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PAULO HENRIQUE DE AMORIM SILVA FARIA

PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE


ORÇAMENTOS DE EDIFICAÇÕES

Divinópolis-MG
2017
PAULO HENRIQUE DE AMORIM SILVA FARIA

PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE


ORÇAMENTOS DE EDIFICAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Engenharia Civil.

Orientador: Luiz Oliveira

Divinópolis-MG
2017
PAULO HENRIQUE DE AMORIM SILVA FARIA

PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE


ORÇAMENTOS DE EDIFICAÇÕES

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Cássia Maciel Campos Pereira

Prof(ª). Daniel Henrique da Silva

Prof(ª). Vinícius Valim Pereira

Divinópolis,___ de _____________ de 2017.


Dedico este trabalho primeiramente a
Deus, aos meus pais, amigos e familiares.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, engrandeço o nome do meu DEUS, que me deu forças


quando não as tinha. Nunca duvidei que fosse capaz, pois em todo momento senti
Tua mão me amparando e Teu amor me guiando. Todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam o Senhor.
Aos meus pais palavras não são suficientes para demonstrar toda minha
gratidão. Agradeço-os por todos os ensinamentos, pelo companheirismo, carinho e
renúncia.
Agradeço minha irmã, por sempre me inspirar, dividir momentos de dor e
alegria e encher meu coração de esperança e vontade de vencer.
Agradeço aos meus queridos irmãos da igreja Cristã Maranata, que sempre
oraram por mim e torceram pelo meu sucesso. “Nosso Deus pode agir, além do
visível...”.
Agradeço aos meus mestres, por todos os ensinamentos e por serem
instrumentos para meu crescimento pessoal e profissional.
Também agradeço à minha coordenadora de curso, Danielle Comitante Leão
Fontes, que sempre esteve pronta para auxiliar-me em todos os momentos dentro
da instituição.
Trago meus agradecimentos a todos os meus colegas de turma. Reconheço o
quanto fomos importantes uns para os outros, pois, nestes cinco anos de
convivência, muitos objetivos foram alcançados e muitas amizades floresceram. Em
especial agradeço minhas amigas Tauane Rodrigues e Edneia Silva, pelo grupo de
estudo solidificado e determinado e pelos bons momentos que passamos juntos.
“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco.” (1 Tessalonicenses 5:18).
FARIA, Paulo Henrique de Amorim Silva. Procedimentos para elaboração de
Orçamentos de edificações. 2017. 38 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso
de graduação em Engenharia Civil – Faculdade Pitágoras, Divinópolis, 2017.

RESUMO

O presente trabalho apresenta como título “Procedimentos para elaboração de


Orçamento de edificações” informando que a iniciativa se deu pela percepção das
dificuldades encontradas por alguns profissionais de engenharia e construtoras em
elaborar orçamentos. Desta forma, a finalidade da proposta visa facilitar a realização
dos orçamentos por meio das explicações ora apresentadas. Assim, envolvendo a
problematização que se relaciona à importância de uma correta elaboração de
orçamentos, busca-se responder aos objetivos que se expressam como modo geral:
apresentar uma metodologia para elaboração de orçamento de obras civis; e os
específicos que são: analisar o conceito de orçamento e sua importância, apresentar
um passo a passo para a elaboração de um orçamento de obras e verificar as
vantagens do controle e gerenciamento de custos. Por fim, após a finalização do
trabalho, considera-se que orçamento de obras é uma importante ferramenta para
viabilização de empreendimentos e gerenciamento de custos, uma vez que por meio
de planilhas orçamentárias e cronogramas é possível o acompanhamento físico e
financeiro. Ao chegar a estas considerações, analisa-se que os problemas e
objetivos apresentados foram respondidos, analisados e entendidos.

Palavras-chave: Procedimentos; Edificação; Orçamento; Planilhas.


ABSTRACT

The present work presents as "Procedures for elaboration of Budget of Edification"


informing that the initiative was given by the perception of the difficulties encountered
by some engineering professionals and constructors in elaborating budgets. In this
way, the purpose of the proposal is to facilitate the implementation of budgets
through the explanations presented here. Thus, involving the problematization that is
related to the importance of a correct elaboration of budgets, we seek to respond to
the objectives that are expressed as a general way: to present a methodology for
elaboration of budget of civil works; and the specifics that are: analyze the concept of
budget and its importance, present a step by step to the preparation of a budget
works and check the advantages of control and cost management. Finally, after the
completion of the work, it is considered that the works budget is an important tool to
make projects feasible and cost management, since through spreadsheets and
schedules, physical and financial follow-up is possible. In arriving at these
considerations, it is analyzed that the presented problems and objectives were
answered, analyzed and understood.

Keywords: Procedures; Edification; Budget; Spreadsheets.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 –Finalidade do orçamento ......................................................................... 19


Figura 2 – Fluxograma básico de um orçamento analítico ...................................... 21
Figura 3 – Fórmula de Cálculo do BDI .................................................................... 29
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 –Orçamento sintético – detalhando o método ......................................... 20


Quadro 2 – Exemplo de Listagem de Serviços........................................................ 23
Quadro 3 – Unidades Usuais para Levantamento de Quantitativos ........................ 23
Quadro 4 – Composição de Preço – Aço CA-50 ..................................................... 25
Quadro 5 – Encargos e trabalhistas de empregados horistas ................................. 26
Quadro 6 – Encargos e trabalhistas de empregados mensalistas........................... 27
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BDI Benefícios e Despesas Indiretas


CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CUB Custo Básico Único
CPU’s Composições de Preços Unitários
EPP Empresa de Pequeno Porte
FGTS Fundo de Garantias do Tempo de Serviço
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
IRPJ Imposto de Renda de Pessoa Jurídica
ISS Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
MP Microempresa
NR Norma Técnica
PIS Programa de Integração Social
SEBRAE Serviço de Apoio ê Pequena e Média Empresa
SECONCI Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESI Serviço Nacional da Indústria
SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção Civil
TCPO Tabela de Composições e Preços para Orçamentos
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14

1 A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................... 16


1.1 Acepções ...................................................................................................... 16
1.2 Idealização e controle das obras ................................................................ 16
1.3 Planejando um orçamento........................................................................... 17
1.4 Finalidades do orçamento ........................................................................... 18
1.5 Orçamento de projeto .................................................................................. 19
1.6 Tipos de orçamento ..................................................................................... 19

2 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS ................................................................ 22


2.1 Análise de Projetos e Anexos ..................................................................... 22
2.2 Identificação de Serviços ............................................................................ 22
2.3 Levantamento de Quantitativos .................................................................. 23
2.4 Custo Direto .................................................................................................. 24
2.4.1 Composições de Preços Unitários ........................................................ 24
2.5 Encargos Sociais ......................................................................................... 26
2.5.1 Encargos Complementares ................................................................... 28
2.6 Custo Indireto ............................................................................................... 28
2.7 BDI ................................................................................................................. 29
2.8 Cálculo do Preço de Venda ......................................................................... 31
2.9 Planilha Orçamentária.................................................................................. 31

3 CONTROLE DE CUSTOS E GERENCIAMENTO ............................................ 32


3.1 Controle de serviços .................................................................................... 32
3.2 Importância da engenharia de custos para controle................................. 33
3.3 O gerenciamento da construção ................................................................. 33
3.4 Planejamento executivo da obra ................................................................. 34
3.4.1 Planejamento do canteiro de obras ...................................................... 34
3.4.2 Programação ........................................................................................ 35
3.4.3 Controle qualitativo e quantitativo ......................................................... 35
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 37

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 38
14

INTRODUÇÃO

O mercado da construção civil ganha cada vez mais destaque no atual


cenário da economia brasileira devido ao crescente número de obras. Através da
engenharia de custos é possível analisar a viabilidade financeira de um
empreendimento antes mesmo de executá-lo, bem como efetuar o levantamento de
materiais, serviços e mão de obra para cada etapa de execução.
Orçamento é uma ferramenta imprescindível para a administração de uma
obra, sendo composto por planilhas estimativas de custos que possibilita o controle
de gastos numa edificação. Para sua elaboração é necessário amplo entendimento
e estudo, uma vez que sem garantia de subsistência e de lucro do empreendimento
traz prejuízos financeiros ao proprietário, levando-o em alguns casos à falência.
A previsão correta de todos os itens advindos da execução da obra faz com
que o gestor consiga aperfeiçoar e consolidar todo o processo de levantamento de
custos do empreendimento, amenizando o risco de futuros gastos com itens não
previstos inicialmente no controle físico financeiro. Sendo um instrumento importante
de prognóstico, o orçamento procura facilitar o planejamento das necessidades
operacionais, desde a compra de insumos, gastos com mão de obra, benefícios e
despesas indiretas (BDI), verificando entre eles, o nível de interferência e os
obstáculos para a realização dos serviços.
A escolha por este tema para o Trabalho de Conclusão de Curso partiu da
dificuldade que alguns profissionais de engenharia e construtoras têm em elaborar
orçamento de obras. Portanto, este trabalho tem como objetivo facilitar a constituição
de orçamentos através de procedimentos detalhados que permita ao leitor um
suporte teórico para tal atividade.
Desta forma, o presente trabalho apresenta finalidade em responder a
pergunta problema “Os procedimentos de elaboração de orçamentos realizados de
maneira correta é de suma importância para a viabilização, controle de custos e
gerenciamento dos empreendimentos na indústria da construção civil?” Para tanto
os objetivos se apresentam de modo geral como apresentar uma metodologia para
elaboração de orçamento de obras civis e, especificamente analisar o conceito de
orçamento, bem como sua importância; apresentar um passo a passo para
15

elaboração de um orçamento de obras; e, verificar as vantagens do controle e


gerenciamento de custos.
Diante disso, para o sucesso de um determinado empreendimento, é de suma
importância realizar um planejamento por meio de um estudo de viabilidade
econômica, desenvolver planilhas orçamentárias e elaborar cronogramas que sirvam
de parâmetros para um acompanhamento físico-financeiro. Nesse sentido sua
realização se justifica para preparar um orçamento de obras e controlar todos os
custos que o englobam são tarefas de grande responsabilidade e importância.
Os objetivos propostos foram respondidos através de pesquisas exploratória e
bibliográfica como metodologia que enriquece a fundamentação teórica, buscando
alcançar ao objetivo geral e à pergunta problema.
Assim, o trabalho se apresenta num primeiro momento com a introdução
apresentando tema, problema, objetivos e metodologia.
No segundo momento demonstra-se a fundamentação teórica relatando
informações pertinentes à importância do orçamento na construção civil, suas
acepções, idealização e controle das obras, planejamento, finalidades e seus
diferentes tipos.
Na próxima etapa evidencia-se um passo a passo para elaboração de um
orçamento, apresentando uma metodologia que estabeleça todos os custos diretos,
indiretos, encargos sociais, BDI e preço de venda.
Em seguida exibem-se a importância no controle e gerenciamento de custos,
suas considerações finais e as referências que colaboraram no enriquecimento das
informações aqui presentes.
16

1 A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO NA CONTRUÇÃO CIVIL

1.1 Acepções

De acordo com Sampaio (1989, p. 17) “orçamento é o cálculo dos custos para
executar uma obra ou um empreendimento, quanto mais detalhado, mais se
aproximará do custo real.”
Conforme Cardoso (2009), orçamento nada mais é do que uma estimativa de
estudo para viabilizar ou preliminar a construção de um empreendimento. Ressalta-
se que quando uma obra é iniciada sem um orçamento, ou quando este é feito de
forma errada, o resultado pode ser desastroso.

O orçamento, parte integrante dos contratos, é o documento por meio do


qual o auditor acessa as mais variadas informações dos projetos de
arquitetura e de engenharia, podendo ainda efetuar diversas confrontações
com os documentos e relatórios de prestação de contas. (CARDOSO, 2009,
p. 15)

A lei n° 8.666/93 ressalta que o orçamento é elemento essencial na licitação


de qualquer projeto básico numa construção civil (BRASIL, 1993). É por meio do
orçamento que se descreve o que vai ser feito ou usado, o valor do que se vai
gastar, assim, o orçamento é um instrumento imprescindível para o planejamento de
custos e até mesmo de tempo de realização do projeto.
Tisaka (2011) afirma que o orçamento, ao ser organizado, precisará
apresentar todos os serviços que serão realizados durante a obra, incluindo uma
lista com quantidades específicas, valor unitário e outros.

1.2 Idealização e controle das obras

Planejar e controlar, ações necessárias na construção civil, sendo que esse


processo impede desperdícios, perdas e atrasos na hora da entrega da obra, em
conformidade com Cardoso (2009).
17

Assim, o planejamento apresenta finalidades de empreender a construção,


bem como o sucesso da ação aliado a vários projetos, podendo estes se apresentar
como estratégico, tático e operacional. De acordo com Martelli e Dandaro (2015) o
projeto estratégico diz respeito à organização, é considerado um importante item e
abrange as mais variadas atividades dentro da construção civil. Em relação ao
planejamento tático este segmento relaciona-se com as ciências tecnológicas e a
mão de obra. No que tange ao Projeto operacional, este apresenta finalidades de
aumentar a produção, obedecendo a critérios específicos na execução da obra.
Assim, Gonçalves (2011, p. 32) ressalta que “ter capacidade de planejar e
gerenciar o custo da construção é, certamente, um dos principais diferenciais
competitivos que uma empresa deve buscar. [...]”.

1.3 Planejando um orçamento

Conforme Cordeiro (2007) para elaborar um orçamento é importante planejar


as probabilidades e as restrições metodológicas, bem como apresentar valores dos
custos das ações contínuas ou decretadas. Assim, o orçamento é o primeiro passo
do empreendimento de está para se iniciar.
Segundo Cardoso (2009), o orçamento é analisado como importante
documento que apresenta informações relativas ao planejamento do que se vai fazer
ou gastar. O orçamento precisa se apresentar bem feito com competência e
obedecendo a um roteiro com atuações pré-estabelecidas.

O orçamento é um documento que necessita de absoluta credibilidade


perante os gerentes e técnicos, para que as informações produzidas em
decorrência, como o cronograma, a aferição das produtividades, e o
controle dos custos da obra, possam funcionar como ferramentas gerenciais
seguras para tomada de decisão. (CARDOSO, 2009, p. 189.)

Para o Instituto de Engenharia (2011) o planejamento é caracterizado pela


preparação das ações necessárias para executar serviços variados, sendo
indispensável informar volume, prazo, tempo de execução da obra, e outras
informações pertinentes à execução de uma obra.
18

Para dar início em uma obra, o primeiro passo é analisar o que se pretende
fazer, depois detalhar os elementos de todo o projeto (TISAKA, 2011).
A elaboração do orçamento colabora para dar um rumo às ações dos
administradores, assim com as finalidades definidas, viabiliza-se análise do que se
vai fazer com o que se vai gastar.

1.4 Finalidades do orçamento

Por meio do orçamento, possibilita-se meditar a respeito da parte financeira


do negócio, assim, classificar os materiais, listar as tarefas de cada fase do serviço,
organizar um registro cronológico e acompanhar sistematicamente a utilização e
aplicação são necessidades que colaboraram no momento do planejamento
(SAMPAIO, 1989).

Em geral, um orçamento é determinado somando-se os custos diretos –


mão de obra de operários, material, equipamento – e os custos indiretos –
equipes de supervisão e apoio, despesas gerais de canteiro de obras, taxas
etc – e por fim adicionando-se impostos e lucro para se chegar ao preço de
venda. Para participar de uma concorrência, o preço proposto pelo
construtor não deve ser tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto
a ponto de não ser competitivo na disputa com os demais proponentes.
(MATTOS, 2006, p. 22-23).

Nas palavras de Mattos (2006) o orçamento objetiva informar o gasto


financeiro, sendo sua execução considerada a primeira fase do empreendimento.
Por meio dessa investigação prévia, os cálculos dos valores se restringem nas
quantias, nos materiais a serem utilizados, nas ações para a execução das fases do
empreendimento. Pesquisar os valores, caracterizar os materiais, informar as
quantidades, são segmentos necessários num orçamento, pois se condicionam a
redução ou complementação de materiais, quantias e outros para prosseguir com o
projeto.
A finalidade do orçamento abrange inicialmente o esboço do projeto,
direcionando as várias etapas que precisam ser realizadas até a conciliação dos
gastos que abrange o encerramento do orçamento. O estabelecimento das
finalidades colabora para enfatizar o que se pretende alcançar.
19

Figura 1: Finalidade do orçamento

METAS + PLANEJAMENTO = RESULTADO

Fonte: Executor do trabalho, 2017.

1.5 Orçamento de um projeto

Para Cordeiro (2007) a compreensão do projeto relaciona-se ao exame do


mesmo, condicionando retirar toda e qualquer informação necessária na
identificação de suas especificidades, atestando se mais alguma informação precisa
ser confirmada.
Quando a realização do orçamento de um projeto é iniciada o primeiro passo
é considerar os documentos técnicos, assim após esta apreciação, condiciona-se
verificar as quantias necessárias para cada item (VALENTINI, 2009). Considerado
como um instrumento de adesão, o orçamento sustenta e dá crédito quanto à nitidez
dos expedientes indispensáveis às ações de acompanhar, monitorar e averiguar se
todos os insumos foram acometidos.
Tisaka (2011) explica que ao elaborar um orçamento vários pormenores
precisam ser averiguados, pois alguns requisitos e agentes despercebidos podem
influenciar no valor final da obra.

1.6 Tipos de orçamento

Conforme o Instituto de Engenharia (2011), a Norma Técnica (NR) nº 01/2011


institui subsídios para orçar e estimar valores, se apresentando como Tabelado,
20

sintético e analítico. Cada subsídio apresenta características peculiares informando


qual a finalidade de cada um.
O orçamento tabelado relaciona-se o cálculo com a multiplicação em m2
aliando a área pelo Custo Básico Único (Cub/m2), calculado mensalmente pelo
Sindicato da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON) de cada estado brasileiro.
Porém, o CUB desconsidera alguns itens em seu valor, que devem ser inseridos,
para que você tenha o custo total de sua obra. Os itens que não estão inclusos no
CUB são: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de
lençol freático; elevadores; aquecedores; bombas de recalque; ar-condicionado;
piscinas; campos de esporte; paisagismo; impostos, taxas e emolumentos cartoriais;
projetos; remuneração do construtor.
O orçamento sintético corresponde a uma avaliação de custo obtida através
de levantamento e estimativa de quantidades de materiais e de serviços e pesquisa
de preços médios, efetuada na etapa do anteprojeto. Por exemplo, para estimar a
quantidade de concreto e o peso total de armação de uma construção, basta utilizar
seus índices respectivos:

Quadro 1: Orçamento sintético – detalhando o método

Descrição PROCESSO ÍNDICES

Obra simples: entre 12 e 15 cm


Volume de concreto = área
Volume de
construída x espessura
Concreto
média
Obra robusta: de 15 a 20 cm

3
Obra simples: de 80 e 88 kg/m
Peso de Peso de armação = Volume
Armação de Concreto x Taxa de Aço
3
Obra robusta: de 88 a 100 kg/m

Fonte: Valentini, 2009. (Adaptado)


21

O orçamento analítico denuncia confiança e riqueza nos detalhes. Esta


confiança diz respeito ao valor informado, onde sua metodologia se aplica aos
recursos e variáveis apresentando-se o preço de venda acumulado pelo valor do
BDI.

Figura 2: Fluxograma básico de um orçamento analítico


Fechamento do
Estudo da Composição dos
BDI/Preço de
documentação custos diretos
venda

Identificção dos
custos indiretos
serviços

Caderno de Levantamentos Administração


encargos quantitativos cantral

Associação com Custos


Visita técnica
CPU's financeiros

Cotação dos
Riscos
insumos

Tributos

Projetos e
anexos
Lucros

Fonte: Valentini, 2009


De acordo com o fluxograma descrito acima, os recursos e as variáveis
denunciam fidelidade ao projeto que está em execução.
22

2 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS

Para a elaboração de um orçamento é necessário que inicialmente seja


realizada uma coleta de todos os documentos e informações disponíveis e que
esses dados sejam cautelosamente analisados, podendo então esclarecer dúvidas
junto aos projetistas sobre detalhes e elementos construtivos quando necessário.
Através deste estudo preliminar devem-se levantar todos os serviços e materiais,
fazer as cotações de preços, inserir o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) e por
fim finalizar o fechamento orçamentário.

2.1 Análise de Projetos e Anexos

Segundo Goldman (2004), para uma elaboração de orçamento são


necessárias as seguintes documentações referentes ao empreendimento: Projeto
arquitetônico, projeto estrutural, projeto de instalações, projetos especiais e
complementares, memorial descritivo das especificações técnicas e de acabamento
da obra.
Com estas documentações em mãos, o engenheiro orçamentista conseguirá
iniciar seu trabalho. Primeiramente, ele deverá analisar os projetos executivos,
levantando hipóteses, compreendendo a concepção da obra e, sucessivamente
planejando os próximos passos idealizando as tarefas sucessivas e ordenando-as,
qualificando a etapa.

2.2 Identificação de Serviços

Após a fase inicial de análise de projetos e anexos, é necessária a listagem


de todos os serviços para a execução da obra, de forma detalhada e cronológica,
para o cálculo dos custos unitários.
23

Quadro 2: Exemplo de Listagem de Serviços

ITEM DESCRIÇÃO UNID.

1.0 PRELIMINARES

1.1 MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO DE OBRA UN

1.2 ART E EMOLUMENTOS UN

BARRACAO DE OBRA COM DIVISORIAS INTERNAS PARA


1.3 M²
ESCRITÓRIO E DEPOSITO DE MATERIAIS

1.4 VESTIÁRIO DE OBRA M²

1.5 SANITÁRIO COM VASO E CHUVEIRO PARA PESSIAOL DE OBRA M²

1.6 INSTALAÇÕES PROVISÓRIASS (ÁGUA/ESGOTO E ENERGIA) M²


Fonte: Executor do trabalho, 2017.

2.3 Levantamento de Quantitativos

Esta etapa de elaboração do orçamento se resume em levantar todas as


quantidades de serviços especificados na listagem de serviços, adotando-se as
unidades de medida correspondentes a cada tipo de serviço. O quadro abaixo
mostra as unidades mais usuais:

Quadro 3: Unidades Usuais para Levantamento de Quantitativos

Unidade de Medida Símbolo Aplicações Usuais


Metro m Estacas, calhas, tubos
Metro Quadrado m² Alvenaria, fôrmas, revestimentos
Metro Cúbico m³ Concreto, argamassa, reaterro
Kilograma kg Cimento, armadura
Milheiro mil Tijolos, telhas

Portas, Materiais Elétricos e


Unidade ou Peça unid/pç
Hidráulicos
Fonte: Executor do trabalho, 2017.
24

Para Mattos (2006), a etapa da quantificação exige uma boa e correta leitura
de projetos, cálculo de áreas e volumes, tabulação de números, dentre outras
atividades. Além disso, com base nos desenhos fornecidos e no memorial descritivo,
é necessário verificar as dimensões, características técnicas e especificações dos
materiais.

2.4 Custo Direto

O custo direto se relaciona a todos os gastos provenientes da construção.


Esses gastos precisam fazer parte de uma planilha organizada para que nenhum
detalhe passe despercebido. Os custos se dividem em mão de obra, materiais e
equipamentos.

2.4.1 Composições de Preços Unitários

A composição é elaborada após a realização da pesquisa (cotação) dos


preços dos insumos contidos nas tabelas de composição de custos/preços para
orçamentos. A cotação dos preços deve ser realizada preferencialmente junto ao
fornecedor do material, equipamento ou serviço. Em caso de um determinado
insumo não existir na localidade da obra, fazer a cotação junto ao fornecedor mais
próximo, levando em consideração os custos com o transporte (frete).
Mattos (2006), define composição de custos como “uma tabela que apresenta
todos os insumos que entram diretamente na execução de uma unidade do serviço,
com seus respectivos custos unitários e totais”. Mutti (2008) complementa
informando a necessidade de se conhecer a produtividade da mão de obra e dos
equipamentos.
Normalmente as composições são compostas de cinco colunas de
informações:
• Insumo: cada um dos itens que pertencem à execução de um determinado
serviço, ou seja, materiais, mão de obra e equipamentos;
25

• Unidade: é a grandeza de medida de cada insumo, para materiais (m², m³, m,


kg), mão de obra (hora ou homem-hora) e para equipamentos (horas de utilização
de máquina);
• Índice ou coeficiente: é a incidência de cada insumo na execução de uma
unidade de serviço, por exemplo, a quantidade de tijolos necessária para a
execução de um m² de parede. Podem-se obter essas informações através de
tabelas de composições de preços (TCPO), caderno de encargos, medições,
manuais dos fabricantes de equipamentos e materiais e até mesmo estimativa de
consumos e tempos de execução, de acordo com a experiência do orçamentista.
• Custo unitário: é o custo aplicado em uma unidade do insumo.
• Custo total: é a multiplicação do índice pelo custo unitário, o custo total de um
insumo na composição em questão. A somatória dessa coluna indica o custo total de
uma unidade do serviço. O quadro a seguir ilustra uma composição de preços;

Quadro 4: Composição de Preço – Aço CA-50

Insumo Unidade Índice Custo Unitário Custo Real (R$)

Armador h 0,10 6,9 0,69

Ajudante h 0,10 4,2 0,42

Aço CA-50 kg 1,10 2,9 3,19

Arame recozido nº
kg 0,03 5 0,15
18

Total: 4,45

Composição de Insumos Composição de Custos Unitários

Fonte: Xavier (2008, p. 17).

Analisando a tabela acima, para a produção de uma unidade de aço CA-50,


são necessárias 0,10 horas de trabalho tanto do armador quanto do ajudante, 0,03
kg de arame recozido e 1,10 kg do próprio aço CA-50, totalizando R$ 4,45 / kg.
Mattos (2006) esclarece que, embora devesse se considerar 1 kg de aço para uma
26

unidade de serviço, é de sua importância que sejam incluídas as perdas. Portanto,


para a composição exemplificada, foi adotada uma perda de 10% de aço.

2.5 Encargos Sociais

Encargos sociais são valores de impostos e taxas a serem recolhidos aos


cofres públicos e calculados sobre a mão de obra contratada, bem como direitos e
obrigações pagos diretamente ao trabalhador. A composição dos encargos sociais
varia conforme a área de atuação da empresa, do local de serviço, da categoria
profissional da mão de obra que emprega e do tipo de contrato na carteira.
Os encargos sociais são calculados em função do regime de trabalho, sendo
mensalista ou horista. (ÁVILA e JUNGLES, 2006). Os operários que atuam
diretamente na execução dos serviços, são geralmente, horistas, como por exemplo,
pedreiros, serventes, carpinteiros. Já os que participam das atividades indiretas são
mensalistas, mestres, encarregados, almoxarifes, vigias. A unidade utilizada para
este insumo, geralmente é HH (horas homem), salário-hora, obtido por meio de
estimativa realizada na região na qual se localiza a obra.
Seguem quadros que exemplificam como deve ser feita a soma de encargos
sociais aos trabalhadores horistas e aos mensalistas.

Quadro 5: Encargos e trabalhistas de empregados horistas

Encargos sociais e trabalhistas do empregador, em porcentagem sobre horas


efetivas de trabalho.
GRUPO ENCARGOS % %
INSS 20,00
SESI 1,80
SENAI 1,30
INCRA 0,20
A SALÁRIO EDUCAÇÃO 2,50 38,4
SEGURO C/ ACIDENTE DE TRABALHO 3,00
FGTS 8,00
SECONCI 1,00
SEBRAE 0,60
REPOUSO SEMANAL REMUNERADO 29,15
B 65,48
FÉRIAS 16,19
27

13º SALÁRIO 12,14


FÉRIAS E DIAS SANTIFICADOS 4,45
LICENÇA PATERNIDADE 1,01
AUXÍLIO ENFERMIDADE 1,21
ACIDENTES NO TRAALHO 0,12
FALTAS LEGAIS 1,21
AVISO PRÉVIO INDENIZADO 12,15
C 17,42
ADICIONAL POR RESCISÃO S/ JUSTA CAUSA 5,27
INCIDÊNCIA DO GRUPO A SOBRE O GRUPO B: 38,40% X
D 25,14
65,48%
TOTAL: 146,44
Fonte: Adaptado, LIMMER, Carl V. 1996, p.102

Quadro 6: Encargos e trabalhistas de empregados mensalistas

Encargos sociais e trabalhistas do empregador, em porcentagem sobre horas


efetivas de trabalho.

GRUPO ENCARGOS % %
INSS 20
SESI 1,8
SENAI 1,3
INCRA 0,2
A SALÁRIO EDUCAÇÃO 2,5 38,40
SEGURO C/ ACIDENTE DE TRABALHO 3
FGTS 8
SECONCI 1
SEBRAE 0,6
FERIADOS ´4,45
FÉRIAS 16,19
B 13º SALÁRIO 12,14 35
LICENÇA PATERNIDADE 1,01
AUXÍLIO ENFERMIDADE 1,21
AVISO PRÉVIO INDENIZADO 3,03
C 7,93
DEPÓSITO POR RESCISÃO S/ JUSTA CAUSA 4,90
D INCIDÊNCIA DO GRUPO A SOBRE O GRUPO B: 38,40% X 35,00% 13,44
TOTAL: 94,77
Fonte: Adaptado, LIMMER, Carl V. 1996, p.103

LIMMER (1996) exemplifica o cálculo de encargos sociais no custo da mão de


obra direta para a construção de uma parede interna de alvenaria de tijolos furados
28

de (10 x 20 x20 cm). O mesmo utilizou a tabela de coeficientes técnicos TCPO


(2004), onde indica que para 1 metro quadrado (m²) de alvenaria serão necessários
1,0 h/m² de pedreiro, e mesmo consumo para o servente. Por meio de consultas a
fornecedores (como já apresentado), foi sugerido que o preço para 1 m² de alvenaria
a mão-de-obra do pedreiro custaria R$1,17 h/m² e, do servente R$0,80 h/m². Logo,
por meio da multiplicação entre o consumo do pedreiro e servente de 1 h/m² por
seus respectivos preços, o custo de mão-de-obra do pedreiro seria de R$ 1,17 e o
do servente R$ 0,80, somando os dois valores teremos o valor de R$ 1,97 h/m². Por
fim, será preciso acrescentar os encargos sociais. Por serem trabalhadores horistas
o valor de seus encargos sociais, como visto no quadro 6 será de 146,44%
multiplicados pela soma dos valores obtidos no último processo R$ 1,97, o valor dos
encargos sociais obtido será de R$ 2,88/m², para finaliza soma-se esse valor com o
custo da mão-de-obra, ou seja, R$ 2,88 + R$ 1,97. Totalizando um custo total da
mão-de-obra direta de R$ 4,85/m².

2.5.1 Encargos Complementares

Aos encargos sociais também se incluem os encargos complementares que se


apresentam como:
• Vale-Transporte
• Refeição Mínima (Café da Manhã)
• Refeições
• Seguro de Vida e Acidentes em Grupo
• Cesta Básica
• Equipamentos de proteção individual;
• Ferramentas (VALENTINE, 2009).

2.6 Custo Indireto

Para MATTOS (2006), o custo direto é todo custo que não apareceu como
mão de obra, material ou equipamento nas composições de custos unitários do
29

orçamento. Inclui os itens, tais como: administração central da empresa, custo


financeiro do contrato, seguros, garantia, tributos sobre a Receita e margem bruta de
contribuição (ou lucro bruto previsto para a proposta de preços).

2.7 BDI

Dias (2004) define Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) como um percentual


que incide sobre os custos diretos da obra, que se refere às despesas indiretas da
mesma, lembrando que essa porcentagem pode variar de acordo com a localização
do empreendimento, com o tipo de administração adotado, com os impostos e com a
margem de lucro esperado pelo empreendedor que também o compõem.
Por sua vez, González (2008) complementa essa definição explicando que a
função do BDI é completar o orçamento, incluindo nele alguns itens que são de difícil
mensuração, sendo para os mesmos atribuídos valores estimados. Diz ainda que o
BDI pode ser apresentado no orçamento em sua forma percentual incidindo sobre
todos os custos unitários, como um valor geral incluído usualmente no final da
planilha ou como um misto das duas formas.

Figura 3: Fórmula de Cálculo do BDI

Fonte: Tisaka (2009, p. 15)

Legenda:

I – Taxa de Administração Central


R – Taxa de Risco do Empreendimento
F – Despesas Financeiras
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T – Tributos Federais
S – ISS
C – Taxa de Comercialização
L – Lucro

A taxa de Administração Central é obtida por meio da análise do balanço


anual da empresa, dividindo-se as despesas operacionais pelo faturamento, menos
as despesas financeiras e comerciais, que fazem parte de outro item da composição
do BDI. Outro elemento importante, além das despesas de financiamento do capital
de giro e taxa de risco do empreendimento são os tributos federais que variam de
acordo com a opção contábil da construtora. Existem três situações diferentes para o
cálculo dos tributos: Lucro Presumido, Lucro Real e Supersimples. No Lucro
Presumido, além do PIS/Cofins de 3,65%, deve-se recolher 1,2% de IRPJ (Imposto
de Renda de Pessoa Jurídica) e 1,08% de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido) sobre o valor de venda ou da fatura. No Lucro Real, os 3,65% do PIS/Cofins
é igualmente recolhido sobre o total da fatura, porém o IRPJ e CSLL são recolhidos
sobre o lucro obtido no balanço anual da empresa. No caso do Supersimples, esses
tributos e mais o ISS são pagos numa taxa única proporcional ao valor do
faturamento anual da MP (Microempresa) e da EPP (Empresa de Pequeno Porte).
Quanto ao ISS (Imposto de Serviços de Qualquer Natureza) pago ao município do
local de execução da obra, varia em torno de 2,0% a 5,0% sobre o valor da mão-de-
obra (serviços) constantes do orçamento. A taxa de comercialização é obtida pela
soma de todos os gastos havidos para a obtenção da obra (gastos com a
participação em todas as licitações, estudos, propostas técnicas, taxas,
emolumentos, viagens, estadias etc.) dividindo-se pelo faturamento global da
empresa. E por último, o Lucro é definido como uma parcela destinada a remunerar
o custo de oportunidade do capital aplicado, a capacidade administrativa, gerencial e
tecnológica adquirida ao longo dos anos de experiência no ramo, responsabilidade
pela administração do contrato e condução da obra, por estrutura organizacional da
empresa e investimentos na formação profissional e do seu pessoal e criar e manter
a capacidade de reinvestir no próprio negócio. É por tudo isso que a taxa de
previsão de lucro não deve ficar por menos de 10,0%.
31

2.8 Cálculo do Preço de Venda

Para o cálculo do preço de venda, é utilizada a seguinte fórmula:

PV = CD (1 + BDI/100)
Sendo:
PV = Valor de Venda ou Orçamento
CD = Custo Direto
BDI = Bônus de Despesas Indiretas em valores percentuais

2.9 Planilha Orçamentária

A planilha orçamentária é o documento que reúne todos os serviços de forma


discriminada correspondente aos custos diretos especificados nos projetos, suas
unidades de medições, quantidades e seus respectivos preços unitários e totais. Ela
proporciona a apropriação de todos os custos facilitando sua análise e aprovação
pelos cálculos do orçamento que a planilha disponibiliza.
Segundo Cardoso (2009), é importante que a planilha do orçamento
compreenda as composições de custos dos serviços que a compõe, demonstrando
correta e integralmente todas as atividades da construção, de modo a listar todos os
materiais que serão aplicados no empreendimento.
32

3 CONTROLE DE CUSTOS E GERENCIAMENTO

De acordo com Azevedo (1985), um sistema de planejamento e controle de


custo tem por finalidade compatibilizar os custos obtidos pelo orçamento que são
baseados na definição do escopo, com os custos realizados.
Conforme Goldman (2004) o instrumento mais importante para o controle de
custos é o orçamento detalhado, comparando o planejado com o realizado.
O controle faz parte de um ciclo de gerenciamento, constituído do sistema de
programação, planejamento e controle. Dessa forma, pode-se analisar o que foi
executado, comparar com o planejado e desenvolver planos de ação para correção
de possíveis não conformidades. Assim, controlar é acompanhar constantemente a
execução e comparar com o planejado, apontando desvios para ações corretivas.
Dentre diversos objetivos, o controle de custos necessita assegurar que os
gastos não ultrapassem os recursos financeiros aprovados, tendo como função uma
constante avaliação e monitoramento do rendimento das atividades/serviços em
relação ao recurso gasto e através disso estabelecer planos de ação quando os
custos são excedidos, para que dessa forma mantenha dentro do limite permitido
(PMBOK4, 2009).
Segundo Mattos (2006), o controle de custos inicia-se antes mesmo de
executar um empreendimento, através da orçamentação, onde serão realizadas
todas as estimativas de gastos para realização da obra conforme os critérios
estabelecidos pelo construtor.

3.1 Controle de serviços

É de suma importância a existência de um profissional na obra para inspeção


de serviços, onde o mesmo percorrerá a obra constantemente, quantificando e
avaliando todos os serviços executados.
Segundo Azevedo (1985) através do levantamento das tarefas medindo todas
as quantidades de serviços executados e a comparação com a relação estimativa,
pode-se dessa forma controlar a empreiteira, examinando a eficiência dos serviços e
os índices predeterminados.
33

Através do controle das atividades é possível verificar a eficiência e o


rendimento para se cumprir as tarefas, reduzindo os desperdícios com mão de obra,
materiais, entre outros.
Conforme Goldman (2004), por mais que se evidencie e detalhe todos os
itens da obra, sempre surgem modificações e alterações no decorrer da obra.
Logo, deve-se existir um controle prevenindo possíveis modificações para que
se possam tomar decisões imediatamente em relação ao orçamento previsto,
fazendo comparações do que está previsto no orçamento e os gastos reais.

3.2 Importância da engenharia de custos para controle

Azevedo (1985) destaca que por meio da engenharia de custos podem-se


resolver problemas de estimativas, planejamento, controle de um empreendimento,
entre outros, através de princípios, critérios, normas e até experiências.
Através do controle pode-se sanar algo que possa trazer resultados
negativos. A comparação entre previsão e execução em tempo real é ideal para o
controle do empreendimento, assim verifica-se a previsão orçamentária, quantidade
executada e cronograma (GOLDMAN, 2004). Tendo um bom conhecimento dos
serviços a serem realizados, pode-se aperfeiçoar o orçamento em relação a custo e
prazo. E quando não se cumprem os prazos dos serviços implica-se num
desembolso financeiro maior com despesas não previstas.
Dias (2004) cita que em Engenharia de Custos nenhum parâmetro é definitivo
para contratos de empresas, devendo possuir um BDI (Benefícios e Despesas
Indiretas) para cada empreendimento, conforme suas peculiaridades.

3.3. O gerenciamento da construção

A gerência na construção civil tem sido algo bem valorizado na crescente


busca por qualidade, baixo custo e agilidade nos processos de implementação de
um empreendimento. No entanto, por dispor de estruturas gerenciais enxutas, as
34

empresas deste setor encontram maiores desafios em se habituar às técnicas e


inovações de gerenciais.
Falar em gerenciamento na construção civil é chamar a atenção para as
etapas do ciclo do empreendimento, que são as fases de concepção, projeto,
execução e operação. Especialmente na fase de execução, promover a integração e
desenvolvimento eficaz de projeto, suprimentos, construção e aplicação dos
recursos financeiros é missão de enorme responsabilidade e desafios, devendo
sempre buscar soluções adequadas para cada situação.
O gerenciamento ou administração é primordial para qualquer tipo de
empreendimento. Entender e aprimorar este processo em cada empresa contribui
para a sua própria progressão e a de profissionais que a integram. Entretanto,
observasse que cada organização tem sua maneira de administrar e gerenciar,
podendo haver obstáculos para implantação de melhorias.

3.4 Planejamento executivo da obra

Baseia-se em analisar a cronologia construtiva de todo o empreendimento,


englobando todas as suas partes com um aprofundado estudo de todos os métodos
materiais e práticas construtivas. Desta forma é possível desenvolver o
planejamento geral do empreendimento, com base nos seus projetos e anexos,
considerando todos os elementos disponíveis (NETTO, 1988).

3.4.1 Planejamento do canteiro de obras

No planejamento do próprio canteiro, é fundamental a participação de todos


os responsáveis pelo empreendimento, especialmente das equipes que irão
executar a obra. Podem-se mencionar diversos benefícios desta ação, mas o
primordial é retratado pela participação, isto é, há o envolvimento das equipes
responsáveis pela execução no planejamento, mostrando real compromisso com as
soluções adotadas (NETTO, 1988).
35

O planejamento elaborado nos escritórios, por pessoas afastadas dos futuros


problemas a serem enfrentados, conterá, certamente, com certeza não terá o
mesmo êxito de um planejamento coletivo no canteiro de obras.

3.4.2 Programação

A programação de uma obra se resume em estabelecer prazos no


planejamento e deve ser feita assim que tenha a primeira rede de precedências. A
implantação do tempo num cronograma possui grande importância para as
atividades críticas, buscando redefinir, antecipar ou retardar as providências dessas
atividades.
A programação deve ser avaliada, levando em consideração todas as
necessidades da obra em termos de prazo, provisão de recursos financeiros, da
disponibilidade dos fornecedores e da predisposição dos projetistas em fornecer os
documentos técnicos. Considerando que a programação é uma ferramenta dinâmica
e mutável, esta deve ser revisada periodicamente, permitindo os pertinentes ajustes
para que os prazos sejam cumpridos (JUNGLES, 2006).
Um dos recursos que possibilitam uma grande agilidade na elaboração,
análise e acompanhamento da programação é o software MS Project. Com ele
pode-se revisar e alterar as datas e prazos rotineiramente, tendo a possibilidade de
comparar com a programação inicial e assim elaborando os devidos ajustes. Ele
ainda fornece uma repleta variedade de relatórios para facilitar e otimizar o
acompanhamento.

3.4.3 Controle qualitativo e quantitativo

Esta atividade deve ser efetuada por profissionais alocados no canteiro de


obra. As atividades de grandeza qualitativa são aquelas voltadas para o controle de
qualidade da obra, tais como: Averiguação de fundações, das formas e armaduras;
inspeção do lançamento, adensamento e cura do concreto; controle de montagens
de instalações elétricas e hidráulicas; etc. Já as atividades de grandeza quantitativa,
36

sobretudo abrangem a verificação e realização das medições em conjunto com os


empreiteiros, exatidão das faturas, etc. Também existem atividades que envolvem as
duas hipóteses, como por exemplo, o recebimento de material, onde se deve atestar
a qualidade e quantidade do insumo fornecido (NETTO, 1988).
Perante o que foi exposto neste capítulo pela literatura pesquisada, destaca-
se que a implantação de um processo orçamentário dentro de uma organização
proporciona diversas vantagens, que se refletem tanto na motivação do corpo de
colaboradores envolvidos, quanto na melhoria do produto final oferecido. O resultado
deste processo ainda serve como um rico instrumento de planejamento e controle.
Um dos principais motivadores para a execução do planejamento e controle
de obras é o baixo custo de sua execução perante o enorme potencial de economia
de gastos. Porém, tem-se um longo caminho a percorrer, uma vez que este
planejamento e controle ficam contidos apenas na elaboração planilhas
orçamentárias e cronogramas, não saindo do papel.
37

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a realização do trabalho conclui-se que, a elaboração de um orçamento


engloba uma série de procedimentos técnicos, necessitando de uma apuração
criteriosa de todos os detalhes e informações, ressaltando que a similaridade de
obras pode-se tornar uma armadilha para erros. É necessário analisar cada
orçamento de uma maneira particular.
Pode-se determinar que os processos para a elaboração de orçamentos são
compostos das seguintes etapas: análise de projetos e anexos, identificação dos
serviços, levantamentos de quantitativos, elaboração das composições de preços
unitários, análise dos encargos sociais, definição dos custos indiretos, cálculo dos
Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) e por fim, determinação do preço de venda.
Desta forma, neste trabalho apresenta-se uma metodologia para elaboração
de orçamento de obras civis, por meio das análises dos conceitos, evidenciando
suas importâncias e vantagens da execução através de um bom planejamento.
Demonstrou-se também a importância do controle e gerenciamento dos
custos em uma obra. O acompanhamento cotidianamente da produtividade da mão
de obra e a descoberta de grandes desvios com antecedência pode fazer com que o
profissional elabore planos de ação que possibilitem a economia em outros pontos
do orçamento, compensando os itens que acabaram excedendo do orçamento.
Enfim, o orçamento é parte essencial de uma obra. É através dele que um
empreendimento é conhecido e viabilizado, antes mesmo de ser visto.
38

REFERÊNCIAS

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39

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