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aos índios criarem manobras de resistência temáticas propostas nas Leis. Logo, é
e/ou de escolha a não ser a submissão preciso que os conhecimentos produzidos
passiva “a um processo de perdas culturais na academia referente aos processos
progressivas que os levaria à históricos indígenas transpassem os
descaracterização e à extinção étnica” (p. bancos acadêmicos e chegue aos bancos
27). escolares como embasamento teórico e
histórico para aulas que de fato permitam
Porém, novos estudos na área de
aos envolvidos “à crítica à tradição, ao
etno-história revelaram a incrível
preconceito, à discriminação e a superação
capacidade dos povos indígenas em poder
de ambos no universo escolar”
reformular suas culturas, mitos e
(COELHO e COELHO, 2012, p. 286).
compreensões de mundo para pensar,
interpretar e agir, de forma sempre Portanto, o presente texto
coletiva, à nova realidade que lhes era se justifica no fato de apresentar um
apresentada. Assim, podemos concluir, trabalho cujo foco fora: superar a
embasado em Alcida Ramos (1988) (Apud dicotomia existente entre disciplinas
Almeida 2003, p. 28), que não existe práticas e teóricas dentro do curso de
“tradição estática, pois, por maior que seja formação docente em história; diminuir a
a violência do contato, há sempre uma lacuna existente entre universidade-escola,
reação criativa por parte dos índios”. contribuindo para a formação crítica de
Portanto, nesse campo de disputa, longe estudantes e professores da rede pública
de ser povos sem história, ou com história de educação, no que concerna a história e
a partir do século XVI, “os índios estão e cultura indígena.
sempre estiveram engajados, [...] em
interpretações e reinterpretações do Metodologia/Resultados
contato”. (ALMEIDA, 2003, p. 28).
A partir do ano de 2016, vem se
Sendo assim, ao ser ambas as desenvolvendo junto aos alunos do quarto
Leis referendadas pelo poder executivo, ano de História da Unespar/ Campus de
após uma importante atuação dos Paranavaí, o Projeto de Extensão
movimentos sociais de natureza política “Aproximando universidade/escola e
como protagonistas (que encontraram teoria/prática: oficinas de história e
apoio dentro de movimentos formados cultura indígena nos campos de estágio”,
pela academia), os povos indígenas que como dito anteriormente, visa a
passam a ser vistos a partir de uma nova aproximar os conhecimentos acadêmicos
perspectiva, com um novo estatuto, ao e escolares, bem como a participação de
qual “a partir do reconhecimento de sua alunos, professores e equipe pedagógica
história, [...] (são considerados) atores das escolas que receberam e continuam
relevantes da conformação do país e da recebendo as atividades de estágio.
nação” (COELHO E COELHO, 2012, p.
286). Logo, de coadjuvantes os povos O projeto de extensão, que ainda
indígenas passam a ser considerados se encontra em desenvolvimento e em
protagonistas de suas histórias, bem como prática pelas novas turmas de história,
da história do Brasil. pretende levar em consideração o que os
alunos das escolas estaduais de
Nesse sentido, com as Leis Paranavaí/PR que acolhem os discentes
10.639/2003 e 11.645/2008, os currículos da disciplina de estágio, sabem ou
escolares deverão atribuir a África e à conhecem referente à temática de história
América anteriores à Conquista a mesma e cultura indígena. São realizadas
relevância dada à Europa. Para que isso sondagens com alunos do ensino médio, a
ocorra é necessário que na atuação dos fim de estabelecer um diagnóstico inicial
envolvidos com os processos de ensino e que possa nortear os trabalhos com as
aprendizagem sejam abordadas as oficinas e com as temáticas propostas.
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foram utilizados mapas e índices, além de aos índios. A imagem do índio ainda
imagens, que mostram a desproporção de é aquela do “homem despido que
terras nas mãos de fazendeiros, por vive em ocas”. Com a evolução das
exemplo. Além disso, ainda foram sociedades, os índios também
utilizadas músicas e vídeos que evoluíram, hoje vivem em casas de
alvenaria, buscam uma educação de
contribuíram como suporte à
qualidade, um curso superior, são
apresentação das oficinas nas escolas, hoje professores, engenheiros,
procurando abordar os povos indígenas médicos, agricultores e políticos.
como sujeitos de sua própria história, Ou seja, os índios hoje evoluíram
protagonizando seus interesses, tentando como qualquer outra pessoa, e não
demonstrar suas lutas por um espaço vivem mais em ocas. (ROCHA,
próprio, com relação à demarcação de 2016, Colégio Silvio Vidal)
terras, mostrando que fazem parte do
Sobre a língua tupi guarani,
nosso presente, do nosso futuro e não
surgiram respostas como: “Sim, eles
ficaram somente no passado, que não
falam, mas não só o tupi guarani. O tupi
estão desaparecendo, não estão acabando,
guarani é um tronco linguístico, ele
que não vão deixar de ser índio por
auxiliou na formação das diversas outras
estarem em uma faculdade ou em um
270 línguas”. (ALVES, 2016, Colégio
trabalho comum na visão ocidental.
Silvio Vidal); “Sim, mais não são só tupi
Depois de trabalhadas as guarani, mais 270 tipos de língua”.
oficinas, uma nova sondagem foi feita (SILVA, 2016, Colégio Leonel Franca)
com os mesmos questionamentos com
Com relação à pergunta sobre o
objetivo de investigar se de fato o projeto
índio verdadeiro ser o que vive pelado na
de extensão pôde contribuir para a
floresta: “Não, porque não precisa estar na
construção de uma nova concepção com
floresta para ser índio, atualmente tem
relação à história e cultura indígena. Os
muitos índios nas cidades, mas eles
resultados serão apresentados a seguir
continuam sendo índios com sua cultura”.
com respostas que mais se aproximam da
(ALEXANDRA, 2016, Colégio Leonel
realidade indígena.
Franca); ou ainda esta: “Não, pois não é
Com relação ao questionamento porque eles se vestem com roupa, sapatos
sobre os indígenas serem preguiçosos ou ou tocam violão e sanfona, que vão deixar
primitivos, obteve, por exemplo, respostas de ser índio”. (SILVA, 2016, Colégio
como: “Não, porque eles têm sua cultura Silvio Vidal).
e seus trabalhos e mesmo assim
Para o questionamento sobre os
continuam inovando e se reinventando,
índios do Brasil estarem acabando: “Não,
mesmo com a modernidade”.
porque há índios em todos os lugares
(APARECIDO, 2016, Colégio Leonel);
espalhados nos 26 estados do Brasil”
“Não, porque eles trabalham do modo
(FIORI, 2016, Colégio Silvio Vidal).
deles”. (SEGURA, 2016, Colégio
Flauzina); “Não, pelo contrário eles não Por fim, as considerações sobre
tem nada de preguiçosos, eles trabalham, haver muita terra para pouco índio: “Não,
fazem suas atividades nas aldeias, portanto porque os fazendeiros estão querendo
eles não são nada preguiçosos”. (SILVA, ocupar todo o espaço que eles possuem,
2016, Colégio Silvio Vidal). pois onde eles moram o espaço é bom,
preservado, etc”. (TAUANA, 2016,
O questionamento sobre os
Colégio Silvio Vidal); ou ainda respostas
índios viverem em ocas, apresentou
como: “Não, tem pouca terra pra muito
respostas como a seguinte:
índio, porque os fazendeiros estão
Infelizmente, grande parte da tomando as terras deles” (SOUZA, 2016,
sociedade ainda tem a linha de Colégio Leonel França).
pensamento retrógrada em relação
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