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CURSO PRF 2017 DIREITO PENAL

AULA 008
DIREITO PENAL 1
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CURSO PRF 2017 DIREITO PENAL

PROFESSOR
MÁRCIO TADEU

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AULA 08–TEORIA DO ERRO E CONCURSO DE CRIMES

A regra para esta aula é a seguinte:

ERRO DE TIPO (ESSENCIAL) - excludente de tipicidade;


ERRO DE PROIBIÇÃO – excludente de culpabilidade.

Antes de estudarmos as discriminantes Putativas (erro de tipo e erro de proibição), vamos entender concurso de
crimes para melhor compreensão do conteúdo.

8.1 – CONCURSO MATERIAL DE CRIMES

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos
ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não
suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código.
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que
forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.

O concurso material de crimes acontece quando o agente comete dois ou mais crimes mediante mais de uma ação ou
omissão. Ele pode ser tanto homogêneo, quando os crimes cometidos são idênticos (dois homicídios simples, por exemplo), ou
heterogêneo, quando os crimes são de natureza diversa (Um homicídio qualificado e lesões corporais). Esta distinção em
homogêneo e heterogêneo é apenas doutrinária, não importando na forma de aplicação da pena.
Havendo concurso material, a forma de aplicação das penas será o cúmulo material, que é aquele onde as penas dos
diversos crimes são somadas umas às outras, não havendo benefício ao agente. Desta forma, o agente que mediante duas condutas,
cometeu o crime de furto simples e recebeu pena de quatro anos de reclusão, e um homicídio qualificado, tendo recebido pena de
doze anos de reclusão, terá as penas destes crimes somadas para questões de cumprimento.
Em caso as espécies de penas não sejam iguais, cumpre-se primeiro a mais grave, assim, a reclusão deve ser cumprida
primeiro que a detenção.
Apesar dos prazos prescricionais serem considerados individualmente para cada crime, o mesmo não acontece com a
aplicação das penas restritivas de direitos, que só são permitidas, caso em um dos crimes seja permitida a concessão do sursis
(suspensão condicional da pena). Mas caso sejam aplicadas, as penas restritivas serão cumpridas simultaneamente quando
compatíveis, ou sucessivamente, quando houver incompatibilidade entre as mesmas.
Com relação à suspensão condicional do processo, a regra é que seja feito o somatório das penas, se a mínima for igual
ou inferior a um ano, esta será possível. Portanto, a aplicação não é individual.

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8.2 - CONCURSO IDEAL OU FORMAL DE CRIMES

Art. 70 1ª parte- Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos
ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até metade.
Art. 70 2ª parte- As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes
concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (chamado
de concurso material benéfico)

O concurso formal é aquele em que o agente mediante uma única ação ou omissão, comete dois ou mais crimes. Este
pode se dividir em formal próprio ou impróprio.
No próprio ou perfeito, era querido apenas um resultado, mas por erro na execução ou por acidente, dois ou mais são
atingidos. É o exemplo do assassino que atira em seu inimigo, mas por ocasião o disparo além de atingi-lo, também atinge outra
pessoa. Neste caso é utilizado o sistema da exasperação, que é quando apenas a pena de um dos crimes é aplicada se forem iguais,
ou a maior deles se diversos, sendo em qualquer dos casos elevada de um sexto até metade.
No impróprio ou imperfeito, o agente mediante uma única ação ou omissão produz mais de um resultado, tendo vontade
de produzi-los ou sendo indiferente quanto a estes, neste caso, acontece o que a doutrina chama de desígnios autônomos, que é
quando se quer todos os resultados produzidos, mesmo a título de dolo eventual. Para que não torne benéfica a prática de mais de
um crime por uma única ação, no concurso formal impróprio, é utilizado o sistema de cúmulo material das penas, o mesmo que é
utilizado no concurso material. Havendo apenas a soma das penas aplicadas aos diversos crimes.
Ainda no caso do concurso formal, quando as penas aplicadas por o sistema de exasperação superarem as que por ventura
fossem aplicadas por o sistema do cúmulo material, para que o apenado não saia prejudicado, sua pena será computada como se
desta forma fosse, este é o chamado cúmulo material benéfico. Exemplificando, caso o agente cometa um homicídio simples e
uma lesão corporal em concurso formal próprio, sua pena seria a do homicídio (por ser maior) acrescida de um terço até metade,
o que poderia, dependendo do aumento aplicado, ser maior que a do homicídio e das lesões corporais somadas. Assim caso a pena
aplicada pelo sistema da exasperação seja maior que a que fosse aplicada pelo cúmulo material, este será o aplicado.

Em termos práticos é extremamente relevante perceber a diferença existente entre a situação de concurso
formal perfeito ou imperfeito no tocante à fixação da reprimenda. No concurso formal perfeito o juiz aplica
uma só pena, se idênticas, ou a maior, quando não idênticas, aumentada de um sexto até a metade. Prevalecerá
o sistema da exasperação da pena. Já no concurso formal imperfeito as penas são somadas, apesar de ser
concurso formal as penas são aplicadas como no concurso material, sendo aplicado o sistema da
cumulatividade das penas.

O aumento de pena no concurso formal deve ser fundamentado pelo juiz, devendo, segundo a maioria dos doutrinadores,
ser aplicado levando em consideração o número de vítimas ou a quantidade de crimes praticados. Para a aplicação da suspensão
condicional do processo, é necessário que se faça primeiro o cálculo da pena com o acréscimo de um terço até metade, para só
assim fixar os novos limites mínimos.

1º Quem mata duas pessoas com duas ações terá as penas somadas em concurso material.

2º Quem quer matar uma pessoa, mas acaba atingindo outra, respondera pelo concurso formal próprio,
pois não poderemos dar a ele uma reprimenda idêntica àquele que quer matar duas pessoas.

3º Se algum “espertalhão” quiser praticar um concurso formal quando na verdade queria atingir as duas
vítimas, temos que assegurar que esse indivíduo não será beneficiado, pois na prática a sua conduta é tão abjeta
quanto daquele que executa uma pessoa por vez. Logo somaremos as penas. Este é o concurso formal
impróprio.

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Imagine que você acaba de realizar um crime X e Y com uma só ação ou omissão do qual resulte dois resultados.
Pelo primeiro crime você foi condenado a 8 anos e pelo segundo a 2 meses. Qual é o concurso pelo qual você deverá
responder? Concurso formal , material ou crime continuado? É claramente um caso de concurso formal.
Próprio ou impróprio? Bem, se o enunciado não fez referência a vontade de praticar os dois crimes, então é próprio
e isso significa que vamos aumentar a pena de 1/6 até a 1/2.
Está certo esse raciocínio? Antes de tudo de uma lida no parágrafo único do art. 70. Nele está o que a doutrina
chama de concurso material benéfico. O concurso material não beneficiará o agente. Os concursos que devem ser encarados
como benefícios são, o formal e a continuidade delitiva (crimes continuado). Enfim, todavia, sejamos técnicos, se
afirmarmos que o concurso formal deve beneficiar sempre o agente quer dizer que sua aplicação, ou seja, a soma da pena
cominada à fração de um sexto até a metade não pode superar a soma das penas que em tese é típico da aplicação do
concurso material.
Veja o caso, se aplicarmos o aumento da metade a pena maior de 8 anos, termos uma pena de 12 anos. Estamos
aplicando aqui o concurso formal, mas se somarmos as penas de 8 anos de dois meses, teremos um valor muito abaixo de
12 sendo cristalino que aqui, ao que nos parece o concurso formal alcançou efeito pior que o que poderia ser alcançado
pelo concurso material. Nada mais oportuno que aplicarmos, então, o concurso material de modo a beneficiar o agente. A
isto damos o nome de concurso material benéfico.

8.3 – CRIMES CONTINUADO OU CONTINUIDADE DELITIVA

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma
espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave
ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se
idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art.
75 deste Código.

O crime continuado ou continuação delitiva está definido no art. 71 do Código Penal, este se dá quando o agente, mediante
mais de uma ação ou omissão, em condições de tempo, lugar, e utilizando de modos de execução parecidos, comete crimes de
mesma espécie, sendo que os subsequentes devem ser havidos em continuação do primeiro. Esta forma de concurso de crimes foi
adotada por ficção jurídica, já que são vários crimes que a lei adota como crime único para questões de punibilidade.
Por crimes de mesma espécie, não há necessidade de serem idênticos, bastando que o bem jurídico atingido no seu
cometimento sejam os mesmos. Este não é um entendimento pacífico, alguma parte da doutrina entende que apenas crimes que
fazem parte de um mesmo dispositivo legal (artigo de lei) seriam da mesma espécie, como um homicídio simples e um qualificado,
por exemplo.
As condições necessárias que envolvem o tempo, o lugar, o modo de execução, assim como outras semelhantes, não
devem ser analisadas individualmente, devendo o julgador fazer uma concepção conjunta das mesmas, não sendo imprescindível
a presença de todas, sendo a conclusão obtida a partir de cada caso concreto.
Com relação a forma de cálculo das penas, o sistema utilizado é o da exasperação, só que com um maior aumento que no
concurso formal próprio, podendo variar de um terço a dois terços.
Existe também a figura do crime continuado específico, que está contida no parágrafo único do art. 71 do Código Penal,
em que a pena pode ser aumentada até o triplo. Para que se configure esta figura específica, é necessária a multiplicidade de
vítimas, a conduta dolosa em todos os casos, e a utilização de violência ou grave ameaça contra a pessoa.
O percentual de aumento em ambos os casos deve ser baseado no número de crimes ou de vítimas. E, da mesma forma
que no concurso formal próprio, as penas aplicadas pelo sistema da exasperação não podem superar as que seriam aplicadas pelo
cúmulo material, portanto, caso seja ultrapassado o limite, será aplicado o cúmulo material benéfico.
Exemplo de crime continuado o padrasto que estupra a enteada por anos, o assaltante que rouba celulares de cinco vítimas
em menos de uma hora.

MULTAS NO CONCURSO DE CRIMES


Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente (geralmente os
termos distinta e integralmente são substituídos nas provas, portanto cuidado).

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DIFERENÇA ENTRE CRIME CONTINUADO E CONCURSO MATERIAL

TJ-MG - Apelação Criminal APR 10083130008788001 MG (TJ-MG)


Data de publicação: 09/05/2014
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - SENTENÇA QUE RECONHECE A CONTINUIDADE DELITIVA ENTRE
VÁRIOS CRIMES DE FURTOS - RECURSO MINISTERIAL
- APLICAÇÃO DA REGRA DO CRIME CONTINUADO E DOCONCURSO MATERIAL DE CRIMES.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Conforme entendimento sedimentado no Superior Tribunal de
Justiça, para o reconhecimento do crime continuado, necessário que o lapso temporal entre os delitos seja inferior
a 30 dias. 2. Na hipótese, os delitos foram perpetrados em 20/07/2012, 20/10/2012, 22/10/2012, 28/12/2012,
28/12/2012, 30/03/2013 e 31/05/2013. Portanto, constata-se a inexistência do requisito objetivo temporal entre a
primeira ação perpetrada pelo apelante Cléberson e a última, porquanto praticadas em intervalo de tempo superior a
30 dias. Dessa forma é inviável o reconhecimento do crime continuado entre todas as ações, conforme procedeu o
ilustre Juiz sentenciante, mas é possível seja reconhecido o concurso material entre elas posteriormente. 3. Em
outras palavras, atendidos os requisitos legais, entendo possível o reconhecimento da continuidade delitiva em
relação às ações praticadas por Cléberson em 20/10/2012 e 22/10/2012, bem como também entre os dois furtos por
ele praticados em 28/12/2012.

A diferença reside no lapso temporal entre as condutas :


 Se maior de 30 dias caracteriza Concurso Material de Crimes.
 Se menor de 30 dias é Crime Continuado.

CRIME PERMANENTE - É aquele cujo momento da consumação se prolonga no tempo por vontade do
agente, como acontece no crime de sequestro, previsto no artigo 148 do Código Penal, que se consuma com a
retirada da liberdade da vítima, mas o delito continua consumando-se enquanto a vítima permanecer em poder do
agente (exemplo, cárcere privado).

8.4 - DISCRIMINANTES PUTATIVAS

a) O que é uma descriminante putativa?


A descriminante é uma causa que exclui ou a ilicitude ou a culpabilidade. O termo putativo restas ser esclarecido
e significa “imaginado”. É quando imaginamos que ocorre algo que na verdade não está ocorrendo ou interpretamos mal a lei a
ponto de achar que diante do fato que praticamos estamos sendo abrangidos por alguma descriminante.

b) Quais as espécies de descriminantes putativas?


Existem duas espécies:
 As descriminantes putativas por erro de tipo: Para explicar essa descriminante pensemos no que diz o Código
Penal sobre a legítima defesa.

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Após lermos o dispositivo, é fácil perceber que precisamos estar em legítima defesa para sermos abrangidas e beneficiados
por essa causa excludente de ilicitude. Todavia, o legislador sabe o quanto somos falhos e o quando o homem em sociedade pode
sofrer equívocos e como o Direito Penal almeja imputar responsabilidade ou afasta-la dentro de certa justeza e proporcionalidade,
o legislador imaginou três tipos de questão:
1ª questão: Manuel quer atirar em Ricardo e este diante do claro risco de morte, consegue enfiar uma faca no peito de
Manuel que vem a morrer.

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Conclusão para este caso: Oras, o legislador simplesmente pensou que aqueles que sofrem um risco tem o direito de
salvaguardar-se, o mesmo ocorrendo com aquele que bate brutalmente na cabeça de um ofensor que tenta roubar-lhe os pertences.
Nos dois casos, temos que beneficiar os agentes causadores do resultado, pois, o seu fato apesar de típico, não pode ser ilícito,
eram vítimas que se defendiam ou defendiam o próprio patrimônio.

2ª questão: Manuel quer atirar em Ricardo, mas desiste e no momento que vira as costas Ricardo com raiva da situação
e receio de que se repita, o mata.
Conclusão: Neste caso o legislador percebeu uma diferença cristalina entre aquele que tenta defender-se, ou age em
defesa do próprio patrimônio, ou ainda age em defesa de terceiro, daquele que sem correr qualquer risco iminente age e ofende a
integridade, ou a vida alheia, vejamos que Ricardo deixa de ser vítima que reage para ser um autor que ofende claramente não
podendo o Direito Penal ser refúgio de condutas abjetas.
3ªquestão: Manuel não quer atirar em Ricardo, mas odeia. Ricardo sabe a razão de Manuel o odiar, enfim, casou-se com
a ex namorada do mesmo. Em um dia caminhando por local ermo se depara com Manoel que passa por ele em caminho inverso,
todavia, percebe segundo depois uma mudança na rota de Manuel que começa a segui-lo. Na medida em que Ricardo acelera o
passo, Manuel faz o mesmo. Ao final é alcançado, se vira e percebe que Manuel está com as mãos para trás, momento em que ao
analisar o movimento abrupto de Manuel, saca uma arma e da cabo da vida daquele que o considerava um inimigo. Enfim Manuel
morre. Já no chão Ricardo o olha em suas mãos e vê uma carta envolta por um envelope com o título “me desculpe”.
Conclusão: Perceba que o legislador aqui foi preciso em conceber a nossa realidade como suscetível de impressões
desajustadas, pois, existem determinados receios e medos que apesar de não serem concretos, por ser justificados, ou no mínimo
compreendidos e neste caso o agente deve ser beneficiado, pois não atirou por atirar, atirou por correr um risco presumido mas
que diante do fato narrado é justificável. A isso o legislador deu o nome de descriminante putativa por erro de tipo.
Por que por erro de tipo? Pela simples razão e que ele imagina que o fato exige que se defenda, é um erro obre fato que é
um pressuposto para a ocorrência das excludentes. Em síntese o agente não sabe o que esta fazendo, pois se eu em atiro em alguém
que esta desarmado, pensando-o como meu algoz e de fato ele nada carrega, então eu não sei que estou atirando em alguém que
não quer me fazer mal algum, eu apenas imagino que estou atirando em um celerado que quer me fazer mal.
 As descriminantes putativas por erro de proibição: Aqui temos inicialmente o mesmo raciocínio. Mas, agora, o
indivíduo que imagina estar correndo algum risco, não imagina que o fato é concreto, quando não o é. De fato a situação ensejadora
de uma eventual descriminante ocorreu, mas o agente tem uma falsa percepção dos limites da causa de justificação. Sejamos mais
claros. Aqui o agente sabe exatamente o que faz. Por exemplo: “Quando um oficial de justiça vai fazer uma penhora e o executado
imagina que é uma penhora injusta, indiferente a decisão judicial reagindo por se imaginar em legitima defesa. Este erro não surge
por imaginar fato que não ocorre (descriminante putativa por erro de tipo), mas por saber que um fato concreto é ocorrente, mas
que a qualidade de tal fato (a penhora) pode ser mitigada pois tem a seu favor a legitima defesa diante de injusta agressão, ou seja,
a agressão existe, mas é justa apesar do agente imaginá-la justa.

Erro sobre elementos do tipo


Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.

Descriminantes putativas .
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que,
se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo.

Erro determinado por terceiro .


§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

Erro sobre a pessoa .


§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

Erro sobre a ilicitude do fato


Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena;
se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do
fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

O erro se refere a uma ignorância, o erro de tipo se refere a uma ignorância sobre um fato, ou seja, o agente não sabe
o que faz, praticando um fato por não captar corretamente o evento ao seu redor.

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Exemplo muito usual é o que alguém vai até um estacionamento de um grande hipermercado buscar o próprio carro, o
abre, dirige-o para fora do estacionamento e posteriormente é parado pela polícia que afirma que o veículo em questão foi furtado.
Oras, temos que nos perguntar. O motorista não achava que dirigia o próprio carro? Se o agente queria pegar o próprio carro, então
ele não subtraiu coisa alheia móvel, certo? Há possibilidade do agente justificar tal fato?
Um dos efeitos de sermos seguidores do chamados finalismo é que a responsabilidade do agente apenas surge de acordo
com a sua intenção, portanto, como já sabido temos sempre que questionar: Qual a finalidade do agente? A partir da resposta
vamos saber se o mesmo pode ou não ser responsabilizado e pelo o que.

Há possibilidade do agente ser responsabilizado?

Gostaria que você se colocasse no lugar desse agente e ponderasse sobre se diante das mesmas condições (encontrar carro,
do mesmo modelo, marca, cor e ano) você faria o mesmo. Se a sua resposta foi positiva quer dizer que é possível você afirmar que
qualquer pessoa nas mesmas condições incorreria em erro e portanto é justificável tal fato. Sendo justificável o legislador escolheu
afastar nesses casos o dolo e a culpa, elementos sem os quais não existe uma conduta que possa sofrer reprimenda penal pois seu
consequente é a exclusão do fato típico.
O erro de tipo incide sobre dados da realidade que constam como elementares do tipo penal (por exemplo: no furto há
referência a “coisa alheia” enquanto de fato a pessoa pegou coisa que achava ser “coisa própria”) sendo classificado neste ponto
como erro de tipo essencial.

8.4.1 - ERRO DE TIPO ESSENCIAL

Se eu te perguntasse uma característica sua sem a qual você deixa de existir o que me responderia? Se você questionar
alguém profundamente religioso, talvez ele diria que sem a alma ele deixa de existir total ou parcialmente. É isto que ocorre em
relação ao erro de tipo essencial, pois a essência do crime são aquelas estruturas (elementares) que estão expressas nos artigos
descritos no Código Penal.
Por exemplo: no homicídio temos o “matar alguém”, logo a essência do artigo 121 é que se mate alguém, se retirarmos
o substantivo alguém do art. 121 estaremos amputando do tipo penal um dado que a ele é essencial e sem o qual não existira. É o
caso do exemplo citado acima, o agente não “subtraia coisa alheia móvel”, sem o termo “alheio” não temos um dado que é
essencial para que o art. 155 exista. Outro exemplo é o homem que vai caçar em local distante e se depara com uma moita que é
movimentada abruptamente, ao imaginar que se tratava de animal bravio atira, constatando posteriormente que se tratava de um
homem.
O agente mata alguém, mas imagina se tratar de animal. Ele erra em relação a um dado essencial do tipo, “alguém”, sem
o qual o tipo penal não poderia existir.
Conclusão, temos um erro de tipo essencial que quando justificável afasta dolo e culpa (excluindo o fato típico), e quando
não podemos justificá-lo afasta apenas o dolo admitindo responsabilidade por crime culposo se o tipo penal permitir.

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8.4.2 - ERRO DE TIPO ACIDENTAL

São espécies de erro acidental:

a) erro sobre o objeto - ERROR IN OBJETO;


b) erro sobre a pessoa - ERROR IN PERSONA;
c) erro na execução – ABERRATIO ICTUS;
d) resultado diverso de pretendido – ABERRATIO CRIMINIS

Outra modalidade de erro é o erro de tipo acidental, que não atua retirando do tipo penal algo sem o qual ele não existiria,
mas apenas, amputa do mesmo um dado que não é essencial. Para exemplificarmos basta pensarmos naquilo que chamamos de
aberratio ictus, ou erro na execução, é o caso de você querer matar o seu pai com um tiro, mas você é péssimo de pontaria e
erra atingindo a pessoa ao lado de seu pai. Você será responsabilizado?
Bem, o erro de tipo sempre exclui o dolo SE FOR ESSENCIAL, e neste caso ele é acidental, então você será certamente
responsabilizado, pois você matou alguém. Perceba que não a erro sobre uma elementar do tipo, ou seja, um dado essencial inserto
no caput, você sabe exatamente o que estava fazendo, neste caso o agente responde como se tivesse atingido a pessoa que pretendia
(o pai), ou seja, você responde por homicídio com aumento de pena. Simplesmente quando o erro de tipo é acidental o agente
sempre continuará ser responsável, não excluindo dolo e nem sequer a culpa.

Erro sobre a pessoa: João quer matar o próprio pai, mas, confunde-o com outra pessoa, neste caso, um erro desses não
beneficia de modo algum o agente, pois a confusão quanto ao objeto material (o objeto sobre o qual recai a conduta do agente-
confunde o pai com outra pessoa) não interfere na essência do crime, por isso este erro difere do erro de tipo essencial.
Erro sobre o objeto: Leles quer roubar um relógio por imaginar se tratar de relógio de ouro. Assim o faz, um dia depois
descobre que o relógio era de plástico e apenas foleado a ouro. Mais, uma vez a confusão sobre o objeto material (o relógio) não
interfere na essência do crime, portanto, não há benefício para o agente.
Aberratio ictus: Paulo Ventura aponta uma arma para seu inimigo e efetua o disparo letal contra Anderson Brasil, mas
por má pontaria alveja terceiro, Jerferson, que vem a morrer. Paulo Ventura responderá por crime de homicídio doloso consumado,
levando-se em conta, para efeito de aplicação da pena, as circunstâncias e condições pessoais da vítima visada, ou seja, responde
como se tivesse atingido Anderson Brasil.
De acordo com o art. 73 do CP há duas espécies de Aberratio ictus: a) com unidade simples ou resultado único (primeira
parte), e b) com unidade complexa ou resultado duplo (segunda parte).

Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a
pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa
que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

O erro na execução com resultado único se produz quando o desvio no golpe faz com que a conduta atinja outra pessoa,
diversa da pretendida, a qual não sofre qualquer lesão (o exemplo acima formulada trata dessa hipótese). Dar-se-á, no entanto,
a aberratio com resultado duplo se o agente atingir a vítima pretendida e o terceiro, por acidente ou erro na execução. Vejamos o
exemplo proporcionado por Estefam:
Uma pessoa envia “carta com pó letal, se, ao abri-la, o destinatário (A) estivesse ocasionalmente acompanhado de
alguém (B), que, junto com ele, respirasse-o, provocando a morte de ambos, teríamos uma situação em que o homicida pretendia
matar A, mas produziu o óbito de A e B (este, por acidente).
De acordo com o art. 73, parte final, do CP, o sujeito responderá pelas duas mortes, em concurso formal (ou ideal) de
crimes (CP, art. 70). Vale dizer, atribuir-se-ão a ele os crimes de homicídio doloso (com relação a A) e homicídio culposo (no
tocante a B), cometidos em concurso formal.
É importante registrar que a imputação da morte de B, no exemplo formulado, pressupõe seja previsível que ele pudesse
se fazer acompanhar de alguém no momento da abertura da correspondência. Se, por qualquer razão, demonstrar-se que era
imprevisível (para uma pessoa de mediana prudência e discernimento) o fato de que A poderia estar acompanhado no exato
momento da abertura da carta, o homicida somente responde pela morte deste (ex.: A mora sozinho, não tem empregado e quase
nunca recebe visitas, o que fez o agente supor que estaria só ao receber a missiva); caso contrário, ser-lhe-ia imputada uma morte

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sem dolo ou culpa (ou seja, haveria um caso de responsabilidade penal objetiva, o que é inadmissível à luz do princípio da
culpabilidade).”
Analise as situações de possível ocorrência quando o assunto é Aberratio ictus com resultado duplo; confiram--se:
Imaginemos que uma pessoa saque arma de fogo e, com intenção letal, dispare contra seu desafeto (X), atingindo-o e
também a um terceiro (Y):

 Ocorrendo a morte de ambos, haverá dois crimes, um homicídio doloso consumado (X) e outro
culposo (Y), em concurso formal.
 Resultando somente lesões corporais em ambos, haverá uma tentativa de homicídio (X), em
concurso formal com lesões corporais culposas (Y).
 Dando--se a morte de X e lesões corporais em Y, ter-se-ão um homicídio doloso consumado e
lesões corporais culposas, em concurso ideal (ou formal).
 Verificando--se lesões corporais em X e a morte de Y, imputar--se--á ao atirador um homicídio
doloso consumado (Y), em concurso ideal (ou formal) com uma tentativa de homicídio (X).

Aberratio criminis: Reinaldo quer quebrar o vidro da janela de um vizinho, seu desafeto, contudo, erra o alvo e atinge
o vizinho que passava pelo local. Neste caso de acordo com o artigo 74 primeira parte do Código Penal, o agente responde pelo
resultado produzido, ou seja, pela lesão e como não tinha queria causa-la respondera na forma culposa. (Nesta parte, muito cuidado,
o tipo penal sempre deverá ser verificado para constatação de admissão de forma culposa, caso não admita, não haverá
responsabilidade penal).

Resultado diverso do pretendido


Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre
também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

Concurso Formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão
é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.

Assim como o aberratio ictus, o aberratio criminis existe com o resultado único (descrito acima), como também resultado
duplo. Neste último imagine que o autor acerte o vidro da casa do vizinho, mas que também acerte o vizinho dentro da casa, nesse
caso aplica-se o concurso formal, respondendo pelo dano doloso e por lesão corporal culposa em concurso de agentes.

Aberratio Causae: André que matar o amigo pois este lhe deve dinheiro. O chama para conversar um pouco e ambos
caminham em direção a uma ponte. De lá André empurra o amigo esperando que o mesmo morra afogado, mas, na queda a vítima
bate a cabeça em uma pedra e vem a falecer por traumatismo craniano e não por afogamento. Por se tratar de um erro acidental o
agente responderá pelo crime, muito embora a cadeia causal resulte de morte pretendida por via diversa (o autor queria morte por
afogamento e por um desvio causal não esperado a vítima morre por traumatismo). Note que apesar da causalidade pretendida não
ter sido configurada quem desencadeou o fato foi André que respondera pelo homicídio doloso consumado. Mas, perguntemos,
respondera pela qualificadora asfixia pretendida por meio do afogamento? Claro que não, pois apensar de pretender atingir tal
resultado, na realidade a morte originou-se do traumatismo.

Erro De Proibição

O erro de proibição não é um erro sobre dado essencial, ou acidental do tipo penal, mas um erro que
atinge a compreensão sobre a ilicitude de uma conduta, ou seja, diferente do erro de tipo o agente sabe o que faz,
mas não sabe que o que faz é proibido.

Exemplo: Mylena, doméstica e dedicada ao pai que tem uma doença degenerativa, extremamente comovida com pai em
situação clinica irremediável, vê seu ente querido pedindo para morrer. Ocorre que Mylena se depara com uma notícia no jornal
dizendo que a eutanásia havia sido liberada o que a faz agir de conformidade com o que acredita ser legal. Posteriormente o jornal
se retrata e disse tratar-se de equívoco, mas, Mylena já havia agido.

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Qual a consequência para Mylena?

Enfim, se o seu erro era justificável, ou seja, qualquer pessoa com as mesmas características socioculturais incorreria no
mesmo erro, ela será isenta de pena, do contrário, se injustificável sua pena será diminuída de 1/6 a 1/3. Diferente do erro de tipo,
o erro de proibição recai sobre a culpabilidade.

01 – (MPE-MG/2017) - Sobre causas de exclusão de ilicitude, de isenção de pena e sobre o erro, assinale a alternativa
CORRETA:
a)Que o direito penal reconhece a legítima defesa sucessiva e também a recíproca.
b) Que a coação física irresistível é causa de isenção de pena.
c) Que o erro, quanto aos pressupostos fáticos, se vencível, permite o tratamento do crime como culposo.
d) Que é condição para o reconhecimento da legítima defesa que ao agente não seja possível furtar-se à agressão ao seu direito.

02 – (FGV/OAB/2016) - Wellington pretendia matar Ronaldo, camisa 10 e melhor jogador de futebol do time Bola Cheia,
seu adversário no campeonato do bairro. No dia de um jogo do Bola Cheia, Wellington vê, de costas, um jogador com a
camisa 10 do time rival. Acreditando ser Ronaldo, efetua diversos disparos de arma de fogo, mas, na verdade, aquele que
vestia a camisa 10 era Rodrigo, adolescente que substituiria Ronaldo naquele jogo. Em virtude dos disparos, Rodrigo
faleceu. Considerando a situação narrada, assinale a opção que indica o crime cometido por Wellington.
a)Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro na execução.
b) Homicídio consumado, considerando-se as características de Rodrigo.
c) Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro sobre a pessoa.
d) Tentativa de homicídio contra Ronaldo e homicídio culposo contra Rodrigo.

03 – (VUNESP/TJ-PA/JUIZ/2017) - “ X” , policial militar, reside com sua família em local extremamente violento. De
madrugada, é acordado por alguém tentando arrombar a porta de sua casa. Assustado, pede para sua mulher, igualmente
em pânico, que não saia do quarto, e caminha para a entrada da casa onde grita insistentemente para que o suposto ladrão
vá embora, avisando-o de que, caso contrário, irá atirar. A advertência é em vão, e a porta se abre aos olhos de “ X” que,
após efetuar o primeiro disparo, percebe que acertou “ Z” , seu filho, que, embriagado, arrombou a porta. Na hipótese
apresentada, vindo “ Z” a falecer em razão dos disparos, “ X”
a) será isento de pena, pois agiu em erro de tipo invencível.
b) praticou o crime de homicídio doloso consumado.
c) será isento de pena, pois agiu em erro de tipo causado por outrem.
d) praticou o crime de homicídio culposo consumado.
e) praticou o crime de homicídio culposo tentado.

04 - Assinale a alternativa correta sobre aberratio ictus, que ocorre quando o agente, por acidente ou erro no uso dos
meios de execução, em vez de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa.
A)O agente responde como se tivesse praticado o crime contra a pessoa que pretendia ofender.
B) Não é possível ocorrer a aberratio ictus numa causa justificativa.
C) No caso de ser também ofendida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do concurso material.
D) As expressões aberratio ictus e aberratio criminis são sinônimas.

05 - Aberratio ictus e aberratio criminis são


A) expressões diversas utilizadas para se referir ao mesmo instituto.
B) institutos diferentes e há aberratio criminis quando o agente, em vez de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa
diversa.

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C) institutos diferentes e há aberratio ictus quando, por erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido.
D) institutos diferentes e há aberratio criminis quando, por erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido.

06 - Se o agente atua por erro plenamente justificável pelas circunstâncias e supõe que se encontra em situação de perigo,
haverá
(A) estado de necessidade putativo.
(B) estado de necessidade real.
(C) legítima defesa putativa.
(D) legítima defesa real.

07 - Jaime, brasileiro, passou a morar em um país estrangeiro no ano de 1999. Assim como seu falecido pai, Jaime tinha
por hábito sempre levar consigo acessórios de arma de fogo, o que não era proibido, levando-se em conta a legislação
vigente à época, a saber, a Lei n. 9.437/97. Tal hábito foi mantido no país estrangeiro que, em sua legislação, não vedava a
conduta. Todavia, em 2012, Jaime resolve vir de férias ao Brasil. Além de matar as saudades dos familiares, Jaime também
queria apresentar o país aos seus dois filhos, ambos nascidos no estrangeiro. Ocorre que, dois dias após sua chegada, Jaime
foi preso em flagrante por portar ilegalmente acessório de arma de fogo, conduta descrita no Art. 14 da Lei n. 10.826/2003,
verbis: “Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
Nesse sentido, podemos afirmar que Jaime agiu em hipótese de
A) erro de proibição direto.
B) erro de tipo essencial.
C) erro de tipo acidental.
D) erro sobre as descriminantes putativas.

08- (TJ-MT/2014) - Em matéria de erro jurídico-penal, é correto dizer que o erro de tipo essencial
A) sempre exclui o dolo.
B) sempre exclui o dolo e a culpa.
C) sempre exclui a culpabilidade.
D) atenua a culpabilidade.
E) exclui a culpabilidade, desde que pressentes certos requisitos.

09 –(FCC/DPE-AM/2015) - Em matéria de erro jurídico-penal, é correto dizer que o erro de proibição inevitável :
A) sempre exclui o dolo.
B) sempre exclui o dolo e a culpa.
C) sempre exclui a culpabilidade.
D) atenua a culpabilidade.
E) exclui a culpabilidade, desde que pressentes certos requisitos.

10 - (TJ-PR/2014) - Quanto à isenção de pena, assinale a alternativa incorreta:


A) É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a
ação legítima.
B) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
C) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um a dois terços.
D) O desconhecimento da lei é inescusável.

11- (FGV/OAB/2014) - Eslow, holandês e usuário de maconha, que nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao
Brasil para a Copa do Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensão, fumar um cigarro de maconha nas
arquibancadas do estádio. Imediatamente, os policiais militares de plantão o prenderam e o conduziram à Delegacia de Polícia.
Diante do Delegado de Polícia, Eslow, completamente assustado, afirma que não sabia que no Brasil a utilização de pequena
quantidade de maconha era proibida, pois, no seu país, é um habito assistir a jogos de futebol fumando maconha.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a principal tese defensiva.
a) Eslow está em erro de tipo essencial escusável, razão pela qual deve ser absolvido.
b) Eslow está em erro de proibição direto inevitável, razão pela qual deve ser isento de pena.
c) Eslow está em erro de tipo permissivo escusável, razão pela qual deve ser punido pelo crime culposo.
d) Eslow está em erro de proibição, que importa em crime impossível, razão pela qual deve ser absolvido.

12 – (PMMG/2013) - Um cidadão A adquire uma residência situada ao lado de uma rede de esgoto, sendo invadida,
diariamente, no período noturno, pela fresta inferior da porta de sua cozinha, por ratos e camundongos. O sujeito se arma
com um pedaço de madeira e, nos dias que se seguem, sempre por volta das 22h, com as luzes apagadas, obtém sucessivos
êxitos na captura e morte desses roedores. Certo dia, na mesma hora de sempre, um vizinho do cidadão A, no intuito de

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depositar um convite de casamento nessa residência, passa sua mão direita por baixo da porta, a fim de depositar o
envelope, momento em que recebe uma paulada no dorso do membro, provocando lesão corporal grave. Com o impacto, o
vizinho bem intencionado deu um grito, causando uma reação de espanto no cidadão A, que ato contínuo, ascendeu as
luzes da casa e abriu a porta, constatando que havia confundido a mão do infrator com um roedor. A polícia foi chamada,
sendo o fato esclarecido e encerrado na delegacia. O Delegado que recebeu a ocorrência, liberou todos, haja vista ter sido
evidenciado que o proprietário da residência, cidadão A, agiu amparado pela excludente de:
a) erro de tipo.
b) erro de proibição.
c) exercício regular do direito.
d) legítima defesa.

13 – ( ) - (MPE-SC - 2016 - MPE-SC - Promotor de Justiça) - O erro sobre elementos constitutivos do tipo penal, essencial
ou acidental, em todas as suas formas, exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

14 (NUCEPE/SEJUS-PI/2017) - Em relação ao direito penal, quanto ao erro, marque a alternativa CORRETA.


a) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime não exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se
previsto em lei.
b) É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a
ação legítima. Há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
c) Não responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
d) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado isenta de pena.
e) O desconhecimento da lei é inescusável.

15 – (MPE-PR/PROMOTOR/2016) - Mévio, lenhador, está trabalhando já há mais de 12 horas cortando árvores com
seu afiado machado. Quando passa para a árvore seguinte, sofrendo uma ilusão de ótica pelo seu cansaço, confunde
as pernas de seu amigo Lupércio com o tronco de uma árvore, desferindo contra ele vigoroso golpe de machado,
lesionando-o. Neste caso, pode-se dizer que Mévio agiu:
a) Em estado de erro de proibição psiquicamente condicionado;
b) Em estado de erro de tipo psiquicamente condicionado;
c) Em estado de erro de proibição indireto;
d) Em estado de erro de tipo permissivo;
e) Com dolo eventual.

16 – ( ) - ( MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) - O erro sobre elementos constitutivos do tipo penal, essencial ou


acidental, em todas as suas formas, exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
17 – (FAURGS/TJ-RS/ACESSOR JUDICIÁRIO) - Considere as afirmações abaixo sobre a teoria do delito.
I-A coação irresistível, desde que física, exclui o fato típico em relação ao coagido.
II - O erro de tipo inevitável sobre os elementos objetivos do homicídio (art. 121, CP) e o erro de tipo evitável sobre
elementos objetivos do crime de aborto provocado pela gestante (art. 124, CP) afastam a possibilidade de
responsabilização criminal de seus autores.
III - O erro relativo à pessoa, sendo acidental, não isenta de pena, não se considerando na apreciação do fato concreto
as condições da vítima que o agente pretendia atingir, mas sim as condições daquela efetivamente atingida.
Quais estão corretas?
A)Apenas I.
b)Apenas II.
c)Apenas III.
d)Apenas I e II.
e)I, II e III.

18 – (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO/2016) - Assinale a alternativa que contém a assertiva correta no que diz
respeito aos dispositivos relativos ao erro previstos no Código Penal.
a) Magnus, policial, adultera, sem autorização legal, sinal identificador de um veículo automotor a fim de que seja utilizado em
investigação criminal, pois imagina, por erro evitável, que nesta hipótese sua conduta seria lícita. Na responsabilização penal
pelo crime de “adulteração de sinal identificador de veículo automotor", Magnus deverá ser punido na modalidade culposa do
delito.
b) Ticius imputa um fato definido como crime a Manassés que imaginava ser verdadeiro quando, na verdade, era falso, tendo o
erro de Ticius decorrido de sua negligência. Neste caso, ao ser responsabilizado pelo crime de calúnia, Ticius deverá ter sua pena
diminuída de um sexto a um terço.

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c) Ticius imputa um fato definido como crime a Manassés que imaginava ser verdadeiro quando, na verdade, era falso, tendo o
erro de Ticius decorrido de sua negligência. Neste caso, Ticius deverá ser responsabilizado pelo crime de calúnia na modalidade
culposa.
d) Augustus, agride e provoca lesão corporal em Cassius, pois este segurava o pescoço de Maximus. Imaginava Augustus estar
protegendo Maximus mas, por erro decorrente de sua imprudência, não percebeu que tudo se tratava de uma brincadeira. Neste
caso, na responsabilização penal pelo crime de lesão corporal, Augustus deverá ter sua pena diminuída de um sexto a um terço.
e) Magnus, policial, adultera, sem autorização legal, sinal identificador de um veículo automotor a fim de que seja utilizado em
investigação criminal, pois imagina, por erro evitável, que nesta hipótese sua conduta seria lícita. Na responsabilização penal
pelo crime de “adulteração de sinal identificador de veículo automotor", Magnus deverá ter sua pena diminuída de um sexto a
um terço.

19 – (INSTITUTO CIDADES/PREFEITURA DE ITAUÇU-GO/PROCURADOR DO MUNICIPIO/2015) - João, caçador,


encontrava-se à noite em uma selva muito densa quando, de repente, avista um vulto vindo em sua direção,
prontamente dispara sua espingarda em direção ao que na sua suposição seria um animal feroz, atingindo a sua
mira. Todavia, ao verificar que animal teria atingido, constata que, na verdade, se tratava de um caçador que
passava pelo local, tendo-lhe lesionado. A conduta do caçador configura:
a) Erro de tipo essencial escusável, respondendo o caçador pelo delito de lesão corporal culposa.
b) Erro sobre a pessoa, não isentando o caçador de pena.
c) Erro de tipo essencial escusável, que exclui o dolo e a culpa, não respondendo o caçador pelo delito de lesão corporal.
d) Aberractio ictus.
20 – (FCC/TJ-SE/JUIZ SUBSTITUTO/2015) - A, cidadão americano, vem para o Brasil em férias, trazendo alguns
cigarros de maconha. Está ciente que mesmo em seu país o consumo da substância não é amplamente permitido,
mas, como possui câncer em fase avançada, possui receita médica emitida por especialista americano para utilizar
substâncias que possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, é detido pelo crime de tráfico de
drogas. Nesta situação, é possível alegar que A encontrava-se em situação de erro de:
a) tipo.
b) tipo permissivo.
c) proibição direto.
d) proibição indireto.
e) tipo indireto.

21 – (FCC/TRT 9º REGIÃO (PR)/TÉCNICO JUDICIARIO/2015) - Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filho que
acabou de cair da bicicleta, aplica sobre o ferimento da criança ácido corrosivo, pensando tratar-se de uma pomada
cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A situação descrita retrata hipótese tratada no Código Penal como:
a) erro de proibição.
b) erro na execução.
c) estado de necessidade.
d) exercício regular de direito.
e) erro de tipo.

22 – (IBFI/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR/2017) - Considere as regras básicas aplicáveis ao Direito Penal e ao Direito Processual
Penal para assinalar a alternativa correta sobre a figura legal ligada à noção de que quem, de qualquer modo, concorre
para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
a) Concurso de crimes
b) Concurso de pessoas
c) Crime continuado
d) Crime formal
e) Crime consumado

23 – (NUCEPE/SEJUS-PI/AGENTE PENITENCIÁRIO/2017) - Marque a alternativa CORRETA em relação ao concurso de


crimes.
a)Ocorre o concurso material, quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido.
b)Há concurso formal, quando o agente, mediante duas ou mais ações, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-
lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) até
1/2 (metade).
c)Há crime continuado quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e,
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como

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continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em
qualquer caso, de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços).
d) No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.
e)Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender,
atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra esta.

24 – (MPE-PR/PROMOTOR/2016) - Segundo este sistema, “a pena aplicável não deve ser a soma das penas cominadas
para cada um dos crimes considerados em concurso, mas deve sim corresponder à gravidade dos delitos envolvidos”. Esse
sistema é o:
a) Sistema da absorção;
b) Sistema da exasperação;
c) Sistema do cúmulo material;
d) Sistema do cúmulo jurídico;
e) Sistema do cúmulo jurídico-material.

25 – (MPE-GO/PROMOTOR/2016) - Quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de comportamentos, pratica


dois ou mais delitos, surge o concurso de crimes. Sobre o tema, marque a alternativa correta:
a) Quando a unidade de comportamento corresponder à unidade interna da vontade do agente, isto é, o agente querer realizar
apenas um crime e obter um único resultado danoso, fala-se em concurso formal perfeito.
b) Quando o agente mediante unidade ou pluralidade de comportamentos, pratica dois ou mais delitos, surge o concurso formal
impróprio, adotando-se o sistema da exasperação.
c) Ocorre o crime continuado quando o agente, mediante mais de uma conduta (ação ou omissão), pratica dois ou mais crimes da
mesma espécie, devendo os subsequentes, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, ser
havidos como continuação do primeiro, tendo o nosso CP adotado a teoria objetivo-subjetiva no que tange à sua caracterização.
d) O concurso material benéfico, que determina a aplicação do cúmulo material caso a aplicação da exasperação seja mais
gravosa ao condenado, só tem aplicação na hipótese do concurso formal.

26 – (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ) - José adentra a um bar e pratica roubo contra dez pessoas que ali estavam presentes em dois
grupos distintos de amigos, subtraindo para si objetos de valor a elas pertencentes. Nesta hipótese, segundo a jurisprudência
dominante mais recente do Superior Tribunal de Justiça, José praticou
a) os crimes (dez crimes de roubo) em concurso material.
b) um único crime de roubo.
c) os crimes (dez crimes de roubo) em concurso formal.
d) os crimes (dez crimes de roubo) em continuidade delitiva.
e) dois crimes de roubo em concurso material.

27 – ( ) - (CESPE/TRE-PI/2016/ADAPTADA) - Não se admite a suspensão condicional do processo se a soma da pena


mínima com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.

28 – ( ) - (CESPE/TRE-PI/2016/ADAPTADA) - Não se aplica a continuidade delitiva quando os delitos atingirem bens


jurídicos personalíssimos de pessoas diversas, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal.

29 – ( ) - (CESPE/TRE-PI/2016/ADAPTADA) - O Supremo Tribunal Federal admite a continuidade delitiva entre os crimes


de furto e roubo.

30 – ( ) - (CESPE/TRE-PI/2016/ADAPTADA) - Configura-se concurso material a ação única lesiva ao patrimônio de


diversas pessoas.

31– ( ) - (CESPE/TRE-PI/2016/ADAPTADA) - Conforme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não se aplica o


princípio da consunção entre os crimes de falsidade e estelionato, por se tratar de caso de aplicação do concurso formal.

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01.C 02.C 03.A 04.A 05.D 06.A 07.A 08.A 09.FC 10.B
11.B 12.A 13.F 14.E 15.B 16.F 17.D 18.E 19.C 20.D
21.E 22.B 23.D 24.D 25.A 26.C 27.V 28.F 29.F 30.F
31.F

ANOTAÇÕES:
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