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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
BACHARELADO EM DIREITO
DIREITO DO TRABALHO II – GUTHEMBERG AGRA
MAGDALA BUARQUE – 20160145040

O PAPEL DO SINDICATO COM A REFORMA TRABALHISTA

A história dos sindicatos no Brasil, nasce no fim do século XIX onde desde a
constituição de 1824, existe o direito de vínculo a associação que, posteriormente,
viria a ser identificada como associação sindical.

Movimentos sociais mostram a importância de união de trabalhadores como


forma de pressão, visando garantia de direitos, bem como equilíbrio na relação
entre empregador e empregado.

Delgado traz o entendimento que ​“o sindicato consiste um associação


coletiva, de natureza privada, voltada à defesa e incremento de interesses coletivos
profissionais e materiais de trabalhadores, sejam subordinados ou autônomos, e de
empregadores”.

É importante salientar que não há definição jurídica do que é sindicato, mas


em nossa carta magna, no art. 8, encontra-se descrito o papel do sindicato, o que
permite trazer a sua caracterização, ​in verbis:

“Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o


seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de


sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao
Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do
sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores,
atendidas as condições que a lei estabelece​r.”

A CLT guarda a organização sindical em um título específico, onde neste


explana-se a tratativa de sua organização, o Reconhecimento e Investidura Sindical,
bem como a Administração do Sindicato, suas Eleições, dentre outros.

Ora, diante do exposto, sindicato então apresenta-se como entidade formada


visando promoção e defesa de direitos de determinada categoria
profissional/econômica, sem a finalidade lucrativa, dada a solidariedade de classe. A
visão do sindicato passa a ser de defesa dos direitos de seus membros,
promovendo de forma permanente os interesses da categoria, tanto na esfera
administrativa quanto na judicial​.

Hodiernamente, com a reformulação da CLT, o sindicalismo passou por


diversas mudanças, onde as principais alterações entraram em vigor em novembro
de 2017. Para além das novas demandas de cunho trabalhista, o papel político dos
sindicatos continua, para além de uma forma de comunicação. E neste contexto
uma das principais mudanças surge na forma de negociação: Com a reforma,
acordos coletivos podem prevalecer sobre a legislação, permitindo negociação
direta entre empresas e sindicatos, mesmo com condições de trabalho diferentes
das previstas em lei. E ainda que sindicatos atuem em acordos coletivos, o acordo
individual e direto entre patrão e empregado, poderá prevalecer sobre o coletivo,
como acrescenta o ​art. 611-A da CLT:

“Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de


trabalho, observados os incisos III e VI do caput do art. 8o da
Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre: I – pacto quanto à jornada de trabalho,
observados os limites constitucionais;
II – banco de horas anual;
III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta
minutos para jornadas superiores a seis horas;
IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei
no 13.189, de 19 de novembro de 2015;
V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição
pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se
enquadram como funções de confiança;
VI – regulamento empresarial;
VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho;
VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas
percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho
individual;
X – modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI – troca do dia de feriado;
XII – enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de
jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação
de perícia, afastada a licença prévia das autoridades competentes
do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade,
as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em
lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
XIII – (Revogado); XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços,
eventualmente concedidos em programas de incentivo;
XV – participação nos lucros ou resultados da empresa.
§ 1o No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de
trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3o do art.
8o desta Consolidação.
§ 2o A inexistência de expressa indicação de contrapartidas
recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não
ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio
jurídico.
§ 3o Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a
convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever
a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o
prazo de vigência do instrumento coletivo.
§ 4o Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de
convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando
houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente
anulada, sem repetição do indébito.
§ 5o Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo
coletivo de trabalho participarão, como litisconsortes necessários,
em ação coletiva que tenha como objeto a anulação de cláusulas
desses instrumentos, vedada a apreciação por ação individual.”

Uma das análises de enfraquecimento da perspectiva de sindicalização,


surge com a forma de representação do trabalhador: ​empresas com mais de 200
trabalhadores deverão ter uma Comissão de Representação dos Empregados, na
qual devem ser eleitos os representantes de acordo com a quantidade de
profissionais da empresa, não precisando estes serem sindicalizados. Ainda assim,
vale salientar que esta representação não exclui a necessidade de sindicatos de
determinada categoria trabalhista.

Dentre tantas perdas, uma das que visam enfraquecer o papel dos
sindicatos, é a da alteração da forma de contribuição sindical, disposta no Capítulo
III da lei ​13.467/17. Antes a contribuição sindical, um dos fatores de manutenção do
sindicato, era obrigatória. Hoje ela está delimitada e foi confirmada na ADI 5.794,
que declarou a constitucionalidade do fim da contribuição sindical obrigatória.

Outro fator ​é que a perspectiva da demissão coletiva, antes orientada e


muitas vezes contornada pelos sindicatos, não será mais mediada por estes,
podendo ser feita diretamente pela empresa sem a interferência sindical. Ainda que
atuante, na “nova CLT”, há a usurpação do equilíbrio de contratos de trabalho, antes
assegurados por sindicatos. Agora, com aporte legal, há o enfraquecimento de
sindicatos e claro desequilíbrio nas relações de trabalho.
Por outro lado, a reforma trabalhista faz com que os sindicatos garantam a
representatividade e legitimidade ao trabalhador. Há a inclusão de mais deveres e
responsabilidades sindicais. Onde, por sua vez, faz-se necessária uma
reestruturação, uma nova perspectiva do sindicalismo para a garantia dos direitos
dos trabalhadores.

A reforma em si, elimina a obrigatoriedade de contribuição sindical, uma das


principais fontes de receitas aos sindicatos, mas aumenta dos deveres dos
sindicatos diantes dos seus representados. E pautado no art 611-A da lei 13467/17,
cria-se a expectativa de que este dispositivo seja fomentador das negociações
coletivas, sendo fato gerador de emprego e melhoria nas condições de trabalho,
levando em consideração que os sindicatos devem estar preparados para abarcar
as demandas coletivas, oferecendo amparo de advogados, contabilistas e
especialistas da área sindical. Ainda, para além das atividades supracitadas, os
sindicatos deverão prestar serviços, conforme disposto no art 507-B:

“Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vigência


ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de
obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da
categoria.”
​Com este dispositivo, a homologação do contrato de trabalho exigirá que o
sindicato analise os pagamentos do empregador de determinada categoria, naquele
determinado período do ano. Já o art. 855-B, em seu § 2º, diz que o sindicato terá
mais um dever, prevendo que o trabalhador poderá ser assistido pelo advogado do
sindicato da sua categoria em acordo extrajudicial.

Diante do exposto, o papel dos sindicatos, apesar do enfraquecimento de sua


força, passa a ter maior importância na solução de litígios e divergências,
aumentando sua responsabilidade em conduzir, de forma eficiente, as negociações
coletivas no intuito de contribuir para o bem estar do trabalhador, através de
capacitação, recursos materiais e humanos, visando abarcar as novas
responsabilidades adquiridas com a implementação da nova CLT.

REFERENCIAS

BRASIL. ​Lei 13467 de 20117​​. disponível em: < http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstr


eam/handle/id/535468/clt_e_normas_correlatas_1ed.pdf:> Acesso em: 29/10/2018
às 21:13

DELGADO, M. G. ​Curso De Direito Do Trabalho.​​ 17. ed. LTr: São Paulo, 2017

NASCIMENTO, A. M.​ Compêndio De Direito Sindical.​​ 6. ed. LTr: São Paulo, 2008.

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