Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o
vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque Ele é misericordioso e compassivo, e tardio em irar-se e grande em beneficência, e se arrepende do mal. Joel 2:12 e 13. O povo de Israel tinha dificuldade em permanecer por muito tempo servindo e adorando somente a Deus. Acabava, influenciado pelos povos vizinhos, por ceder à idolatria. Foram muitas as vezes em que Deus repreendeu o povo por meio de Moisés e de muitos outros profetas. Algumas vezes, havia um arrependimento sério e um reavivamento em Israel. Nessas ocasiões os israelitas tinham por hábito rasgar as suas vestes e cobrirem-se de saco e cinza como sinal de humilhação. Contudo nesta passagem, o Senhor conclama o povo ao arrependimento e desafia-o a “rasgar o coração” e não os vestidos. Isto porque o verdadeiro sinal de transformação de vidas reside no coração e não “meramente” em atos exteriores. Por isso o povo não devia cumprir somente o ritual de arrependimento (rasgar as vestes, vestir-se de saco e prostrar-se no pó), mas entregar a Deus corações renovados e desejosos de cumprir a vontade do Senhor numa vida de obediência à Sua Palavra. Os olhos do Senhor estão voltados para a intenção dos nossos corações e não para as nossas atitudes externas que não passam de gestos e rituais vazios. Pelo contrário, um coração quebrantado e contrito (Sal. 51:17) são os verdadeiros sacrifícios requeridos pelo Senhor Jeová. Aqui reside uma grande lição: não adianta fazer os maiores sacrifícios, as maiores obras, nem mesmo o maior gesto de humildade, se o coração não for sincero. Tal como no passado, hoje em dia Deus continua a requerer vidas transformadas pelo poder do Seu Espírito, corações quebrantados, almas sequiosas do conhecimento da Sua vontade. Há muito que grande parte do povo que se intitula cristão está longe desta realidade. Os povos europeus que no passado procuraram enaltecer e dar a conhecer o Deus Criador e Sustentador de tudo quanto existe estão a afastar- se vertiginosamente destes objetivos. E para piorar a situação a igreja que ainda se arroga chamar cristã, é tudo menos isso. Porquê? Porque essas igrejas não têm Deus, mas sim o homem como centro das suas prioridades. O que conta é o bem-estar, a saúde, a prosperidade, o sucesso no amor e nos negócios. Por isso não admira que a Europa esteja como está. Mais parece um ninho de baratas tontas fugindo em qualquer direção diante duma pulverização de veneno mortal. No livro de Joel percebemos a desolação que a terra de Judá estava a viver devido a um ataque bélico representado metaforicamente no texto pela figura dos gafanhotos. As leis iníquas que a Europa produz, o hedonismo reinante, o egocentrismo dominante, a invasão e aceitação das mais diversas religiões pagãs, a ausência da defesa da pureza e simplicidade evangélicas levou ao marasmo em que nos encontramos. Podem inventar toda a sorte de estratagemas (“eurobonds”, taxar património…) porém, se não houver quem pregue o Evangelho fielmente (não havendo profecia, o povo perece - Prov.29:18) e corações que se rendam ao seu poder não podemos esperar que estas palavras sejam uma realidade: “Então o Senhor terá zelo da sua terra e se compadecerá do seu povo” (Joel 2:18).