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O grande desafio que se coloca para o Programa Piloto é dar o salto das
iniciativas pontuais para estratégias de desenvolvimento sustentável que atuem
em sinergia com as dinâmicas regionais. Esse salto será possível à medida que
as iniciativas bem sucedidas sejam efetivadas como subsídios para a proposição
e a formulação de políticas públicas, com destaque para as políticas voltadas
para a produção familiar implementadas pelo Ministério do Desenvolvimento
Agrário.
Para que isso se realize, a sistematização das iniciativas bem sucedidas, com a
agregação de parâmetros técnico-científicos, são imprescindíveis para validar as
novas práticas e transformá-las em subsídios consistentes.
Outra atividade produtiva que foi apoiada por quase todos os componentes do
Programa Piloto citados foi a meliponicultura e a apicultura. Essas atividades
têm um papel importante para a segurança alimentar e saúde das populações,
apresenta potencial de geração de renda e tem impactos ambientais
significativos uma vez que é incompatível com a prática das queimadas, pois
resultaria na destruição do pasto apícola.
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Pádua, C. V. e Russo, R. Avaliação de Aspectos da Sustentabilidade Ambiental de Sistemas
Agroflorestais. In: Brasil Florestal, no. 71, setembro de 2001.
recebendo apoio do PDA para sua sistematização. É uma experiência
importante porque está localizada na área de influência da Rodovia BR 163 e
envolve um grande número de agricultores (o projeto inicial atendeu a 500
produtores) na produção do cacau, sistema que tem grande potencial econômico
e de preservação ambiental.
Segurança alimentar
Agroindústrias
Comércio sustentável
Não temos respostas prontas para essas perguntas, mas elas são inevitáveis
quando nos defrontamos com uma realidade de disputas de certificadoras que
se transformou num negócio para poucos e que submete os agricultores a uma
situação de permanente suspeição. É importante destacar que estão sendo
construídas outras alternativas.
A comercialização de produtos sustentáveis continua sendo um grande impasse
para a grande maioria das organizações. Falta de capacidade gerencial, de
articulação de parcerias estratégicas, de captação de fundos para capital de giro
e outras dificuldades entravem essa etapa fundamental para a sustentabilidade
dos projetos apoiados.
Outra consideração que precisa ser feita é a importância das pequenas feiras
municipais e das estratégias locais de comercialização, que normalmente
constituem impactos com pouca visibilidade do Programa Piloto. A criação e o
fortalecimento de espaços de comercialização, na Mata Atlântica e na Amazônia
e a diversificação da pauta de produtos ofertados à população são, com certeza,
impactos do incentivo ao manejo de produtos florestais não-madeireiros e dos
sistemas agroflorestais.
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Sete municípios do Pará (Marabá, Nova Ipixuna, São João do Araguaia, São Domingos do Araguaia,
Eldorado dos Carajás, Itupiranga e Parauapebas) 2 municípios do Tocantins (Wanderlândia e Santa Maria
do Tocantins) e um do Maranhão (Carolina).
Os mercados locais são, antes de tudo, um espaço de aprendizagem para os
produtores familiares e um demandante de produtos in natura e semi-
processados. Os produtos que dependem de processamentos mais sofisticados
e com maiores exigências sanitárias, como as polpas, exigem estratégias
complementares, embora as redes de supermercados regionais estejam
absorvendo parte da produção (é o caso da Fruta Sã que tem como principal
comprador o mercado regional).
Nesse último ano, cooperativas apoiadas pelo Programa Piloto têm participado
do Programa de Aquisição de Alimentos da CONAB. Esse programa foi
reformulado na atual gestão do governo federal de forma a incluir os produtos da
agricultura familiar, valorizando a diversidade regional e a agregação de valores
nas estratégias de mercado locais. Apenas para citar alguns exemplos, os
produtores forneceram polpas de frutas regionais, doces, geléias, frutas secas,
castanhas e farinha para a merenda escolar.
Nesse aspecto, destacamos o importante trabalho que vem sendo realizado pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário com a Política Nacional de ATER para a
qual o Programa Piloto tem um grande potencial de contribuição. O
PROMANEJO, PROVÁRZEA, PDA e PDPI têm acumulado experiências
inovadoras de Assessoria Técnica florestal voltada para a exploração de
madeira de impacto reduzido, manejo comunitário de produtos madeireiros e
não-madeireiros, implantação de sistemas agroflorestais e assessoramento a
população indígena.
Por isso, a promoção da produção familiar sustentável é uma tarefa que deve
ser realizada em várias frentes. O Programa Piloto tem uma grande contribuição
a dar, que são as alternativas econômicas bem sucedidas que tem apoiado e as
novas formas de assessoramento técnico rural. Mas ainda é preciso dar mais
espaço para o protagonismo das comunidades na construção das novas
políticas e envolver outros Ministérios nessa discussão.