Sei sulla pagina 1di 10

12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

A idolatria nossa de cada dia


bereianos.blogspot.com/2015/11/a-idolatria-nossa-de-cada-dia.html

Introdução

Todos nós somos seres religiosos. Quando Calvino disse que na humanidade há “certo senso de
divindade” foi para justificar de que o homem não está imune da existência de Deus. Ou seja, todos os
seres humanos creem em algum tipo de divindade. Uns creem no Deus verdadeiro outros não, até mesmo
os ateus creem em algo como um ser absoluto. Essa distorção da Divindade ocorre pelo fato de que toda a
humanidade se encontra debaixo do pecado, e sendo assim, com a imagem de Deus manchada, o homem
busca em diversas formas adorar algo, tendo esse senso de divindade em nós, e agora já libertos do
pecado pela obra vicária de Cristo na cruz, podemos dizer que ainda somos idólatras? 

Certa ocasião Lutero disse:

“As pessoas que confiam e se apoiam na sua grande habilidade, na sua inteligência, no seu poder, no seu
trabalho, na sua misericórdia, nas suas amizades, na sua honra também tem deuses, mas tal deus não é o único
Deus verdadeiro.” [1]

Alguns dizem que quando Lutero disse essa frase ele se dirigia aos protestantes, mostrando que a idolatria
praticada por eles eram iguais a dos católicos romanos com suas imagens. Será que essa atitude
condenada por Lutero não permeia a nossa vida diariamente? 

Neste artigo faremos uma análise básica daquilo que a Bíblia chama de idolatria e veremos em cada
detalhe apresentado, se somos ou não idólatras.

O que é a idolatria?

Para alguns de nós idolatria é alguém se prostrar diante de alguma imagem prestando culto, atitude que
quebra os dois primeiros mandamentos. No entanto, idolatria conforme a Bíblia nos mostra, não se reduz
ao fato de alguém adorar uma imagem, mas como diz Wright, idolatria é:

“A tentativa de limitar, reduzir e controlar a Deus, recusando sua autoridade, constrangendo ou manipulando
seu poder de agir e querendo que ele esteja disponível para servir aos nossos interesses.” [2]

https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 1/10
12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

As nossas desobediências ativas aos mandamentos de Deus, aquilo que nos seduzem, confiamos, ou
necessitamos e até mesmo algumas maneiras que tentamos alcançar o favor de Deus é idolatria, como
mostra Waltke:

“Sempre que um crente adota um padrão de comportamento no qual desempenha certas atividades para
alcançar o favor de Deus, e depois espera uma palavra divina por meio de algum sinal obscuro, creio que está
nadando em águas perigosas. Cristãos que utilizam a Bíblia como um livro de magia, abrindo-a ao acaso e
apontando um versículo com o dedo, chegam perigosamente perto da idolatria. Aqueles que usam 'caixinhas de
promessas', com vários versículos escritos em cartões que são retirados ao acaso para atender uma certa
necessidade do momento, comportam-se como os adoradores de terafins [ídolo].” [3]

Sendo assim, idolatria é tudo aquilo que toma o lugar de Deus. É aquilo que fazemos, mesmo crendo em
Deus, como se nós fossemos o deus de nossa vida, nos portamos como um ser supremo fazendo do Deus
Todo Poderoso algo manipulável a nossa vontade. 

1)A origem da idolatria

Será que a origem da idolatria, ou melhor, o primeiro ato idólatra que a Bíblia relata é em Gn 11.27, 28
que, segundo Josué, era ali onde Abraão servia a outros deuses (cf. Js 24.2)? Não! Como nós vimos
anteriormente, o fato de alguém ser um idólatra não quer dizer que, necessariamente, tenha que se
prostrar diante de uma imagem, mas, simplesmente, desobedecer a Deus e obedecer alguma outra coisa.
Portanto, na história bíblica o primeiro ato de idolatria – mesmo sem o texto mencionar – foi o ato de
rebeldia de Adão e Eva. 

Adão e Eva foram criados por Deus para refletirem à Sua imagem, e essa imagem deveria ser mostrada
pela obediência a Deus de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, de guardar e
cultivar o jardim e de ser uma família – esses três aspectos é o que chamamos de Mandato Espiritual,
Mandato Cultural e Mandato Social – (Gn 2.15-25). 

Após o relato da criação do primeiro casal, a Bíblia nos mostra que Adão não cumpriu com o que fora
ordenado por Deus (Gn 2.16,17), mas passou de guardião da criação para escravo da criação e de servo de
Deus para ser fiel ao Diabo.

Aquilo que o Diabo oferece ao casal – de ser igual a Deus – parecia ser uma proposta tentadora, pois, ser
igual a Deus, na menor das hipóteses, é tomar as nossas próprias decisões baseadas em nós mesmos,
como se fôssemos senhores de nós mesmos e foi isso que Adão fez, pois Deus dissera que se ele comesse
do fruto ele morreria, já o Diabo disse que se ele comesse do fruto seria como Deus. A proposta do Diabo
foi verdadeira, pois o próprio Deus confirma (Gn 3.22). No entanto, Satanás não disse toda a verdade
mostrando que tal conhecimento que eles (Adão e Eva) teriam seria benéfico, mas fora afastando o
primeiro casal (e posteriormente toda a criação) de Deus.

Mas será que tal explicação não é forçar demais o texto e dizer que Adão e Eva foram idólatras? Um texto
que pode nos ajudar a entender a queda de Adão é Ezequiel 28, que relata o juízo de Deus sobre o Rei de
Tiro, de forma poética (ou prosa):

https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 2/10
12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

“Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor DEUS: Porquanto o teu coração se elevou e
disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; e não passas de homem, e não
és Deus, ainda que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus (cf. Gn 3.5). Estiveste no Éden,
jardim de Deus (cf. Gn 2.15); de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante,
turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros;
no dia em que foste criado foram preparados (cf. Gn 2.10-12). Tu eras o querubim, ungido para cobrir (Gn
2.15), e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras
nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti (cf. Gn 3.6). Na
multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do
monte de Deus (cf. Gn 3.23), e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas (Ez 28.2,13-
16 – itálico acrescentado) [4]

Sendo assim, o mesmo pecado que este rei cometera é o mesmo que Adão praticara: egolatria. O ego do
ser humano é a causa da nossa desobediência a Deus e obediência a nós ou a outro, a qual, segundo as
suas ofertas, se encaixa perfeitamente naquilo que nos satisfaz, pois se olharmos para Adão e este rei,
Deus os colocara em lugar de destaque, mas eles não ficaram felizes com o que Deus dera, e tentaram ser
igual a Deus, como mostra Beale:

“[Trocando a] sua fidelidade a Deus pela fidelidade a ele próprio e talvez também a Satanás.” [5]

Pois, o ego ou orgulho, como mostra Agostinho:

“É o começo de todo pecado.”

E também, Pondé, quando diz:

“Fora os ídolos esculpidos, qual é o erro da idolatria? É adorar sua própria capacidade, esquecendo que somos
seres insuficientes.” [6]

Essa ideia de “seres insuficientes” pode ser visto em Sartre, segundo o Profº Franklin Leopoldo [7], de que a
liberdade pregada por Sartre faz do homem um deus constituindo um drama, pois tal autonomia deixa o
homem entre aquilo que ele já foi e aquilo que ele deseja ser e ainda não, e neste meio termo resta uma
coisa a ser analisada, que somos um “nada”.

Portanto, quando agimos de maneira autônoma estamos mostrando a nossa ingratidão a Deus e ao
mesmo tempo sendo infiel a Ele. Não obstante, a nossa autonomia é contraditória, pois faz com que nos
apeguemos a algo sendo dependente dela para ser autônomo. 

2)Idolatria no Antigo Testamento

“Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do
que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas
nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos,
até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.” (Êx 20.3-5)

Todas as vezes que falamos de idolatria os dois primeiros mandamentos são os mais lembrados por nós
quando tratamos do assunto. Esses mandamentos, resumidamente, significam que todo ato de adoração,
pertencida a Deus, dada a alguma imagem ou outra coisa é idolatria. E foi justamente isso que os israelitas
https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 3/10
12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

fizeram:

“Fizeram um bezerro em Horebe e adoraram a imagem fundida. E converteram a sua glória na figura de um
boi que come erva. Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que fizera grandezas no Egito.” (Sl 106.19-21)

A segunda passagem em evidência é quando nos lembramos do tema do Salmo 115.4-8:

“Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não
vêem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm,
mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim
como todos os que neles confiam.”

Este Salmo, assim como o Salmo 135-15-18, mostra que os ídolos são mudos, cegos e surdos e todo
aquele que os adora se torna semelhante a eles.

E este é um ponto importante para prestarmos atenção, pois como parte do juízo de Deus sobre o idólatra,
Deus faz que idólatras se tornem semelhantes aos seus ídolos (cf. Sl 115.8). E essa condenação foi
justamente a que Deus anunciara ao profeta Isaias sobre uma nação idólatra (cf. Is 1.29-31; 2.8,18,19):

“Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não
percebeis. Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não
veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e
seja sarado.” (Is 6.9,10 – itálicos acrescentados).

Portanto, a idolatria mostra que tal pessoa está morta espiritualmente, pois, não ouvem e nem enxergam.
Logo, se adorarmos algo que não seja Deus, Ele nos entrega às mesmas condições que esses ídolos como
forma de juízo.  Em contraste aos ídolos mudos que nada são, o Deus Soberano possui vida porque Ele é o
doador da vida:

“Aquele que fez o ouvido não ouvirá? E o que formou o olho, não verá? Aquele que argui os gentios não
castigará? E o que ensina ao homem o conhecimento, não saberá? O Senhor conhece os pensamentos do
homem, que são vaidade.” (Sl 94.9-11).

3)A idolatria no Novo Testamento

Até aqui vimos alguns pontos do que a Bíblia, no Antigo Testamento, ensina sobre idolatria. Será que o
tema idolatria se relaciona com o Novo Testamento e com a comunidade da Nova Aliança? Pois, se nós,
nos dias de hoje, olharmos para algumas sociedades a idolatria ainda permeia a cultura delas. 

As pessoas que confiam em horóscopos se assemelham muito ao pecado de Israel cometido contra Deus
(2Rs 21.3-6). Será que os judeus da época de Jesus, por exemplo, não eram idólatras como os seus
antepassados? Sim, eles eram idólatras, mas a sua idolatria manifestavam de maneira diferente, como
veremos adiante. 

3.1. A tradição

https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 4/10
12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

“E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-
lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; Porque àquele
que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso
lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se
cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não
percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E
fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, e compreendam com o
coração, e se convertam, e eu os cure.” (Mt 13.10-15)

Perceba que o juízo que Jesus pronuncia sobre o povo de sua época é o mesmo do profeta Isaías. Sendo
assim, sobre que idolatria Jesus condenara? O Evangelista Marcos responde:

“E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo
honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim; Em vão, porém, me honram, Ensinando
doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos
homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes:
Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.” (7.6-9 – itálicos acrescentados).

Quando Jesus cita Isaías 29, sabia que o mandato profético de Isaías 6 se cumprira em Isaías 29.9-14 e
63.17,[8] assim podemos entender o que o profeta Isaías tinha predito sobre sua nação que prefiguravam
aquilo que ocorreria no Novo Testamento. Sendo assim, podemos ver que o pecado de idolatria cometido
pelos judeus da época de Jesus era invalidar a Palavra de Deus em nome de suas tradições, ou daquilo que
chamamos de “boa intenção”. No entanto, a “boa intenção” da tradição, quando nos leva a desobedecer a
Deus é pecado. Veja, por exemplo, o caso do Rei Saul que recebera a ordem de Deus para destruir todos
os amalequitas e seus animais (1Sm 15.3,8). Não obstante, Saul poupou “tudo o que era bom” (1Sm 15.9)
para “oferecer ao Senhor” (v.19). A “boa intenção” de Saul não agradou a Deus, pois Deus o respondera:
“Não cumpriu as minhas palavras” (v.11), que é a mesma coisa de invalidar “o mandamento de Deus” (Mc
7.9). Mas alguém poderia dizer: “sacrificar animais não era mandamento de Deus?”. Sim. No entanto, a
ordem de Deus era eliminar tudo e Saul não obedecera e, ainda mais, criou para si um estilo próprio e
regra de adoração não obedecendo a Deus. 

Portanto, invalidar ou desobedecer a Palavra de Deus é pecado de idolatria, assim como Saul o fez (cf. 1Sm
15.23) os judeus da época de Jesus também o fizeram. 

3.2. A glória dos homens

Outra passagem a qual também cita Isaías 6 é João 12.37-43:

“E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele; Para que se cumprisse a palavra do profeta
Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso não
podiam crer, então Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não
vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure. Isaías disse isto quando viu a
sua glória e falou dele. Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por
causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a glória dos homens do que a
glória de Deus.”

A passagem acima faz duas referências a Isaías. Uma (Is 53.1) para indicar o cumprimento de que Israel não
creria no servo, e a menção de Isaías 6 indica o cumprimento de juízo sobre aqueles que não creram. E,
sendo assim, a preferência pela glória dos homens do que à glória de Deus é uma prova de idolatria. Pois,
eles rejeitaram o Filho de Deus e Seus sinais, se assemelhando mais aos homens do que a Deus, preferindo
a glória dos homens à glória de Deus.
https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 5/10
12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

J.C. Ryle comenta:

“O temor dos homens os impede de abandonar seu caminho. Têm receio de serem zombados, escarnecidos e
desprezados pelo mundo. Odeiam perder a boa reputação da sociedade e o julgamento favorável de homens e
mulheres semelhantes a eles.” [9]

4)Como identificar os nossos ídolos?

Será que possuímos ídolos que precisam ser identificados ou nenhuma das explicações anteriores se
encaixa no nosso dia a dia? Às vezes nós temos a tendência de que detalhes não são importantes, pois são
“meros detalhes”, e sempre nos atentamos para coisas maiores. Mas não é assim! Toda e qualquer forma
de idolatria parte do coração humano, como nós podemos ver desde o primeiro pecado que a Bíblia relata.
E assim, quando olhamos para o Novo Testamento estranhamos que não haja nenhuma menção direta ao
tipo de idolatria como praticada no Antigo Testamento. Não obstante, a forma que o Novo Testamento
trabalha com a idolatria é mais profunda, o qual pode ser caracterizada também por palavras: desejo,
concupiscência ou cobiça. E assim, nos mostra que toda idolatria praticada na Antiga Aliança, provera de
um coração idólatra. 

Por isso que Jesus mostra que a quebra dos mandamentos, como por exemplo, o sétimo, vem de um
coração cobiçoso (Mt 5.28). E aí nós podemos entender o que Calvino quis dizer: o coração do homem é
um fábrica de ídolos. Portanto, podemos pontuar algumas coisas que, provavelmente, são formadas em
nossos corações os quais nos afastam de Deus e não prestamos à atenção.

Como mostra David Powlison:

“Os ídolos do coração conduzem-nos a abandonar a Deus de muitas maneiras. Manifestam-se e expressam-se
em qualquer lugar, nos mínimos detalhes na vida interior e exterior.” [10]

4.1 As coisas que nos seduzem 

Quem de nós não deseja ser reconhecido por aquilo que faz? E na verdade o problema não está em ser
reconhecido por aquilo que faz, mas como alcançamos este reconhecimento e qual o motivo que nos leva
a ser reconhecido.

No ramo do trabalho algumas pessoas, mesmo sem saber, estão aderindo ao Workaholic, que é uma
pessoa viciada em trabalho, que faz isso não só para aumentar a sua renda, mas para alcançar um cargo
maior do que ela possui. Além de ser um vício - e bem sabemos que todos os vícios são prejudiciais não só
para a própria saúde, como para aqueles que estão ao nosso redor, e uma pessoa assim, para subir de
posição, não mede esforços para fazer qualquer coisa para ser reconhecido, sendo possível até mesmo
pisar em alguém, se esquecendo de que devemos amar uns aos outros.

Esse tipo de comportamento não se aplica somente ao trabalho, mas em qualquer área em que a pessoa
seja seduzida ou tentada a obter, sendo levada pela ganância em busca de poder, glória e majestade. 

Até mesmo os discípulos de Jesus discutiram sobre quem estaria à direita e a esquerda na glória de Cristo,
no entanto, a resposta de Cristo foi enfática:

https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 6/10
12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

“Jesus os chamou e disse: Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam,
e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser
tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos.
Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos” (Mc 10.42-45).

Poder, glória e majestade pertencem a Deus (Sl 96.6). Nós fomos chamados para cumprir aquilo que Ele
nos ordenou e que devemos fazer para a glória d’Ele e nunca para a nossa glória. E o primeiro passo que
alguém deve dar, ao querer alcançar uma posição maior do que possui, é ser servo de todos. Portanto, que
não venhamos ser seduzidos pelo poder que não pertence a nós, mas que aquilo que nos fora dado, seja
feito de modo que glorifique a Deus. 

4.2 As coisas que confiamos

Toda criança, quando pequena, entende que o seu pai é o melhor, é o seu Super-Herói e isso faz a criança
ter confiança quando está perto do seu pai. Quando essa criança vai crescendo, o pai vai ficando velho,
dificilmente ela terá o pai como referência de confiança diante de alguma situação que possa a
constranger. Sendo assim, ela passa a confiar em outra coisa, mas nunca desprezando o seu pai, e boa
parte daquilo que o pai fala já não é tão verdade como antes, e isso vai se estendendo por muitos anos.
Nós sempre colocamos confiança em algo temporal e, até mesmo, em algo mais fraco do que nós ou
corrupto.

Alguns colocam a sua confiança no dinheiro, em seus aparelhos tecnológicos de última geração ou em si
mesmo. No entanto, de uns tempos pra cá, uma antiga idolatria está se reerguendo aos poucos em nosso
país: Estado Messiânico ou culto ao Estado.
Joseph Ratzinger, diz:

“Quando a política pretende ser redentora, promete demais. Quando pretende fazer a obra de Deus, não se
torna divina, mas demoníaca”. [11]

Se hoje você digitar em algum site de pesquisa a palavra esquerda, direita, liberalismo e/ou comunismo
acharemos vários periódicos, vídeos, livros e sites que defendam suas posições. Resumidamente, por
definição, podemos dizer que a Esquerda põe o seu foco na comunidade e que a direita e/ ou liberalismo é
focado no indivíduo.[12] A primeira ideologia, de longa data, coloca o Estado como totalitário sendo
aquele que decide o que terá e o que vai ser de várias áreas de nossa vida pública e até privada; escola,
criação de filhos, religião, trabalho e etc. A segunda, entende que o indivíduo é livre para escolher e agir
dentro dessas áreas; isto é, sem a intervenção do Estado, mas sendo a função do Estado de proteger e
garantir a propriedade privada e a liberdade. 

No entanto, qual o problema da idolatria quando se envolve a política? Primeiro, todo sistema político é
formado por homens e mulheres pecadores. Segundo, se é formado  por pecadores, logo, possuem falhas.
E, terceiro, teorias políticas não são Deus e o Estado não é messiânico. Se nós colocarmos a nossa
esperança, com um fim supremo, num seguimento político, nós estaremos trocando a glória de Deus pela
glória do Estado ou da ideologia, crendo que quem poderá nos libertar deste mal que nos cerca é alguma
coisa que não é o Deus verdadeiro:

“Nenhum rei se salva pelo tamanho do seu exército; nenhum guerreiro escapa por sua grande força. O cavalo é
vã esperança de vitória; apesar da sua grande força, é incapaz de salvar.” (Sl 33.16.17)

Mas aqueles que confiam no Senhor, mesmo em meio a questões que nos cercam, sabe que Deus é o

https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 7/10
12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

nosso auxilio supremo:

“Nossa esperança está no Senhor; ele é o nosso auxílio e a nossa proteção. Nele se alegra o nosso coração, pois
confiamos no seu santo nome. Esteja sobre nós o teu amor, Senhor, como está em ti a nossa esperança.” (Sl
33.20-22)

4.3 As coisas que necessitamos

“O que você faz para ser feliz?” é um trecho do refrão e título da música de Clarice Falcão. A música não dá
uma resposta definitiva, mas mostra que a felicidade pode estar voando num balão, dentro de você ou até
mesmo debaixo do nariz.

Desde a queda a humanidade vem buscando meios para ser feliz. Alguns vão à procura de sexo, outros de
amor, outros usam drogas, enfim, meios terreais e passageiros para tentar buscar sentido para a vida ou a
sua felicidade. 

Isto não quer dizer que ninguém deva ser feliz, mas que a felicidade, por se tornar um ídolo, quando os
meios para buscá-la, ou ela própria não fazem parte da vontade de Deus, ou seja, quando a nossa
felicidade não se encontra em Deus, mas em outra coisa que nos faz mais feliz do que Deus, isso é
idolatria.

No entanto, quais são os meios que buscamos felicidade? 

Além do dinheiro, um dos mais cogitados e cantados atualmente é o “amor”. Se pesquisarmos a palavra
“amor” como forma de música acharemos o tema em quase todos os ritmos. Não obstante, esse amor que
é tão procurado, é em forma de uma paixão não correspondida, ou em busca de sexo, ou segundo o
movimento LGBT, love wins (o amor vence). Uma “legalização” de algo pecaminoso sendo propagado
como algo natural. Todas essas formas da busca desenfreada pela felicidade baseada num amor, ou
melhor, para ter “sucesso no amor”, é uma forma de idolatria confundindo o amor com Deus. [13]

Outras coisas que necessitamos, além do amor, é o comer, beber e vestir, os quais envolvem dinheiro. E é
verdade, nós como criaturas necessitamos dessas coisas para viver. Mas a grande questão que nós não
paramos para pensar é como buscamos essas coisas necessárias e o que essa busca desenfreada pela
sobrevivência pode causar. Jesus, certa vez, advertiu os discípulos sobre a forma como eles buscavam essas
coisas:

“Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem
quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do
que o vestuário? Não andeis, pois, ansiosos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos, ou com que nos
vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que
necessitais de todas estas coisas.” (Mt 6.25,31,32)

Creio que muitos de nós nunca paramos para pensar, mas ansiedade é pecado de idolatria. Quando nos
desesperamos, nós buscamos meios não convencionais para conseguirmos aquilo que, aqui neste mundo,
são de extrema necessidade. É por isso que Jesus, em Mateus 6.19-32, nos mostra o que a ansiedade pode
causar.

a)Não confiança na eternidade celestial (Mateus 6.19-24)

A Bíblia não condena a propriedade privada, ou seja, ter bens materiais. O grande problema é o apego do
nosso coração a este bem (v21). E o que isso pode gerar? Esquecimento da promessa celestial (v19);
tornando-nos cobiçosos (ou para um linguajar mais regional: olho gordo) (v22,23) e Idólatras (v24). 
https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 8/10
12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

b)Falta de confiança na providência de Deus (Mateus 6.25-34)

Como consequência lógica, aquele que não crê na eternidade celestial dificilmente crerá na providência
Divina, e seus valores serão invertidos (v.25) entendendo que os bens que estão em nossas vidas sejam
mais importantes que a própria vida. 

E por que ansiedade é um pecado de idolatria? Quando o nosso coração se apega fortemente naquilo que
não é o Deus verdadeiro, em alguma coisa esse coração se apega. E essa entrega total do coração nos leva
a trocar Deus por algo, e como diz a passagem bíblica “não podemos servir a dois senhores”, pois um
sentirá ciúme do outro. Portanto, nós devemos amar a Deus sobre todas as coisas, acumular bens no céu e
buscar em primeiro lugar o Reino de Deus, pois “o pão nosso de cada dia dai-nos hoje”, e como nos mostra
esses textos:

“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós (1Pedro 5.7); o meu Deus, segundo
as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Filipenses 4.19 –itálicos
acrescentados).

5)Conclusão

Vimos que idolatria não é, somente, nos prostrar diante de uma imagem, mas trocar a glória de Deus por
algo, mesmo que isso venha dEle. E o que nós devemos fazer? João nos dá a resposta:

“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.”(1João 5.21)

Simples, perceberam? É só se guardar dos ídolos. Mas como eu faço isso? Parece que o apóstolo está
advertindo sobre a idolatria dos templos pagãos daquela época com suas festas religiosas, as quais Paulo
enfrentou (1Co 8:10) e que, mais tarde, João ao escrever Apocalipse, enfrentou em algumas igrejas na Ásia,
como Pérgamo (Ap 2.14) e Tiatira (Ap 2.20). Não obstante, todo ato idólatra acontece por não conhecer o
Deus verdadeiro, e é justamente isso que João diz:

“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no
que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (1 João
5.20).

Um exemplo que nós podemos dar de quando alguém não conhece ao Senhor é o caso de Juízes 2.10 o
qual nos diz que a geração que não conheceu ao Senhor e nem aos Seus feitos adorou outros deuses. Por
isso que João, em toda sua primeira carta, o vemos mostrando quem é o verdadeiro Cristo, o verdadeiro
Deus e como devemos agir. Se não compreendermos realmente quem é Cristo e o nosso dever por causa
de Sua obra em nossa vida, nós nos apegaremos aos ídolos e se entregaremos a eles colocando toda a
nossa confiança.
No entanto, se entendermos que Cristo é o nosso advogado diante de Deus (1 Jo 2.1,2), santo (3.1-6),
amor (4.8), o Espirito Santo (5.7) e Jesus (5.20), nós nos guardaremos dos ídolos confiando em Deus e em
Sua Palavra. Amém.

_______________
Notas:
[1] MARTINHO, Lutero. In: PEIXOTO, Leandro B. Deus somente Deus. Disponível em:
<http://ibcentral.org.br/mensagem/i-deus-somente-deus/>
[2] WRIGHT, Christopher J.H. A missão de Deus: desvendando a grande narrativa da Bíblia. - São Paulo: Vida
https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 9/10
12/10/2018 A idolatria nossa de cada dia

Nova, 2014, p.169.


[3] WALTKE, Bruce; MACGREGOR, Jerry. Conhecendo a vontade de Deus para as decisões da vida. – São
Paulo: Cultura Cristã, 2001, p.37.
[4] Para uma melhor explicação dessa passagem, leia: BLOCK, Daniel I. Comentário do Antigo Testamento –
Ezequiel, Vol II. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p.99-125 (cf. BEALE, G.K. Você se torna aquilo que adora:
Uma teologia bíblia da idolatria. – São Paulo: Vida nova, 2014, p.135-40).
[5] BEALE, G.K. Você se torna aquilo que adora: Uma teologia bíblia da idolatria. – São Paulo: Vida nova,
2014, p.132.
[6] PONDÉ, Luiz Felipe. Os dez mandamentos (+ um): aforismos teológicos de um homem sem fé. – São
Paulo. Três Estrelas, 2015.
[7] Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Dz7HO8Cu3KE>. Acesso 24 Outubro 2015.
[8] BEALE. Você se torna aquilo que adora, p. 164.
[9]  RYLE, J.C. Meditações no Evangelho de João. São José dos Campos – SP. Ed. Fiel, 2011, p. 166.
[10] POWLISON, David, Ídolos do coração & Feira das vaidades: Vida cristã, motivação individual e
condicionamento sociológico. Ed. Refugio, p.5.
[11] RATZINGER, Joseph. Fé, verdade, tolerância. 2015. In: FERREIRA, Franklin. “Estadolatria”: Sobre a
idolatria da esquerda ao Estado 1. Disponível em:
< http://bereianos.blogspot.com.br/2015/07/estadolatria-sobre-idolatria-da.html>
[12] Alguns liberais vão dizer que o sistema Liberal não é nem de esquerda e nem de direita.
[13] KELLER, Timothy J. Deuses falsos: eles prometem sexo, poder e dinheiro, mas é disso que você precisa? –
Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2001, p.40.
***
Autor: Denis Monteiro
Estudo ministrado aos jovens da IP Conservadora do Riacho Grande e da IECP.
Fonte: Bereianos
.

https://www.printfriendly.com/p/g/4593HN# 10/10

Potrebbero piacerti anche