r a área qúe anterioinaonte doniinavam - tornava *
cj;ual:_2u 3 r p o ssiM lic a d e <\e raaçã‫ '״‬clus capuchinhos vima h ip ótese remo
ta .
Outra questão levantada era a f a lt a ■la recursos para a realizaçã:.'
dos in vestim en tos n e cessá r io s, na fnsa .‫־‬le implcmtaçã‫ נ‬e expansHc ‫י‬
-1. s alf.'j:a1aent.,s. Os recurso s in v jsticlo s eram ob tid os através cias
L -te r ia s Ijancalas ;^>81 ■G.>vemc, h fonte era a mesma de onde se ob­
tin h a recu rsos para . su sten te das Santas Casas de M isericordia ,
p rincipalm ente n. .;ua se r e fe r ia à construçã:; de pré.’i j s , capelas
e cu tro s e d if ic io s n e c e ssã r i;s e despesas extraordinárias,conform e
se Constata nr‫ ־‬Decret• n9 285 de 24 de junho de 1843. A f a lt a de
recu rso s para investimento■ decretava a fa lê n c ia dos aldeamentos ,
p r in c ip a to e n te , dos yue não se tornavam a u to -su fic ie n te s .
A vinculação cios íaássionãrios capuchinhos ao Governe Iraperial fic a
va cla ra na Decreto n9 373 de 30 de julhc de 1844, como se pode J‫׳‬b
sorvar na c ita ç ã ; desse c’ :cumonto, 'jue consi" eramos de v i t a l imp r
tâ n c ia para o entendinânt ‫ נ‬d? prc. cess • p o sta ri rnonta desenvolvido:
"Art. 19“ A IlissH:■ dos R e lij ij s o s Capuchinhos, e s ta ‫'״‬Gloci a n o sta ‫י‬
C orte, em v irtu d e do artigo prim eiro do decreto sob red ito, f ic a de
\;endendo z\~j Governe n‫ • ׳‬rue r e sp e ita a d istrib u içH ‫ ׳‬e empreg ‫ ׳‬d:.s
n ig sio n ã r io s nos lu^'aras n ’a c m3 smo G varn ‫ ׳‬ontenTer ^uo as ■lis-
su es podam s e r Ia raai ;r u t i l i ‫'׳‬a,la a .‫ ׳‬Estadc w à I-jr e ja .. . A rt. 29
O Güvemot à representação dos B isp:s *u Ordinários das D ioceses '
!.)ara onde foram reclc!mados. A rt. 39 - Os M issionários Capuchinhos,
na C r t e , e nas Províncias em que se acharem em m issão, na forma '
' ir, a r tig 3 ^‫ ׳‬antecedentes, esta rã c su ja it^ s o L■e’‫־‬Gndarã‫ ר‬unicamen-
tij dc 3 ‫ כ‬15‫ ע‬03‫׳‬- ern tul.> quanto dJ.sser raspoit. a;^ ‫׳‬l i n i s t é r i ‫ ״‬Sacerlo
ta l? e n .s lu;^aro3 emque houver Hospício e p elo tempo que a í r e s i
direm , as laissio n ã rio s dependerão d•.; Superior Local, enquanto aos
O fíc io s e funções mereimente reg u la res. Art. 49 - Nenhum :iissi'onáric
Capuchinho s o lic it a r a de seu Superior le r a l en Rema obediência ru
o u tra ordem seiaelhante, que o d esligu o t’a ü s s ã j , ou tr a n sfir a !a -
ra c^utro lugar que não tenha sid o dasigna’.) Govern-, ou in d i­
cado pelos B isp ‫■־‬s cú O rdinãtios, sen prévio ccnsentinent.; 1< mesmo
3 )varno. ?.rt. 59 - Tant. as cbedJ-ências ou .-rdens semelhantes de
,ruü tr a ta o a r tig o antecedente, c^m • a;iUGlaa ••;:ue não forem prece!:!
das da f-rm alidade C:> mesmo a r tig o , ficars Ce^jendondo, para a sua
164

execução, de Beneplácito Im perial."


l^lem Ja regulanentação da açH.. n issio n ã r ia p r e v ista no Decreto aci
na c ita d o , o Govomo Imperial pr-jcurou sistem a tiza r a le g isla ç ã o ‫י‬
’.isp ersa que versava soLrs os indígenas, através cio Decreto n9 426
. o 2C ds ju lh o .le 1345. ‘r ranscreveremos a a n á lise de Perdigão Ha-
Ih tíir‫׳‬. r a a liz a .la no seu traivallxo sc^re a le g is la ç ã o in d ig e n ista ats
1367, e ‫!׳‬ue é c it a 'a :'^or :!.;reirá Neto (1967:360-70).
"Esto Decret_ p-de se den^aainar *o Regiment.; das !•lissÕes, como no
mesmo 3 e in d ic a . Suas uisposiçC és constam de 13!,a r tig o s , dos ^uais
vi prim eiro se c'esenvclve em 33 parágrafos e ' se x to , em 7 paragra-
f o s . ESa cada P rovincia deve hciver vim D iretor 3 era l dos in d io s , no-
raeado p elo imperr.d ;r, Em cac’a a ld e ia um D iretor nomeado o elo P resi
d e n te , sob proposta do D iretor Geral; Um T esoureiro, :».Imoxarife e
C iru rgião, cargos ‫^״‬le dependem do estado e importância da a ld eia ,
e que p u d ^ &&X exarcidcs p elo mesn; individuo; outros agen tes, co
mo p e d e str e s, o f i c i a i s de o f í c i o , e t c .; e , fin alm ente, :le um m issi
onário p elo roenos. Nos a r tig o s 19 e 10 se declaram quais as a t r i-
]juições e obrAjações do D iretcr Geral; no a r tig o 29 as do D iretor
da a ld e ia ; nos artigos 39 e 49 as do Tesoureiro; no mesra:• a r t i j . 4 ‫?׳‬
as do Almoxarife; n: artigo 59 as ‫ נ‬Cirurgião (rue ê igualmente o
oncarrega“.o '.a L o tic a ), e do enfarmeir:.; n.- a r tig o 69 as do m issi-
u n ã r i:. Flnalntente, no a rtig o 11 se confere, ençuanto servirem , ao
D irtitor Geral a graduação honorária de B rigadeiro, a^-• J ir e to r da
a ld e ia a de Tenente Coronel, o ao Tes-uroiro a òe Capitão; f a c u l- ‫״‬
ta n d o -llies o uso do uniforme resp ectiv o estabelecido' para ■j Estado-
lia i >r do E x é r c it‫ כ‬. As id é ia s c a p ita is desse Regulamento s ã19 :<‫־׳‬
conversão dos ín d ios ao c ristia n ism o , e sua G(‫י‬.ucação r e lig io s a , a
crrg ‫ י ׳‬jS m ission ários; 29 instrução prim ária, tcUijém a cargo dos
mesmos; e cria çã o de aulas para e la , se ; m ission ário não f.:r su fi
c ie n t e ; 39 p roib ição expressa de força e v io lê n c ia para a tr a ir os
ín d io s às a ld e ia s , para a educação r e lig io s a , nera para outros qual
quer f in s de sua catequese e c iv iliz a ç ã o ; 49 instrução de ín d io s '
nas a r te s mecânicas segundo as suas propensCes, promovendo-se para
e s t e ü f ic ic .‫ ׳‬estaijelecim ento de o fic in a s nas a ld eia s; 59 laais par
tic u la n a e n te , o aproveitamento d eles na cu ltu ra >u lav.mra; 6 ? âe-
raarcação dos d is t r it o s das a ld e ia s , e das terra s concedidas acs ín
d ia s ®n comum ou separadamente; p‫׳‬jc!endo mesmo de simples usufrutuã
r i o s virem a s e r p ro p rietá rio s; 79 proteção d^s ín:‫ן‬io s , quor em su-
165

a s p essoas e liberdade, quar era suas terra s; 89 proibição de se­


rem (?:adjs a se rv iço p a rticu la r; 99 procurar p elos n issio n a r io s a‫־־‬
t r a i r os in d i s selvagen s, e a ld eã -lo s ainda que em se¡;ara:?.o; 109
l^r^^ibição dtí irem :20 fora '^essoas negociar ñas a lJ e ia s ou esta:.‫׳‬e-
le c e r - s e n e la s , salvo caía lic e n ç a 119 promover 3‫ כ‬casamentos dos
ín d io s en tre s í o coia pessoas de outra raça; 129 fazer expulsar ‫י‬
cas a ld e ia s para alêm de 5 legu as f ;ra dos lim ite s dos d is t r it o s
ras:,‫׳‬tictiv o s as pessoas de ca rá ter rix cs .!»i maus costumes, quo
in t r o d u z i bebidas esp ir itu o sa s *ou tenham enyanaJ.c os In d io s, le ­
sando-os; 139 proibição c!e v e x a -lo s com e x e r c íc io s m ilita r e s , con
trariando a’;erta e desaboridamente os seu 3 ha}>it>'s e costuinos; 149
garan tia de j.ornáis .m s a la r io s aos 1 nC i 3s , ruando chamad• s a ser
viÇvj p ü h liec ..u <‫י‬a ald eia; 159 a u x ílio s a vom de suas necessidades,
de sua saude e bem-estar; 169 proteçã-j €.r\s a ld e ia s pela f o r la mil¿
t a r , ¿uando neoessãxio; 179 proteção às viuvas e herdeir s dos ín -
d io 3 . Por seu lado ficaEi os ínf.ius su jait^ ss 19 a serviço ‫נ;גוה‬1 1 0 ‫י‬
laedisoite s a lá r io que deve ser fixado; 29 a serviço da a lfie ia , i-
gualjaente por sa lá rio ; 39 a alistam ento para serv iço m ilita r , 3e1:1
que todavia sejam vexados; 49 a prisão c> rrecional atõ 6 d ia s , en'
co rta s c a so s, ao arbitro do D ir e t o r 0 ‫ ־‬Mai‫־‬r a l d.?s ín d ios deve ser
c-;nsultadj para se ir. da acorda c-:m e le quanto sü possa, .juand- ‫י‬
se t iv e r da d esig n ã -lo s para ac plantações e serv iço da a ld e ia ou
pü. l i c o . As te r ra s üas aldei^P, quan'Tj possna ser dadas çte a f ‫ב‬rar'.on
t o , soiaente o serão para e d if ic a r ca'sas, g jamais para Culture. Re
c jra3 nC a-se, tari-5n, nv^ citad o •.'ocvimont; ..:uo as fe s ta s r e l i g i 3.‫ל‬3 .‫ ־‬ü
c i v i s seja® f e it a s com a maior pompa; e que se introJuza nas al.lor
ia s o g o sto p e la música in str im e n ta l. 0 r ir e to r Geral b os D irctu-
r e s das a ld e ia s são c o n stitu id o s procura•-•res ‫״‬os índi^‫׳‬s e p: :’.cm '
n^nuar qucn 03 represente perante as J u stiça s e autoridades. ‫ ״‬for
ça m ilita r da a ld eia p-de t e r um rogulamento e s p a c ia l, ks próprias
a ld e ia s terã o seus regimentos e sp e c ia is e in str u ç õ e s, propostos ao
Govenao Inç>erial pelus D iretores G erais. 0 regime econômico e ou­
tr o s assu n tos ainda ai foram providencia‫״‬os; incumbindo aos d iver­
so s empregados os seus r e l a t ^ ; r i - - 3 e i n f ‫־‬. m a ç õ e s ; e recomendando-s(^
fin a lm en te, ao Diret>.:r Geral que exp nha a. Guvorno )s incovenien
t e s encontrados na execução -."o mesmo Regularriontc' e d e outros ju e *
sejam expedidos e indiquem as m e d id a s q u e sntundan mais a p r o : ; r i a d t S
no grande fim c*.a cataqutís*2 e c iv iliz a ç a ■ dcs ín d ios."
■. , . ICC

A •an alise iseLÍ.8 de'tlda desse decreto aparentemente benefico aos Indi
o s p eriaite-n oa, en treta n to , perceber qua uma s e r le de d is p o s itiv o s ‫י‬
p r e v is to s pem ltlara a !aanipulação cias terra s e da raão-da-obra Inc!.^
gona de fonaa a resguardar os In teresses da sociedade dominante. A
h ip e r tr o fia das funções do D iretor Geral dos ín d io s, ainda não remu
neradas, caracterizava plenaraente os p rin cip io s básicos do s is te ^ a ‫י‬
.ioninação. Assim d esa rticu la v a ‫ ־‬se a autonoml•?. uos grupos Indíge­
nas e i 1apunhe1m~se decisões no roferonte ao acesso e uanutenção de
te r r a s por e s s e s raosmos grupos os guai3 vlsavan atender aos in tere¿
3es do segraento nacional em detrimento .los que tirara p rõp rijs aos ín
d lo s . Ltorelxa N eto(1967:321/2) destaca n~ le g is la ç ã o os segu in tes ‫י‬
pontos que caracterizavam e s s a dominação:
A capacidade ,1'; J ireto r Geral d ecid ir sobre :1 conveniência ou não ‫י‬
da manutenção das ald eia s nos lo c a is o r ig in a is . 0 c r it é r io conside-
riS .j não se r e fe r ia aos in te r e s s e s da coraunidade Indígena, mas, n_‫׳‬
n ln ln o , dentro de m a õ t lc a em presarial jã bastante qu estionável em
s i mesma, a p o ssib ilid a d e de transformaçH‫ ־‬d‫ ״‬t e r r it õ r i :< t r ib a l em
centro produtor a g ríco la , para a i n s t i t u l ç S ; de comércio e f ic ie n t e .
(¿29 do a r tig o 19)?
A firma de reiaoçãu dos ín d io s , caso o D iretor opinasse pelo desloca
raent-, o que jã caracterizava a v io lê n c ia e arbitrariedade da d eci-
sH :^ tarabém era da competência do administra.', r . Tant;• se poderia ‫״‬
faz.^r a tra n sferên cia de f>_ma p a c ífic a >u racsn.) usanl: 5-s e a f rça,
. quü den >nstra que o sistem a reconhecia Im pllcitaiaento a p o s s ib ili
da^Je dos ín d io s reagirem as propostas de mudanças. ( 3 9 ‫;)״‬
i :.estlnação das terras indígenas desocupadas voluntariam ente ou era
^...c.:>rrôncla ’ ‫■ נ‬Tisposto n^ parágrafo an terior eram teimbém decisão ‫י‬
. . D ire to r. S.j c^nsi ■oram.^s o fa to de o D iretor pertenc^ir à e l i t e
^'.3 ,‫ ר‬.;■ciüdade ‫־‬ainante e _ d(^ I carg ; nã. sor reiranerad ‫ נ‬, ; que p r s
3 upunha in te r e s s e s . & a lia n ç a s, enten :emos como e s te mecanísm‫ '׳‬le g a l
represen tava uma sêri a ameaça acs in te r e s s e s das comunic.adois Indíge
n a s. Cas; não correspcndesse. ã realidade e ssa colocação, o fa to de
s e r D ireto r Geral dos Índios numa sociedade era que o p r e s tíg i ; s -c i
a l r e la c io n a v a -se dlretèuaente com a posse da te r r a , as fa c ilid a d e s
.:fe re cid a s p ela L ei, criavam oportunidades concretas la pessoa se
transform ar em pr‫׳‬o p rietã rlo . (549).
Croia a in :a ào D iretor J eral a deci s ã ; s.-bro a tra n sferên cia da p.■-
‫־‬.u la o õ e s indígenas In te ir a s e >s e c r it é r io s a seren ac'‫־‬: tadcs
157

na. <.?.â1aa1rc3 çSo das suas te r r a s , o que laais uxna vgz c a r a c te r iz a ñau
s 5 a f^oninação taiabén a gran le parcela C.i p .v'.ar entregue
D ir a tc r , o que Ihe perraitia granc‫י‬.G laargem Ce nanipulaçã ; ^03 bens
Indígenas eaa p ro l dos in t e r e s s e s Cus latifunCiãriM S e cleraais re­
p resen ta n tes v.a s .ciwJ’a le n aci m a l. (J§89 c 119 raosm.) a r t i g :: ) 1
Ios:.1 as t-jrras quvj havi.nn s i ‫ י "׳‬Cexnarcadas e quo, p^^rtcint:-, p elo
men>...s on tarr^‫ר‬s t e c r ic :■s portencoriam as cjnunicaúas indígenas '
não escapavan . ‫ ב‬tianipulação, A ssin o D ir ito r j: Tia le c id ir sobre
invt-jstinientc s a seren realizavlos prira c increm.;nt ^ ‫״‬as a tiv id a d e s
oconÔnicas a seruni implantadas n^a a l‫'־‬.&anento3 a p a r tir da nova õ
t i c a g o r a n c ia l. Jócic ia taiabén s,.bre o arren.‫״‬a1.1 2ntc• pele- p ra z‫׳‬,
3 anos, aínda que nao t iv e s s e o D iretor c‫ ־‬poder do d e c id ir sobro
a ■_r á tic a ou não c_as derrubadas de niatas n >3 arrendanont( js . Essa
atitud■;^ demonstra claramente que os aldeamentos eram considerados
cvn.■ etapas n ecessárias quo visavam resjuardê^r temporariamente as
pvjpulaçCtíS 3 t‫־‬a contudo elim in ar a ,p o ssib ilid a d e d.e expansão da so
ciedadG n acion al sobre aqueles t e r r i t c r i ‫ר‬s reserv a d o s. J u s t i f i c a ­
se a p r á tic a dos arrendamentos cora a alegação de cjuo a presença '
‫״‬os colonos tr a r ic estím u los im portantes no aceleram ento do de-
Genvolvimento lo c a l. 03‫" ׳‬exemplos de a titu d e s ”, os casamentos in -
te r ê t n ic o s , f a c ilit a d .5'‫ י‬c. ¡m a convivência na mosraa area 3‫ ^ ־‬comer
c i o e s t a b e le c id o entre as ruas p.-.pulag'^es seriam os agentes r u s - ’
P ‫׳‬n3ãveis p e la ccnsucuçã‫ •״‬de t a i s o b je tiv a s . A medida p r e s e r v a ti­
va adotada para e v ita r , lu g a ln en te, a t>mada das te r ra s - a pr■ i -
b iç ã ‫״‬i de in sta la ç ã o de roças - não su r tia o e f e i t o d esejado. k
perm issão do P resi "ente da P rovín cia para quo se ci.n cretizassem as
derrubadas, o que sõ faz se n tid o se fossem d estin ad as ao p la n t io ,
comprova que c avanço se ;^^:roçessava sera grande3 p e r c a lç o s. 1'rcble
nas fu tu r ‫ ־‬s iam ser c r ia 03!‫ ׳‬à medida en -3ue, p osteriorm en te, essGs
arren d atários se atribuissem p rerrogativas de p r o p r ie tã r i J3 , e , '
alegando o avançado estãgiv; de aculturação dos ín d io s a l í resid an
t o s , ou a redução da população indígena da a ld e ia , iniciavam o '
p rocesso de apropriação d e f in it iv a das te r r a s (§129 6 139).
ün d js d isp o sitiv 'js dos mais p erigoéos e que se relacionavam .■.ir;¿
tamente cora o exposto anteriorm ente r e f e r ia - s e ã p o s s ib ilid a d e ‫י‬.«
transform ação do te r r it ó r io t r ib a l em lo t e s in d iv id u a is , E stes e­
ram d is tr ib u id o s preferencialm ente no perím etro externo da a ld e ia ,
e sua propriedade d e f in it iv a se daria apos 1 2 anos de trabalho i -
n in tíirru p t p r ::■arte d.. ín d i‫ • ׳‬aquinboadc , c. mpr jvad js por relatÕ -
1C-.

r io s 2‫ י‬observações díjg encarregá-los. Promovia-se assim o en fraque


cimento ¿Ia solid aried ad e t r ib a l, ¿leterminaC.) p ela introdução da
ccíapetição e p elo s estím ulos ‫ כב‬aJ.anl.n. das p rá tica s o r ig in á is ,
ja »uí3‫ ־‬sÕ aqueles indígenas "rnie por seu ’5jra compjrtamento e d es^
volvim ento in d u strial" a. .^juiriam d ir e ito s aos l^ t e s , em de trin en -
tc dos demais raenbros da cimunidade, 0 c r it é r io de 1 2 anos de tra
l^alho e f e t i v tax3::ém ara uma í m a nã.‫ ׳‬assegurada d^ ja ra n tir a
i. r>jprioIade d e fin itiv a . Cremos gue c-m t a is laedidas, ‫ ״‬que prdarir.
rooresen tar de vantagens :'ara a 3 c ie fade d-^minante era nãj s ' ‫ ׳‬.‫־‬-
deSviStímuli.) a js indígenas p e la lu ta ¡jara jarvantir o t e r r it ó r io '
tr iO a l, coiao ta 1n]>sm un mecanísn ‫ ע‬de a!.;r^yriação do trabalho in d í-
^Jena d ‫ צ‬fo m a in d ir e ta , Comcj e s t a s , para fr.zuroxa suas r .'ças, :pro-
cisavam •Tosmatar o preparar a te r r a , o que, c ‫ נטי‬traoalh > in cor‫־‬po
rad_> à to r r a , passava a representar sua v a i r iz a ç ã o , sendo p o ste-
ri..rm ente tomada oelos. fa zen d eiras. (■¿15);
Outr^ d isp o sitiv o :;ui^ roi^resentava sSri?. ameaça ?. integridade das
c •raunidadüs in:..í jonas f i a ;.ormanência do costume de recrutamen­
to de ín.’J. >s :yara ^.'/ras :!üolicvas assim c‫>־׳‬mo para o serviço naval,
;^ssin aumentava-se fraci-nament^: d ?s ■jru\..‫ ׳‬.¡s, alera die rc1.‫־‬u z ir as
p o s s ib ilid a d e s de c u ltiv . d‫ ;׳‬s: l>; dvs aldeamentos, o que o fe r e c ia
j u s t i f i c a t i v a s a_s Diret^'res para promover o arrendamento das te r
ras u a extinç5.j " 5‫ י‬aldeamentos, alegando ou a ro‫^׳‬uçã :.a ‫־‬. -_u
la ç ã o , 1'U u• aoand‫׳״‬n 1‫ ״‬das a tiv id a d e s, u, ainda, .. nã.. apr. v a i t a - ‫י‬
nent. adenuad‫״‬, ;as terras concedidas.
,de-stí ^erctíl;er claramente a intençã da aprupriação do trabalho
in !na p e l .s c r it é r i os de c la s s if ic a ç ã : usadjs para o en ten d i-'
‫^־‬vint., djs ín d io s; iso la d u s, h o s t is , ^.Ider.^-zS e integrados .vu d^s-
t r i ; . a l i 2 a'..:s. 3‫) ז‬ trâs ;•rimeiras categ. ria^ eran c ‫״‬n sid era .a s
c.,-n;, refertsntes a e s t ã j i .s a seren supera .3 ‫״‬, rasã ‫>_ ׳‬ala sjual t -
dos os investim entos deveriam ser canalizad as para esses o s tã jx 's
i n i c i a i s p o is o. ob jetivo era fa zer com que todos os ín d ios a tin -'
gissem rapidaiaente a condição de integrados ou destribalizad os.E n
tã o tornavam-se apropriáveis para o e x e r c íc io de atividades agrí­
colas. Prjcurava-3e, assim , g a ra n tir a mao-de-obra n ecessaria pa­
ra a r e a liz a çã o !..as ta refa s dom ésticas, do co rte e transporte de
mad.eira, ccnstrução Jle in fr a -e str u tu r a , principalm ente v iá r ia , es
s e n c ia is ao desenyclvimonto da eccn >nia nacional?
ludc aldea.n1antj pressupunha, além do arcabouço adm inistrativo ,
a ■oresença de um contigente m ilita r nas proximidades para garantir
169

a paz« O o b je tiv o da a x isto n e ia desge con tigen te relacionava-sa ‫י‬


ccaB o BBticK , por parte Cos D iretores a âo Governo Jg naneira go-
r a l , de p o s s ív e is reações Jlos ín .lio s ‫ ד‬v^ominação, ou Jla te n ta tiv a
reaJ.ju iriren a autonomia c’.os alv2eanentos, o ctuo sempre motiv:!“
va rep ressõ es v io len ta s exercid as não sã pelo jovorno como t¡nm-
bSia por p a r tic u la r e s.
C onsi 1"erarao3 qut‫ ־‬o Decreto n9 426 24 Je julho de 1845 pjde ser
c jm]_rc‘tín.ll ‫ך‬j a p a rtir da id e n tific a ç ã o da f i l o s o f i a fundamental '
da pr l í t i c a i n ‫י‬iJ e n ísta d > p e r í 3‫׳‬dj. :! preocupaçã:^ em transformar
‫ י‬ín.'.i^ em a lte r n a tiv a econômica de su b stitu iç ã o da mão-ãe‫ ־‬o!'ra ‫י‬

ostan^'tíira, principalm ente nas áreaa em jue e ssa colonização, fra


ca sso u , levava a que se reforçassem 03 mecanismos du integração '
das comunidades indígenas ao sist^ n a nacional através :a intrudu-
çSo de eleai^ntos desorganizativos do sis te n a t r ib a l o quo fcstirau-
Inv» a a ’oção ds novos ‫נז‬a ‫י‬x c e s s o c ia is . Para se a tin g ir t a i s obje
t i v o s , incen tivav^ -sa o ensin^ da língua portuguesa, a implantação
d 3‫ נ‬aldeamentos nn3 proxinidavies do projetog de colonização - on­
a in flu ê n c ia dus cclrnos se fa z ia s e n tir de fom a n ais !reiaen-
t^ ‫ ־־‬e o deslocaiaonto de trabalhadores in d ígen as. Outro fa tc r an-
terio n a en te destacado e c:u3 c o n si‫׳‬TeramcíS de grande relev a n cia ne¿
stí pr cesso era a preiaiação dos ín d i as mais ajustados aos novos ‫״‬
padrões ccm a o cssib ilid a d a de se transformaron em p rop rietários
p a r tic u la r e s en !‫־־‬j trinento da po^se c o le tiv a vias terra s d‫ ר־‬al-lea-
laent ), prõpria ritíntaçã ‫ ג‬d‫ ־״‬desenv‫׳‬. Ivimento pensada para a j s -
rên cia a lm in istr a tiv a caracterizava-so c /no ‫ י־‬in cen tiv o aos ín '.i­
s ‫ ד‬abnas‫״‬onareg1 . antijo: sistem a produtiv‫ ;׳‬comunal, base da sua
rjan ização s o c ia l, para se transf.m artsa era produtores para raer-
ca ‫ ״‬, vison.-c não apenas cr ia r js estín u l; s n ecessá rio s r. in tegra
ç ã ‫ א‬econômica, e s o c ia l, mas, tanoãn, v ia b iliz a r .> sisteria c.e c nu
n ica ç õ es implantado no p a ís , jâ que o excedente devaria cer d est¿
nado ao consumo dos v ia ja n te s e comercisintes. Coroando todas esses
d e c is õ e s temos ainda o sistem a ‫;׳‬le força implantado na região dos
alv’eanent .3‫ י‬com asta::elecim ento de forças p o li c i a i s que visavam ’
g a r a n tir a dv:minaç5■ in sta la d a e administrada p elo cün‫נ‬o de d ir e ­
to r a s noTíioados pelo Gcvemo. O grande o b jetiv o dos aldecuaentos e­
ra c ’.e transformar a população !uo a l i r e s id ia em trabalhadores
r u r a is ca!;azas de pr.)mc ver a jcupaçã‫ ״‬o exploraçã:‫ ׳‬c ;rreta das ã-
re a s in t e r i >ranas, para ‫־‬jua, posteriorm ente, se transf^ríaassem,as
170

t-isrra s, en n ú cleo s 'as f u tu r a s v ila s s e r ta n e ja s p ro d u to ras e cora^


c i a lim a d o ra s de raer c a ria ria s .

.‫!*י‬.osar ‫ גב‬vigS n cia desse D ecreto, siacisõos yuo contrariavam fr .n-


taim ante seu e s p ír it o foram tomadas no período suosejuentG. Ainca
:uõ ^,irigidas e pensadas para situ a ç~ es e lo c a is concretos, consi
‫״‬çjrrja.^s :jue sHu rep resen tativas Jas incongruências u contraJ-içõts
e n tr e a proposta teó rica para o tra to do problema in^Ijvsna e as a
çõ es p r ã tic a s a serem adotadas nos c o n flit: s sur jid o s 3‫ן‬.‫ ן‬áreas Ce
expansão, principalm ente aprs a prorauljaçã‫׳‬.‫ ׳‬ca Lei n9 601 T.o IG
C.Q st‫״‬t 0n.'.ro ’.o 1050, juo ¡jr^curavn regulainontar a aclminsitraçã:■ ‫י‬
tias te rra s ‫ ״‬jv,:■lutas Jo Impsri /. ‫; כ‬b jetivo prinorC ial Jessa Lei
era o de promover a moIerniz?.çã‫׳‬j ./!r. agricu ltu ra s a promoção da ‫י‬
ocupação das terra s ainda in c u lta s . ) ü stab clecim en t, Z e novos pa
.■’.r ~;:'5 ‫׳‬.:.(j Ití JitiIn‫ד‬çã‫׳‬J• f■*.‫ ¿־‬pr jprioJaO.ti Ca to rra , Cldterminava que o
s is te m a de a.^u isiçã 1 la v a ria s o r a compra ^ c:u<i as ^ropriedadvas '
devGriam s e r demarcadas a t i t u l a d a s , ^¡ue c r ia v a problemas séria s
ju a n t a manutenção :‫ י‬as p r :‫י‬pric5da;‫ י‬es o b t i ’as e m antidas p e lo re -
ji:t 1 t r a . ’.ic i: n a l ‫׳‬.’e p :s s e , Incluiara-sci, p . r t a n t ‫ג‬, e n tr e js p r e ju -
; ic a J ’ .íS t a n t ; .;s j.:c^‫־‬a unjs ^ .: s s o i r j s , sara ^‫ י ג‬d^r de p ressão ju n to ‫י‬
rs a u to ri! a-rius p a ra fazerem v a l e r os seus d i r e i t . s , o sen r e c u r s .-s
f i n a n c e i r o s p a r a s a tis fa z e re m as novas e x ig ê n c ia s c.o ^ajaraant ?‫רי‬.
J.enarcação e r e y i s t r , ju an t >s ín d io s . E ste s aliava:.!, alérr. ‫ ^^׳‬3 ‫י‬
d i f i c u l tades re la c io n a d a s con as condições d i f í c e i s d .s p‫׳‬:-sseir :‫׳‬s
as i n e r e n t e s à s itu a ç ã o de grupo m arginalizado das d e c is õ e s , sem
autonom ia e in s e r id o num sis te m a do o;ual desco nh ecia os mecanísmcs
J.e fun cicn aiaen to. O p ró p rio c o n c e ito de posse da t e r r a elab^DraJc■ ‫י‬
p e lo s grupos in d íg en as não se enquadrava pc-s parâm etros estai> ele‫־‬
cicl s l e g a ln a n t e . Para as ín d io s a 330‫נז‬.‫ ר‬se rv>laci ■nava cara a iCú
ia de e f e t i v o domínio de uma á r e a sobre a ^¿ual exerciam as a t i v i -
.Ta-AiS econôiaicas n e c e s s á ria s a sua s u b s is tê n c ia .

A L ei de T e rra s ccmi^inava d 3is a r t i g o s que a tin g ira m d ireta m e n te ‫י‬


as C'l muni la ■
’e s in o í'je n a s . 3 xrim eir•.‫ ־‬d e le s e r a o 129, que a t r i b u i a
ao Govern^ a caijaciõade de r e s e r v a r as t e r r a s d ev o lu tas a p a r t i c ’
■ ‫ ג‬c r i t ' r i ' s : -r e le e sta b e lc id 'S em função das condições encon-'
taraJlas, d -'3 in te r e sse s :8‫ כ‬n acionais nas terra s e dos o b je tiv o s
-ue visassera. Essas terras o; leriam ser destinadas à jcupaçã ‫ ע‬pe-
l . a í n . ! i ,s , ã f\ 1n..ação o;v:açD es, abertura de estradas e o u -‫י‬
t;r s f in s c n 3 i.:.jra-ãos ad eiu ad js, al5m C.d. reserva úas raatas para
171

a ccnstruçH.‫ ■״‬lo.val. O 'utr>> arti>j ^ ju- sa ralaci.;nava ¿iretanionte


c .ia e s t e o quo, c /lú’jinau^ ‫׳‬, p en tiltia a “■^saprupriação dos t e r r it o -
r i.js indígenas ora .. l i r o l t : Co 3‫ ׳‬vum vender ns terras dovMlutrs
‫׳‬:iKi h asta p ú b lica serapre que considerasse a‫''־‬oquad'.‫ ׳‬aos in te r e sse s'
‫ ! •'גזנ־ב‬ic o s .
¡Día terrv'S .*la rG‫־‬j i ã . oía a¡prec a .‫ ן‬su l .la Dahia, CMaj ja d isseru s
on ca‫־‬iít u l . a n teri r , a Li;i .le ‘r srras em 1850 não chegou a exercer
jran-1¿ in flu e n c ia . O fa t ‫ ׳‬da área em apraç:; se r altamente rarefe¿
ta eia torraos Ce ,cupaçã , em decorrência das poucas a lte r n a tiv a s'
econômicas ^ xisti-n tas, nã ; ch0 vj\)u a cria r acirrament s mais sS r i‫־׳‬
os n. prim oirj momentc. ? rSn, J‫הר‬steriorm ente, as disputas p alas'
tíirras t m ar am-se comuns, C:n r>jlação a e ssa L ei, o iuc 3g p^'a
c n«1tatar f• i a pre^cupaçã ‫ י‬on demarcar l o t e s , e a sua venda, que
tin h a como .j-3tivo a trá ir colon •s o estim ular a sua fix a çã no

lo c a l. ÈÍ0 entant j, em termos de Bahia as áreas mais a tin jid a s pe­


l a c ita d a Loi ■la Terras foraia os aldeamentos do norte da P rrvín-'
c i a , om decorrência /.e 3ecisa_ :lo lin istS r ii' d :' Imperio em 21 de
^/utul-;r‫־‬-. de 1050, Esta ^91i.'jeração man'avn .me f ‫ל‬330 -‫ ב‬e x tin to s .3
aldeamentDS em a p;‫׳‬pulaçã.. indigon;’. n?í • nr.is v iv esso aide ara,.
por e s ta r m in te n s.‫ ׳‬contacto com a populaç5_> circundante. Ora, '
se considerarmos que o Regulamento das Missões previa o arrendamcn
t■: .■’as ter ra s dos aldaanent ^s pel•‫ ■;׳‬prazo de 3 anos a nacionais e
criava ostim ul '3‫ ׳‬pnra que ss efetivaá§te ‫ י‬abandon, dos h á o itcs tri
b a is p ela população indígena, alSm d . fortalecim en to das rela çõ es
com erciais en tre aldeados e v ia ja n te s ou mesmo núcleos sertan ejos,
‫* ע‬en's co n clu ir que a preocupação em reservar terras para as co-
!!unidades ind.ígenas era realmente rma etapa que tin ha o b jetiv o s a
sordia a tin g i ‫״‬->s n . período de temp ‫ ע‬mais curt p . s s lv e l. ^^.s terras
resjuardadas 3' tinham senti:' ‫־‬- em ssrem mantidas com‫ ״‬t a is a té v
n vi1‫«־‬nt Í eni ‫^״‬uo se promovia a d ilu iç ã o da população indígena no '
co n tex to n a cio n a l. Consequentemente, nesse período de tran sição '
t-d a g as medidas p s e u d o r e s t r it iv a s adotadas se justificavam ,
assim com-i os investim entos rea liza d o s tant.> em termj.o a a t e r ia is '
como huiaanos. Ultrapassada e s t a fa s e , no e n ta n tj, os d ir e ita s das
comiMiidades indígenas não mãis erara cjnsiderados cjn■¡ importantes.
AS te r r a s passavam a ser o o et. de apr;.'priação p elos grup’C n a ci-
;nais que se haviam in sta la d o nas rG.:.‫ר‬ndtízas e enriquecido a par­
t i r d ‫ '־‬arrendaraent•' Czs te r ra s e da apropriação d‫׳‬.c investim antos
172

r e a liz a d a s p e le !x.Cer público para a criação da in fra -estru ra ¿le*


«jx^l o íisccanunto Jx.s produtos. 1001}1!61‫ נ‬a u tiliz a ç S » Ja nã:‫־‬
U4i-, Ijra indígenr. ■j..x !:reço in fe r i.'r ao do mercado, fo sse ‫ ״"■־‬tra::a
lha; •.,r escrav,j ou ■.■! ■ ‫ י‬assr.lariad ‫נ‬, e n in c :rp..'rajã. uê v a l‫׳״‬r-tra.ja
I h : às te r r a s jâ Costarava.la3 p ‫)׳‬r ín d io s, ou c jia r^ácurscs '‫’׳‬.estinr.-
dos rijin a lm en te aos alCaamentos, ■u, ainda, ‫ !תר׳ס‬veroaa dGsvia.".a3
•jarn xplicag'^es nas v ila s sertam ejas, represent avara una v?.l ■riza­
ção das to rra s r. geren ;:cupaJas.
As ¿uost~e3 s u s c ita d a s a ‫־‬y a r t i r d esses d is p .,s itiv o s le g a is podeiii
ser a v a lia d o s p elo s problemas enfront^Jlos p e la s c jiaunodades in d ín e
na=5, j;ue j ã se encontravam nuiaa e tap a mais "avançada" nr; p r - c.jss
e in tjjra ç ã ^ à s c ie lade n a c io n a l, c .n j p..:ien‫; ׳‬s deprender do se -
ju in te <' ‫׳‬cviEient ., onvinJ... a ! ‫׳‬r e s id e n te ca je‫׳‬r o v ln c ia p elo admini£
tra d o r J . J . de Vasc‫כ‬n cel s:

‫״‬Se no municipi . fe Santirén ?.in:’a existem alguns Indi


•: s ê f ra ‫״‬.'i dúvida .¿ue esttis ‫׳‬. ever.t te r seu c.iiret •r, ‫י‬
não p ara desfrutar em nome d eles r o n ’ii:1er‫׳‬. t . das te r ­
ras que lhes f. ram dadas para c u ltiv a r cj -òal t ir a r a ‫י‬
sua su b sistên cia ; nas para impedir ^ue sejam perturba-
■I s en suas p. s s a s , d ir ig í- lo s no trabalh:; e d ar-lh ss
a necessária instrução.' c i v i l e r a l i g i o s : 3 ..‫־‬e p réra jã
. não existem ín d io s , então não há mais noces s i a‫ ;׳‬e de ‫י‬
Jiret-^r. 3‫• ; ״‬:;rções de terra :ue nn c':nf-rmida'.e da de
c is ã j •'.a.a o ela Presidênci:^ en agosto :.o ano passado ,
f."ram ^‫ד‬r c ‫ך‬da3 para cada un c u ltiv a r , »’.everão passar a
Ccirgo da Câmara como jã ■'.evi‫ד‬I‫ז‬l e s ta r as sobras para dã‫־־‬
la s ’.e renda a ^uen ;:ueira e p 3sa c u ltiv a r enpreganclo
^*jU _,r')dut.‫ ־‬a ■
‫;־‬en efíci:.‫׳‬ íu n ic íp i‫ ־־‬até :jue :■ poc’er
c '‫׳‬mpetente as mande incorporar aos próprios nacionais ‫י‬
u as d5 definitivam ente para o patrimônio da Câmara.‫י‬
V. Exa. porém d ecid ira como lhe parecer mais acertadoí
{V¡.SCdI?CELOS ,ms ,19/12/184 9) .
! reocupação com os renJimentos a seren )i‫־‬j tit’ >3 pela exploração ‫י‬
•:as te r ra s i n ’. íjen a s .,‫ ־׳‬ne se r comprovada c :v:í a -1 medidas adotadas
‫;־‬alv..‫ ־‬D irot r Geral cos ín d io s , ::mq jã en 1C51 pr.vcurou alaborar un
r e la t ó r io minucioso s .‫־‬ore a situ ação ’as a ld e ia s da bahia e cuja'
prencupaçã ‫ ־‬cen tra l era a ■ ‫י‬.‫ ¿־‬a v a lia r as condições ue geruçã: de
renda e as p-ossibilii^a .es futuras de tornar s nldertmentos oia centros
173
pr .xlutores cayazes de render lu c r o s. Assim, preten d ia-se obter o
aut “fin.1‫־‬nciaraent > . n r^tiviCaCe cateq u ética, liberando o Estado ’
‫ ; ד‬enaJla carga econômica ‫׳‬le in v e s tir eia areas consic eradas p rio­
r i t a r i a s , 3 a ‫־־‬lue se caracterizavaia como reg iõ es em que se proces-
savn a ox^ansã‫׳‬, da sociedade n acion al. Podemos observar essa '¿¡xq-
■CU aça., nos ralatr'rios elaborados a p a rtir Ze lv345 ^2 escolhemos
Cvvra ilu stra çH ‫ ■ ׳‬trcjcuõ de um r e la tó r io de 1355:
":*‫־־‬rasent(: a 7. Exa. o r e la tó r io anual do estado das a ld eia s ces­
ta Pr v ín c ia eia cunprimont. ao regulamento de 24 de julho de 1045
e ... ‫״‬v is ; le II de ’ezen.jro do cino passado, que ne f v i c:. míani c a-
d_‫׳‬ r ‫ ־‬f í c i do corrente mas.
"Wa C narca ".e Ilhéus é que oxistem a ld eias de catecúman 'S, sendo
urna d'ila 3‫ ׳‬n ‫ נ‬r i Cr't.-le, na e 3 tra.'a da v ila de Ilhéus para o rio
l‫״‬ar,. . Ton 1D5 indios Kamakãs regidos pelo m issionário capuchinh:
I t a lia n F rei Rainerc de Ovada, .) qual v 3‫׳‬nco. a congrua de 620?000.
.5 t.irras não estão medidas e como nã. tinham vizin h os nã se sa-
-.0 dr. jxtensão que e la s v. xüerão ocupar c‫ ׳‬i.1 plantaçwij;^ a lin e n tíc is s ,
na certeza ’.e que estã a a ld e ia cercada àe natas vir^'.2ns s as
quais ninguSn ten '_‫"־‬j53e. Ha so lhe 1 ■,.j:¿ ari it r a r val-..r n estas '
circv in stâ n cia s,
"Na barra do r io Catolé c .n .. ri..- Par .'o, e s tã a a ld eia de Botocu-
s juo c ntém 125 indivíduos catecúmenc s rcqid •g por m issionário
cajucliinho ita lia n o Frei Luis de Grava, o qual v:.ncu a congrua de
620$000 p elo cofre g era l. As terra s estão nas mesi-ias circunstância ■
as da yrim eira ald eia mencionada. Estes indígenas são trabalhado-
ros e têm :^:lantado muita mandioca e outros a r tig o s de a lim en to .. .
No termo da v i l a de São J o sé, p elas matas que bordejam as margens
do r io Mucuri, sabe-se que vagara selvagens indígenas en algumas ‫י‬
‫'ר‬.. r ‫״‬a s, lauito convinha cateq uisar para desoSL.^araçar a navejaç&
d^âitô r io do obstáculo que as h o stilid a d es d e ste s índ ios podem ‫י‬
c a u s a r ,, ,
"Na Comarca de Valença e stã a v i l a do SantarSn, .juo na parte su­
p e r io r da ( ^ Õ habitada por ?‫ ר‬ín d io s c iv iliz a d o s . A Cama
ra Mtinicipal e s tã entregue a administração das te r ra s, cuja a ex­
ten são ê de uma légua doada por .Mvarã de 23 de ncvercüro de 1700
Cí p.;de1a v a lor 2 }000?‫ ר׳‬por venda.
^-.cima^da cidade '.e Valença, nuna légua, ten a al.‫־‬.eia de São Fide-
l i s c jn 17 ínc.i‫׳‬.s c iv iliz a d o r , tue se ••.:cupan ...u ...escer ma.:.eiras
c-m struçã • pelo r i Una. I.s terras tem 1 légua em quadro. 0 jO
174

vcrn;.'‫ ׳‬Imperi 3 3.‫*י‬1 ‫ה‬aanvl>u ;‫•ג‬j..i r o viemarcar per Aviso Ce 18 de ju -


nh “a 1 r 5 3 . ‫¿ ר‬xm? Sr. I-rjsiJ.onte da Provincia raandou pelo ju iz
:ciunicipal axecutar a orden. J^pefaas pude obter a citação dos con­
fin a n te s e t0c(03 03 dias espero que o ju iz se rv3solva a i r come-
car o ato nc• torr^no 31a questão. Podem v aler 300Ç000 as terra s ‫י‬
p<‫י‬r venda. Atualiai^nto random 150.1000 n n u a i s .....
"71 ‫ו\־‬d3 i ‫ ד‬d-3 Santo Antonio no termo do .lazareth ten 108 indigenes
c iv iliz a d o s , s terras têm 10 lõguaa d.i e x te n a ã o mais ou monos '
p ■rqu.; nunca forcu^ medidas ou demarcadas. P.:der.1 valor 40 000$00‫כ‬
p r vonda. .‫•־‬ifcndem 950$000 an u ais. Os rendeiros tân n elas e d ific a
; 3 0 :.ingenhocas de açucar, c i t o engenh^.eas com plantação ¿ 3 ca­
nas e . 1 3 ‫ די‬de cen fazendas ■Io café e n' 1n‫־'־‬i o c ‫'־‬.
"¡;ia c ‫׳‬narca do !tapicuru, a a ld eia ã■¡! ú--¡30:. Gohh >ra da Saüdo tom
160 Indi'.-s ocupados na pesca e plantaçãc• de goneros a lim en tício s.
A n . i ‫־‬L lig u a das terras doadas em 3 de fe v e r e ir j de 1759 a margan
ãu ri,^ Itapicurú rende 1970OOO anuair: e po ’.oni valor 2 ‫'<^י׳רר‬/‫ל‬0 ‫י‬
p .r venda, A v i l a de Itapicurú e sta nestas terra s com cen tj e '
cinquenta c a sa s, alem destas hã 35 s í t i o s de agricu ltu ra do ron-

(MADUREIRA,ms, 31/1/1855) .
r a l a ç ã ‫ ■״‬f i c a mais c l a r a 30 analisarm os uma p ro p o sta a n t e r i /rm>¡«
te olab<^re1da p a ra pagamento dos m is s io n á rio s , um dos problemas <3s
lifíc il so lu ç ã o p e la c a rê n c ia '.o vorbas. .13 a lte rn a tiv a s aprosen
ta d a s implicavam en s é r ir s p ro j u i z s p ara ‫ ״‬s grupas co nsicerad. 3
tíia avança‫ ״‬j >¿stado de " c iv iliz a ç ã .■ " , cjno comprova / s o g u in tó ‫י‬

aocximentoí

“C o n s ijn an .‫־ ן‬:■ a l o i p r o v in c ia l do orçamant..• q u a t r . cont.vs uo r o i s


¡: a r a a catequoSij Tc s in c'igonas, acha-se o s ta c )nsignaçSo d i s t r i ­
b u id a de um modo que atualm ente parece-u a dove s e r a l t e r a d a , su­
p rim in d o -s e as g r a tif ic a ç õ o s marcadas aciS D ir a to r e s das a ld e ia s
■".e P ed ra Branca e Massacarcã da mesna s o r te que V. Exa., em novem
b ro , sup rim iu a do D ire to r de ?liran d e la, tornando g r a t u i t o e s te
c a rg o enquanto por urna p ro v id ê n c ia g e r a l nã j é e le e x tin to ness®
lu g a re s , onde :.s ín'iv^s vivam c..m^ 03 u tr o s b r a s i l e i r o s e nã ‫י‬
carecem de cateqxiese.
"Foram m arcadas ctvngruas a m is s io n á ri; s para a:3 a ld e ia s de Saiiy ,
B oqueirão e MassacarS sem que n e la s h a ja ‫•־‬:lissi• n á r i j s , nem mo
c 'n s t e que 3 ejam e lo s a l i mais n o c e s s á rio s . C nvinha, p o is , su-
175

p rim ir e ssa J istr ib u iç ã o e e le v a r ?1 5 5 0 0 0 ‫ ל י‬m 600 ‫מ‬0 ‫ רר‬as a n g r a -


as ■’os m lssi.m â rijs f.e Cante J.nt5ni > C.3. Cruz, no sertão cia .^tássc.-
c a , £‫־‬.‫•״ל‬ r:■ *:.;‫ ג‬.‘:.Icântara, .las Perradas, t‘.o Cuaa *.irrao n_ terra:‫׳‬
‫׳‬£. raíZ ‫־‬., Ití lacu rí, unCa hã v a ria s hordas cio selvagan s, que ã
f a l t a c’tí n lssia n â r io s não sSv. chaiaaclos a c iv iliz a ç ã o , a ver se a£
siia aparacem s?.c¿rclotes dignes Uessas n' va5? n l 3 3 “e s , cjue cZelas so
incubem. h a lã a ia ‫׳‬l e C atclõ, para a qual V. Exa. aroitrou duzentos
n iil r õ is ao m issionãri. , ó Ce i n ’.íganan qu>u carécon cie catequese,
p e l.‫ ע‬iuo a ©‫״׳‬ngru^. deste n i s s i .;nHrio p jc j ser elvivada a maior qum
tia .
"üã pú.!i p‫׳״‬r Intermêdi‫ '־׳‬Je V, Exa. ao <J..‫־‬vum. Iiaporial alguns rais
s i n ã ri s capuchinhos ita lia n o s para as miss~03 roiíeridas das Co-
raarcas "o Caravelas e P jr tj Seguro, ‫׳־־‬nfio nã ‫ י‬hã um s ' pretendente
(flADÜREIRÍi, ,1as,1351).
u tiliz a ç ã .; 1<¿ verbas auferit!as nijia a l V.aiaanto em outras áreas '
c ‫׳‬nsiJeradas p r io r ita r ia s p-.Te ser c .‫־‬mprovaCa no r e la tó r io que es
c lheraos como ilu s tr a tiv o d essa p ra tica aC rainistrativa, usual num
período && qtae j^giões c ‫־‬jm^ a I>ahia j£ eran ‫־‬. .'uc: a !ui unhadas cn
term js Ik¿ verba para ser aplicav“a n . ^.:r bltiaa i n / í jena:
"Pela carta do Tenente Draningos Jorge C-rrea, Z3. v i la d ?raú ' ,c>j1
Jlsata de 31 de agost: , a qual f o i entre os s e i s document js que com
o fic iv ’ata-■'.- de hoje !p resen te! a V. Exa, 3 p a ra serem abonadas'
as ''‫־‬aspesas f e it a s c, 1m a iaissã, Ce !?rGi J^ãVil da C-nceição p ara
ca teq u isa r as hordas de tr e z e n t as inulgunas 3ulva;juns, que vrxias
v 3:.‫׳‬z ¿c tâtt sald o das matas do Pradc para se apropriarem das lavou­
ras C s p a c i f i c ' s fazonC.üiros do lugar. Verâ V. Ex^. que jã dez ‫י‬
i 11 . ígena3 estã . 0n Cí.:1t1panhia do m issionário quo para e le s pede ‫י‬
r u;^a a , ‫־‬:ue C±tv C. rrea, ca lc u la 4‫ כנ׳כלרי׳‬as eosposas Ca derru-
.jar.a para p la n ta 9 3 e s e abertura !a nova a lò e ia p r ^jetaCa. Como
e s t e j a esgutaCa a verba C.) :rçanent p r o v in c ia l para a catequese,
peço autorização a V, Exa, para a p lica r a e s t a s despesas 334$000
que e x ig i agora e jã h av ia recebido do C ^ itã o João P ereira da '
Fonseca perten cen tes âs rendas das terras dos in d io s Ce Abrantes'
que como d ir e to r tinha arrecadado em anos ¿interiores, os quais eu
nã ) q u is receber então por não te r urgente aplicação para dar-lhe
c. -nfonae o Regularaanto de 24 de julho Ce 1045*
" Jalgi conveniente p<‫־‬íCir a V. Exa, faculCaCa i-ara enviar a_• m issi
n S ri ao laeifôs :'‫ ־‬z c jb¿rt jres le algoCã., s e i s peças w.e riscaC...
176

oncorpado da laesma fazenda para c a lç a s, e a mi . 5 »^3‫< ׳‬i jaquota!3 e dez


c a ra p u ç a s de lã para 03 d i t o s dez indígenas" (‫!־‬:iDU.íi1:11lA,ms,28/05A056)

.-V e x v ) : ) I l a ç ã o das e c a a u n id a d e s in d íg e n a s m a is " a d ia n ta d a s " na 3ua


re la ç ã o com a s o c ie d a d e n a c io n a l a tin g ia a p rc p ria p o s s ib ilid a d e ‫״‬

uvi p e r d o r ^ as te rra s , ‫׳‬:::is a a lte rn a tiv a de c’.3 ‫׳‬s'..‫־‬i r c r . - l a s não c rn

c -n s id a ra d a in te re s s a n te .>u n e c e s s á r i a s
" O in sp eto r interiní* àa te s r i i r a r i ? ! /:~ o -se à n a f i - ç ã das te r r a s ‫״‬
d a a X d e i a de S H .. F id e lis p‫׳״‬r nS■, ju lg á -la s c j w p r v á e n i i d a s no Docre
t ■ do 24 do ju lh . de 1345, %in rasã !.o serem c iv iliz a d 'js os ínC i-
3 o tí%k> carecorera d e pr‫?׳‬teçn• • d . ‫ י‬j )v-3m .

‫״‬C>^rl:a180nte 3 ‫ ־‬I n d i :s Za ranrgeci 11. r i : P‫'־‬rdy, nas comarcas de 1-


Hiãus e P ort‫־‬/ Segur ‫ע‬, cujeis a ld e ia s ostn•; hã poucos an js ssta b a le
c i '■’.. s sH ' as que mais urgentemente careceni das ta pr:;ttíçã‫ ״‬, pc^r ’
ra-strarem ainda desejos da vid a selvagem, ,■!as & fora de düvida q®
c. D e c r e t. -.13 24 de julh í3 1545 n ã : >ú!3ta:>31eceu uma d istr ib u iç ã '‫ו‬
tã r ig r. sa entre os ín d io s nem desacoiap^nh u d.^ proteção v3‫ ־‬In­
d io s a sta b elecid o s de data mui remota, que se julgam c iv iliz a d o s
s ' t/crqua falsra a língua p á tr ia e se entenderam facilm ente com os
mais h a b it a t e s do p a ís, estando a lia s num estado m iserável quan-
t -• ñ in stru çã ‫ ר‬e 8 8 ‫י׳‬8 ‫ מ‬01 ‫ ה‬de pa3sar ‫ יל‬vii.n,
"A presiâ^ n cia da Pr v in c ia teia enten2i^lv. qu^ ..s In^ i s c".v3 sã.: ^^i
d e l i s e de Pedra Branca u d c e la s ainda carecoci, pur en^^uant ., da
proteção p elo que Ines ten ^1‫ד‬.‫י‬.‫ כ‬Dirst■ r e : lis s io n á r ii. O 3‫'׳׳‬vem . ‫י‬
Inpfcrial ainda considera ^s de sS.;- íTi-lalis e Petlra ‫״‬rancsa n>¿cfes3i
tad j 3 da protieção do govem o, ex ig in d ‫ ״‬inf^ m aç".:js s jbre a queixa
de c[ue Ibes f a lt a proteção o so licitara providências a e s te resp ei
to .
"Sendo assim , parece-ma conveniente qu3 3e e je cu te as dtiterrainag 33
dí‫־‬í 3 u3 ta r :iualqu«r açã‫ ״‬derAarcat'ria até quc^ 3c c. ncretistí a t riKi
da de informações necessárias para que se jam f e i t a s as in v e s t i ja-
ç “es n ecessárias? ( !¿DUREIRñ.,ms,20/07/1852).
Mads tana v e z , as medidas adotadas relacionavam -se com a pre.‫׳‬cupa7 "
gao em e f e t iv a r a apropriação das térras dcjs in d io s . Estas eram ‫י‬
im portantes, como ja o d issecirs, como forma de g a r a n t i r pr..‫׳‬ces- ■j

so de expansão continuada da sociedade n acion al, principalm ente '


sobre áreas em que já havia se processado investim ento>s govema-^
laantais ©m neme da catequese e da necessidade do estab elecer con­
ta c to en tre as a l,!e ia s. Tanbáia .‫ י‬uso trab alh ‫ ׳־‬indígena tinha
177

una iranortn.ncia ca p ita l lo v ir c ao insucosso das experiências com'


c o lo n ia s í 3 ‫־‬ta r g jir a s e 5 rarafação da pojpulação nacional numa are
a em processo ce ocupação e ^;-ara a ^jual trabaláaJ.oros era un fa­
t r v i t a l , se se cusjria garan tir ‫ ס‬sucess ‫ ע‬..ecejacTo, Podemos con£
tatr.r t a l i7.r.crtáncia pelo ‫״״‬cvunento abaixo tra n scrito !
"Em v irtu c ‫ך‬o ^a c. n fo re n c ia v e r b a l :.pae / . Bxa, st‫^ ־‬lijnou conceder-
nv¿ p ass ., c r e s t a r informaç~tís a c e r c i dos moi >3 mr.is e f ic a z e s C.k:
tra z e r, ae n~. ?; completa c i v i l i z a ç ã o , a- nenos t o m a r mais 3 c iá
Vv‫־‬i s c‫ ־‬moní.s (.estru iC o ras >s g e n tio s juo Gstancinr:! ñas a .'ta s C/
'-7.rZ • ‫ ג‬S.-'íS r i ‫;־‬-s que n ele to n a sua f nz . Julg.) qu;i ‫־‬
_Jr‫״‬v •‫^נ‬ci-uñando
‫ ר‬V. L:xa. f. s n 2i;.s 'íu:j pass■ -‫ ד‬a‫־‬pont1‫־‬r , sena ‫ ג‬san ar ‫ י‬ur.l :-juá s -
jrrara •3 f a z e n d ü ir js ‫! ״‬.■ i n t e r i r r ao laenoo ha ’o min‫'~׳‬rar-lhas .j so-
frin ^ n t o coía a c ‫ב‬n tin u a ç ã ‫ ••־‬e andar 1 te n ‫ י‬, t m a r e s s a v:‫ ׳‬r ç ã ‫־‬
do sfclvagans, qu .2 nao deixam de s e r nusc 3 1 3 ‫־מ‬1~ ‫ י‬, ú t e i s a si e a
*
‫' ד‬civi lado, !nórmente na p ra s o n te épocr on ,jue : 3 braços l i v r o s e s-
cassoia:.T, O ; ‫׳‬rim e iro e mais e f i c a z ndi ; .:;i c.ar c ;raeç‫ ׳״‬a o ssa cru ­
zada p a c í f i c a ê a r e s id e n c ia permanente e n tr e a h-.rda laais numor¿
s a de um m is s io n á rio a p o s tó lic o , ':uo mediante a civilizn.v’o ra r a l i
g iã o do C ru c ific a d o vã conduzindo e ensinand n^issr.j 1‫ ד‬las virgens
‫י־‬. n e c u ssid a d e d ' t r a b a l h '‫ ־‬p a r a c‫^׳‬m e le haver as c >modidades da v±
da 3 c i a l .

"Junt-:. tí de ac ordj' con ‫ נ‬m issi :nãrio, havorã um administrador ,que


reunindo a p e r íc ia agrícola à oru'.óncia g v ijo r de caráter para '
se tornar resp eitad o, d ir ij a 03 trabalhos da lavoura de forma q’J2
haja sempre abiindante alimentação por ser e s ta a única ambição dcs
selvagen s; para que não f a l t e abundância, deverá haver trSs gran­
des roças plantidan de nandioca e p 1‫־‬n o fab rica dasta havorã ‫' ד‬
indi3pens:'.ãv-íl b olind eisa o doi=5 ou mais fornos para cozer a fa r i
nha devendo estendür a3 plantações a c e r o a is, legunos, fr u tâ s, es
pecialraente a bananeira 0 propagar a plantação da árvore da Fruta-
pão e mais tarde ir iniciand o a plantação it¡ cacau, cafe e outros
produtos de exportação e consumo, com o quo reembolsara o governo
com vantagem as despesas f e i t a s com e sta colonixação.
"O adm inistrador deve i r p r o v id ‫ י‬de maics para sustentar os selvrt
gens enquanto p ela s plantações se não pud^r fazer essa dispêndio
e hrji-i assim t s r ã sua d isp o siçã o forranentaa de lavoura, con:.3 ‫־‬n-
xadas, machados, fo ic e s , fa ca s de a rrastr; ou fa cõ es, alguma ferra
r.wnta (a mais indispensável) de carapina., an zõ is, canoas e e tc .
170

■ijstrujolecidos ustGs m3io3 3 havon:■*.? b‫יי‬a a-iiainistração e ig u a l :Us


tr ib u iç a o , trataaento d õ c il e trabalho ‫•)־■מ‬:■’j r ‫*־־‬do parn vencor a in -
/.ól. :nci^ n atural c20s s31vagens, eqtou convenciólo que naO.a sorS n is
tt‫־‬r p.ir?. que e sse s in f e liz e s reconheçam, era pouco tempo, as vanta-
g%2ns cia v i l a s o c ia l 5. errante e precária en qaa permanecem, trazen
‫ י ״‬ost.3 osta'.c ‫״‬tí c o isa a nv’ssa lavjura braç j s qua'ato ag rn s g ‫י‬
tom •jupregado era J e str u l‫ ־‬la , r^jubaniTj as iazonf.as e plantações que
lh e s ficam lim ítr o fe s p^‫י‬r cujr. causa ten O.uixa' ‫ ! ן ׳‬serem aprovei-
ta.^Qs terren os focundíssim.)s 1‫׳‬e cuja a riqueza não sõ a p rô v o ita ri-
ai.^ Ds p a r tic u la r e s que os explorasson ccn‫ ז ׳־‬Eata.'.o, con o aaracnto
..a pr-<.:uç50, (?aDÜREIHÃ,05/03/1356) .
D A v is‫ ״‬le 2 janeiro ce 1845, ’i r i g i ’.:‫ י‬p el ‫ ־‬:!in istõ r io C.0 Impe-
r i ) ao Prosi'.■2nte Ta Província ^•‫ י־‬laranhão, regulaiaent^u a forma '
­‫׳ד‬.’ r^crutament^j ccmpulsSric -Jle in ‫׳‬lio s para trabalho en ativif.aclos
‫־‬.r ‫־‬.‘i?‫״‬:>viJac p elo Governo ou mesno pur p a r tic u la r e s. As exigên cias ‫י‬
v ista b eled d a s para que .>corre3sc a conscriçã ‫ ר׳ן‬trabalho indígena
eraia; "19 -* s u s te n tã -lo s , v o s t í - lo s o tr a tã -1 ‫י‬s por três anos, séln
mais retribuiçã:.' alguma pel..• seu trabalh 29 ‫ ן‬- a pagar anual:ajnta,
• ‫י‬

fin J o s as lypês anos, 255000 por ca^a InJlio maior '.o 13 an 3‫ ־‬e ‫ייי‬
1 5 0 0 0 ‫ ל‬a In d ias mai‫נ‬res de 16 anos, alcm do su ste n to , vestu ario e
tratam ento aas enfermidades; 39 - a franquear os seus e s ta b e le c i-'
raent.'s a ‫ ־‬agente que o Soverno encarregar ãn fis c a liz a ç ã o do 0‫ ^ג‬-‫י‬
1;rimento a . ccn tra t ‫ ־‬... ‫( ״‬ : i^ETO,19672375).
i-iinca qua f jsseia f e it a s r e ssa lv a s quanto à observancia -b rig a trria
(1 iitógrulctmento âe 1845 proibindo o uso da v io lê n c ia para a a rreg i-
r'10ntaça 1■ do trabalh ‫ י‬indígena, o que se observava na p rá tica era a
r s in s ta u ía ç ã ‫ ״‬i 3 Jiescimentos era determinadas áreas e a f a lt a de '
c r it S r i ■s na selacH ■ '.3‫ כ‬in d ivi/.u 3‫ י‬que .leveriar .1 prestar cjcrviç: '
‫ י־‬Esta^u. v io lê n c ia f í s i c a ‫׳‬a olicaJa a‫־‬.‫־‬s aprendizes de quaifcquer
p r o fissã o era p ratica c.‫־‬mura. ?odeiajs o.mprovar a v i olência '"’.esse jb
lacionaBtónto no rela to abaix -'s
"Tendo o Inrlir ‫־‬lanuel Ferraz se mudadn da a ld e ia desta v ila cjra sm
fa iiillia para o d is t r it o da v i l a de ílaraú e entregue um seu f ilh c ‫י‬
!lanuel P erraz, aimda puber, ao m estre-pedreiro, o c r io u l, J ;30 ‫ ד‬:‫׳‬-
i s r.amarindo e achando-se e s t e jã a>‫ן‬ianta.‫ רי‬n‫ ־־׳‬seu a^r-^n.’izaC‫׳‬:; g s -
t ‫״‬.:.>^leceu‫ ־‬se a confusHj, 0 meninj f :ra rocrutaJo o ■r rcerã ‫;״‬:■ Dele
ga l. dacpiela v i l a ‫ ־‬capita ‫ ו‬J.)sé *lanuel ‫־‬la C.vsta Baunilha o, 1 g ‫־‬
‫רד ר‬

­ ‫ ­י‬- ■*:ni p ris. 10‫ ׳‬me constou, f u i diretexiente Hquela v ila a casa ■lo
Delegado ^^ara s ' l i c i t n r a s ..l ‫־‬bura •lo InO.io p'*r ont^nc’.er ner nou ‫י‬
‫'■׳‬over, tanto por se achar a lis ta d o n.> neu arr.:lnncintj c te r vinJ
o p ai te r comigo a fim de muüar-so para a sua terra como tamb^ ‫י‬
por ju lg a r não Cmvqx ser recrutad- ura ínãi^ c.a al',uia dosta v ila
¡,‫׳‬o l ■' le le g n ‫^ ׳ך‬.nru^.-la v ila . Lntenc’en^j-nu con ‫" נ‬it‫׳‬. Dclv3gacl. a
t a l r1.j3p3ito, disse-Hio que o tinha rGcrut?.lr pr r juo .> indi; C.±-
z ia ruó não qus‫־‬r ia mais trabalhar con aquole c r i le e que ha ¡fias
n ã ‫ ־‬trabalhava c ‫;־‬n ‫ >־‬J i t ‫׳‬-• laastr.¿. Afirnr‫־‬:u tambw. ‫־׳‬jue c lit o ín J ij
já so achava a‫״‬iantaC.o e era n u it habili<‫• י‬s .‫ • י‬O pai do I n d i‫ ־‬rae
f i s s o que suu f i l h nãj quorin acabar do aprensar c .'ino d ito ncs‫•־‬
t r e p 'rque e s t e ‫ ־׳‬maltratava muit: de pancadas,
"í. v i s t a d ‫ י‬acima exposto, impl.jr‫׳‬.' a V. :Lxi. sg ri^j-nedar suas ‫־‬r
r.cms para que d ito indio recrutado seja r e s titu id o a aldfiia des
ta V ila a fim de acaíjar de aprender j sou o f íc io e enáinar aos r;u
tr o s porgue na. ald eia desta v i l a não hã indio algum que saib a t a l
c f í c i ^ , H sla, entre ín d ios leg ítim o s e mamelucos, o número excede
do duzentcs e 1at1i t .>s tifabalhadores nos pi ares terrenos de suas ter
ra s, is to os nelhores terrenos de cu ltu ra , a Câmara tem ar­
rendado a pessoas p articu lares por preços n u ito dininutDs e onde ‫י‬
pouco lucarsiBa de seus trnbnlhog de t a l fora.a que nuit'ís não têra cor.1
quem por o® seu s a aprender a le r na .^iula P ub lica, iiposar s5 '
e x istir e m ín d io s e seus filh o s n‫־‬i‫״‬a percebem e s t e s fias renda5‫׳‬ ;. o
«5uas te r ra s porque a Câmara, que sempre ten arecadnf.o t a is rondas,
a:‫־‬enas dã morteúJia àquele que morre e atê hoje ainda e x is te de p0£
s e dos liv r o s de arrendamentos e t ít u lo s das te r r a s que pertencem
aos ín d io s e s e recusa a en treg a -lo s sem ordera superior. .S o licito ‫י‬
f1 intervonsã^' d3 V, Bxa. para :me sojaia fo rn o cid js 3‫ נ‬esclarecin en
to s r. t ‫ד‬l r e s o e it o ‫״‬, (JORGE,ms,1357).
Os problCTias gerados com a in d e fin iç ã o do d estin o a ser lad.o as ‫י‬
te r r a s das a ld e ia s dos Indios jã considerados eia "adiantado estado
de c iv iliz a ç ã o " exigiam regulamentação adequada de forma a e v ita r
atrit< )s e.*dSvidas quanto a a p lica b ilid a d e da Lei de Torrns ?.s 1‫ב‬-
d.eias in d íg en a s. A regulamentação f o i f e it a através •.o Decret‫ !־׳‬n9
1.310 de 30 de janeiro de 1854. O e s p ír ito desse Decreto é o de re
d u zir a quantida de terras devolutas scb a responsabilidade do
Governo e. estim u lar a sua transformação em propriedades p a r tic u la -
r o 9 oxr‫י‬l ‫י־‬r a 'a s economicamente g fornecendo renda usada m in v e s t i-
!‫ר‬-

----- .o ::,;r-cnis. IJ-■ tocante as terras clos nl.lenraentos, o Decreto


Hw seu a r tig o 72, afirsia; " serio reservadas te r r a s ‘livolutas !‫־‬ara
olwniznçH'■ ^ air.ocnont) e os inv’ígenas n •s D is t r it o s onZe e x i s t í -
ro í h‫'׳‬r-:1!‫־‬n selvagons" ( ÍOHEIR‫־‬. ; n : T 9 ,n - ,1367!3^ 7). Essa p o siç ã j ! a -
terrain u ‫! ד‬esativação cíe inúmeras a l..3 ia s, jrinciyalm cinte ñas a‫־־‬
r ,as "e :‫י‬cupaçã^' nais emti^a, jnJ.ü jc ofoit:)?3 .a .'.‫>׳‬minaçãv> so fa -
zxrsx 3 e n tir Ca f rnr. niriis e x 3 tlv a , f>.'rçan..u ao aLanj - n- .as torras
infidos, deviiío ?.3 prossoos c u nos e stím u l‫׳‬í-3 c r ia ‫>'׳‬s p e la s£
c i j .‫ ־‬iü n aci n a l. P :¿1013‫ג‬-‫ י‬i n f e r i r t a l ccrnportarient. a ‫ ־‬s sguinta ‫י‬
‫ י‬cunent : *
\)serváncia do artij?^ 37 •/x; Decreto de 24 Jtí ju llii lio 1G45 le
V a, c ,nhaciaent. <'0! V. rüxa. a ralação in c lu s a das alcieias Cm in
i^ '.ostr: Provincia e f.j ostar•‫ •־‬esa que e la s se* acham,. seciunc’■:
as esca ssa s in f m açjes que o b tiv e . *
"!Tão noss‫ י׳‬aprosentar ^rçara^nt. v7.t‫ ־‬ro n ’.a q fespas¿ ‫־‬. ‫״‬.as a l 'e ia s ,* *
‫;׳‬u-. tên r 3 n ‫י‬as p,r?;a-¿ nelas nanhuma : . =3: 5‫^־;ג‬ urgência hã e nem
os Diretu^res P rovin ciais têr.1 a:‫׳‬ra3anta. ‫ ־‬ci • r^uo 3 ‫ ־‬ten rendas ’
algunas ~ .l’.oias cuj^js ^a:‫נ‬ita n t3 s jã 3‫׳‬ã c iv iliz a d o s , p roven ien tes
ess?•^ ran'.as ‫״‬as terras que os InZios na ;cubara nem cultivaiti. Ta
15 3r as a l Qias r^e torante-s, ‫’־‬ci nant:. ra1‫־‬t * n i.. C>j líjsna £9nhora
dus ir‫׳‬razer3s e ‫’׳‬.e São F i'\2 1 is. Ks rendas 1.‫חד‬. :‫י‬.‫ ב‬arroca.laias pe-
1 ■s ’ir e to r e s e nunca dão conta ‫׳‬3‫ '־‬t i s f a ta r ia s «.‫־‬.ila s, iVJ.3 ren.’.as
: •-Vir-’, oar arracaCa^.a j p ela ‫'־׳?־‬zon ’.a ;lia a -enquanto as te r r a s ‫י‬
nã l:.‫^־‬j f ssari inc?r;j ra .a3, c >n ‫ יי‬n ‫ ־‬parcice .jue t0 .‫׳‬va:a sur todas '
as a l . :ias vlciSta ! r .v in c ia , c. r.: oxca‫־‬j ã ¿las quatr quí; su acaam as
raargens do r i ‫ ^׳‬i?ar '.' antre as Comarcas ¿0 Ilhãuti c ? jrt.> Ecguro ,
j n ’ •‫ ־‬unicaaiíintc3 : ‫ ־‬in.’.Iyenas p recisan I-u D irot.iras u çuo ‫־‬,.^t^.‫ד‬ís s¿
ja:a c .‫ י‬t«a si-i. nis3i_nãri.: ca:>uchina .
"‫ ״‬r l junas alJ.-.¿ias devem se d eixar aos ínCi s .‫״‬ac utras a l.’ .íias
, tsrrcin. .ju0 tíles atualmente ocupaia c^ia h ab ita çõ es ou c u ltiv a m ,‫י‬
fic a n u o -lh e s a propriedade com a condição de se r unicamente tra n £
n .tsn iv el a ■ ‫'־‬utros in d io s.
"‫ כ׳־ג‬te rra s JlaJas as alIoia.s 'e PCiclra Branca, Ita p icu ru , Ilirande-
1•^, ' 131as, Sahy não dã ■ n t í c i a i s das rendas os seus d ir e to r e s
V ‫י‬1 ‫ד‬ stí snc■‫ז‬ntrcu‫ ג־‬: cu‫ ־‬ada^ p jr ren 'G iros. Tudo conspira para‫י‬
prcvar ‫־‬i uanto é ■in€til ‫׳‬, carcj:. de D iro t‫ ־‬r para in d i .-s c iv iliz a d o s ,
‫׳‬ju:^ ■ ‫־־‬r Tinári ‫׳‬, viven dis: ‫«׳‬rr? s , c •v. ■a \1t r :•s ‫־״‬r a s il o i r 3 ‫ג‬, on
.^uant‫ ־‬c nvém que e le s nã.• se julguen senhjren .,0‫ ־‬to rras que nxmca
131

‫׳‬-''afstrutam, nem vivem a q u eixar-se da üsurpaçã ' quo lhes fazem os ‫י‬
ran".Qir‫־‬:s g 3 .’.ir e t;r e 3 .
"C nvinha jutí . 1'vern© 1 1 ‫זו‬1‫רי‬0 ‫מ‬1 ‫ מ‬su^irinissu as ¿iret..'riao cie t:)cZas
a3 11‫ '־‬j i as ‫״‬a Pr víncir., a oxceç? àaS jae u x isten à maírjon v‫’ ״‬
r i., Jr.r'. j .rr‫ ־‬ruc se'pü-ñerem estábaloc^'r Zo nuvj nas Cjnarcas cl2
I lh 'u s , P‫'־‬rt • Segur.> e Caravelas .'nle hñ n u ita s h^rJas ‫׳‬.’e B t cu-
‫ד׳‬, ! ■ni‫• ־‬y^s e iCarialcaT .‫׳‬.’ue prsjclsa:‫ ״ !־‬a agã j catequetica". ( !ADURH
U 1,as,12/10/1856) .
O Sul Ca Dahi*'., c. ir. 1>.‫׳‬c'.a1A.:s con clu ir ã.j J o cm a en tn a :.' ara a tin ‫״־‬
^ i‫״‬o p-.r ^s3as :‫־‬naciCas ^^ue visavam desativar alvleia9,»p .r .-war re ,/ião
ene'.(¿ sa processava a axpansãc da 3 :ci0v'.aJG naci ■nal, e nc.ü os
çru_:-3‫ ׳‬in'.ígenaa estavam em fa s e de "pacificação" ou em fa se s in i
c ia i3 dj montagem dos alde<‫ד‬írlen t3‫ ^ נ‬iJ ;3 varios documentos referen­
t e s à rJ!-Jiã;‫ י‬v¿ncontra!nos sempre a afirm ativa de que j tra:3alh le
senvcílvid ^ ‫ ע‬31 ‫ ־‬s raissi^nãri. g ain*.a nã.: 3stava ,‫נ‬astan te s : ) l id i f i-
ca.‫ ׳״‬, iuu f a z i.‫ ־‬e n •íu.j :5 í n ' i z ainf.''. tivos=!en "£m‫״^י‬í t , s de y i
verem ñas üuitigas condições gelvajen3", ^ ^ue ju atiíficava a-nanu•*.
te n ç ã '1 dos aldeanentj 3 e novjs in vestin^ nt -s n e le s f e it u s ,
Outro d :'Cumanto de grande importancia nesse período f . i / Deere-‫־‬
t n? 2 ‫ ל‬4‫' ל‬.vi 1€ de fev ereiro da !:'»‘' I . Ele ava execuçã o ‫ ד‬l e i ‫י‬
n9 1067 dtí 2C do ju lh ‫ ״‬d¿ 1360, r;ue istri u .iin is t S r i‫ ־‬la :..^ricul
tu ra , C:.m3rcio o Obras, P u b licas, s ^ ‫ ד‬r.’jninir?.traçã d^sse n. v ‫י‬
rv" ficavan ‫״‬ neg^^ciog cuncarnent-i3
‫־‬- s 3 > r e g is tr o s de tGrr ‫־‬13
-‫י‬ ‫י‬

_0câsu^."a9 , a iegitirx'.çã‫־‬: ^u r a v a li ‘ .as p o sse s, sesmarias ou


■utras ccnoássces ' GLvarr¿ Jeral .‫׳‬u das -r víncdas, -‫ ר‬c^ncsissã:., las içSo, d¿
mareaçSr., descriçã:‘, ^.UstribaiçSc 3 venda de terras jAárteiiaentes a S3ta';‫ ־‬, a
su’‫־‬. sqjaraçã^ das .^ua 1‫כ‬ert¿‫־‬ncG5,•‫ ג‬r.:' dcnáni ‫ ־ ״‬,‫־‬irticalar, n 5‫־‬ s da !.‫?־‬d v. ‫ ־‬Ter
ras, . . r n ” 7 ■ :!inistério ::!■‫״‬ssa tnrri,^ a d3;enf.Gr a c l-snizaçã.::, irianjs a .;•‫'־‬rt3 ‫י‬
r^l ’ti'7a 3‫ ד‬ar.l‫;־‬nias Biilitar^, que ficam a cafg‫ ״‬d- iinistéri i."a ‫׳‬Ju^rra,, e :b
d l ‫ד׳‬11‫י״‬/? ':‫ו‬aoals, vjue são ocEopetâicla dc fiüiistsrio c3a Jiistiça. Fájnalmente, a '
Pastá d.a iyidcultuca passa a abrcaiger,. taníjâa, a cataqfuese e cívUí.2^5d rlo3
ín.‫״‬i'3 , o ■suas Mssões e aldeí’Ren.tos^ E9sa ’tcansferê1®ia ãe afcrilsai^^,
c/\rãtar :‫^ל‬rarafeg1ta formal, neriiutr. mudraiça rprduzíu nas prqpC'sitps, mcOos de .ar
çã. .u .õj«9tivo@ c30s * 5 3 ‫ ר^!נ‬.íicialinente encarreuados da questão Ific^genista
. 1x.>êri . ‫ ״‬f
Crem‫ ^■•־‬-:a¿■ ■.bjetiv , píj se. criar in ^JLnis■¿!!!. _‫־‬u- nS.) s5 arré^ií^iantnva pes-
3 al =í3 .;.viqi’JLrAintÊ; hr-ilitcd: , c:1r1' r<‫״‬-cur.3■ 3‫ ׳‬ys:Á‫־‬cí£iaü uara . trat:■ :..'S pr‫>־‬-
!jli‫״‬.n3 *grari s <10 m ís, era agilizar as ‫"•מיי‬icin.3 a 32rar1 a:: .‫׳‬t a ‘;as n ■senti ‫■׳‬ ’‫'־׳‬
182

auraontar‘ ‫ ד‬1 ‫׳‬r .cIxjçH.


Cí-:. nrti j.jg ex> c t ! ^ iâ ,’ ,'‫ ־‬busca cte recursos mtx2ria is e
hu.n:! .‫ ! בי‬rxMrava, rin r=:\li_ ^ ¿í, t 4 ‫״‬aiar .y^.>3raci jj;ic1is as írwCiicas tanajaG cptwri
'rrtjntfc? c a n !!01 .“;‫ נ‬r^rrao, o ‫־׳‬juo atõ ‫־‬antH na. hcvian sí.Ij cj^ncsifetizaijlns. J■‫״‬

n^. v‫״‬a^ 1r1&JÍ.-^s a.l.ta;'r.3 can »}rái-.x : rusteía^ ^ 10‫ םי‬Gr'vemo v2a Provincáã da Bãhia*
¿ i ‫ ה‬- u *:inndar .- ^vr!liar a situação das te r r 3 ?‫ ׳‬dr>s aÍa3‫־‬c5r1t3itos existen:‫־‬
t ‫!;־‬3 , ’ ‫' ״‬s xix !.¿vanfeTO^ait c¿ cirpr^ã . 3 t»-;rran,>3 p ‫־‬r !)articula-'
v :js u r<-la Cariara tuttiicipal, estinulava-se que a ren»ila fosse empr^‫׳‬a.la 3‫׳‬31 ‫ג‬-
ruifíai 3 í' s Jnci 3 residentes na área. Caso, segtíndo a detemdnaçH >, Sv a li '
r.i3‫׳‬i U3Sv3 ':■asoin anti.1 *o 5!nr’i 3, a ‫?!^ ״‬aliçS;;. ^3vcxia ser oquipar.‫־‬.¿!a c1 ;3 :3ra
1‫ כי‬...rasilalr >5 v= *3 tarcaa inc^rc‫־‬raáas s o patrlra^o c’. , j¿3tnL. s ..‫ ׳‬a f^:Ta 13
■ t- ix r ‘J i •u.lica5. Antes Jeveriam se r r ‫־‬átira.T.j3 :->3 Io ta s fa ra ilia res ‫י‬
c e 3 tin r .‫״‬.:a a 3 r-nánescentes ln ñ ljo n c.s, qüo clovv^rian ‫־‬cu! ?.‫'■׳!•־‬:‫ ז‬e•‫״‬
f o tiv a n ‫״‬nttí r 5 ános para g a ra n tir o saU dlrv2 itw dej pro; riatárdo
o , r ó sta n te s e r ia entregue a lavrad ores ñ a c i‫>״‬nais,
-s ’‫־‬r.-ji.■’!'n a adatadlas v isa v a a , a curt:• ;‫״‬raáo» astirauXar a ai.r'.'prií^-
:¿3. ‫י‬r iv a .‫י‬.a das- terra s dos a n tlg ‫'־׳‬s alv^.eamftt 5‫ י‬A in s t a la ç lc f.a
una O n is3 ã '.a le.TiçS ■ C3 Torras apresentava determ inações c-^n*‫' ־‬
cr‫י‬.:t‫ ^ר‬n r e l a t i v a '.''¿3^.3313 o 3‫ד‬ ■eòtiva-3 Zq ..tençH. '
r. :n Con \ -\. jn s v30rv‫־־‬.r n > sojuintt; *’cçuriant ‫׳‬s
”AcuSu riáCabifBGftto no día 8 do Cúrrente do c f í a i . sub o n? J07 Ce
24 de fe v e r e ir o do c50rreate año, no qu.^l V, Éxa, lao ordena cjtie re
íaeta .. -jrçaríitínt,,. "o t_Cas na '.espesas con a C:5mic?1ñ a ncu carj ’
paca o e x e r c íc io . xà 1 3 5 ‫ ל‬e 1077í
**Em cuni'rir.'int:‫ ־‬a‫׳‬: c;u3 V* 2j£a. ifle ordena no c ita d o o f í c io , passo
Ss ínãos de V, L3e^i. ‫ כ‬orçamento das dñ^pesas da Comissão# tv:manr' •
por base o de tua aldeamento c 1<,‫׳‬ã a su p e r fic ie de 43 560 0.‫ד‬.‫כ‬
vid td o m 36 lo te s ^■000 ‫י‬3 1 21‫ר‬ en'a tuit, son.:: fa lta s ■jor con-‫•׳‬
ta . 3 inttir-.ís3r.3'. ‫ ו‬as '.osneajíg c.-rn a ra.3Ciçã‫■ ‘־‬:‫< ר‬3 !‫־׳‬:'tes. T naii'c
-3 ta b ase, fundei-me ñas i n f ‫׳‬-rniações que tertho de havereia ac íí:r -
tvi dtjsta Pr‫’׳׳‬VÍnGia n u it‫־‬-s aldeamentos e x tin to s ocupados por in d i-
vjuuos ratioúladosf pemita-'se-'iiae ‫ ׳י־‬ox"rrfS3r>. , n^5 cas ■ .‘■ó pagarem
a.9 despesas com a n3‫''׳‬.içK ' ■‫׳‬.as terra s •^uo :.capar.!, ‫ '; צ‬r baversn ‫יי‬
algtm s aldearaentcs ocupa.l >s ¡‫;־‬. r 1 ‫נ‬1£_‫ כ‬atantes eng 0nh .3 :lo açucar e
fa zen d as de lavn ura, c ‫■־‬m p ;‫׳‬r ix3n: 1‫ » ׳‬: de Sant- :jitoni■ , ita Co-
rr.arcr Js ‫״‬.Jazar-jtft ,‫ל‬:* correr •'Vcim a minna id ó ia ,
‫״‬O rçankint‫־‬.: anex ^ f . i f o i t . ‫ ־‬na h ip o tese C3‫ ׳‬ca n h abitan te ocupar
a áren . v¿ 1 21: ‫ ר‬0 0 ‫זר‬.‫ן‬-' fáraa m?^xi1na>, ©ujn n-udiçã' por conta r’a
183

fazenc’a ê nut riz‫"י־‬a e qu'j c‫־‬rras;‫ר‬‫י‬ ■mcle a 36 ‫־‬.‫־‬cupantes e poder pa-


«. 9 - ‫״‬
j‫;־‬:r s-‫־‬i‫־‬
a \ 1 .‫ ךז‬rxir. razã. ..fu moi . real p ‫״‬r 4,84 m‘', preço mínimo ‫י‬
‫ד‬. L ei. u 1-‫־‬r -ç .),5 roal ixa,x;rtan1 es 3G l ‫>־‬tes cm 4 50‫ י׳‬COO re
i3 .‫ ׳‬aC ici nrji;" s ^.ireifc 3 em 4 824 400ÍOOO, v ê-su , p.;i 3 , que
r. ¿ :.z^rivla ^erca :,¿r' um lucro líq u id o de 1 704 030^000. Pode-se, ‫י‬
2
sem gravanâ, fix a r ‫ גזי‬0,4 ‫ נ׳ן‬ro a l o valor dn unicado C.a 4,84 m ‫י‬
::•nra aa tarra^. ea ca!jceira?5 proJ.utivr.a o un r e a l para a3 terrao tm
-ir.tas, ;uan" i 3^ tratar de pequenas sui^arflcics; então a ‫’כ‬azen‫׳‬.^a‫י‬
t >‫ '־‬un lucr■‫ ■־־‬l£jui« 0 "5 3 »‫י‬C‫!" ’׳‬OOvOO'' r' ;:>rinoiro ca3r5 u de ' ‫״‬
‫• ב‬ <‫ ר׳ג ל‬no segundo c a so ou seja 4 054 G" ‫ י־־•' ?־‬em tum o ruldto,
‫״‬£ j , ^-jrSu, ; alCoamont.) for ocupa.':f.> pjr habitantes quo não ¡.■‫;״‬ssan
^ r ja r a.3 . .jg^^fenan 0.‫י‬1‫ ג‬as mev^iç^.is e mais .'.‫• י‬quo o mínimj da L^ii ,
‫'־‬. ..j!s vjs‫־‬. a’j.‫־׳‬j..‫־‬rver(ã a rocaita a a l^azenJla te r á Jo concorrer com :‫׳‬
ex c e ss . . Ê o que acontecera com 08 aldeamentos 13 são F iC iílis e
i^razjrüs, na Comarca de ¥nlença, os quais ustã.^•‫״‬cupaC; s i-.r j*ran
de n’ãn3‫־‬r ‫ >־׳‬do h ab itan tes, quci apenas . ‫״‬o!.; :.ajar .‫ ג‬valor d3‫ ־‬pequo-
nas áreas in fe r io r e s a 1 210 000 m ,
"S-u ’‫־‬z ’'piniã ‫^ י‬ua o Governo deverá abandonar ¡ura g siiaplesmen-
t e t a i s terren os que não representam possi.’^ ilid a ie de renda para
r. FazjnJ.a, ro^‫־‬ulari2ação «s ‫^•־ ג‬rã n. 'rnalnunto en tre 3‫ ג‬ocupantos
‫־‬- Cân 1ra3". ( IOiJTiáI.^O;ms,12/ 4/1376).
Ãisaa situ a çã o in stalad a in ic ia ln a n te no n ^rte :.’a Província esta n -
' jU“s e , posteriorm ente, ao 3‫״‬u l da Dahia. .!a rugião que escolhamos
corao v‫_״‬jut da (sstUv.o, ‫ י‬process..'/ i n ic i u-so con . conse.^uência .'.a
expansr . da lavoura cacaueira, ávida por nwvas terra s cn.'.e se s i ­
tuavam as ondas su cessivas do iiaicjrantes vindos f’ ‫ י‬N 'r te . E stes
várcir:. ...asal ja-'..3 ;.íála seca .:u‫־‬i a ss-la v a a rugia >, usj ecialiafentQ ‫י‬
na i>aciia, •?.jrji,.'- <‫ ־‬.lag. aa u ! e la s d ificu ld a d es enfrontadas e;.1
d ecorrên cia «..a estrutura fundiária v s litis ta .'ue djninava a área '
-Ití origem dôs imigrantes.
i.ssim , à medida en v^ue se procussava a integração dos grupos ind^
genas da regia.^ aos pa'rces estaljelocid os p ela s-^ciedade nacional,
‫>״‬u se operava o desai-arecinant .la população indígena em ^eccsrrcn
c ia das doenças infect-.‫־׳‬c:‫־‬:ntagi‫׳‬.sa s, .\as mudanças de hai.it:>s a l i ­
m entares, da d‫^־‬pau:‫׳‬váração f í s i c a resu ltan te .?a sub-alimontaçã-'‫ ׳‬e
da su p er-ex p lo ra çio do traLalhador, alen r.-n c'rr.'ates en que se^i-
se viaKi on volvi Tjs, o prr.casso Ze ctesativaçio das a ld eia s st^
r 3 - l i 3 ava le n ta ’‫־‬a3n te . Jraa ‫׳‬-¡as medidas avd. ■cadas f o i a fasã.
184

a U e ia s fe pequena população, mesmo nrovocancV s e r io s p r 1;;.le 1aas íe


inac^aptação e n tr e jr u 1>:'S t r a ‫״‬.ici.;nalm ente r i v a i s e que tiverr^a e s-
3vj SGntiiViont' f c aninosi.r.a<.’.e a c i r r a ’. ‫׳‬s ‫ ־‬oL fre'^uonte u■? - (:0 yru“ ‫י‬
V -.S in .iíj3 n a s p a ra j comísate àq uelas qua a in '.a nã..‫ ־‬haviam siJ.o a l -
C (3 :\C j :>s .

‫י זס‬. ‫ ' ז‬1 ‫ •גיר‬l e j a l .juv¿ ra^ e r c u t i u ’ c o n tra c.)s t 1-3r r i t ' r i ‫ )־‬S i n f l j^ n a s , nas
.iu‫_ ״‬....uc:. a t i n g i u o s u l ‫־‬:‫ י‬Bahia in :eoen..ontfir.‫־‬ijn to c : e 3 tãyi•.. de
i n t c ‫־‬yraçao on 50:‫ ׳‬encontravam '*3 g ruj.;s inr"í,jonas, f o i a promul
jaçãr. -Ia C n n stitv iiç ã j üa Repü’r l i c a an 1 9 1 ‫ ״‬. O sau a r t i j > 4‫ י׳‬Caere-
ta v a -jua a s t e r r a s d evo lu tas passavaia a s^jr ;^.Irainistra- ias r o l .‫ ׳‬Ls-
tcU f -iue p e rm itia uma n a i c r fa c ili.'.a .;. nr. .'cu^^ação Je t e r r a c a-
inv‘a nav_ .’CU_jaías efativ araen tü . Os alderuaont^s in c.ljan as foram ex­
t i n t ; , s cm ’.uc r r o n c ia le un descTobraraont.:; r^essa 3 (‫״‬o trm in a ç ã j.

T
;. Lei 19r. Jo 21 ãe ajusto de 1897 cri :u a Inspet-'ria Geral cT
.o l’er-
ra‫ר‬, Colonização a Imigração ;ua se t rnava responsável pela guar-
.■'.a 3 ‫’׳‬.esenvolvimento das pr^priti^aIas rurais, incrementando as r.t^
vi.'acles produtivas oola rngularizaçã‫ ־‬,^.a prj.'rier'n.’.e r5‫־‬:lo. .1
-lesma 13i Jucretava a 3xtinaã a
‫'׳‬:os ^If.urrient‫׳‬. n lefinic'a a ;artir ‫״‬ • ‫•י‬

C a’iandoíio das t e r r a s p elo s a n ti!; ;s au pantes, !•!‫ ר‬u n taiit f • 3 ‫■־־ן‬


,
r e j i ã .‫ ׳‬co n sid e ra d a , j ã haviam sid o d esativ a d o s por Decisão a n t e r i -
r.

O ‫•■־‬estino i-as t e r r a s in d íg en as f o i a sua in c ,r jo r a ç ã às p ro p rie d a


c.os c a c a u i c u lt •ras. ‫ *־‬p. p u la ç ã .,, a'.an '. ‫־‬nada à ;‫־‬. r 'p r i a s o r t e ,s ^
L rovivau em ptív.jx1enos grupos nos lo c a is não a tin g id o s p e la expansão
3: ‫ ד‬n ã ; - í n d i o s devido a d if ic u ld a d e de acesso a duterminadas ãroas
n a i3 in te rio re s , •‫־־‬u à inad¿■ju açao do solo ao c u lti v o do cacau.

I-.d o ra . s c o n c l u i r a l e g i s l a ç ã o a p lic a d a , o u com e f e i t o s s 0 ;:‫־‬r e * ‫י‬

.3 í n . . . ’i >s S G ju iu p a d r ~ 0!3 '.c m d o f in id ( .s o do c o r t .. n1 .>d: c ..n s ta n t(ü ,

r.^ o s a r d a s a p a r e n te s a l t e r a ç õ e s i n t r ‫ ׳‬d u z id a s a o lo n g o do p e r ío d o a

b ‫ י‬rà a d o .

O fa to de em to d o s os momentos h i s t ó r i c o s as populações in d íg en as ‫י‬


3 o r 0¡n t r a t a d a s s.lo f rma m arginal sen :juc tenham ! a r tic ip a d c de -.¡u^
q u e r d e c is ã o so b re os seus d e s tin o s c a r a c t e r i z a o sistem a ãé d:;mi-
nação a que e stiv e ram su!3®1e t í d o s .

j u s. dos t e r r i t o r i o s o d•‫־‬.' tra ::a lh o in d í jenas sã; d e co rrên cia d‫ ־‬s-


sa o s t r u t u r a c o lo n ia l in s ta u r a d a nas re la ç õ e s e n tr e a s ciedada
m in a n te , f o s s e e s t a a o :r tugues a ‫׳‬j‫־‬u a ’x a s i l e i r a , e ■s grupes in d í
105

run‫'־‬s . . •Br? ±

‫זומ ■'י‬1‫ר‬.3 ‫ ״‬acul i areg f e sua apropriação variaveim de acordo
c :‫ ב ן‬in te r e s s e s e as conCições econômicas e s o c ia is viviJias vjQ-
Ir5 .‫ ־‬cie; acltí env. Ivante, que esti.7ulava s néícânlsmos le<jais ori•'‫־‬
n ta‫׳‬.; r e s , rejulacTjres ju la jitim d n r e s ‫־׳‬Ias aç^üs desenvolvidas '
1!13‫ ד‬ra la çõ es d iá r ia s , principalm ente nas reg iõ es de fronteira, eco
X1 nic?. nde os a t r i t ' s eran ranis comuns.

.. ^‫־‬erd a da au to n ‫ר׳‬mia dos grupos in ^ e n a s se ^ r ;cessciva não ape-


3.‫ת‬:‫י‬ ->tíla ncraeação de adm inistrad'-'res ex¿, .rnaraentia decideda. Um d:‫׳‬s
necanÍ31A‫ ״‬s e.3ta.^úlocid 3 -
‫ב‬ '.a vJran!‫ן‬o i..\_■ r t r n c i a o ra ‫ ד‬a tre la n o n t;
tíc..‫׳‬nómico dos ín d io s , na q u a lid a d e "j c ‫׳‬nrumií o ro s , a^.‫ ׳‬raarcado na
c i-^ a l, a tr a v é s .’..‫ ד‬introdução 10 n. v.;3 ha’u itv ,3 de c jnsum j. Essas
re la ç õ e s, devido ã incorporação a s s in S tric ri d‫׳‬, s grup as in L ig e n a s‫י‬
‫־‬ ra^rca‫; ״‬:, d--t«¿r:ainavrjn, ocmcretémrnte a do autonomia e
reduziam a capacida-Ie r ¿7tiv?. ant^: .. ; : r 'c 3 ss do (.'.^ninr.çã :pue c
raeçava a 3a i n s t a u r a r .

‫ר‬:■ p r . 0.3‫ב‬3‫ ד‬:dissodativr. in tr d u si 9 pül 'lintomn d3 s o c ia liz a -


çH f r;?..' vj p e l ‫־‬, ’.es rg .in isa ç ã sistem a prc'üutivo de e s t r u t u
ra c ‫ת‬un‫ד‬l x r ta le c ia n - o u à n cd id a en >;;ua ‫ גזלי‬firmavam os n».jcanls-
n ■3 .e expansão e ocupação d»‫ ;״‬n.^vas reg iõ es do i n t e r i o r d p .iís .
C :a .’‫־‬.j e t i v o c lr.r ;0 .‫ י‬cri.?.r >; c o n tr o la r e sp a ç o s, e de prsif ‫־‬-rÔn-
c ia con t r a ‫ ״‬a lh a l^ r e s in d íg en as j ã instalas u ali s i t u a 3 ;‫״‬.‫־‬ . ;s
te rio rra e n te , a tr a v é s dos mecanismos dos descim entos, fossem e s t e s
de c a r á t e r n a c l f i c o ou não, a sociedade dominante nanipulou a lo ­
c a liz a ç ã o dos aldeamentos de acordo c ‫׳״‬m .^s seus in te r e s s e s e s p e c í­
fic o s .

‫ כ‬rí‫;ד‬Cv •nheciI.^ in t " ‫ ^■־‬:ir e it ; das comunidacos ind.í jonas a‫י׳‬s tu rrit_ 2
r i o 3 -iUo ocu¿..avaia não ^correu 01.1 nsnhuzn ra.aont . Jera laosm nr. ton
ta tiv a ofGtuada 1 .-‫ו‬r Josê B o nifácio de Andrada e S ilv a , p o is encon
tr-u f rte r e s i s t ê n c i a por p a r te d ‫ר‬s l a t i f u n d i ã r i >s, oque fez '
com que nunca p a s s a s n - de p r o j e t o . 0 d ire ito ao uso das t e r r a s pe
la s comunidadc;3‫ ׳‬ev o lu iu no s e n tid o de f o r t a l e c e r ura p r in c íp io que
esttíV(i sempre p re se n te s os t e r r i t . 5 r i o s in díg en as d^iverian s e r , nu
ua fa 3 e in ic ia l, precisam ente lim ita d o s a fira de f o r ç a r a sed en ta
riz a ç ã o dos jrup.os £’l í in s ta la d o s . Assim, p o d e r - s e - ia contâ-los
r.’..';:l 1•.. r e a x o rc e r de forma laais e f e t i v a o domínio e a ação r e s s o e i
‫■־‬liz.adora pronjviw os ,.‫׳‬e lo s a g en te s e s p e c ia liz a d o s da sociedade na-
136

c lo n á is m is s io n á r io s ou aclrainistrndores le ig o s , conforme o momen­


to h is tó ric o c o n c re to .

-jv:' ontanto, ‫ה‬. garantia :lo ocu- .ação da terra p ela s comunidades in -
^-xj.inaT çira c.^n3i-.'.ura“.a ‫ ׳‬un ostãgic. necessãri.; quo so ria su;^-e
rado ap5s a consecuçHc•' do >bjetivv proposto; .'iu prorrtover a do-
sartj»culaçã 1‫ ;״‬da socieda^.3‫ ־‬a l i an teri 'm ente in sta la d a , Superada '
e s ‫? כ‬, fa s 3 e e5?jota.’.a a p o ssib ilid a d e do t^xploração do trabalhador
indlç;Gna> as tarras dos aldesimentos pasmavam a ser encarc.das cono
p a so ív o is de s&reiti aprpri‫־־‬.d.;s p elos grup-s de 0:1‫ נ‬:>n.)S em expansr.a
‫; ״‬tiã .‫׳‬-de-obra indígena sempre f o i apontada c.jm:‫ ׳‬uiaa a ltern a tiv a '
in te r e ssa n te para s .lu c ijn a r a c^rêncin de trabalhadores, p r in c i-
p aln en te nas ãreas de fro n teira econômica, A f a lt a J.o estím ulos ‫י‬
para que colDnos se deslocassoiti para as reg iõ es :;.‫ ^י‬ox^ansã.‫׳‬, s a
pc;pulação iBdígena ainda numerosa dovid a> curt ‫ ג‬período de con­
t a c t , f.;rmavam :•s vot:;res e s s e n c ia is para ontendirionto da p l í
t ic a d.j aproveitaraant; ‫ ו‬trabalh■:‫ ׳‬indi j‫־‬ona.
O tr a b a lh a d o r i n ‫‘׳‬Ire n a e ra c:‫׳‬nsi der. ‫ ר ל ד‬cono im p o rtan te devi('o ‫י ר‬
re¡, r e s e n ta ç ã ‫ ’״‬que c ap rese n ta v a coms.) d ó c i l, L arato e al)un;1ante,P s
te r io r m e n te , o u tro s f a to r e s iria m se a l i a r a e s s a s prem issas p ara
ju s tific a r as n e d i ’.as c o e r c i t i v a s adotadas c o n tr a os grupos que ‫י‬
não se submetiam ^ v minaçãc e e x p lo ra ç ã j tuíj Ih e s eram im p astas,
cu c o n tr a amueles .^ue estavam em áreas ‫־‬jndo a presonç i de t r a b a - ‫י‬
Ih a d o re s n a c i‫^־‬nais ’.ispensava .‫י‬ c ‫ ׳‬ncurso do tr a b a lh o indígena.N e¿
^vas r e g id o s , as is p a ta s se r e l a c i ‫ ־‬navaja d ireta m e n te com o p ro b le
n a da ; ‫ נ‬330 ‫ '־‬a t e r r a . Dentro da " e r s p e c tiv a n a c i o n a l i s t a im plan ta
da a p a r t i r da Independencia, a opçã • p e l . t r a o a l h . in d íja n a f ' r -
ta le c iju , principalm ente; ‫ל ׳ נ ד‬ a p lític a di33cnvolvida _,ela In^'la-*
te rra c o n tr a o t r á f i c o n e g re iro e o i n ‫׳‬íuc0 í:s0 ^as co lo n ias e s tr a n
g e ira s em v a r i a s re g iõ e s do p a í s .

O utro elem ento b a s ta n te manipulado ideologicam ente p e la s e l i t e s ‫י‬


e c o n ^ ic a s e d ir ig e n te s do p a í s e r a a im a g in a ria p o s s ib ilid a d e de
vuaa a liiin ç a e n t r e os v a rio s girupos in díg en as e .¿uilomb^las. lüssa
n e r s p e c t i v a e r a v i s t a c^mj urna s e r i a ameaça à in te g rid a d e e a un¿
d.ade n a c io n a l c^m a p o s s ív e l subversão do modelo de dominação v i ­
g e n te , a c s in c:-mo da "vocação eu rop eia" da n?/ssa organização so c i
a l, c u ltu ra l, p o l í t i c a e económica. Era a l u t a co n tra a "b a rb a rie
«3 a s e l v a g e r i a " 133anead;¿ada ‫־^׳‬e l a s f >rçan ro g re s s is ta s « c i v i l i
z a d o ra s " > -'ue j u s t i f i c a v a t.d a s as formas da v io lê n c ia de30nca-‫י‬
187

Ceadas contra aqueles que se opunham ao C.esenvolvimento do p a ís , ‫י‬


representn.’ ‫ ‘־־‬:talos c';lon 3, f .r;s- :r: *_ r ,3,.o, r.'ci arde u - : ‫״‬
tr a n g e ir o s .
Um dos segmentos s o c ia is quo mais se beneficiaram c■ n oota ;;;;::lít^
ca (ñe aproveitamento (lo trabrlhaCor inc’.ígenn, ju stifica n d o a sua
o as vorLas auf<íri;',as Z:j Govern::, fo i cunstituicl^ ^elas or‫־־‬
uens r e lig io s a s , p rin cip ais responsãvüis ;‫־‬o la exocuçHo dos proje­
to s de inicp^‫ר‬cracã 0 •.'a nHo-■’e-obra i n 'í jona. Como entidades inc;am
bidns "a adequaçãc) do índio às novas condições de vida, os r e l i g i
3‫ ־‬-s a v á ria s ordens receíjarcim p r io r i '.a: es no tratamento receb i-
o , o ‫ר־‬r i v i l ‫ ^׳‬gios ;¿conômico3 :jue vari^vax.1 no tonpo. Ds je s u íta s ,
altlm de roceberem !.amamento p elo número ’.ü ín d io s 300 a 3 ua r a s - ‫י‬
i^onsr.'.'ili.'ade, tinham acessc' a terras e d ir e ito Oo uso do trabalic
dos novos c .‫׳‬n vartid os, o que lh e s permitiu arioalhar recurso's con­
s i 'erãvois o a formação de um patrim^ni : da jran.'^o v u lto . Os paro
c o s , ijrincipalm ente no período pos-pombalinc. ato o :.¿‫־‬gintento das
Ü ssõ es receoiaift cóigruas e s p e c iá is polo e x e r c íc io de suas a t i v i-
dadis en áreas in ‫׳‬.*ígenas, ‫ י‬quo lh es perm itia certas vantagens ,
se comparados com os demais sacerdotes que trabalhavam em v ila s ‫י‬
se rta n eja s >u mesno en ãroaT ur’.anas. ■ 13• ‫י‬.‫ן^'י‬.'‫י‬0‫־‬1‫ ג‬ca^.uchinhog, s-
teriorm en te, tiveram acosoo a recurs •3 es' o c in is , s.‫׳‬o f'■rna . o pa
gamento n elo trabalhr ■‫ ;’־‬.i^ e n v o lv id o a ,;‫׳‬.ssi.L ilidad e de manipu-‫י‬
la r grandes somas de moiv s "'.estinad 3 ? construção de estra d a s,
g r e ja s , pontes ou aldeamentos, E não ¿uosti ‫י‬nam‫נ‬s aoui a raal v o r^
ção d esses recu rsos, ou mesmo a apropriação in d éb ita dos patrimônl
o s das comunidades indígenas, fa to que era acusado constantemente
como fon te de enriquecimento das Ordens, P^rén, as c‫^׳‬ndições lega
i s , ‫^׳׳‬ue permiticim de antemão a f ^rmaçã‫ '״‬d« _.ntrira*ni ; ¡ olas Ordens
■*.elijiosas já existiam ant.ís '‫ג‬ôsm‫ ג‬de começar e s s e processo de ‫ד‬-
cumulação.
an :1j 3 f atieres de grande valorização das terra s indígenas parece­
n s teron sid o os investim entos realizad os na fa se in c ia l de im -‫י‬
p lan tação dos alJ.tíamontos e a u tiliz a ç ã .j dos tra.^alhadores indíge
iias em a tiv id a d e s que deveriam, segundo os id eologos da ação in d i
j s n i s t a , : rep arã-las para as futuras responsabilidades. Esses in -
vestim on tos i ^ desole n derrubada das matas, p la n tio de roças, a-
.^ertua de e str a d a s, implantação de núcleos sertan ejos nas pr x in i
"0 3 '. ‫י־‬, para e s tia u la r o c 1‫־־‬nerc± ‫׳‬, o contacta e ‫ ד‬cm sa juonte in-‫״‬
188

‫־‬t egração da população lnà£gena â sociedade nacional ‫ ן‬até -a


tru çao de ig r e j a s , Todos ea ses in vastiaen tos eram f e it o s cc»a ver-
• 3 ‫ גע‬províinientes ãos cofrtjs p ú b lico s, o que valorizava as terras
<í= ruprüsentava concreta economia dos recursos a s e r ^ aplicados
in ic ia litie n te p elos colonos, Muiaa etapa mais adiantada da relação
e n tr e coiouniâaâes in d ja n a s e s sociedade n acion al, -juanJo j á sg
in ic iiv ? . o processo Je arranclanento das terras cos ?ildirjaentcjs ,
V-‫ ר ׳‬in v o stin e n to s 2m tetiom en to ry n liz a io s perraitiara cobrar uma
roncla mais elevada, e os moios assim ob ticos ¡jassavan siste m a ti-
cnnente a s e r u tiliz a d o s para investim entos v.irigidos polas Cana
ras lu n ic ip a is. Esses recursos u tiliz a d o s y e la s Cñmaras d estin a
v:v..\-s\j. n )éínaficiar as áraas urbanas circundantes do antigo aide
amento, e as ost35a3as *. e caEiinhos quo fa c ilita s s e ia ‫ ג‬r.cosso às
propriedades ■ *‫־״‬ís fazenr-eiros e escoament‫׳‬.• Z.>3 produt,js de suas
fazon^.as. Cem a le g isla ç ã o clesunvolviv'.a a p a r tir iia. segunda ma-
ta.'ó ò j súculo XIX, o que 'bsorvcanon f :i a in c orporação f in a l dc8
t e r r it o r io s indlgensis, gue, .leiloar!!^«¡ ^ ,iu hasta ^^^ublica ou lo t e ­
a 'js p elos governos pr!..vinGiais, jo m itir .‫ ;!'־‬jranv.o captaíjE..
fund'3‫ י‬quú foram a p lica.‫ ״‬s , p rin cip aln on te, tci í‫־‬s tín u l:‫־‬s :v cruS
c in e n t‫׳‬:■ da lavoura, granule f_;nte do rrcu rsjs ‫״׳‬a PrDvinci0 .‫ י־‬cue
s ij n if ic a v a , na realidade, . i capacidade de conquista de te r -
r itS r i'js int’.ígenas ain 'a nS.> clevassados, como f o i o caso dos Pa-
taxó-Hãhãhãi s liaena, que s5 no in ic io do sÜculo Â'Ã f .ram al<l;i‫' ־‬
r. 3 após sangrenta perseguiçã.).
Cr:áLv~.s, p')rtanto, que a obra desenvolvida p elo Governo n.> s o n ti-
de -'o in teg ra r as p..pulaç~es indígenas à s 1‫׳־‬ciedade nacional f o i
‫״‬u t “financiaJia, já :¡ai.: ;3 rc‫־‬cur30s gerados p e la exploração ¿las
j c' trabalh- inc"íg3 ná parecem te r sid o su fic ie n te s para
•j—'jrr.ntir a m-JiutenaH‫ ״‬da3 ativir.ad es. Santiraj-nos rhasn‫־‬.■ capas c,e
avontar a hi¿>‫ '־‬ttíse «:o te r sic..j vina atLvif.aáe que perm itiu a 0 5 - ‫י‬
tenção de lucros tanto p elo Sovemo cano p e lo s p a r tic u la r e s, ta¿
v ez depois rein v estid o s em outras ativid ad es de maior in te r e sse
para o grupo étn ica ¿laminante, e que se r e fletia m soiipre ntma c2x
pansão continuada sobre o s t e r r it õ r i ‫י׳‬s e as populações n a tiv a s.
A imagen do ín d io arlada e manipulada pela sociedada nacional re-
laci. na‫ ־‬se diretamente com as p ecu liar i :"ace 3 d - nomanto h is t S r i-
c;v ’.‫־‬oiB e la v i v i. o e pelao situ a ç õ e s cuncretns experimentadas pe­
l e s v a r io s segmentos o saciedades en con ta ct.‫ ל‬.:ireto , .i pr'prir.
estab elecicla através de õrgãos c ie n t íf ic o s ao longo ".e*
to C .o o sac\jJ.Q XIJÍ t.;@jK)íQj!jf^ra a •Uvejryência •.jer3 ^.t;ctiva$
v n li^ íà c ^ .o C.a m e c ’. i r . a s s ia is b r a d a s ou la a lf v ip le n ta s ,0 ‫ ׳‬que ‫י‬

se q u a s tio n a v G o ra o " ■ .lire ito " do a tr a ir os in d í^ je n a a p a ra a

$ :ic l{ % a ç 3 ijf com o jtr a t^ lh a ^ .o r e s na c o n ^ tru ç iío p a is , 015 1 n .:lc T 3 0 o u :?

r o p e i z ‫־״‬a n t e s 3 ra q u e as fá m u la s :’ o d o n in a ç a o 30br0 suas a o ra u n ic la -‫״‬

-e s se p ^ n J lQ ía C p ® .‫ ׳‬p r . ^ b l e r n ^ a , .

A 9 v t . > l t f t 'l » 1 ra rr. js in to ríis s e s C ,ixs e X itQ S o-

co 1)QB1i<s1Qa n a 4 9 l a a l n f o i que un reflox:!


‘ ¿ 8 ‫ כ‬sous i^.esejos,■ 'le fle tiJ
•í5fí
^’ ‫ ע‬CBn íic e s ê i'ac’-.is e ansei-.'3 .10 um prc;jetc> cie ‫״‬oniiiaçã-j e nai’ia ma‫״‬
i s Sú¡ prw^junhó: ‫״‬uo sistem a tiza r, orientar e ayilizar* as f ‫־‬jrraas C e
aprcpriaçã.> J. s racuraog ccononiGOs Cas comun4,dadefi Iníülycinas, nr‫׳‬
:iue tinham <2e ^ i s irjpr/rtantG par^ garantir a expernsã‫ ‘'״‬d>.) ki‫״‬uq1‫י ׳‬
nacional* as terras juo c>)ntro^avíun •no período pr^-tíontaçto e v‫י• ׳‬
trab alh .# antes -‫ן‬ir o c i‫כ‬nn¿‫י‬.'^ para a reprodução fl*>s ■sous ra 0 1 ‫״א‬js
m u n itãri‫ ־‬s , e ■JlepoiG re‫׳‬.ri$ntaü c.n o in tu ito de garantir a ox‫'־־‬
i-ans'^ ' .:a s .d ed a â e que passava a >‫׳‬ter oonferole .?obre Aúa-s tvida? e
<5GUS .0 3 ‫ך‬t in o s .
190

CAPÍTULO IV

OS AI£EPI-gajTOS DCG RIOS PíJtSX) E C^LOIJm SEQüNim MEEñDE DO SfiCOLO XIX

Ur.i d o s e le ra e n to s b á s ic o s na f ilo s o f ia in â ig e n is ta b r a s ile ir a na se

g u n d a m e ta d e do s é c u lo XIX e ra a im p o s iç ã o do s e â e n ta rís m o aos g ru

po3 in d íg e n a s c o n ta c ta d o s . Ãs ra z Õ e s fu n d a m e n ta is d essa o rie n ta ç ã o

a d m in is tra tiv a G ra m as n e c o s s id a d e s c o n c re ta s ,Is o p e ra c io n a lis a r '

a s T iv ^ d id a s d e v e ria m s e r a d o ta d a s no s e n tid o de lib e ra r as te r

ra s p c rte n c ^ n to s ?.3 c o m u n id a d e s in d íg u n a s que p assav am a s e r a p ro ­

p ria d a s p e lo s c o lo n o s que p e n e t r a v 1‫־׳‬m n o s te r r itó r io s tr ib a is . Ou­


tr a s !:’c s i i d a s fâ c ilita d a a p e la s tíd e n ta riz a ç ã o e ra m as re fe re n te s à

p rip a ra ç ã o d a ra ã o -d e -c á D ra in d íg e n a p ara assumir as re s p o n s a b ilid a -

0 5 ‫ך׳‬ quci lh e s e ria m im p o s ta s n as novas re la ç õ e s de d o m in a ç ã o in s ta u

ra d a s ‫ד‬ v n r tir do c o n ta c to .

;‫כ ז י‬ jn ta n tc , a p e sa r ■ la i n p o r t â n c i ^ que 3 s e d e n ta riz a ç ã o re p re s e n ta ­

v a nas rò la ç õ tís .a n tra 3 0 c i e : ', a d 0 n a c io n a l e g ru p o s in d íg e n a s , os a j^

d e a ia e n to s e ra m e n c arad o s com o uma e ta p a n e c e s !^ ã ria e i m p o r t a n t e . E-

la , p o rêm , d e v e ria ser su p e ra d a no m a is c u rto p ra z o p o s s ív e l. Nes­


s a fcítapa to d o s o s g a 3 to s re a liz a d o s se ju s tific a v a m e não e ra m qu®

tio n a d o s p e lo g o v ern o p ro v in c ia l ou im p e ria l, já que era m c o n s id e ­

ra d o s com o in v e s tim e n to s n e c e s s á rio s para consecução do o b je tiv o ‫י‬


d e g a ra n tir a expansão da s o c ie d a d e d o m in a n te so b re os te r r itó r io s

in d íg e n a s , e a a p ru rp ia ç ã o do tra b a lh o das p o p u la ç õ e s tr ib a is . P0£

t e r i á rm e n te , e n tre ta n to , à m e d id a em que os o b je tiv o s eram a tin g i-


•I .3 /.e f o r m a s a t i s f a t 'r i a , os a ld e a n e n tjs to rn a v a m -s e d e s in te re s s a i

to 3 . Isto 'j c o rria quando as te rr a s in d íg e n a s eram in c o rp u ra d a s ao

r a t r i m ô n i o dos m e m b r o s d a s o c i e d a d e d o m i n a n t e o u q u a n d o a mão-de- ‫י‬


obra d o s s e l v í c o l a s d e i x a v a d e s e r u m a a l t e r n a t i v a e s t i m u l a n t e p a ­
ra a r e g i ã o . As r a z õ e s p a r a t a l f G n 'i K t e n c d e c o r r i a m ou d a i n c o r p o r a
.^ 5 - ‫י‬ in d iv id u a l dos in d íg e n a s nos s e g m e n to s ru ra is da p o p u la ç ã o na­

c io n a l, como tra b a lh a d o re s a s s a la ria d o s , após a d e s o rg a n iz a ç ã o cos


g ru p o s, ou do fa to da áre a era q u e s t ã o já se e n c o n tra r d e n s a m e n te '

r> v o a d a p >r c o lo n o s , ‫כ‬ que cU spensava .‫ ׳‬c o n c u r s ‫כ‬ do tra b a lh o in d í

'fo n c . n as a tiv id a d e s L .- c a is ¿ O u tra raz ão que nos p are ce im p o rta n te

v3ra o f n t ‫ ־‬da re g ia j e s ta r s u fic ie n te m e n te c a p ita liz a d a , o que e li


191

m in a ria o in te re s s e p e lo s in v e s tim e n to s p ro v in lo s ‫׳‬i o s g o v ern o s p ro


.‫ ■׳‬i i i o i ’ u. ^ i ‫ ״‬._,

C ' ‫די‬ a co n secu çã o b j o t i v : 's p r o p o s t o s ‫ ״‬era te rm o s g e ra is a " i n c '. r

:: rn ça o c io s I:ra v ^ )s s e lv a g e n s e in f ié is ao g rê n io e a paz da s o c ie -

c " .a .'.j e .‫ ך‬a ig r jja c a tó lic a " ‫־‬ os a ld e a m e n to s com eçavam a se r v is to s

c >raj s u p e rflú . 3 , » ? .s c n e c e s s â r i :•s , o n eru o js e sen s e n tid o , o que d e-

to rra in a v a x jr a a rv ja ç ã o em c a d e ia c o n tra a sua e x is tê n c ia . In ic ia lra e n

t e , a r a c ’ u ç 5 ‫ • ׳‬c .‫ _־‬s in v o s tim G n tjG , . 'e p : i s a sua 3usponsão sob a a le -

Cq quo a c o m u n id a d c j jã e ra capaz ue s e r a u to -s u fic ie n te en

t c ‫־‬m . ) c ; p ro d u tiv o s , e , a tS m e s r . .‫ י‬, p rjd u to ra :e e x c e d e n te s c o m e rc ia -

lia ã v o is . D e v i . ’. ; a in s u c e s s d essa p ra tic a , o p ta v a -s e p e lo a rre n -

d a ia e n to '. a s te rr a s ' ‫ ־‬s a ld e a m e n tjs , o quo p e m itia le g a lm e n te o i-

n ic i ‫די׳‬ ‫״‬cupação dos te r r it: r io s r e s e r v a ./ s p a ra as c o m u n id a d e s ‫י‬

tr ib a is . As r e n ‫׳‬j . a s , que d e v e ria n s u p le m e n ta r j 3 re c u rso s a se re m ‫י‬

t j i a p r v j í y a .13 ‫נ‬ n ‫!״‬s a ld e e u tte n to s que os g era ssem , e ra m d e s v ia d c s p a^ ra ‫גז ל‬

tr o s a ld e a m e n to s , em fa se in ic ia l de im p la n ta ç S j, u em b r as ro r-

!iz a d a s p e la s C â m a ra s M u n ic ip a is lo c a is , d e s tin a d a a s u p rir as ex i

g ê n c ia s de in fra -e s tru tu ra que p e rm itis s e m m ai jr f le x ib ilid a d e na ‫י‬

o cu p ação d as te rr a s dos a ld e a m e n to s , e a v a i ■ riz a ç ã ‫ י‬d a s te rr a s lo

c a is .

P rs te ri rm o n te , _s a l d a a n e n t 5‫י‬ passavam a e n fre n ta r p ro b le m a s m a is

c o n c re to s e de d if íc il s o lu ç ã o . Os a r r e n d a m e n t ‫־‬.*s t o r n a v a m - s e o b jc -

t 6‫׳‬ ‫י‬ d is p u ta p e la le g a liz a ç ã c ' d " d i r ‫־־‬i t ^ '' -le p r ‫כ‬p rie f‫י‬ad a p e lo 2 ••‫׳‬

a u p a n te s n a c i jn a is . De pouco a d ia n ta v a m 03 rog 3 ‫י‬ dos ín d io s n ‫ •־‬s e n

tid o de o G o v ern o P ro v in c ia l, a tra v ã s da D i r e t ‫ >׳‬ria Geral d e I n d i : 3,

a d o ta r a titu d e s no s e n tid o de e fe tiv a r a d em arca çã o e o re g is tro '


d a s te r r a s em n >n-d d a c m u n id a d e e a c 1‫־‬n s o q u e n t e e x p u ls ã o d ‫־‬s a rr®

d a tã r io s . a a ls g a ç a D " ‘‫י‬ q u ,í os ín d io s jã era m c iv iliz a d o s e ‫י‬

d is p e n s a v a m , ¿ jo rta n t.;, q u a l< ;u 0 r tip ‫נ‬ do tra ta n e n tc e s p e c ia l, e rsu n ,

e n tã o , tra n s fo rm a d o s em pequenos p ro p rie tá rio s com lo te s in d iv id u ­

a is , o que d e s c a r a c t e r i z a v a .o c a r ã tjr c o m u n itá rio da a p ro p ria ç ã o '

do te r r itó r io . Os a rre n d a tá rio s ju s tific a v a m a ju s te z a de su a s p re

te n s ç e s a le g a n < d o a tra n s fo rm a ç ã o do3 ín d io s em c id a d ã o s ig u a is a ‫י‬

0 1 « js , o q ue to m a v a a re se rv a do te rra s um c o n tra c e n s o , no quadx,

do m o d e lo e x p a n s io n is ta n a c io n a l.
r , ^

re a lid a d e é que os a ld e c u n e n to s , ao se re m c o n s id e ra d a s d esn ecessa

r io , p e lv fa to de ‫׳‬. j u e a ocupação n a c io n a l se s e d im e n ta ra na r e g i ã . ‫־‬,


e ra m d e s a tiv a d o s , u o c . . ‫ ¿־‬r l c ; o u ij / —.y

tu s na^j ch eg av a a s e r n o tiv o t".« o ro o c u rja ç H o !ja ra os g o v e rn a n te s ‫י‬

p a ra o s m o r a ¿ • 'r e s 1 'j c a i s . Aa r 0 ~ 1 2 ‫־‬s Josoc ^...-'31.ríiL íC U 1‫ ;־‬a ç ã o o ra •‫־‬.;

f a to de nãc; m a is re u re s o n ta re n ^ o rlg o ou am eaça à ocupação lc )c a lf.

p o r 3 e r ‫׳‬.ora n u n a r i c a n j n t e irr^ lo v a n te s se c o m ra ra Jo s ao c o n tig e n te '

n n c i n a l a ll s itu a ." .::. T am bém en te r in .js e c o n “n l c ; 's , c o m :• tra b a lh a -

‫ ^ ״‬ro s c o n t r a t a 3. ‫״‬ > .:r : ‫׳־‬a r t i c u l a r o s : ‫׳‬u p e l ‫ ׳‬G o v e rn o , ;v u m o s n :• c ‫ ׳‬m \

ju s tif ic a tiv a d<3 a ^ ^ l i c a ç ã < 3 ‫י‬ V 1i r ’‫׳־‬a s g o v e rn a m e n ta is , d e ix a v a m .'.3

s e r ir a u .rta n te s .

lla re g iã . •ru a e s c . l h o n 3‫י‬ c jm .õ je to de e s tu d ., e sse p ro ce sso s3

rJ :‫ ד‬l i z vu d a f .r n a ‫ ]־‬u « a c in a e x p u ssra D s, e on r ítn > a c e l e r a d • ', a p ír

t i r d a s e g iu id a m e ta c ie d ■ sé c u l > a s a a d :/, d e v id aos e s tím u lo s oco

H ú m ic o s i n t r o - u 2 i ‫׳ ״‬..'n : . f a l o ;..I s in tio de c a c a u ,! .e lo c o m õ rc io e p e lo s

in v e s tim e n to s re a liz a d o s p e lo G o v ern o , yue e s tim u la v a m o d s s lo c a -

m e n to de g r a n ’a q u a n t i d a ; : ’.-¿ d e tra b a lh a d o re s ru ra is a d v in d o s co ‫י‬

n o rte da P r.ív ín c ia e de .ju tr a s n r ‫י‬r c . e s t i n a s .

T ra b a lh a r^ iio s co ra dez a ld e a m e n to s s itu a d o s e n tre o s rio s C o lo n ia

..‫׳‬u C a c h o e ira ‫ד‬ Ilh é u s u o P a rd j. A in .la c ;u e c o m p re e n d id o s nuna ‫י‬


m esm a â re a g e o g rá fic a , fa to re s h is tó ric o s e e c o n ô m ic o s , a lS m 'a s

0 1 £ 1 0 1 ‫ ר‬:‫ג‬ ade«3 vijs g r u ‫ ־‬..‫־‬s a ld e a ^ lc s e das fre n te s p io n e ira s ju o

o > in s ta la ra n na ro jiã _ , e s t a '': e l o c o r a m r> 3 1 aç~ es e s p e c ífic a s e n tre

g r u .. 3 hum anos c ■ rg a n iz a ç õ e s s o c ia is p a rtic u la rG ■ ^ o que d e te r­

ra in .u , c . ‫׳‬n s e . j u e n t e n e n t e , p e c u lia rid a d e s na v iv .a de cada a l..e o r a e n -

to da re g iã o . O aí p jrg u (¿ ;v r o c u r ara o s tra ç a r u i.t ‫ ׳‬a a d r ‫ •־־‬n i s t õ r i c ‫י‬

p a rtic u la r p a ra cada a ld e a m e n to p a ra , p o s te rio rm e n te , te n ta rn r s ‫י‬

c h e g a r a una a n á lis e m a is g e ra l e a b ra n g e n te d a s itu a ç ã o na ã re a .

O a ld e a n e n t^ m a is a n tij‫״‬ J .a ro y iH :., >_! q u e a p re s e n ta v a co m r: p rin c i

^ a is c a r a c te r ís tic a s ; f a t j ’ <.‫ ־‬t a r ‫ ׳‬5! ‫ס י‬ fu n ‫זד‬ ^ ^r je s u íta s !.‫ ־‬d e

p re c e d e r o s é c u lo X IX , e ra o de O liv e n ç a , s it u a V no lito r a l. 0 ‫י‬


p©V©afflento in la ia l âesse aldeamento f3 i f e ito com os s o b re v iv e n te s

d e o u tro s a ld e a m e n to s d a C c ^ ita n ia de Ilh é u s , d iz im a d o s , p rin c ip ^

m e n te , p o r d o en ças in fe c to -c o n ta g io s a s .

7- r e ' ^ i a ^ • e ra tip ic a s a e n te de p ro d u çã o dw ¡ .ia ç a v a , . que e s tim u lD u '

a o pção e c o n ô m ic a dos je s u íta s p e la expl' r a ç ã o d■‫ ־־‬a r t e s a n a t . > in d ^

g o n a, a d a p ta d o , a o s novos p /^ d rõ e s (1 e 0 : ‫־‬.'‫ ת‬3 ‫ ו ש‬1 ‫כ‬ dos c o lo n iz a d o re s . Os

ín d iu s d e d ic a v a m -s e , p rin c ip a lm e n te , à p ro d u çã de ro s á rio s f .^ i- '

to s de c o q u ilh o s de p ia ç a v a t ‫־‬. r n s a d ‫ נ‬s , que tin h a m um ü o m m e r c a ’‫' ״‬


193

em Salva^.-.>r, em cujo co lég io dos je su íta s recebiam o tratamento fl_


- ‫■■■ • ׳‬-- . . I ‫ ־‬: “ri c n a -liin 3‫׳י‬sta ‫׳־‬nlineira, cc‫־‬n a qual con
fecal•, navcuti chapSus, reues, e s te ir a s e c e sta s, ven‫׳‬li.-v3<‫ ״‬na r e jiã '
•^ -z<_.•rtVin >ara Salvador a :.,arc-^la cjue não oncontrava colocaçS: ‫״‬
n ‫¿';״‬:;‫׳‬u'sn., narcaJj l ‫׳‬. )cal. Também j casco vletartaruga era am;?lamen
tò u tiliz a .l.; nr. cj>nf.JcçS‫־‬. .'e ‫״‬b je t:‫׳‬s para a«3ren com ercializa 3‫ר״‬
1 ;3 j e s u ít a s .
Outras a tiv iC a ces ec:.n“micas eram Õ.5sanvjlvi‫״‬a9, tan t • ^jarr. guiírir
as n e c e s s ic a lo s alincsntrxus ‫ ; '׳‬jrupo como para garantir a alliu^^nta
ção 1)3 n i s s i nãri. ■s o, v^vontualmente, a com ercialização 0.3 e x c e -‫י‬
‫״‬e n te s . A pesca era a p rin cip a l d e la s. P'jucas referên cias ,inc..‫׳‬ntra
Eios â caça ou raesmo ã c l^ita c ‫י־‬m . ativicTar:es sistem á tica s de r e le ­
vân cia na economia desse alCaainento. balizavam ain ,a ‫ ־‬o r t e g o
tran sp orte v‫י‬.e raaCeiras jue se f.estinavam às construções qu0 c ‫נ‬Inüça
van .33 ‫י־‬r e r i j i a3 na Cv i temia :.le Ilhéus e na da Bahia.
‫ י־‬t i p . utí ecoHv Talae x tr a tiv is ta desenvolvida p elo s je su íta s ‫ ״‬ovo '
ts‫־‬r tic lj s é r ia s irai-licações no !‫־‬,adrão de vic":‫׳־‬. s yrup.;s a l i con-
c o n tr a i s . A destinação temp,-, para ativiv.acos nã.‫ >־‬rovc^rtiam
diretam -nte na yr jduçã‫־‬: de alim ent 3 ‫י‬, e ■ oxiguo pajanunt; d estin a
I. a s ‫ ־‬r'¿ lu tcres, a .esar de seus a rtigos terem bom preço em Salva
r , p.vie ser un element . explicativ■; das constantes referên cias ‫י‬
à3 c nJllções^ .-■recãrias vivitlas *‫ ־‬3 ‫נ ו‬61‫ ר׳‬índiog nn lo c a l.
¿*ara ajravar .;s !■ro!.lemas .l..s ín d io s aldeados em i¡-ssa Sonh ;ra €..‫ר‬
‫^־‬:Tca.la de O llvença, há n 't íc ia s constantes de ataques de ín d io s nã■
al<Toad^s n Q livença, - juc prov‫>׳‬cava sério s .distúrbios â vida da ‫י‬
corauni ’^’e . Os ‫״‬uü ja sa one :ntravan 3 :b con trole dos je s u íta s re -
r.,'ian c n p '.ian a ossws ata.paas, r., n in ’.a quo arna‫־׳‬I>s c‫־׳‬.k o-quipa
mont raais o f ic ia n t e ‫ ־‬r ‫־‬vi n ‫״‬. ‫’־‬a 3 cie-.’ac'c naci n a l, 3-friam pesa­
das perdas, não sã •ju termos humanes c tam^.én a desarticulação ‫י‬
Jo sistem a produtivo,
O alvleaaiento de Olivença f o i elevado â con. iça o de v ila em decorr®
c ia ■la d ecisão expressa em Carta Regia de 1755, !tirante a a«iminis-.
tração do Marquês de Pombal. Foi afastada a direção exercida pelos
j e s u í t a s , e as a t iv i'a le s posteriorm ente efetuadas foram entregues
à câmara 'lu n icip a l, criaJla em decorrência das ueflicliis le j a is pjmíja
lin a íj. :.To en ta n to , ^tívi^.o às condições t’.e narginalização econômica
v i v i ' 3‫ ד‬p ela reg iã o , Olivença continuou sen:’o , na p rá tica , até ■j
194

Stículo XIX, vua aldeamento indígena, apesar dos constantes p rotes­


t o s >10‫״‬s adm inistradores, tanto lo c a is coraj cio Governo P rovin cial.
Wied-Neuwied, que v is ito u Olivença cm 1817 a ssiii a descreves
"V ila Nova de Olivença ê uma cidade dtí índ ios fundada pelos je su l
t a s a lima centena de anos. Uessa época, b u scarxi-se índios dos r i
os dos IlhõuT ou são Jorg.'‫ ־‬para tra zS -lo s para ^qui. v ila possu
i a agora cerca de 180 fogos e todo o seu te r r it o r io con ti com cer
ca de m il h a b ita n tes. Com exceção da pndro, do escrivão u d& dois
n e g o c ia n te s, Olivença não conta quaso con portujuesvjs. i’i.-dos 03 ‫י‬
donain; hn.Dit'int'-iS são ín d io s, que consürvTia ot seus t r ‫ד‬ços carric-
t a r l3 t ic ü s ora to:.r, ‫ ד‬su- purez‫'־‬." {ÍIIED‫ ־‬ÍÍEUWIED,1953:335).
”obrti o ostr.do de o.culturação dos habitantes, o mesmo autor a f ir ­
ma:
" In folizm en te, p'rÕiji, perJaram as suas c a r a c te r ís tic a s origin:T.is.
L a stin .ii não v?r avançar nn ninh‫ *־‬diração um gu orroir‫־‬. 'rupinaribã,
o cap.1‫־‬c :ta dvi ponas à cabaça, o ascudo de penas (enduap) nas cos­
t a s , :3 bEac^lv^tos 13‫ ־‬penar; enr..‫־‬lados nos braços, o arco e a f i e -
cha na raã >. .. invés ¿lina .‫ ׳‬, ■■o c’escendontas uosses antropófagos
rio sau-laran e s; uní "adeus" â moda portuguesa. S e n tí, com t r is t e z a
quão eü^naras 3‫כ‬.'‫ נ‬as coisas a esta rnan‫״‬.;, que fazen.V■ c53‫׳‬as gantes
perder os seus costumes barbaros e fe r ,3 0 s, ‫״‬asp'‫־‬j .'u-ar‫ ־‬tcmbõin .:j
5aa ‫״־‬r ig in a li .a la, fazendo d ela s lamentáveis surt‫־‬s ar.1foígu-s". (Wim
NEUWIED, 1958«334/5) .
Sobre o mesmo assunto acrescentam Spix e íla r tiu s, em 1319!
"Da sua lín gu a p r in itiv a não encontramos mais v e s tig io , algum en­
t r e o le s ; falam todos um portugués deturpado. Pareceram-me e s s e s ‘
ín d i5 s , de todos os que t iv e a oportunidade de observar no B rasil,
•s m1‫־‬i s n s s in ila .’. ■s aj‫׳‬s europeus". (Ct'Tlí o l¿\iiJIUr,197r>;159).
O artesanato praticado pelas ín d io s parecia ser bastante lu c r a ti­
va para os encarregados da administração do aldeamento. A sugestã)
u.i quo t a is rendinontos ersun abundantes, apesar de não reverterem
■’.ir ‫־‬.^tam«nte era b en efício dos ín d io s , pode ser encontrada nos auto
re s acina cita d o s;
"Segundo kicí in f rmarara:, e le s têm despachado para a Bahia, em a l - ‫יי‬
juns .?!n-ys, ‫ ר‬valor de rail cruzados dessas contas, embora no l ‫;־‬cal
un r o sa r i custa apenas doz r é is" (FPIX e .IARTIU3,1976s 159).
”Jryi trab alh ad .r p.de fazer nun dia urna r’üzia de r ,‫׳‬sári..s qua cus-
195

tam apen?.s 1 1‫י‬0 .‫ ד‬XO r ê ls (7 cêntimos) ‫ דיד׳ס‬xim". (7‫ז‬I‫חת‬-J!‫ו‬U’^‫ז‬TT.‫י ^מ‬


1953:336>. .
V"i-0-lí3uwie■: calculava ‫ רק ב‬pulc^:‫ל‬.‫ד‬. to ta l d; lu garejo, sagundj e le
pr‫־‬v:¿ ninanteiaente i.n‫'׳‬irj3na, eci 1000. Jã Spix a ‫״‬la rtiu s afirraavaia'
so r ^¿0110.3‫¿ ׳‬a 000 ín d ios Tupiniquim laestiçaclos con Botocudo.
Cniaara dc¿ Ilh éu s 0r:n, em 1851, o orgão enccurrejaclo de ac!minitrcr
as te r ra s e iaspecionar o uso do trabalh inclí na v ila õà Oli
vença. I\ sua o^jlnia•:• sobre a estado em que viviera 3 s grupos a l i ‫י‬
aldeados deaaonstrn clarciraente a intenção de transformar ‫ ג גי‬10’.‫^״‬-‫י‬
nunto num cen tm lo produção a g ríco la ou num centro de fornecimen
tvi de trabalha:’‫׳״‬rí‫־‬s n st‫־‬r^=n uSv^dog paios c^lon •s quo começavr^i a
se in stalcir na região. Os colon‫״‬s decUcavim-se inicialm onte K 3 -.‫ ׳‬r
rubada de raadelre«, como verificarías n .utr - d ’cunm t .^5
"Em ra3‫׳‬p .sta a. .fíc i.. \e V. Exa. datado de 27 do janairo tcno 3 ‫י‬
‫י‬._‫ ג‬r J3TÍ .'n .3r a 7 . k2xn. que os ín d io s pertencentes a os ta Coraarca
são .'.‫ ד‬v i l a de Olivonça e os da Freguesia de Sã ) Fodro do ‫\״‬lc m
ta r a , G:‫•־‬bre os prin&iros in f ‫!־‬rmeu!1~s que sun populaça ' c cio mais ‫י‬
'u n i l almas. Sc.bre a agricu ltu ra apenas aljuns t_:jn um^*s r;>cinhes
de mandir.ca para comer; in d ú stria sõ têm de se tornaren j'^rnalei-
r 3‫ ג‬:^el ;‫ ׳‬preç j da 3 0 ‫ ר‬n 400^000 por dia cnn coner o ; co
u lr c i nenhura le le s ter.1. Finrlnonte '‫ י‬melhor ‫^גז‬1 ‫ י־‬que o gnvorn■‫' נ‬
'.iria empregar uu banefíci.'■ daqueles Indi s é sujeitã-p^hs a um
Dir^it.r e s s e com‫• ״‬jbrijaçã‫; ״‬le fa z ê -lo s plantar eiii teítipo prõprii
í n . temp‫ ׳‬que lh es 3‫<׳‬bre, alagâ-los a alguns p rop rietá rio s e e s - ‫י‬
30s .'.ir ij ir e n -s e ao Dirõtrr para receber ;‫ ׳‬rcíspectivo pagamento...
(CÂMARA DE ILtíÊUC, 22/C3/1851,ras) .
■ w‫ד‬ntant v, a p o siçã 3 >v3rn‫ '־‬pr v in c ia l so punha clarcmonte'
à da câmara 'e IlhSus. *■‫׳־׳‬r c^-nsiTorar que '.s InJi^s jã eram "lo-*
m esticados", o D iretor Geral dos ín d ijs afirmava n: relatõrivj e la
boraclo em 1351 que Olivença não precisava de D ireto r, o que p res­
supunha que o seu te r r itó r io d everia s a ir da l i s t a dos aldeamentos
;u3 narsciaqi ap ;i'‫ ׳־‬m aterial do govern ‫כ‬. O q«ai3 se procurava era a
sua extin ção na p r a tic a , o que im p licaria na transformação das ‫י‬
te r r a s em lo t e s in d ivid u ais peuca serem d istrib u id o s entre remanes
c e n to s in ‫'=׳‬.ígenas e c.lnnDS in te r e ssa d o s(MADüREIRk,1051,ms).
‫ו‬r y .-sta 1 Diret■ r j^ral não che‫־‬j ‫״‬u a se c.;ncrotizar de imoCi-
. r jã que ein 1353 el^; mesmo opina o.òro prcbleiaas jsr a ‫״‬os coai a
196

a exploração do tra b a lh ‫ ־‬inCígen■! por grupos nncionais c estiar.-‫’־‬


g e ir o s . A g\1estão in ic io u -s e com âenúnicias sobre o estado de e s ‫־‬
cravitT^o e r a que vivlara 0 3 Indios:
"Me apress« ) a informar a V. Exa. sobre o objeto C.q representação ‫י‬
que Cí‫ר־‬ntra mim d ir ig ir a a V. Exa. ‫ ר‬portugués Luis Antoni a c!e Sou
2a Lisbc.a, qu.‫־‬i c...‫־‬rrospcnc’.G com o :jáu s ' c i ‫ >־‬o rñu •'a p j l í c i a , o cii
namar.jUGS Martinho Sellman e as aut^riCailes Ilh éu s, tca¿1 s a t i s -
f a i t i o sai apanagi ‫־‬-, exercenCo sobro essas aut oridades t: la a '
¿)rop‫ ־‬te n c ia . E masn.: pr‫׳‬.:curava o le em mim.. . quand:; aciviniianc'.‫;־‬
'as minhas in te n ç “>os para cnm o seu só ci . Sellman, lirigiu-m e a
ca r ta que consta üo instrumento junto 3 0 4 que d ei ‫ ב‬davi:'. • mare
cim ento. l u i t .s fa to s praticados a l i pelas autoridades em provei­
to unicamente de'ste estrangeiro e c-m prejuizo ;■'.3<:‫ ־‬crfa o s, com
menosprezo p ela s l e i s crim inais e em detrimento da fazenda naci'..-
n a l bem porfia eu para aqui tr a so r , inform indo a V. Exa. P roscin-
do poréa de os apresenteu:, lin itn n .‫־‬. !-me s‫'׳‬u3nto a. o b jetj d ■moa'
e.’.it a l em que p roib ia aos ín d io s as derrabadas das matas.
Que as ’erruLadas das matas é um crime p o lic ia l, vê‫ ־‬so pela Lei
15 U- utubro de 1827, 5 12 do artigo 59 e tambén pela Lei u l -
t i aniiente confeccionada pela Câmara dos Reprc 3v^nt1‫׳‬ut js ^.‫ד‬ ,
o ‫ ״‬uo ‫ ע‬j jverno P rovincial não cessa de rec‫״‬menclar às autori■ .a".os
l ‫'׳‬c a is t::-da a inspeção e r e s p e ito , ê um fato e sancionado ^‫נ‬0 10 ‫י‬
‫יל־‬. :u ragulamento de 17 de setembro de 1846. Que noa Ilhéus nenhum
r‫ *‘־‬s s u i,’or de terrenos js tem demarcados o m.liid js e bem assim
ni^nhum dos possuidores d estes têm autorização do Governo para
t ir a r madeira, ê vmia verdade constante que a te s to . Que finalm ente
íartinho Sellnan principal responsável pelás derrubadas das matas
5 réu d e stij crime p o io s abusos cometidos em terrenos de diversos
p o ssu i ■!oros e qu0 j ã f i !)r'-cessad ‫ ג‬o sentenciado pelo Juiz da Bar
r*'. ' r i , >.e C'-ntr.s c‫ ־‬, sifi v ir tu lo do q u a l, f o i preso em Ilhéus e
fu g iu da p r isã o , nã sondo ainda p rocessa‫ כ״י‬por e s te novo crim e,dã
n o t íc ia o instrvuaento junto página 3, além de ig u a l processo in s ­
taurado por queixa do Brigadeiro Sã como consta dos resp ectiv o s ‫י‬
au to s e x is te n te s no cartório do ta b eliã o Mendes de Castro. Qual '
s e r ia p o is o J iz zelo so , no cximprimento de seus deveres que não ‫י‬
rep rim iria semelhante abuso de derrubadas de matas, quando movido
p e la franca e sin cera posição da autoíidade p o lic ia l da v i la de ‫י‬
O livença d everia dar p rovid in cias reclamadas eia seu o f íc io que se
197

VC Co instrument•;‫ ׳‬junto ‫ ד‬página 1 e 2, â ssin ‫ ^־‬jois, Exm9 Sr*^ t e -


nhc consciencir. de que mandando a fix a r o e d it a l proibindo aos in ­
d io s as der:pv1badas das matas p ra tiq u ei um ato le g a l jã que sou, ‫י‬
partiçularraente, como ju iz 2e órfãos de cujas providências üepen-
dem os í n l i o s , corao 3 expresso na carta da Lei de 27 >.1q '^utubro '
de 1831 e o Decreto de 3 de jtanho de 1833 e mais le g is la ç ã o em v i
gor. Posso afirmar a V. Exa. que os mais entendidos ín d io s de 011
vença muito que estimaram e s ta minha providência e a própria Cama
ra Mtinicipal d e le s igu al e ‫ן‬i t a l log^' mandcu a fix a r , donde r e s u lt u
que indo e» d ia s antes retirr^r-^ne para e sta c id a le , naauola v i l a ,
não mencjs de dez casas observei o que se estava fazendc. cíia p reju l
zo dos ín d io s, Como, portanto, o bem p a r tic u la r de ura ou â o is ho‫׳־‬
mens não pode prevalecer ao bem g era l de um povo, que p elo seu es
tado multo e muito p rccisa dos b e n e fíc io s promovidos p elo governo,
a s s in _ ens•'' ; e lo que Õ ^ev'iuzido que ju s tific a d o tenho o weu proce
d er. V. Exa. em sua sabedoria reso lv erá o que fo r de j u s t iç a e de
bera para aqueles m iseráveis ín d io s" . (SANTOS,6 /7 /1 8 5 3 ,m s),
O c‫>־;׳‬neça a fic a r nais claro no documento seg u in te 5 uma dispu
ta en tre se to r e s governamentais e p a rticu la res sobre o d ir e it o de
usar o trabalhr‫ ־‬indígena em b e n e fíc io de um ou outro segm ento,Con
firm a-se assim a h ip jtase .'o quo era ãrec5 de população n acion al ra
r e f e it a e com pijquenas opções econômicas, o trab alh o in d ígen a, ‫י‬
sendo direcionado para os in te r e s s e s da sociedade n a cio n a l, repre
sentava p o ssib ilid a d e s concretas de recursos a:;ropriados p0 r •juora
o ex p lo r a sse. Vejamos a posição dos representantes dos se to r e s e ­
conômicos p a rticu la res ao in s is tir e m na ju ste z a do uso da mãc‫נ‬-d e -
obra indígena:
"Cumprindo o despacho de V, Exa. de 19 do corren te mês, que com '
os documentos que acompanhavam a informação que deu, ao Exm9, Sr,
P resid en te d esta província, o Dr, Francisco Marques dos Santos '
r e sp e c tiv o a 1» e d ita l que manc'.'ou para a v i l a 1‫׳‬q Olivença, cuj ‫' ׳־‬
e d i t a l f o i por mim interinam ente suspensvD, tenho a informar a V,
Sa. que tenho bastante conhecimento dos ín d io s daquela v i l a de O-
liv e n ç a , Hã mais de sessen ta anos tenho me servid o de seus s e r v i‫׳־‬
ç.s e digo que são próprios para tudo que se q u ise r fa z e r , mas 53‫כ‬
frou xos. Seu estado atê a nossa admlrãvel Independênciâ era um ca
t iv t ílr o , g.)vernado■ por um d ir e t o r , os corregedores d esta comarca
não consentiam o trabalho alugado d esses ín d io s , sÕ algum com ajus
198

t e Cla.3u e l e c^ iretor e seu p ro d u to e ra r e c o lh id o a um c o f r e . Com e £


t a c a u t e l a não nassavara de urna cam isa e urna 'cfelça de algodão, as
n u l h e r e s , ‫ר‬. m a ijr p a r t e , com umn tangn ‫ ״‬, nosn. pane‫ ־‬do a l j j d a : ‫ ׳‬e
u ca 3 VGstiain s a i a s . Os homens a maior p a r te s e ocupava em to r n e
a r c o q u ilh ü s pc‫»־‬ra r o s a r io s e plantavam m andioca quanto Gomossem.
"Aj eiroceu a nossa C onstituição e , c ‫ תי‬e la , as It^is da liborclado '
qu^‫ ־‬cho;j‫;־‬u, Ãqueles Indios hoje p1,en malhor ju izo resp ectivo a se
u 3 in ta r e s s ú s , esc.>lhen o que melhor lhes c.)nvõra, QuanJo não achati*
alu gu õis de 800$000 e mais por d ia, vño trabalhar n.) terap~ prõpr±5
d 3 ].;lantações, fazem seus r çaC.:‫׳‬s e as mulheres e f i l h >s mais pe-
:ju<_n a '3 lantair. . . . . vendem farinha e assim jã nãj se vôm aque
la s mulheres ;0‫ י‬tanga e sim de sa ia s de c h ita s , camisas fin a s e
rauitas 16 v G s tid 3 g ch a les. Os homens, de casaca a maior parte e
algum din h eiro corre nessa v i l a . Assim conhecera, V. E xa., a c if e
ronça _‫׳‬uo lh e s deu a liberdade. Sobre as ca sa s, de que tr a ta a ‫י‬
su delegado, :;enso ser G‫״‬á sa encomendada porquant aqua-
l e s Indi .s não levam tanto tempo no mesmo trabalho. O de t ir a r m£
d e ir a , c raais ;!ue dura £ de 15 a 20 dias e , T>nr força, nem fora ‫י‬
i.^.3 natag e stã o o tenp:: quo lhe.T p.?.r3ca ;,'ara 2 ejK:‫׳‬i s voltarem a-
q u elo serviçv,,. Uesse temjj ; ‫ י‬.don fasor ca‫־‬ja:3, p o is a fe itu r a d e -‫י‬
‫י‬

la s õ 3 u‫־‬i?. c nstruç^-es ^1‫ ינ‬um mos ar> ■. .lon fa zer e por is s o julgo
que aquele Dr. Juiz '‫־‬lunicipal :>brju sem conhecimento de causa.
-2’'^'‫ ״‬iE e sp e ita ao e s t r a n g e ir o ?lartinh'' P ellm a n , ccjaheço-o de ‫י‬
v i s t a , mas e s t o u ac f a t o d^ sou ne‫־‬j \ c i . C.)morou de so c ie d a d e com
o n a j c ia n t o da p raça da c id a d e da J a h ia , L u is A n ton io de Souza ‫י‬
L i s ‘. . ‫ ־‬, ua ^uinhH do t é r r a s .‫ ד‬margar, do r i o C a c h o e ir a , denom ina-
.1‫־‬, G ant'A na e n elas p r in c ip io u r, t i r a r algxraas m ad eiras do j a c a - '
r a n d a , mas não 3»ii ‫־‬:u a l > m o tiv o porque su sp en d eu de p er s i . Con-
v i 1?.ou a v a r i o s homens n a c io n a is que fossem t i r a r a q u ela s m ad eiras
e qu3 e le s u p r i r i a , c n.juanto que e la s haviam da s e r vun i f as a ‫י‬
e l e , S o lim á n . Com e f e i t o , a lg u n s d a q u e les homens e naon s Indi-
vS 3 e o:apregam n a q u ele raimo de negóci!^ e quando chegam com e l a s ‫י‬
O ijaix . /.a s c a c h o e ir a s lh a s vendem a 400$000 cada uma arrob a daqiE
l a m a d eira e l h e s paga em d in h e ir o e algvimas fa z e n d a s .
" F in a lm e n te , r e s p e c t iv o â s m atas em que tira m a q u e la s m a d e ir a s, ‫י‬
nã : s3 ‫ ׳‬a c r e d i t a r que sejam sõ t ir a d a s n as t e r r a s d a q u ele e s t r ^
curtir e ‫׳‬liip eT‫ ׳‬t e r r a s n a c io n a is " . (PEREIRJi, 11/08/1853 ,m s ).
199

A. p osiçS ' n'. ;ta:‫י‬n. : ■ela D iret rin Geral ‫״‬os InO.ios questiona b a sl-
•.‫ר‬c‫גר‬.‫ך‬ont^3 a ju3to.2n ..r. int.irü -rên ci‫־״‬. jair: orfã>‫״‬s , n^: riifcron-
t i ‫ ג־‬n Zrninistr^.r s ín 'i:3 la Olivença. iJ‫ ־‬seu r a c i‫׳‬:‫־‬c í n i i D a s i c o
n traL‫^ד‬:l•‫’■ י‬.‫ ־‬r.‫־‬n in: Igonas 1‫ ־׳‬c a is ":ev-3ri3n1 to r ‫ ;־‬J ir e ito de clcci-
‫יי‬i r ‫ ב‬£.‫?מ'־‬1‫ר‬. '.e e:.r rfe^;í■'‫ר‬r-.‫‘ד‬3 ‫ ס‬-r.i: tra..p.ll‫־‬i0.rlores com aqueles que ‫י‬
liio s f c : r . 3 c r a a i ru3 o‫ד‬l ' . r i ‫ ׳‬s . 0 ‫־‬:aa e stá conti(’ nesso ¡jonso-
laento 3 r. i r é i ‫'־‬. •\‫ נ‬-v;uvi n50 nnin raz~es para Car continuiúa-
‫ ן‬: a . .i3¡,:cn 1‫ ״‬a5 - 3 ;.‫ ד‬on área ac modada, na qual a .população ‫י‬
j? -istava 2.‫יי זטלנ‬-“ '’‘•'-‫־''" •י‬ra rso t ‫ר‬rnar era f ‫^־‬rnacG17.‫־־־‬ra Ce trabalho ut¿
li z ã v e l p e lo s c .l.m is a : ros Cm Olivonça. \ s s i a :;.ocleinos concluir '
Jvj s^ ju in te ‫ ב‬jciira jnt.::
"Cum rin•’.. ':espachj c•‫ ״‬V. lixa. ’e 9 Co corrente so.jro a reprisal
ta çã cu>: fiz e r a Luis ‫־‬Jit'ni'. Cci ? u3a Lisb'-a cjntra ^ e d ita l c-‫׳‬.‫׳‬
ju iz nunici:j:'l •.l ‫ כ‬te m s ..o IlhSus o Olivença Cj 30 C.e a b r il ‫־‬Tes
t e an no qual ‘: it ju is marca aos ín d ios de Olivença tr in ta ‫י‬
dias para se reoolheraa c3a derrubada das matas sc±> pena de desobediência, devo
informar a V. ijcn. que pelo Jtócreto Ja 3 de juiiio ■20 1333, pertana‫ !־‬n0 £? jiaisjs
5rí!5c» a ndainiçtrajão ;tos b^jis j ressoas ¿03 índios, 35 entro ccn dúvic‫י‬a,3‫^י‬
por v.::ntura, o Jtxxreto ■Je 21 .1‫ ג‬jvdfco de 1045 iiicun&iiulo aos .±Lretore3 ¿ns 1‫י־‬-
deias igual adainistração, pode ter força de resegar aquele üo Poder Legislate
vo.
"Aumenta a niintia dúvida o estrlío dj civili-zação «.!‫ נ‬alguno ítkILos, ocrao os cL!
liv^inça, os qaxi3 ‫ב‬13‫תג>מ‬33‫ ג‬a autoridade de diretor parcial e põe os mesmos '
índios fora da alçada dos aiçaegados que se cELarcir. pelo dits» Daereto de 24 de
julho de 1945, segundo tan o Governo Innnerial .leclarado em diversos atos.
”r areoe‫־־‬rK)3, pois, que estando em vigor o Decreto de 3 de jxalho de 1833, prin-
c‫־׳‬ípalrK2nta a asrca c^os inSigenas civiliza‫׳‬ir>5, cn5‫׳‬nreenJla: o -isgulrsiroito cie
13-i'j 3‫ג׳‬í‫ז‬ksnt¿ 03 i selvagons, oxivãa esclarecimentos ao Jover
:>:‫ י‬liperial para leci Ur atS que ponto tem vigor o dito regulcjmento, se ele in
cide apenas so^ra os inCígenas selvagens e 03 cafcsdííienos e se estã om vigor o
Oecreto de 3 õe jxmho de 1833 para todos os índios ou scmsnte para os civiliza
ilDS, ocmr• 3‫ י‬C.C ^livsnça e outras vilas, que foran 23 principio povoadas por ‫ י‬.
iriJlIgenas. SÕ c5cm vima decisão precisa a esse respeito pode-se reso lv er 3e
ao ju iz de õrfãos de Ilhéus e O livena‫ ד‬con1x‫־־‬t i a nan 1ir ^ue os In­
d io s deixassem um tr^.‫דפ‬la■‫ י‬quo e le jul'java pouco ú$:il a■) progresso
^laça^ l'-'‫ י‬h ‫■־‬ía<jns ¡■in gorai su sc e p tív e is ■!e serom clesviados de seus ‫י‬
v^r :a . j i r )3 in te r e sse s" . (:D -D ü!01p23/0, \ ‫״‬:)/I353,m s).
2‫עכ‬

-<‫י‬í^conhecenos o processo desencadeado a p a rtir fo então, porêra o


r e la t ó r io do 1355 sobre as a ld e ia s da Bahia aponta >1 V ila iíova do
31ivo.nça comrj s31í. j "hxoit^..‫י‬.n por 200 ínJ.ios c iv iliz a d o s que se o
Guvrj‫׳‬. .j pesca e oort^ C.a nn-'oira, An turrns são adrainistra.1as po
l a Câiaara iu n icip al" . (MADÜREIRA, 1855,ras)» Sapomjs, consequentemen
t e , qu^2 .',s í n ‫’־‬. ios C.o aldeamento forrun a t in j i'o s pela frento mac.e-
r^ ira quj ’.eslocou sobro a região, levando-os a so engajarem ‫י‬
3n a tiv id a d es e x t r a t iv is t a s . Teriam, portante, a b a n . as tra -
CicionaiG n t iv i ‫די‬ artesan ais 1 quo sempre so haviam 0e‫^׳‬ica".o e
na.la inO.ica qua tenhaxa optado p ela agricultura cono forma ‫׳׳‬o ac 0£
3 j 3. mercado, embora 3aja Ce supor que a praticavam para consumo.
•> Cira ¡ntos a p a r tir de entã ‫ י‬deixam de se r e f e r ir aos Indios 1? ‫י‬
V i l ‫ '־‬Í.Í .5 ‫ י ״זז‬Dlivença d<?vid‫־‬j ao fato desse aldeamento jã se encon
tr a r ‫ ¿־‬x tin t‫ •־‬na p ra tica , A única referên cia mais tard ia r e fe r e -se
?.*‫ י‬f a t ‫ '־‬.'.e >s ín i .‫ פ‬.e Olivança tarem s i ‫י‬. ‫ ־‬captura 3 o enviados
X^ara c ;!abater na guyrra ■‫ ״‬--araguai en 1^65. líessa ;casião os ín ­
d io s jã estarem entregues “3 pr 03 .03~3‫׳‬ s fa3endoir‫ב‬s , in te r e ssa ­
dos en transf.;‫־‬m 1r j 1 'c a l en zc na :o v*^-raneio.
oojalnent-j, sn tretan to, o aldeament.> de :‫׳‬livenpa f o i «extinto em
1375 r‫’ ״‬r decisã;.> 'j‫;־‬verncjmental, -‫ך‬ue oxtinraiu os "oinais do Municí
p io de Ilh é u s.
Aves.^r d ‫ י‬c .‫׳‬n t a c t . tã j a n tig o , os Indi s .ri o liven ça de composiçãD
r.1 i 3 ta .‫'־‬osdo a fundaçã aldoa;aant:‫ ־‬- 'Jupiniquin,B5t;:cudo e Kama
kã - nantiv*.ra 1a a c sciô n cia ouo^siçãj e id e n tific a ç ã o õ tn ica ’
face a^s nov.>3 n)rar r‫׳‬is , quo a l i se instalarara on d.ic.)rr5ncia da
exoan<3ã o •cu^ação "*.e espaços antes ‫'־׳‬cupa!os pala comunica lo in -
Jijona.
‫' כ‬u tr '.ocunentvo que se r e fe r e a Olivença jã caractariza ‫ ־‬o stã -
j i . a'^iantad. em que se encontrava a descaracterização do antigo'
t e r r it o r io t r ib a l neste secu lo e comprova a centralização de poda:
na 3 xaãcs dos fazendeiros no in ic io > século:
"A comissão abaixo-assinada d ir ig e -s e a todos os e s p ír ito s progr<3
d is t a s , especialm ente acs habitantes -‫׳‬. este municipi > de Ilhéus e
■; 5‫ ׳‬circu n vizin h : s, para entro o le s c‫'׳‬leta r a quantia necessária ‫י‬
a vina /ora que t ;mará franc:■ acess ^ à r>audável g p it oresca v i­
la .'.o 3 l i vença.
Z or.ra que na‫ ־־‬prjiuza estranheza t a l p e 'id ) , r ‫)־‬ga-se a.¡ p u b lic ‫־‬
l e r atentamente a exposição seguinte dos motivospor que a refer¿
cia obra in te r e s s a a tc'-’ng on ‫ מ‬rqa••• nñ ‫!¿;נ ל־‬w c r’.c rr of_¿
r a n c ia , a sua execuçã‫ ;־‬aos poderes contituic?os.
"A an tiga v i l a de O livença ê prcclnma■‫?״‬. •Te t ^ l 3 3‫ ׳‬tenp s , c la
a maxiria j u s t iç a , uma localicIaJo salubérrima,
' •
a mais

salubre t a l­
VG2 "e t :‫ ר ן‬su l :‫ ר‬L’s t a ‫״‬o.
" D esfruta-se a l i de un ameníssin ‫ ־‬clima, estreme :.Ijs miasmas p?.lu
‫’׳‬o s o s , que não lograran alcançar promontoric elev a .’.o, o circunda
do de terrón r, c ‫'־‬rapact ■s, '■nJo ‫ו‬utra humiclade se nã.‫> ׳‬bserva além
C.K¿ afaiaaC. .3 r ib e ir j s ’.entrt: as águac 1 s quain existem raesrao algu
mas a que o v^.v: atribue m ilagrosas virtudes tera p éu tica s,
" F ertillssim -'s e ‫’־‬:'‫׳‬r a z ív e is sa.^ ainc’.a ‫>״‬s arredores, quaso t o t a l- '
mente :’.av''lut'‫־‬s , 'a tra d icio n a l povoação; uns, os do l i t o r a l , a-
yr_.pria’03 S cultura r.. coquoiro, outros, es ‫'־‬.o interio r , às chã-
caras, pomar^^s e roçaa ;le legunes e cereais e todos e le s a criaçã‫נ‬
lo qualquer esp écie de gado.
”G-zan^.‫ ר‬.'ti tãr■ in vejáveis r e q u is ito s , nen a ssin tem podido O li-'
Vinca or operar, e o maior óbice que tem encontrado ê a d ific u ld a
dtt c¿ comxHiicação cora o sta ci.'.ade.
"D‫ '׳‬P n ta l para aquela lo calid ad e «3tend3-sc a praia jcevánica,ma£
n if ic a a s t r a ’a carr :>çãv61 natural; ‫ ד‬raoi‫ ;׳‬caminhj, p‫ ־‬rSin, desagua
n^ mar r ib e ir ã Cururupe, formando uma barra d i f í c i l , dando vãu
na maré b aixa, e abs-lutamente in v iá v el na preamar.
"Ê para urna p»onte sobre e ssa barra que a comissão pede o "concur­
so *‫ י‬do povü.
"‫^־‬t;¿alizando e s te 1t131h rvonant , cossnrã tu.~. .:uant‫ )־‬ha Je manos ’
convenicsnte en olivsnça; c^/nstruir-so-ão b..>as resid ên cias para c
verão, e circu larão automóveis do Pontal para o lo c a l, que deixa-
rã de ser considerado aldeamento de índios mansos para receber o
t í t u l: 13 estação balnearia, a mais apropriada de todo o estado.
{ j r ifo n , s s ‫־‬j) .
"Entã'‫י‬, nã • mais senão em casos e sp ecia líssim o s os que forem pre­
so s n esta z^na ce doenças reb eld es, terão de emigrar para Itapari
ca . Cipo, Caxambú cu Poços de Caldas! disporH:« 4e um sanatorio i ­
d eal a l i p erto , a tr ê s lég u a s, sem se privarem completamente da
güstão de seus neg‫־‬c io s e C-% presença de ?:mijos e parentes.
202
‫״‬o
bura ;,;r.jcisr.r ‫״‬ostsnvolver as razões do a‫־‬prr>voitar;1ünto £jn.ra o sex­
t o d i s t r i t o e r>^.ra o raunicipio la Una ror astaren no conhecimento
-las r^3‫^״‬üctiva‫'׳‬. jul^a ‫ר‬.‫ ךע״‬x.Ac c :‫י_ג‬: ‫ג‬.‫נ‬.. .‫־‬
n nt:cü3si;’a>-'*e to melh'rnr.iento proposto.
^ .:r .rao hâ C.e o p_.•v‫ ב‬pagador 0‫ י‬impostos ia z ^ r a <3ua cu sta, " o n
v ‫״‬z" cTo G x ijir '.a UniH3, do EstaJc‫ ־‬ou Jlo lunicipio?
"Porque o trnbr.lh:■ urgo, e os potleres públicas ‫ 'ד‬c, farão com "cl,¿
mora"? a UniH‫״‬ o Estalo ‫״‬e¡;:ois Ce n i l c51apenh.js ‫!־‬para a •:.ocretaçSi
da cbra e c!n sojuiv’.a ‫ מעז‬sem nüímero de formalidade para a "abertu­
ra dvi c r é ‫י‬i t . ' , e stu lo , concorrências, aprovação de c~‫־‬ntratos e tc .;
o Municipi 1, \-‫־‬rque en a:abaraç‫'׳‬s financeir' 5, ássediad.; pelas ra-
clamações dos habitantc!s .:e d i s t r i t :s mais consideravelm ent- e n-
tr ib u in t e s , não poderá cispander w ’e p r o fs r ln c i‫’־‬. quantias r e la tiv a
mente avulta lan ‫׳‬sXi Cururuoi¿, apesar da b‫ר‬a ventado que se .leve su
r a'■ Sr. Int^n.lont.‫־‬:;, e como imediato in teressad o na zona em que
S ;1 rad r ü ‫ ״‬roprietario? porque, enfim, nos os hsibitantes dí¿sta‫^י‬
r eg ia ‫ כ‬j^ner:^sa, jã estamos acostumados a antociparno-njs aos go­
vern :3 f azen5 ‫ ־״‬n 's s ‫ ד‬custa e str a 'a s o p nt^s n 3 ‫ ׳\־‬s í t i spor que
n3 ‫ ־‬Ín ter es san. ■3, a nã.^ devísaos fic a r indefinidrxiente S espera >.0
urna .:ora do pr v e ito comum, cjuando para fa z ê -la so temos de dispgi
.'.er 10 a 15 cont ;3 do r é is .
‫ר‬3 .‫;־‬b.aix.‫ נ‬a s s in a ljs munidos ‫ מי‬l i s t a s que serão semanaLu‫׳‬:inte ^:ubM
ca".as, v5: rec rrur a::s seus amigos e conterráneos, compr‫^נ־‬íet‫׳‬om-‫י‬
s-j a dar prontos os estudos da ponte e fazer as necessárias enco-
nanda‫ ?׳‬e con trat s 1 ■g‫ ־‬que as svibscriçces hajan a t in g i’ ’ a4!000$
000". CA‫־‬IP0s,1347s 1 : 3 - 5 ) .
;:la 1 ‫ג־‬3 ?‫ ז‬Olivanç.-i f i . palc_ du n.viiaent r e iv in d ic a t'r i dosenca
uí=a 1 ‫ ־‬p e l:‫׳‬s renanescentes indxgenar‫ ־ ל‬l i s i t ú a '.;3. £ ■b j comando '
lo Caboclo M arcelino, os in d io s tentarrju prom -ver urna rev o lta qu3
r e s u lta s s e na expulsão dos moradores não-índios da v ila de Oliven
ç a . A proximidade de Ilhéus determinou com que a repressão se de-
cencadeaase cc‫׳‬m rapidez e e f ic ie n c ia , deso-rgemizando ‫ כ‬movinontc.
O caboclo Marcelino procurou refugio na Roseirva Indígena Caramuru-
? ‫“״‬.raguaçu, situada entre os r io s Pardo (ao su l) e Colonia (ao ñor
t e ) , o que serviu como uma das j u s t if ic a t iv a s para a ação v io le n ­
ta . \ ‫=־‬i0 nca<íeada p .ste r io m e n te s: bra a^Tiiála rostírva. (PARAISO, 1976,
m3).
:...3

¿‫•■נ‬,I v i s i t a s ;uo f i z ^ . 3 ?. ■:.j. ‫■׳‬..iij:'. .1 ‫ ־‬: n.n ‫ ד‬: l'r/'/ ^ 1 7 ‫פ‬:-, •civ ,.‫ ו‬:
o!:: ;rtuniJade J‫׳‬.í *bservar :jutí a p ‫׳‬pulaçS.- reiaanescente viva em ¿‫•־־©ג‬
quenas casas de tai ! ‫'״‬. .‫ד‬£‫•־‬.‫•־‬t:‫■ י‬.‫ר‬.‫ ג‬.‫ ־‬aücle ‫ ׳‬urban , n .ja trinsf^rip.^
da em area ¿t; varaneio dos n ;r a J ‫ר‬res de Ilhéus e adjacâncias, nrin
ci; alraenta I t ‫ד‬.‫ר‬un^.. As a t i v i . .‫ '׳ד‬3‫■ ד‬.JC'.m*■'nicas a que se cleJicar. ‫בב‬.‫כ‬
r>. a g ricu ltu r a susbsistánci:: ‫ צ‬artesannt *, Cestncan-1 >-30i a cc.n-
fkiCçS . J.3‫ ׳‬c .!?.ros v.ü conchas ‫■־‬ju.í as crianças v3n‫״‬üm a.;3 varanistas
u v is ita n t'js ¿u¿‫ ־‬f r i jaontan - lialneariu de 'i‘.jr.‫׳‬r ^raba. :¿‫״‬jscam ^
•án_>r3 ç;.xa“Svi c. n ‫רכ־ר‬.‫ד‬lari>‫ר‬i3‫ י ן‬nas r o si "ôncias, pequenas fasenJas o
s í t i s , e íin. .:rv.rv^sas in b ilia r ia s que realizaia loteamentos n lo
c a l,
‫־‬
%
Apesar do está^ji aliante.J. ‫ ״‬.; intv.ijraçã^ aia ju¿ sa o‫־‬ncontra 31, 1aan
têm ainJla \1ia-. at i v i :alo anual fas cju :juv-, sejai.; i•. 0n tific a ,.‫ ״‬s
como ca b o clo s. No ‫;׳‬o.junJ doiiingo de nos 4e janeiru rea liza ^ ‫י‬
quv-i ‫רג־‬r íc^ Sor r^s-^ulci ■ ‫״׳‬v¿ garrida de toras na qual particip<an1 a
tivam ente todos os ‫־‬vxlbr ■s c;rup>-. . ‫פ‬iv iC i ‫ין‬.‫ו־‬s en d jis su-j jru!: . s ,
aparentemente con stitu id os segundo c r ite r io s de parentesco, e. rtaa
-l‫^׳‬is graneles toros ñas matas que circundam a v i l a e iniciam a ccr
r ia a . Esta se encerra na área era frente ^a ig r e ja de Sao Sobas ti?, >,
■n\■^ ■' grur.>o vencedor tem o ílr e it■ ‫'! ׳‬o fin car ‫ ׳‬seu t^ r‫ ״‬íia suo3-
t i t u i ç ã à j u j lj c .l-c a " n a n ‫ ־‬antari •r. 13r:3a ativi:':añc f d inc.r
.ra^a a calen.lári t a r is tic:- ‫״‬a IlhSus e c stuna a tra ir inúnar-S
v.i. :íita n te 3 . ‫י‬
Os p a r tic ip a n te s e‫^נ‬:‫י‬lica^l ossr f á s tiv i . a j e n 3 «ni‫ ^ ״‬u:1a huacma-
gem dos "cablocos" a Sao Sebastião, santo c a t o lie >, 5 r'^pre-'
sentado c;-ra > tenv .. s ;friao m artirio niam troncc^ de árvore e a tin g i
■.‫־‬. p^r fle c h a s . 131‫׳‬:' porgue¿ s ;a issi‫'־‬narins 'U par c.'S crae 3-
jí .v'C ;r.ví ativi-'.a i junt. 3. •‫ ־‬í n ‫־‬:i ‫־‬,s ’•3 :)livonoa ‫־‬.oven tar ..¿‫־‬scqroc
‫־‬c i:riza.'. a c-‫׳‬rrida ae to r a s, tranif.;n.van.. - a , ta lv a z , n‫־‬a1‫ ־‬.at ■..o*
expiação dos pecados cometidos pel >s raeabr •3 ‫ ע‬grupo. Pelos ‫״‬a...s
c^ltíta 2a-3‫ ׳‬n‫ ־‬l .o a l, ;jarece que ate u i n i c i j ".o sécu l‫ ״‬a corri
da terminava no in te r io r da ig r e ja . Esta, ‫ ־‬.‫׳‬rém, ficou siuitos ancs
fachada devido a un crime que ocorreu n'' seu in te r io r no ano de
10 5 ‫ל‬, en J.ecorrencia de disputas ‫ ־‬l í t i c a s . ?Jntñ ‫ י‬a cerin*nia f i ­
cou r e s t r i t a ao patio da ig r e j a , one’ 3 ato h o tí acontac..‫ ־‬anualaen-
tí .

E ssa a tiv id a d e desenvolvi ■’.a p elo s "caboclos" >‫)' נ־י‬livonya n^r-ica u:;
n 3 tu.‫־‬o -.0 cn*!1¡.o nais J.stalha'o, pois pederá r.¡velar a sooravivenda
204

^0 ‫ י‬mecanXsmos coesão s o c ia l e de id o n tifica çã o étn ica aint'a un


p le n a v ig e n c ia , apesar ele aparentemente não mais e x is t ir ara o Ce
a ^-■opulação in^.ícjana ser consic’.erala ex tin ta ou assim ilada. (RIBE¿
:‫ג‬0, 1 3 ‫ ל‬0 ! 23 ?‫ ן‬KIUTZ'1AII,1967!50) .
Olivtínça é , h o je , \an d is t r it o ‫״‬o :íunicipio C.a Ilh éu s, na m icro-’
r.ejião Cacaueira, aprasentando urna população ile 7019 habitantes ,
C istr ib u id o s cía seguinte forma: 715 residen tes na área urbana e
6304 na zona r u ra l. Representa 5,2% la população to ta l C.0 munici^
p ió , se n ;o , como jã afirmamos tana zona tipicaiaente c‫ך‬e veraneio, ‫י‬
(IBGK,V.1,19 31:12) .
P rossegu in ‫'׳‬.:; na .:irução E-!7, c r it e r io de orJenamento adotado em ‫י‬
n ossa ex p o siçã o , trataremos a seguir do antigo aldeamento de Sao
Peí‫ב‬ro de A lcántara, também conhecido por Ferradas, cono ainda ho­
j e é denominai-'o.
. aldeamento surgiu in icialm en te cora o nome de Ferradas em 1815,
juando ' ‫ ד‬construção da estrada entre Ilhóus e o r io Pardj, que
p o n te r ir m e n te devaria a tin g ir Minas Novas. Devido ã n ecessid ad e’
de mão‫ ־‬do‫ ־‬o!:.>ra foram deslocados para o lo c a l con tigen tes dos ant^
g.js moradores do aldearaento de ¡Jossa Senhora do Rosario do Almada,
os Grên.
As ;Tescrições de Ferradas demonstrara o estaco precário en que v i-
viar.i OG p r in itiv o s moradores, una mistura do ín d io s, espanhóis, ’
portugueses e parios;
"O lugar em que nos encontrávamos, era uma m iserável a ld e ia , com
apenas umas dez casas de barro e tuna ig r e ja , que nSo passa de iima
e s p é c ie de alpendre, cnnsatrtádo tamb^ de barro: deram, no entant o,
a <^ssa al'.tiia . njn3 de v ila de Sãv Pedro de Alcântara; todavia ,
hâ ainda o costume de chamá-la impropriamente de as "Ferradas", ‫י‬
porque, a pouca d istâ n cia d e la , o le i t o do r io é atravessado por
porção do pedras conhecidas por Banco das Ferradas. Essa v i l a , ou
m elhor, essa a ld eola, fo i fundada hâ dois anos quando se concluiu
a estrad a de Minas. Reuniram-se a í homens de toda a so r te , alguns
esp an h óis, v á ria s fam ílias de ín d io s, e homens de cor (pardos), '
a lén de um grupo de índios Camacãs trazid os da mata e de um que
os portugueses conhecem com o nome de 5!ongoiós. . .
"h v i l a de ?xlmada, situada sobre o r io Ita íp e , e a que já acima m
205

r e f e r i , forneceu tambán alguns habitantes S nova v i l a >^e São P e-'


I r j da x'ilcSntara, nas margens ¿50 r io Cachoeira. Quanclo co n clu ir ara
a ig r e j a , ‫ י‬ouvi'.Ior da comarca in s t a l'’u nela a paroquia? mais adi
a n te , a alguns lia s ::o viagem, no pont‫ )־׳‬em que a nova estrada a­
tin g e o sertã o do rio Salgado, constru iu-se teuabêm uma ig r e jin h a
od-3 se celebrava m issa, e havia plantações para os viajan tes? e s -
SG pequeno estabelecim ento, porên, caiu em ru in a s, o lugar se tor
nou d eserto , ficando in ú te is todas essas d espesas, p ois a estrada
não f o i mais u tiliz a d a a, dentro de pouco tempo, não se poderã ma ‫יי?!י‬

i s reco n h ecê-la . Os mineiros preferem a esse caminho d i f i c i l atra


VGS das natas o que atravessa os Ccunpos ou as p la n ic ie s nuas do ‫י‬
se rtã o in te r io r da capitania da Bahia, porque não encontram na v i
la de Ilhãus nen colc)cação para as isuas m ercadorias, nem navios ‫י‬
juvi as transportem para a cidade da Bahia. A decadência da v i l a ‫י‬
de SH . Pudr.' ’c :‫״‬.Icântara acompanhou a da estra d a , cujo mau t
estad o experiitientârainos várias vezes ‫״‬urante a nossa v ia g e m .... A
v i l a de São Pedro de Alcântara s ' ê habitada, n esse momento, por
un cura ("padre vigãrio") r¿ rnoia düzia de fa m ília s que desejam ar
(lentenente que o governo c r ie para olas medidas d.e p roteção. D i- ‫י‬
z ia -a e ^ue a estrada ia ser desobstruida e q n o se mandaria para ‫י‬
são P*''.ro uma nova levtt de moradores,
"Essa povoação e stá situada numa zona in teiram ente selvagem , ro-
".oa.la por todos os lados de f lo r e s t a s cheias de animais fe r o z e s ,e
1 ercorrid as por bandos de Patachos. Esses ín d io s não causaram a tê
então o menor mal aos ha.bitantos, mas como não 3e conseguiu concJ^
i r com e le s j raenor contacto, tanto maisr quanto, em fa se de a ta -'
crua, os colonos em menor número, não se poderiam defender. As ca­
sa s s ã ) rodeadas pelas p la n ta çõ es, de OBde um caiainho e s t r e it o ‫י‬
conduz a estrad a grande? )s nossos animais com suas cargas s5 pu-
;■*viran passar por e le depois de aberto a machado". (TJIED-UEÜWIED, ‫י‬
1 9 5 3 !3 5 6 /7 ). •
A situ a çã o de ?erradas não apresentou m elhorias a curto prazo, co
mo se pode depreender das observações f e i t a s d o is anos d ep ois por
Spix e M artius. A razão de não terem ocorrido transform ações pro
fun(‫י‬a s , como Wied-Neuwied observa na cita çã o a n te r io r , f o i a f a l ­
ta 2e estím u lo s ecc‫י‬n*micos na r e g iã o . Além da carên cia de r e ç u r -'
3:3‫ נ‬fin a n c e ir o s por parte da população de Ilh ô u s, o que elim inava
a p o s s ib ilid a d e do surgimento de um mercado consumidor a tr a e n te ‫י‬
206

para os produtos mineiros que deveriam se deslocar para o lit o r a l,


‫■יי־׳ ׳־ ־־‬f .■
‫י‬.0 ‫ניי‬.‫רי‬.‫ ;יי‬n ‫י׳׳‬otorminadas p elo asaoiB0aaeajlSDt o regime de ven­
t o s no porto f.o Ilhéus tornava a ex p o r'ta ■‫־‬ã o para outros mercados
pouco provãv^jl. Podemos comprovar a manutenção do mesmo -jua Zro do
po’3r-3za, ta lv e z atê mesmo um agravamento com o insucesso da estra
d a , n esta s observações;

"A povoação chamada antigamente "As Ferradas", e que hoje tem o ‫י‬
nome de v i l a de São Pedro de Alcântara, em honra ao atual sobera­
no do B r a s il, consta de s e is a o ito pobres palhoças le barro, de
um!‫ ג‬í>equena ig r e ja de semelhante construção e alguns ranchos aber
t o s , nos quais encontramos, ao chegar, três fa m ilia s de gueréns '
jua se haviam mudado de Almada para a l i , assim como alguns in â ^ ¿
■'uos, mulheres e crianças .la tr ib o dos Camacãs. Cosntituem e s te s
ú ltim o s, atualm ente, o p rin cip al núcleo da população, contando ‫״‬
cerca de umas sessen ta ou se te n ta almas? número igu al morreu de '
f ubres m alignas, ou dispersou‫־־‬s e , logo depois da fundação do luga
ro jo " . (SPIX e lARTIUS,1 9 7 6 1 6 6 .‫ )־‬.
J.' en tan to, apesar '.o quadro negativo pintaJ.o p elos autores c it a -
'0 3 quanto às perspectivas futuras ‫’׳‬.e Ferradas, apõs 1835 houve '
progresso no aldeamento, em decorrência, ao que tudo in d ica , do ‫י‬
fo rta lecim en to econômico da área. Assim em d ois documentos datadcs
■s 1335 observamos o pedido de verbas para a compra de ferramen-'
t a s , ju s tific a d a pela necessidade de estim ular o aprendizado das
a tiv id a d e s a g r íco la s pelos in d io s que a li residiam(LIORNE,1835 a,
m s). As razões apresentadas eram a necessidade de concluir os tra
balhos de p a cifica çã o de outros grupos lo c a is . O que se pode con*■
c lu ir da s o lic ita ç ã o ;6‫ י‬Frei Ludovico de Liorne é que o aldeamen-
t J c':‫׳‬neçava a prosperar devido ao c u ltiv j pr !‫־‬la to s destinados'
a com ercialização, e à adoção de outras ativid ad es que permitiam
aos ín d io s a u fe r ir recursos m onetários, que, administrados pelos
m issio n á r io s, e mais as verbas in v estid a s pelo Governo P rovincial
teriam criado os estím ulos n ecessá rio s ao crescimento da lo c a lid a
d e. O docvunaento citada r e fe r e -s e às atividades e ã população nos
se g u in te s term‫'־‬S!
" . . . a povoação de Saõ Pedro de Alcântara na Comarca de Ilhéus ‫י‬
c o n sta atualm ente de cento e doze individ uos, todos ín d io s, repar
t id o s em t r in t a fam ílias pequenas; dos quais parte estão batizadcs
;.i c iv iliz a d o s e parte catecúmenos. A sua ordinária ocupação consds
207

to üin os tender e c u ltiv a r as suas roças e, principalmente ,na plan


ta çã o ■le ca fé e alg ‫’י‬.ao. Trabalham tamben com machados e fazem ca
noas" (LIORWE,20/10/1835;ms) .
O US"' compulsório Ja mio-cle-obra indígena lo ca liza d a em Ferradas'
ê c ia r amonte e x p licita d o no segu in te documentos
"Diz Fr3i V icente ”!aria le Arcólo, m issi()n ário., ♦. capuchinho ca-
tG 8‫ י י‬ín .’.ios bravos C?anacas e vigSrio encomendado da Fregue
s i a .::o cão Pedro de alcántara, vu lg‫ ו־‬Ferradas, que em v is t a dos ‫י‬
s e r v iç o s prestados ao Exmo, Governo pelos in d io s da sua a ld eia '
ta n t 1‫ ־׳‬para tornar navegável o r io Cachoeira, do ponto chsimado ilu■‫״‬
tucuge até as Perradas, o’^ra de tr e s leguas, como em marcar a e s ­
trada de comunicação entre a v i la de V ito ria e a dos IlhSus, alem
da e d ific a ç ã o da ig reja paroquial coberta con te lh â s; por is s o pe
de a V, Exa, queira dignár-se mandar-lhe ciar lam fornecimento
do ferramentas com:» machados, fc‫י‬ic e s , enxadas, facões e algximas ‫י‬
fo lh a s de serra para levar na mão, algumas peças de algodão da t ^
ra para v e s t ir os homens, outras de ch ita para v e s t ir as mulheres
e urna arroba de pólvora coni chumbo para caçar, sendo e s te o único
n e io de ‫ר?ר‬t e r alguma carne para alimentaçã )". CIARTINS,03/1850,m s).
P , denos observar que a forma de p a g a m e n to aventada para os t r a íd a -
Ihos realizadc'S era a aquisição de novas ferramentas, o que na re
a lid a d e v isa v a tornar mais produtivo ‫ ר‬trabalho a ser desenvolvi-
lo posteriorm ente. Os denais ite n s p revistos como forma de remune
ração r e fe r ia n -s e a roupas, ponto primordial dos valores c r istã o s
im postos p e la ação m ission aria, alêm de chrimbo destinado a caça,
O crescin en to de Ferradas pode ser comprovado pelo calculo da po-
pulaçã estabelecidc■ no ano de 1851 pelo D iretor Geral dos Indios
Casemir de Sena ’lañureira. Ele afirma Que d a is anos antes - 1849-
a populaça‫ ) ׳‬era le 200 individuos e ja nc ano de realização do re
la t ó r io era de 300 pessoas I s to nos permite calculsir um crescimen
t o en tre 1813, guando foram v is ita d o s por Splx e Martius, da or­
lem de 300%. Esta explosão demográfica pela continuação do proce¿
so de p a c ific a ç ã o de outros grupos Kamakã e o deslocamento de In­
d io s de outros aldeamentos com d ificu ld ad es de sobrevivênqia adm¿
n is t r a t iv a para Ferradas, situ ad a numa ãrea de expansão econômica,
A im portância de Ferradas pode ainda ser comprovada no mesm‫ ■־־‬d.^cu
mento, v‫׳‬e la proposta que faz seu autor de arrecadar e usar recur-
200

so s Cas a lélelas 1‫ כ‬norte tía P rovincia j>ara a p lic a r ñas do s u l. In’-


e lu s iv e , propunha a in s titu iç ã o le côngiruas diferen ciatlas para os
n is s in n á r io s que trabalhavam nas duas aireas. Era importante in v e s‫־־‬
t i r tíin a ld e ia s carao Perradas que se enquadravam nas propostas bâsi^
cas da p o l í t i c a in d ig en ista : lib e r a r terras era áreas de expansão ‫י‬
económica, c r ia r espaços dnde a mSo-de-obra indígena s e r ia in ic ia ¿
mente preparada para o e x e r c íc io das novas a tiv id a d es que Ihes se­
riam d estin a d a s, g posteriorm ente usa.'.a para a instauração da i n - ‫י‬
fr a estru tu ra garantidora da futura expansão. Os recu rsos, portan-
t ‫׳‬o , sequer saicim de sua r e c e it a , jv^. que advinham do Governo Imperi
a l e se ju stifica v a m por serem recursos d estin ad os à "cataquese". ‫י‬
( UVDÜREI 3/2/1351,;;‫ ן‬,m s).
Outro .:.ociHaento d ata’o do mesmo período in d ica que os aldeam entos,
como os e Ferradas, destinavam -se tam.bém a ex p eriên cia s a g r íc o la s,
com a introdução •’.e novas formas de c u ltiv o d estin ad as ao mercado,
como o cacau e o c a fé . (CÂMARA DE ILHÊÜS,22/03/1851 ,ms) .
Outra atividavle destinada aos ‫־־‬Índios ora dar com}oate àos ‫י‬
"bravios” que atacavam os caminhos, estradas o a té mesmo as roças
e fazendas, ‫ ״‬lém dos p reju izo s econômicos decorren tes da perda des
cargas ou dos produtos a g r íc o la s , os ataques comprometiam o p roje­
to de implantação de novos cralonos na reg iã o . Para o e x e r c íc io de£
sa atuação contra os Pataxo, os ín d ios de Ferradas foram armados ,
com recursos governamentais. Para o governo p r o v in c ia l t a i s medidcs
tamJjén representavam economia de recursos, f o s s e p e la ausência de
pagamento ou p elo baixo sa la r io pago aos com batentes, que era t ir a .
do das verbas de catequese (MADÜREIRA,30/10/1852,ms) .
.\parentamente. Ferradas cresceu em termos econômicos de forma sxirp^
endente a té 1355. Messa o ca siã o , c a lcu la v a -se a sua produção era
viH te m il pés de cacau e outro tanto de c a fê , alem do c u ltiv o do
arroz e da mandioca. Ocupava uma légua de t e r r a , não demarcada,que
provavelm ente jâ começava a ser invadida. A população havia decres
eid o de forma v io len ta ; restavam 128 p esso a s. Talvez possamos ex -'
p lic a r t a l fenômeno ou p ela transfiguração é tn ic a ou p ela taxa e le
vada de m ortalidade, devida a carências a lim en tares, exploração ex
c e s s iv a da força-de-trabalh o e epidemias de m alária, muito comum ‫י‬
na r e g iã o . (‫!־‬ADUREIRA,31/01/1855;ms).
Apesar da redução da população, a que permaneceu na ârea côntinuou
20.9

a se r usada nos combates aos Pateixo, acusados de destruirem roças,


roubarem ferramentas e provocarem mortes ate mesmo aos Índios a l­
deados em Perradas (MADÜREIRA, 10/12/1855,m s). O engajamento na core
trução de estrad as continuâva a se processar. A d e s is tê n c ia do Ma
jor-E ngenheiro, Inocencio Veloso Pederneiras, de adm inistrar os ‫י‬
trabalhos de cibertura da estrada entre Ilhéus e Minas, fe z com que
t a l ta r e fa fo s s e atribuida aos m issionários dos aldeamentos da â-
rea a ser a tin g id a . A razão apresentada para j u s t i f i c a r a a p lic a ­
ção de recursos e para m obilizar ín d io s e ttiissio n ã rio s, f o i a ne­
cessid ad e de esta b elecer lig a ç õ e s rápidas e e f ic ie n t e s entre os
aldeam entos, o que lhes c‫י‬arèa maior segurança em caso de ataques
ou e p i d e m i a s (MADüREIRA,8/5/1855;ms) . Sabemos, en treta n to , que ta ­
i s estrad as estavam vinculadas a in te r e sse s da sociedade nacion al
e não aos dos ín d io s.
Ferradas começou a sua decadência, como aldeamento, a p a r tir de
en tã o . Uma vez os objetivos propostos jâ haviam sid o a tin g id o s, e
ten d o -se concretizado o avanço dos nacionais sobre as te r ra s que
an tes haviam sid o designadas para os ín d io s, começaram a escassear
recu rsos (ílñDüREIRA, 12/10/1856.ms) . Cu|iminou e s s e processo com o ‫י‬
abandono do aldeamento pelo m issio n á rio , levando os ín d io s â d is -
i^orsãv.' conf :■me atenta .!ocuraent-:‫ ׳‬al‫׳‬aixo!
"Tendo V. Exa. ?rei J j s e v.'.«¿ G altanizera, capuchinho■ i t a l ¿
?.n.', para d ir e t ‫־׳‬r da aldGi‫ ד‬ãe São Pedr ‫ י‬de A lcântara p ‫׳־‬r in f o r - '
mar o• Pref ei t : 3‫ נ׳י ;־‬Üitos capuchinhos que o le e sta v a ap tj para ser
_‫ ׳‬v ig á r io da d it a ald eia por nomeação d:> Exno. Di,‫־‬..cos ano, r e c eb i
um o f í c i o do nomeada declrando-me cue não podia a c e ita r a d ireçã o
da a ld e ia por lh e fa lta r vocaçã para v iv er en tre os ín d io s . Ao
raosmo tempo f o i para a referid a a ld e ia . Frei Rainero de Ovada ,que
r .li estevti o ano passad‫ ;־‬e tin h a sido removido v:ara a de Pedra ‘
Dranca, busccir o que a l i deixara e observar o estad o d e la . Ayora
chegaram ao r io Pardo o m ission ário F rei Luis de Grava e seu aju­
dante F rei Joaquim de Colorno, a cujo cargo estavam as a ld e ia s dcs
"longoyôs de C atulês e dos B<.‫ר‬tocudo que da Barra co C atolés emigra
rara para a Lagoa do r io Pardo, próxima a povoação de Cachimba, dj
termo de V it5 r ia , e informaram que muitos ín d io s das Ferradas "e
são Pedro de Alcântara têm se retira d o d ela p e la ausência ou f a l ­
t a de m issio n á rio e vêm a2:rindo s í t i o s em baixe; da mesma era procu
ra da V ila d‫״‬s Ilh éu s, na estra d a que d is ta una légua para Conqui¿
210

t a . Espero a v o lta d© Frei Raijasero de Ovada pira obter laais ampias


e ex a ta s informações porque os a tu a is informantes passar an l i g e i ­
ramente p ela d it a a ld e ia . ‫ ־י‬.
"Posto que não julgo p r eju d ic ia l o estabelecim ento de fa n ília s s ‫י‬
de Ín d io s p e la estrada, principalm ente aproximando-se mais do l i ­
t o r a l , por que \m dos males da d ita estrada ê ser d eserta. Afirmo
que de p o is de permitida e aacaaodada esta migração, i necessário
coiBunicar-se a a ld eia com o m issionário que a d i t i j a por te r sido
e s t a a ld e ia a que se tem dado mais ao trabalho durante a diceção
de F r ei V icen te Haria de à rcoles, que e stá hoje com o cargo de ‫י‬
P r e fe it o áo Hospício desta cidade. Para que o novo m issionário se
ja ú t i l a ‫ פונז‬nümero maior de ín d io s, convinha que V. Exa. au tori­
za sse a remoção dos índios Mongoyõs de Catolés para o s í t i o onde
outrora estiveram esta b elecid o s à margem do r io Salgado, na e str a
da da v ila de Ilhéus para a Conquista, porque f ic a e ste lugar ‫י‬
completasaente d ista n te de Ferradas (4 léguas) e 10 léguas da v ila
de Ilh é u s, podendo os d ito s m issionários de C atolés e seu ajudan­
t e a d m in istr a r a as dâas a ld e ia s da Comarca das Ferradas e dos '
Ilongoyõs 0‫ י־‬C atolés, esta b elecid o s ostes à margem do rio Salgado.
Autorizados per ora os capuchinhos referidos a persuadirem os ín ­
d ia s para e s ta mudança da a ld e ia em que e le s se achan, seria entã)
r e so lv id o por V. Exa. ‫״‬efinitivam ante a mudança da a ld eia . Para '
1‫'׳‬s Botocudcs, ■•^ue fcstãc na Lagoa e perto do Cachimbo, se r ia b a s -‫י‬
ta n te qualquer r e lig io s o de outras ‫״‬rdens do p a ís ou presbítero ‫י‬
se c u la r que lh e s adm inistrasse sacramentos e os d ir ig is s e . Porém,
nenhvKp sacerdote enviado para aquela a ld eia tem deixado da cuidar
n a is dos habitantes lo papulose; arraial do Cachimbo, que dos índi
c)s en tre 3‫ כ‬quais tira repugnância de morar.
"Frei Luis de Grava tera s egui d ‫׳‬/ :‫ י‬exemplo de Frei Francisco Antô­
n io de F alerno, õtimo capuchinho que f:;‫׳‬i , todavia renovido d a li ‫י‬
prrrcuidau: mais dos índios que dos habitantes do Cachimbo, Pcira di
r i g i r , porém, as dias ald eia s como estão sendo atualmente a dos ‫י‬
Mongoyõd, a mais populosa, são in d isp en sáveis os dois capuchinhos
p o is que ê le ig o . Frei Joaquim de Colorno e não pode tratar da ca­
teq u ese completamente.
"Parece-me de grande vantagem aproximar da v i l a dos Ilhéus e s te s '
130 r-lcngcyõs de Catolés que estão na d istâ n cia de 36 leguas para
o Salgado, que d ista 16 léguas e por debaixo de uma s5 direção as
n il

duap a ld e ia s de flong(i>y5§ e Ka1naHãS| emt)0 ^a separadas 3 ou 4 Xêgu-


as uma da out,ra, porque a d iferen ça de ^r^bos impede que e le s se
reunam ou se reduzam a um so as d ita s aldeia^. Os dito^ capuqhi‫’־׳‬
nhos, F çei Lui3 de Grava e Joaquim de Colorno, voltam no yapor de
6 de julho e podem receber de V, Exa» as instruções que se dignar
d a r -lh e s a e s t e respeito". (MADUREIRA,30/06/1858;ms).
Apôs a d isp ersão dos índios em torno da estrad a, e le s passaram a
v iv e r de b is c a te s e a se assalariarem aos passantes e colonos que
começavam a se in sta la r na reg iã o . Colocava-se, jã então, o proble
ma de aproveitaimento das terra s e b en feito ria s implantadas no an­
t ig o aldeamento.
A solução encontrada pelo Governo Provincial f o i a de transformar
a ârea nvima Colonia Nacional para onde foram deslocados grande le
vas de m igrantes. A administração da Colonia f o i entregue ao mes‫מת‬
m issio n á rio pensado para exercer a catequese junto aos ín d ios,F rei
Luis ae Grava.
As a tiv id a d es desenvolvidas !!essa Colonia visavam suprir as nece£
s i '.adç^s a lim en tícia s dos seus novadores com a agricultura de sub-‫״‬
g is t in c ia e a ;;‫׳‬r■'..".uçH: de ^yr.;.^uto1^ com ercializáveis, como cafã e
çsacau, o qua garantipia a expan§So çrescente da populaçao e do
!:aço eonquist^■^ aos ín d ios "bravios que infestavam a região". '
Daí porque ü out|ra proposta do projeto era a de promover a çate^'
quese :■03.‫ י‬jrui^ris nômades lo c a is .
Os jã aldeados nas cercanias passaram a ser a tra íd o s, oijtra vez ,
para a ãrea do antigo aldeamento, devido aos novos melhoramentos
r e a liz a d o s e à p ossib ilid ad e de aissistência e trabalho, e çontipu
aram a ser usados na§ mesmas atividadess combate ao3 Patax6 e Ba-
enS, jue por terera sei^s te f r itõ r i- .s 6‫ ג‬çaça e c o le ta fed^zic-os a!‫־‬
tacavam constantemente Ferradas, Jerrubala C'e matas, para a inplcn
tação de novas roças, e abertura e conservaçao das estradas ind i¿
p en sáveis ao sjicepso da C oloniaj BiEWMQUES, 01/03/1G72,ms; GRAVA, ‫י‬
09/04/l83‫!׳‬Qíns; GPA¥:.4B/09/l872,ms,* QI^YA«Q 4 / l 3 ‫ב‬./ 18‫ ל‬,ms) .
© pagameíjt‫■־‬- aos Indios c o n s is tia em uma ração de farinlia íCEjlí
e 10 lib r a s 2e ::6‫׳‬lv..ra e fhijmbo ■;ara caçarem.. Bra, por$:ant;0 jmS‫ל־ ״‬
de-^-obra b a r a |a , s\jbsidiad^ ‫־‬o elo á‫׳‬: ver-no Imperial sob o rótulo de
a f io eat«¿qwitis?a, e que ;.‫־‬o r ^u^ia em parte seu próprio i^pstejito ,
auresentando, !;ortanl:‘.;, vantagens conc|:etas sobre m|o-de-obr§
TÊ.

escrava ou laesmo a assalaria d a (MADÜREIRA, 16/01/1873) , O bserva-se


a e x p lic ita ç ã o clara desse r a c io c ín io num r e la tó r io de Frei
de Gravas
" . . . Certo de que em pouco tempo e ta lv ez como fa c ilid a d e não sõ
a Provpincia fic a ra liv r e de t a i s o b stá cu lo s, como poderia contar
com mais e s t e avultado número de braços hoje in ú te is e bastan te ‫י‬
p r e ju d ic ia is a sociedade que sendo bem aproveitados nos se r v iç o s
r ú s tic o s prestariam não pequeno serviço ao p a ís tão precisado na
época p resen te em que a liberdade do elemento s e r v il começa a ro-
f l e t i r na economia e que podem ser considerados como mais p rõpri-
os em relação ao clima do que qualquer povo europeu.
"E assim , no meu fraco entender, julgo que a colonização indígena
deve ser p rotegida da melhor forma p o s s iv e l, p o is também e a me­
nos cu stosa ao estado. A minha asserção e s tá baseada na observação
e na exp eriên cia adquirida em dezenove anos de morada entro os ín
d io s , exposto a toda a sorte de s a c r if íc io s e p erig o s" . (GRAVA, 17/
01/1873,m s).
J.. morte a cid en ta l de Frei Luis ‫׳‬.le Grava, af no r ic Colonia ,
fe z com que c projeto 0.a Colonia iíacional fo s s e abanZonaco. üraa
‫״‬as razões alegadas f ‫׳‬j i a de :.jue nenhum outro m ission ário ou ad­
m inistrador quiz assumir a direção da Colonia, ju stifica n c'.o -se ‫י‬
c ‫־‬m a afirraativa C.e sor composta de trabalhadores n n cicn a is, não
a;presentanC‫־‬: , para e le 5 , 'ssib ilid a d e s Le pr'jgrc‫־‬ss ... .Hcreclitam. >3,
e n tr e ta n to , ju¿ a razã • fun lamentai tenha s i o ‫ ־‬a jue a c o lo n ia
jâ tin h a tamben ultrapassado a sua fa se i n i c i a l estim uladora ’
da concentração d e.mão-de-obra. O fa to ele ja haver grande abundan
c ia de a r t ij o s in serid os nc nercad..; ruji^nal e mosm:> in t e r n a d o - ’
n a l. Con ‫ ב‬cacau, te r ia ;,.!erniitido ‫ ס‬lo teamen t ‫ ׳‬das terras en tre
c13‫ ־‬f a m ilia s .
?erradas transformou-se , portanto, num núcleo de produtores de ‫י‬
cacau que s ‫־‬.#reu ‫ ג‬pr;>cesso comum, na área, de concentração de pm
pritalado através de v io len to "caxixe". Nesse processo os antigos*
colc.‫׳‬nos foram transformados íeni assalariad os ru ra is o os in d io s se
engajaram de forma marginal como prestadores d*-3 pequenos serv iço s,
nem sem:‫־‬re remunéralos.
Os pcuços remanescentes cue mantiveram a sua identidade é tn ic a fo
ram, posteriurm ente, ou se ja a p a r tir de 1926, r e c jlh ic ‫״‬.is à ?.esor-
213

va Indígena Caramiaru e Catarina Paraguaçu, criada pelo governo do


Estado e administrada pelo SPI interessaido eín a fa sta ‫ ־‬lo s da área ‫י‬
ocupada p e lo s caeauiculto r e s , para os quais nao mais apresentavam
in t e r e s s e c<Mtt0 mão-de-obra/ devi cio a pouco representarem em termes
dem ográficos, se comparados à quantidade de trabalhadores naciona
i s jã e x is te n te s na ârea e mais ajustados âs exigências do modelo
de exploração implantado.
Hoje Ferradas ê uia d is t r it o do Municipio de Itabuna, na m icro-re- .
g iã o Cacaueira, com ima população de 8735 h ab ita n tes, d is tr ib u í­
dos en tre 3397 na zona urbana e 5328 na zona ru ra l, vivendo b a si­
camente do p lcuitio de cacau. Representa 5,6% da população t o t a l ‫י‬
do m im icípio (IBGE,V. 1,1981:13), e não in c lu i qualquer grupo d ife
renciado como indígena.
A a ld e ia da Barra do rio Salgado Cvom o Colonia ou Cachoeira nunca
chegou a alcantçar o desenvolvimento e a importância das duas aide
i a s ein teriores. Parece-nos que a localização desse aldeamento se­
guiu os padrões tra<’ic io n a is em sua in stalação: garantia da• paz '
nas estr a d a s, criação O.e una pequena Incalidaile, que produzisse ex
c o lo n te s alin a n ta res para vendor aos v ia ja n te s, alen C.o concentrar
traLalhadores para a 1 !.‫־‬í‫־‬rtura de estradas g sua conservação.
Ain '.a que não tenha sido p o s sív e l id e n tific a r o grupo étn ico a li ‫י‬
in s ta la d o , (DÔRXí4.,1376,ns) eramos poder sugerir a p o ssib ilid a d e de
seren Kamakã os í n d i o s aí aldeados devid • e sta r localizado em ãrea
id<¿ntificada c 3mo sen<:o h ab itat desse grupo. Viviam de agricultura
de su -b sistên cia e eram tropa de apoio no combate aos PataxÕ, acu-
sadcs de a s s a itc ir ^ constantemente os tropeiros que usavam a e s - ’
t r a d a .le I l h é u s p a r a M i n a s . { M A D U R E IR A , 12/10/1856,m s).

crtjditamos ¡uü e ste aldeamento devo ter sid:■ una vida a'lministra
t i v a n u ito cu rta , p.^is 3 citad o pela primeira vez em 1353 e jã a
p a r t ir de 1061 desaparece dos docümentos ad m inistrativos‫ ־‬Uma das
ra zõ es prováveis para o in su cesso f o i o fato d este aldeamento es­
t a r situ ad o numa região caracterizada por ser de transição do c l i
ma r^-I e AF, que não a tornava totalm ente adequada ao p lan tio de
cacau. Eta ãrea marginal â expansão, o aldeamento não mereceu os
cuidados e investim entos do Governo Provincial? consequentemente,
o s ín d io s tiveram que adotar como forma de sobrevivência a de se
turnarem assa la ria d o s 3 sí>b t a i s circu n stân cias, sofrendo um rSpi
214

do processo de transfiguração é tn ic a . Outra p o ssib ilid a d e, que nos


parece taiabem provável, por ser comum na região, e a de os índ ios
terem migrado para outros aldeamentos mais prósperos e, portanto,
capazes de a tr a ir e j u s t if ic a r os investim entos governamentais,
O aldeamento da Barra do Salgado f o i extin to legalmente pelo Dec^
to P ro v in cia l do ano de 1875, juntamente com os demais do munici­
p io de Ilh é u s, tendo ficado a Câmara autorizada a alienar as te r ­
r a s , que naquela ocasião jã deviam esta r ocupadas devido ã migra­
ção dos indígenas para areas onde se processavam investim entos go
vernam entais e havia a ssistê n c ia de d iteto res-m issio n â rio s.
A a ld e ia da Barra do Salgado tornou-se sede do municipio de Itapê,
sendo homônima. Até hoje não conseguiu grande desenvolvimento em
decorrên cia da sua não transformação em centro pordutor de cacau,
numa região voltada eminentemente para essas a tiv id a d es. 0 munici
p io de Itap é pertence à m icro-região Cacaueira, tendo uma populaçib
t o t a l de 18*217 habitantes, dos quais 11.617 na área urbana e
6 .6 0 0 , na ãrea rural. A atividade econômica da região ê mixta, ca
cau e p ecu ária. O municipio não apresenta d is t r it o s (IBGE,V.I, ’
1981:13) e não subsistem a li qualquer remanescente indígena.
O próximo aldeamento ê o do Salto dn Rio Pardo, situado na conflu
ê n c ia do córrego do Nado com o citado r io , no lim ite entre os an­
t ig o s m unicipios de Canavieiras e Ilhéus. Atualmente ê o povoado'
de Angelim* Criado nas proximidades doQuafctel ,lo Salto üo rio P^do,
j e t iv o d esse aldeamento fo i o de estabelecer os Eotocudo em áreas
próximas aos q u artéis construidos para defesa das v ia s de circu la
çã o . Assdi^ co n seg u ir-se-ia a tin g ir vários o b je tiv o s; sedentarizar
grupos Dotocudo e d istrib u içã o de lo te s aos colonos, lib era r os ‫י‬
seu s a n tigos t e r r itó r io s para a ocupação nacional, f a c ilit a r o co
m ércio e a conscrição da mão-de-obra indígena para a in stalação '
de in fr a -e str u tu r a v iá r ia e a g r ic o la , além do combate aos grupos
não-aldeados da região, no caso os Pataxó além de :mtros subgru-'
2^‫־‬.'o s o tocudo.
O combate sistem á tico aos Botocudo na Bahia desenvolveu-se desde
os prim eiros momentos da colonização,quando ainda eram conhecidos
por Ainoré e , posteriorm ente, por Gren. E, porém no século XIX '
que e s t e combate se in t e n s if ic a , e, no sul da Bahia, desde o in í-
ci-• d esse sé c u lo . Os agentes desencadeadores desse processo foram
215

a Sé<klma D ivisão M ilita r, al&a as tropas encarregadas da constru­


ção dos q u a r té is e da abertura das estradas ou rotas de comércio,
alem de particulcures p restig ia d o s e financiados pelo Governo.
No começo do sé c u lo , o aldeamento de Dotocudo mais antigo e jã em
f a s e f in a l de desarticulação era o de Almada. Fundado por j e s u í - ‫י‬
t a s , que os instalaram na região apõs os sangrentos combates que
haviam mantido com os. T^piniquim e os colonos <3e Ilhéus, Porto Se­
guro e Santo Amaro, e le deixou de e x is t ir na p rá tica qüando da
construção da estrada de Ilhéus para Minas G erais. Parte da popu­
la çã o f o i deslocada para Ferradas, ou São Pedro de Alcântara,, pa­
ra trab alh ar na obra, enquanto os demais foram abandonados à pró-
p t ia s o r t e , sendo assim ilados, provavelmente, como trabalhadores.
Wied-Neuwied afirma que quas-e todos os deslocados para Almada mor
reram.
"Almada, agora, apenas indica o lo c a l onde, hâ uns sessen ta anos,
s e tentou fundar uma aldeia de ín d io s. Uma tr ib o de descendentes
dos Aimorés ou Botocudos, conhecida nos rio s Ita íp e e Ilhéus pelo
nome de Guerens, consentiu que se fundasse um estabelecim ento, com
a condição de que lhes dessem terrenos e habitações. A proposta ‫י‬
f o i a c e ita ; construiram -se casas e uma pequena ig r e ja ; um padre e
v á r io s ín d io s do lit o r a l vieram habitar a a ld e ia . Todavia, e sse ‫י‬
esta b elecim en to fracassou. Os Guerens morreram tod os, com exceção
dum velho chamado Manuel, e de duas ou três v elh a s. Ultimamente ,
levaram os ín d io s do lit o r a l para povoar a v i l a de São Pedro de '
A lcân tara, que também estã próxima do seu fim". (WIED-NEUWIED,1958!
344) . »
Já S!'ix e ■iartius afirnam aus 3‫ ל‬sobreviventes so enc‫׳‬, ntravam en
e s t á g io adiantado de '‫י‬in teg ra çã ‫ ייכ‬e exerciam ativid ad es junto aos
co lo n o s:
"A região montanhosa de matas de Almada havia sid o antes habitada
p e le s Guerens, unr. trib o dos Botocudo, que, enljora, eiri pequen^) nú
mor‫׳״‬, s= ¡jodia d .r i jar a ocupar e s te ponto, em vez das matas do '
Ri ds C.^ntas. Tnm’jém uns remanescentes Tupiniquins foram para aí
tr a n 3 fv=ri‫״‬os p e l; s je su íta s; p.;‫׳‬rém, essa colon ia jã estava, desde
n u it tempo, em decadência, e desapareceu Cí:‫׳‬mpletamente, quando ‫י‬
CU 1C15, se a >riu una estrada de Ilhéus para o Rio Par-^o, e o res
t . ‫ ׳‬da : cTJulaçãc f:^i removida para a recém -edificada v ila de 850
216

Pedro de A lcântara. Sua A lteza Real o Principe Maximiliano de Neu-


w ieJ , que d o is anos antes havia v is ita d o , na Fazenda de Almada,os
s o l i t a r i o s a g r ic u lto r e s , encantando-os com o seu caráter amável e
o seu Gstranho amor pela h is t o r ia natural, f o i ainda testemunha o
cu la r da e x is te n c ia desses remanescentes gueréns a l i ; depois d is ­
s o , morreu o velho índio Manuel, e apenas alguns ín d io s mansos, '
provavelmente da trib o dos tu p in iq u in s, que jà não sabiam mais fa
la r a lig u a de sous p a is, ficaram para se r v ir de caçadores aos no
vos colonos".(SPIX e MARTIUS,1976;162).
E sse aiitigo aldeamento fo i depois transformado em co lo n ia estra n ­
g e ir a sob a administração de Pedro Weyll, que troxe 28 c a sa is de
alem ães, que apãs inúmeros p ercalços tornaram-se p r o p r ie tá r io s,p o
rém noutra área, c Bcinco da V itó r ia . (LIRA, 1902) .
Mas o aldeamento do Salto do Rio Pardo surgiu como decorrência da
p o l í t i c a de implantação e estruturação de v ia s de comércio en tre
Minas Gerais e o lit o r a l da Dahia. Dentre os v á rio s q u a rtéis cons
tr u id o s nas margens das r i o s , um dos últim os a serem in sta la d o s ‫י‬
f o i o do Gaito do Rio Pardo. O trabalho f o i rea liza d o no i n í c i o ‫י‬
de 1050 p elo engenheiro Inocêmcir; VgIoso P ederneiras, que conside
rava os moradores da região como pouco p erseveran tes nas a tiv id a ­
Jes econômicas e no combate aos ín d io s. Considerava que a obra '
que in ic ia v a ir i a resolver os p rin cip a is problemas reg io n a is: pro
moção da ocupação dos terrenos do médio curso do r io , tid o s como
de e x c e le n te qualidade, o que g a ra n tiria boas oportunidades aos m¿
gran tes nordestinos que precisavam abandonar as terra s áridas que
ocupavcim a té então; e a criação de vima colon ia nacional na r e g iã a
Tal c. lo n ia deveria atender as seguin tes prem issas: in tro d u zir ha
:;.itnntes na re-jiãc; reogarnizar e reativar o comércio lo c a l; o ‫י‬
dar apoio à catequese, que a té aquele momento não tinha atin g id o
>s oiDjetivos propostos de lib eração •de terra s e rotas de comercio.
(x‫־‬EDE;MEIRAS,1354,ns) .
j ■•'iUfcor lo r e la tó r io acima cita d o achavn que a estrad a, que tara-'
‫ ״‬0-‫ ג־‬v er ia sür aberta pelo r io J eju itio n h a , deveria te r p rio rid a
SC. ro a lo Pardo. Esta últim a era considerada uma promessa fu­
tu r a , jã qu,^ se :’e stin a r ia a uma rea liza çã o ainda em fa se de p iar
nejainent.j. Jã a outra atenderia a uma realidade concreta, já ex i¿
t e n t e , de um comércio flo r e sc e n te e que, portanto, j u s t if ic a v a a
cu rto prazo o investiraento r e a liz a d o . Algumas d ificu ld a d es erara
2n

apontadas p elo engenheiro para a realização da obra; inicialm ente


o fa to do curso do Pardo ser bastante sinuoso, o que tornava qua­
s e im p o ssív el a construção de uma estrada marginal, os constantes
ataques dos ín d io s , e as grandes enchentes do r io .
O trabalho rea liza d o na área partiu da v ila de Canavieiras, de on
do f o i aberta 3‫ מגז‬picada atê a região do Salto do rio Pardo. Eiti
chegando ao lo c a l, abriram-se d ois roçados, vim destinado a c o n s-‫י‬
tm ç ã o do q u a rtel e outro para o aldeamento para o qual deveria ,
p o steriorm en te, ser deslocado um m issionário, que se encarregaria
de "pacificar" os In iio s lo c a is . Também f o i construido uma roça '
que deveria prover de alimentos os soldados do quartel e os Indi­
o s do aldeamento (PEDERIíEIRAS,1054,ms)«
O núcleo i n i c i a l de povoamento do novo aldeamento f o i e s ta b e le c i-
cio com a tra n sferên cia dos Mongoyõs, antes sediados na foz do Cato
1 g com o Pardo. Este núcleo i n i c i a l deveria se r v ir de base para ‫י‬
a atração futura dos Dotocudo, prin cipal ob jetivo da construção '
do q u a rtel nessa área. A ta refa f o i realizada conjuntamente pelo
engenheiro e por um m issionário. Para ta l ta refa f o i designada v<^
ba e s p e c ia l, como se pode depreender do seguinte docximento;
"Para le v a r -s e a execução o estabelecim ento de aldecimento de ind¿
genas no Salto do Rio Pardo, conforme indicara o Major de engenh^
ro s Inocencio Veloso Pederneiras, que jã seguiu para o ditc) riO f'
d e v e -se remover para a l i a a ld e ia dos Mongoyõs, que está na mar-'
gem do mesmo r io , onde faz barra o riacho C atolé. Jã se obteve do
Governo Im perial a faculdade para remover-se a d ita ald eia a ped^
do do m issio n á rio respectivo ou indo e ste com alguns in 'igen as ‫י‬
prcnovwr o aldeament‫ ״‬dos quo infestam as matas d refo ril.) r ic .
P eço, ;;/.rtanto, n V. Exa. :j:uc mande por a minha disposiçã!’ 3$000
da consignação d istrib u id a y e l ‫ > ׳‬Governo Imperial para esta provin
c i a , a fim de -jue eu possa ha’á l i t a r o d ito major e o m issionário
a fa-zeren as despesas necessárias com a ruDOção *a aldeia de Cato
l é e c^n '‫ ז‬estaL elscin en to da nova a ld eia d‫ ? ״‬a lt j d;', rio Pardo,
p c :ntas 1-j que d.espenderem CL^DUREIPtA,7/5/1853,ms) .
‫'־‬.uçã:; líjela atração los In d i.‫׳‬s "hostis" parece te r predominado’
: ewidj à r e s is tê n c ia V s Iong‫)׳‬yõs em se transferirem d .‫ ׳‬seu alele
amento t- em viverura c:.m 03 Dot•‫ר‬cu‫כ־‬o. A. .lificuldade, mais grave ‫י‬
en fren tad a !-‫־‬ara a imi.lantaçãc ño projet ‫ ■־‬.’.e ocu’ ação ‫ ד״י‬área era
218

a ca rên cia de m issionários que gerissem adequadamente os aldeamen


to s lo c a ls . Os pedidos eram co n sta n tes. In c lu siv e , com a sugestão
de que um mesmo frade exercesse a atividade em mais de uma ald eia ,
apesar da d istâ n c ia e d ificu ld ad e de comunicação entre os v a r io s'
p o n to s, das riv a lid a d es que se estabeleciam en tre os grupos a s s ls
t id o s por ura mesmo m issionário, e dos abandonos temporários dos
grupos, quando os d iretores r e lig io s o s vinham reso lv e r problemas’
na P r e feitu r a de Salvador ou eram tra n sferid o s:
" P articip o a V. Exa. que há grande urgência de d ir e to r e s p e c ia li­
zado para os indígenas Botocudos, que era número de 150 existem a l
deados nas margens do rio Pardo, sendo o raals próprio para e s t e ‫י‬
emprego o capuchinho Frei Joaquim de Colorno. Deve V. Exa. mandar
d a r-lh e a g r a tific a ç ã o mensal de 20$000 pelo co fre p ro v in cia l e a
quantia de 200$000 de consignação. Destinaremos ainda pequena ver
ba da Tesouraria Geral para a ajuda de custo para suas viagens e
para a construção de algumas choupanas para algvunas fa m ília s que'
ainda não as tem na barra que faz no r io Pardo o riacho C atolé ,on
de presentem ente se encontram os d ito s Botocudo a c é fa lo s sem uma
pessoa que t r a te de sua c iv iliz a ç ã o , porquanto estando desta tare
fa encarregado o Frei Antônio de Falerno fo i retira d o por ordem ‫י‬
de seu P r e fe ito que o chamou para o Hospício da Piedade d esta c i ­
dade.
"A salda d e ste benemirito r e lig io s o pôs em consternação os Botocu
do, quinze ou v in te dos quais descercim ate Canavieiras em procura
<Jg transporte para iren reclamar a r e s titu iç ã o de seu pedagogo, e
não achando a í quem con sen tisse na tão imprudente pretensão, ten -
tarara embarque nas terras de Una e Poxim e a fin a l voltaram para a
barra quo faz . riach ‫ ׳‬Cat 13, onc':e ten 2plantr1ç~i‫־‬s , nas nã‫;•׳‬
p . •^rã pv‫'ננ‬T‫ג‬antíCQr tranquiláis sem um d iretor z e lo s o , que lh es In¿
‫ ״‬ir.- confiança e resp eito como ‫ י־׳‬d it ‫ י‬F rei, Senão occrrer t a l fa ­
t o , v.'ltarao para a3 brenhas.
"A conversão dos Botocudos n e ste pont c.a marger.1 «1. ri.. Pare, :
rã muito conveniente ã comunicaçã‫ ־‬qus e stã incumbicio '.e r e a liz a r
o Ilajur Pederneiras pela margeia .10 ■'ito r i-‫ י‬en tre e sta p rovín cia'
e a de Minas. Desligaba e sta a ld e ia d 1 d ireçã ) de ? r e i Antônio de
Falern■ , que resid e na ald eia dos ;.k:ngoyõs :.’.e Sant - Antônio la ‫י‬
Cruz, no lugar ch?jtnado Cachimbo, Ove te r p ;r ,á r o tjr o pruposto '
F reí J ‫׳‬aquln Ce Ccli rn. p..rgue ■s B ,tccudos ton alguna r iv a lid a d e
'>1.9

com os MongoyÕs e ciúme da resid ên cia que faz entre e ste s o miss_i
n'.ri- . P r i s t o vivcan p'uco s a t is f e it o s com o d ito m issionário ‫י‬
F r e i Antônio de Falerno, a liá s , capelão dos MongoyÕs..." (^‫ע‬u‫נ‬üREI-
R A ,28/5/1853,ras).
Apesar de tollos os argvimentos, ainda demorou a nomeação de um mis
s io n ã r io para a nova ald eia, com‫ )־׳‬podemos ver n este documentos
"Torna-se de grande urgência a ida de ura m issionário para o Salto
do r io Pardo a fim de chamar à c iv iliz a ç ã o por meio de catequese ‫י‬
o s in d ígen as selvagens que infestam as matas próximas â margem ‫י‬
ão d it o r io e mesmo d ir ija os Botocudos aldeados, conforme indica
c> Major P ederneiras, v is to te r o P refeito dos capuchinhos Mandado
r e t ir a r F rei Joaquim de Colorno, que deveria d ir ig ir os d ito s Bo-
tocudos deixando que cont4,nuassem a céfa lo s.
"Consta-me que chegou do Norte, o capuchinho Frei Luis de Grava ,
o qual nEo fará fa lta ao h o sp ício , como me informou o P r e fe ito . *
Convinha, p o is , requisita•^lo para a migsão do S alto do rio Pardo,
Stí V. Exa. houver por bem aprovar esta indicação e d ir ig ir ordens
ao P r e fe ito " . (MADUREIRA,5/10/1854.ms) .
A a lte r n a tiv a encontrada para atender a esses problemas, era a no
meação p r o v iso r ia de r e lig io s o s não-presbíteros como forma de ten
t a r complementar o quadro sempre carente de m ission ários, embcra
funcionassem como a u x ilia res dos m ission ãrios-p resb íteros. xMais ‫י‬
uma vez as d ificu ld a d es enfrentadas para a nomeação de missionãriD
e a construção da estrada que marginava o rio Pardo, levando a ou
t r a s so lu ç õ e s, determinou o abandono do alvdeamento. Os Mongoyõs ‫י‬
voltaram para o seu aldeament‫’ ■״‬.e . rigam e . 3 Botc'cudc: conquista-
.‫'־‬...‫ ל‬f ‫׳‬r.-ja daslica-.'os para ‫ ד‬Barr r. ‫י‬. - Cr.tr^lé, como se podo consta­
ta r :
" . . . Daí fcrani para a Barrn do Católe e f ¡ran 3 e ju i‫־‬Ios por um mis
s io n ã r io , o qual depois seguiu para a ald eia de Cachimb', levando
um an‫ ■'־׳‬fõra da Barra dos C a t-lé s. Carecojn, poip, os Dotocudjs Co
un d ir e to r tenha o t ít u lo que t iv e r , lU dc ajudante ou subdirator
além d-: missic.:nãrio que passa metade do an_‫ ׳‬na p 'voaça■:• do Cachim
bo para atender os Mongoyõs, alem de ter que acudir a outr03 luga
r e s d', r io Pardo para atender a■- :Iajor Pederneiras, quando du su­
as in str u ç õ e s ‫ ׳‬u ond«¿ aparecem selvagens". (:liiDÜREIRZi,23/10/1855 ,
ms) .
220

A p a r tir d esse momento, o d estin o dos Botocudo e Mongoyô do Salto


do r io Pardo confunile-so c rn •3: ‫י י־‬ \ .-b na
d e ia do Cachimbo e da Barra do C atolé. A razão fundamental dessa ‫י‬
situ a ç ã o decorre do insucesso do projeto v iá r io pelo rio Pardo,ncs
moldes pensados pelo Major Pederneiras. Manteve-se, entretanto, o
destacam ento do Salto do rio Pardo, que serviu de núcleo para o
surgim ento de pequena povoação, especializada em atividades comer
c i a i s e de su b sistê n c ia .
T alvez a lo c a liz a ç ã o do aldeamento, na margem d ir e ita do r io Parei)
o ú n ico , a l i á s , tenha influenciado ha decisão de abandonar e sse ‫י‬
aldeamento. A v ia mais u tiliz a d a acompanhava a margem eisquerda do
r i o , onde se localizavam os demais aldeamentos, a ocupação era ma
i s in ten sa e o caminho mais curto. O eixo de apoio u tiliz a d o para
e s t a s viagens era ‫ ר‬rio Colonia ou Cachoeira, enquanto ao su l se
incrementavcim os caminhos ãs margens do rio Jequitionha. Outra di
ficu ld a d e era resu ltan te das d ificuldades da foz do r io Pardo ,que
tornava im p ossível o acesso ao mar. Realizaram-se várias obras na
área, como a construção de numerosos canais, como o da Salsa pelo
r io do mesmo nome, não eliminando, entretanto as d ificu ld ad es exis_
t e n t e s , o que te r ia levado ã opção pelo rio Colonia ou Cachoeira,
ao n o rte, como v ia de penetração do lit o r a l para o in te r io r . Estra
das foram abertas ligando o r io Colonia à margem esquerda do Par­
d o, o que perm itia o p osterio r acompanhamento do seu curso.
Hoje o antigo aldeamento do S alto do rio Pardo ó uma povoação do
‫״־‬u n icin ir lle ?ntiraguá, Angelim, pertencente à m icro-regiao da En
c' s t a Jo ? In a ltc 'o Conquista e tend:> coin ativid ad es básicas a
n jr ic u ltu r a cacauéirn a ‫־‬: Gcuãria, Jovi‫ ״*׳‬às c a r a c te r ístic a s loca
i s r.j fa ix a cví; transiçã'^ entro ; cliraa r‫_״‬I e :‫״‬.‫־‬J. (ID 3 E .\7 .Isl9 3 1 :1 3 ).
Tera 1 1 .1 4 6 habitr!.ntes, senc■’4 .1 3 1 •:‫ ־‬na área urbana c 6 .9 6 2 na área
r u r a l.
O aldeamento mais próximo do Salto do rio Pardo era o da Barra do
C a t,.lé. Cr‫׳‬mo já f o i indicado, ‫ י‬dit..: aldeamento ficava à margem '
esquerda do r io Pardo, na foz do r io Católe. A primeira n o tic ia '
sobre o grupo de Botjcudj• p acificad o na região do Pardo, que s e r i
am mais tardo s itu a :js na Barra do Católe, revela claramente que
oram xn.’ir s qu<:. jã haviam s i ‫ י‬a l ‫'׳‬eados enterirrmente e que, devi
a '.e sa tiv a ç ã '‫ ׳‬-s antigos aldeamentos, ou aj siraplas abandono ‫י‬
.r f a lt a de estím ulos para continuar Cí1;‫־‬n sua a;Jministração, f ‫׳‬.ran
‫ולר‬

’ 3 1 ‫'ר‬cac’'■'?; para 1<‫ ד‬. O seguinte documento torna is s o evidente;


"Dizem os Botocuclos, moradores nas margens do r io Pardo e suas ad­
ja c ê n c ia s, que desejando e le s , os su p lica n tes, de se reunirem na
sua p rim itiv a terra situada entre o riacho C atolé e o de São Pe•»
dro, e a l i na b eira do mesmo r io formarem a sua a ld e ia e coadjuva
rem com su sten to a braços, os canoeiros da im portantíssim a navega
ção do r io Pardo. Portanto, pedem a V. Exa. que se ja servido con­
ceder aos su p lican tes uma legua de terra no lugar acima e s p e c if i­
cado entre o lado d ir e ito e esquerdo do r io Pardo para sua lavou-
ra"(ABAIXO ASSINADO DOS iNDIOS BOTOCUDOS DO RIO PARDO,4 /8 /1 8 4 9 ;ms)
Wn mesmo ano, apÕs terem sido autorizados a escolherem as terras*
onde deveriam se in sta la r , tr e s Botocudos se deslocaram para a re
g iã o em que solicitaram os terrenos para . futura in sta la ç ã o do ‫י‬
seu aldeamento. Iniciaram o trabalho de derrubada da mata e prepa
ro das roças no lo c a l para onde deveriam se tr a n s fe r ir os demais*
membros da comunidade, que naquele momento se encontravam r e fu g i­
ados no Riacho d*Ãgua, na ju risd içã o da V ila de V it5 r ia . (?!"íNICALE,
1849,m s).
As te r r a s para as quais se transladaram os Botocudos, eram c o n si-
<leradas f é r t e i s , salubres, d esertas e de importância e s tr a té g ic a
para o su cesso do comércio p elo r io Pardo. O õrgão responsável pe
l a adm inistração dns aldeamentos da Bahia, no en tan to, ignorava o
número de ín d io s que iriam para o lo c a l. (RELATÕRIO DO DIRETOR GE­
RAL DOS ÍNDIOS,?6/11/1349,m s).
Essa pretensão dcs Botocudos esta v a em concordância cora os j^roje-
to s do Governo P ro v in cia l, que p;‫־‬.r considerar a zona do su l ‘‘a i3a
n ia ccn: ‫ ג־י‬v i t a l imy rtân cia para o lo s envolvimento econômico Ca
i^rovíncia, afirnava a toJ.3 o in sta n te a nGCossi-’.ado :.a c r ia çã ‫ ׳‬Jl¿
n‫■ ׳‬vas a ld e ia s nas áreas do Pardo, Jequitionha, Prado e Mucury (LIMí^
30/06/1853,m s) . Ui^a das j u s t if ic a t iv a s para a implantação d essa s'
n vas a l'e ir .3 era as n o tíc ia s constantes de ataques cora fu rto e ‫י‬
:^ilhagem às f a s e n '.as lo c a is . P‫ ־‬rêra, a grande d ific u ld a d e continua
va sendo ainda a nomeação de m ission ários que efetivam ente d i r i - '
gissem os nov:)S alieamentos (MADUREIRA,28/05/1853,ms) . Podemos com
‫־;־‬rovar ar‫'' ־‬ificu ld ad es enfrentadas n este documento:
"Acuso a rec.cíijção d‫׳ ^׳‬j f i c i o d:e V. Exa. datado do II lo corren te ,
av.- 4 u al respondendo tenho a ü z e r a V. E xa., que, na atualidadü ,
??2

não me ê p o s s ív e l sa tisfa z e r aos desejos 'le V. Exn3 ‫ ־‬daF áí1t ‫ ׳‬r i -


dades lo c a is por não ter indivíduo alyuni d isp o n ív el, o inãxca...^ '
p olo D iretor Geral dos Índios para trabalhar na ãrea do Pardo ,r e s
pondera por s i mesmo a V. Exa.
Igualmente tenho a di?er que se não e s tiv e r errado, a v ila do Pra
do ê pertencente ao bispado do Rio de Janeiro e sendo como eu pen
so pertencen te à Prefeitura do Rio de Janeiro a obrigação de fo r -
neoer o m issionário necessário. Mas, sendo que e la e stá em p en ú -‫י‬
r i a , assim como a daqui, penso em pedir pelo prim eiro vapor ao co
m issã rio que me remeta o seu benep lácito conforme a promessa f e i ­
ta para lae mandar da I t a lia todos aqueles do que nos precisamos ‫י‬
diretam ente para nos 0x1 para aquela província. Para se poder e f e t i
var tudo is s o , é necessário que V. Exa. expresse por o f íc i o a
quantia que determina para is s o e quantos m issio n á rio s quer, a ‫י‬
fim de que eu possa obter com segurança e dar a comissão n ecessã -
r i a , Ê o quanto tenho a d izer a V. Exa., que Deus guarde por mui­
to s anos". (PANICALE, 19/10/1853) .
Ho mesmo ano, chegou ã P refeitu ra da Bahia F rei Luis de Grava,que
imediatamente f o i tran sferid o para a região do Pardo, apõs r e c e -'
bor dotação e sp e c ia l de 300$000 da Tesouraria Geral.(PANICALE,28/
1 0/1853,m s).
A implantação dos trabalhes no novo aldeamento f e z - s e com grande
ra p id ez, de modo que jã no an:> segu inte Frei Luis de Grava s o l i c i
tava a ; D iretor Seral d‫׳‬.j.o In li-.s a in.licação d>= um ferr^í.ir•‫״ ״ ״‬ao
fabrique e con serte ferramentas da3 a ld eia s d•‫ ׳־־‬r io C at.;lé, r. d o s’
Mongcyõs d ir ig id a [:or ?rei Rainero de Ovada e a d ‫׳‬s 3 ) t jcudc-s, d¿
r iy id a p:!r F rei Luis de Grava, e vã ensinando aos ín d io s a'.u'les-'
ca n tes e sta o f íc io tão n ecessá rio aos lavrad ores, c m ‫־‬:■ rep resen ta
o P r e fe ito da Puedade. ". . . (:>4/iDÜREIBZi, 13/12/1354 ,ms) ,
Ja em 1055, no r e la tó r io apresentado pelo D iretor Geral dos In d i­
' %
js Presidiente da Província, a a ld eia de Barra do C atolé era
assira d e sc r ita s
"C ntêm 125 in d ivíd u os cat^GSElen‫י־׳‬s regidos por um m ission ário ca -
_.uciiinh3 it a lia n o . Frei Lpis de Grava, o qual vence a qSngrua de
6200O? •2 ‫■י‬elo co fre g e r a l. As te r r a s não estão medi-las e ccrao não
têm v iz in li. s , nã‫ ׳‬se 3abe a extensão quvj e la s p.>uerã ■ :•cu;:ar. Es­
t e s in d ígen as são trabalha.:’. 5res & t5m plantado muita mandi‫׳‬,)ca e
223

o u tro s a r tig o s de alim ente". (MADüIffilRA,31/1/1855?ms).


No mesmo ano o aMeamento da Barra do Catolé f o i envolvido no pro
j e t o de construção da estrada en tre Ilhéus e Minas Gerais ,que e s ­
ta v a sob a responsabilidade do engenheiro Inocencio Veloso Peder­
n e ir a s . A id a do Major-Engenheiro para a Corte, obrigando-o a a­
bandonar a obra, resultou na entrega da obra aos m issio n ã r io s-d i-
r e to r e s dos aldeamentos lo c a is . A e str a te g ia adotada f o i a de fa■^
ger com que cada agrupamento co n stru isse a parte da estrada que ‫י‬
l i g a r i a um aldeamento ao outro, Era iima forma de engajcimento com-
p u lsõ r io da mão-de-obra indígena na implantação da in fr a -e s tr u tu ­
ra v iá r ia , o que garantiria economia s e n sív e l de recu rsos, que de
ou tra forma seriam dispendidos em maior volume com a contratação'
-3 -‫ י׳‬n a c io n a is. O argumento a favor de t a is medidas era a de in c r e ­
mentar a c iv iliz a ç ã o dos ín d io s, j.ã que assim aprenderiam com ma­
i s rapidez o f í c i o s “c iv iliz a d o s" , além de estimularem o contacto
com n a c io n a is, leveindo-os â aquisição de novos h á b ito s. Na r e a l i -
Qade, a medida in s e r ia -s e teuaabâ® no quadro da p o l í t i c a in d ig e n is­
t a mais amplo, que estimulava o afastamento dos ín d io s dos seus ‫י‬
t e r r it ó r io s , o que provocava grave d esa rticu la çõ es na sua organ i­
zação s o c ia l, econômica e p o l ít i c a , levando-os a um processo de
d esca ra cteriza çã o mais rápido. Posteriormente e s s a s transformações
serviriam 3.‫ י‬j u s t if ic a t iv a para a elinin^ção ’ ‫ >־‬aldeam entj, e , ‫י‬
consequentemente, a incorporação individual e d e f in it iv a dos Indi
os cono trabalhr.doros braçais assalariados ao mercado lo c a l, e ^a
de suas te rra s ao patrimônio púíjlico; ou ao de p a r t i ^ l a r e s , caso
jã houvesse colonos na região, restando aos ín d io s , no máximo, o
d ir e it o ao acesso de alguns lo t e s fa m ilia res.
O argumento u3a,to r:íais una vez era o .1‫־‬ü quo pr.'-n./Von^.o a lig a ç ã o '
entrti as alJ.3ias f a c ilit a r ia o socorro mútuo J g v ív eres era cas ‫כ‬
de doenças, ou de ataques de outros ín d io s, não aldeados, como po
demos compr‫־‬jvar ‫ נ־־ת‬trecho do primeiro texto abaixo apresentado e
na ín teg ra do segundo, no q u al, in c lu siv e é e x p lic ita á o o pagamen
to fornecido aos índivs .jue trabalhavam na abertura das estrad as;
. . . ‫״‬Julgo muito urgente a abertura .;‫׳‬. essa estrada de Ilhéus para ss
!lin a s, principalm ente aquela cue comunica a a ld e ia de Sao Pedro tfe
A lcântara c ‫ ׳‬m a do C atolé, ficandr> a administração d este se r v iç o '
a cary. -‫ ’־ י‬muitr en êrgic.‫ ׳‬e sel.jR;■ m issionãrir de Grxo Pedro de 711-
câ n ta ra . F rei V icente Maria de .‫׳‬Irco les, pcdend:■ e le d ispender ate
224

‫*־‬uG^Oúu, quo rtíceberã a..iantados e o mais que for p o ssív el no res­


to <30 corren te e x e r c íc io . 0 trabalho se estenderá nas dezoito . lê
guas que hã en tre as ’ita s a ld e ia s , cujo i s o l a m e n t o é muito preju
d i c i a l aos in d ígen as, como aconteceu em janeiro do ano passado ‫י‬
que não houve meios de socorrer aos índios de Catolé atacados de
p e s te e fone senão pela estrada de Nazareth â V itó ria e desta a
C atolé nima d istâ n c ia de sessen ta íêguas. Entretanto, se e sta e s­
trada aberta p e lo Coronel F elisb erto Gomes Caldeira e s tiv e s s e em
bom estado de conservação t e r ia sido mais f á c i l ao m issionário da
a ld e ia de São Pedro de Alcântara, provido de fcurinha e legumes ,so
co rrer à outra no espaço de d o is dias porque não passa de dezoito
légu as a d istâ n c ia entre uma e outra ald eia . Peço, p o is, a V. Exa.
a au torização para fornecer os 400$000 ao d ito m issionário e en‫' ־‬
ca r reg ã -lo de melhorar a estrada entre as duas a ld eias com e sta ‫י‬
qu an tia e com o mais que for necessário neste e x e r c íc io .
"Da mesma so r te ê indispensável abrir comunicações entre a ald eia
de C atolé, em que estão os Kamakã, sob a direção de Frei Rainero
de Ovada, e a de Botocudos da Darra, que no r io Pardo faz o mesmo
riach o C atolé, sob a direção de Frei Luis de drava, cuja a energia
e d isp o siçã o afiançam trabalhos muito p roveitosos" . ('1ADÜREIRA,25/
01/1055;m s).
"“lo'.rosontei ao üxiric. antecessor .‫י׳‬e V. Exa. quo ara necessário au
to r iz a r aos m issionários f.as ald eia s de 8‫ סד‬jPec.ro iilcántara, c
‫״‬o C atolé e ‫■ ב‬Ia Darra do Cat''lé a a:;rirur.1 conunicação f á c i l un-
t r e as ’i t a s ald eia s para se prestaren mútuos socorros e f a c ilit a :
o comércio entre Conquista e Minas pelo rio Pardo g fu i autoriza-
a fornecer ao m issionário do Furra.la's ou Sa‫ ״‬l^cCro
A lcântara, e ao /.a Larra do CatC'lÚ, n-• r i .‫ י‬Par ‫־‬o para cs
tra.jalhos .oistas estradas ¡.‫'ע‬r o f íc io ds27 ‫ ־־‬de a b r il pr3‫׳‬t t‫־‬r ite .

"Faltou-me propor a quantia juo deveria ser fornecida ao Frei Rai


nero de Ovada, m issionário da a ld eia de C atolé, com a qual tem de
com unicar-se ambas as outras d ita s estradas. Proponho, portanto,'
que V. L'xa. autorize-me a forn ecer-lh e 9‫־‬i$0C0 que é quanto poderá
e l e gastar com economia nc‘S laeses de nai ) e junho deste ano.
"O d ir e to r da n:va aldoia de Santa RoSa estab elecid a na estrada ‘
.^ue abriu en 1050 .’a Casca para a Conquista, representou-se veru^
mento, em Valença e disse-me que era necessário cuidar coia p ron ti-
225

dao da conservação da d ita estrada na extensão de 9 leguas porque


a vegetação espontânea do lugar vai tornando in ú t il o serviço que
s e fe z e se obrigava a fa z ê -lo com v in te Índios diariamente, dan­
d o -lh e s apenas uma ração de farinha na razão de cera r é is e dez 1£
bras de pólvora e chumbo para caçarem e fazerem provisões de caça
Nos meses de maio e junho a despesa das rações não pode exceder ‫י‬
de 100$00ü, os quais podem s a ir assim como os 94$000 que peço pa­
ra o se r v iç o da estrada de C atolé. O ñinheiro deverã ser retirado
daquele que estava destinado para ser aplicado para os m isteres ‫י‬
das estradas do su l da província que o Major Pederneiras não pode
em pregar por te r ido para a Corte. Esta quantia f o i retirada ,por
ordem da P rsid ên cia, da verba da catequese e do Cofre Geral» As
dez lib r a s de pólvora e chumbo po:leria V. Exa. mandar fornecer ao
d it o d ir e to r João de Souza Santos pelo Cofre P ro v in cia l, caso se
esgotem os d o is contos de r é is do Cofre Geral. (MADUREIRA,4/3/1855,
m s).
As enchentes do rio Pardo obrigaram Frei Luis de Grava a r e t ir a r ’ '
os ín d io s da Barra do Catolé, levando-os mais para o in te r io r , on
de foreim acometidos de m alária, sendo tratados com re!nédÍL)S home-
o p ã tic o s comprados em Salvador. O abandono Zo aldean¿ntj implicou
.^n s é r io s p reju ízo s jã quo, na fuga desordenada, abandonaram as ‫י‬
suas ferrâmentas -‫״‬e trabalha, que teriam sido apanhaJ‫׳ ׳‬s pelos gru
p .3 não-^aldead ^s ao visitarem a área d: al.leamont'j aL.andonado pro
visoriam en te (íiADüREIPJi, 5/7/1 3 5 5 ;ms) .
k‫ '־‬mesmo ano alguns Botocudos, que viviam até então no alheamento
dt; Cachiiabo, mu;".aram-se para a Barra do Catolé ao serem abandona-
;..)3 pele: seu m issionário Frei Joaquim de Colorno, que por não ser
presliTter■‫ ;־‬era su: ervisionadc; por Frei Francisco de Falerno. Cora‫׳‬,)
:’r e i Luis e Grava :■rccisasae v is it a r outra al.^eia, os índi->r> vr■!
taran :;ara ‫ כ‬CnchimbJ, mas ao encontrarem a l i o m issionário viven
do com b r a s ile ir o s , voltaram raais uma vez para a !Larra do C atolé.
(I^mDÜREIRA, 29/10/1855;‫״‬is) .
O surgimento de Indios botocudos na área da v ila do Prado cri!'.u ‫״‬
um s e r io impasse quanto ao d estin o ddé■ recém-contactad;.‫י‬s . Urna ‫׳׳‬n -
ção era a de c ria r novas a ld e ia s na zona lIo Jequiii^lonha, e outra
a de e f e t iv a r a transferen cia dos Qptocu.los para a aldeia da Bar­
ra do C atolé, onde passariam a v i ver s;■:. a administraçã■‫ ׳־־‬de Frei
226

L uis de Grava, juntamente com os outros já aldeados anteriormente.


(IlADUREIRA, 2 0/10/1856 ;ms) .
Porém, o surgimento constante de grande quantidade de indios não-
aldeados às margens do r io Pardo, determinou com que se .abando-’
n a sse a id é ia de os trazer do Prado para a a ld eia de Barra do Cato
l é . Em compensação, o m issionário deste aldeamento f o i encarrega­
do de promover o contacto e aldear os indios dessa áreas
"Sobre a p etiçã o do Major Inocencio José de Castro da V ila de Ca-
n a v ie ir a s na qual requisitada iMiia força m ilita r e a licen ça para
dar entradas ñas matas da margem do rio Pardo e correr com os s e l
vagens que as ocupam e muitas vezes delas saem para h o s tiliz a r
o s fazendeitros, o que tenho a informar, em execução do despacho '
de V. Exa. de 19 de maio, que hoje foi-me apresentado por parte '
dos s u p lic a n te s, é o mesmo que hã um ano passado informei contra
ricJiaente no o f íc io do ju iz municipal e o delegado da d ita v il a de
C an avieiras. Nele requeria ig u a is meios de v io lê n c ia contra os ‫י‬
se lv a g e n s, pronunciando-ae contra a ressurreição deste reprovado
sistem a de tr a ta r os índigenas com h o stilid a d es ou de chamã-los '
por força à c iv iliz a ç ã o .
"A catequese por meio dos m issionários capuchinhos ê o meio m ais’
e f ic a z de a lic ia r os indígenas e o que a humanidade aconselha. Po
de V. Exa. mandar que o m issionário da aldeia dos Dotocudos, e sta
b e le c id o na barra que faz o riacho Catolé no d ito rio Pardo, Frei
L uis de Grava, passe aos lugares indicados pelo suplicante e acom
panhado de alguns moradores •que vão pacificam ente sem ânimo de h;^
t i l i zar os ín d io s com o p resteg io da r e lig iã o c a tó lic a a se aid e-
arem e viverem p a c ífic o s . A ida de Frei Joaquim de Colorno para a
a ld e ia de C atolés a fim de seirvir de ajudante do d ito m issionário
e s u b s t it u í- lo em suas p eriód icas ausências teve em mira fa c ilita ç
sem p reju izo da aldeia dos Dotocudos, a missão mais profícua do '
d it o F rei Luis de Grava .-;:ue é a de percorrer as margens do rio ‫י‬
P ard í, in festa b a de selvagens e tentar a cate-juese e aldeamento '
Ce algumas h‫ ^׳‬rdas. Neste caso, estão as de que c suplicante quei-
x a -n e. Esta devo ser em minha o p in iv ã o a providência, contudo, V.
Exa. lh e d e fir ir ã cono achar mais conforme à tranquilidade dos fa
zen d eiro -3 sen ■fensa da humanidade ^ue se deve respeitar nas pes-
s.jas dos indígenas que tên ig u a l d ir e ito a sua conservação". (^íADü
REIHA, 30/5/1356;m s).
227

Os problemas começaram a su rgir para o aldeamento da Barra do Ca-


t a l é cora o abandono sofrido p elo s índios com a retirad a de F rei ‫י‬
L uis de Grava, que considerava mais in teressa n te o e x e r c í c i o de
sua a tiv id a d e junto aos nacionais (I4ADUREIRA, 19/12/1856;ms) . A so
lu ção encontrada fo i a de e fe tiv a r o ajudante, F rei Joaquim de Co
lo r n o , como e fe t iv o administrador da Barra do C atolé, devendo FreL
L uis de Grava, temporariamente, a s s i s t i r as a ld e ia s da Lagoa do ‫י‬
Rio Pardo e a de Catolé, além daquela da Barra. (MADÜREIRA,2 4 /7 / '‫׳‬
1857;ras). As ativid ad es desenvolvidas continuavam a ser basicamen
t e as da a g ricu ltu ra , corte de madeira, serv iço s como remeiros acs
v ia ja n te s do Pardo.
Dovido a p o lít ic a aplicada à ãrea, que promoveu a rápida desinte^ \
gração das comunidades indígenas lo c a is , o aldeamento de Barra do
C atolé f o i e x tin to , na p rá tica , quando seus o b je tiv o s foram a tin ­
g id o s: a incorporação dos ín d io s , como trabalhadores, e das terras
como futura ãrea de expansão para os colonos, que já começavam a
p la n ta r cacau nas margens do r io Pardo. Supomos que aqueles índics
que porventura não se integraram como trabalhadores a ss a la r ia d o s ‫״‬
foram tr a n sfer id o s para outros aldeamentos da região; S alto do rio
Pardo e Santo Antônio da Cruz (LIMA, 1856 ,ms) , o que im plicava em
aconômia jã que reduzia o número de côngruas pagas a m issionários.
Barra do C atolé é hoje uma pequena povoação do municipio de Itape
tin g a , pertencente à m icro-região P a sto r il de Ita p etin g a , sobre a
qual não temos maiores in fo 1‫ד‬aações ou dados e s t a t í s t i c o s .
A a ld e ia mais próxima desta é a de C atolé, situ a d a na foz do r ia ­
cho C atolezinho com o C atolé. Era habitada por ín d io s Mongoyõ e
situ a v a -s e na e s t ‫ •־‬.a entre Ilhéus e Minas G erais, da qual foram
os p r in c ip a is construtores.
E sta a ld e ia f o i contruida no in íc io da década de 1820, p rovável-'
niente por inspiração de Antonio Dias de Miranda, que apõs combata:
duramente ;s Kamakã e os Mongoyõ da região de V ito r ia da Conquis­
t a , criou aldeamontos na margem es ju er’a do r io Pard >. lia is lama ‫י‬
vez 03 ^!jjetivos a serem alcançados pelos aldeamentos eram o de '
li:>jrr.r a arí^a para a ox]^-ansão econômica de seus conquistadores ,
¿ pr‫״‬J0 arar os ín d ic s , em wspaço aprrcriado e soi> direção avlequada,
para .> e x e r c íc i‫ ״‬das ativid ad es c. n si ‘.oradas p r io r itá r ia s para o
desenvolvim ento da região. C >nsiderava-se :jue a presença em gran!fe
220

número de in d ígen as mais gue j u s t if ic a v a a cria çã o e manutenção *


dos aldeam entos lo c a is , considerando-se os grandes se r v iç o s que
poderiam p r e sta r na abertura e conservação da e str a d a , o forn e­
cim ento de gêneros a lim e n tíc io s aos v ia ja n te s , o combate aos de
niais ín d io s não-aldeados (como os Botocudo e Pataxõ) , além do
seu uso por p a r tic u la r e s em se r v iç o s gue interessavam diretamen
t e ao desenvolvim ento das propriedades.
O uso ind iscrim in ad o do trabalho in dígen a, os problemas de saú­
d e , a desagregação s o c ia l r e s u lta n te s da o rien ta çã o da p o l í t i c a
in d ig e n is t a determinaram com que em 1852 se p en sa sse na p o ssib ^
lid a d e de e x tin ç ã o desta a ld e ia . Os ín d io s que a l i resid ia m , e
iue em 1350 eram computados em 150 "ainda quase todos selvagens"
.(MADUREIRA,1n/01/1851,ms), deveriam ser d eslocad os para a a ld e ia
de Santo Antonio da Cruz, com o que se o b te r ia economia de recur
s o s (ÍIADUREIRA,3 /1 1 /1 8 5 2 ,m s). Podemos também p en sar, embora não '
h a ja dados, na p o ssib ilid a d e de p ressõ es e x ercid a s por p r o p r ie tâ
r io s lo c a is .
lío mesmo ano de 1852, deu-se a nomeação de um novo m issio n á r io ,
e os e stím u lo s criad os com as m od ificações econôm icas, r e s u lta n ­
t e s da in t e n s if ic a ç ã o do com ércio en tre Minas e o l i t o r a l b a ia n o ,
tornaram o b s o le ta a d ecisã o de t r a n s f e r ir a população do a ld e a - ’
m ento. Novas s o lic it a ç õ e s de verbas foram f e i t a s e a te n d id a s ,d e -
monstrando claram ente o in t e r e s s e do governo p r o v in c ia l em manter
em funcionam ento de C atolés
"F rei Rainero de Ovada, m issio n á r io dos ín d io s da a ld e ia de Cato
1 5 , requer a d iá r ia de $5C0 para um in d ivíd u o que o ajuda in c e s ­
santem ente na d ireçã o dos tr a b a lh o s a g r íc o la s a que p r e c is a ac 0 £
turnar os ín d io s e na cateq uese e en sin o da d o u trin a c r i s t ã . Sou
de o p in iã o que ê muito n e c e ss á r io e s s e ajudante e que s ir v a p r in
c ip a lm e n te de f e i t o r para os tr a b a lh o s de campo, nos q u ais o s ín
d i o s , que são m uito in d o le n te s , e não prosperam senão aguilhoados
p or um f e i t o r gue os não d e ix e nem por um momento durante o s e r ­
v i ç o . A d iá r ia de $500 ê módica e deve s e r co n ced id a , v i s t o que a
v erb a de c a te q u e se e c iv il i z a ç ã o dos ín d io s tem sobras no corren
t e ano. Por e s t a últim a razão parece-m e co n v en ien te que V. Exa.
mande dar ao d it o m issio n á r io a ajuda de cu sto de 80$000, que e is
d is s e -m e p r e te n d ia p ed ir para a sua viagem , p o is é uma j u s t a r e ­
muneração das p r iv a ç õ e s que tem passado e s t e m is s io n á r io desd e ‫״‬
que toraou posse da missão de catequisar os Kamaka e Mongoyõ em s í
t i o s tão ermos e desprovidos até do necessário à su b sistên cia por
tã o minguada congrua” (MADUREIRA,9/11/1852?ms) .
üma das razões do medo e d ificu ld a d es alegadas constantemente pe­
lo m ission ário era o isolamento em que v iv ia o aldeamento. Consi­
derando sempre a p ossib ilid a d e de serem atacados por outros g r u -'
pos indígenas da região do Pardo - Kamakã, Botocudo e Pataxõ ‫ ־־‬vã-
r io s dos indicados pediram a sua tran sferên cia para outro centro
mais próximo dos povoados nacionais ou de q u a té is, ou mesmo de ou
tr o s aldeamentos de onde pudessoa receber socorro em caso de a ta ­
que (WANDERLEY,l/3/1853,ms) .
A carência de m issionários para atenderem simultaneamente aos a l-
cleamentos já s o lid ific a d o s e às novas fren tes de conquista e ca te
quese de ín d io s , determinava com que propostas de fusão de a id e -'
ia s fossem uma constante na correspondência ad m inistrativa gover­
namental. Asiim , por exemplo, era 1853 o D iretor Geral dos ín d io s'
da Bahia propunha que se tr a n s fe r is s e a população do aldeamento '
de Santo Antônio da Cruz para Catolé na te n ta tiv a de lib e r a r um
frad e capuchinho, que deveria seguir para as matas do Prado, onde
d ev er ia cateq u isar um grupo de indígenas #que estariam "infestandcf‫י‬
a r eg iã o e pondo em risco suas p o ssib ilid a d es de desenvolvim ento.
(ílADUREIRA, 4 /11/1853,ms)
Porém, a importância do aldeamento de Catolé numa região que co­
meçava a t e r grande relev â n cia , devido ao comércio e sta b e le c id o '
en tre Minas Gerais e o l it o r a l da Bahia, determinou que a D ireto
r ia Geral dos ín d ios op tasse, no ano seg u in te, p elo aumento da '
côngrua do m ission ário que a l i trabalhava, como forma de g a ra n tir
a sua fix a ç ã o . O ferecia‫־־‬se ainda a contratação de um fe r r e ir o que
d ev eria atender os dois aldeamentos do r io C atolé. As funções pra
v i s t a s para e s t e fe r re ir o eram não sã as de fa b rica r as ferramen­
ta s n e c e ssá r ia s às ativid ad es dos ín d io s, como também as de e n s i­
nar os ín d io s o e x e r c íc io d e sse " o fíc io tão n ecessá rio aos lavrado
res" (MADUREIRA, 13/12/1854;ms) .
Em 1855 a a ld e ia de Catolé é d e s c r ita como tendo uma população de
106 Mongoyõ, vivendo em te r ra s não medidas, das q u a is, por não '
terem v iz in h o s , se desconhecia a extensão, já que os seus lim it e s
eram a mata virgem sobre a qual ninguém tinha domínio. 0 fu tu ro '
• p r e v isto para o aldeamento era o de se tornar um centro
23Ü

_-. ‫ ״יג‬Ciiiiaentoa, ■-‫ ׳‬que lh a s p e r m itir ia e x e r c e r uma das fu n -


ç o e s p en sa d a s p ara cs aldeam en tos l o c a i s , a de s e r v i r de ponto de
a p o io e c e n tr o de a lim en tação para as tro p a s de com ercio (MZ\DÜREI-
R A ,3 1 /0 1 /1 8 5 5 ,ms) .
Em 1 8 5 5 , a r e t ir a d a do Major P e d e r n e ir a s determ inou que a verb a ‫י‬
que lh e h a v ia s id o d esign ad a p ara a d m in istra çã o f o i d i s t r i b u id a ‫י‬
e n t r e o s m is s io n á r io s dos ald eam en tos de F errad as e o s de C a t o lé ,
i n i c i a l m e n t e , a fim de que e s t e s , m ob ilizan d o e s t e s r e c u r s o s e a
m ã o -d e -o b r a in d íg e n a de que dispunham , c o n str u íss e m a e s tr a d a (MA
D U R E IR A ,25/04/1855,m s). Mais t a r d e , por su g e s tã o do D ir e to r G era l
d o s í n d i o s , também o aldeam ento de Darra do C a t o lé * f o i e n v o lv id o
no p r o c e s s o de c o n str u ç ã o d e s s a e s tr a d a , elem en to e s s e n c i a l p a ra
a e x p a n sã o d os grupos n a c io n a is e a d e s a r t ic u la ç ã o das com unida- ‫י‬
d e s in d íg e n a s que a l i residiam(IIADÜREIRA,4 / 3 /1 8 5 5 ,ms) .
Os in v e s t im e n t o s aumentavam no aldeam ento de C a t o lé , o que i n d i c a
q u e a a l d e i a c o n tin u a v a a r e p r e s e n ta r um p a p el im p o r ta n te p a ra a
in c o r p o r a ç ã o da á r ea ao dom ínio da so c ie d a d e n a c io n a l. Em 1855 fa l
s o l i c i t a d a v e rb a p e lo m is s io n á r io para"a c o n str u ç ã o de um engenho
c a p a r a f a z e r rapaduras e mel d a s canas que o s í n d i o s têm p la n t a ­
do" (MADÜREIRA,5/07/1855?ms) . F o i s o l i c i t a d a tambéip v e rb a p ara a
com pra d e um ta c h o de cobre p a ra c o z e r ra p a d u ra s, no que f o i a te n
d i d o , c o n s id e r a n d o -s e que t a l ald eam en to d e v e r ia s e to r n a r a u t o - '
s u f i c i e n t e e , s e p o s s í v e l , g e r a d o r de r e c u r s o s que se ria m adm in i^
t r a d o s p e l o m is s io n á r io e a p lic a d o s qu ase sem pre na c o n s tr u ç ã o de
i g r e j a s , c a p e i a s , param entos r e l i g i o s o s , m e lh o r ia de cam inhos e
e s t r a d a s ou conçjra de roupas p ara os ín d io s (IIADÜREIRA, 5 / 1 2 /1 8 5 5 , '
ms) .
No ano de 1856 o aldeamento de C atolé é indicado como tendo ?)3 in
d íg en a s e mais uma vez é apontado o receio dos m issio n á rio s dc qiE!
ataq u es de ín d io s "bravios" colocassem em r is c o suas vidas e a dcs
ín d io s . Apresentava mais uma vez a sugestão de extinguirem o aid e
.amento e tran sferirem a população para os aldeamentos de Santo An
tô n io da Cruz ou Ferradas. No en tan to, por co n sid era r-se a reg iã o
como p r io r it á r ia para o desenvolvim ento da P ro v ín cia , e de e x tr e ­
na im portância o trabalho de acomodação desenvolvido p elo s m is s i-
c n ã r io s nos aldeam entos, a op in iã o do Governo P r o v in c ia l f o i mais
uma vez co n tr á r ia â s o lic it a ç ã o dos m issionários(LIM A,1 4 /0 5 /1 8 5 6 ‫ן‬
ms) .
Podemos observar que, no caso e s p e c ific o de C atolé e alélelas c i r -
c u n v iz in a s, um dos p rin cip a is elementos de oposição â manutenção
dos aldeamentos era a in s is tê n c ia dos m issionários em sua elim ina
ç ã o , o que j u s t if ic a r ia a sua liberação para o trabalho junto as
comunidades n a cion ais, objeto p referen cia l de sua m issão. Cremos
mesmo que, muitas vezes, a ân sia de trabalharem em núcleos urbancs
n a c io n a is, onde as condições de vida eram mais f á c e is , fa z ia com
que alterassem observações e dados da realidade v iv id a p elos aide
amentos, no sen tid o de mais rapidamente conseguirem sua extin ção'
e assim serem lib erad os. N isso , não eram atendidos porque a o rien
tação dominante na epoca f o i a de que"a catequese por meio dos '
m issio n á rio s capuchinhos é o meio mais e fic a z de a lic ia r os indx-
genas e o que a hvimildade aconselha" e de que seriam capazes com
o " p r estíg io da r e lig iã o c a tó lic a levarem-nos a se aldearem e v i ‫■־‬
verem p a c íf ic o s ” (MADÜREIRA,30/05/1856,ms) ‫־‬
Apesar das d ificu ld a d es geradas com a redução da verba de cateque­
se para a Província da Bahia ‫ ־־‬no ex ercício de 1852/53 a dotação'
havia sid o de 4s000$000 e no ano de 1854/55 fic o u era 2 .0 ‫־‬G0$000 (-MA
DUREIRA, 15/09/1856 jms), o governo p rovincial sempre procurou en‫■־‬
contrar formas a ltern a tiv a s que permitissem su p rir as r icessidades
de in vestim en tos nas estradas que os índios construiam sob a d ir e
ção dos m issio n á rio s. Assim, nesse mesmo ano f o i destinada uma v ^
ba suplementar de 700$000 para a construção de pontes n ecessá ria s
na estrada Ilhéus-M inas Gerais e 500$000 para a conservação dos '
trech os jã abertos em anos an terio res (MADüREim^,30/09/1856?ms) . A
solu ção encontrada era termos adm inistrativos f o i a de recolh er a
renda dos aldeamentos do norte da Província, que jã se encontra-'
vam parcialm ente arrendados a não-índios para ap licação nas áreas
consideradas p r io r itá r ia s (MADUREIRA,20/10/1856;ms) . A ltern a tiv a s'
•Irat. tip c juo no3 permitem co n clu ir que a catequese não representa
va ônus d ir e to para os Governos P ro v in cia is, mas podiamesmo func¿
onar como mecanismos gerador de recursos a p lic á v e is em investim en
to s de grande in te r e sse para a sociedade n acion al, fo sse p elo uso
das ter ra s das comunidades em e sta g io mais adiantado de con ta cto ,
ou p ela apropriação do trabalho indlgema em troca de alim entação'
p r e c á r ia , ferramentas e m aterial para o e x e r c íc io da caça. Algumas
v e z e s , os recursos para a continuação das estradas erám retira d o s
da economia f e i t a com a exoneração de um m ission ário e a ex tin çã ‫נ‬
de aldeam entos, dos quais a população era transferida para outro' ■
alaeamanto situado em ponto mais estratégico em termos econômicos,
e , ou, m ilit a r e s , e que por is s o mesmo não podia ser desativado '
n e sse momento (Mi\DUREIRA, 19/12/1856 ,‫־‬ms) .
As medidas adotadas de contenção de despesas, aliadas às d if ic u l-
dados de nomeação de m issionários s u fic ie n te s , determinaram no a­
no de 1857 a sald a do m issionário de Catolé para su b stitu ir o de
Ferradas, que kavia se retirado para Salvador. Assim ficou apenas
um m issio n á rio para atender aos alceamentos de Barra do Catolé ,La
goa do Rio Pardo e Catolé, o que fa c ilito u o avan^c5tlla comunidade
n a cio n a l soí^re as terras da comunidade (MADÜREIRA, 24/07/1857?ms) .
O e f e i t o im ediato dessas medidas fo i a fuga dos ín d io s , que passa
rain, de forma desordenada, a ocupar as margens da estrada V itó ria -
I lh é u s , o que era até considerado p o sitiv o por parte do governo ‫י‬
p r o v in c ia l, p o is e ste considerava esta vima p o ssib ilid a d e de so lu ­
ção par?- o p r in c ip a l problema da estrada, o fa to de ser deserta.
Porém, como a ocupação desordenada e dispersão dos índios não es­
ta v a de acordo com os moldes p o lític o s pensados, a solução f o i a
de se tr a n s fe r ir o aldeamento de Catolé para a área daquele que '
e x i s t i a ãs margens do rio Salgado tid o como mais adequado para o
e x e r c íc io das atividades de apoio ao comércio entre Ilhéus e VitÕ
r ia da Conquista (ÍIADUREIRA, 30/06/1358!ms) .
A s itu a ç ã o de to ta l abandono v iv id a p e lo s ín d io s , que im p lic o u na

su a d is p e rs ã o p e la s áre a s c irc u n v iz in h a s ã e s tra d a , p ro v o c o u ro -

ç õ e s n e g a tiv a s p o r p a rte dos m o ra d o re s do D is trito do V e rru g a , que

e la b o ra ra m um a b a ix o -a s s in a d o d irig id o à C â m a ra M u n ic ip a l da Im p e

r i a l V ila da V itó ria p a ra que e s ta in s ta s s e , ju n to ao g o v ern o p ro

v in c ia l, no s e n tid o de o b te r o re lo c a m e n to de F re i L u is de G ra v a

n a a d m in is tra ç ã o dos a ld e a m e n to s ^ a re g iã o , que " tê m de e n fre n ta r

o tr â n s ito da e s tra d a dos Ilh é u s " . C aso o c a p u c h in h o s o lic ita d o '

n ão p u d esse s e r re c o n d u z id o , in s is tia -s e na p o s s ib ilid a d e de nom e

aç ão de um o u tro , já que os ín d io s do a ld e a m e n to de C a to lé se re ­
cusavam a m udar p a ra q u a lq u e r o u tro l u g a r . ( A B A I X O - A S S I N A D O ,6/06 /
1360?m s).
F a re c e -n o s qu e ta l p e d id o , a p e sa r de de re c e b id o p a re c e r f a v o r á ‫'־־‬

v e l, não chegou a se c o n c te tiz a r a c u rto p ra z o . Os ín d io s c o n tin u

ara m p o r a lg u m te m p o a se d is p e rs a r p e la s m a rg e n s da e s tra d a em '

b u sc a de o p o rtu n id a d e de tra b a lh o s nas ro ç a s dos fa z e n d e iro s que


jã haviam se in stalad o na região. Os ataques constantes dos "bra­
vios" Pataxõ as estradas e roças determinavam a fuga da população
n a c io n a l, e o uso dos p a c ífic o s Mongoyó do antigo aldeamento co­
mo com batentes. A nova meta a ser atingida na região era a de com
b a ter os in d io s não-aldeados ‫״‬que vagam pelas f lo r e s t a s , assustan
do os colonos que se instalam à margem das estradas e em reg iõ es'
mais afastad as da província”. Considerava-se ainda que, devido à
f a l t a de recursos para aplicação na catequese dessas novas "hordaS
a medida a se r adotada era a de vender as terra s de antigos a id e-
amentos que jã tivessem cumprido seu o b je tiv o , para assim se con­
seguiram recursos necessários para a criação de novas a ld e ia s . '
(HENRIQUES,01/03/1872;ms) .
A situ a çã o c r ít ic a vivida p elo s aldeamentos lo c a is , ^ denunciada‫י‬
p e lo D iretor Geral dos índios(VISCONDE DE SERGIMIRIM,7/02/1875) ,
detrruinou a nomeação do engenheiro Manoel Joaquim de Souza B rito
para a r e a liz a çã o de um orçamento das obras que deveriam ser rea­
liz a d a s nos aldeamentos de C atolé e Cachimbo, apontadas como in d ^
p en sáveis para que retomassem suas funções de centros catequisado
r e s de novos grupos "hostis" a p a rtir do apoio fornecido p ela po­
pulação indígena que a li r e s id ia e havia criado uma in fr a -e str u tu
ra(SÃO SEVERING, 10/03/1875;ms) .
Um r e la tó r io do ano de 1876 n o t if ic a desta forma a e x is tê n c ia do
aldeamento de Catolé;
"Acuso recebimento do o f íc io de V . Exa. datado de 29 de f e v e r e i­
ro próximo passado pedindo-me novas informações das a ld eia s de Ca
t o l é e Cachimbo, sobre a sua lo c a liz a ç ã o , qual o número, proceden
c ia e a ocupação de seus h a b ita n tes, a probabilidade de aumenta-‫י‬
lo s p ela a q u isiçã o de n e ó fito s e outras c ir c im s tâ n c ia s, que demore
trem possuirem aqueles estabelecim entos r e fer id o s para se desenvol.
verem e prosperarem.
"A a ld e ia de Catolé ocupa urna bonita posição p ela razão de que d^
t a a ld e ia ê situ ad a sobre urna pequena co lin a perto^do r io C atolé'
e o seu terren o é f é r t i l p ela sua eminente lavoura de mandioca,m¿
I h o ,f e i j ã o , arroz e café além de outros gên eros. O número, p o is ,
de sea s h a b ita n tes é pouco mais ou menos de duzentos e ta n tos.S u a
p roced en cia é das trib o s dos Kamakãs e sua ocupação 5 trabalhar ‫י‬
nas usas ro ç a s, derrubadas de mato, caçae e p escar. Também e s t e s
in d io s aldeados de Catolé aumentcun dia a dia (todas as .e z e s, po~
rém, que morar a í o m issicnârio e por meio de sua presença, indu£
t r i a , energia e atividade forma-se xma grande a ld eia e assim logo
flo r e s c e aquele estabelecim ento em desenvolvimento e prosperidade.
C reio, p ortanto, que a nossa presença a trairã novos moradores e o
progresso para a região e a aldeia(SÃO SEVERING.2/03/1876?ms)s
E ste p rojeto de ampliação do aldeamento de C atolé nao vingou dev¿
do ao Decreto Provincial que decretou a extinção dos aldeamentos
da região de Ilh éu s, ficando o governo autorizado a a lie n a r ‫־‬as '
te r r a s r e sp e c tiv a s, in clu siv e a de Catolé, no ano de 1875.
Em 1892 ‫ '■ר׳‬Kamakã do antigo aldeamento de Catolé foram v is ita d o s '
por José B. de Sâ O liveira, que afirma haverem e s t e s retornado a
alguns háb itos do período pré-contacto. Viviam em constantes lu - '
ta s com os Pataxõ e se empregavam como assala ria d o s temporarios '
em Ilh é u s, Cachimbo ou V itõria da Conquista. Viviam em moradias ‫י‬
que foram denòminadas de tabas pelo autor e usavam "tangas" (s ic )
ao in vés de roupas c iv iliz a d a s . Havicun mantidos alguns mecanismos
b á sic o s de solid aried ad e grupai ,coma o hábito de distribu irem os
produtos de caça e co leta entre os membros da c o le tiv id a d e . Das '
manufaturas mantinham a confecção de cerâmica, e a de t-c id o s de
algodão tin g id o s com cores v iv a s , técnica que devem te r adquirido
com os c iv iliz a d o s .
O autor a tr ib u ia as d ificu ld a d es vividas p elo s Kamakã â extin ção
do seu aldeamento, ao abandono a que ficaram releg a d o s, ao comba­
t e ferrenho e desigual que mantinham com os Pataxõ e com os c o lo ­
n o s, que os atacavam sistem aticam ente com armas de fogo, além de
contaminarem propositalm ente as aguadas usadas p elo s ín d io s s i t u ­
ados no r io C a to lé (OLIVEIRA,1892:47-56).
A redução v io le n ta da população Kamakã ‫—•־ י‬.dn*‫־‬
a o seu desapareci
mento como comunidade s o c ia l com vida própria e autônoma. Porém ,
quando em 1928 o Capitão V asconcelos, do Serviço de Proteção aos
ín d io s , r e a liz a v a a demarcação do Posto Indígena Caramuru-Paragua
C U , que tem por lim ite su l o r io Pardo, encontrou ainda alguns so

b r e v iv e n te s Kamakã. Dentre e s t e s , um que b atizou com o nome de Ma


n u el áratim bõ, e que serv iu , posteriorm ente, de informante a Kurt
Nimuendajü e Rosário F. Mansur Guérios, quando realizaram estudos
de c la s s if ic a ç ã o lin g u ís t ic a dos Kamakã, já então quase totalm en-
t e descaracterizaclcB e aculturadas pela sociedade envolvíante (GUÊRJ
OS, 13 1 ‫<־‬4-‫? !?׳‬,‫ל‬1‫)■ ־‬
H oje, o antigo aldeamento de C atóle ê a prospera cidade de Itape~
tin g a , situ ad a na m icro-regiio P a sto r il de Ita p etin g a , imp rtan te
núcleo da zona pecuaria do su l da Bahia. Tem urna população t o t a l
de 49.022 h a b ita n tes, d istrib u id o s nos dois d is tr ito s ? Itap etin ga
(43.954 h a b ita n te s, estando 37.747 na área urbana e 6..207 na 20 ‫־‬
na rural) e Bandeira do Colonia (com 5.068 h a b ita n tes, sendo 3043
moradores da zona urbana e 2025 na zona rural) (IBGE,V.I,1981s 13) .
Não hâ r e g is tr o s ou informações da e x iste n c ia de grupos indígenas
ou mesmo de remanescentes da antiga população. Provavelmente os ‫י‬
so b reviven tes devem te r se in stalad o no PI Caramuru-Paraguaçu ou
migrado para outros lo c a is .
Outro aldeamento do rio Pardo, de que trataremos agora, era o de
Cachimbo, situado à margem do r io Verruga, a flu e n te que despejava
p e la esquerda no mêdio rio Pardo. V ivia a l uma pequena população ‫י‬
de Botocudo e Kamakã.
E ste aldeamento e dos mais antigos da região. Parece te r sid o c r i
ado por in ic ia t iv a de Antônio Dias de Miranda, quando da f\mdação
da V ila Im perial da V itó ria . Inicialm ente, devem te r sido aldeadcs
o s Kcimakã, e s5 mais tarde os Botocudo foreim para a l i deslocad os,
jâ na segunda fa se dos trabalhos exercidos p elo Capitão-Mor da '
Conquista e sua fam ília .
Wied-Neuwied, que o v is ito u em 1817, assim descreveu o lo c a is
"Achávamo-nos então sobre o r io Berruga, pequeno r io que se lança,
bem perto d a l i , no rio Pardo. Tres fam ílias de gente de cor foram
os prim eiros moradores d este se r tã o , na época em que se tev e a i ­
d é ia de fundar nesse lugar uma a ld e ia , para comodidade dos v ia ja n
t o s , quando se abriu a estrad a. Essa gente é jâ possuidora de im­
p o rta n tes p la n ta ç õ es, e ainda continua a derrubar a mata para a- ‫י‬
la rg a r os seu s "roçados". Pode-se avaliar a f e r tilid a d e do s o lo '
p e la a ltu r a e pelo vigor dos pés de milho, e , consequen temen t e , pe
l a abundância de sua produção. 0 milho ainda não estava maduros ‫״‬
as bananeiras, plantadas em grande niámero, também não haviam a tin ,
g id o ainda o ponto; por is s o s5 pudemos nos prover de farinha.
"Tres pequeninas casas de barro, coberta de casca de árvores e cte
i a s de carrapatos ê em que c o n sis te até agora a a ld eia de Berruga.
236

i^xguns rlongoyÓs (Kamakãs) , que. .trabalham por d ia , se estab elece‫'־־‬


ram com as mulheres e os f ilh o s , numa pequena choça pouco distan ‫״‬
t e y estavam quase nus e tinham varias partes do corpo pintadas de
vermelho e p r e to , com urucu e jenipapo! traziam em volta do pesco
ço co la r e s de sementes frandes e redondas tirad as de uma espécie'
do Tr^njCnen O governo nomeou ura mulato para chefe dos Kamakãs ?
r e s id e n esta localid ad e e tem sob seus cuidados d iferen tes aldeias
ou "rancharlas". O chefe os reune quando se tra ta de xima expedi‫'־־‬
ção contra as trib o s selvagens inim igas, como por exemplo os Boto
cudos, e con sta que, nessas o ca siõ es, e le s têm se portado com bra
vura.
”Tendo passado viittâ e íSiíífê dias viajando em plena flo r e s ta virga?
desde a nossa partida da São Pedro atê a nossa chegada a Verruga,
sera ver uma única habitação humana, tínhamos naturalmente o mais
v iv o d esejo de poder dormir, ao abrigo da chuva e do sereno, de‫'■־‬
b aixo de vmi t e t o . Por consequinte, não nos preocupamos muito com
o s tormentos que teríamos a so frer dos carrapatos e mosquitos que
pululavam n essas moradas m iseráveis, e passamos o dia 28 nelas '
descançando. Conseguimos obter fe ijã o preto e farinha? não eram '
p e t is c o s muito apreciados, mas quem suportou o jejiim d1:rante a l­
gum tempo, habitua‫־־‬se cora a frugalidade. Os nossos animais pude-'
ram, cora e f e i t o , descançar? mas não encontraram bons pastos, pois
todo o terreno tomado ãs matas tinha sido transformado em planta­
ções? daí a razão por que, durante a n o ite, a nossa tropa fu gia '
para as plantações de milho. "WIED-NEUWIED,1958s 385/6) .
Consideramos importante a transcrição in teg ra l do texto porque de
monstra claramente quais os ob jetiv o s quando da criação de uraa aj.
d e ia ãs margens de uma estrada. 0 seu papel de centro abastecedor
de alim entos era de v it a l importância, além de comporem a tropa '
de choque que combatia os demais grupos ainda não aldeados e que
representaram sé r ia ameaça aos v ia ja n tes. Mesmo que e ste s grupos
se tornassem posteriormente seus companheiros de aldeamento, como
no caso em pauta. Em novo ataque do capitão-mor Dias de Miranda'
aos Botocudo,,. o resultado obtido fo i seu aldeamento na missão do
Verruga, juntamente com os Kamakãs que os haviam combatido. 0 f i
nanciamento recebido do governo destinava-se, principalm ente, â
a q u isiçã o de ferramentas que garantissem o trabalho produtivo dcs
novos ald ead os, como podemos ver neste documentos
237

"Com a bem da Missão do Verruga e dos índios Mongoyõs, no sertão


;.cosaca, c 3cs3Ggo áo todo aquele d is tr ito do meu comando, jã
rep resen tara a V. Exa. o resp ectivo m issionário, o Padre Manoel ‫י‬
F ran cisco da Costa achar-se catequisando outra nação de Botocu-'
d o s, que vêm se aproximando tendo jã chegado quarenta e dois de­
l e s para o nosso convívio. Imploramos os indispensáveis socorros
de machados, fa c õ e s, carapuças e o que mais consta do requerimen
to daquele mesmo m issionário, o qual se acha a feto a V. Exa. e
ainda não teve despacho‫ ־‬E tendo-se-me d irigid o ig u a is represen­
t a ç õ e s , 5 do meu dever a v iá -la s e r a t if ic á -la s por meio do presm
t e , p o is que reconheço a sua vontade e a grande necessidade dos ‫י‬
e x ig id o s socorros assaz in sig n ific a n te s para a nação e com os '
q u a is sendo com a brevidade que d eles se carece não sõ se conse­
g u ir á o c r is tia n iz a r -s e t a is g e n tio s, tornando-os domésticos e ü
t e i s ao Estado, mas até se evitarão os desassossego, roubos e '
m ortes que SCTapre acontecem com as mais pequenas guerras, além ‫י‬
das despesas que em ta l caso, seriam muito maiores do que as que
agora unicamente se precisam a fim de se conseguir a pacificação,
aumneto e prosperidade de todos". (MIRAíJDA, 14/03/1826ims) ‫־‬
A ação desencadeada surtiu os e f e it o s desejados, p o is, 3m rela to
r io s p o s te r io r e s , o mesmo autor, Antonio Dias de Miranda, afirma
que jã havia tornado "mansos os dominados Mongoyõs e Botocudos"
e propunha-se a continuar o trabalho junto aos "PataxÕs, que a­
lém de serem em extremo bravios e numerosos têm sempre vivido ‫י‬
reconcentrados nas montanhas mais adustas": (MIRANDA, 26/12/1826 ?
m s)‫ ־‬O uso da mão-de-obra indígena era importante para o desen­
volvim ento lo c a l. Isto pode ser comprovado pela preocupação do
Capitão-Mor quanto ao d ir e ito de sua jurisdição sobre os aldeamen
t o s que e le c r ia r a , questionando a pretensão do capitão da nova'
V ila de C a e titê quanto ao d ir e it o de usar o trabalho dos aldeadcs
(MIRANDA, 17/05/1826;ms) ‫־‬
O fa to d este aldeamento estar diretamente vinculado ao C apitão-'
Mnr da Conquista determinou com que pouca documentação fosse pro
du 2 id a sobre a situação dos grupos envolvidos. S5 mais tarde ê '
que, ao ser administrada pelo Governo P rovincial, começa a ser '
encontrada regularmente, havendo, in c lu siv e , a nomeaçao de um mtó
s io n ã r io capuchinho, que passou a d ir ig ir o aldeamento, acumulan
do-o com as ativid ad es exercidas em Santo Antônio da Cruz. (MADU-
238

REIRA,22/01/1851,‫־‬ms) .
Jã em 1851 o m issionário requer verba esp ecial para a compra de ‫י‬
m a te r ia l que considera e sse n c ia l para o desenvolvimento dos cate-
eumenos: f o i c e s , fusos de roca para algodão, ralos de cobre para
fa z e r farinha de mandioca e tecid o s para a confecção de roupas. S o
lio ita , ainda, a nomeação de "\1m indivíduo in te lig e n te e de bons ‫י‬
costumes que o ajude a ensineir aos índios as primeiras le tr a s e a
d ou trin a c r is t ã " , jã que sozinho não pode atender aos dois a id e-'
amentos que ersim de sua responsabilidade(MADUREIRA,26/01/1851 ?ms).
E ste pedido in d ica claramente que o Governo P rovincial assumira a
resp o n sa b ilid a d e pela introdução de mudanças na vida comunitária,
incen tivan d o as alterações cu ltu ra is ‫ ־־‬e suas consequências estru
t u r á is ‫ ־־‬n ecessá ria s a elim inação, ou pelo menos submissão dos '
grupos indígenas a li situ ad os.
A sa íd a do m issionário determinou que os Botocudos, por não a c e i­
tarem a convivência forçada com os Mongoyõs, tentassem abandonar ‫י‬
o l o c a l , procurando se in s ta la r outras a ld e ia s. Considerava-se^
porém, a sua permanência como de grande relevância para o projeto
de abertura e conservação da estrada entre Minas Gerais e Ilh éu s,
o que deterTEinou com que fo sse nomeado outro m issionário para a t a
der aos grupos aldeados e, assim , garantir a sua permanência no
mesmo lo c a l, inc^‫ג‬mblndo, in c lu s iv e , o referido missionárèo de atm
i r outros ín d io s para o mesmo pontos "ou fr e i Joaquim de Colorno '
ou F rei Rainero de Ovada são so que podem d ir ig ir os Botocudos e
Mongoyõs da a ld e ia de Cachimbo e chamar alguns das matas para reu
n ir - s e aos que estão domesticados, fa cilita n d o assim aesperanço­
sa empresa de abrir frequente comunicação entre esta ea província
de Minas p e lo s r io s Pardo e Jequitionha, que o Governo Imperial '
tem recomendado, combinando e le s com o Major Pederneiras sobre o
lu gar mais conveniente" (MADUREIRA,28/05/1853;ms).
Em 1855 o m issionário que os d ir ig ia fo i tran sferid o para a r e g i­
ão do Prado, ficando a a ld eia a céfa la , o que parece ter determina
do o d e sin te r e s s e por parte dos Mongoyõs quanto a combaterem os
ín d io s ”bravios" e x iste n te s na região. 0 resultado de t a l fa to ‫י‬
f o i o ataque d estes ín d io s, provavelmente Pataxõ, ã fazenda do Te
n en te José Baiana, o que provocou iniámeros protestos eo interesse
do D iretor Geral dos Índios em conseguir um m issionário e nomear’
um novo d ir ig e n te para a a ld eia de Cachimbo. Os Botocudo, que a li
taiabém viviam , abandonaram o Cachimbo e foram para outras a ld eia s
da r e g iã o em que teinbêm habitavam Dotocudo. Ao voltarem para o '
Cachimbo, por encontrarem o m issionário residindo com varias fa^
m ília s b r a s ile ir a s na ãréa do aldeamento, preferiram regressar '
para a r eç iã o de Barra do C atolé. (MADÜKEIRA,29/10/1855;ms). Esta
inform ação in d ica -n o s que jâ nessa ocasião a região do Cachimbo"
era povoada por população nacion al, que exercia as ativid ad es e­
conômicas responsáveis pelo desenvolvimento da economia lo c a l spe
c u ã r ia , a g r icu ltu ra e comércio.
Uia ou tro informe de 1856 confirma essa indicaçãos "Tendo sido no­
meado m issio n á rio dos Botocudos do r io Pardo Frei Luis de Grava'
desde 1053 com a g ra tific a çã o de 600$000 do cofre g e r a l, sõ em
1854 chegou â a ld e ia de Barra do C atolé, onde se achavam os di-*
t o s Botocudos e em poucos dias d eixou-os, subindo para a povoaçãD
de Cachimbo para v iv e r entre os moradores daquele lo c a l" . (MADURA
R A , 1 9 /1 2 /1 8 5 6 ?ms). No mesmo doctimento encontramos outra informa­

ção que nos perm ite confim ar a h ip ótese de que as estradas con¿
tr u id a s p elo s ín d io s , ainda que fossem ju stific a d a s p ela n e c e ssi
dade que teriam os indígenas aldeados de romperem o isolam ento '
para garantirem sua sobrevivência, destinavam -se, na re ilidade ,
'ao atendimento da expansão nacional em áreas que não oram aid e-
a d a s: "Parece-me tsmabêm conveniente que o dinheiro recebido u l t i -
mámente p elo F rei Luis de Crava do cofre p rovin cial para melhora
mento da estrad a de Catolé para Cachimbo, em direção da v ila de
V it ó r ia , s e ja por e le entregue a Frei Rainero de Ovada, m issiona
r i o da a ld e ia de C atolé, para que e s te tr a te d este se r v iç o . (MADÜ
R E I R A , 19/12/1856;m s). No o f íc io , em que Frei Rainero de Ovada se

recu sa a d ir ig ir os trabalhos que lhe haviam sido in d icad os, a le


gando a grande d istâ n c ia entre a estrada e seu aldeamento, pode­
mos v e r if ic a r que nessa ocasião Cachimbo já p o ssu ia , in c lu siv e ,
um j u iz de paz, o que vem confirmar a descaracterização da área
como aldeam ento(MADÜREIRA,28/03/1857,‫־‬ms) .
Os poucos ín d io s que permaneciam no lo c a l não mais despertavam ‫י‬
aten ção p r io r it á r ia no D iretor Geral dos ín d io s. Alegava-se que
por seu estado adiantado de " civ iliza çã o " dispensavam maiores ‫י‬
cuid ad os como ,in c lu s iv e , a nomeação de um m ission ário, indicação
p r e c is a do d e sin te r e sse pelo d estin o do grupo, que já eram cons^
d er ados, p ortan to, aptos ao e x e r c íc io das ta refa s que lh e. eram ‫י‬
d estin a d a s, sendo, taínbimy incapazes de reproduzir seu sistem a so
c i a i de origem.(MADÜREIRA,30/06/1858) .
Ura abaixo-assinado dos moradores do d is t r it o de Verruga demonstra
a te n ta iv a desencadeada para que os índios se deslocassem para '
Ferradas, ao que e le s se recusavciaáolicitavam, portanto, os mora‫־־‬
dores a nomeação de m issionário que d ir ig is s e os h ab itan tes do
antigo aldeconento de Cachimbo e C atóle, o que pode in d icar que ,de
vido à redução populacional sofrid a por e s s e s grupos, e ao numero
crescen te de colonos n acion ais, os índ ios deixavam de apresentar
uma a lte r n a tiv a econômica in teressa n te como mão-de-obra» Isso,m e£
mo que, suas terras não fossem ainda objeto de cobiça para garan­
t i r a expansão da agricultura e pecuária, jã que a pressão d e m o - t '
g r á fic a não se fa zia s e n tir de forma premente.(ABAIXO-ASSINADO,06/
06/1860,‫־‬ms) .
O progresso do povoado de Cachimbo pode ser avaliado n e ste doeu-"
mento;
"Tendo-se determinado aos habitantes do D is tr ito do Verruga, no '
m unicipio da Imperial V ila da V itoria a construirem uma ig r e j a ,p 3D
jetad a desde o tempo do m issionário Frei Francisco Antônio de Fa-
le r n o , meu antecessor, dentro das terras da m issão, p erten cen tes'
a e s ta D ireto ria de nome Cachimbo, e onde e x is t e já uma povoação'
bastcinte nimerosa, tanto que em 1859 a Assembléia L e g is la tiv a Pro
v in c ia l decretcira-lhe uma cadeira publica prim ária, e cuja s i t u - '
ação to p o g rá fica , Exmo. S r ., protegida p elo Governo certamente '
não deixará de tomar um dia uma posição de in c o n te stá v e l vantagem
para e s t e centro da P rovín cia, primeiramente por seu p orto, onde'
podem chegar com fa c ilid a d e os negócios de transporte da bem co­
nhecida navegação do rio Pardo, que se estende a te a v ila de Cana
v ie ir a s , cinquenta e tan tas léguas rio abaixo, como também por ser
o ponto mais próprio de d efesa contra as agressões dos selvagen s'
que existem ainda em grande massa d ispersas n estas vastas e rica s
f lo r e s t a s , ameaçando de contínuo a vida e a su b sistê n c ia dos mora
dores v izin h o s ou dos v ia ja n te s que navegam o d ito r io Pardo ou ‫י‬
descem p e la estrada que do in te r io r v a i te r no porto da v i l a de
Ilh éu s além da vida dos c iv iliz a d o s ín d ios aldeados; outrossim ,
em rela çã o agrande d istâ n c ia que da sobredita povoação e x is t e a
v i l a da V itó r ia , que é de quatorze léguas de caminho quase intran
s i t á v e l , em sua maior p a rte, tornando-se d esta so rte as p recisõ es
de cada individuo um não pequeno obstáculo, sobretudo !..ara as c l $
se s menos comodas. Movido, portanto, pelo bem público e r e l i g i o - '
s o , e p e la s razões jã exp ostas, restou-me, Exmo‫ ־‬S r ., a c e ita r a
direção da d ita ig r e ja . Proraoveu-se logo urna subscrição entre os
p r e sta n te s cidadãos da lo ca lid a d e, o que produziu a quantia de
3:195$000. Bem assim, foram escolhidas duas pessoas idôneas para
que se encarregassem da cobrança dos d in h eiros, o senhor ju iz de
paz de en tão, João B aptista R ibeiro, e o subdelegado Tenente João
O liv e ir a que de mui boa vontade se prestaram para semelhante ser­
v iç o . Levantei ao mesmo tempo a planta da d it a obra, conforme as
rainhas pequenas luzes e que a tendo apresentado ao ju izo de algu­
mas p essoas entendidas e estando as duas o p in iõ es em tudo concor­
d e s, p assou -se a dar p rin cip io aos primeiros trabalhos da obra no
d ia prim eiro de agosto de 1862. Acabamos era f in s de novembro do
mesmo ano, deixando jã a capela-mor e as duas s a c r is t ia s cobertas
e n este smo que acaba, durante outros quatro meses de s e r v iç o , o
corpo da ig r e ja recebia a sua cobertura. De c e r to , Exrao. S r ., se­
ja-me perm itido mencionar com especialidade e s ta nova ig r e ja , a
qual toma o t ít u lo de Santo Antônio, que sendo e la toda de madei­
ra rep resen ta quase um prodígio de a rte, tanto em matéria de suas
grandes madeiras, que foram com grande p ersp icá cia e sc o lh id a s, co
mo p ela d ificu ld a d e de o f i c i a i s de carp in taria nvim lugar, onde e£
ta a rte é absolutamente desconhecida. A obra tem 142 palmos, 71
de Icirgura e 52 de a ltu ra . Dando presentemente conhecimento a V.
Exa. por e s c r it o , porquanto t iv e a honra de o fazer verbalmente a
r e sp e ito da d ita obra, não ê sô por ser uma obra p ú b lica, mas gue
também pertence a missão de que me acho encarregado e tendo-as jã
V. Exa. julgado digna de sua aprovação, certamente jamais deixara
de a tomar debaixo de sua e sp e c ia l proteção e assim poderã prosse
g u ir com aquele desenvolvimento que tem tid o a té agora e não f ic a
rã p a ra lisa d a uma obra que tantos trabalhos e s a c r if íc io s tem cu£
tado a e s t e s pobres povos, que convencidos também de que têm o am
paro de V. Exa. nada valerão semelhantes esfo rço s e tudo serâ in ­
s u f ic ie n t e para o bom desempenho de obra tão p ia . Esta obra, Exmo.
S r ., f o i orçada em 20$000 com os treibalhos jã f e it o s e tem -se em­
pregado a quantia de 3sl50$000 não compreendidos os grandes serv^
ços prestados gratuitam ente p elos moradores sem d istin ç ã o de sexo
que têm concorrido com a melhor boa vontade além do dinheiro que
arrecadaram. Carecendo, ainda, Exmo. S r ., do a u x ílio de 6s000$000
pouco mais ou laenos para a conclusão da obra, cujo o auxxlio vr!-
nho hoje im plorar-lhe. Da a lta m agnificiência de V. Exa. determi
narâ conforme for de ju sto e conveniente«
"Praza a Deus que esta obra seja coroada conforme as ‫י‬.‫ ה‬inte■“
ç õ e s , as q u a is/ em verdade, não são outras que nao o bém da reM
g iã o e engrandecimênto do Estado". (GRAVA,01/06/1864?ms) .
Embora observemos que o pedido de verba se ja ju s tific a d o por ser
para uma ãrea de aldeamento, alegada a importância de t a l obra '
para a c iv iliz a ç ã o dos ín d io s, e s te s , na rea lid a d e, não passam '
de alegação para a obtenção de meios para a construção de uma i=
g r e ja , o b jeto dos in te r e sse s dos colonos e do m issionário lo c a l,
jã que lh es garan tiria a p o ssib ilid a d e de reconhecimento do D is­
t r i t o como sede paroquial, o que, por sua v e z , le v a r ia ã elim ina
ção da a n tig a conotação de aldeamento. A verba para a construção
da ig r e j a , ao s a ir pela rubrica da catequese (GRAVA, 25/04/1870 ;ms) ,
vem confintiar a nossa id ê ia de que a e x istê n c ia de aldeamentos ‫״‬
podia se r manipulada de v arias formas, in c lu s iv e para a obtenção
de recursos aplicados em obras de in teresse dos colonizadores,qiB
s e r v ir ía n , ao fim e ao cabo de argumento para a perda d e f in it iv a
das te r r a s p elos grupos indígenas.
A manipulação, necessária para a aplicação de recursos no arraial
de Cachimbo, advindos da verda destinada à catequese, perm itiu an
1874 que, fossem introduzidas melhorias no prõpero e populoso ar
r a i a i , entrep osto de comércio entre Ilhéus e Conquista(SILVA CAM
POS, 1947s268) , e a manutenção t^ p o r â r ia do povoado na condição'
de aldeamento (VISCONDE DE SERGIMIRIM,07/02/1875?ms) . No ano segvm
t e , f o i nomeado ura engenheiro Manoel Joaquim de Souza B r ito , que
d everia r e a liz a r o levantamento completo das necessidades de Ca‫־־‬
chimbo e C atolé, em termos de obras consideradas e s s e n c ia is para
o funcionamiento dos aldeamentos; "não ê p o s s ív e l manter as duas
a ld e ia s de C atolé e Cachimbo não lh es dando os meios de que care
cem para o seu desenvolvimento e a fim de que alcance o d ir e to r
o futuro que se prognostica com a uberdade de seu solo e a sa iu -
bridade do seu clima". (SÃO SEVERING, 10/03/1874,‫־‬ms) .
Era 1876 o m ission ário da reg iã o descrevia assim a povoação de Ca
chimbos "A a ld e ia do Verruga, de nome Cachimbo, ê de ótima p o s i­
çã o , situ a d a em uma r l ' ’- n ic ie perto do r io Pardo, onde e x is t e uma
243

povoação b a s ta n te n u ra e ro sa e em to d o d is tr ito de V e rru g a pouco ma

is ou m enos ê em n u m e ro de d o is m il h a b ita n te s , com o c o n s ta do a­

b a ix o -a s s in a d o que eu a p re s e n te i a V. E xa. na m in h a chegada na Co

lo n ia p a ra e s ta p re s id ln c ia da B a h ia . C om e f e ito , a nosria. A s s e m b le

ia L e g is la tiv a P ro v in c ia l lh e d e c re ta ra um a c a d e ira p ú b lic a p rim â

r ia , A s itu a ç ã o to p o g rá fic a , Exm o. S r. p ro te g id a p e lo G o v e r n o ,c e r

ta in e n te n ão d e ix a ra com o em o u tro te m p o de to m a r um a p o s iç ã o de

in c o n te s tá v e l v e in ta g e m p a ra e s te c e n tro da P r o v í n c i a (S Ã O S E V E R IN G ,

02/03/1876;m s).
O d estin o dos índios a l í r^ a n escen tes parece te r sido o de sua ‫י‬
dispersão na população nacional através da incorporação como mão-
de‫־־‬obra assalariad a pelos colonos que a l i se instalaram ou fuga ‫י‬
para a mata, onde teriam desaparecido e tid o fim ignorado.
O aldeamento de Cachimbo é boje a próspera cidade de Itambé, sede
do Rixmicipio do mesmo nome, na m icro-região P a s to r il de Ita p e tin -
ga, onde a atividade econôniica predominante é a pecuaria. Tem lama
população de 26.348 habitantes d istrib u id a p e lo s dois d is t r it o s '
que compoera (Itambé com 19.506 habitantes, vivendo 13.401 na área
urbana e 6 .1 0 5 , na rural; e o de C atolezinho, com 6.842 h a b ita n -‫י‬
t e s , estando 1.462 fixados na área urbana e 5.380 na r u r a l). Ê ‫י‬
urna das áreas mais r ica s e comercialmente a tiv a s do Estado da Ba-
hia(IBGE,1981,V.I:13) . Tambpm nessa região não há dados sobre a
e x is t e n c ia atu al de remanescentes indígenas.
O o ita v o aldeamento de que trataremos i o da Lagoa do r io Pardo ,
situ ad o na confluencia do r io Jiboia com o Pardo, pouco d ista n te
da a ld e ia de Santo Antonio da Cruz. Era habitado por in d io s Boto-
cudo. E ste aldeamento f o i vuaa consequência da ação de Antônio Di­
as de Miranda, e atendeu taiabém a p o lít ic a e sta b e le c id a de cria r
pontos de apoio para a estrada que s a i de Ilh eu s em busca de M i-'
ñas G erais. Sua criação f o i p o sterio r ã de Cachimbo, p o is Wieà- ’
Neuwied, quando passou p elo lo c a l em 1817, afirma que "havia na
margara o c id e n ta l uma casa aberta, coberta de cascas de á rv o res, e
junto d e la , tim curral para boiadas que deveriam passar por a í , ‫י‬
quando a estrad a fo sse inaugurada". (WIED-NEUWIED,1958:387).
Em 1850 o aldeamento, ao se r assumido p ela D ireto ria Geral dos In
d io s , nomeou tiia m ission ário que exercia sua direção e a de Santo'
Antônio da Cruz. Para is s o contratou-se também um a u x ilia r para ‫י‬
as a tiv id a d e s exercidas nos d ois aldeamentos. O processo de atra­
ção dos Botocudo para o con trole do m issionário era através do pa
gamento de g ra tifica çã o aos indígenas que comparecessem à missa e
a outros trabalhos por e le d irigid os ou executados. Também se lhes
o fe r e c ia su sten to enquanto estivessem sob a autoridade do diretor
e suas roças não produzissem durante a fa se de implantação. 0 Di~
r e to r Geral dos índios s o lic ita v a ainda recursos para a compra de
a lf a ia s e outros artigos necessários ao funcionamento da casa de ‫י‬
oração, o que indica claramente que fo i nesse ano que o processo
de aldear os Botocudo na Lagoa do rio Pardo começou a ser desenvo¿
vid o nos moldes tra d icio n a is da p o lític a in d ig en ista da época.(MA
DUREIRA, 2 /2 /1 8 5 0 ,•ms) .
O in te r e s s e do governo p rovin cial pelo su l da província determina
va com que os aldeamentos a l i localizados tivessem trateimento p r i
o r it ã r io , in c lu siv e com pagamentos de côngruas superiores, princ^
pálmente quando o m issionário, como no caso agora analisado, acu-
raulava a direção de mais de um aldeamento (MADüREIRA,22/01/1851?msX
E os investim entos realizados nas duas a ld e ia s, o da Lagoa e o de
Santo Antônio da Cruz, se fa z ia geralmente na compra de equipamen
to s a serem u tiliz a d o s p elo s índios em atividades agrícolas e na
fia ç ã o de algodão. (MADÜREIRA,26/08/1851) .
R ela tó rio de 1855 in d ica , porém, que os ín d ios Botocudo, em nume­
ro de 98, haviam abandonado o aldeamento da Lagoa devido ao afas­
tamento do seu m issionário, fazendo com que fossem recolhidos ao
aldeamento de Barra do C atolé. 0 Governo da Província da Bahia no
meou outro d iretor que procvirou a tr a í-lo s mais uma vez para a La­
goa. Por não concordara, os ín d ios, com a convivência forçada '
que deveriam manter com os nacionais, que se haviam instalado no
lo c a l, voltaram para Barra do Catolé, onde se fixaram (MADÜREIRA ,
2 9 /1 0 /1 8 5 5 |m s). •
A nomeação de um novo d ireto r e o regresso forçado dos Botocudo ,
para a Lagoa do Rio Pardo, deveu-se ao engajamento compulsório doB
in d ígen as na construção da estrada entre Ilhéus e V ito ria , que p $
sava p e la s terras do aldeamento (MADÜREIRA, 30/09/1856?ms).
A nomeação su cessiva de m issionários mostra claramente que o aide
amento não mais ju s tific a v a a presença e fe tiv a de um diretor (MADU
R E I R A , 19/12/1856,•ms? M A D Ü R E IR A , 28/03/1857,•ms) . A indicação de um
frade era garantia enquanto não se encontravam a ltern ativas mais'
In'teiressan'tes para a ocupação deste m issionário, como se pode de­
d u zir do seguinte documentos
"Nestas circunstâncias e adiada como está a missão das matas do '
Prado, por f a lt a de meios adequados, parece conveniente que V.Exa.
revogue a dispensa que deu ao referido Prei Luis de Grava do car‫־־־‬
go de m ission ário dos Botocudo, o conserve nesfea missão, obrigan­
do-o a a s s i t i r alternadsMente a aldeia da Lagoa do rio Pardo e a'
dos Mongoyós de Católe, enquanto Frei Rainero de Ovada e stá ñas
Ferradas". (MADUREIRA,24/07/1857;ms). O d esp restig io do aldeamento
da Lagoa pode ser confirmado num trecho de outro documento, que, ‫י‬
ao fa zer considerações sobre as dificuldades enfrentadas pela Di­
r e to r ia Geral de Indias em encontrar m issionários su fic ie n te s pa
ra o atendimento a todos os aldeamentos do r io Pardo, apresenta a
seg u in te sugestão s "Para os Botocudos, que estão na Lagoa e perto
do Cachimbo, se r ia bastante qualquer r e lig io s o de outras ordens ‫״‬
do p a ís ou presbítero secu lar que adm inistrasse sacramentos e os
d i r i g i s s e . Constata-se que os m issionários que têm sido enviados
para aquela ald eia têm cuidado mais de curar os habitantes do po­
puloso a r r a ia l do Cachimbo que dos ín d ios, entre os quais têm re­
pugnância de morar" (MADUIffilIRA,30/06/1858;ms) .
Devido a s o lic ita ç ã o f e it a por um abaixo-assinado dos moradores ‫י‬
do D is t r it o de Cachimbo, era 6 de junho de 1860, a D iretoria Geral
dos ín d io s nomeou um novo m issionário, que atendia simultâneamen-
t e aos t r e s aldeamentos do citado d is tr ito : Verruga, Catolé e La­
goa do r io Pardo. Porém sabemos que este m issionário se dedicou ‫י‬
muito mais ao atendimento das necessidades dos moradores do Cachjta
bo que dos índígenas a l i aldeados, colocando como prioridade nas
suas ativ id a d es a construção da igreja de Santo Antônio do Cachim
bo (GRAVA,01/06/1864;ms) .
O m issio n á rio que su b stitu iu a Frei Luis de Grava, transferido pa
ra o atendimento ã Colonia Nacional de Cachoeira de Ilhéus (HENRI-
Q U E S , 01/ 03/ 1872 j m s ) , ^-nin r e la ta a situação do aldeamento;

"Enquanto, p o is , a procedência dos índios da Lagoa, são da tribo


Botocudo que existem ainda pouco mais ou menos em número de s e is
f a m í l i a s . . . . . . . . Sua ocupação é trabalhar na lavoura, que ê tam­
bém a ocupação dos outros habitantes do Cachimbo. Finalmente, '
consideramos que aquele estabelecim ento felizm ente pode prosperar
246

ainda mais pelo lugar e p ela s circunstâncias favorãveib dos 5 t i - '


mos te r re n o s, o que tem f e i t o com que tome bastante desenvolvim®
to em v irtu d e da sua eminente lavoura de mandioca, milho, fe ijã o ,
arroz e e t c . e outros produtos gue a li se cultivam. De so rte que
com a morada certa do m issionário, chama-se a atenção de tbdos os
h ab ita n tes do sobredito d is t r it o da Verruga, de nome Cachimbo e '
a d ja cên cia s, e com a sua energia desenvolve toda a formosura ao
com ércio, que flo r esc e graças a atividade deste m issionário e ga­
rante a riqueza da in d ú stria daquela povoação. E is, aqui, portan‫■־‬
t o , toda a probabilidade de aumentar aquele estabelecim ento do Ca
chimbo e assim conseguir a aquisição de n e ó fito s dos índios Boto-
cudos e o u t r o s ... tendo por is s o mesmo, a certeza do seu desenvol^
vimento e prosperidade"(sS.0 SEVERING,02/03/1876;ms) .
Como podemos v e r ific a r , o destino deste aldeamento não fugiu as '
c a r a c te r is tic a s fundamentais dos demais. A população indígena per
deu as te r r a s que foram ocupadas por fazendeiros que implantaram
na região a pecuária, tendo aquela se trcinsformado! em segmentos '
m arginalizados do processo de expansão, terminando por se e x tin -'
g u ir cc»no grupo so c ia l com identidade : ‫נ‬:■'pria. A área do antigo
aldeaimento não atingiu a prosperidade sonhada pelo mis‫ ׳‬ionãrio.Ho
je ê um pequeno povoado, som maior representatividade, tanto ass±n
que não chega a constar sobre e le qualquer dado ou informação nos
anuários e s t a t ís t ic o s da Bahia.
Outro aldeamento da bacia do Pardo ê o do Saco do rio Pardo, s itu
ado no Riacho Mimdo Movo, que desagua no r io principal ainda no
sertã o da Conquista. Era habitado por ín d ios Mongoyõ, já em e stá ­
g io adiantado de contacto. Provavelmente e s te aldeamento surgiu ‫י‬
em consequência da ação devastadora de Antônio Dias de Miranda '
contra os Mongoyõ e Botocudo na década de 1820, razão pela qual '
não é aaotado por Wied-Neuwied em 1817, ainda que e s tiv e s s e posteri
ormente, lo calizad o na foz do riacho Mundo Novo, por onde passou'
aquele v i aj a n te.
O processo de ligação desta aldeia ao núcleo adm inistrativo pro- ’
v in c ia l se deveu às mesmas razões dos demais s a importância das
v ia s de comunicação entre Ilhéus e Minas Gerais através do rio P^
do, e a comunicação pararela estabelecida com a Imperial V ila da
V itó r ia , grande centro pecuário e comercial, como se pode observar
n e ste trech o de documento:
24/

"Convinha que o Governo Iitqperial suprimisse as d iretorias de to­


das as a ld e ia s da Provin e ia , a exceção das que existem ã margem'
do r io Pardo e das que se puderem estab elecer de novo ñas Gomar-
cas de Ilh éu s e Porto Seguro alera de Caravelas, onde hã muitas ‫י‬
hordas de Botocudos, Ilongoyós e Kamakas que precisam de cateque­
s e , consignando-se no orçamento geral alguma quantia para a con­
grua de m issionários e outros m isteres da catequese . . . . "Espero
que se a d ir e to r ia Geral dos Indígenas fic a r lim itada as tr e s Co
marcas do s u l, onde uniccm«nte e le s precisam desta inspeção, pro
t e ç io im ediata do governo, melhor poderã e le atender as n ecessi­
dades dos indígenas que precisam de aldeamento".(MADUREIRA,22/01/
1851;ms) .
Nessa o ca siã o , o aldeamento do Saco do rio Pardo compartilhava o
m ission ário com o aldeamento de Santo Antônio da Cruz, o que po­
de ser explicado não sõ p ela proximidade dos dois aldeamentos, ‫י‬
mas tafflibém p ela carência de m issionários e , principalm ente, pelo
e s tá g io "adiantado" dos indígenas que a li estavam situados. 0 mis
sionãrio s o lic it a v a constantemente au xílio e sp ecia l para os Indi
o s , por considerar qu© e le s ainda não haviam desenvolvido sufici^
entemente as aias roças, o que garantiria seu sustento o e v ita r ia
a p o ssib ilid a d e de "voltarem a vida nômade e selvagem de que fo­
ram chamados". O pedido que fa z ia , tinha uma vinculação d ireta '
com as ativid ad es a g ríco la s, que o m issionário considera p r io r i-
tâ r ia s : duas ctrrobas de aço e quatro de ferro e quarenta chales.
(lyiADUREIRA,02/11/1852;ms) .
No ano se g u in te , o m issionário afirmava que os "Mongoyõs estão ‫י‬
se adiantando muito na c iv iliz a ç ã o e na agricu ltu ra(- o que, a l i ã
para a p o lít ic a da época, era praticamente sinônimo ‫•־‬, de modo'
que e stã o quase esquecidos da caça e da pesca" (FALERNO, 18/05/1853
ms). As d ificu ld ad es geradas pela administração de dois aldea-'
mentos, ainda que se ten ta sse contorná-las com a nomeação de um
ajudante le ig o "para continuar a ensinar-lhes a g r ic u ltu r a ... no
tempo em que e le ensina os homens da roça, a mulher dele e stá en
sinando às ín d ia s em casa serviços dompesticos, como os de fia r
e tecer" (FALERNO,18/Q5/18531ms), determinaram uma revisão adminls
t r a t iv a . Esta ^eparou a direção dos dois aldeamentos, o que le ­
vou à sugestão de se ex tin g u ir Santo Antônio da Cruz. (MADUREIRA,
2 8/05/1853;m s).
248

A salda de seu m issionário ãetem inou com que 08 Botocudo de San­


to Antônio da Cruz se refugiassem no Saco, principalm ente ap5s as
d

grandes enchentes do rio Pardo, e d a li s5 se retirassem após a no­


meação de m issionário para o seu aldeamento (LIMA, 22/10/1855;msi
Mais tard e, no entanto, quando do aparecimento de ín d ios "bravios‫י׳‬
na região do rio Pardo - o que provocou problemas para o ajustamen
to das verbas às novas necessidades, além da nomeação de outro ‫י‬
m ission ário que adm inistrasse e s te aldeamento ~ optou-se por a l- ‫י‬
d eã -lo s no Saco, juntamente com aqueles que a l i residiam (MADUREI-
RA,20/10/1856,‫־‬n s).
Consequentemente, porém, ocorriam demissões dos m ission ários que
a l i trabalhavam, e os motivos alegados demonstram claramente que
a região jâ se encontrava densamente povoada, e que sua população
jã tin h a grande capacidade de pressão junto aos órgãos d e c isó r io s
p r o v in c ia iss "Frei Luis de Grava tem seguido o exemplo de Frei '
Francisco Antônio de Falerno, ótimo capuchinho, que f o i removido
d a li por cuidar mais dos ín d ios que dos hab itan tes lo c a is " (M A D U R K
RA, 30/06/1858ym s).
Creiiios que e ssa inconstância na permanência de um m ission ário â ‫י‬
fr e n te do aldeamento ê s in a l bastante e lu c id a tiv o de que e s ta não
chegava a se enquadrar nas prioridades esta b e le c id a s p elo Governo
P r o v in c ia l. E esta situ ação ê que te r ia levado a uma mais rápida
d esin tegração dos Mongoyõ a í lo ca liza d o s. E ste s, provavelmente ,de
vem t e r - s e refugiado era outros aldeamentos como os de C atolé ,Bar-
ra do C atolé, Cachimbo, Lagoa do rio Pardo ou Santo Antônio da '
Cruz, ou ainda nas matas in terio ra n a s, abandonando as te r r a s de '
seu aldeamento para a expansão pecuária.
Hoje, o an tigo aldeamento do Saco do r io Pardo não se transformou
em sede de qualquer povoação importante. Ê apenas um pequeno agto
merado de casas sem r e le v o , sobre a qual não encontramos qualquer
tip o de dado e s t a t ís t ic o ou informação mais concreta. Não há tam-
põuco, a té agora, m otícias sobre quaisquer remanescentes indígenas
O últim o aldeamento e x is te n te neste período e região era o de San
to Antônio da Cruz, lo c a liz a d o na foz do rib eirã o da Vereda, a­
flu e n te da raargem esquerda do médio rio Pardo, área cortada p ela
estra d a en tre Ilhéus e a V ila de V itó r ia , sendo habitado por índ^
os Mongoyõ e Botocudo. Ele faz parte dos que foram criad os na pr¿
249

meira etapa de conqmista exercida por João Gonçalves da Costa e


Antonio Oias de Miranda, responsável pela d istrib u ição da popula
ção de MongoyÕ e Botocudo em sete aldeias ao norte do rio Pardo,
dentre e s t e s a da Barra da Vereda, que ê d escrita por Wied-‫־‬Neuwi
ed:
"Lançantos ‫ »ו‬olhar de surpresa em torno de nõs, quando saindo da
m ataria, avistemos de sú b ito , ao lado dum v a le suavemente i n c l i ‫־־‬
nado, uma p la n íc ie descampada e atapetada de relva e de arbustos,
lim itad a ao longe por montes arredondados e cobertos de vegetaçS}
tendo alguns trechos cultivados . . . .
"Há também sea^re em Barra da Vereda algumas fam ílias de ín d io s’
Kamakãs, ç[ue trabalham mediante um certo sa lá rio ! são empregados,
sobretudo, na derrubada das matas ou em caçar na flo r e s ta . Têm ‫י‬
ainda por hábito tir a r das plantações do proprietário o que lhes
convém; o capitão Sr. Ferreira é bom demais para im pedi-lo. Co­
brem-se ccm algumas v e s te s , sobretudo ceunisas, e as mulheres u­
sam a v en ta is de retalho de algodão. A maioria havia sido b atiza­
da e alguns traziam uma cruz vermelha pintada com urucu na testaj
as mulheres mostravam sem icírculos pretos pintados entre os seicç
e outros r is c o s da mesma cor no corpo e na face" . . .
"O Sr. cap itão Ferreira Canapos me acolheu de forma mais amigável
p o s s ív e l, juntamente com a minha numerosa tropa, obsequiando-nos
generosamente com víveres e excelente l e i t e , provisões essa s ex­
tremamente raras até então, e fornecendo grande quantidade de mi^
lho para os nossos animais. Teve ainda para comigo a esp ecia l a~
m abilidade de mostrar-me âs suas vastas plantações, onde o arroz
e o milho tinham sofrido um pouco com a seca. Eram sobretudo con
sid e r á v e is as provisoes de milho e a lg o d ã o ... Havia, entre outras
c o is a s , 91 arrobas de algodão embalado em grandes sacos quadradas
de couro p re ste s a serem expedidos para a Bahia" (WIED-NEUWIED, ‫י‬
1958:389/393).
Provavelm ente, os Botocudo 35 foram levados para o aldeamento na
década de 1820, quando Antonio Dias de Miranda desencadeou sua
segunda o fen siv a na região do Pardo, desta vez voltada contra e£
se s grupos, que ainda nao havisim sido aldeados, e que, devido à
im portância dos aldeamentos para a implantação e manutenção da '
estru tu ra v iá r ia , foram colocados em novos aldeamentos ou in sta -
¿0<j

lados nos aldecuaentos p re-ex isten tes e habitados por urna pop ula-’
ção de pequeno porte, como é o caso deste de que agora tratam os.,•
O in te r e s s e pela rota comercial que margeava o Pardo e p ela lib e ‫־־‬
ração de terras da área f lo r e s t a l para a expansão da agricu ltu ra
e pecuaria determinou com que taiabêm e ste aldeamento fo sse in clu ¿
do no c ir c u ito adm inistrativo do Governo P ro v in cia l. Tanto assim'
que em 1851 já dispunha de ura m issionário nomeado, ainda que exer
cendo ativ id a d es também em outra a ld eia . Como o e x e r c íc io nos do­
i s lo c a is implicava em viagens constantes, o m issionário s o l i c i t a
va rescu rsos esp ecia is para fazer frente às despesas, e ainda, a
nomeação de um ajudante que o a u x ilia sse no ensino da doutrina '
c r is t ã e p o lic ia s s e os ín d io s . 0 processo de atração dos ín d io s '
para as ativid ad es da missão era f e it o , mais uma vez, p elo paga-'
mento de esmolas e o ferta de sustento aos ín d io s que se d isp u ses­
sem a ccmparecer â missa e pregação dominical (MADÜREIRA, 2/2/1850 j
ms) .
No ano se g u in te, o r e la tó r io apresentado p elo m ission ário aponta'
os progressos havidos e demonstra que, embora o aldeamento fo sse '
considerado ccaao único, era , na realidade, composto de ‫^־‬.ois nücle
o s , sendo um habitado p elos Sotocudo e o outro p elos Mongoyõ. O
autor do r e la tó r io que os 140 Botocudo haviam chegado ao '
lo c a l após a vasta peregrinação: vinhaip de Mangerona e Lagoa do '
E sp ír ito Santo. Dedicavam-se ao plan tio da mandioca. Os Hongoyõ '
são apontados como mais"adi01ntados e c iv iliz a d o s " , vivendo em cho
panas fa m ilia r e s. Plantavam mandioca e legxames? eram quatorze fa -
mí l i a s e o missJtonário considerava o aldeamento prom issor, em te r
mos de desenvolvimento (MADÜREIRA,10/01/I851;ms) .
As d ific u ld a d e s enfrentadas eram basicamente as mesmas; f a l t a de
recu rsos e de m ission ários. As soluções apresentadas eram essencd^
almente ig u a is : elim inar os aldeamentos do Norte da P ro v ín cia ,con
sid erad os d esnecessários por já haverem alcançado seus o b je tiv o s ,
para assim se poder r e a liz a r melhor d istr ib u iç ã o de recu rsos. 0
problema dos m issionários era solucionado com a d istr ib u iç ã o de
raais de um aldeamento para um mesmo m ission ário, o que passava t ^
bêm a representar economia, na medida em que s5 receb ia uma g r a ti
fic a ç ã o p e lo trabalho dobrado que passava a ex ercer. (MADÜREIRA,2 y
01/1851,•m s).
O m issio n á rio i n s is t ia nos pedidos - f e i t o s , a l i á s , con‫*־‬untamente
251

para laals de vms. aldeia - que considerava indispensável para o '


desenvolvimento da comunidade; fo ic e s , fusos de roca e ra lo s de
cobre para fazer farinha de mandioca, além de roupas para os in d i
o s . Considerava, ainda, e sse n c ia l a nomeação de um ajudante de ‫י‬
bons costumes que o ajudasse a ensinar "aos in d io s as prim eiras ‫י‬
le tr a s e a doutrina cristã"(MADUREIRA,26/08/1851;ms). Consideran­
do que " estes índios precisam de socorros numerais por que apenas
produzesíi para su sten ta r-se, são domesticados hã pouco tempo e ain
da s u sc e p tív e is de voltarem a vida nômade e selvagem de que foram
chamados", o missionário fa z ia novos pedidos que considerava e s - ‫י‬
s e n c ia is para o progresso do aldeamento: 2 arrobas de aço, 4 de '
fe rro e 40 chales (MADÜREIRA,02/ll/1852yms) .
Outro grupo de Botocudo se deslocou para a região do aldeamento efe
Santo Antônio da Cruz, onde estabeleceram uma grande roça de pro­
dutos de su sb s istin c ia e can aviais, os quais ju stificavam o pedi­
do do m issionário para a in sta la çã o de um engenho e a manutenção'
de seu ajudante(FALEMiO, 18/05/1853;ms) .
No en tan to, os &3tocudo, ta lv e z por serem nômades tinham d i f i c u l ­
dade de ajustamento aos padrões sedentários impostos p elo s aldea­
mentos, assim como ao novo processo produtivo. Era também d i f i c i l
o seu relacionamento com os Mongoyõ, tr a d ic io n a is in im i^ s com os
quais eram obrigados a v iv e r , tudo is t o fe z com que os Botocudo '
se evadissem constantemente dos aldeamentos, como no caso de San­
to Antônio da Cruz. Podemos deduzir que t a l fa to ocorreu no mesmo
ano, CTi que devido ãs d ificu ld ad es de nomeação de m ission ários em
quantidade su fic ie n te para o atendimento dos aldeamentos in s t a la ­
dos e aos que se pretendiam construir para a atração de novos gru
p o s, o D iretor Geral dos fndios apresentou como solução a e x t i n - '
ção de Santo Antônio da Cruz?
" P od er-se-ia dispensar F rei Francisco Antônio de Falerno da M is-'
são de Santo Antônio da Cruz, onde somente onze fa m ília s de ca te-
eumenos residem e que podem se unir ãs da a ld e ia de C atolé". . . (MA
DÜREIRA,04/11/1853?ms). O fa to do D iretor in d ica r Catolé como a l­
te r n a tiv a para a lo ca liz a ç ã o dessas onze fa m ília s , in d ica c la r a -'
mente que as que ainda permaneciam em Santo Antônio da Cruz eram
Mongoyõ e não Botocudo, p o is o prõprio autor reconhecia que os '
Botocudo não aceitavam v iv e r no mesmo aldeamento com os Mongoyõ
ou Kamakã. {MADUREIRA,28/05/1853;ms).
252

No ano de 1855 o rela ta rlo apresentado confirma o afastamento dos


Botocudos s .
"Na a ld e ia de Santo Antonio da Cruz restam apenas tr in ta Kamakãs'
por se terem os outros passado para Catolé, pelo que fo i removido
o m ission ário para as matas do Prado na Comarca de Caravelas, on­
de o ano passado apareceu uma horda de quarenta selvagen s, que se
conservou tran q u ila. Mas outras hordas têm vindo e repetido as su
as excursões pelas fazendas dos ag ricu lto res que receiam estragos
na sua imaginação presumetn, os fazendeiros, que e sse s indígenas ‫י‬
passaa de m il. O m issionário Frei Francisco Antonio de Falerno,cu
ja mansidão e maneiras a fá v e is o tornaram tão a c e ito dos Kamakãs'
de Santo Antonio da Cruz, p artiu para essa nova missão a 18 do '
co rren te, vencendo uma congrua de 320$000 p elo cofre p r o v in c ia l e
300$000 de g ra tific a çã o p elo cofre geral por deliberação do Exmo.
P resid en te da Provincia, precisando e le de faculdades concedidas
p e lo Exiqo. Ordinario do Rio de Janeiro, a que pertence a Freguesia
do Prado, para cura das almas". {MADÜREIRA, 31/01/1855?ms) .
O resu lta d o p rático do deslocamento do m ission ário para a área cm
sid erad a de maior importancia pelo governo p r o v in c ia l, e da d i f i ­
culdade em ob ter-se s u b s titu to , f o i o de que se d e lib e r a sse p ela '
ex tin çã o do aldeamento de Santo Antonio da Cruz. Os Kamsúcã seriam
tr a n s fe r id o s para outra área, e os recursos a serem g a sto s no lo ­
c a l foram redLocados para os Indios das matas do Prado, reg iã o p ri
o r it á r ia dentro da orientação in d ig e n ista v ig e n te , que se preocu­
pava fundamentalmente com os d estin os dos grupos enquanto r^pre-'
sentavam ameaça ã expansão dos fa zen d eiros, e podiam apresentar ‫י‬
in t e r e s s e coiiio sião-de-obra ap roveitável (MADÜREIRA, 1 0 /0 1 /1 8 5 6 ;ms).
Os Botocudo do aldeamento de Santo Antonio da Cruz, apos se in s ta
larem em C atolé, Barra do C atolé e Saco do r io Pardo, o p t a r a por
r e g r e ssa r para Santo Antonio da Cruz, o que motivou a nomeação de
xim novo m ission ário que p a ssa r ia a d i r i g í - l o s , uma vez que ‫" נ‬Os Bo
tocudos são Hiais de noventa e o m ission ário deverá e v ita r que eles
voltem para as matas ou in festem as estrad as entregues a s i mesmcs"
(Í5ADÜKEIRA., 22/10/1856 ?ms) .
As d ific u ld a d e s de nomeação de um m ission ário para cada aldcamen-
to determ inou com que, no caso concreto, se e s t ip u la s s e a in d ic a ­
ção de ma r e lig io s o , que não era p r e sb íte r o , e que e s t a r ia sob a
253

direção d© Qwtj?© sitoado no nldear-iento de C :\tolê (LIMA, 14/05/1856!


m s). I s to in d ica o c a r á t e r 7>7 ‫־‬ - ~ ’.‫ ר‬:‫^— '^ 'ו׳ י־‬di a dar ao a id e -
amento de Santo Antênio da Cruz* No «ntanto^ o,‫¡ ר‬:roblemas enfren­
tados p ela populcição lo c a l, con a circulação constante do grupos‫״‬
Pataxo, C03 que o aId c‫״‬jp.onto f o . 3 3:‫ ׳‬mantido ata o ano
de 1875, quando uia Decreto Pro‫;״־‬n‫־׳‬:ia l dotam inou a cua extin ção e
suas té r r a s foram alienadafs, ¿ 3 0 "0.?‫כ ׳המ‬0‫י״מ‬30 ‫ב‬:'.‫ ׳‬o •,;;ue aconteceu
a sua população,
Hoje a área do antigo aldev^mei-to rle Gnnto A1‫־‬tô n io da Cruz e Inho-
bim, d i s t r i t o do Municipio de Vitoriri da Conquista, pertencente ã
m icro-região do Planalto da Conquista, onde predomina a a tiv id a d e
agro-pectiãria. Tem uma população de ?.594 habitanten, sendo 733
sediados na zona urbana e 8.861 na rural. A população de Inhobim
representa 5,5% da população t o t a l do m u n icip io .(IBGE,VI,1981?23),
e não te^os n o tíc ia de que a l i haja remanescentes ind ígen as.
P elo que podemos concluir a pcirtir cie c’.ccumentaoão d isp o n ív e l, as
a ld e ia s das bacias do r io Pardo e ¿0‫ י‬Cachoeira ou C olonia, e mais
o aldeeiaento de Olivença, ju stificavam -ce economicamente por e sta
r ^ in c la id a s na rota comercial entre Ilhéus e Minas G erais, com
uma r a d ia l para V itória da Conquista, n s t-h e lo c ia -s e a l i um comer
c io próspero entre o l i t o r a l , centro produtor de a rtig o s regiona­
i s como o s a l e importador-distribuic’cr do manufaturados, e o in ­
t e r io r , p rin cip a l ârea de criação de gado g produtor de a r tig o s ‫י‬
d erivad os.
Os padrões estab elecid os para es';03 aldeamentos seguiam p ro ced i-'
mentos que visavam a tin g ir os objetivan bem d e fin id o s, e rep etida
mente apontados; liberação das terras p ela redução do t e r r it ó r io '
ocupado p e lo s grupos indígenas e preparação dos ín d io s aldeados ‫י‬
para o e x e r c íc io das ativid ad es quo lhes eram destinadás no pro-'
c e sso dê ocupação. Õs aldeamentos transformavam-se em unidades pm
du-tivas de su b sisten cia , capazes não sõ de alim entar a sua própria
população como taabém garan tir excedente a ser vendido ãs tropas'
de mercadores e tr o p e ifo s. Empregavam-se, os indígenas como d ia -'
r is t a s nas fazendas dos colonos, principalm ente nos períodos de
p la n tio e c o lh e ita . Mas à sua p rin cip al ativid ad e era a de ai3ertu
ra , conservação e policiam ento das estradas e núcleos urbanos na­
c io n a is . E sporaâic^ ente eraafi usados também para combàterem os '
254

guiXáaí¿>oX<is i n s t a l a d o s o n t j c e os irios de. Contas e Cachociira (VASCON


CELOS,20/06/18531ms), aleiti áos indios não aldeados.
Com tudo i s s o , ca ra cteriza -se os aldeamentos com núcleos de con-'
centração para ser reserva de mão-de^-obra, a ser u tiliz a d a em at^
vidades produtivas ou g u erreiras.
A criação de aldeamentos na região obedeceu, normalmente, ao prin
c ip io de aproveitar as a ld e ia s jã e x is te n te s , porém constantemen­
te surgiu a necessidade de tr a n sfe r ir sua população para areas '
consideradas p r io r itá r ia s na manutenção do comércio por rotas se ­
guras e coraodas.
Observamos que no in íc io da segunda metade do século XIX as prin­
c ip a is razões de c o n flito entre os índios e os colonos não era a
d isp u ta de te rra s. Devido a baixa densidade populacional na r e g i­
ão, a preocupação fundcuaental era a apropriação da mão-de-obra, fa
to r importante para garan tir o desenvolvimento lo c a l. 0 trabalho'
indígena se orientava no sentido de cria r a in fr a -e str u tu r a neces
s ã r ia à iü^ lantaçio dos empreendimentos agrários e pecuários, mas
principalioente v iã r io s ,
O ín d ice de mortalidade dos grupos indígenas aldeados deve te r s^
do elevad o, o que fa z ia com que os novos grupos contactados fosem
colocados nos antigos aldeamentos sempre que havia in te r e s s e na
sua manutenção nos lo c a is em que se encontravam. Quando, no entan
t o , não mais havia in te r e s s e na permanência d eles o que se obser­
vava era o deslocamento da população para outro lo c a l, onde fo sse
considerada ainda e sse n c ia l a mão-de-obra indígena para a implan­
tação da in fra -estru tu ra lo c a l, ou mesmo para obter a presença de
m issio n á r io , ou a aplicação de recursos por parte do governo pro­
v in c ia l e im perial em obras de in te r e sse dos colonos n a cio n a is.
A adoção de trabalhos que não os de a gricu ltu ra provocava sé r ia s
d esa r ticu la çõ e s no sistem a produtivo indígena, o que gerava uma '
s e n s ív e l redução na produção de alimentos e se r e f le t ia não s5 no
padrão de vida dos ín d io s , como também na sua capacidade de comer
c ia liz a ç ã o . Isto provocava severas c r ít ic a s por parte dos m is s i-'
o n â rio s, que sempre alegavcun o caráter in dolen te e preguiçoso dos
seus d ir ig id o s .
A redução de verbas destinadas pelo Governo Imperial para a Pro-'
v ín c ia da Bahia ap licar na catequese obrigou o Governo P rovin cial
255

a d e fin ir mais claraistente as prioridades na aplicação ãas berbas,


consequentemente, recursos eram tirados dos aldeamentos do norte,
aceleravam -se as decisões para sua extinção com a entrega das ter
ras aos ocupcintes nacion ais, que jâ viviam na ãrea como arrendatã
r io s , estâ » a lia s , fora a primeira formula encontrada para garan­
t i r renda suplementar a ser aplicada em outras localid ad es, prefe
rencialm ente as do sul da província, ãrea de recente ocupação.
A lian d o-se ao problema de f a lt a de recursos, que d ific u lta v a o pa
gamento das congruas e ainda a formação de reservas para compra ‫י‬
de instruiaentos e construções indispensáveis ao progresso do aide
conento, havia ainda o problema da carência de m issionários. A so­
lução encontrada fo i a de nomear o mesmo para mais de um '
n ú cleo, o que repetidas vezes provocou a tr ito s entre os grupos ad
ministrado■^ pelo mesmo m issionário. Alem d isso tornava a a s s is ­
tê n c ia in s a tis f a tó r ia , gerando desagrado e fuga dos indígenas.
Cremos, en treta n to , que a p o lít ic a de aldeamentos, apesar das du­
ras c r ít ic a s que sofriam por parte dos administradores p r o v in c i-‫י‬
a i s , a tin g iu os ob jetivos que se propunha, como poderemos observar
nas con clu sões.
256

CONÇI.OSÕBS

A região que escolhemos como objeto de a n á lise c a r a c te r iz a -se por


se t e r mantido eeonomicaiaente isolada durante o período c o lo n ia l,
â razões â is s o f ‫י‬rain as c a r a c te r ístic a s f í s i c a s do l i t o r a l , q u e ,
r e t i l í n i o e pouco articu la d o , alera de exposto aos a lís e o s , torna­
va a atracação d i f í c i l . Mesmo as barras de seus iniámeros r io s ca-
r a c t e r i 2 avam-se por apresentar um processo constante de assorea‫*־־‬
mento, o que, combinado com o fator anteriormente cita d o , cr ia v a ‫י‬
s é r io s p recalços ao desenvolvimento das a tiv id a d es pelanejadas pa
ra a ãrea,p oia esta s dependiam de portos adequados, que pein nitis-
se a exportação dos produtos a g ríco la s, inserindo os produtores ‫י‬
no mercado in tern acion al, assim seria gerado o c a p ita l n ecessá rio
para os Investim entos indisp en sáveis ã expansão dos espaços c u lt¿
vados, e p o ssib ilita d a a incorporação crescen te de fo r ç a -d e -traba
lho a ssa la r ia d a , em parceria ou escrava.
Essas d ificu ld a d es criaram obstáculos de d i f i c i l superação, como'
se pode constatar acompanhando as mudanças ad m inistrativas s o f r i­
das p ela Capitania de Ilh é u s, que passou da fa m ília de Jorge F i­
gueiredo Correia para a de Lucas G iraldes, sendo finalm ente co n -‫י‬
fisc a d a p ela Coroa Portuguesa. A fa lta de a lte r n a tiv a s econômicas
toisnirKva. com que a região não se tornasse o b jetiv o suficientem en
t e intorassóinte para a fixação de colonos e mesmo para a aquisição
de escra v o s, que realizassasi . as ativid ad es produtivas necessár¿
as ao desenvolvimento lo c a l.
Outro fa to r relacionado com a rarefação da população portuguesa '
na c a p ita n ia era a d ificu ld ad e de e s ta b iliz a r o sistem a de domina
ção e exploração dos grupos indígenas lo c a is . In icialm en te, e s ta ­
beleceram -se relações de escambo de caráter mais ou menos p a c íf i­
co , nas q u ais predominava ima r e la tiv a sim etria d efin id a p elo cará
t e r de igualdade estab elecid o nas trocas entre produtos manufatu­
rados, possuidos pelos colon os, e produtos a lim e n tíc io s, c' -‫־‬...ds -
dos p e lo s indígenas. Porém, à medida em que as ativid ad es econômj.
cas implantadas pelos portugueses exigiam o concurso de trabalha­
dores e a ocupação de maiores espaços de terra para o c u ltiv o de
pordutos com ercializáveis a n ív e l de mercado in te r n a c io n a l, as re
laçÕes in te r é tn ic a s se transformaram, assumindo c a r a c te r ís tic a s '
2 ‫צ‬7

acentuadamente com petitivas e guerreiras, que podem ser exeiu p lifi


cadas p e la rovolta dos Tupiniquim nos meados do seculo XVI e pela
guerra desencadeada aos Airaoré, nos fin s do mesmo sáculo. A predo
raináncia numérica da população indígena sobre a portuguesa fez ’
cora que houvesse urna involução econômica, gerando o agravamento '
das condições de vida da população e o abandono do pro je to agrárto-
esp ertad or, transformando a região num centro produtor de a rtig o s
de s u b sis te n c ia , capazes de garantir a reprodução da população, '
mas incapazes de gerar a tra tiv o s para o in g resso de novas levas '
de colonos e de ca p ita l que r e v ita liz a s s e a economia. Principalmoi
t e , com a transfoCTiação da capitania em dominio adm inistrativo da
Coroa, os investim entos cessaram.
Essa interrupção de investim entos deveu-se, também, à nova orien ­
tação pensada para a ãrea. Dentro do quadro econômico da época ,a ‫’׳‬
capitam ias de Ilhéus e Porto Seguro tornaram-se importantes zonas
e s tr a té g ic a s que deveriam se r mantidas como matas fechadas, d i f i ‫־־‬
cultadoras do acesso â região das minas de ouro da ca p ita n ia de '
Minas G erais. As únicas derrubadas pensadas e perm itidas ereim as
que se destinavam ao fornecimento de madeiras para a Marinha ReaL
Consequentemente, a região tornou-se p r iv ile g ia d a para os grupc3 '
in d íg en a s, que puderam m anter-se, nas áreas mais in te r io r e s , afa£
tados do processo de expansão da sociedade n acion al, o que lh es “
p erm itiu , a té o século XIX, manter seus padrões s o c ia is e a in te ­
gridade de seus t e r r it ó r io s , enquanto o Norte da província da Ba­
h ia , e , principalm ente seu l i t o r a l , enfrentava fo r te s p ressõ es e
grave d esarticu lação das sociedades in d ígen as.
A região do su l da Bahia, e particularmente a compreendida entre'
os r io s Colonia ou Cachoeira e o Pardo, começou a oferecer inter¿¿
se econômico capaz de motivar a expansão e fixação de colonos e
fa zen d eiro s a p artir do in ic io do século XIX, quando as novas a t i
!»idades econômicas, pecuária principalm ente, exigiram mercados '
que fosse® também centros distribuidoE es de produtos manufaturadc^
além do s a l , artigo típ ic o do l it o r a l . Na cap itan ia da Bahia, o
centro pecuário responsável pelo aceleramento econômico da região
s u l te v e como foco cen tral a Imperial V ila de V itó r ia , grande cen
tr o criad or e de com ercialização do gado lo c a l, de outras reg iõ es
da Bahia e de Minas G erais.
En decoirirência da necessdjiaíie da criação de corredores com erciáis,
in ic io u ‫־־‬s e o desbravaiaent-o sistem ático das matas in te r io r e s do suL
da Bahia. Os eixos esclh id o s para a efetiv a çã o do ponorcio acom­
panhou as margens dos grandes r io s , que têm como c a r a c te r ís tic a ‫י‬
g era l o fa to de nascerem em Minas Gerais e correrem no sen tid o W­
E, vindo desaguar no Oceano A tlântico e tendo nas suas fo zes vilas
ou povoados que simultaneamente, se constituíam em mercado lo c a l'
e em entrep osto de comércio marítimo.
A necessidade de criar uma in fra -estru tu ra capaz de o ferecer con­
diçÕes mínimas de segurança e apoio às rotas com erciais fe z com
que a p o lít ic a adotada para os grupos indígenas da região se con­
ce n tra sse na meta de forçar a sedentarização dos grupos próximos
aos cursos dos r io s . A criação de aldeamentos visava lib e r a r aque
la s rotasj, o que ofereceria a necessária segurança e também a c r i
ação de lanldades produtivas de artigos de 3 u’ s is tc n c ia , capazes '
de supirir as neeessidaiâés dos v ia ja n tes. Além, f o i fundamental o
treinarae*1to de índios para o colábate aos grupos que fixad os em ‫י‬
te r r o tõ r lo s mais d ista n tes das margens dos r i o s , esporadicamente
atacavam as tropas.
As duas áreas nucleares na região foram os médios cursos do r io '
Pardo, povoado e desenvolvido a p a rtir da Im perial V ila de V itoria
e do r io Cachoeira ou Colonia a p artir de Ilh é u s. A colonização '
do prim eiro atingiu aos Kamakã e Mongoyõ, que foram aldeados em
Barra do C atolé, Catolé, Cachimbo, Lagoa do Rio Pardo, Saco do Ríd
Pardo e Santo Antônio da Cruz (Vide Mapa 4 ). Ea do segundo deu or¿
gem às a ld e ia s de São Pedro de Alcântara ou Ferradas e Barra do
Salgado. Os d o is aldeamentos marginais a essa s áreas forõun o de '
O livença, que jã havia sido criado no século a n terio r, e o do Sal
to do Rio Pardo, ünico na margem d ir e ita d este r io . Os grupos a l­
deados no eix o do rio Colonia ou Cachoeira foram os Kamakã, Boto-
cudo e Tupiniquim (Vide Mapa 4 ). Na ârea do médio curso do Pardo,
o aldeamento Botocudo fo i f e it o em fase p o ste r io r , e realizado '
com o concurso dos K^akã e Mongoyõ.
P elo menos grande parte dos grupos indígenas atin gid os p ela fren­
t e de expansão pecuária e p ela s tropas de comércio na prim eira me
tade do séc u lo XIX v i v e r i a , segundo a documentação, em estado de
nomadismo. Ê d i f i c i l , en treta n to , avaliar com precisão a acuidade
259

dessas observações, sendo p reciso reservas quanto â sua aceitação.


Por outro lado, para rauitos desses grupos ignoramos se o nomadis­
mo s e r ia o r ig in a l, ou, p elo contrario, resultado da competição es
tafaelecida entre e le s e a sociedade nacional em função da posse '
de te r r a s , assim como dos e f e it o s d isru p tivos provocados p ela de
população, resu ltan te dos ataques que sofriam e da contaminação ,
in te n c io n a l ou não, por doenças " civ iliza d a s" .
Excetuando-se o aldeamento de Olivença, no qual viviam remanescen
t e s Tupiniquim, os denaais eram habitados por Kamakã, Mongoyó e Bo
tocudo. Pertenciam ao tronco lin g u ís tic o Macro-Je e apresentavcua,
segundo tudo indica, semelhanças na organização s o c ia l devido a
uma trad ição comum, ã convivência em ambientes sem elhantes, e ao
fa to de terem sofrido coerções sim ila res, sendo obrigados a viver
nos mes®K3s aldeamentos. I s to forçava-os a vuna interação in ten sa ‫י‬
levando â descaracterização das culturas o r ig in a is . Podemos con -‫י‬
c lu ir que, em determinada etapa o que se con stata era a ex istên cia
de profuíida in terferên cia entre varios sistem as sõ c io -c u ltu r a -
i s e a adoção fin a l de \m. modelo a ltern a tiv o e imposto p ela s o e i-
edade n acion al, ou se ja , uma variante lo c a l do sistem a d esta ü l t i
ma.
A b ib lio g r a fia consultada indica que os Kamakã e Mongoyó ptratica-
vcum agricu ltu ra no período p rê-con tacto, enquanto os Botocüdo são
r e fe r id o s como sendo grupos vivendo de caça e c o le ta , que teriam'
adquirido o conhecimento das técn icas a g r íc o la s apôs o contacto '
com a sociedade nacional. No entanto, alguns documentos acusam a
presença de agricultura in c ip ie n te entre os Botocudo, o que nos '
lev a a su sp eita r da p o ssib ilid a d e desses grupos a terem praticado
anteriorm ente ao contacto.
Ainda que os grupos Jê tenham fo rte tendência ao fracionamento, ‫י‬
cremos que a redução dos seus te r r it o r io s , em decorrência da e x - ’
pansão da sociedade n acion al, deve ter influ enciado no sen tid o de
acentuar aquela tendência. Assim sendo, e s te s grupos são descritos
a todo o momento como vivendo era pequenos bandos com grande m obili
dade, e sendo constantemente atacados p elos varios segmentos da ‫י‬
sociedade nacional com os quais entravam em contacto, fo s s e como
resu lta d o espontâneo do processo de ocupação de novas áreas, ou '
do destacamento de grupos de combatentes ou bandeirantes a quem o
governo cen tra l encarregava de exercer o combate, ou perm itia que
exercessem t a l atividade eiti proveito proprio•
A precariedade das condições de vida dos grupos envolvidos no pro
cesso de ocupação de seus t e r r it o r io s , fo sse por nacionais ou por
outros grupos indígenas ainda bem organizados socialm ente e em a—
tiv id a d e guerreira, fez com que alguns pequenos grupos optassem ‫י‬
por se aldearem ‫״‬voluntariamente", considerando as p o ssib ilid a d e s
de irnia vid a com menor Indic® de agressões. No entanto, nem sempre
e s s e soiiho se concretizava. Os responsáveis p elo s aldeamentos pro
curavam transformar os in d io s em combatentes a serem u tiliz a d o s '
no policiam ento das estradas e no combate aos grupos ainda não
s u j e it o s ao jugo dominador da sociedade n acion al, e , algumas v e - ‫י‬
z e s , a té mesmo a quilombolas.
Era termos de p o lític a in d ig e n ista , a primeira metade do sécu lo XIX
pode se r caracterizada como ‫ מעז‬retorno âs c a r a c te r ís tic a s a n te r i-
res ao período pombalino. A v o lta da "guerra justa" e do d ir e ito
ao aprisionamento dos indígenas para o uso indiscrim inado era tra ­
balhos desenvolvidos por p articu lares ou p elo prõprio Estado pare
ce‫־־‬nos t íp ic o dos momentos de arranque da sociedade nacional na
conquista de novos espaços. Estes seriam destinados â implantação
de novas atividades econômicas pelos im igrantes, fossem e le s r e - ‫י‬
cêm-chegados da Europa, como aqueles que vieram com a Fam ília Re­
a l , ou de outras regiões do p a ís. A razão dessa migração interna
pode ser compreendida ao considerarmos a estru tu ra fundiária das
re g iõ e s já ocupadas, onde predominava o la tifu n d io açucareiro, ‫י‬
prim cipalm ente, que por enfrentar c r ise s econômicas responsáveis
p e la sua marginalização no mercado in tern acion al não mais era ca­
paz de absorver a mão-de-obra lo c a l em a tiv id a d es produtivas. Cr¿
a v a -se , portanto, a figu ra do excedente de mão-de-obra e a s o lu -'
ção encontrada era a de forçar ou estim ular a sua migração para '
re g iõ e s de fr o n te ir a , onde deveriam conquistar novas áreas tomadas
aos ín d io s e estab elecer as condições n ecessárias para a p o sterict
ocupação e f e tiv a pelos grandes p ro p rietá rio s, que reproduziam a '
estru tu ra la tifu n d iá r ia na nova re iã o .
Para g a ra n tir essa expansão e ocupação de novos espaços, c rio u -se
e m o b ilizo u -se todo um poder m ilita r , representado por q u artéis e
destacam entos construidos jiinto âs áreas em que se desencadeava a
expropriação dos te r r ito r io s indígenas. Esse estado de guerra per
durou a té o momento em que se atingiu o e q u ilíb r io d efin id o p ela
201

s u fic iê n c ia de terras c de mão-de-obra para as necessic.ades dos ’


projet.os econômicos do momento. Ê porisso que na primeira .
metade do século se desencadeou, na região em apreço, o processo
de guerra e aldeamento forçado dos vários grupos, e subgrupos que
viviarai na área. A segunda metade do século caracterizou-se pela '
consolidação do domínio, mediante trabalhos de catequese e prepa­
ração da «ão-de-obra para a sua plena u tiliz a ç ã o , porque a estru­
tura econôaica exigia o uso do trabalho indígena. Constata-sG, a£
sim, a e x istê n c ia de tres momentos na relação estab elecid a entre ‫י‬
a sO'Ciedade nacional e as comunidades indígenas, que eram através
saâos âe acordo com as exigências do modelo econômico nacional *
nos seus vários estágios de desenvolvimento. Assim podemos carac­
te r iz a r o primeiro momento como aquele de introdução de trcibalha-
doires n acionais. Nesta etapa, o grande ob jetivo estabelecido para
as relações in terétn icas ê o de garantir novos espaços, conquista
dos aos te r r ito r io s t r ib a is . Para isso desencadea-se um movimento
de guerra e agressão que levam à conquista e confinamento das po­
pulações indígenas em áreas previamente d e fin id a s, onde ereun obri
gadas a se sedentarizar e começavam a sofrer um processo de com-‫י‬
pulsão sistematicamente desenvolvido por agentes da sociedade na­
cio n a l - diretores de a ld e ia , m issionários, trabalhadores naciona
i s e fazendeiros vizin h os, apoiados por mecanismos de coerção so-
c ia i de que faziam parte os destacamentos e q uartéis.
O o b je tiv o de forçar a sedentarização dos ín d ios em áreas r e s tr i­
tas ultrapassava essQ r:r--a in ic ia l, e visava criar centros pro
dutores de artigoa de su b sistên cia para serem comercializados pe
lo s d ireto res e ou m issionários, base e sse n c ia l que garantia a ma
nutenção das rotas de comercio. Outro ob jetivo dos aldeamentos eia
a de concentrar contigentes de mão-de-obra a ser preparada para a
construção de infra-estruttura v iá r ia , esse n c ia l ãs atividades agrá
r ia s já que p e rm itia o acesso ao mercado.
O segundo momento das relações in te r e tn ic a s, ê aquele em que se ‫י‬
processa a exploração plena da mão-de-obra indígena já habilitada
pela ação dos agentes acima citad os. Outro indicador dessa etapa'
ê a aceitação im p lícita , por parte dos brancos, do d ir e ito de uso
da terra dos aldeamentos pelos indígenas. A razão dessa aceitação
im p líc ita parece-nos esta r relacionada com o estágio de ocupação
da área p ela sociedade nacional. Por r e sid ir a l í uma população ’
262

ainda r a r e fe ita como eonsequência de as atividades ainda estarem


em fa se i n i c i a l de in stalação sem terem ainda grandes a trativos'
econômicos, não se declara então a disputa pelas terras dos aide
aaentos.
A grande disputa ainda se processa pelo d ir e ito ao uso do traba­
lho indígena, jâ que, complementando as razões para essa organi
zação a população dos aldeamentos ainda representa uma parcela '
s ig n if ic a t iv a da força-de-trabalho lo c a l.
A te r c e ir a etapa caracteriza-se como sendo aquela em que fatores
deraiogrâficos, pertinentes tanto à sociedade nacional como à indí
gena, alem dos econômicos, provoccim alterações nas relações esta
b e le c id a s. O que se observa ê a redução v io le n ta da população in
dXgena aldeada, provocada pelas a lta s taxas de mortalidade, assin
como p e la dispersão dos indivíduos. Esta deveu‫־־‬se a seu engaja-'
mento em trabalhos fora da a ld eia , era estradas ou na Marinha, a
casaiaentos in terétn ico s e ã incorporação^ d e fin itiv a de parcela '
dos habitantes como assalariados ou como pequenos proprietários
por e f e it o dos estímulos criados com a o ferta de lo te s individu­
a is aos ín d ios que apresentassem "progresso" no aprendizado dos '
novos padrões culturais e s o c ia is impostos pela sociedade nacio­
n a l. Descompensando ainda raais a relação de forças entre os con­
tig e n te s dsmogarSficos, o que se constata é que os bons resultados
econômiicos ontidos com a ^ploração de novos espaços atraem ma-'
io r nãmerü de imigrantes, que buscam areas em que se possam inste
la r e exercer sua atividade econômica. Agrava e ste processo, no
caso da região em estudo, e cremos que em outras também, o fato
dessa segtmda leva de imigrantes ser composta de pessoas geralm^
te com rectirsos fin a n ceiro s, próprios ou financiados por casas '
de exportação, que instauram na região uma estrutura la tifu n d iã -
r ia , deslocando, portanto, os antigos pequenos proprietários e '
estimulando a vinda de mais imigrantes. Estes destinados a se '
transformarem em trabalhadores assalariad os, são atraidos pela
esperança de virem a se r , e le s também propretários de terra . Ê a
fa se de concentração das propriedades(V. GARCEZ,1977) modelo con
siderado id e a l, na época, peira os grandes projetos agrários. Nes
sa fa s e , portanto, a mão-de-obra indígena não tem mais relevância
niímérica e importância para o desenvolvimento lo c a l. Consequente
mente, ê abandonada ã própria sorte.
2Ó3

No en’tan'ljo^ as suas teirras assvunem \1m caráter de v ita l iíaportân-


c ia para o processo de expansão do sistema econSmico. A ltera-se,
portanto, o foco das disp u tas, que se concentra na expropriação
das terra s dos aldeamentos, A população indígena, entretanto, não
é raais #b jeto de preocupação, sendo esta a fase em gue o governo
deixa de in v e s tir nessas unidades adm inistrativas e causa sua, fa
le n c ia que, p osteriom en te, ju stific a r á as medidas de extinção a­
dotadas. O raciocin io usado fo i o de que as terras estão sendo ‫י‬
subaproveitadas, e não concorrem para o desenvolvimento do p a ís.
A rarefação da população indígena, provocada por fatores criados
p ela sociedade nacional, ê outro fatos insistentem ente a legad o,‫י‬
d izen d o-se que uma população de pequeno porte não faz jus aos ‫י‬
dispend ios governamentais e ã retenção de areas supostamente gran
d e s.
Obtivemos, nos documentos consultados, um levantamento demogrãfi
co dos aldeamentos considerados, que, embora, precário e incompQe
to , podem dar vana id eia das flutuações demográficas que sofriam'
os aldeamentos:

mixamemdog \ ANOS
1850 L851 1852 1853 1854 1855 1857 1858 1859 1860 1861
são Pedro de Alcântara 300 300 196 110 128 130 — 106 306
— -

OlivCTça — - —
200 200 200
Banra <30 Catolé — — 90 98 115
Barra do Seil^do - — —
125 125 — — ’ . — 125
— . -

Salto do Rio Parüo


Catolé ISO 96 93 98 106 125 130 103 -
235 - :

Saoo do RLo Pardo — 50 — —


105 — - — 150
Lagoa do Rto P3k3d —
150 150 158 -

Cachimbo - — — — — - — — . — - ■ -

Santo Antônio da Cruz 140 53 20 71 30 20 - - - - -

In terp retar essas flutuações é, no entanto, d i f í c i l pois não se


devem exclusivamente a fa to res de ordem vegetativa; migrações, '
forçadas ou não, de individuos, de pequenos contigentes ou da po
pulação t o t a l têm de ser tomados em conta como intervenientes na
redução demográfica de umas ald eias e incremento em outras. Bas‫־־‬
ta lembrar os diversos motivos que levaram a deslocamentos de um
aldeamento para outro, oía o regresso a flo r e s ta , d escritos em ca-
p itu lo anterior; os mais comuns eram a in sa tisfa çã o com o aldeamen
to ou abandomo deste pelo m issionário, ou o reagrupamento de vâr^
as populações nuaa sô a ld e ia . De qualquer ffiodo, o quadro vale pa­
ra dar id â ia da população indígena da região nessa época. E, nos
d o is casos indicados acima ê que o sistema in terétn ico jã se en­
contrava no terceiro e s ta g io , no qual a grande meta era a tomada’
das te r ra s dos aldeamentos, jâ que a mão-de-obra não mais intere¿
sava.
Outro asp ecto, que consideramos de grande relevância na an alise '
do probleBaa ê o dos Investimentos realizados pelo Governo Imperi­
a l ou P rovin cial nas atividades de catequese. Os recursos aplica­
dos em âreas oonslderadas estra tég ica s e em momentos considerados
v i t a i s , destinavam-se, na realidade, a valorizar as terras a se-"
re® depois apropriadas por particulares diretamente ou in d ireta -'
mente c<» a int@E»e(ilãção do Governo. Assim, ta lv e z , possamos a-
fir » a r gu‫־‬e a criação de um aldeamento indígena numa determinada '
ãrea representava uma forma de valorização da região. Antes, esta
era considerada in ó sp ita , e consequentemente, sem valor econômico,
porque nix^um nelas se podia fix a r , antes pela carência de infra-
estru tu ra e de mão-de-obra do que pela insegurança, qu< , embora ‫י‬
p resen te, não ciiegava a representar um obstáculo in transpon ível,'
como os próprios fatos dotííonstrcan. A criação de um aldeamento per^
m itia , então, o surgimento da sé r ie de precondições indispensâ-'
v e ls ã valorização e consequente ocupação da ãrea. Assim e le atra
ia recursors do Governo Im perial, ju stific a d o s pela necessidade de
incorporação dos "índios brabos" ao "grêmio da c iv iliz a ç ã o " . Essss
in vestijaen tos, no entanto, eram destinados a atividades que podem
ser id e n tific a d a s com a criação de in fra-estru tu ra indispensável
ao âessnvolvimento e valo±l.za;ção das terra s, e não a b en eficiar '
as com5tmldad:es indígenas,, que pretensamente se deveriam tornar au
tônomas, economicamente falando.
Esse r a c io c ín io poderia levar a supor que, quando ta l meta fosse
a tin g id a , o grupo indígena passaria a gozar de r ela tiv a autonomia
e a manter relações sim étricas com a sociedade envolvente. Pensar-
s e - ia , a t é , na p o ssib ilid a d e desse grupo reencontrar as condicões
bãslcãs que lhe permitiriam manter ou reorganizar seus padrões so
c ia is ê sua identidade é tn ic a . No entanto, o que pudemos constata:
leva-n os a crer que is s o não chegava a se concretizar. 0 que pode-
mos cqiRpirovar e que <|u3 nclo a autonomia econômica dos aldeamentos
era a tin gid a ou estava p restes a sê -lo o Governo, pressionado pe
lo s fazendeiros coiti in te r e sse s lo c a is , eliminava o aldeamento en
tregando as terras aos rep3?©sentantes da sociedade nacional. Aos
ín d io s ca b ia , quando sobrassem, terras sob a forma de lo te s intlj^
v id u a is, o que descaracterizava . t i ‫•’־‬.‫ ״־‬or-t‫כ‬ a estrutu­
ração comunitária que perm itia a sobrevivência do grupo indígena
como uma sociedade com identidade prõpria. O governo, ao tomar '
t a l ati^pde conseguia, de certa forma, reaver com grande margem
de lu cro , podemos supor, e1tü30ra nos fa lte a respectiva contábil¿
dade, os investim entos que havia realizado. Como agente capacita
do a executar a venda, in c lu ia no preço estipulado os melhoramen
to s introduzidos. Assim o Governo Imperial in v e stia recursos que
ersM auferidos com as lo te r ia s bancadas pelo prõprio Governo, e
que d ep o is, com a venda das terra s, eréim capitalizados pelo Go‫״‬
verno ¡Provincial.
Outra forma de valorização das terras dos aldeamentos ernm os tra
Balhos de derriibada realizados por trabalhadores pagos pelo Go- ‫י‬
verno Im perial. Isto , tanto para aqueles que delas se apropriavan
diretam ente, pelo uso da v io lên cia e sem a intermediaç? ‫ ג‬do go~'
verno, queaito para o prõprio governo p ro v in cia l, que, ao vende-‫י‬
l a s , muitas vezes jâ produzindo, auferia consideráveis ganhos, '
sem que na realidade tiv e s s e realizado qualquer tipo de in v e s ti­
mento, se considerarmos que no caso da Província quem in v e stia '
era o Governo Central.
T^bém as v ila s e povoações se beneficiavam com a presença dos ^
deamentos. Principalmente quando se a tin gia o estágio de arrenda
mento de suas terras. Em p rin cip io, ta is rendas reverteriam para
as comunidades indígenas, que assira poderiam mais facilm ente atto
g ir a projetada autonomia financeira, passando a se auto-susten
ta r e a r e a liz a r investim entos que permitissem o desenvolvimento
econômico do aldeamento. Mas, t a is rendas, na realidade, eram des
viadas para aplicação em outros aldeamentos que estivessem na fa­
se i n i c i a l de implantação. O que caracterizaria, em determinados
momentos e situ a çõ es, o financiamento d e,projetos de in teresse da
sociedade nacional com o uso e aplicação de recursos auferidos pe
la exploração das terras Indígenas, valorizadas em nome deles e
com a aplicação do seu trabalho, extraído pelos agentes da so e i‫־‬-
266

edade n acion al. Mas, alêm desse aspecto que podemos deíj.nir como
de tra n sferên cia de recursos, observamos também que muitas vezes®
as rendas auferidas com arrendamento das terras indígenas eram
usadas para construções nas areas urbanas, e atê mesmo para paga­
mento dos vereadores das Câmaras Municipais.
A realid ad e dessas afirm ativas pode ser comprovada ao quadro esta
t i s t i c o que cc»npõe o anexo da te se . Usamos para sua elaboração da
dos esparços, sistematicamente coletados nos documentos pesquisa■■'
dos no Arquivo Publico da Bahia, na secção referente ã P residen-’
c ia da Província. Trata-se de uma documentação não seriada apre-'
sentando dados incompletos, mas que, por se r e fe r ir a dotações e¿
p e c ia is , s^ p r e ju stifica d a s no ato de s o lic ita ç ã o , conGiderêimos
bastante elu cid ativa pois demonstra claramente quais os objetivos
visad os p ela sociedade nacional, ao conceder verbas esp ecia is pa­
ra os aldeamentos. Observamos que as ju s tific a tiv a s apresentadas
variavcffli muito pouco, e que podem ser interpretadas à luz dos in­
t e r e s s e s doiainantes da sociedade b r a sile ir a . Dos 54 iten s referan
te s a j u s t ific a tiv a s apresentadas para a s o lic ita ç ã o de verbas¡. '
cinco (9,25%) estão em branco, o que nos deixa com uma quantdidade
r e fe r e n c ia l de 49 pontos a serem considerados. Desses '9 pontos ,
c it o (16,32%) dizem diretamente respeito â necessidade de promove!:
a "pacificação" de grupos indígenas ainda não-aldeados, o que po­
de ser entendido, no quadro de análise que nos propusemos adotar,
como sendo próprio do momento de expansão da sociedade nacional '
sobre os te r r itó r io s ainda controlados pelos grupos indígenas. '
Por estarem as relações ainda naquela primeira primeira etapa, qiE
definim os como de arranque, o grande propósito dos investimentos
estava voltado para forçar a sedentarização dos grupos indígenas‫־‬
Assim, procurava-se lib era r terras para a in stalação de colonos '
atraíd os pela perspectiva de se tornarem proprietários nas terras
promissoras do in te r io r .
Daqueles 49 pontos outros s e is (12,24%) explicitam a necessidade
de o fe r ta de condições esp e c ia is e instrumentos, além de esmolas,
que garantiriam a permanência dos índios aldeados no perímetro da
a ld e ia , sob controle dos agentes da sociedade nacional. Podemos '
in terp reta r essa fase como sendo aquela interm ediária, em que a *
sociedade nacional n ecessitava manter os grupos circun scritos e
sob treinamento. Assim garantia-se não s5 a liberação das terr?s
^ J i

como t.an!tbé1H o treijaainento da mão-‫־־‬de-obra a ser u t iliz a i .1 na e t ipa


subsequente, nas jã d escrita s atividades de implantação da in fra-
estru tu ra necessária ao desenvolvimento lo c a l.
R eferin do-se diretcuaente â implementação dos trabalhos agrícolas
nos aldeamentos como forma de garantir a su bsistên cia e a produ-'
ção de excedentes com ercializáveis, achamos s e is (12,24%) j u s tify
c a tiv a s apresentadas para a so lic ita ç ã o de verbas e sp e c ia is, En-
c 0 ntr£«í0 -n 0 s , portanto, jã na fase de aprppriação dos produtos go
radas p ela s atividades d iá ria s dos indígenas nos aldeamentos sob
a direção ào m issionário, epie nos casos aventados exerciam teunbém
as fiinções de Diretores Acteini s tr a ti vos.
No tocante ao ítc© re la tiv o â construção de igreja s e capelas, a
lêm da compra de a lfa ia s e outros m ateriais necessários ao exerc¿
c io da atividade m issionária, encontreimos s e is (12,24%) referênci
a s. A in cid ên cia dessa s o lic ita ç ã o pode ser entendida como algo '
perfeitam ente coerente com a ideologia dominante na época, em que
se confundiam as noções de c iv iliz a ç ã o e cristianism o; o ato de ‫י‬
tornar o Índio nutn cristã o sig n ifica v a a primeira etapa de sua in
corporação à sociedade n acion al, que era, antes de tudo, c r is t ã .'
Porém, a l ^ desse aspecto podemos ainda analisar o assv .ito por ou
tr o ângulo, de importância eminentemente p o lític a e de in te r e s s e ’
dos m issionários! a criação de capelas e, principalmente, de igro
ja s paroquiais implicava na criação da primeira condição para a
transformação do aldeamento em v ila ou povoado, já que esta era
uma das condições básicas para a definição do lo c a l como ãrea "c¿
v iliz a d a ’'s o reconhecimento e c le s iá s tic o da paroquia.
Encontramos, ainda, referên cias ao uso do trabalho indígena na ’
construção de estradas, pontes, recuperação e conservação de est:^
das em número de dez (20,40%). A construção dessa infra-estrutura
v iá r ia relacionava-se diretamente com as necessidades de implemen
tação do coiaércio na região, além de ser um elemento essen cia l pa
ra a valorização dos terren os, ao criar as condições básicas para
o escoamento dos produtos agrícolas lo c a is que começavcun a se in­
s e r ir mo mercado. Essa criação da in fra-estru tu ra viária f a c i l i t a
va o acesso às terras do in te r io r , permitindo a expansão das áreas
plantadas e o aumento da produção regional. Os resultados, conse­
quência do trabalho indígena, eram apropriados pela sociedade na­
c io n a l, fo s s e pelós seus membros particulares ao tomarem as terr 0s
dos in d ígen as, ou Governo Provincial ao arrendá~las ou vendo‫־‬
la s aos colonos nacionais. Esta etapa de plena u tiliza çã o do tra­
balho indígena corresponde agüela etapa em que a exploração da re
gião se processa de urna forma que poderiamos q u a lifica r como de '
solidificação da etapa i n i c i a l . A valorização das terras decorria ‫י‬
das ap lica çõ es fe ita s nos aldeaimentos •‫ •י‬com derrubadas, p la n tio s,
garan tia de mão-de~obra abundante e barata, alêm da citada in fra-
e str tu r a v iã r ia . Como não hâ uma migração intensa devido ao carã-
te r experimental e ainda pouco atrativo do empreendimento lo c a li­
zado não havia in teresse nas terras porque as que jâ haviam sido
lib erad as na primeira etapa eram su fic ie n te s para a manutenção d®
condições de estabelecimento da exploração lo c a l naquele momento.
No tocan te a atividades guerreiras por parte dos índios ao comba­
terem indígenas não-aldeados, v isto s como permanente ameaça ao su
cesso econômico da ârea - fo sse por atacarem as estradas, v ila s ,
povoações ou mesmo os aldeaaientos - encontramos cinco (10,20%) in
d ica çõ es. Essa atividade ê compreendida no quadro de a n a lise , po­
i s a ”pacificação" dos ín dios ainda não-aldeados representava não
s5 garantia para a continuidade das atividades produtivas in sta la
das na reg iã o , como também liberação de novos espaços a serem ocu
pados, nua momento em que não se podia dispensar o concurso do *
trabalho índigena concentrado nos aldeamentos. Alêm da imagem de
segurança transmitida aos imigrantes em p o ten cia l, essa "paz" ga­
ra n tia o clima esp ecial capaz de permitir a fixação de novos colo
nos e a aplicação de c a p ita is.
Os o it o pontos restantes indicados como ju s tific a tiv a s para o pe­
dido de verbas esp eciais podem ser c la ssific a d o s como fatores e­
ven tu ais e resultantes de problemas esporádicos e não enquadrados •
nuraa perspectiva mais ampla de metas p o lít ic a s , estabelecidas pa­
ra o tr a to do problema indígena. Incluem-se aí desde decisões so~
bre a compra de uma farmácia homeopática, até o transporte de ín~
dios "bravios" do ponto em que foram capturados para o aldeamento,
ou mesmo viagens dos m issionários para avaliação das condições de
aldeamento dos d ^ a is grupos ex isten tes na ârea.
Outro fa to r de relevância ê a forma gradual de participação dos ‫י‬
ín d io s na economia de mercado. As formas p o ssív eis variavam de a­
cordo com o grau de integração dos indígenas ã sociedade nacional
e as c a r a c te r ístic a s lo c a is desta última. Num primeiro momento ,os
269

ín d io s , que podemos c la s s if ic a r como mantendo contacto in tern iten


t e , confontie cla ssific a ç ã o de Darcy Ribeiro (1970:231-235) , travara
re la ç õ es aparentemente de caráter sim étrico. São fornecedores de*
a r tig o s s ilv e s tr e s que trocaia por manufaturados. A sociedade naci^
onal tem in te r e sse muito mais p o lític o que econômico na manutenção
d esse carãter sim étrico, jã que essas relações transmitem aos ín­
d ia s a imagem da possib ilidad e de tmia relação ig u a litá r ia , fazen­
do ccan que aceitem mais facilm ente o contacto permanente com a so
ciedade que e le s ainda não percebem como dominante, porque não ‫י‬
lh es mostrou sua verdadeira face. Nim segundo momento, em que se
estabelecem as relações de contacto permanente, que corresponda à
quela etapa que identificam os como in ic ia l na correlação de forçcs
entre a sociedade nacional e as indígena, a aparente sim etria e ’
rompida porque nas novas formas de relações que são esta b elecid a s,
os prim eiros objetivos propostos são alcançados: liberação de ter
ras e confinaaento dos índios ^ espaço reduzido e bem definido.
Nessa ocairião, a inserção do indígena na economia do mercado se
faz de forma acentuadamente marginal. Ele passa a ser treinado de
acordo com as prioridades estabelecidas por particulares e p elo *
governo para a região. Ê um período de estu fa no qual a ação desen
volvid a e s tá ainda voltada para a aprendizagem de novas formas de
produção, jâ qüe posteriom iente o índio vai sor usado de forma ma
i s adequada às novas exigências do sistema. Esse período de t r e i-
neamento, âesenvolvido pelos m issionários, no nosso caso, recebia
dotações e sp e c ia is do Governo Imperial, objetivando a superação '
dessa etapa no mais curto espaço de tempo p o ssív e l.
Tal superação deveria culminar no momento em que os índios se tor
nassem capazes de produzir para o seu su stento, e também exceden­
t e s para mercado. O acesso a e ste , entretanto, não era f e it o dire
t amente palos produtores, mas sim com a intermediação de agentes ‫י‬
da sociedade nacional, responsáveis pela administração dos prime¿
ro s. Na realidade eram e le s os grandes controladores do processo'
econômico, desde a produção até a comercialização e aplicação da
renda auferida, que escapava do poder d ecisorio dos produtores pa
ra se s itu a r na esfera de dominio da sociedade nacional. Além da
sua p articip ação de forma in d ireta no mercado, como produtores,os
in d io s tambim podiam p articip ar como força-de-trabalho manipulada
pelo Governo para uso em atividades de construção de estradas ou
criação de infra-estru tu ra de apoio às rotas de comercio, ou, ain
270

da, para garantir a necessária reserva <^.e mão-de-obra à implanta­


ção das atividades agrícolas na região.
Ap5s e ssa etapa as relações estabelecidas entre a sociedade naci-
anal e os grupos indígenas não mais eram calcadas nas necessidades
de uso do trabalho dos ín d io s, pois a quantidade de trabalhadores
nacion ais jâ era bastante elevada, enquanto a de indígenas tornou-
SC reduzida em t e ^ ‫ כ׳י‬sibsolutos e proporcionais» Consequentemente,
o grande ob jetivo a ser atingido era a conquista das terras que a­
inda pertenciam aos aldeamentos, Supimha-se que a etapa anterior"
tinha conseguido a tin g ir o objetivo de hcibilitar os índios ao ex^
c ic io das atividades produtivas no quadro nacional. Assim os Ind¿
o s , ao perderem as te r r a s, fenômeno que acontecia nim período mão
muito longo, deveriam esta r aptos a se tornarem trabalhadores as­
sa la r ia d o s, vendendo, porteinto, uiaa nova mercadoria‫״‬a força de
trabalho—, única que lhes restava a partir do momento em que se *
processava a separação entre o principal meio de produção que de­
tinham, a terra , e o produtor. Havia, ainda, a p ossib ilid ad e legei
d esses ín d io s se tornarem pequenos proprietários rurais ao recebe
rem lo t e s fam iliares como "prêmio" por sua aplicação na aprendiza
geni da nova ordem estab elecida pela sociedade nacional. A impossj^
b ilid a d e de os indígenas se tomarem efetivamente assalariados,ha
b ilita d o s e aceitos pelos regionais, não chegava a ser motivo de
preocupação por parte da sociedade nacional, pois esta considera­
va que jã havia atingido o que desejavas transformar o índio t r i ­
bal CTa indivíduo inserido no mercado de trabalho regional, após a
sua preparação e u tiliz a ç ã o plena nas varias etapas de incorpora­
ção da ãrea ã economia nacional e em alguns casos até mesmo in ter
nacional? ao que se somava a expropriação das suas terra s, que p®
savam a integrar o patrimônio da nação público ou p articu lar.
Outro aspecto que consideramos in teressante ê a p ossibilid ad e de
os aldeamentos terem também funcionado, pelo menos na ãrea que e£
colhCTios como objeto de estudo, como núcleos experimentais para a
introdução de culturas novas nas regiões a serem conquistadas. E¿
sa p o ssib ilid a d e é por nÕs aventada em decorrência do caráter p i­
on eiro, na região do c u ltiv o do cacau e do café em ta is dimensões
nas areas dos aldeamentos. Destacamos, dentre os demais, o de Fer
radas ou São Pedro de Alcântara, que no ano de 1855, que na dos-'
crição do Diretor Geral dos índios em seu relatÕ rio ao Ministro '
de Estado e Negocios do Iiaperio, era assim d escrito: "estes indi■‫־‬
genas têm plantado 20 mil pés de café e 20 mil de cacau, arroz e
mandioca, sendo a sua ald eia a raais florescen te e dada a agricu l­
tura e a mais moralizada pela ação enérgica e a dedicação do mis­
sionário" (Í1ADÜREIRA,31/01/I855,ms) . Urna das razões que nos levam
a crer nessa possibilidade é a sim ilitude entre os aldeamentos in
digenas e as colonias estrangeiras implantadas no sul da Bahia‫' ־‬
N estas colon ias os investimentos eram fe ito s com recursos do Gov(^
no Im perial e mão punham em risco cap itais p a rticu la res, que so '
eram ap licad os após comprovação do sucesso da cultura na região c
de te r assegurado sua colocação no mercado. As vantagens desse ‫י‬
processo vinham do financiamento estabelecido pelo Governo Iraper^
a l e realizad o em áreas posteriormente apropriáveis, em caso de
S U C G S S O , o u abandonadas sem maiores preocupações juntamente cora
a população que nelas r e sid ia quando ocorria o insucesso. Era, '
p ortanto, uma forma subsidiada de realizar experiências agrícolas
e de colonização.
A documentação compulsada permitiu-nos estabelecer xim modelo ge-'
r a l dos passos estabelecidos pelos administradores para a criação
de vun aldeamento na segunda metade do século XIX, sob a d ire­
ção dos capuchinhos.
O prim eiro passo partia de n o tícia s da ex istê n c ia de grupos hostis
ou arredios na localidade em que se pretendia estabelecer a ocupa
ção n a cion al. Normalmente, as n otícias chegavam ã D iretoria Geral
dos fndios através de ca rta s, o fíc io s e p etiçõ es nas quais os fa­
zendeiros e ou colonos afirmavam que os índios ameaçavam constan­
temente a sua segurança e o sucesso dos investim entos realizados
com a plantação de artigos a serem lançados no mercado. A decisão
adotada era de imediato, a designação de um m issionário, que ge-
raímente era deslocado de xxm outro aldeamento, já considerado co
mo apto a dispensar o concurso da ação de d ireto r.
O m issionário ao chegar ao lo c a l fazia uma avaliação da realidade
das informações e da p ossib ilid ad e concreta de estabelecer o a l­
deamento plañejado. Muitas vezes, o insucesso do projeto era de­
terminado p ela mobilidade dos grupos, o que fa zia com que nem san
pre os ín d io s fossem lo ca liza d o s, o que levava a que o missiona-
r io v o lta s s e ao ponto de origem ou fic a sse ã disposição do Pre-'
f e it o do Hospício.
272

No en ta n to , quando o m issionário obtiniia su cesso na empreitada i ­


n i c i a l , contratava homens nas povoações v izin h a s que o ajudavam '
nos tra b a lh o s preparatórios de in sta la çã o . As prim eiras providin-
c ia s eram as de fazer derrxjbadas da mata, geralmente formando uma
c la r e ir a . Eia seguida, faziam a queimada e o p la n tio daqueles pro­
dutos e s s e n c ia is para o su sten to dos índios na fa se i n i c i a l de a­
comodação dos futuros aldeados. S o lic ita v a -3 e , então, ajuda aos '
moradores da região, sob fontia de esmolas, mas principalm ente re-
c o r r ia ~ se aos cofres do Governo P rovincial para que e s te repassa¿
se c o ta s de verba de cataquese.
A próxima a tiv id a d e desenvolvida era a construção da casa a ser o
cupada p e lo m ission ário, que serv ia também de depósito para os '
pordutos a g r íc o la s colhidos e o m aterial enviado pelo Governo pa­
ra o estab elecim en to do con tacto. Esses ob jetos c o n s t it u iam-se dc
m anufaturados, ferramentas na sua maioria, além de carapuças e das
t r a d ic io n a is missangas, que apesar de terem pouca u tilid a d e prãt¿
c a , deveriajEíi exercer fa s c ín io sobre os ín d ios n ão-con tactos, pois
a freq u ên cia de pedidos de t a l artigo era s ig n if ic a t iv a e constan
t e , não o b sta n te o passar dos anos. A casa deveria te r amplas va­
randas, que seriam usadas provisoriamente para a celebração da ‫י‬
m issa .
Enquanto s e aguardava a chegada do m aterial s o lic it a d o , continua­
vam-se os trabalhos de preparação de novas roças destinadas nao '
sô ao su ste n to dos ín d io s, mas quando p o ss ív e l e sendo a área pro
p í c i a , a produtos típ ic o s de mercado, no caso o cacau e o c a fé . ‫י‬
C on stru iam-s e , ainda, bolandeiras para o fa b rico de farinha a ser
o fe r e c id a em abundância aos ín d io s recãm -instalados e ainda não ‫י‬
cap a cita d o s a suprirem o seu su sten to.
Chegado o m aterial n ecessário para a atração, as roças estando em
produção, o m issionário in tern ava-se nas matas em busca dos ín d i­
o s , deixando o aldeamento sob administração de contratados pagos
na forma de d iá r ia s e alim entação(aguardente, ca rn e-d e-sertã o ,fa -
rinha) . O frad e encarregado da atração v iajava acompanhado de re-
m eiros e g u ia s , e usava canoas construidas no aldeamento. Transpcx
tavam o equipamento recebido para o serviço de atração, alim entos,
ferram entas e roupas, além do n ecessário para o cu lto r e lig io s o .
Escolhiam áreas próximas ao lo c a l em que se situavam os ín d io s, er
guiam uma cru z, junto à qual rezavam missas d iá r ia s . Construíam um
273

pequeno abrigo onde colocavam a bagagem trazida e se recolhiam à


n o ite .
Geralmente, o m issionário se fa zia acompanhar de \jm "lingua", en
carregado de estabelecer os contactos in ic ia is e de serv ir de in
té r p r e te entre o m issionário e os índios a serem encontrados. As
esparsas indicações sobre coto o contacto era estab elecid o, per­
m ite-nos informar que o processo não era muito d iferente daquele
que conhecemos no sicu lo XIX:
”F izeram -se-lhes alguns presentes de ferramenta, carapuças, fa ri
nha, carne, peixe, e tc .s ã v is ta d 'is to alguns, que do mato nos
espreitavam , foram-se aproximando, ainda que muito desconfiados,
e r e u n ir ^ -s e em. número de doze, sendo cinco mulheres, duas das
quaes traziam os filh in h os agarrados ao •_c3ccç:: r e seguros unica­
mente por uma oib ira, que passando por uma côxa d‫י‬e lle s ia dar '
v o lta na cabeça d ‫י‬e lla s . O bom tratamento recebido os tornou mu¿
to s a t i s f e i t o s , e fe z -lh e s perder a grande desconfiança, enchen­
do-nos de abraços, batendo palmas, e gritcindo Jac-je-menu, termo
de que se servem s8iK15re para indicar paz e amizades muito espan­
t o , e mesmo medo, lhes causou a vestimenta do m issionário, com
quem â cu sto se familiarisaram, e a quem chamavam Ink-jac de Tu­
pan, irmão de Deus, cuja ex istên cia e lle s conhecem, e de quem se
tem ^ a té de pronunciar o nome, porque lhes não mande alguma tro
voada, segundo dizem na sua ignorância. Porque se lhes não aug-'
mentasse a desconfiança, fizemos conservar as canoas com a nossa
gente na margem opposta do r io , que observavam com bastante t e - '
mor, sem dúvida l^tibrando-se das traições de que tem sido v i c t i ­
mas na v i l l a do Prado, e em outros lugares; e poucos estivemos
com e l l e s .
Para vermos o e f fe ito que n ‫י‬e lle s fa ria a música, mandamos busca:
a v io la de um soldado, e ao toque d 'e lla alegres dançaram a seu
modo .
Não havia proporções para ahi passarmos a noite; e como e lle s sa
t i s f e i t o s nos prometteram ir ao nosso encontro no morro d ‫י‬Arara
com toda a tribo d ‫י‬ahi a d ois d ias, continuamos no fim da tarde
a descer o rio para pera, itarmos na Coroa d'A legria.
O machado f o i a ferramenta que mais lhes agradou, e de que pare­
ciam conhecer o uso porque, logo que os recebiam, experimentavam
274

n a s a r v o r e s se cortavam beiai em uiíi raomento desappareciam com o¿


p r e s e n t e s e regressavam em b u sca de n o v o s. Andavam p e lo mato com
a m aior r a p id e z e s5 o s viam os quando jã m uito proxim os; estavam
to d o s n ú s , o s homens r o b u s t o s , bem f e i t o s , de sem b lan te a l e g r e , '
com a s o r e lh a s fu rad as; a s m ulheres são m agras e uma grande roda
de p ã o , que trazeia• met:id?*. r e n te o s c a b e llo s da c a b e ç a , ú n ic o s que
não arrancam . A com pustuta do c a p itã o Mac-Mec c o n s i s t i a em t r e s '
v o l t a s de c o n ta s ao p e s c o ç o , de que fe z b r in d e de duas ao j u i z de
D i r e i t o s uma ao J u iz M u n ic ip a l. A q u lle s í t i o s e deu o nome de ‫־‬
E n con tro F e l i z - 1 mostraram s e n t i r a n o ssa sep a ra çã o e na margem
do r i o s e conservaram b aten d o palmas a té que perderam de v i s t a as
n o s s a s c a n o a s" . {BARBOSA D’ALM EIDA,1867;443-444).
Como pudemos ^/oscarvnr polo ‫ י‬t e x t o acima c i t a d o , a t r o c a de p r e se n te s
e a a c e it a ç ã o do d iá lo g o eram o s p rim eiro s p a s s o s que levavam a
vima aproxim ação maior e ã p o s s ib ilid a d e de co n v en cer o s ín d io s a
abandonarem os t e r r i t ó r i o s ocupados e s e mudarem para a ã r e a que
l h e s h a v ia s id o r e se r v a d o . A mudança era g e ra lm en te demorada ,p o r -
que e x i g i a a c r ia ç ã o , por p a r te dos í n d io s , de novos h á b it o s de
consum o, que sõ p o d i ^ s e r a ten d id o s e s a t i s f e i t o s ao a c e ita r e m '
sua in c o r p o r a ç ã o ao s is te m a de dominação da so c ie d a d e n a c io n a l, u
n ic o c a n a l a tr a v é s do q u a l podiam t e r a c e s s o ao s p ro d u to s que pa¿
savam a s e r in p o r ta n te s p ara seu siste m a eco n ô m ico . Alem da sua '
su b m issã o à so c ie d a d e n a c io n a l, que os to r n a v a consu m id ores depen
d e n t e s , e r a n e c e s s á r io também que o s ín d io s p a ssa ssem a c o n f ia r '
nas n ovas r e la ç õ e s e s t a b e l e c id a s . Daí porque n e ss a e ta p a i n i c i a l ,
o s a g e n t e s r e sp o n s á v e is p e lo c o n ta c to procurarem m anter uma r e l a ­
t i v a s i m e t r i a , e s ta b e le c e n d o o regim e de t r o c a s e te n ta n d o apenas
le n ta m e n te assum ir o c o n t r o le s o c i a l .
H avia c a s o s , e n t r e t a n t o , em que eram o s ín d io s os que procuravam
o s m is s io n á r io s nos aldeam en tos em f a s e i n i c i a l de c r ia ç ã o ou já
em fu n cion am en to, e a l i procuravam se i n s t a l a r . As r a z õ e s apon ta­
das p ara t a l f a t o o c o r r e r eram o s c o n s t a n te s com bates que e s s e s '
gru p os meintinham cora o u tr o s in d íg e n a s d e s a lo ja d o s de se u s h a b ita ts
p e lo avanço da so c ie d a d e n a c io n a l, qu e, ao r e d u z ir os t e r r i t ó r i o s
de c a ç a e c o le t a d i s p o n í v e i s , acen tu ava a com p etição por r e c u r s o s ,
além de terem que e n fr e n ta r e s s a p r e s s ã o , também a com p etiçã o se
e s t a b e l e c i a d ireta m en te com o s n a c io n a is p e la s t e r r a s e r e c u r s o s .
A ld e a r —s e sob a d ir e ç ã o d os cap u ch in h os, que d ese n v o lv ia m form as
275

de com pulsão m ais brand as, term inava por se torn ar uma a l t e r n a t i ­
v a dtí s o b r e v iv ê n c ia mais v i ã v e l que co n tin u a r uma lu ta sem quartel
no i n t e r i o r das m atas.
Apôs a i n s t a l a ç ã o dos ín d io s no aldeam ento, e r a - lh e s dado um pra­
zo ein que deiíeriam aprender a p r a tic a r a a g r ic u lt u r a , n e c e s s á r ia
i n i c i a l m e n t e para o seu s u s te n to e mais ta r d e para a c o lo c a ç ã o de
e x c e d e n t e s no mercado. Teaíibêm alcançado a tr a v é s de produtos esp e­
c ia lm e n te a e l e d e s tin a d o s .
Superada e s s a f a s e , em que a aprendizagem das t é c n ic a s a g r íc o la s
e r a c o n sid e r a d a como s a t i s f a t ó r i a , e estan d o o s ín d io s j ã h a b i l i ­
ta d o s ao e x e r c í c i o de o u tr a s a tiv id a d e s , e l e s recebiam treincim en-
t o em n ovas h a b ilid a d e s , e s tip u la d a s a p a r t ir das n e c e ss id a d e s e
e x i g ê n c i a s dos moradores l o c a i s . Outro tip o de trein am en to estim u
la d o e r a o de aprenderem a s t é c n ic a s b á s ic a s n e c e s s á r ia s à implan
t a ç ã o e con serv a çã o de e s t r a d a s . Uma das p rim eira s a serem c o n s-'
t r u i d a s , lo g o após a i n s t a la ç ã o , era a que l i g a s s e o aldeam ento '
à s dem ais povoações l o c a i s . Em nome da segurança e da n e c e ssid a d e
de r e c e b e r bens in d is p e n s á v e is i sua v id a , o que se f a z ia e r a in ­
s e r i r o aldeam ento nas r o ta s co m ercia is e v a lo r iz a r - lh e a s te r r a s
com a c r ia ç ã o da in f r a - e s t r u t u r a v i á r i a , a q u a l, a l i á s , s e r v ia pa
r a a c e l e r a r a exp rop riação das te r r a s da comunidade.
O utra m eta e s t a b e le c id a a c u r to prazo era a co n stru çã o de c a sa s '
de t a i p a p a ra a b rig a r as fa m ília s n u clea res in d íg e n a s , já que e s ­
t a arrum ação e s p a c ia l e a d is tr ib u iç ã o dos moradores em c a sa s in
d i v i d u a i s eréim tim elem ento e s s e n c ia l para o aceleram en to da reor
g a n iz a ç ã o s o c i a l nos m oldes da socied ad e n a c io n a l, p o is e lim in a ­
v a o s p o n to s r e f e r e n c ia is de id e n t if ic a ç ã o e s o lid a r ie d a d e . A
c o n s tr u ç ã o d e s s a s c a sa s e ra m uitas v e ze s qu ase con tín u a quando o
a ld ea m en to fu n cion ava como c e n tr o c a ta liz a d o r das pop u lações in ­
d íg e n a s da reg iã o »
Novos in v e s tim e n to s eram f e i t o s nos c a so s em que o aldeam ento '
p r o sp e r a v a por e s t a r e l e numa r e g iã o em que a expansão n a c io n a l ‫י‬
a in d a s e f a z i a le n ta m e n te , e sua in se r ç ã o no mercado e sta v a em
c a r á t e r e x p e r im e n ta l, embora já hou vesse o c o r r id o o p rim eiro a s­
s a l t o a o s t e r r i t ó r i o s in d íg e n a s que r e s u lta r a na c ria ç ã o do a id e
am ento.
A ssim , a lg u n s aldeam entos recebiam d otações e s p e c i a i s para a con s-
tr u ç ã o de m ais en gen h ocas, alambiques# c a sa s de fa rin h a e ou tras ‫י‬
u n id a d e s transform adoras dos produtos a g r íc o la s p la n ta d o s‫־‬
Sob e s t e pano de fundo de c a r á te r a d m in is tr a tiv o , o que s e proce£
sa v a e r a a gradual d e s a r tic u la ç ã o da e s tr u tu r a s o c i a l in d íg en a pe
l a im p o siç ã o de novos pad rões s o c i a is r e f e r e n t e s ta n to à e s tr u tu ­
ra p o l í t i c a , quanto à econôm ica e s o c i a l . As p r e ssõ e s d e s e n v o lv i­
d a s a tin g ia m , p o r ta n to , a to d o s os n ív e is da org a n iza çã o s o c i a l ,
e lim in a n d o a p o s s ib ilid a d e d e s s e s grupos manterem a sua socied a d e
em fun cion am ento e conservarem o seu padrão o r g a n iz a c io n a l p ecu l¿

O g r a n d e sím bolo de in te g r a ç ã o e f e t i v a do aldeam ento e se u s mora­


d o r e s à so c ie d a d e n a c io n a l era a con stru ção de uma ig r e j a em seu
p e r ím e tr o . N esse momento, o s organ izad ores do aldeam ento, capuch¿
nh os no c a s o , estim ulavam o reconhecim ento da I g r e ja como sede pa
r o q u i a l , o que rep re sen ta v a um avanço na im p ortân cia do seu traba
lh o e uma prova in c o n t e s t e do su ce sso de sua m issão e n tr e os ín d ¿
o s . Pode s e r tambêra en ten d id o por nos que a p resen ça de n ã o -ín d i-
o s j ã começava a predom inar na área. Para a comunidade n a c io n a l '
a l i f i x a d a , o reconhecim ento da r eg iã o como paróquia era também '
uma v i t õ r i a s i g n i f i c a t i v a , p o is rep resen ta v a um p asso e f e t i v o pa­
ra d e s c a ir a c te r iz a r a a rea como aldeamento in d ígen a» A p a r t ir d es­
s e momento f i c a r i a mais f á c i l a e x tin ç ã o e a transform ação da an­
t i g a a l d e i a em povoado, ou v i l a a depender do seu d e se n v o lv im en to ‫־‬
No r e f e r e n t e ao problema da id en tid a d e é t n i c a , as d if ic u ld a d e s qie
encontram os para r e a l iz a r uma a n á lis e baseada em dados c o n c r e to s ,
le v o u -n o s a op tar por e s t a b e le c e r uma s é r i e de h ip ó te s e s que con-
sidercunos como p ro p o sta s eibertas para p e s q u is a s mais v o lta d a s pa~
ra e s s e ân gu lo do problem a.
üma d a s h ip ó t e s e s que consideram os como p o s s í v e l ê a de que a. v i ­
o l ê n c i a da expansão da so c ie d a d e n a c io n a l, na á r ea , a lia d a ao su­
c e s s o da p o l í t i c a in d ig e n is t a a p lic a d a , determ inou com que as po­
p u la ç õ e s in d íg e n a s fo ssem , a tr a v é s de s u c e s s iv a s g e r a ç õ e s , perden
do a c o n s c iê n c ia de p ertecerem o r ig in a lm e n te a uma e tn ia d ife r e n ­
c ia d a .
Cremos que a p rim eira g era ç ã o de ín d io s a ld e a d o s , assim coxao outias
n a s c id a s sob a a‫ ^׳‬i n i s t r a ç ã o dos m is s io n á r io s , teriam m antido sua
id e n t id a d e p r ó p r ia . No e n ta n to , a ação d e se n v o lv id a p e la so cied a d e
atravca üfc sé u s agentes êspociaiiaente c red en ciad os para
o e x e r c í c i o de t â l t a r e f a , e ainda de o u tr o s , e n v o lv id o s in d ir e t a
m ente a p a r t i r de se u s i n t e r e s s e s p a r t ic u la r e s , con vergia para qxB
f o s s e a t in g id o o grande o b j e t iv o ; a d e sc a r a c te r iz a ç ã o dos g ru p o s’
in d íg e n a s como e tn ia s com id e n tid a d e p ró p r ia e c o n tr a s ta n te com a
da s o c ie d a d e n a c io n a l. Os v i r i o s mecanismos de compulsão s o fr id o s
p o r e s s e s g ru p o s, nem sea p re obtiníiam de im ed ia to os r e s u lta d o s ‫י‬
p e n s a d o s . A ssim , ao mesmo tempo em que procuravam torn ar as popu­
l a ç õ e s em. e n tid a d e s g e n é r ic a s , prim eiro p a sso para a perda de i ­
d e n t id a d e , a d iscrim in a çã o e x e r c id a no t r a t o d iá r io fu n cion ava co
mo um r e f o r ç o â iâ r io para <p1e a s p esso a s e n v o lv id a s no siste m a de
f r i c ç ã o i n t e r é t n i c a não esquecessem as o p o s iç õ e s que c a r a c te r iz a ­
vam a s s u a s p o s iç S e s no quadro de r e la ç õ e s firm a d a s.
O a t o de d is c r im in a r , a cred ita m o s, fu n cio n a v a , no c a so , como uma
v i a de duas mãos, em que jogavam fo rç a s a n ta g ô n ic a s ‫ ־‬Enquanto re­
a firm a v a p o s iç õ e s , e stim u la v a os d iscrim in a d o s a mudarem sua pos¿
çã o coitto u n ic a forma de praaiiover a in te rr u p çã o d e ss a forma de r e ­
la ç ã o , p r in c ip a lm e n te p e la m anipulação da id e n tid a d e é t n ic a de ‫י‬
form a que s e j a fa v o r á v e l à sò to rev lv en cia , em m elhores c o n d iç õ e s,
d a q u e le segm ento que não en con tra iim esp aço adequado e não tem au
to n o m ia p a ra d e c id ir sob re sua própria s it u a ç ã o . Por o u tro lado ,
d e s e n c a n d e ia laeeanlsmos d e fe n s iv o s e o fe n s iv o s qu e, em s e n tid o '
c o n t r á r i o , eonduzeiti ã p erp etu ação do siste m a d is c r im in a t ó r io .
T r a t a - s e , a q u i, de r e la ç õ e s tip ica m en te c o l o n i a i s , em que vim se g ­
m ento é tn ic a m e n te d ife r e n c ia d o ex erce o dom ínio p len o e e f e t i v o '
so b re o o u tr o segm ento, q u e, ainda que ocupando o mesmo espaço '
f í s i c o , é tr a ta d o como s e f o s s e p e r te n c e n te a um outro u n iv er so m
f e r e n c l a l . A grande preocupação do segmento dominante é determinar
a in c o r p o r a ç ã o dos demais g ru p o s, in c lu s iv e a tr a v é s de casam entos
e u n iõ e s , e assim e f e t i v a r a dominação em m ôldes mais c o n te s ta d o s .
É, na su a p e r s p e c tiv a , a a s s im ila ç ã o a s e r promovida ao longo d e ’
g e r a ç õ e s , a tr a v é s de mecanismos de p r e ssã o e d e s p r e s t íg io aos que
teimam e a s e manter como e n tid a d e s com o u tr a id e n t if ic a ç ã o que
não a de " b r a s ile ir o s " . No e n ta n to , o segm ento dom inante, é capaz
tc31íü3ê 1a de o f e r e c e r e s tím u lo s e prem iações aos que se dispõem a a­
bandonar o s a n tig o s p ad rões comportaraentais da sua so c ie d a d e de '
o r ig e m , e s e submeterem aos ditam es e ord en ações que lh e s são im­
p o s t o s : no c a s o , a o f e r t a de l o t e s aos in d iv íd u o s que não mais se

‫'׳־‬-‫‘ ׳‬i ori_:.: V como ín d io s ò e x c e le n te exem plo, embora nao saibamos
como i s s o a fe ta v a a id e n tid a d e é t n ic a .
A cred ita m o s que na r e g iã o estud ada o p r o c e ss o ocorreu seguin do e§_
s a s l in h a s b á s ic a s . O que nos le v a a c r e r em t a l p o s s ib ilid a d e 35‫כ‬
inrJtcioa ob servad os quando da r e a liz a ç ã o de trab alh o-d e-cam p o. A
p r e d o m in â n cia do tip o f í s i c o marcadamente in d íg e n a e n tr e o s peque
n os e m éd io s p r o p r ie tá r io s da r e g iã o nos faa supor que realm en te'
o c o r r e u a incorp oração in d iv id u a d a de p e sso a s à so cied a d e nacionel
como don os de pequeisos l o t e s ou como a s s a la r ia d o s , o que rep resen
t a a p o s s i b i l i d a d e de a p o l í t i c a in d ig e n is t a t e r o b tid o su c e ss o .
A ssiia , t e r i a s e e fe tiv a d o a prop osta e s t a b e le c id a p e la so c ied a d e
d oiain an tes a a ss im ila ç ã o d os d escen d en tes dos grupos in d íg e n a s
d ea d os - embora não d e s t e s ú ltim o s - em esp aço de tempo não d e te r
m inado. I s t o , p o r ta n to , p a rece e x ig i r que e stu d o fu tu ro rep en se ,
t e o r ic a ia e n t e , a q u estão de in te g r a ç ã o e a s s im ila ç ã o .
Mo e n t a n t o , ou tro fa to nos le v a a c r e r que e s s e p r o c esso não a tin
g iu i n t e g r a l e n e cessa ria m en te a todos o s d e sc e n d e n te s. Podemos '
l e v a n t a r , e n tã o , a h ip ó t e s e de que a q u eles que não obtiveram os
p r o m e tid o s l o t e s ou o s perdera® para r e p r e se n ta n te s da so c ied a d e
n a c io n a l teria m t id o a te n d ê n c ia a manter ou reassum ir a su a iden
t id a d e ê tix ic a como forma r e in v in d ic a t õ r ia , alg u n s anos m ais ta rd o ,
guaíidiO e o n d lç õ e s e s p a c ia is favoreciam a retom ada, af mação e ou
r e fo n a u la ç ã o da id e n tid a d e é t n ic a perdida; a p o s s ib ilid a d e de t e ­
rem a c e s s o a t e r r a s no P o sto Indígena C atarin a Paraguaçu-Câramuru.
Por i s s o , e s s e s ín d io s , que a l i se in sta la r a m e n tr e o s anos de '
da 1937 o 1948 não m ais eram capazes de se a u to -id e n tific a r e m co -
rao KamaJcã, Mongoyõ, Botocudo ou Tupiniquim, mas como ín d io s de
" O liv e n ç a " , "Santa Rosa", "C atolé", "Barro P reto" e de "Ferradas"
(PARAISO, 1976) .
Os r em a n escen tes d e ss e s ín d io s g e n é r ic o s viveram na área do PI c i
t a d o , ju n tím e n te com os recem -con tactad os Pataxo-H ãhãhãi e Baenã,
porênt também a í o p r o c esso de expansão da so c ied a d e n a c io n a l os ’
f o i a t i n g i r . A ãrea in ic iá lm c n t e reservad a p e lo Governo do Estado
da B ah iã e r a de 50 lé g u a s quadradas de f l o r e s t a s a ca tin g a d a s e ge
r a i s , d est-ln ad as a que n e lâ se recolh essem o s ín d io s n ã o -c o n ta c -
ta d o s que s e vinham mantendo em lu t a com o s n a c io n a is . E s te s come
çavam a i n t e r i o r i z a r a p la n ta ç ã o de c a c a u a is . A c r ia ç ã o da r e s e r ­
va s e r v iu como e stím u lo para a concen tração dos rem anescentes dos.
279

dem ais g r u p o s, jã c c u lt u r a d o s , gue a n te s haviam v iv id o n os a ld e a ‫’ ־‬


m entos da á r e a . O avanço, porém, das p r o p r ie d a d e s c a q a u e ir a s t e r -
n in o u p o r aumentar as p r e s s õ e s , crian d o o am biente adequado para
a c u sa õ e s do que o Chefe do p o s t o , T e lé s fo r q M artin s P o n te s , d esen
v o l v i a a t iv id a d e s coiu u n istas na ãrea da r e s e r v a . As c o n se q u ê n c ia s
de t a i s a c u sa ç õ e s foram uia ataque desencadeado p e la P o l í c i a M ili­
t a r da B ah ia e a redução da ãrea do P o sto In d íg e n a , que f i c o u com
3 6 .0 0 0 h e c t a r e s . A nova demarcação recon h eceu o avanço d os fa z e n ­
d e ir o s s c r io u duas u n id ad es a d m in is tr a tiv a s ; o P o sto Garamuru,de
d ic a d o a o s ín d io s recim -rcon tactad os, e o P aragu açu , ocupado p e lo s
r em a n e sc e n te s dos dem ais grupos a n tes e x i s t e n t e s na r e g i ã o . A con
d iç ã o e x ig i d a para o receb im en to de l o t e s e r a o de com provar a s v h
a s c e n d ê n c ia in d íg e n a p e r a n te uma Comissão Perm anente i n s t a l a d a no
P o s to In d íg e n a , c u jo s c r i t é r i o s para a comprovação da c o n d iç ã o e x i
g id a e r a o l o c a l de origem do in d iv íd u o , sua a p a r ê n c ia f í s i c a e o
f a t o d e le s e i d e n t i f i c a r como d escen d en te de í n d i o s , f a t o que d e -
v o r ia s e r confiotiado por o u tr a s testem u n h as.
No e n t a n t o , a ad m in istra çã o do P osto In d íg e n a e n co n tro u uma fõrmu
l a d e c o n c ilia ç ã o e n tr e o s i n t e r e s s e s dos ín d io s e a p r e s s ã o e x e r
c id a |> elo s fa z e n d e ir o s no s e n t id o de cunpliar a ã rea que ocupavam.
E s t a b e le c e u - s e a p o l í t i c a de arrendam entos tem p o rá r io s d as t e r r a s
da R e se r v a , reproduzindo a n t ig a s d e c is õ e s em nome da mesma p e r s - '
p e c t i v a de torn ar o P o sto In d íg en a fin a n c e ir a m e n te autônom o, o ‫י‬
que p e r m it ir ia s a t i s f a z e r o i n t e r e s s e dos f a z e n d e ir o s em e x p lo r a r
a s t e r r a s p e r te n c e n te s a s comunidades i n d íg e n a s . Seguindo e ta p a s
s í^ e l h a n t e s ãs já v iv id a s no sG culo p a s sa d o , o s a r r e n d a tá r io s i n i
ciaram um p r o c e sso de co n c en tr a çã o de t e r r a s sob seu c o n t r o le e a
c o n t e s t a r o d i r e i t o dos ín d io s de m anterera-se como o c u p a n tes das
t e r r a s da R eserv a . Aos p o u c o s ,o s in d íg e n a s foram sendo d e s a l o j ades,
a s t e r r a s ocupadas p e lo s a n t ig o s a r r e n d a tá r io s , determ inando i s t o ,
i n c l u s i v e , a venda do rebanho dos P o sto s porque não h a v ia m ais ’
t e r r a s onde p u d esse p a s t a r . A fuga s i s t e m á t ic a dos í n d i o s , fo rça d a
p e la p erd a das te r r a s e 08 c o n s ta n te s a ta q u es e ameaças s o f r i d a s ,
s e r v i a de b a se para o s argum entos a p r e sen ta d o s no s e n t id o de e l i ­
m inar o P o sto In d íg en a . O utra a leg a ç ã o r e c o r r e n te e r a o a d ia n ta d o
e s ta d o de c i v i l i z a ç ã o d os í n d i o s , além do su b a p ro v eita m en to das ‫י‬
t e r r a s que ocupavam» E ssa p r e ssã o culm inou na d e s a t iv a ç ã o g r a d a t i
va^do P o s to In d ígen a Caramuru-Paraguaçu e o abandono dos ín d io s ã
p r o p r ia s o r t e .
580

-j», icibtilvdc^a-üo, C2 sãe o n tã o , grande polôraica e n tre o Estado da Ba


h i a , com o seu governo rep resen tan d o os in t e r e s s e s dos fazendeirc^
e o S e r v iç o de P roteção aos Í n d io s , que d e v e r ia d e f e n d ê -lo s . Ape-
sa r• dos v a r io s r e l a t ó r i o s © as p r e ssõ e s dos fa z e n d e ir o s , e s t e s s5
csaisegu iraia e fe t iv a a e n te d e s a tiv a r o P osto In dígena a p a r t ir de '
1969.
O t r a b a lh e de caapo que a l i realizam os em 1976, na t e n t a t iv a de o
f e r e c e r b a s e s para uaa d e c is ã o d e f i n i t i v a para o problem a, l o c a l i
zo‫־‬u 1.358 r^ an eseen t^ es in d íg e n a s d is tr ib u id o s por v á r io s p o n to s'
da a n t ig a â rea dos P o s t o s , aKsiia como eu r e g iõ e s v iz in h a s . Os com
poaaentes d e s s a população d is p e r s a vivem na sua m aioria como assa-'
l a r i a d o s dos fa z e n d e ir o s que lh e s tomaram as t e r r a s , mas o u tr o s e.
x e r c ^ a t iv id a d e s d iiS tin ta s nas cid ad es v iz in h a s (m o to r is ta s , con£
t r a t o r e s de e s tr a d a s , p a lh a ço de c ir c o e d ir ig e n t e de s in d ic a t o ‫י‬
r u r a l , p o r exem plo). As m ulheres que restam dos Pataxõ-H ãhãhãi e
d o s Baenã tom araist-se na quase to ta lid a d e p r o s t i t u t a s em Ilh é u s ,
Ita b u n a e Ç a n a v ie ir a s. Apenas c in co f a m ília s de in d íg e n a s o r ig in a
d a s de aldeasaentos detêm p o s s e s na área da R eserva na q u a lid a d e '
d e a r r e n d a tá r io s de su as p r ó p r ia s t e r r a s , ten do pago as ta x a s e x i
g id a s p e l o Se3rviço de P ro te çã o aos ín d io s e p e la Fundação NacionáL
40 ín d io ; e quatro f a m ília s Hãhãhãi ocupam 1 h e c ta r e em to rn o do
P o s to Caramuru, viven do da renda a u ferid a com seu arrendamento a
um f a z e n d e ir o .
Os arrendataentos não são cobrados p e la FüNAI desde o ano de 1965,
e , d e v id o à om issão, os a r r e n d a tá r io s vêm r e g is tr a n d o as t e r r a s ‫י‬
do P o s to como p r o p r ie tá r io s p a r tic u la r e s sob o in c e n tiv o d ir e t o '
do Governo do Estado da B a h ia . A ún ica medida adotada p e la FÜNAI
d a ta de 1977, quando d e c r e to u a Demarcação A d m in istra tiv a da R es^
v a . E sta não se c o n c r e tiz o u , porque os fa z e n d e ir o s organizaram um
pequeno le v a n t e armado, o que fe z com que a firm a vencedora da '
c o n c o r r ê n c ia para o s tr a b a lh o s abandonasse o l o c a l , alegando f a l ­
t a de seg u ra n ça quanto ao e x e r c íc io das t a r e f a s para as q u a is f o ­
r a c o n tr a ta d a .
A té o p r e s e n t e momento a s itu a ç ã o continu a in a lte r a d a , so fren d o “
o s í n d i o s , n e s te s é c u lo , uma continuação do p ro cesso de ex p ro p ri­
ação de su a s te r r a s e de sua incorporação como fo r ç a -d e -tr a b a lh o ‫י‬
e x p lo r a d a p e lo s fa z e n d e ir o s l o c a i s . São o b je to de permanente d i s -
c r iiíiin a ç ã o por p a r te dos moradores da á r ea , o que os o b r ig a a ne­
281

garem e m a n ip u la r a sua iâ@n‫׳‬t ld a d e para conseguirem tr a b a lh o . En­


t r e t a n t o , continuarai a mcinter c o n sc iê n c ia de pertencerem a o u tra ’
e t n i a , m a n ife sta n d o -o claram en te nos momentos de r e iv in d ic a ç õ e s '
d as s u a s t e r r a s .
Cremos que a lu t a ainda e s t i por se d e f in ir na ãrea do r i o Pardo,
R e s ta -n o s a v a lia r o s u c e s s o da p o l í t i c a in d ig e n is t a ao te n t a r de£
c a r a c t e r iz a r as coiaunidades in d íg e n a s , tra n sfig u r a n d o ão lon go de
g e r a ç õ e s s u c e s s iv a s o s ín d io s t r i b a i s em ín d io s g e n é r ic o s e p o ste
r io r m e n te em c a b o c lo s . E s te s terminam, p a r e c e ,‫ ־‬e p e lo menos em ‫י‬
p a r t e , p o r t e r seu s d escen d en tes a ssim ila d o s ã so cied a d e n a c io n a l
e sen d o en carad os como fig u r a s a lg o e x ó t i c a s , que afirmam serem '
d e s c e n d e n te s de uma m ític a "avo ín d ia apanhada a d en te de cachor­
r o " , so b r e a qual r e s is tim o s a c rer - embora nos pareça que pode
s e r m a is r e a l do que tendemos a p en sar. De qualquer modo, o longo
p r o c e s s o de p e r s is t ê n c ia dem ográfica - s e ç que e x i s t i u - e tra n s
form ação s 6 c io - c u lt u r a l ê a lg o que deve s e r retomado combinando a
p e r s p e c t iv a da H is tó r ia , da Demografia e da A n trop ologia era p esq ii
sa f u t u r a .
N O TA S

I C a p ítu lo

(1) - Os lim it e s seriaras ao N orte, a ponta do G arcez, ao Sul


a margem esquerda do r io J eq u itio n h a , a L e ste o Oceano
A tlâ n tic o e a O este a lin h a de T o r d e s ilh a s .
(2) - Dado aó c a r á te r h i s t ó r i c o d a ste tr a b a lh o optamos p e la
g r a f ia mais c o r r e n te na documentação para o s nomes t r i
b a i s . Das r e g r a s e s ta b e le c id a s p e la A sso cia çã o B r a s i - '
l e i r a de A n tr o p o lo g ia , conservamos apenas a de manter
no s in g u la r a q u e le s nomes (V, I Reunião de A n tro p o lo -
g ia ,1 9 5 3 - P r o je to de Convenção para g r a f ia de nomes '
t r i b a i s . R e v ista de A n tro p o lo g ia , V .2 , n9 2, dez» 1954j
p . 150-152; v o l . 3 , n9 2, d e z . 1955, p . 1 2 5 -1 3 2 , São Pau
lo .
(3) - A r e la ç ã o econôm ica e s ta b e le c id a e n tr e "moradores" e '
la t if u n d iá r io s p o d ia assum ir v á r ia s formas quanto ã ’
c e ss ã o dos l o t e s d en tro dos l a t i f ú n d i o s . A p r im eira de
l a s era de u s â - la como forma de s u b s t i t u i r o pagamento
de s a lá r io s ou com p lem entá-los. P od ia se r também uma '
m aneira de e x t r a i r tra b a lh o não remunerado monetariamei
t e dos moradores nos momentos c r í t i c o s da a tiv id a d e a­
g r íc o la - p la n t io e c o lh e i t a . Outra p o s s ib ilid a d e era
a de e s t a b e le c e r a obrigação dos moradores empregarem
se u s produtos para serem moidos nos engenhos das giráñ-
des fa zen d a s, o que p e r m itia aos la tifu n d u á r io s reterem
p a r te da m ercadoria como forma de pagamento. Havia a in
d a , o s siste m a s de "meia", "terça" e ‫'י‬quarta" que p e r -
mitiaasa aos l a t if u n d iá r i o s se apropriarem de p a r c e la s '
v a r iá v e is dos bens produ zid os nos l o t e s dos m oradores.

II c a p ítu lo
(1> - Embora desconheçam os dados p a r t ic u la r e s sob re t a l o r i -
ta ç ã o , consideram os que e s t a p r á t ic a , comiaraente adota­
da para o s e sc r a v o s vin d os da A f r ica, pode %er s id o e£
te n d id a também a o s grupos in d íg e n a s . Procurava^-se, com
e s t a itiedida, a c e le r a r o p r o cesso de d e sin te g r a ç ã o soci■■•
a l e a adoção de novos padrÕes o r g a n iz a t iv o s .
(2) - Nao tiveaios a c e s s o i s fo n te s p rim arias devido a p r o b le -
laas d e c o r r e n te s de b a r r e ir a l i n g u i s t i c a ou da im p o ssib i
H d ad e de c o n h e c i- la s , por nao estarem p u b lic a d a s ‫־‬

I I I C a p ítu lo .

(1) - DeixaiHios de tr a n s c r e v e r por s e r ex cessiv a m en te e x te n s o ,


a prop osta de r e fo r a a que fa z o a u to r . Em suma, e l e su~
g e r e que àe i n t e n s i f i c a s s e o p r o c e ss o de "dominação‫' 'י‬
dos ín d io s , u sa n d o -se os métodos t r a d i c i o n a i s , que serj^
am mais e f i c i e n t e s , ob rigan d o-os a tr a b a lh a r , gerando '
r e c u r so s ca p a zes de serem in v e s t id o s na c o n stru çã o de
Câiaaras M u n içip ãis e in f r a - e s t r u t u r a das v i l a s . A cred i­
ta v a que com uitia ad m in istração se v e r a se romperiam os '
h á b ito s de in d o lê n c ia e p reg u iça " h e r e d itá r io s " , respon
s ã v e is p e lo não aproveitam ento das r iq u e za s n a t u r a is , ‫״‬
t e r r a s e m ão-de-obra, im p ortan tes elem en tos para o desm
volvim iento do B r a s i l .
(2> - Âo q‫־‬ae p a r e c e , o s Pataxõ m antiveram , in te rm iten tem e n te,
c o n ta c to s p a c íflic o s em toda r e g iã o ; i s t o , e n tr e ta n to , '
não c o n tra d iz o que dissem os quanto ã sua a tra ç ã o e s e -
d e n ta r iza ç ã o t a r d i a s .
(3) — C arlos M oreira Neto u t i l i z a a c l a s s i f i c a ç ã o que cita m o s.
H ild e te da C. D oria em seu tr a b a lh o "L ocalização das Al
d e ia s e C o n tig e n te Dem ográfico das P opu lações in d íg en a s
da Bahia e n tr e 1850 e 1882" e la b o ra d a com base na doeu-
mentação do A rguibo P ú b lico da B a h ia , e s ta b e le c e u o s e ­
g u in te s Catecúitienos, mansos, c i v i l i z a d o s e curredios. '
Darcy R ib eiro e s t a b e le c e u o u tra c la s s i f ic a ç ã o s Iso la d o s,
h o s t i s , a r r e d io s , em c o n ta c to in t e r m ite n te , em c o n ta cto
permanente e in te g r a d o s . Roberto C. de O liv e ir a optou '
por estab eleoéar um g r e d ie n te no siste m a de f r ic ç ã o in t e r
é t n i c a . Tentamos aqui e s t a b e le c e r um quadro de e q u iv a -'
l ê n c i a s e n tr e a s v á r ia s c l a s s i f i c a ç õ e s ;
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Abaijao Assinado dos índios da Aldeia de Valeriça ao Presidente da Províncãa,16/
07/1845,103 (APBa)
Abai;«□ Assinado do Distrito de Verruga, 06/06/1860,ms (APBa)
AEfâflffO, Vig. Lais S. - Relação das Povoações, Logares, Rios e Distâncias que '
hâ entre elles na Freguezia da Invenção de Santa Cruz da villa
dos Ilhâos,1757,ras (ñPBa)
ÃRDQLES, F. Vicente MS‫ ׳‬d' - Ofício 30 Diretor Geral dos Ir^os, Casaniro de Se
nna ;ladureira, 06/12/1850,ms (APBa)
AZfiMEiim, Bemaaido, A. H. âe - Matõria sc±tce as Colcaiias cto Sul da Bahia apre­
sentadas ao Presídate da Pro\dncia,1873,ms (APBa)
AZEVEDO, AntôriLo Igiãcio - Fala Sm u^al da Sessão Legislativa presentada pe
lo Presidente da Província no ano de 1847 ,ms (ñPBa)
AZEVEDO, Antonio *íiguel - Ofíeio ao Presidente da Provincia, 08/08/1844 ,ms, '
(áPBa)
BñPTISTA, ífânoel Amancio, V^KSd^or da Cámara de Ilhéos ‫ ־‬Oficio ao Presidente
da. Provincia, 23/03/1838,1® (APBa)
CñSTíO, Inocencio José •‫ ־‬Ofício ao In^5etor da Fazenda FranaLsoo Antonio Ribei
ro, 17AVl853,ms (ñPBa)
CASTRO, Manoel C. - Ofício a3 Diretor Geral dos Indios, Casatáro de Sema Madu
reira, —^/01/1856,ms(APBa>
C5mz®A da VILA DE SíitíIlñRÉM - Oficio ao Presidente da Pra\^!ncia , 16/12/1848 ,ms
(âPBa)
cSmaRA DA VHA DE CGNCEIÇ&) DA TZ^PERA - Oficio ao Presidente da Provincia, 15/
02/1851,ms (APBa)
G&lñRA DA VIIA DE Hí^OS ‫ ־־‬Oficio ao Presidente da Provincia, 22/03/1851, ms
(ÃPBa)
rryinR da POÈJIE - Oficio ao Visconde de Abadia, 31/05/1807, ms (APBa)
Oficio ao Visconde de Abadia, 27/04/1808, ms (APBA)
COGSéSo DE DISaHMIl®Ç^ DOS AEJDEfflíEWroS EXTIOTOS - Oficio ao Presidente da
Provincia, 03/08/1878, ras (APBa)
OQE®EA,Dcmingos Jorge ‫ ־‬OfícLo de Prestação de Oontas ao Diretor dos índios,
Casemixo de Sena Madureira, 19/10/1856 ,ms (APBa)
CRUZ, Antonio Candido da - Fala Inaiigiiral da Sessão Legislativa apresentada ‫י‬
pelo Presidente da Provincia, 03/1874, ms (APBa)
298

OUIOIA,, José Maroelino da - Oficio ao Ctonde de Linhares, Ouvidor da Canarca de


Porto Seguro, 15/07/1811, ms (fíPBa)
DÕRIA, José Jácane - Ofício ao Ocxiselheiro ¿\ntonio da Gosta Pinto, 1857,ras (íJ?lâ
- Oficio ao Presidente da Província Antonio da Costa Pinto,
25/04/1861, ms (fíPBa)
‫ ־־‬Oficio õo Presidente da Província Antaiio da Costa Pinto,
11/05/1861, ms (ñPto)
- Oficio ao Presidente da Província i\ntonio da Gosta Pinto,
23/05/1861, ms (AP^)
- aCício ao Vice Preâidente da Província José Augusto Cha-'
ves, 25/07/1861, ms (APBa)
- Ofício ao Diretor Geral dos índios. Barão do Rio Vernelhc^
13/02/1862, ms (APBa)
EAI£F5SI0, Fr Frmciscx> Antonio de
- Ofício ao Juiz ‫׳‬iunicipal e de Orfãos, ;aitonio Lopes, s/d,
ms (APSa)
‫ ־־‬Ofício ao Diretca: Geral dos índios, 28/10/1852,ms Uli'Ba)
- Ofício ao Presidente da Província João M. Wartiderley, 26/1?‫'׳‬
1853, ms (APBa)
PCNTCtm, Marceliir» de J.
- (^Icio ao JxrLz de Direito da Ganarca de Caravelas, 06/08/
1853, ms (APBa)
- Ofício ao Diretor Geral dos índios, Casoniro de Senna Ma-'
dureira, 14/10/1856, ms (APBa)
GCNÇALWES, M. Francisco
- Fala Inaugural da Sessão Legislativa apresentada pelo Pre­
sidente da Província, 03/1850, ms (APBa)
OEUtf©CHD,Roberto de B.
- Descrição da Freguezia de São Boaventura do Boxiiti apresen­
tada ao Digníssimo Governante do Governo da ^ hia, 1756 ,ms
(APBa)
GRAVA, P. R âs ‫ ־‬Ofício ao Presidente da Província Antonio Coelho de Sã M-
buquerque, 01/06/1864, ms CAPBa)
- Ofício ao Presidente da Província Antaaio Joaquim da Silva
Gccaes, 14/07/1864, ms (APBa)
- Ofício ao Vice-Presidente da Província Antonio ladislau de
Figueiredo Rocha, 04/11/1869, ms (APBa)
- Ofício ao Presidente da Província Barão de São lourer^,
09/04/1870, ms (APBa)
¿.Jj

- Ofício ao Presidente da Província João José de Almeida,


01/07A870, ms {M*Ba)
- Ofício ao Presidente da Província João Antonio de Araú­
jo Freitas, 24/01A872, ms (ñPBa)
‫ ־‬Ofício ao Presidente da Província Joaquim Pires de Ma-'
diado, 18/09A072, ms (.IPBa)
- Ofício ao Vioe-Preaidente da Província João José de Zil-'
meida Cauto, 17/01/1873, ms (APBa)
- Ofício ao Presidente da Província Antcnio Cândido da Cnz
flati1aa3, 04/11/1873, ms (ñPBa)
- Ofício ao Presidente da Província Antonio Cândido da Cnz
Macásado, 07/12/1873, ms (?iPBa)

(UBBIO,F. liuis de - Ofício ao Presidente da Província, 28/12/1862, ms (ÃP3a)


HEMUQUES, Joio Antonio de Araújo
- Fala IncBjgural da Sessão Legislativa presentada pelo '
Presidente da Provínola, 01/03/1872, ms (APBa)
JORGE, Bemai^aino José-Ofício ao Presidente da Província, / / 1857 ,ms (APBa)
JUIZ m DIKEm) DA OGí©RCA DE VMJENÇA-
- Ofício ao Presidente da Província, 18/01/18/5,ms (AP3a)
LIf4A, Alvaro Tiberio de Mcaicorvo e -
- Ofício ao Presidente âa Província ao Diretor Geral dos
Infflos, Casaniro de Senna Madureira, / /1855,ms(APB^
- Fala Inaugural da Sessã3 Legislativa apresentada pelo '
Presidente da Província, 03/1856, ms (APBa)
T■TORNE, F. ludovico de-Ofícfe> ao Diretor Geral dos índios,20/10/1835,ms (APB?.)
í4ADÜSEIRA.,Case1niro âs Senna -
- Ofício do Diretor Geral dos índios ao Presidente da Pro­
vinda, 26/11/1849, ms (APBa)
- Ofício do Diretor Geral dos índios ao Presidente da Pro­
víncia Francisco ílartins, 04/10/1850, ms (APBa)
- Ofício áo Diretor Geral dos índios ao Vice-Presidente da
Províftcia Mvaro T âe Me Lima, 20/09/1850,ms (APBa)
- Ofício ao Presidente da Província Francisco G. Martins,
H/U/1850, ms (APBa)
- Kelatõrio ao líLnistro d'Estado e Negócios do Itrpêrio,Vi£
cortíe de Monte Alegre sobre o estado das Aldeias da Ba-'
hia, 22/01/1851, ms (APBa)
300

Qfíeio ao Presidente âa Pcovíncia, Francisc» G. I4artins, 08/


02/1851, ítis (ñPBa)
Ofício ao Vicse‫!־־‬P3E!13sidgRt© da Província, Alvaro T. âe Me Li­
m , 04/07/1811, ms (?iPBa)
Oficio ao ¥ioe-Presiclente da Província, Alvaro T‫ ־‬de Me Li-
Eta, 26/08/1851, ms íñPBa)
Ofício ao Presidenta da Província, Francisoo G. Martins, 12/
02/1852, MS m m
OfIdo ao Presidente da Província, Fi^cisco G. Martins, 24/
02/1852, IBS (fíPBa)
Ofició ao Epesictent:© da Província, Alvaro T. de Me Lima, 28/
05/1852, Eis CfíPBa)
Ofício ao Presideite da Província, Alvaro T. de Me Li1t1a,20/
07/1852, ms (ÊPfia)
Ofício so Presidente da Província, Alvan‫ נ‬T. de Me Lirta,30/
10/1852, jsns (JÍ>Ea)
Ctfício ao Presií^te da Província, João M. ííatderl^ ,02/11/
1852, ms (ñPBa)
Ofício ao Presidmte da Província, João M. Waiaderley, 03/11/
1852, ms (fíPBa)
Ofício ao Presidente da Província, João M. Víanderley, 09/11/
1852, ms (APBa)
Ofício ao Vice-Presidente da Província, Alvaro T. de Me Li­
ma, 16/01/1853,ms (fíPBa)
Ofício ao Presidente da Província, João Maurício Vferderley ,
05/02/1853, ms (ñPBa)
Ofício ao Presidente da Provinda, JoãD Maurido Ifenderley ,
07/05/1853, ms (APBa)
Ofído ao Presidente da Provinda, Alvaro T« de Me Lima,28/
05/1853, ms (áPBa)
Ofído ao Presidente da Provinda, Alvaro T. de Me Lima, 30/
06/1853, ms OiPBa)
Ofído ao Presidente da Província, Álvaro T. de Me Lima,27/
08/1853, ms Ü^Ba)
Ofído ao Presidente da Provinda, Alvaro T. de Me Lima,23/
09/1853, ms (ñPBa)
Ofício ao Presidente da Provincia, Jcão Maurído ífemderley ,
05/10/1853, ms (APBa)
- Oficão 3 ‫ כ‬Presídante da Províazla, Jcão Maurício Wanderley ,
09/10/1853, ms (ñPBa)
­‫ י‬Ofício ao PiEfâsiâenÈe da Província, João ífeurício Waraderley ,
10/10/1853. nss (M>Ba)
- Ofício ao PtesitfentQ da Província, João Maurício Waitderley ,
25/10/1853, ms (APBa)
- Ofício ao PEÊsiâKnte ^ Pro\^cia, João Maurício Wamderley ,
25/11/1853, m (i’iPBa)
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16/02A854, ms (fíPBa)
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04/10^854, ms (T^Ba)
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13/12/1854, ms (fíPBa)
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Ma, apresaitado ao Presidente da Província, Alvaro Tiberio
de Me Lima, 31/01/1855, ms (ñPBa)
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20/0V1855, ms (fíPBa)
- Ofício ao ¥ice-Presidea1te da Província, Alvaro T. de Me 14-
ma, 04/03/1855, ms (fíPBa)
- Ofício ao Presidente da Província, Jcão Maxirício Wamderl^’ ,
25/04/1855, ms (ÃP!^)
- Oficio ao Presidente da Província, Alvaro T. de Me Lima, 09/
06/1855, ms (fíPBa)
‫ ־־‬Ofício aç> Pn^ldente da Província, Alvaro T‫ ־‬de Me Litna,25/
06/1855, ms (APBa)
- Ofício ao Presidente da Pro\ancia, Alvaro T. de Me Lima,05/
07/1855, ms (fíPBa)
- Ofício ao Presidente da Província, Alvaro Tiberio de Me Lima,
10/10/1855, ms (APBa)
- Oficio eo Presidente da Província, Alvaro Tiberio de Me Li­
ma, 22/10/1855, ms (M>Ba)
- Ofício ao Presidente da Província, Alvaro Tiberio de Me Li“
ma, 29/10/1355, ms (APBa)
- Ofício ao Presidente da ?ro^^ncia, Alvaro Tiberio de Me Li­
ma, 05/12/1855, ms (APBa)
Ju2

- Qfldo 3D Presiásnte da Provincia, Alvaro Tiberio de Me ;A-


roa, 10/12/1855, ins (ñPBa)
- Oficio eo Presidente da Provincia, Ãlvaro Tibério de Me Li-
xoa, 29/12/1855, ros (APBa)
- Oficio ao Presidente da Provincia, Alvaro Tibério de Me Ld-
na, 22/03/1856, itis (ñPBa)
‫ ־‬Oficio ao Presidiaite c3a Província, iUvaro Tiberio de Me Li­
ma, 05/03/1856, ms (APBa)
- Oficio ao PBssideKte da Província, Mvaro Tibério de Me Li­
ma, 12/03/1856, ms (i^PBa)
- Ofício ao Presidente da Provincia, Alvaro Tibério de Me Li-
roa, 15/03/1856, ros (ñPBa)
- Oficio ao Presidente da Provincia, Alvaro Tiberio de Mo Li-
roa, 28/05/1856, ros (APBa)
- Oficio ao Presid^te da Provincia, Alvaro Tibério de Me Li-
roa, 30/05A856, ms (£PBa)
- Oficio ao Presidente da Provincia, Alvaro Tibério 30‫ ־‬Me Li­
ma, 10/06/1856, ms (fíPBa)
- oficio ao Presidente da Provincia, Joño Luis \^ieira Crinsanç^o
de Sii^jii^, 15/09/1856, ms (M>Ba)
‫ ־־‬Oficio ao Presidente da Provincia, João Luis Viera CansançãD
Sinimbú, 30/09/1856, ms (APBa)
- Oficio ao Presiente da Provincia, Joíd Luis Vieira Cansanção
de Sinimbú, 12/10/1856, ras (ñPBa)
- Oficio ao Presidente da Provincia, JoSd Luiz V. C. de Sinim-
tú, 20/10/1856, ros (ñPBa)
- Oficio ao Presidente da Piavincia, Jdao Luis V» C» de Sinirtt-
bS, 30A0/1856, ms (ñPDa)
- Oficio ao ]Residente da Provincia, João Luis V. C. de Sinim-
bú, 19/12A8S6, xas (ÃPBa)
- Oficio ao Presidente da Provincia, Joio Luis V. C. de Siniia-
b'u, 28/03/1857, ms (ñPBa)
~ Oficio ao Presidente da Proví1x:ia, João Luiz V. C. de Sini^ibú,
28/03/1857, ros (ñPBa)
- Oficio ao Vice-Presidente da Provincia, Manocl Mves Messias
de Leã3, 30/06A858, ms (ñPBa)
riEIIiO, José CardDso P. de -
- Oficio 30 Presidente da Provincia, Francisco José de S. S.
itodreia, 16/02/1845, ms (i^Ba) ‫־‬
?/ETJO, flathias Ccacrea âs ‫ ־‬Oficio ao Capitão Dcraingos Gonçalves, 16/04/1827,iris
(fíPBa)
Í4IRANDA, i^ntonio Dias de ‫ ־‬sCplica ao Presidente da Província, 17/05/1826, ms
(ftPBa)
- Siálica ao Presidente da Província, 17/06/1826, ms
(ftPBa)
- Ofício ao Presidente da Província, 26/12/1326, ms
(¿^Ba)
- Ofício ao Presidente da Província, 14/03/1828, ms
(fíP13a)
?«KNTEIRO, GeraldáJX) Alves- Ofício ao Presidente da Pr3!víncia, Luis ñntcnio da
Silva Nunes, 12/04/1876, ras
MlJNIZ BAM<h'iO,£uls filvaro Falcão­
- &1adro das /Uxteias da Bahia apresentado ao Presid^
te da Província, 08/02/1855, ms (iVPBa)
CWñDA, Frei Rainero - Ofício ao Juiz Municipal de Vitoria da ODinquista,¿^
tônio Joaí^iM lopesí, 24/05/1851, ms (‫?׳‬PBa)
- Ofício ao Juiz ííunicipal de Vitoria da Conquista
tSmio ‫ג‬03)^‫נ‬1‫ מנ‬Lcpez, 08/06/1851, ms (fíPBa)
- Ofício ao Presidente da Província, Alvaro T. de Me
Lima, _ / __/L852, ms (ñPBa)
PAIXSO,Manoel Pinheiro dar Ofício ao Ouvidor Interino da Oanarca de Porto Se^
ro, 05/08/1831, ms (ÃPBa)
PANICñIE,Fr Paulo de - Ofício ao Diretor dos Índios, Casemiro de Senna Ma-
dureira, 06/10/1853, ms (ÃPBa)
- Ofício ao Presidente da Província, João Maurício '
Wanderley, 09AO/1853, ms (fíPBa)
- Ofício ao Presidente da Província, João Maurício ‫״‬
ífeníterley, 25/11/1853, ms (APBa)
PARAISO,Francisao de Souza-Ofício ao GgpitãcHítor da Aldeia de São Fidelis,
14/08/1827, ms (APBa)
PEDEESíEIRAS, Inocencio Velloso -
Belatõrlo da Comissão de Navegação dos Rios Pardc e
Jeguitianha, _ /_ /1 8 5 4 , ms (APte)
PEREIRA, João - Ofício ao Juiz de Direito da Catiarca de lüiius, 11/
08/1853, ms (APBa)
PRPIÇ&) DOS Indios BOrocUDOS-Ofício ao Presidente da Província encaminhado pe­
lo escri^^ da Diretoria Geral dos índios, 04/08/1849,
ms (J^Ba)
304

POTEí JS, Fr» Joíd Evangelista die


- Oficio I Cámara <3e Ilheas, 16/11/1838, ms (APBa)
CÍJEIROZ, ESaldbino Itoíss
- Oficio ao Pissidente da Provincia, Mvaro Tiberio de Mancor-
vo ® lima, 29/10/1855, ms (ñPi3a)
REíiEED,iiera±qpae J .
- Oficio ao Vioe-Presidente da Provincia, Slvato Tiberio c 3 e *
Manoorvo e Lima, 17/09/1853, ms (ñPBa)
£É,Bgidio Luis de
- Oficio ao Presic3!ante da Provincia, 08/07/1361, ms (fíPBa)
SñMPíilO, ItoDel P.
- Ofició ao Presidente da Província, Joaquim José P. Õ&Vascon
celos, 16/10/1853, ms (IPSa)
SAl»rros,Frmícisao M.
- Oficio ao Viae-Presidente da Provincia ÃLvaro Tiberio de Ifcm
ocarvo e Lima, 06/07/1853, ms (ñPBa)
S?k) LQ[|REt9g0,Bario de
- Fala Ijiauforal da Sessio Legislativa apresentada pelo Presi­
dente da Provincia, 03/1370, ras O^PBa)
- Fala Inaugural (M Sessio Legislativa presentada pelo Presi­
dente da Provincia, 03/1871, ms CñPfla)
SESCIEMrKEM, Bario de
- Oficio ao Presidente da Provincia, Darão de Sio Lourenço.
17/11/1870, ms (APBa)
SERGIMIKEM, Visccffide de
- Oficio ao Presidente da Provincia, João José de Aliteida Odu-
to, 21/02/1373, ms (íiPBa)
- Oficio ao Presidente da Provincia, Eduardo Freire de Carva‫' ־‬
Iho, 23/07/1873, ras (APBa)
- Oficio ao Presidente da Provincia, B3uardo Freire de Calorar
' Iho, 05/11/1373, ms )iVPBa)
- Oficio 30 Presidente da Provincia, José de Oliveira Lisboa,
07/02/1875, ms (APBa)
-‫ ־‬Oficio ao Presidente da Provincia, Antonio Araújo d‫י‬Aragi‫כ‬
SilcãD, 22/03/1879, ms (ñPBa)
SEVER3H), F. Datiáão
- Oficio ao Presidente da Provincia, 02/03/1876, ras (ñPBa)
SINIMEJO,João Luis Vieira Cansanção de
- Fala 1113131:‫נ‬91‫ ט‬da Sessão legislativa apresentada pelo Presi­
dente da Provincia, 03/1857, ms (aPBa)
TCÜK]ttJHO,Francisoo Ignacio -
- Oficio a o Dimtor G©1^1 dos índios, José Jaoane Doria, 26/10/
1860, IOS (iVPBa)
TEOim, F, Francisco Caetano âe
■‫ ׳׳‬Oficio ao Juiz ââ Direito da Comarca de Caravelas, 06/11/1845^
ms ^Ba )
VASCCfeJCHEDS, J. J» PájiljeiiD
‫ ־־‬Far@oer seáp© a dis JSiçostos de Santarán, 10/12/1349.
ms (APBa)
tíVÍOiEíRLEY, Joao ?íaKtricio
- Pala Inaugiflral da Se^aso Legislativa apresentada pelo Presi-
deuufee da Provincia, 03/1853, ras (fíPBa)
- Fala InaupKal da Se^io Legislativa ^reseaitada pelo Presi-
cãeísfee da Provincia, 03/1854, ras (i^Ba).
A N E X O

Com o i n t u i t o de sitiaar a d is c u r s s ã o e a c a r ta <íe d is tr ib u iç ã o des


aláeam em tos estu d ad os em seu quadro g e o g r á fic o r e f i o n a l , inclu em -
s e a q u i o s mapas do r e le v o , clim a e e c o ssiste n ia s do s u l da B ahia,
alêia daqiaela c a r ta e s p e c í f i c a . Observe‫־־‬se que as duas áreas ainda
habitad^as p or reinanescentes de grupos t r i b a i s - O liven ça e R eser­
v a Paragruaçu-Caraínuru - são exatam ente as que se encuntram era l o ­
c a i s im p r o p r io s , por su as ç o a d iç õ e s p e d o ló g ic a s e c lim a t o ló g ic a s ,
ã m o n acu ltu ra do cacau.
CLASSES DE R E L E VO * (m a p a es que m áti co )

4 0 "0 0 ' 59° 3 e30' 32 ‫" ״‬


E SC A LA enAP IC A I3 ® 0 0 '
O 20 40 60 8 0 ktn

‫ ־‬1974 -

4 1 *3 0 '

4 I “ 30

Relavo p r a t ic a m e n t e plano

. ‫ ן‬Relevosuave ondulado

mm Relavo ondulado

Relevo forte ondulado

Relevo m o vim en ta do

fi# d i:1 n h o d o de L *õ o - I9 7 B
- TIP O S CLIMATICOS -

l40‫״‬Cf

15" 00'

6 00 '
■ °

‫״יו‬00‫־‬

18“00'

r » ‫׳‬lar.‫ ״‬rt.o d ü U(L FfiQTft ¿ (T ‫ »׳‬O /<> > 5 "


ECOSSISTEMAS DA REGIAO CACAUEIRA BAIANA

40°0Cf 58°52'3CÍ*

0 20 AO 60 ao k m
^
19 7 3

LOCALIZAÇÃO

L E0 EH DA

e c o s s i s t e m a s :

Floreito lubeoducifiília «»clarofilo lilofón•«


( proio • r « ■I i n g a )

F l o r e 610 p i r o n i f ó l l o p o l u d o • □ l i t a r õn»D ( m o n g u i )

'‫י‬ " ' c o nl ln ii nl o l ( b r e j o )

" ' hlgroflla rtbttnntia { vó rica)

" ‫יי‬ h lg rc lila

' iro p ó fllo (m e íó filo )

‫‘י‬ ‫י‬ - ■ nci av« ‫ ■ ן‬r o f 11 a

‫יי‬ ‫יי‬ piu vI a n ib uL o r

^ c a d ü c l f ^ l i o noo t 3 p J n h a 1 a ( m o t o ‫ ־‬d 4 ‫ ־‬c l p o )

" ’ o pin ho a a (c o a lín c o )

E co lo n o ; F lo n s lo p tr e n ifo tio tilg ro fita +


‫׳‬
i Trcpofilc
‫ו‬8“30

f\CdilTtrPl10«s> &v
PEDl^J DK ATrAvPi'Al^ 700$000 p a ra a c o n stru - 320$0Ü0 + 2 arrobas de pólvora; P e rm itir o comércio en-
çãí3 de uina ix>nte sobre 200$000 por 2 q u in ta is de diumbo. t r e Illiéus e Minas Gera
o r i o Salgado. s e r tant)ãn is ;
D ire to r. G aran tir a defesa do a l
deamento. 1

1857
300$000 p ara construção Lágar a In p e ria l V ila d
CAIDIÉJ. de e stra d a . V itó ria à e stra d a lü ié u
-Minas G erais.
1858

SAOÜ DO 1^0 PAHX) 40 machados; 40 f o ioes; Itepor m a te ria l roubado


40 enxadas ; 40 facões; p elo s ín d io s bravos
6 ra lo s de cobre; 40 sa durante as endientes do
i¿js de c h ita ; 120 vara¿‫ ״‬r i o Pardo;
de algodã.o para b lu sas; Manter os ín d io s alciea-
120 v aras de algodão p¿ ados.
ra c a lç a s; e 120 varas
de algodão p ara camiscts
1860 !
1

1
SANTO Al\TIONIO DA CRÜZ 4.000$000 auferidos can R econstruir a Capela da !
> i
arrendamento das te r r a s a ld e ia .
da a ld e ia e 15% da ren-
da o b tid a onm a venda '
de articjos produzidos
pelos ín d io s.
186'4
6.000$000 para constru- Atender aos ín d io s e nio-
CACHIMBO
ção de uma ig r e ia . ra d o re s.
1870
CAdiBffiO 1.400$000 para oonclu- 400$000 ‫ו‬Vacinas oontra bexiga

são da Ig re ia , 1
DOTAÇÃO E APLICAÇÃO DE RECÜKSOS DA VEI«A DE CAEEQUESE NAS ÍJXíEIAS E l ESTUDO NO PERIODO KOTRE 1826-1870.

1826
SAL?aa0 DO s iü -S S o IX)
A L D E I A S VERBA MATERI AL OEJlSriVO DA APLIQXáO PAG^.ECTO DE SEK/IÇOS
m issio n Sr io AJüDANIE

SERTÃO lOOÇOOO, para pagcuinanto 40 tlachados; 40 Facões Pranover a P a c if ic a ç ã o


DA dos co n d u tores de c a n - ‫י‬ o r d in a r io s ; 50 Facas dos P ataxó
jRESSACA gas. flam engas; 100 carapu-
ç a s v e ‫ ־‬ie lh a s; 24 M is-
sangas s o r t id a s ; 1 Bar
r i l de P ó lv o ra ; 1 Bar
r i l de Churríbo.
1823
SERTÃO 300$000, para oonçra de 40 ílachados; 40 FacSes Prariover a P a c ific a ç ã o
DA niantim entns; transportei 40 F acas Flaraen4as dos BotocudD
RESSACA e t e c id o s d e a lg od ao. 80 Carapuças Vermelhas
20 Enxadas; 8 Arrobas
de Chumbo; 1 B a r r il de
P ó lv o r a .
18S5 ........... .. ...................

SÃO PEDRO Q uantia qiae a A ssan b léie U t e n s ilio s e I n s tr u - C ontinuação da CatequeíE •


DE P r o v in c ia l d eterm in a sse > .m entos de Lavoura P a c ific a ç ã o de o u tr o s ‫י‬

ALCANTARA Grupos.
1850

SANTO AOTCn IO Q uantia que a Assernbl^ic 3001000 + S oco rrer n e c e ssid a d e s


A lf a ia s
DA P r o v in c ia l d eterm in a sse 300$000 por da Casa d e O rações;
CRaz s e r tambán Esrnola D cm inical para
D ir e to r o s in d io s ; C cntrataçao
de Ajudante para P o l i -
ciaTiento e In str u ç ã o dcE
in d io s

#
'T B 5(T ... .......................... !
300Ç000 para a ccnpra ¡!lachados, F o ic e s , Enxa-‫־‬ T om ar W avegavel o RLc)
SÃO PEDRO
de m a te r ia l n ec ea b á rlo . cúii!, i‫׳׳‬dcíjfc:3, íksrxuLi ; Cudujoli-a lit; HuLucujcj
DE
P eças de Algodão para a Ferradas (3 leg u a s)
ATCÂNTRBA
homens e c h it a p ara mu-‫־‬ Marcar a e s tr a d a de
Ih c r e s; 1 arroba de p5^L C onquista a I lh é u s ;
•'/ora; 1 arroba de churríi) C onstrução da I g r e ja
1851
SMWO ANTCN 10 300$OOG + 30$000 paró i 40 F o ic e s ; 25 Fusos pa-.
DA 300$000 por s e r p r o fe s ‫ • ־‬r a A lg o d ã o ;.4 R alos de
CFUZ s e r também s o r de Agri . C obre,; o u tr a s f e r r aman
D ir e to r c u ltu r a . t a s A g r íc o la s
SÃO PEDRO DE 300$000 +
alcS otara 3001000 por
s e r tairhán
D ir e to r

CñTOlÉ 4B0$000 +
300$000 poi
'
s e r tairbéra
D ir e to r
1852

CñTOl£ 60$000 para aonprar rou■ ■4801000 + 50$000 para Forçar os indios a tra
pas 300$000 por o p r o fe s s o r balhaieia can afinoo;
s e r tairbém de T écn ica s P a cifica r Indios não

D ir e to r e A g r íc o la s e aldeados;
80$000 de 50$000 para Manter os Indios a id e -
ajuda de Q¿ o s u b s t it u - ados sob o o n tr o le .
t o p /viagem
t o do m issi_
o n á r io .

«
LO C Ü LI ZA C AO

L E e E N 0 *

C IDA DE S OLI V IL A S E X IS T E N T E NA EPOCA

CIDAOES ORlOlKAOAS OE ALDEIAS iNDiâENAS


eg A LD E A M E N T O S INDIGENAS NAS

a l d e ia s r^ rD IG E N A S
▲s B AC IAS DO R I O DO P A R D O
E C O L O N I A NO S É C U L O X I X

BAC»A H ID R O G R A FIC A

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L IM IT E IN T E R E S T A D U A L - •i FONTE M APA DO E S T A D O DA 8 A H I A
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