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Lins, P. G. C.
Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil, <plins@ufba.br>
da Silva, F. A.
Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil, <fabengufba@yahoo.com.br>
Abstract: In a tunnel’s design it is necessary to ensure the excavation face stability. When the soil strength
does not assure the required stability, it is necessary to build a support system for the excavation front. The
forepoling is an efficient support system of increasing the stability condition of the excavation front. A
simplified model for the design of forepoling in shallow tunnel is proposed. The model uses the concept of
limit equilibrium for a failure mechanism composed of a block and a wedge in the excavation front. The
conditions of global failure or local failure of excavation front are considered in the model. The model
showed consistent results.
1
extensão de um trabalho anterior de Oreste (2009).
O método baseia-se no conceito de equilíbrio limite,
onde o fator de segurança é calculado para um
mecanismo de ruptura concebido por Horn.
Oreste (2009) e Oreste (2011) apresentam o
equacionamento do fator de segurança para o
mecanismo de Horn de forma detalhada. Sendo que
algumas equações são apresentadas diretamente
apenas em Oreste (2009).
Na opinião dos autores o método proposto por
Oreste (2011) resulta em fatores de segurança
elevados.
Os trabalhos de Anagnostou e Kovari (1994) e
Anagnostou e Kovari (1996) apresentam o problema
de forma mais conceitual, não detalhando o
equacionamento, como em Oreste (2009) e Oreste
(2011).
No presente trabalho um método simplificado de
análise de estabilidade de frente que inclui o reforço
com enfilagens é proposto. O método proposto
inspira-se no mecanismo de Horn, porém
desconsidera os esforços nas feições laterais ao
plano estudado. No método proposto para avaliação
da ruptura global o fator de segurança é expresso em
termos de tensão, sendo que difere de Oreste (2009)
e Oreste (2011) que apresentam um fator de
segurança em termos de forças.
Ht
L= (1)
senθ
Ht
b= (2)
tan θ
2
γ ⋅ hc ⋅ Ht As tensões normal (σ) e cisalhante (τ) atuando ao
P2 = (4) longo do comprimento L da cunha 1 são dadas por:
tan θ
(P1 + P2 − 2 ⋅ R L ) ⋅ cos θ
σa = (10)
L
(P1 + P2 − 2 ⋅ R L ) ⋅ sen θ
τa = (11)
L
c + σ a ⋅ tan φ
FS1 = (12)
τa
Figura 3: Variáveis do modelo de ruptura global.
Substituindo-se as Equações 10 e 11 na Equação
Supondo que o solo de cobertura na frente de 12 chega-se a:
escavação está em repouso e considerando que o
solo tem peso específico γ, as tensões horizontais
c+
(P1 + P2 − 2 ⋅ RL ) ⋅ cosθ ⋅ tan φ
atuantes nas paredes verticais do bloco 2 são dadas
por: FS1 = L (13)
(P1 + P2 − 2 ⋅ RL ) ⋅ sen θ
σ (z ) = k 0 ⋅ γ ⋅ z (5) L
O fator de segurança com relação à ruptura global
Neste trabalho o coeficiente de empuxo
(FS1) é função da inclinação da base da cunha 1 (θ),
horizontal para o solo foi tomado como
sendo necessário pesquisar o valor de inclinação da
representado pela relação proposta a partir dos
base da cunha que leva ao fator de segurança
trabalhos de Jaky publicados em 1944 e 1948:
mínimo.
Devem ser destacadas duas simplificações
k o = 1− sen φ (6) adotadas. A primeira é que são desconsiderados os
esforços nos planos paralelos ao desenho da Figura
A força de resistência ao cisalhamento por metro 2. A segunda é que é desconsiderado um esforço
ao longo de cada lateral do bloco 2 pode ser dada cisalhante entre a cunha 1 e o bloco 2.
pela integral:
3 RUPTURA GLOBAL COM REFORÇO
Hc
RL = ∫ (c + σ (z ) ⋅ tan φ )dz (7)
0 O processo execução de reforço com enfilagens
pode ser divida em três fases. A primeira fase é a
Substituindo a Equação 5 na Equação 7 e execução do arco de sustentação, são executados
integrando chega-se a: furos com inclinação pouco maior que a do
alinhamento da seção transversal do túnel,
Hc 2 utilizando uma perfuratriz. Nestes furos são
RL = c ⋅ Hc + k 0 ⋅ γ ⋅ tan φ (8) inseridos tubos metálicos, que serão ancorados no
2 solo através de calda de cimento, por um processo
parecido ao processo construtivo de tirantes em
Nas simplificações adotadas neste trabalho a solos. Os tubos metálicos contêm pequenas
força vertical total (P) atuando no bloco 1 é dada aberturas em sua geratriz espaçadas normalmente de
pela soma do peso do bloco 1 (P1) e do bloco 2 (P2) 50 cm a 1,0 m entre si e tamponadas com uma
subtraindo duas vezes a resistência lateral no bloco “camisa” de borracha, são as chamadas válvulas
2 (RL): manchetes (Figura 4a). O processo é iniciado com a
injeção de calda de cimento com fator água/cimento
da ordem de 0,6; através de uma mangueira que
P = P1 + P2 − 2 ⋅ RL (9)
preenche a bainha do furo, começando pelo final do
3
furo, através um orifício feito na ponta mais extrema Entretanto, se a soma resistência ao corte do metal
da mangueira, presa ao tubo de enfilagem (Figura das enfilagens (RE) e da resistência ao cisalhamento
4b). Após o início de pega desta calda é injetada a ao longo das duas laterais do bloco 2 (2·RL) for
alta pressão, dentro do tubo de enfilagem, uma calda superior ao peso do bloco 2 (P2) a força vertical
de cimento mais forte com fator água/cimento na total (PR) atuando no bloco 1 é tomada apenas
ordem de 0,4; fazendo abrir as válvulas manchetes, como o peso do bloco 1, de forma que:
uma por vez através de um obturador duplo
espalhando a primeira calda de cimento injetada no ((P2 − 2 ⋅ R L − RE ) ≥ 0) então
interior da massa de solo. Assim, ancorado-se o ⇒ PR = P + P − 2 ⋅ R − RE
primeiro trecho do tubo metálico e em seguida 1 2 L
desloca-se o obturador para realizar o mesmo SE (14)
processo nas outras válvulas manchetes. Para que a ((P2 − 2 ⋅ R L − RE ) < 0 ) então
“camisa” de borracha das válvulas manchetes não se
desloque são soldados aros de contenção no tubo de ⇒ PR = P1
enfilagem, confinando-a, ver Figura 4c, (Prandina,
1999; Bastos, 2011).
O fator de segurança com relação à ruptura global
com reforço (FS2A) é dado por:
PR ⋅ cos θ
c+ ⋅ tan φ
FS 2 A = L (15)
PR ⋅ sen θ
L
(a)
(b)
4
O critério adotado é que FS2A ou FS2B deve ser da cunha 1 (θ) que leva ao FS1 mínimo foi de 58º. A
maior que 1,5. Este valor de 1,5 é uma referência Figura 6 mostra o fator de segurança FS1 em função
inicial, e deve ser revisto com mais aplicações do da inclinação da base da cunha 1 (θ).
método. Dimensionada uma linha de enfilagens que Um ponto a ser destacado é que o método de
garanta este critério é necessário a verificação da Oreste (2011) forneceu um fator de segurança de
estabilidade local da cunha 1. 1,899. O fator de segurança do método de Oreste
(2011) é alto para um túnel de baixa cobertura em
4 MODELO DE RUPTURA LOCAL relação ao diâmetro construído em um solo com os
parâmetros considerados no caso estudado.
O modelo de ruptura local considera que apenas a
cunha 1 escorrega. Além da resistência ao longo do
comprimento L da cunha 1 é considerada também
uma resistência ao cisalhamento na parte superior da
cunha. Esta ultima resistência ao cisalhamento
considera que a tensão normal na parte superior da
cunha é nula, de forma que a resistência considerada
é apenas devido a coesão.
A expressão para o fator de segurança para a
ruptura local (FS3) é dada por:
c ⋅ b + c ⋅ L + PR ⋅ cos θ ⋅ tan φ
FS 3 = (17)
PR ⋅ sen θ
5
ancoragem da enfilagem define seu comprimento
total.
Deve-se destacar que o fator de segurança com
relação à ruptura global com reforço (FS2A) em
função da inclinação da base da cunha 1 (θ) passa
por um mínimo. Enquanto que o fator de segurança
de estabilidade do bloco 2 (FS2B) é uma função
estritamente crescente com o aumento da inclinação
da base da cunha 1 (θ).
(a)
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6 CONCLUSÕES E PROPOSTAS Oreste P. (2009) Face stabilisation of shallow
tunnels using fibreglass dowels. Proceedings of
O trabalho apresenta um método simplificado para ICE, Geotechnical Engineering, 162-2, 95-109.
dimensionamento de enfilagens para túneis com Oreste, P. (2011) The Stability of the excavation
relação cobertura com diâmetro baixa. O método face of shallow civil and mining tunnels. Acta
proposto distingue ruptura global e ruptura local. Os Geotechnica Slovenica, 2011/2, 57-65.
resultados apresentados mostram-se mais coerentes Prandina, J. R. R. (1999) Movimentos de solo e
com o comportamento esperado pelos autores do danos induzidos em edificações por escavações
que o método apresentado por Oreste (2011). subterrâneas. Dissertação de Mestrado,
A simplicidade da formulação permite um Departamento de Engenharia Civil e Ambiental,
contraste e a compreensão das hipóteses de métodos Universidade de Brasília, Brasília. 180p.
propostos na literatura, como os de Anagnostou e
Kovari (1994); Anagnostou e Kovari (1996); Oreste
(2009) e Oreste (2011).
A hipótese de desconsiderar os esforços nos
planos paralelos ao desenho do mecanismo de
ruptura ilustrado nas Figuras 3, 5 e 6 é uma das
grandes diferenças em relação aos métodos
apresentados na literatura.
Alguns pontos estão em aberto para pesquisas
futuras. Um primeiro ponto é que no presente
trabalho não é proposto nenhum critério para definir
o comprimento de ancoragem da enfilagem. A
formulação apresentada deve ser melhor estudada
para túneis com relação cobertura e diâmetro
maiores.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS