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563, 2ª
SEÇÃO, STJ, REL. MINISTRO ALDIR PASSARINHO JR.)
O Superior Tribunal de Justiça, pela sua Segunda Seção que cuida das matérias
atinentes ao direito privado, concluiu, na sessão do dia 08.06.2005, o julgamento do
REsp 728.563, interposto pela “Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores
Públicos Municipais de Porto Alegre – Cooperpoa” contra Paulo Ricardo do Amaral Elias.
A tese levada a julgamento na Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça pode ser
assim resumida: o desconto em folha de pagamento das parcelas do empréstimo
acarretaria em penhora de rendas e salários, o que violaria o art. 649, IV, do CPC
(LGL\1973\5) que prevê a impenhorabilidade dos referidos valores ou, a contrario sensu,
o desconto em folha de pagamento constitui-se no fundamento econômico do contrato
de empréstimo, sendo a única garantia de recebimento da instituição financeira e, tendo
sido permitido expressamente pelo devedor, a cláusula seria plenamente válida.
O voto condutor do acórdão foi o do relator do recurso especial, Ministro Aldir Passarinho
Jr. que, de forma clara e objetiva, traçou as diferenças entre o instituto da penhora, que
pressupõe a constrição judicial do bem sem a necessidade de anuência do devedor, com
o contrato de empréstimo, em que, de forma livre e consciente, esse mesmo devedor
permite o desconto das parcelas da dívida na sua folha de pagamento, para com isso se
favorecer com a cobrança de juros substancialmente inferiores ao praticado no mercado.
De acordo com o voto do Ministro Aldir Passarinho Jr., caso o Judiciário declarasse a
ilegalidade da cobrança das parcelas do empréstimo em folha de pagamento, o contrato
por inteiro restaria atingido, já que o seu equilíbrio econômicofinanceiro repousa
exatamente na diminuição do risco de inadimplência para que, em contrapartida, a taxa
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de juros possa ser reduzida, como se infere do voto do Ministro Barros Monteiro:
Com tal fundamentação, a Segunda Seção do STJ, com os votos dos Exmos. Ministros
Aldir Passarinho Jr; Jorge Scartezzini; Barros Monteiro; Humberto Gomes de Barros e
César Rocha, vencidos os Exmos. Ministros Castro Filho e Fátima Nancy Andrigui,
declarou válida e legal a contratação de empréstimo com previsão de amortização do
débito mediante desconto em folha de pagamento.
Deve ainda ser frisado que apesar do recurso ter sido interposto por uma Cooperativa de
Servidores Públicos, a sua aplicação dar-se-á para todas as instituições financeiras, já
que os votos proferidos foram firmes em determinar que a tese jurídica não poderia ser
fracionada no sentido de conferir um tratamento diferenciado às cooperativas em
detrimento das instituições financeiras.
Em todos os votos, restou firmado que o julgamento do REsp 728.563 deu-se na forma
de leading case, e se aplica tanto às cooperativas como às instituições financeiras no
sentido de encerrar, de uma vez por todas, a discussão acerca da legalidade do
denominado “crédito consignado”.
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