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ESCOLA
A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS
Resumo
Uma proposta de gestão democrática e participação expressa um movimento em que as
atividades são pensadas como intenção clara e definida, devendo resultar de decisões
tomadas coletivamente. No bojo desse processo pretendemos neste trabalho apresentar
questões relacionadas à democratização da gestão escolar, assim como os meios e os
conflitos gerados nesse processo. Com isso, focaremos a participação e o conhecimento
dos pais em relação ao Conselho Escolar. Nessa perspectiva, organizamos o trabalho no
corpo do desenvolvimento em três momentos: primeiramente apresentamos os
embasamentos teóricos relevantes, no segundo momento descrevemos como se deu a
realização da coleta de dados na Escola X pesquisada e por fim procuramos traçar uma
análise a partir das respostas obtidas nesta coleta. Na metodologia, o fenômeno observado
sobre a participação dos pais, no contexto da Gestão Democrática, seguiu a estrutura de
um estudo qualitativo, sob a forma de um estudo de caso, de cunho exploratório, que foi
realizado na Escola X. Os dados foram obtidos por meio de entrevista, composto com
perguntas abertas acerca da investigação, da participação dos pais nos trabalhos da
escola, especificamente no Conselho Escolar. Os resultados evidenciam que a gestão
democrática é atualmente um valor ainda não totalmente compreendido e incorporado à
prática social no interior da escola pública.
1
Introdução
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uma sociedade que historicamente foi construída em bases autoritárias como nos diz Paro
(1998, p. 19):
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democraticamente com vistas a objetivos transformadores, ela é um espaço privilegiado
para a instauração da democracia, no sentido de elaborar uma nova concepção de mundo.
Para Schlesener (2006, p.186):
1
Não identificaremos a escola.
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professora Rosimery, que a participação de alguns pais na escola se dá de forma passiva,
que segundo Juan Dias Bordenave “Ao “fazer parte” de um grupo à pessoa pode apenas
estar presente nele, sem necessariamente envolver-se nas tomadas de decisão ao manter
uma atitude de indiferença”. (PETTER, s/p).
Em conversas informais os pais e/ou responsáveis revelaram que não participam
da vida da escola em função da falta de tempo, estes gostariam de estreitar os laços com a
instituição escolar, 83% dos entrevistados evidenciaram esse desejo. 2 Para isso sugerem
que a escola divulgue os momentos em que possam participar e encontre horários
flexíveis.3
O gráfico três4 indicia que 65% dos entrevistados não conhecem o Conselho
Escolar, perguntada sobre como informa e divulga as decisões do Colegiado, a escola
respondeu que disponibiliza as informações no mural, o que parece entrar em divergência
com o que foi revelado no levantamento de dados. Segundo, Bordenave a informação
consiste no menor grau de participação, pois “os participantes podem ser ou não
informados sobre as decisões tomadas pelos dirigente”. (PETTER, sem página.)
Embora a escola afirme manter a comunidade escolar informada sobre as decisões
do Conselho Escolar fixando o que há de relevante no mural, este meio parece não está
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conseguindo atingir os pais e/ou responsáveis. O gráfico um indica que a reunião de
pais se configura como o melhor momento para sensibilizar os pais e/ou responsáveis a
participarem do Colegiado, uma vez que 49% declararam freqüentar essas reuniões.
Ao visitarmos a escola em outros momentos percebemos que nos murais não
havia qualquer menção as decisões do Conselho. Em uma das falas do secretário ficou
evidente que a equipe gestora só implantou a gestão democrática e o Conselho Escolar
porque a lei regulamentou essa exigência como obrigatória para o repasse de verbas.
Dessa forma, a instituição escolar deixou transparecer qual era sua concepção de
participação e democracia.
Sabemos que a participação da comunidade na gestão encontra muitas
dificuldades como nos diz Paro (1998, p.16)
2
O gráfico dessa porcentagem se encontra na página7.
3
O gráfico dessa porcentagem se encontra na página 7.
4
O gráfico dessa porcentagem se encontra na página 7.
5
O gráfico um se encontra na página 7.
5
A participação da comunidade na gestão da escola pública encontra um
sem-número de obstáculos para concretizar-se, razão pela qual um dos
requisitos básicos e preliminares para aquele que se disponha a
promovê-la é estar convencido da relevância e da necessidade dessa
participação, de modo a não desistir diante das primeiras dificuldades.
Mas sabemos também que não é impossível. Precisamos superar essa cultura
autoritária onde a figura do diretor ainda é central nas decisões da escola e o poder é
centralizado, além disso, superar a cultura do “caminho mais fácil e mais rápido”. É
possível construirmos uma sociedade mais justa, em face de que “a democracia, enquanto
valor universal e prática de colaboração recíproca entre grupos e pessoas, é um processo
globalizante que, tendencialmente, deve envolver cada indivíduo, na plenitude de sua
personalidade. Não pode haver democracia plena sem pessoas democráticas para exercê-
la”. (PARO, 1998, p.25)
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Anexos
Gráfico 1 - Gráfico 3 -
3; 17%
1; 6%
9; 49% 5; 22% 3; 13%
1; 6%
1; 6%
3; 16%
15; 65%
Gráfico 2 - Gráfico 4 -
Gostaria de participar mais das Sugestões para que haja maior participação dos
pais.
atividades da escola?
14%
29%
3; 17% 7%
7%
7%
Sim 7%
29%
Mais divulgação
15; 83% Não Professores mais gentis
Incentivar a leitura
Mais participação dos pais
Já participa
Não pensou
Horários flexíveis
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Conclusão
Este trabalho nos permitiu perceber que após vinte e dois anos da implantação
através da Lei 5.029 que regulamenta a gestão democrática constamos que este modelo
de gestão escolar caminha a passos lentos. Ainda não temos uma participação da
comunidade na tomada de decisão, em contrapartida a escola parece não ouvir o apelo
daqueles que de alguma forma participam e estão envolvidos com o processo: os pais
e/ou responsáveis.
Estes revelam que apesar de não terem tempo em função dos compromissos do
dia a dia, gostariam de participar ativamente das atividades da escola e para que isso
ocorra efetivamente sugerem que a instituição seja flexível com os horários e divulgue as
possíveis ocasiões onde a participação seja relevante.
Na contramão do que os pais revelaram, a escola relata que divulga as decisões do
Conselho Escolar e que mesmo quando não há quórum nas reuniões, decidem o que
precisa ser decidido.
Foi importante perceber que o diagnóstico é uma ferramenta valiosa quando se
pretende mapear a realidade do entorno da escola e planejar inferências que busquem
atender as necessidades reveladas. Ao ouvirmos os pais demos voz a um dos atores
envolvidos no cotidiano da escola e podemos identificar o que almejam e o que esperam.
Embora exista divergência entre o que diz os pais e o que diz a escola, os dados apontam
para um caminho e alerta a instituição sobre o que precisa ser enfocado: os pais
evidenciam que querem participar!
A escola é um espaço estratégico para o desenvolvimento das ações coletivas,
além disso, é legitimada pela sociedade e pode tentar construir uma cultura democrática
não só entre alunos, professores e equipe gestora, mas também expandir sua atuação entre
a comunidade. O que não pode acontecer é que fiquemos esperando que a sociedade
mude para que a escola mude também, é preciso que haja um esforço coletivo que
garanta e resguarde a escola como uma instância da ação democrática.
Como diz Paro (1998, p.17) nós não pretendemos
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fórmulas existissem, estou certo de que já teriam sido aplicadas por
inúmeros educadores e administradores escolares bem intencionados,
que se vêem permanentemente às voltas com as enormes dificuldades
que se antepõem à participação no âmbito da prática escolar.
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Referências Bibliográficas
PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. São Paulo, Ática, 1997.
__________________. Por dentro da Escola Pública. 2. ed. São Paulo: Xamã, 1996.
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