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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Psicologia
Disciplina: Psicofisiologia II
Professora: Cátia

ESQUIZOFRENIA E
ALTERAÇÕES COGNITIVAS

Alunas:
Anastacia Cristina Monteiro André
Leticia Medeiros Hasan Jaber
INTRODUÇÃO

Esquizofrenia é um termo criado por Eugen Bleuler, em 1991, para designar um


grupo de psicoses, distinguindo nelas três formas: a hebefrênica, a catatônica e a
paranóide.
A esquizofrenia se manifesta geralmente em adolescentes e jovens adultos, entre
20 e 30 anos, porém pode ocorrer em crianças, a partir dos cinco anos, ou idosos. A
doença afeta homens e mulheres com a mesma freqüência, mas ela aparece nos homens
mais cedo do que nas mulheres.
Essa doença tem um caráter crônico, que evolui nos mais diversos ritmos no
sentido de uma deterioração intelectual e afetiva, e resulta muitas vezes em estados de
feição demencial. Algumas características que podem ser encontradas em pacientes
esquizofrênicos são: a incoerência do pensamento, da ação e da afetividade, o
afastamento da realidade com um dobrar-se sobre si mesmo e predominância de uma
vida interior entregue às produções da fantasia, uma atividade delirante mais ou menos
acentuada e sempre mal sistematizada.
Apesar de existirem vários tratamentos que aliviam os sintomas da doença, a
maioria das pessoas sofre pelos sintomas a vida inteira, e só uma pequena parte
consegue se recuperar completamente.

CAUSA DA ESQUIZOFRENIA

Ainda não se sabe qual é a causa da esquizofrenia. Os estudos apontam para uma
multifatoriedade, na qual evidencia-se a importância da hereditariedade e de distúrbios
neuroquímicos para o aparecimento da doença.
A discussão levou à elaboração de várias hipóteses que consideram que a
esquizofrenia pode estar relacionada com os seguintes temas:

• O fator bioquímico

É provável que a doença esteja associada a distúrbios de


neurotransmissores, especialmente a dopamina, pois se verificou que certas
drogas que diminuem a ação da dopamina reduzem os sintomas psicóticos,
enquanto que as drogas que aumentam a ação da dopamina elevam os
sintomas ou agravam a esquizofrenia. Portanto, acredita-se que as falhas na
comunicação de neurônios envolvidos no comportamento, pensamento e
percepção causariam a esquizofrenia.

• O fluxo sangüíneo cerebral

Foi demonstrado, através de imagens cerebrais, que o fluxo sanguíneo


nas áreas cerebrais de pacientes com esquizofrenia não corresponde ao das
pessoas normais. As atividades cerebrais estão relacionadas com uma maior
irrigação de determinadas áreas, contudo pessoas com esquizofrenia podem
apresentar uma intensidade de fluxo sanguíneo, por exemplo, na área
auditiva, quando não há sons, o que provavelmente pode representar uma
alucinação auditiva.
Ainda não se sabe se as anormalidades de irrigação são a causa ou a
conseqüência da doença.

• A biologia molecular

A esquizofrenia pode ter sua origem em algum problema no


desenvolvimento do feto, que resulta em conexões neuronais inapropriadas.
Supõe-se que esse erro permanece inativo até a puberdade, que provoca
mudanças no cérebro, que o aciona.
Deve-se observar que nem todas as pessoas com esquizofrenia possuem
tais anormalidades estruturais.

• A genética

Os cientistas estão estudando os fatores genéticos na esquizofrenia e


acreditam que vários genes estão envolvidos na predisposição para o
desenvolvimento da doença, mas ainda não conseguem prever se uma pessoa
terá ou não esquizofrenia.
É evidente que o grau de parentesco tem relação com o aparecimento da
esquizofrenia, já que pessoas sem nenhum parente esquizofrênico têm 1% de
chances de virem a desenvolver esquizofrenia, enquanto que com um pai ou
mãe esquizofrênicos essas chances aumentam para 10 a 15% e com um irmão
para aproximadamente 20%, quando o irmão possui o mesmo código genético
(gêmeo idêntico) as chances de o outro irmão vir a ter esquizofrenia são de 50
a 60%.
De qualquer forma, a genética não é a única explicação para
esquizofrenia, pois a incidência de esquizofrenia em gêmeos idênticos não é
de 100%.

• O estresse

Sabe-se que o estresse não provoca esquizofrenia, mas sim agrava seus
sintomas.

• O uso de drogas

Não há evidências de que as drogas causem esquizofrenia, apesar de


algumas provocarem alguns sintomas característicos dessa doença. As drogas
podem apenas agravar os sintomas da esquizofrenia.

• A infecção viral

A hipótese de que a causa da esquizofrenia decorra de algum vírus foi


descartada por falta de evidências, embora alguns autores acreditem ser esta
uma possível causa.
• Os aspectos sociais

Devido à impossibilidade de se estudar cientificamente os fatores sociais,


não se pode afirmar se estes são relevantes para o desencadeamento da
esquizofrenia, mas eles não são descartados.

SINTOMAS

Podemos dividir os sintomas da esquizofrenia em dois grupos:

1. sintomas positivos: são aqueles que refletem um excesso ou distorção de funções


normais. Ex: delírios, alucinações, desorganização do pensamento.
2. sintomas negativos: são aqueles que refletem uma diminuição ou perda de
funções normais. Ex: redução da afetividade, da motivação, pobreza de discurso
e retraimento social.

POSITIVOS

Delírios: são idéias ou pensamentos que não correspondem à realidade, das quais a
pessoa tem convicção absoluta e, por isso, não se importa com o que os outros pensem
ou com provas ou evidências que contrariem sua crença. Normalmente, a pessoa
acredita estar sendo atormentada, seguida, enganada, espionada ou ridicularizada.
Muitas vezes os delírios são criados como meio de explicar as alucinações.

Alucinações: são percepções sensoriais irreais, ou seja, a pessoa não tem


estimulação do órgão sensorial correspondente, mas tem uma sensação de que esse
estímulo verdadeiramente existe. Na esquizofrenia são mais freqüentes as alucinações
auditivas. A pessoa, geralmente, ouve vozes ameaçadoras e pejorativas, e às vezes pode
perceber duas ou mais vozes conversando entre si ou comentando seus pensamentos ou
seu comportamento.

Alterações do pensamento: as idéias podem se tornar confusas, desorganizadas ou


desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender. A pessoa pode
mudar de um assunto para outro, sem nenhum tipo de associação, dar respostas que não
tem relação alguma com as perguntas e, raramente, o discurso pode estar desorganizado
de forma tão severa, que é praticamente incompreensível.

Alteração da sensação do eu: As pessoas com essas alterações dizem que não são
elas mesmas, que uma outra entidade apoderou-se de seu corpo e que já não é ela
mesma, ou simplesmente que não existe, que seu corpo não existe.

NEGATIVOS

Falta de motivação e apatia: a pessoa não consegue mais se divertir, nem mesmo se
interessa por atividades que costumava gostar. Passa o tempo dormindo ou assistindo
televisão. Não se importa com a higiene e a aparência pessoal.
Embotamento afetivo: a pessoa tem o rosto imóvel e irresponsivo, com pouco
contato visual e linguagem corporal reduzida. Ela não sente as emoções como antes e
pode até perceber isso, mas não consegue mudar essa situação. Por causa dessa
indiferença, o esquizofrênico costuma ser incompreendido, mas eles não têm culpa
disso.

Alogia: é a pobreza do discurso, manifestada por respostas breves, lacônicas e


vazias. O indivíduo parece ter uma diminuição dos pensamentos, refletida em uma
redução da fluência e produtividade do discurso.

Isolamento social: O isolamento é praticamente uma conseqüência dos outros


sintomas, pois a falta de interesse, a apatia, a desorganização do pensamento, as
alucinações e os delírios levam a uma dificuldade de fazer amizades ou mantê-las ou
então a pessoa não se importa em se socializar com outras, passando muito tempo
sozinha.

O diagnóstico da esquizofrenia depende da duração dos sintomas que devem


permanecer por pelo menos 6 meses e inclui pelo menos 1 mês de sintomas da fase
ativa (isto é, mais de um dos seguintes: delírios, alucinações, discurso desorganizado,
comportamento amplamente desorganizado ou catatônico).

TIPOS DE ESQUIZOFRENIA

Os subtipos de Esquizofrenia são definidos pelos sintomas predominantes à


época da avaliação. São diferenciados cinco subtipos pelo DSM-IV:

Tipo Catatônico: nesse caso a pessoa está extremamente retraída, negativa e isolada.
Distúrbios psicomotores são proeminentes. A pessoa pode apresentar atividade motora
excessiva, cataplexia (paralisia corporal momentânea), repetir palavras sem sentido,
imitar repetitivamente os movimentos de outros. Esse é um caso que exige muito
cuidado, pois há riscos de desnutrição, exaustão ou ferimentos auto-infligidos.

Tipo Desorganizado (esquizofrenia hebefrênica): nesse caso a pessoa é incoerente em


sua fala e pode ter emoções inapropriadas para as situações. Podemos observar
trejeitos faciais, maneirismos e outras estranhezas do comportamento. Geralmente não
ocorrem alucinações.

Tipo Paranóide nesse caso a pessoa suspeita de outros e, freqüentemente, tem


confabulações de perseguição. Alucinações e delírios são proeminentes, enquanto o
funcionamento cognitivo e do afeto encontram-se com uma relativa preservação. Esse
é o tipo mais comum e de tratamento com melhor prognóstico.

Tipo residual: nesse caso a pessoa não sofre de alucinações, delírios ou


comportamento e pensamento desorganizados, mas os sintomas negativos ficam
evidenciados. Os indivíduos que eram socialmente ativos podem tornar-se retraídos,
perder o interesse em atividades com as quais anteriormente sentiam prazer, tornar-se
menos falantes e curiosos, e passar a maior parte de seu tempo na cama. Esse tipo é
diagnosticado quando a pessoa já passou por mais de um episódio de esquizofrenia
com sintomas psicóticos e existem contínuas evidências da perturbação, indicadas pela
presença de sintomas negativos. O curso do Tipo Residual pode ser limitado,
representando uma transição entre um episódio pleno e uma remissão completa.
Entretanto, ele também pode estar presente de uma forma contínua por muitos anos,
com ou sem exacerbações agudas.

Tipo Indiferenciado: é definido por conter os critérios de diagnóstico da esquizofrenia,


mas não se encaixar em nenhum dos outros tipos, ou não há predominância de um
sintoma característico de um dos tipos.

COMO TRATAR

Não há cura para a esquizofrenia. O seu tratamento visa o controle dos sintomas
e a reintegração do paciente à sociedade.
O uso de antipsicóticos alivia os sintomas na fase aguda da doença e previne
novos episódios da doença. A maioria das pessoas precisa utilizar o medicamento de
forma contínua para não ter novas crises. Os sintomas negativos não são aliviados com
medicações, mas podem melhorar espontaneamente. Acredita-se que o diagnóstico e o
tratamento devem ser feitos o mais cedo possível, pois isso reduz as chances da pessoa
ter novos episódios e necessidade de hospitalização.
Em alguns casos a hospitalização é necessária por causa dos severos delírios e
alucinações, das tendências suicidas, da inabilidade para cuidar de si mesmo ou dos
abusos de álcool e drogas, freqüentes em casos de esquizofrenia. As pessoas com
esquizofrenia morrem mais cedo do que as pessoas normais, e o suicídio é a principal
causa dessas mortes prematuras, entre 10% e 13% dos esquizofrênicos cometem
suicídio, que é resultado de extremas depressões e psicoses, conseqüências da falta de
tratamento.
As drogas antipsicóticas aliviam as alucinações, os delírios e os distúrbios do
pensamento. Cientistas acreditam que esses medicamentos corrigem as alterações nos
processos de comunicação das células cerebrais.
O tratamento psicossocial também é importante, pois oferece apoio tanto para o
paciente quanto para a família. Além disso, como não há medicação para tratar dos
sintomas negativos, a terapia pode ajudar a diminuir a depressão, muito comum nos
esquizofrênicos.
É muito importante também o suporte familiar. É preciso que a família
compreenda bem os aspectos da doença e os efeitos colaterais dos medicamentos, para
que ninguém sinta culpa ou raiva ou crie expectativas que não podem ser alcançadas. A
família deve estar atenta em evitar atitudes hostis, críticas e superproteção, que só
prejudicam o paciente. É fundamental que haja apoio e compreensão para que o
paciente possa ter uma vida independente e conviva satisfatoriamente com a doença.
ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS NA ESQUIZOFRENIA

Ainda não se conhece exatamente o que há de errado com o cérebro que provoca
a esquizofrenia. Nenhum achado anatômico ou patológico foi definido como causador
da esquizofrenia, e nenhum tem sensibilidade nem especificidade suficientes para a sua
aplicação no diagnóstico da esquizofrenia. Embora a esquizofrenia possa estar associada
com volume hipocampal reduzido, ocorre também que a maioria dos pacientes com
esquizofrenia não têm hipocampos anormalmente pequenos. Um número substancial de
pesquisas tem focalizado o sistema dopaminérgico do mesencéfalo e seu papel nos
comportamentos motivacional e emocional. Em doenças em que a função
dopaminérgica fica comprometida os pacientes exibem uma constelação de sintomas,
sugerindo que o sistema dopaminérgico desempenha papel importante na integração de
diversas funções. Subgrupos de neurônios dopaminérgicos recebem informações das
áreas límbica e de associação e as enviam para amplas regiões do córtex e estriado,
incluindo as áreas motoras. O sistema límbico exerce enorme influência sobre a
produção de dopamina e pode por esta razão afetar o aspecto emocional e motivacional
de uma ampla gama de comportamentos.
Especificamente, os neurônios dopaminérgicos são caracterizados pela longa
duração e homogeneidade da sua capacidade de resposta. Isto é, os neurônios por todo o
sistema dopaminérgico do mesencéfalo respondem de forma não preferencial a um
estímulo particular, o que sugere que os neurônios dopaminérgicos são ativados em
paralelo, e não em série ou de forma diferenciada, diante de estímulos ambientais. Estas
respostas estereotipadas estão relacionadas à novidade do estímulo inesperado, às
recompensas primárias e ao estímulo condicionado associado à recompensa.
A ampla variedade de déficits nos esquizofrênicos é compatível com a descarga
de estímulos em paralelo por parte das células dopaminérgicas em resposta a estímulos
de recompensa e com o proposto papel integrador da substância negra. As células da
camada dorsal e o grupo densocelular recebem importante entrada de impulsos da
amígdala e propagam-se amplamente por todo o córtex e por todo o estriado,
respectivamente. Portanto, encontram-se em posição privilegiada para processar
informações sobre recompensa e motivação e, assim, influenciar a execução de uma
ampla variedade de comportamentos, inclusive iniciação de movimentos e cognição. As
células dopaminérgicas que se propagam para o estriado descarregam de forma fásica
estímulos em resposta a condicionamentos ambientais e podem ficar desreguladas na
esquizofrenia.
Os antipsicóticos tradicionais, como o haloperidol, bloqueiam a atividade
neuronal nos receptores de dopamina. Drogas mais recentes, como a risperidona,
bloqueiam receptores dopaminérgicos, mas também outros, como os serotoninérgicos.
Essas drogas controlam os sintomas psicóticos, mas podem gerar efeitos adversos no
sistema nervoso central e até provocar sintomas similares aos da doença de Parkinson.

ALTERAÇÕES COGNITIVAS

Pacientes esquizofrênicos demonstram alterações no desempenho em uma


grande variedade de testes neuropsicológicos. Estima-se que déficits cognitivos podem
ser identificados em 40% a 60% dos indivíduos com esquizofrenia. Vários estudos
clínicos sugerem que alterações cognitivas podem ser observadas desde o início dos
sintomas da esquizofrenia e que elas podem evoluir para um processo demencial.
Alguns autores defendem o argumento de que as alterações do desempenho
cognitivo observadas na esquizofrenia têm características compatíveis com um padrão
de "déficit generalizado", semelhante àquele observado em processos patológicos
difusos do SNC (por exemplo, intoxicação por metais pesados, hipoxia cerebral). Esse
tipo de argumentação baseia-se principalmente em determinados aspectos do
funcionamento cognitivo de indivíduos afetados por essa condição clínica, como
tendência à imprecisão, ineficiência e alentecimento das respostas a uma grande
variedade de testes neuropsicológicos.
Em alguns pacientes, as técnicas de mapeamento por imagens revelaram menor
atividade cerebral no córtex pré-frontal e em alguns casos perdas reais de tecido,
particularmente nas amígdalas - hipocampo, no lado esquerdo do cérebro. O córtex pré-
frontal do cérebro afeta a memória, razão, agressividade e fala significativa; a atividade
reduzida nesta área pode causar sintomas negativos. A área diminuída dos lobos
temporais do cérebro e áreas límbicas que são relacionadas às emoções, parecem estar
ligadas aos sintomas positivos, tais como ouvir vozes.
Os processos de atenção e memória, assim como as chamadas "funções
executivas", parecem ser afetados de forma diferenciada em grande parte dos
indivíduos. Além disso, pacientes esquizofrênicos tendem a apresentar resultados mais
baixos do que a população em geral em baterias de testes psicométricos voltadas à
avaliação do quociente de inteligência. Também são descritas alterações da coordenação
motora simples e complexa, além de déficits de linguagem expressiva e receptiva, em
indivíduos esquizofrênicos, ainda que essas alterações sejam freqüentemente
consideradas secundárias às alterações de atenção, de memória e de funções executivas.

ATENÇÃO

Alguns aspectos da atenção encontram-se prejudicados em pessoas com


esquizofrenia. Estas parecem apresentar alterações em relação ao processamento
primário de informações, evidenciadas por testes neuropsicológicos voltados à
avaliação do tempo de reação. Pacientes esquizofrênicos tendem a apresentar respostas
significativamente mais lentas a estímulos sensoriais auditivos apresentados de maneira
seqüencial.
O alentecimento do tempo de reação parece ser mais pronunciado em tarefas
cognitivas em que estímulos são apresentados em diferentes modalidades sensoriais. Em
uma série aleatória de estímulos luminosos e auditivos, o tempo de reação torna-se mais
longo se o estímulo alvo for precedido de um estímulo de outra modalidade sensorial.
O teste neuropsicológico mais freqüentemente utilizado no estudo das alterações
dos processos de atenção em pacientes esquizofrênicos é o "Continuous performance
test" (CPT). Nesse tipo de teste, o indivíduo é solicitado a identificar rapidamente um
estímulo alvo entre vários estímulos distratores ou não relevantes. Há indicações de que
pacientes esquizofrênicos apresentam um padrão específico de alterações nesse tipo de
teste, eles apresentam tipicamente um comprometimento nos processos de
discriminação sinal/ruído, ainda que não apresentem erros quanto ao critério de
identificação e tendem a apresentar mais erros de repetição e "span" de atenção
significativamente mais baixo do que indivíduos normais.

Pessoas com esquizofrenia também não conseguem se manter em determinada


tarefa por um período longo de tempo, o que ocorre por causa dos sintomas negativos,
como falta de interesse e motivação. Os estímulos internos acabam exigindo a atenção
do indivíduo, que não consegue se concentrar em outras tarefas. Assim, o déficit de
atenção também pode ser explicado pelas alucinações que acabam distraindo os
pacientes esquizofrênicos.

FUNÇÕES EXECUTIVAS

Entre as dificuldades cognitivas mais significativas observadas em pacientes


esquizofrênicos estão aqueles processos relacionados às habilidades de abstração e de
flexibilidade conceitual envolvidas na solução de problemas. Alguns estudos indicam
que pacientes esquizofrênicos apresentam dificuldades significativas em relação à
utilização de conceitos abstratos na resolução de tarefas cognitivas. Essas alterações
cognitivas freqüentemente conduzem a desempenhos caracterizados por um número
elevado de respostas erradas e uma freqüência aumentada de erros de perseveração.

MEMÓRIA

Pacientes esquizofrênicos apresentam alterações no desempenho em uma grande


variedade de testes de memória. Ainda que alguns autores defendam o argumento de
que as alterações de memória na esquizofrenia sejam desproporcionalmente
proeminentes em relação a outros distúrbios cognitivos, não existem informações
conclusivas a respeito da exata natureza dessas alterações.
Pacientes esquizofrênicos tendem a apresentar resultados significativamente
mais baixos do que indivíduos do grupo controle em relação às funções de memória
verbal e visual. A maioria dos estudos voltados à comparação de processos de memória
verbal e visual na esquizofrenia encontrou um grau de comprometimento semelhante
entre essas duas modalidades de memória. Entretanto, a maioria dos autores concorda
com o argumento de que pacientes esquizofrênicos apresentam alterações das
estratégias de organização dos processos de memória, eles possuem alterações em
relação à utilização de semelhanças fonéticas ou semânticas na facilitação dos processos
de evocação e aquisição de informações.
Há também uma disparidade entre o reconhecimento e a evocação de material
previamente aprendido. Em um estudo foram avaliados pacientes esquizofrênicos e
indivíduos normais pertencentes a um grupo controle, em relação a um teste de
memória declarativa, o "Selective reminding test" (SRT). Os indivíduos pertencentes ao
grupo controle tiveram um desempenho significativamente melhor em relação à
evocação de informações em comparação aos pacientes esquizofrênicos. Em ambos os
grupos houve melhora do desempenho nos testes de memória depois de repetidas
tentativas, indicando características de aprendizado semelhantes. Os indivíduos
pertencentes ao grupo controle apresentaram desempenhos melhores, em relação ao
reconhecimento de material previamente aprendido, do que os obtidos por pacientes
esquizofrênicos. Entretanto, pacientes esquizofrênicos exibiram uma grande disparidade
entre os processos de reconhecimento e evocação voluntária em comparação ao
desempenho de indivíduos pertencentes ao grupo controle. Esses resultados sugerem
que pacientes esquizofrênicos têm dificuldades na aquisição de novas informações,
ainda que exista um comprometimento mais significativo dos processos de
reacessamento de material previamente aprendido.

Nas pessoas com esquizofrenia, as memórias de curto e longo prazo, semântica e


episódica estão comprometidas. Acredita-se que a memória procedural seja afetada pelo
uso dos antipsicóticos, não tendo uma relação direta com a doença.

CONCLUSÃO

A esquizofrenia é uma doença muito complexa que pode ser causada por mais de
um defeito específico, pois não foi encontrado um modelo único que explique essa
doença. A falta de uma escala de medida adequada para se obter uma descrição precisa
dos sintomas positivos e negativos dificulta o diagnóstico correto e um melhor
tratamento. Também é necessário o desenvolvimento de um modelo que seja capaz de
descrever a interação recíproca entre cognição e afetividade.
As pesquisas de novos medicamentos estão voltadas para uma diminuição dos
efeitos colaterais e uma redução dos sintomas psicóticos, mas ainda não há um
tratamento definitivo para a esquizofrenia.
Os problemas de atenção e memória podem não ser um sintoma da doença, mas
sim o resultado de sintomas como retraimento, distração e falta de motivação. Esses
déficits, contudo, deveriam ser estudados em suas repercussões em atividades sociais e
performance na escola e no trabalho, pois a reintegração social é um objetivo do
tratamento.
BIBLIOGRAFIA

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