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Universidade Estácio de Sá

Pós Graduação Saúde Mental e Atenção Psicossocial

Fichamento de Estudo de Caso"O Alienista".

História da Psiquiatria da Reforma Psiquiátrica.

Nova Friburgo
2018
Referência

ASSIS, M. de. O Alienista.Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II.

Resumo

Este, conto de Machado de Assis, conta uma história de Simão Bacamarte um médico-

psiquiatra que após conquistar respeito em sua carreira pela Europa volta para sua terra natal e

monta sua clínica em Itaguaí, uma cidade pequena no interior do Rio de Janeiro.

Dr. Bacamarte escolheu Itaguaí pelo motivo, focar seus estudos no estudo da loucura. Mas o

que é loucura? Este é o tema central do livro. Depois de fundar a chamada “Casa Verde”,

Simão vai recolhendo os “loucos” da cidade, com sua primeira teoria, mais “convencional” do

que é loucura. Recolhe neuróticos, paranoicos, obsessivo-compulsivos, maníaco-depressivos e

outros nomes. Porém o alienista revê sua teoria sobre o que é loucura. Afinal, não somos

todos um pouco loucos?

Depois de um tempo, Bacamarte começa a recolher as pessoas para a Casa Verde por

qualquer motivo. Qualquer defeito, qualquer falta de virtude era motivo para julgar maluco.

Uma pessoa egoísta, por exemplo, já era considerada “louca”, pois não tinha o perfeito

equilíbrio das faculdades mentais. As pessoas de Itaguaí então começam a questionar, as

pessoas estavam mesmo loucas? Ou louco, mesmo, é o próprio alienista?

Então por conta disso é gerada uma revolta em Itaguaí, tendo como líder o barbeiro Porfirio,

que quer o fim da casa verde.

Com o tempo, a cidade vai adquirindo um clima cada vez mais tenso e o barbeiro

Porfírio, que a muito almejava ingressar na carreira política, resolve armar um protesto.

Porém, quando se descobre que o alienista pediu para não receber mais pelos internos, a ideia

de que as inúmeras reclusões não eram movidas por interesses econômicos corruptos, o

movimento se enfraquece. Porfírio, no entanto, movido por sua ambição de chegar ao poder,

consegue armar a Revolta dos Canjicas. A população se move até a casa do Dr. Bacamarte
para protestar, mas é recebida por ele de forma muito equilibrada e racional. Por um momento

parecia que a fúria do povo havia sido controlada, mas a população se revolta novamente

quando o alienista lhes dá as costas e volta a seus estudos.

É quando a força armada da cidade chega para tentar controlar a população. Porém,

para a surpresa de todos, a polícia se junta aos revoltos e Porfírio se vê em uma posição

poderosa como líder da revolução. Resolve, então, dirigir-se até a Câmara dos Vereadores

para destituí-la. Agora com plenos poderes, Porfírio chama o Dr. Bacamarte para uma

reunião, mas ao invés de despedi-lo se junta a ele e assim as internações continuam na cidade.

Dias depois, 50 apoiadores da Revolução dos Canjicas são internados. Outro barbeiro,

o João Pina, levanta-se contra e arma uma confusão tão grande que Porfírio é deposto. Mas a

história se repete e o novo governo também não derruba a Casa Verde. Pelo contrário,

fortalece-a. As internações continuam de forma acelerada e até D. Evarista é internada após

passar uma noite sem dormir por não conseguir decidir que roupa usaria numa festa.

Por fim, a cidade encontrava-se com 75% de sua população internada na Casa Verde.

O alienista, percebendo que sua teoria estava errada, resolve libertar todos os internos e

refazer sua teoria. Se a maioria apresentava desvios de personalidade e não seguia um padrão,

então louco era quem mantinha regularidade nas ações e possuía firmeza de caráter. Baseado

nessa sua nova teoria, o Dr. Bacamarte recomeça a internar as pessoas da cidade e o primeiro

deles é o vereador Galvão. Ele havia proposto na Câmara uma lei que impedia os vereadores

de serem internados. Assim, as internações continuam na cidade. Outras pessoas, porém, são

consideradas curadas ao apresentarem algum desvio de caráter.

Após algum tempo, o Dr. Simão Bacamarte percebe que sua teoria mais uma vez está

incorreta e manda soltar todos os internos novamente. Como ninguém tinha uma

personalidade perfeita, exceto ele próprio, o alienista conclui ser o único anormal e decide

trancar-se sozinho na Casa Verde para o resto de sua vida.


Citações

“Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção,o
recanto psíquico, o exame de patologia cerebral. Nãohavia na colônia, e
ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, malexplorada, ou
quase inexplorada”. (p.2).

“A ideia de meter os loucos na mesma casa, vivendo em comum, pareceu


em si mesma sintoma de demência e não faltou quem o insinuasse à própria
mulher do médico”. (p.2).

“Enganava-se o digno magistrado; o médico arranjou tudo. Uma vez


empossado da licença começou logo a construir a casa. Era na Rua Nova, a
mais bela rua de Itaguaí naquele tempo; tinha cinquenta janelas por lado, um
pátio no centro, e numerosos cubículos para os hóspedes”. (p.3.).

“E tinha razão. De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa


Verde. Eramfuriosos, eram mansos, eram monomaníacos, era toda a família
dos deserdados do espírito.Ao cabo de quatro meses, a Casa Verde era uma
povoação. Não bastaram os primeiroscubículos; mandou-se anexar uma
galeria de mais trinta e sete. O Padre Lopes confessouque não imaginara a
existência de tantos doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável
dealguns casos”. (p.4).

“Uma vez desonerado da administração, o alienista procedeu a uma vasta


classificação dosseus enfermos. Dividiu-os primeiramente em duas classes
principais: os furiosos e osmansos; daí passou às subclasses, monomanias,
delírios, alucinações diversas”. (p.5).

“A notícia desta aleivosia do ilustre Bacamarte lançou o terror à alma da


população.Ninguém queria acabar de crer, que, sem motivo, sem inimizade,
o alienista trancasse naCasa Verde uma senhora perfeitamente ajuizada, que
não tinha outro crime senão o deinterceder por um infeliz”. (p.12).

“Não eram gritos na rua, eram suspiros em casa, mas não tardava a hora dos
gritos. O terrorcrescia; avizinhava-se a rebelião. A idéia de uma petição ao
governo, para que SimãoBacamarte fosse capturado e deportado, andou por
algumas cabeças, antes que o barbeiroPorfírio a expendesse na loja com
grandes gestos de indignação”. (p.16).

“A ação podia ser restrita—visto que muita gente, ou por medo, ou por
hábitos deeducação, não descia à rua; mas o sentimento era unânime, ou
quase unânime, e ostrezentos que caminhavam para a Casa Verde,—dada a
diferença de Paris a Itaguaí,—podiam ser comparados aos que tomaram a
Bastilha”. (p.18).

“Com razão ou sem ela, a opinião crê que a maiorparte dos doidos ali
metidos estão em seu perfeito juízo, mas o governo reconhece que aquestão
é puramente científica e não cogita em resolver com posturas as
questõescientíficas”. (p.24).

Comentários

“O Alienista” de Machado de Assis consegue mostrar e explorar o comportamento

humano além das aparências, expondo com grande ironia toda a vaidade e egoísmo do

homem. O autor coloca em questão as fronteiras entre o que é normal e o que é anormal

através de um médico que se esforça em tentar entender os distúrbios psicológicos da

população. Mas durante seus procedimentos o “Alienista” busca soluções para todos os

problemas que para ele seriam psicopatológicos. Comparando tal comportamento realizado no

conto com a História da Psiquiatria podemos ver muitas coisas em comum, sendo possível

perceber a higienização da cidade e de seus arredores como tivemos em muitos Hospícios do

mundo.

Ideação

Durante as leituras realizadas e as discursões feitas no fórum, fica claro que devemos

estar atentos a todo o processo de luta que estamos enfrentados. Como os casos de internação

compulsória em São Paulo, os hospitais psiquiátricos tradicionais que insiste manter certos

tipos de tratamentos aos seus pacientes, esquecendo-se dos seus direitos como pessoas em

sofrimento mental. Com isso devemos combater à ideia de que se deve isolar a pessoa com

sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, ideia baseada apenas nos preconceitos

que cercam a doença mental. Lembrando que como todo cidadão estas pessoas têm o direito
fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direto a receber cuidado e

tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadão.

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