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Material Teórico
Interdisciplinaridade no trabalho em equipes – o trabalho e os
trabalhadores em Saúde
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Interdisciplinaridade no trabalho em
equipes – o trabalho e os trabalhadores
em Saúde
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Compreender o contexto de formação de equipes em saúde, os critérios
e as dinâmicas possíveis e a importância da interdisciplinaridade
nessa formação. Trabalhar temas da vida profissional na área
da saúde hoje vinculadas à questão da interdisciplinaridade e da
formação de equipes, resgatando o debate feito em outras unidades
acerca da importância do diálogo, da dimensão do acolhimento e da
relação ética entre profissionais e usuários.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Interdisciplinaridade no trabalho em equipes –
o trabalho e os trabalhadores em Saúde
Interdisciplinaridade no trabalho em
equipes – o trabalho e os trabalhadores em
Saúde
Estamos dando início à última unidade da disciplina de Psicologia da Saúde. Até
aqui, conversamos a respeito de uma série de conceitos e de linhas de pesquisa
dessa área, de modo que pudemos ter contato com as principais discussões do
campo, a fim de contribuir para a sua formação como profissional da saúde. Ao
longo das cinco últimas unidades, tratamos em vários momentos da importância
da composição de equipes multidisciplinares de trabalho em saúde, sua forma de
atuação e a relação entre os integrantes dessas equipes.
Gostaríamos agora de aumentar as lentes para olhar mais de perto essa questão
tão importante: o trabalho em equipe. Esse é tão caro ao projeto de saúde
pública do país e também para aquilo que estamos construindo como abordagem
contemporânea, integrada, com práticas humanizadoras e universalizantes. Além
do trabalho em equipe, trataremos um pouco da dimensão do trabalho em saúde:
quais são as questões de ser trabalhador dessa área?
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
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A origem do trabalho em equipe em saúde
A noção de trabalho em equipe surge a partir da combinação entre três fatores,
fundamentalmente. O primeiro deles é a ideia de integração, a partir dos preceitos
encampados pela medicina preventiva da década de 1950, a medicina comunitária
da década de 1960 e os programas de extensão de cobertura implementados no
Brasil na década de 1970. O segundo diz respeito às mudanças na abordagem
do processo saúde-doença, que vão desde uma perspectiva de causa única àquela
concepção, que já tratamos anteriormente, que considera os múltiplos fatores que
influenciam a saúde e a doença – nos âmbitos biológicos, psíquicos e sociais. Por
fim, o terceiro diz respeito às alterações na abordagem e nos processos de trabalho,
buscando a ampliação da intervenção e a redefinição do campo a partir do uso de
novas tecnologias (PEDUZZI, 2009, p. 1).
Nos Estados Unidos, nos anos 1950, algumas mudanças foram implementadas
na prática médica que redefiniram o papel do médico no atendimento, surgindo
pela primeira vez a perspectiva do trabalho em equipe multiprofissional liderada
pelo médico (AROUCA, 2003; SILVA, 2003 apud PEDUZZI, p. 1). A medicina
preventiva passou a ser trabalhada em outras especialidades, transformando, como
vimos anteriormente, a visão do processo saúde-doença com a relocalização desses
dois aspectos da vida, um relacionado ao equilíbrio e o outro à interação com o
ambiente. O conceito global e multicausal de saúde – que considera o bem-estar
físico, mental e social – foi assumido pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
em 1946.
Talvez você esteja se perguntando o que a pluralidade nas equipes tem a ver com
isso. Ao considerar a importância dessas três dimensões fundamentais da saúde – a
que denominamos em unidades passadas de abordagem Biopsicossocial –, torna-se
fundamental que profissionais que atuam sobre cada uma dessas especificidades,
que determinam o equilíbrio e o cuidado com as consequências da relação com o
indivíduo (ou de grupos sociais) e com o ambiente, sejam parte de uma equipe. Essa
equipe deve trabalhar de forma integrada e ser preparada para atuar conjuntamen-
te, em cooperação.
[...] a ideia de equipe de saúde aparece respaldada principalmente pela
noção de atenção integral ao paciente, tendo em conta os aspectos
preventivos, curativos e de reabilitação que deveriam ser contemplados
a partir dos conceitos de processo saúde-doença, de história natural das
doenças e da estratégia de integração. Porém, mantém-se a centralidade
do trabalho médico, em torno do qual outros trabalhos especializados se
agregam (PEDUZZI, 2009, p. 1).
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UNIDADE Interdisciplinaridade no trabalho em equipes –
o trabalho e os trabalhadores em Saúde
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
Para essa transformação e ampliação das áreas que se integraram ao trabalho nas
equipes, foi necessária uma readequação do que se entendia pela prática médica,
que passa a estar mediada pelo trabalho conjunto aos profissionais das equipes.
O processo de divisão de trabalho por meio do qual se dá essa distribuição
de tarefas ocorre no interior de um processo social de mudanças
da concepção de saúde e doença, já referido anteriormente, que é
acompanhado de alterações introduzidas nos processos de trabalho e no
modelo assistencial (PEDUZZI, 2009, p. 1).
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A partir da década de 1980, essa tendência começou a ser suplantada, com
o aumento do número de profissionais qualificados – sobretudo da área da
Enfermagem – e a presença mais substancial de profissionais de outras áreas não-
médicas, o que possibilitava que equipes de fato fossem constituídas em nível mais
interessante e complexo (MACHADO et al., 1992 apud PEDUZZI, 2009, p.1)
Em 1986, foi realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde, que dá o pontapé e indica
a necessidade de uma reforma sanitária no país. Nessa conferência, um dos aspectos
ressaltados diz respeito à equipe de saúde e sua importância como unidade produtiva
em saúde, substituindo o trabalho individual e independente de cada profissional em
sua especialidade. Para mais informações, acesse o relatório final no link abaixo:
https://goo.gl/rVjBW8
Figura 3 – VIII Conferência Nacional de Saúde, que redefiniu bases importantes sobre
as quais trabalhamos até hoje, a partir de uma reforma sanitária no país
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Interdisciplinaridade no trabalho em equipes –
o trabalho e os trabalhadores em Saúde
Alienação: Ao buscar no dicionário, percebemos que de modo geral o que expressa o sentido
Explor
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da comunicação, fundamentalmente. Vejamos que existe uma tipologia no trabalho
em equipe que não constitui forma única e desprovida de transformação ao longo
do tempo; ao contrário, em contato com a realidade, vai se mudando.
Várias podem ser as perguntas a fazer para cada tipo de organização de equipe,
sobre a sua dinâmica de comunicação, sua composição, se existe hierarquia interna,
de que modo se organiza o trabalho e as especialidades, se existe autonomia
profissional dentro de uma lógica interdependente e se existe a busca de um projeto
de assistência comum aos profissionais.
Para Campos (1997, p.32), o trabalho em equipe em saúde deve ser gerenciado
a partir dos conceitos de campo e núcleo de competências e responsabilidades.
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UNIDADE Interdisciplinaridade no trabalho em equipes –
o trabalho e os trabalhadores em Saúde
De que maneira essas equipes devem ser compostas, de acordo com o autor?
São três os critérios, sendo eles: o objetivo da unidade de saúde, as características
territoriais ou locais e os recursos disponíveis para tanto. Dessa forma, cada equipe
seria responsável por um conjunto pré-delimitado de pessoas, contando com
especialistas reunidos em uma equipe matriz. As equipes matriciais dão apoio a
outras equipes de referência de locais específicos (para um conjunto de equipes de
referência), com característica multiprofissional.
• Objetivo das equipes de referência: elaborar e aplicar os projetos terapêu-
ticos individuais;
• Diretrizes para aplicação do objetivo: estabelecer vínculo terapêutico, ges-
tão colegiada e transdisciplinaridade nas equipes.
Os autores variam no uso das denominações inter, trans e multi, disciplinar e profis-
sional. Você pode encontrar na literatura os termos: multidisciplinar, transdiscipli-
nar, interdisciplinarm multiprofissional etc. Variações que convergem na compreen-
são/concepção de modo geral.
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saúde-doença ao longo da história. Perceber que como todos os fenômenos
humanos, a saúde não está alheia à história, suas transformações e às questões
relevantes a cada tempo/momento.
Foi ótimo caminhar com você até aqui! Esperamos que tenha feito bom proveito
e que os conhecimentos trabalhados contribuam para a sua formação profissional,
ética e humana. Não se esqueça de realizar as atividades propostas e recorrer aos
tutores quando houver dúvidas, indagações ou questionamentos.
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UNIDADE Interdisciplinaridade no trabalho em equipes –
o trabalho e os trabalhadores em Saúde
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Relatório Final da VIII Conferência Nacional de Saúde
https://goo.gl/rVjBW8
Trabalho em equipe: o significado atribuído por profissionais da estratégia de saúde da família
NAVARRO, A. S. S.; GUIMARÃES, R. L. S.; GARANHANI, M. L. Trabalho em
equipe: o significado atribuído por profissionais da estratégia de saúde da família.
Revista Mineira de Enfermagem. 2013.
https://goo.gl/7wVK86
Saúde mental e trabalho interdisciplinar: a experiência do “Cândido Ferreira” em Campinas
QUEIROZ, M. S; DELAMUTA, L. A. Saúde mental e trabalho interdisciplinar:
a experiência do “Cândido Ferreira” em Campinas. Ciênc. saúde coletiva, Rio de
Janeiro, v.16, n. 8, ago. 2011.
https://goo.gl/uGK0aP
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Referências
CAMPOS, G.S.W. Subjetividade e administração de pessoal: considerações
sobre modos de gerencial trabalho em equipe de saúde. In: ONOKO, R.; MERHY,
E. E. (org.). Agir em Saúde: um desafio para o público. São Paulo/Buenos Aires:
Hucitec/Lugar Editorial, 1997.
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