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Faculdade de Direito
1
Alguns historiadores apontam para uma terceira posição, representada por José Bonifácio. Buscava-se
a criação de uma monarquia forte e constitucional, assim como a abolição do tráfico de escravos e da
escravidão.
2
Destaque para um artigo que proibirá a punição dos deputados pelo Imperador.
convocará um Conselho de Estado composto por dez membros – portugueses
– que redigirão uma carta baseada em princípios absolutistas e,
simultaneamente, liberais. Tal duplicidade resultará da pouca vontade do
Imperador de diminuir seu poder político e da necessidade de aplacar os
ânimos das classes que fundamentavam seu governo. Desta forma, em moldes
autoritários e absolutistas, a Constituição outorgada de 1824 realizará
concessões liberais à população. Neste sentido, aponta Herkenhoff: “Foi uma
constituição liberal, no reconhecimento de direitos, não obstante autoritária, se
examinarmos a soma de poderes que se concentram nas mãos do Imperador.
É verdade que instituiu a supremacia do homem-proprietário. Só este era
fullmember (isto é, membro completo) do corpo social. Mas nisto fez coro a
Locke e à ideologia liberal. Esta marcou sua profunda influência no processo
da independência e formação política do Brasil, como bem sustentou Vicente
Barreto” (HERKENHOFF, 2001, p. 67).
3
O autor Laurentino Gomes, em seu livro 1808, realiza a conversão aproximada dessa quantia para o
Real e estabelece que 100 mil-réis equivaliam a cerca de R$ 12.300.
voto, direito político, assentava-se sobre bases econômicas (FERREIRA, 1954,
p. 130). Tal restrição caracterizará um abismo entre a cidadania formal
(passiva) garantida largamente à população pelo art. 6º, e aquela cidadania de
fato (ativa), ou seja, que assegura a intervenção cidadã no jogo político.
Consequentemente, o fator econômico apresenta-se como um fator de
restrição dos direitos políticos no grupo de cidadãos. O status de cidadão ativo
não é vinculado, portanto, exclusivamente à figura de homem, mas ao homem
como nacional-cidadão e proprietário, e, consequentemente, à nação e à
propriedade, esta última tão cara ao jusnaturalismo e ao capitalismo do século
XVIII e XIX (MARSHALL, 1967, p. 70; CORRÊA, 2006, p. 211).