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vladimir safatle

Textos de Freud levantam questões


sobre visão atual do sofrimento
23/09/2016 02h03

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Durante muito tempo, as obras de Freud tiveram péssima


tradução no Brasil. Traduções imprecisas feitas diretamente da
versão inglesa obrigaram pesquisadores e psicanalistas não
versados em alemão a trabalhar com os textos em língua
espanhola ou francesa. Mas, com a liberação dos diretos
autorais há alguns anos, as livrarias começaram enfim a ter
edições à altura do desafio de verter uma das obras mais

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influentes do século 20 para nossa língua.

Dentro desta nova leva de traduções, a editora Autêntica publica


agora uma compilação de textos clínicos de Freud sob o título de
"Neurose, Psicose, Perversão". Parte da série "Obras
Incompletas de Sigmund Freud", coordenada por Gilson Iannini,
o livro traz, em tradução competente, alguns dos principais
textos de Freud a respeito de sua reconfiguração de categorias
clínicas centrais do sofrimento psíquico. "Luto e Melancolia",
"Fetichismo", "A Negação", "Neurose e Psicose" são alguns dos
textos que ganham nova tradução, acompanhados de
manuscritos e cartas relevantes para entendermos melhor a
trajetória da experiência intelectual freudiana.

No entanto, a tradução deste conjunto de textos pode também


representar um bom momento para nos perguntarmos sobre o
sentido de ler tais artigos em 2016. O que temos diante de nós?
Estudos historicamente fundamentais porém ultrapassados no
que se refere à sua reflexão clínica? Ou estudos que, apesar da
distância de um século, ainda nos dizem respeito? Lemos Freud
como leríamos Lamarck a respeito da evolução ou Newton e sua
física pré-teoria da relatividade?
Marcelo Cipis/Editoria de Arte/Folhapress

Questões desta natureza são ainda mais relevantes se


lembrarmos que, de certa forma, as categorias descritas por
Freud não existem mais, ao menos para as linhas hegemônicas
da psiquiatria reinante. A princípio, vivemos em uma sociedade
na qual, por exemplo, não existem mais "neuróticos" nem

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"paranoicos". Estas duas categorias desapareceram dos manuais


de psiquiatria e da razão diagnóstica médica. Freud trabalhava
com uma polaridade entre duas neuroses fundamentais: a
neurose obsessiva e a histeria. Sintomas clínicos anteriormente
associados a tais categorias encontram-se atualmente dispersos
no transtorno obsessivo-compulsivo, nos transtornos
somatoformes e nos transtornos de personalidade histriônica.
Mas o que significam tais modificações de padrões de descrição
do regimes de sofrimento psíquico?

Essa é uma questão que mereceria ser objeto de uma reflexão


mais aberta e demorada. A maneira como uma sociedade
modifica a maneira com que as patologias mentais são descritas
influencia de forma decisiva como sujeitos lidam com suas
experiências de sofrimento e suas expectativas de vida
bem-sucedida. Por isso, deveríamos começar por nos perguntar,
por exemplo, sobre o que significa uma sociedade que, de certa
forma, eliminou seus neuróticos.

Nas mãos de Freud, uma categoria como a neurose adquiriu três


características fundamentais, a saber, ela era analisada a partir
de sua etiologia, ela dizia respeito a modificações globais de
conduta e ela estava profundamente vinculada ao campo do
sexual. O primeiro ponto significava: ela tinha uma estrutura
causal que só seria compreensível à condição de levarmos em
conta a história da doença. Uma história ligada ao processo de
socialização do desejo do paciente, seus conflitos e
compromissos, suas expectativas e fracassos. Sua cura estava
assim vinculada à capacidade dos sujeitos de elaborarem sua
própria história, o que há muito deixou de ser uma preocupação
clínica.

Já o segundo ponto se referia à ideia de que o adoecimento


implica modificação, em maior ou menor grau, de todas as
funções psíquicas. Daí a ideia de que não se trata simplesmente
de tratar sintomas, mas de modificar estruturas. Uma forma
clássica de não resolver problemas é dividindo-os. É desta forma
que um setor de problemas é "resolvido" enquanto clínicos
precisam lidar com reincidências e comorbidades constantes.
Por fim, o último ponto nos lembrava que ninguém constitui sua
sexualidade sem que isto deixe marcas e sintomas. Uma
sexualidade é uma construção precária e sempre a lidar com
contradições constantes.

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Essa visão histórica, holista e agonística era o que se derivava


da clínica freudiana. A boa pergunta é: por que ela foi recusada
pelo saber médico-psiquiatrico atual? O que temos atualmente
no seu lugar?

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comentários Ver todos os comentários (2)

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ANTONIO ROGERIO DA SILVA JULIAO (09h36) há 3 horas 1 0 Denunciar


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A incongruência de diagnósticos e a medicalização.

O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem

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Samuel Gueiros Jr (12h04) há 49 minutos 0 0 Denunciar

O saber freudiano não é recusado pelo saber médico; o que existe é a abordagem da
neurociência que procura explicar os transtornos mentais a partir de uma visão
neurofisiológica e não psicanalítica. Aliás, Freud defendia essa visão. Essa discussão está no
nível ainda acadêmico; no dia a dia dos nossos consultórios ainda utilizamos sim um dos mais
caros conceitos que justifica uma série de transtornos no mais remoto ambulatório: o
inconsciente, na concepção freudiana.
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem

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