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ANÁLISE DE ENSAIOS DE TRAÇÃO DE DIVER-

SOS CORPOS DE PROVA METÁLICOS EM DI-


VERSOS ESTADO
TENSILE TEST ANALYSIS IN DIFFERENT METALS TEST SPECIMENS IN SEVERAL STATES

Guilherme Dias Zarur1

RESUMO

Defeitos e falhas são comumente vistos em diversas áreas da indústria, uma vez que, estes podem acarretar em grandes perdas e
problemas. Dessa forma, é imprescindível o estudo e correta caracterização do material a ser empregado em determinada aplicação.
Tendo em vista isso, o presente artigo teve-se como objetivo a observação e apresentação de ensaios de tração realizados em corpos
de prova (CP) de aço carbono, aço inox 440 e 304, alumínio fundido, dois CP’s aço SAE 1045 com dimensões diferentes, e corpos de
provas de aços para construção civil em diferentes estados (de entrega, normalizado e temperado em óleo). Além do ensaio mecânico,
realizou-se a observação metalográfica posteriormente. Para a obtenção de resultados, fez-se o uso da máquina de ensaios universal,
INSTRON modelo EMIC 23-100, e modelagem gráfica pelo uso de Excel. Durante procedimento mecânico, foi variada a taxa de
deformação (velocidade de ensaio) de forma a se obter diferentes respostas para os materiais. Plotou-se curvas de engenharia e real
para os resultados, de forma a se obter informações como módulo elástico, tensão de escoamento, limite de resistência, tensão de
ruptura, tenacidade, resiliência e ductilidade, e para aqueles que apresentavam zona plástica de deformação até o limite de ruptura,
calculou-se o coeficiente de Hollomon e o coeficiente n de encruamento. (Resultados e falar da metalografia)

Palavras-Chave: Comportamento mecânico. Ensaios de tração. Corpos de prova. Máquina de ensaios Universal.

Citação: ZARUR, Guilherme Dias. Análise de Ensaios de tração de diversos corpos de prova poliméricos.

INTRODUÇÃO
Como posto por SILVA; MEI (1988) a importância de especifi- do tipo de ligas Fe-Cr e o alumínio fundido seria do tipo não fer-
cações bem elaboradas para produtos industriais não pode ser roso. E para que se faça uma aplicação correta de um material
subestimada. Uma especificação bem elaborada deve deixar metálico, é essencial o conhecimento de suas propriedades me-
claro o que se espera e o que se aceita do produto. E para tanto, cânicas, para que assim se faça uma análise de possível uso. E as
por métodos usuais se classifica os aços, seja por característica condições de uso envolvem fatores como a temperatura, tipos de
intrínseca ou no emprego do aço. Assim, em função dos requi- carga e com que frequência se fara a aplicação da mesma, des-
sitos de trabalho, se classificou os aços como sendo aqueles fer- gaste, deformabilidade, entre diversos outros. Dessa forma, a
rosos do tipo Ferro-Carbono, classificando assim como do tipo prevenção de falhas ou controle das mesmas faz-se necessária, e
1- Aços ao carbono; 2-Aços Liga; 3- Aços de Alta Liga; 4- Aços para tanto deve se realizar diferentes metodologias para realizar
de Alta Resistência; e do tipo Fe-Cr, formando aços inox (ferrí- os ensaios mecânicos para avaliar de forma eficaz se o material
ticos, austeníticos, martensíticos, duplex e PH). E existem apresenta as propriedades almejadas. E uma das formas de ava-
ainda aqueles materiais do tipo não ferrosos como, por exem- liar é através da dureza.
plo, as ligas leves (Alumínio). Em laboratório, utilizaram-se
Os materiais metálicos de acordo com estudos já realizados, são
exemplares dos Aços Inox 304 e 440, 2 Aços SAE 1045, um Aço
classificados como sendo ferrosos, ou seja, ligas formadas em
baixo carbono, Aços da construção civil (estado de entrega,
seu maior teor de ferro com percentuais de carbono e elementos
normalizado e temperado em óleo), e além dos aços, utilizou-
de liga, formando materiais como os ferros fundidos, os aços
se uma barra de alumínio fundido. E de acordo com a classifi-
(sem liga, baixa liga, HSLA, ligados), além de outras ligas como,
cação de aços, é possível citar que o baixo carbono seria tipo 1,
por exemplo, as do tipo Fe-Cr (-Ni), formando os conhecidos
os SAE 1045 e os de construção civil do tipo 2, os aços inox são
aços inoxidáveis. E os não ferrosos são aquelas que não apresen-

O autor declara não haver nenhum potencial conflito de interesses referente ao presente artigo

1. Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Blumenau – Blumenau, Santa Catarina, Brasil.

1
tam como elemento principal o ferro, i.e., faz uso de elementos Como é possível notar na fig. 1, a curva pode ser dividida em se-
como o alumínio, titânio manganês, entre outros, formando li- ções para se estudar, podendo assim fazer a tomada de proprie-
gas leves, ou ainda ligas de cobre, níquel, etc. dades mecânicas especificas da peça como, por exemplo, o mó-
dulo elástico. No entanto, deve-se atentar ao fato que diversos
Dos aços escolhidos para estudo, é possível traçar para estes
fatores são contribuidores dos resultados a serem obtidos em
possíveis cenários de aplicações, de forma a compreender me-
prática, i.e., caso seja variada a taxa de deformação para um
lhor como suas propriedades mecânicas se relacionam com as
mesmo material, o seu resultado será diferente, da mesma forma
suas composições. Tendo em vista que, por exemplo, um aço
que caso se altere a temperatura de ensaio, a atmosfera, se exis-
baixo carbono tende a apresentar propriedades mecânicas não
tisse interações químicas, entre outros fatores.
tão elevadas levando a um uso em peças de menor exigência em
áreas como a da automobilística. Levando em conta que para Características da deformação elástica
aços, quanto maior o teor de carbono, em geral, maior sua du- Uma definição para a deformação elástica é que esta é um resul-
reza e seu limite de resistência à tração e de escoamento, pode- tado de um alongamento ou contração da célula cristalina na di-
se assim dizer que os aços SAE 1045 e os de construção civil reção em que se promove a tensão aplicada, para o caso, tração.
(Ca-50) são aplicados em locais de maiores exigências, utiliza- Nessa seção, a deformação ainda não é permanente, i.e., quando
dos na fabricação de componentes de uso geral onde seja ne- a carga é retirada, a peça retorna à sua forma inicial. Ao observar
cessária uma resistência mecânica superior à dos aços de baixo a região elástica, percebe-se ainda que esta resulta em uma rela-
carbono convencionais. ção, em geral linear, em que nesta reta a sua inclinação corres-
Os aços inox, devido à sua excelente resistência a corrosão, ponde ao módulo de elasticidade. Quanto maior for o módulo,
apresentam em sua maioria boa ductilidade e boa conforma- mais rígido será o material e consequentemente, menor defor-
ção. Para o tipo austenítico, (AISI 304), com uma estrutura do mação elástica.
tipo CFC, apresentam uma excelente ductilidade e melhor re-
sistência à corrosão devido a aplicação de Níquel em sua com-
posição, levando a aplicações como recipientes para alimentos
e indústria farmacêutica, trocadores de calor, armações metá-
licas, tubulações, parafusos, rebites, entre outros. E para o tipo
ferrítico (AISI 440), com sua estrutura CCC, apresentam um
maior nível de encruamento, ou seja, apresentando uma resis-
tência mecânica maior, com aplicações em componentes de
aparelhos domésticos, construção civil, chapas refletores, entre
outras. Já para as ligas leves de alumínio, que são conhecidas
por apresentarem propriedades mecânicas específicas elevadas
devido à baixa densidade do alumínio que confere leveza, exce-
lentes propriedades de usinagem e condução, acabam por se-
rem empregadas em diversos setores como, por exemplo, em Figura 2 - Relação linear onde é possível se obter o mó-
moldes e matrizes de polímeros, indústria bélica, trocadores de dulo de elasticidade da peça no gráfico tensão versus de-
calor, moldes e protótipos, etc. formação. Fonte: Fundamentos da ciência e engenharia
de materiais: uma abordagem integrada, CALLISTER
Ensaio de tração (2006).
De acordo com GARCIA, SPIM, SANTOS (2012), o ensaio de
Características da deformação plástica
tração consiste na aplicação de uma carga uniaxial crescente
em um corpo de prova especifico até a sua ruptura. E para fins A deformação plástica é uma deformação permanente que ocorre
de estudo, mede-se a variação do comprimento como uma fun- no material, que ocorre quando a tensão aplicada é igual ou su-
ção da carga aplicada sobre a peça, e dessa forma, após trata- perior à resistência associada ao limite de proporcionalidade da
mento de dados, é possível obter uma curva de tensão versus peça. A medida que o corpo de prova se deforma além desse
deformação da peça em estudo. ponto, a tensão deixa de ser proporcional à deformação (lei de
Hooke), que corresponde à uma quebra de ligações com os áto-
mos vizinhos originais e em sequência a formação de novas liga-
ções. Podendo assim dizer que a deformação plástica tende a mo-
dificar a estrutura do metal, por um processo de escorregamento
de (cisalhamento) discordâncias. E devido a esse escorrega-
mento, chega-se a um ponto onde torna-se difícil o escorrega-
mento interno e acontece um acréscimo de dureza, i.e., ocorre
um encruamento (endurecimento por deformação a frio), ou
seja, ocorre uma interação entre discordâncias necessitando uma
energia cada vez maior para ocorrer uma movimentação.
Graficamente, nessa porção é possível fazer a tomada do limite
Figura 1 - Curva tensão versus deformação para um
de proporcionalidade e a tensão de limite de escoamento. No que
material metálico. Fonte: Aula de ensaios mecânicos
dos materiais, 63 slides. RUCKERT, C. se diz respeito a limite de proporcionalidade, compreende-se
𝑨𝒐−𝑨𝒇
pelo ponto onde há um afastamento da linearidade na curva de %𝑹𝑨 = , ou ainda pela porcentagem de alongamento que a
𝑨𝒐
tensão versus deformação. Como a determinação desse ponto peça sofreu, %𝑨𝑳 =
𝒍𝒐−𝒍𝒇
. Quão maior for o resultado da porcen-
em especifico é dificultada pela imprecisão existente, foi con- 𝒍𝒐
tagem, mais dúctil o material será.
vencionado o uso de uma reta paralela àquela da região elástica
a partir de uma “pré-deformação” de 0,2%. O ponto onde
ocorre a intersecção será denominado a tensão limite de esco-
amento.

Figura 5 - Efeito do alongamento ao final do ensaio me-


cânico na peça ensaiada. Fonte: Ensaio de tração, ROSE,
TANARA (2088)
Tenacidade em tração
A tenacidade dos materiais é a capacidade deste absorver energia
total (elástica e plástica) até atingir a ruptura. E para que fosse
obtido este dado a partir da análise da área abaixo da curva ob-
tida ou ainda usando as seguintes formas:
𝝈𝒆 +𝝈𝑹
Para materiais dúcteis: 𝑼𝑻 = × 𝜺𝒇
Figura 3 - Visualização da reta de determinação da ten- 𝟐
são de escoamento. Fonte: Fundamentos da ciência e 𝟐𝝈𝑹
engenharia de materiais: uma abordagem integrada, Para materiais frágeis: 𝑼𝑻 = × 𝜺𝒇
𝟑
CALLISTER (2006).
Onde o 𝝈𝒆 seria a tensão de escoamento, 𝝈𝑹 seria a tensão de
Limite de resistência à tração resistência à tração, 𝜺𝒇 seria a deformação total do corpo de
Passado o escoamento, a tensão que é necessária para avançar prova.
a deformação plástica na peça aumenta até um valor limite
Resiliência
(máximo), ponto M na fig. 4, e em seguida tende a decrescer até
que o material frature. A resiliência é determinada como a capacidade do material de
absorver energia mecânica no regime elástico por unidade de vo-
lume e readquirir a forma original quando retirada a carga que
provocou a deformação. Materiais de alta resiliência possuem
alto limite de escoamento e baixo módulo de elasticidade. Para
sua determinação faz-se o uso da seguinte fórmula:

e e  e2
UR =   e ; e = UR =
2 E 2 E
Onde o 𝝈𝒆 seria a tensão de escoamento e 𝑬 módulo elástico da
peça.

Região de escoamento
Ao material entrar na região de deformação plástica (perma-
nente) do material, no início desta fase, ocorre o fenômeno de
escoamento, caracterizado por uma deformação permanente
sem que seja aplicado nenhum aumento de carga, apenas a taxa
de deformação. E esse escoamento é descrito como continuo e
descontinuo. O primeiro por sua vez é aquele que adota uma ten-
são correspondente a uma deformação permanente vista pelo ex-
Figura 4 - Curva de tensão deformação com demons- tensômetro. Já o segundo, como posto por GARCIA, SPIM, SAN-
tração do ponto de máximo na curva. Fonte: Funda- TOS (2012) é caracterizado por uma instabilidade na transição
mentos da ciência e engenharia de materiais: uma elástico-plástica, i.e., a peça acaba por apresentar uma movimen-
abordagem integrada, CALLISTER (2006). tação nítida nos planos de deslizamento. E esse efeito deve for-
Ductilidade mar regiões que podem ser visualizadas por técnicas metalográ-
ficas, chamadas de Bandas de Lüders.
A definição de ductilidade seria a máxima deformação que o
material pode suportar antes de sua fratura. Uma relação para Para o caso onde os materiais apresentam a transição elastoplás-
sua obtenção é a redução percentual de área, ou seja, tica bem definida, como a fig.6, que acontece de forma abrupta,
não necessitando realizar uma pré-deformação de 0,2%. A defor-
mação plástica se inicia no ponto de escoamento superior, com fratura reta (material frágil), fratura em 45º, sem deformação la-
um decréscimo evidente da tensão. Em seguida acontece uma teral (material CFC, frágil), fratura em 45º, com deformação la-
flutuação em torno de um valor aproximadamente constante de
teral (material CFC, dúctil) e fratura taça-cone (material CCC,
tensão, ponto de escoamento inferior, que posteriormente volta
a aumentar com o aumento de deformação. Para estes que apre- dúctil). Respectivamente na fig. 8.
sentam esse mecanismo, a tensão de escoamento é tomada
como sendo a tensão média associada ao limite de escoamento
inferior.

Figura 8 - Tipos de fraturas observadas em metais sub-


metidos a tensão uniaxial. Fonte: Ensaios de Materiais,
GARCIA; SPIM; SANTOS (2012).
Considerações sobre resultados no ensaio
Figura 6 - Demonstração da região de escoamento des- Durante um experimento de ensaio de tração, os resultados po-
contínuo e as Bandas de Lüders. Fonte: Ensaios dos dem variar em função de diversos parâmetros de prática como,
Materiais, GARCIA; SPIM; SANTOS (2012). por exemplo, a temperatura de execução, fig. 9, que pode influ-
enciar de forma significativa nas propriedades mecânicas da
Fratura material peça. Em geral, com o aumento da temperatura tem-se um de-
A ruptura, durante o experimento, é precedida por fases de de- créscimo da resistência e um aumento da ductilidade.
formação, e estas fases nada mais são do que a reorganização
das moléculas materiais durante seu estiramento. Durante o
ensaio mecânico há um aumento gradativo da tensão, ao passo
que a peça varia seu comprimento, e nessa variação, as molé-
culas ficam se reordenando, pois ainda na deformação as liga-
ções químicas que compõem o material são suficientemente
fortes para suportar a carga aplicada. No entanto, quanto mais
a peça se alonga e mais difícil fica de manejar a organização es-
trutural, mais trabalhoso fica de suportar a carga, levando as-
sim a ruptura.

Figura 9 - Efeito da temperatura de ensaio sobre o com-


portamento mecânico. Fonte: Ciência e Engenharia de
Materiais: Uma Introdução, CALLISTER (2016)
Outros fatores como o teor de soluto, tratamentos térmicos e me-
cânicos, tamanho de grão do material e a velocidade utilizada no
ensaio também influenciam nas propriedades finais da peça em
estudo, onde, por exemplo, em altas velocidades a reação do ma-
Figura 7 - Fases da fratura material. Fonte: Introduc- terial tende a ser mais frágil e com velocidades mais lentas, mais
tion to Materials Science and Engineering, RALLS; dúctil.
COURTNEY; WULFF (1976)
onde na imagem A seria a o empescoçamento, início da região
estrangulada; B apresenta a formação de micro cavidades in-
ternas na estrutura, facilitando a propagação de trincas; em C
já apresenta a existência de trincas e fissuras; D já se tem uma
fratura visível e em E tem-se a fratura.
Em materiais, são possíveis de se estudar os mecanismos de
fratura, sendo que podem ser dúcteis, quando a fratura é acom-
panhada de intensa deformação plástica ou frágil, onde não há
uma deformação plástica. No entanto, para uma fratura qual-
quer devem ser analisados dois fenômenos que devem aconte-
cer de modo sequencial: a nucleação de trincas e o coalesci- Figura 10 - Efeito da composição do material sobre o
mento/crescimento (propagação) dessas trincas. Em metais, comportamento mecânico. Fonte: Aula 2 - Introdução
em geral, ocorrem 4 tipos de fraturas distintas sendo elas a geral aos comportamentos mecânicos dos materiais.
SANTANA, W (2017).
O mecanismo que recai sobre a curva real, é explicado pelo en-
cruamento gerado sobre a peça. E esse efeito promove um endu-
recimento. Como explicada na aula V- Defeitos Cristalinos, mi-
nistrada pelo Prof. Dr. Wanderson Santana da Silva na Universi-
dade Federal de Santa Catarina, Campus Blumenau; na disci-
plina de Resistência e Falha em Materiais, o endurecimento por
encruamento se dá pelo trabalho a frio (T< 0,5 Th), que dessa
forma promove a geração e o acumulo de discordâncias em su-
bestruturas (subgrãos). O acontecimento desse fator se dá prin-
cipalmente porque os materiais metálicos se deformam plastica-
Figura 11 - Efeito da taxa de deformação do material mente pelo movimento de discordâncias e estas interagem de
sobre o comportamento mecânico. Fonte: Aula 2 - In- forma direta entre elas mesmas ou com outras imperfeições pro-
trodução geral aos comportamentos mecânicos dos venientes do sistema, ou ainda de forma indireta com o campo
materiais. SANTANA, W (2017). formado de tensões internas e obstáculos. E devido às interações,
tem-se uma redução de mobilidade das discordâncias, gerando a
Curvas de Tensão versus Deformação necessidade de maiores tensões para causar uma maior defor-
Num ensaio de tração, a formação gráfica pode ser exposta de mação plástica.
duas formas, sendo elas a curva de engenharia/convencional
E para que fosse compreendida a relação entre tensão e defor-
ou a curva real. Na primeira, é feita a aproximação de que a área
mação plástica reais dos materiais metálicos, utilizou-se a equa-
inicial do espécime em estudo não iria variar durante o teste,
ção de Hollomon, que põe 𝛔 = 𝐇 × 𝛆𝐧𝐩 , sendo H o coeficiente de
ou seja, é feita a consideração de que a tensão S, seria : 𝑺 = resistência à deformação e n o expoente de encruamento. A ob-
𝑭 (𝒌𝑵)
, onde F seria a força aplicada pela máquina e Ao seria a tenção do fator n pode ser feita de duas formas. A primeira con-
𝑨𝒐 (𝒎) siste em linearizar a equação com o uso de log, i.e., log 𝛔 =
área inicial do CP (largura x espessura). E a sua deformação se- log 𝐇 × 𝐧 log 𝛆, ou ainda pela verificação numérica da deforma-
∆𝐥 (𝐦𝐦)
ria e, de forma que: 𝐞= , onde o ∆l seria a subtração ção real uniforme apresentada pelo material, ou seja, 𝐧 = 𝛆𝐅𝐦á𝐱 .
𝐥𝐨 (𝐦𝐦)
da distância final entre os pontos pela inicial, i.e., (l – lo).
Porém, ao ser feita a consideração do que realmente acontece
durante o experimento, percebe-se que em uma curva conven-
cional, após o material passar pelo ponto de máximo, ocorre
uma redução de tensão para deformação, como se este estivesse
se tornando cada vez menos resistente. No entanto, deve-se ob-
servar a redução de área existente na região do empescoça-
mento, e com isso faz-se a observação de que a tensão passaria
𝑭 (𝒌𝑵)
a ser: 𝝈 = 𝑨𝒊 (𝒎), onde F ainda seria a carga aplicada, porém
Ai seria a variação instantânea da área observada. E que a de- Figura 13 - Definição do fator de encruamento via veri-
𝒍
formação seria, 𝜺 = 𝒍𝒏 𝒍𝒐, que seria nada mais que a soma ficação numérica da deformação real uniforme. Fonte:
Aula de ensaio de tração. SANTANA, W. (2017).
dos incrementos de deformação, considerando as varia-
ções instantâneas de comprimento. Máquina universal de ensaios (INSTRON)
Para que fosse possível facilmente fazer a plotagem dos dados, Para a realização do ensaio, fez-se o uso da máquina universal de
fez-se um método de conversão destes valores a partir dos da- ensaios, INSTRON (modelo EMIC 23-100). Esta consiste basica-
dos da curva de engenharia. Obtendo as seguintes equações: mente de um arranjo de garras fixadoras de CP’s (uma fixa e ou-
tra móvel), uma célula de carga, um mecanismo de direciona-
𝛔 = 𝐒 × (𝟏 + 𝐞) mento e extensômetros ópticos. Na travessa dita como móvel,
𝛆 = 𝐥𝐧(𝐞 + 𝟏) tem-se o mecanismo de direcionamento e a célula de carga. O
direcionamento controla o sentido no qual a travessa se moverá,
Estas conversões, no entanto, são possíveis apenas enquanto a i.e., para cima ou para baixo. Bem como a velocidade com a qual
deformação for uniforme, isto é, a área A for uniforme ao longo o material sofrerá o ensaio (em unidade de milímetros/minuto).
do comprimento de referência. E para o experimento de tração, A célula de carga (com capacidade de até 100kN), deve ser apli-
a curva vale até o ponto de limite de resistência. cada conforme o material em estudo, garantindo assim uma
maior sensibilidade de resultado.
Metalografia
A técnica de analise metalográfica é vista como a analise da su-
perfície do material, com o uso de um microscópio óptico ou ele-
trônico, de forma a se estabelecer abordagens qualitativas e
quantitativas das fases, tamanho/forma dos grãos, distribuição
e/ou existência de inclusões, teor aproximado de carbono, defei-
tos e demais individualidades do material em estudo. Para o pro-
cesso são feitas etapas, iniciando com o corte e desbaste da peça.
Seguido do embutimento, lixamento, polimento e por fim um
Figura 12 - Comparativo entre curva real e de engenha- ataque químico, que tornará a análise mais propícia o microscó-
ria. Fonte: Aula ensaio de tração. SANTANA, W. pio.
(2017).
METODOLOGIA Já na máquina, o corpo de prova (CP) é preso nas garras de fixa-
ção, e em seguida inicia-se o processo de tração, de forma a de-
Nesta etapa, foram utilizados corpos de prova dos materiais
formar o CP numa taxa constante pré-definida até que ocorra a
metálicos, aços de construção civil em diferentes estados e um
ruptura ou então que se faça necessária a parada do ensaio. Por
alumínio fundido. As propriedades dos materiais em estudos
fim, a máquina faz o registro de tempo (s), deslocamento (mm),
podem, bem como a sua estrutura molecular podem ser visua-
força (kN) e deformação (%). E a partir destes dados, faz-se o uso
lizadas nas tabelas a seguir. E estas peças foram previamente
de programas gráficos como, por exemplo, o Excel para a criação
medidas com o uso de paquímetros da Digimess. Posterior-
das curvas de tensão versus deformação.
mente fez-se o ensaio de tração a fim de obter as curvas de ten-
são versus deformação, mudando parâmetros de distância en- Metalografia dos aços
tre pontos nos corpos de prova e a velocidade do ensaio para
Com o fim do ensaio mecânico, foi feito o corte e desbaste da peça
cada material. Após cada ensaio, a peça era novamente medida
utilizando a cortadora metalográfica disponível em laboratório
de forma a obter os dados de área final obtida na peça (largura
da Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Blumenau.
final x espessura final). E além disso anotava-se dados de velo-
Feito o corte de uma seção próxima à zona de empescoçamento
cidade de ensaio, força máxima exercida (kN) e tensão na rup-
do material, esta foi embutida utilizando baquelite numa embu-
tura (MPa).
tidora metalográfica (TECLAGO – EM30D). Feito o embuti-
Ensaio de tração mento, a peça foi lixada com lixas d’agua com partículas de car-
beto de silício para que fossem retirados riscos e defeitos mais
O ensaio foi realizado com o uso da máquina universal de en-
superficiais da peça advindas de processos anteriores, iniciando
saio, INSTRON (EMIC 23-100), seguindo os parâmetros da
com as de #220, em seguida de #320, #600 e por último #1200.
norma ASTM E8 (Standard Test Methods for Tension Testing
of Metallic Materials – Método padrão de teste de tração em Posteriormente a peça foi polida com o uso de suspensões de
materiais metálicos). Com o uso de um paquímetro digital, da alumina, iniciando com a de 0,1µm e em seguida a de 0,3-0,5µm.
marca Digimess, fez a contabilização dos dados dimensionais e E por fim, fez-se o ataque químico das peças por imersão, onde a
posteriormente cálculo da área inicial antes do ensaio. Em se- peça seria depositada a face de interesse sobre o composto quí-
guida, com ajuda de um dispositivo manual, fez-se a marcação mico e posteriormente lavada ou ainda pelo gotejamento usando
de pontos longitudinais no corpo de prova com distâncias esta- pipeta sobre a face de interesse. Para os aços ao carbono, como o
belecidas de 50mm e 80mm, Lo, de forma a garantir que o sen- caso do de baixo carbono, o 1045-a, o 1045-b e os de construção
sor óptico acompanhasse a deformação material. civil, fez-se o uso do reagente Nital 2% (2% de ácido nítrico em
álcool etílico) por gotejamento, de forma a atacar os contornos
Liga metálica Composição química

Fe C Mn Cr Ni Mo Al Cu Mg Si P S
Aço 304 66,4 0,08 2,0 19,0 9,25 - - - - 1,00 0,05 0,03
Aço 440A 78,4 0,70 1,0 17,0 - 0,75 - - - 1,00 0,05 0,03
Aço 1020 99,1 0,20 0,45 - - - - - - - 0,03 0,05
Aço 1045 98,6 0,45 0,75 - - - - - - - 0,03 0,05
Aço construção 98,3 0,26 0,91 - - - - - - 0,50 0,03 0,03
Civil (CA-50)
Liga 356,0 0,6 máx. - 0,35 - - - 90,1 0,25 0,3 7,0
Tabela 1 - Composição Química dos materiais em estudo. Fonte:

largura
largura final espessura espessura distância entre os velocidade
Material inicial
(mm) inicial (mm) final (mm) pontos, lo (mm) (mm/min)
(mm)
Aço carbono 14,51 8,22 1,53 1,02 79,519 10
Inox Ferrítico 15,5 9,86 1,22 1,06 48,79 5
inox 304 austenítico 14,95 10,5 2,02 1,55 79,58 10
1045-A 11,68 8,5 2,02 1,39 49,924 10
1045-B 11,57 7,7 2,64 1,81 49,923 5
Const. Civil no estado
10 7,42 10 7,42 49,917 5
de entrega
Const. Civil normali-
10 6,78 10 6,78 64,993 5
zado
Const. Civil tempe-
10 9,17 10 9,17 50,05 5
rado em óleo
Alumínio Fundido 10,85 10,78 10,85 10,78 51,522 3
Tabela 2 - Dimensões dos CP's e dados aplicados na máquina. Fonte: Autor.
de grão, com tempos de 5s em média. Para os aços inoxidáveis,
devido a sua elevada quantidade de cromo, formador de ca-
mada passiva contra a corrosão, testou-se o uso inicialmente do
reagente Villela (2,5mL HCl, 1g ácido pícrico, 50mL Etanol) por
gotejamento, porém, o mesmo não apresentou boa interação
com a superfície. Desta forma, optou-se pelo o uso de um rea-
gente um pouco mais concentrado, o reagente de Kalling (2,5g
CuCl₂, 50mL HCl, 50g Etanol), por método de gotejamento e
imersão, com tempos maiores de ataque. E para a amostra em-
butida contendo o alumínio fundido, fez-se o uso do reagente
de composição 5g K4[Fe(CN)6] + 10g NaOH + 100ml de H20.
Feito os procedimentos de lixamento, polimento e ataque, as
peças foram analisadas por microscópio óptico, ZEISS AX-10.
Figura 15 - Microestrutura do aço SAE 1045-A lami-
nado a quente com aumento de 1000x. Fonte: Autor.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta etapa buscou-se analisar as propriedades obtidas a partir
das curvas e resultados obtidos durante os ensaios mecânicos,
bem como a análise das microestruturas.
Aços Carbono de uso comum
Para os aços ao carbono de uso comum, foi observada diferen-
ças gráficas evidentes como, por exemplo, o aço 1045-b teve
uma maior deformação, com região de escoamento desconti-
nuo bem pronunciada, evidenciado a mudança elastoplástica
boa. Enquanto o outro aço, 1045-a, teve uma deformação me-
nor, com valor de tensão inferiores. O fato final pode se explicar
devido às velocidades de ensaio utilizadas, ou seja, a taxa com
que o ultimo aço foi ensaiado, era inferior aos iniciais, compro-
vando fato que a taxa de deformação influencia no fator dúctil Figura 16 - Microestrutura do aço SAE 1045-B lami-
e frágil que o material pode apresentar. No entanto, o material nado a quente com aumento de 1000x. Fonte: Autor.
de menor taxa, 1045-b, de pronto deveria demonstrar uma me-
nor rigidez, uma vez que quando em maiores velocidades, o
corpo de prova tende a se apresentar mais frágil, porém com
maior rigidez. Evidenciando, portanto, uma incoerência de da-
dos observados. Partindo para as microestruturas obtidas, fig.
14 - 16, observou-se ainda que as estruturas teoricamente apre-
sentavam-se quase totalmente compostas por ferrita, se apro-
ximando de teores mais parecidos com aços do tipo SAE 1010
do que 1020 ou 1045. As diferenças nas microestruturas prin-
cipalmente se dão por efeito de resfriamento, ou seja, estrutu-
ras mais refinadas. O SAE 1045-a apresentou-se como mais re-
finado que o SAE 1045-b, e o aço baixo carbono (SAE 1020),
teoricamente se apresentou com menos carbono que os anteri-
ores com presença maior de ferrita, grãos mais regulares típi-
cos de um resfriamento mais lento do tipo recozimento.

Figura 17 - Gráficos tensão deformação para os aços car-


bono comuns. Fonte: Autor.

Aços Carbono de construção civil


Para os aços de construção civil, por serem materiais que exigem
maior resistência a esforços mecânicos, era esperado curvas com
efeitos superiores. E ainda, que fosse evidente o fator de efeito de
tratamentos térmicos sobre o material em estudo, uma vez que,
determinado tratamento pode fornecer maior rigidez, menor
Figura 14 - Microestrutura do Aço SAE 1020 laminado ductilidade, enquanto outros favorecem a formação de uma es-
a quente com um aumento de 1000x. Fonte: Autor. trutura mais tenaz, menos rígida. Através, das microestruturas,
fig. 18 – 21, é possível visualizar diferentes fases presentes entre

7
nas peças. No estado de entrega, a peça aparenta ter sofrido
uma normalização do tipo forçada, contendo perlita fina e fer-
rita de contornos de grão (típicas de um resfriamento rápido).
Para o estado normalizado, percebeu-se uma incoerência, de-
vido a peça se apresentar com uma estrutura grosseira, com
grãos bem desenvolvidos, característicos de um recozimento e
não uma normalização, a peça tem uma matriz ferrítica, com
perlita grosseira. Para o ultimo caso, a estrutura temperada em
óleo apresentou uma estrutura ferrítica bastante acicular, ca-
racterística de um resfriamento acelerado. As lamelas perlítica
finas são de difícil definição na peça, além da hipótese da não
formação da martensita.
Quanto aos gráficos de tensão x deformação, evidenciou0-se as
características típicas geradas pelos tratamentos térmicos nas
peças, de forma se compreender a relação propriedades mecâ-
nicas e tratamentos térmicos.

Figura 21 - Gráficos tensão deformação para os aços de


construção civil. Fonte: Autor.
Aços Inoxidáveis

Figura 18 - Microestrutura vergalhão no estado de en- Para os aços inoxidáveis, estes podem ser classificados para de-
trega com aumento de 1000x. Fonte: Autor. terminadas aplicações a partir da observação de sua composição
e estrutura, i.e., se o material será ferrítico, austenítico ou ainda
martensítico, além de este poder ter uma estrutura do tipo CCC
(cúbica de corpo centrado) ou CFC (cúbica de face centrada).
Para os do tipo ferrítico, estes apresentam características de se-
rem duros e terem uma ductilidade moderada, devido a sua es-
trutura do tipo CCC, sua microestrutura pode se apresentar com
uma matriz ferrítica com possíveis pontos de formação de carbo-
netos como, por exemplo, de nióbio ou titânio. Para o caso estu-
dado, o aço inox 440A, se tornaria martensíticos apenas se so-
fresse uma tempera, e com os resultados obtidos, é possível co-
gitar que o mesmo sofreu apenas uma laminação a quente com
um resfriamento lento. Para os aços austeníticos, como o caso do
304, estes apresentam em sua composição o níquel, que é um es-
Figura 19 - Microestrutura vergalhão normalizado tabilizante de austenita, formando uma estrutura do tipo CFC,
com aumento de 1000x. Fonte: Autor. com uma excelente ductilidade e quando endurecidos por traba-
lho a frio, apresentam melhor resultado que os do tipo ferrítico.
A partir das microestruturas, fig. 21 e 22, observa-se que na do
304 o ataque não esteve tão presente quanto deveria, porém,
ainda tem a possibilidade de se notar bandas de deformação (es-
tiramento) e maclas de recozimento (característica de material
com baixa energia de empilhamento), os grãos são facetados tí-
picos de materiais austeníticos com resfriamento lento e há arte-
fatos de preparação evidentes na microestrutura. Para o segundo
caso, o do aço 440A, observa-se uma estrutura ferrítica, com pre-
cipitação de carbonetos, o material apresentou também uma ca-
racterística de possível resfriamento calmo, devido a sua estru-
tura se apresentar com grãos não facetados, porém, ainda não
regulares, além da existência de artefatos da mesma forma de
Figura 20 - Microestrutura vergalhão temperado em que o inox 304.
óleo com aumento de 1000x. Fonte: Autor.
Alumínio Fundido
As ligas de alumínio são do tipo CFC estáveis até a sua tempera-
tura de fusão, são ligas leves devido a baixa densidade do alumí-
nio e em geral forma materiais com alta ductilidade, baixa resis-
tência à tração. Para as ligas de fundição, estas são caracterizadas
pela adição de silício e cobre, que aumentam a fluidez do fun-
dido, reduzindo a temperatura de fusão e a diminuição da con-
tração associada a solidificação. Além disso, o silício tem uma so-
lubilidade muito baixa no alumínio, logo, este precipita melho-
rando ainda à resistência a abrasão muitas vezes. E a microes-
trutura formada por essas ligas é muito diferente do que é visto,
por exemplo, nos demais materiais ferrosos presentes no artigo,
isso porque neste caso são formados subprodutos, precipitação
de intermetálicos, apresentando ainda regiões interdentríticas.
Figura 22 - Microestrutura aço inoxidável 304 com um
Na figura 24 é possível destacar algumas regiões, onde A seria a
aumento de 500x. Fonte: Autor.
fase primária constituída basicamente de alumínio, fase antes da
transição eutética. Em B, tem-se zonas claras que podem ser in-
termetálicos ricos em cobre e em C, zonas escuras mais faceta-
das, que são possivelmente ricas em silício e em D, e ao longo da
microestrutura, as regiões mais ramificadas podem ser zonas de
intermetálicos de magnésio e ferro.

Figura 23 - Microestrutura aço inoxidável 440A com


aumento de 200x. Fonte: Autor.

Figura 25 - Microestrutura alumínio fundido com um


aumento de 200x. Fonte: Autor.

Figura 26 - Microestrutura do alumínio fundido com au-


mento de 500x. Fonte: Autor.

Figura 24 - Gráficos tensão deformação para os aços


inoxidáveis. Fonte: Autor.
Tenaci- Encrua-
𝛔𝐋𝐄 𝛔𝐋𝐑𝐓 𝛔𝐑
dade mento
(MPa) (MPa) (MPa)
(MPa) (n)
Conjunto Conjunto Conjunto Conjunto Conjunto
Liga metálica máquina máquina máquina máquina máquina
Aço baixo carbono 273 438 438 157 0,28
Aço inox. 440A 349 896 896 367 0,38
Aço inox. 304 0,75
234 1089 1089 463
Aço 1045-A 363 471 471 183 0,32
Aço 1045-B 365 368 368 215 0,32

Aço construção civil


505 901 901 253 0,38
estado de entrega

Aço construção civil


342 1106 1106 266 0,14
recozido

Aço construção civil 0,32


935 875 875 204
temperado em óleo
Figura 27 - Gráficos tensão deformação para o alumí-
nio fundido. Fonte: Autor. Alumínio fundido 165 204 204 5,1 0,3

Valores obtidos Tabela 4 - Propriedades mecânicas curva real para deformação da


A partir das formulas e equações existentes, foram registrados máquina. Fonte: Autor. *𝛔𝐋𝐄 = tensão de escoamento, 𝛔𝐋𝐑𝐓 = tensão
limite resistência à tração e 𝛔𝐑 = tensão na ruptura.
valores para dois componentes do ensaio mecânico, i.e., o con-
junto máquina, que seria a deformação sofrida no que diz res-
Módulo de Elasti- Módulo de Elasti-
peito à própria maquina utilizada, e àquela que seria o corpo de
cidade (GPa) - Curva cidade (GPa) - Curva
prova, que se trata da deformação observada pelo sensor óp-
de engenharia real
tico. E a partir destes destaca-se que, muitas vezes, o sensor ob-
teve valores maiores para o dado de módulo de elasticidade, Aço baixo carbono 140 135
porém, suas curvas, por vezes, deixaram de serem plotadas de- Aço 1045-A 183 176
vido ao próprio sensor parar de captar dados devido à, prová-
Aço 1045-B 179 175
veis, problemas de calibração.
Aço inox. 440A 73,2 73,8
Devido a este fato, apresentar-se-á apenas dados das proprie-
dades mecânicas, quanto a valores de tensão de escoamento,
Aço inox. 304 87,5 68,2
tensão de limite de resistência à tração, tensão de ruptura, duc- Aço CA-50 - Estado de
entrega 70 115
tilidade e tenacidade, das curvas de engenharia e real relacio-
nadas à máquina, no entanto, o valor final de módulo de elasti- Aço CA-50 - Recozido 56,1 55,3
cidade é retirado da curva de engenharia do sensor. Aço CA-50 - Tempe-
rado em óleo 38,4 39,1
Tenaci-
Alumínio fundido 42,1 40,4
𝛔𝐋𝐄 𝛔𝐋𝐑𝐓 𝛔𝐑 Ductili-
dade Tabela 5 - Módulo de elasticidade das curvas (real e engenha-
(MPa)* (MPa)* (MPa)* dade (%)
(MPa) ria) da deformação do sensor. Fonte: Autor.
Conjunto Conjunto Conjunto Conjunto Conjunto
Liga metálica
máquina máquina máquina máquina máquina E como forma comparativa, elaborou-se uma tabela contendo os
Aço baixo car- valores das propriedades mecânicas dispostas nas bibliografias e
273 333 259 61,7 45,6
bono
em programas de seleção de materiais, para tanto, os valores fo-
Aço inox. 440A 338 486 398 44,7 268
ram retirados principalmente do programa CES Selector –
Aço inox. 304 232 558 534 46,1 503 Granta Studio (2013) e dos livros Ciência e Engenharia dos Ma-
Aço 1045-A 343 435 249 49,9 218
teriais (ASKELAND; PHULÉ, 2013) e Fundamentos da Ciência e
Aço 1045-B 347 435 321 54,4 215 Engenharia de Materiais (CALLISTER; RETHWISCH, 2014),
Aço construção para os materiais utilizados em laboratório.
civil estado de en- 507 628 446 45 252
trega
Aço construção
311 509 427 54 254
civil recozido
Aço construção
civil temperado 623 735 369 17 255
em óleo
Alumínio fundido 165 189 189 1,28 5,1

Tabela 3 - Propriedades mecânicas curva de engenharia para de-


formação da máquina. Fonte: Autor. *𝛔𝐋𝐄 = tensão de escoamento,
𝛔𝐋𝐑𝐓 = tensão limite resistência à tração e 𝛔𝐑 = tensão na ruptura.
Para que pudesse se firmar respostas coerentes quanto aos mes-
Ducti- Fator mos, seria necessária uma observação de Difração de Raio-X, de
𝛔𝐋𝐄 𝛔𝐋𝐑𝐓 𝛔𝐑 E forma a obter os constituintes efetivos da composição. Outro
lidade n
(MPa) (MPa) (MPa) (GPa)
(%) problema observado em prática é que em alguns momentos o
Conjunto Conjunto Conjunto Conjunto Conjunto Conjunto
sensor óptico da máquina deixava de medir os pontos desenha-
Material máquina máquina máquina máquina máquina máquina dos na peça, fazendo com que, no momento de obtenção de da-
dos, houvesse uma imprecisão/variação de valores como, por
Aço 1020 180 380 265 - 325 205 - 215 28 - 43 0,22 exemplo, no caso do polipropileno (PP), onde sua tomada de da-
dos do deslocamento do sensor foi parada a partir do ponto 750.

Aço inox. 370 - 460 650 - 800 370 - 460 190 - 210 15 - 25 0,12
440A

Aço inox.
304 205 510 - 620 205 - 310 190 - 203 30 - 57 0,44

Aço 1045 310 560 375 - 460 250 17 0,32

Aço CA- 500 540 550 210 8 0,38


50
Alumínio
165 204 204 5,1 0,3 0,2 – 0,3
fundido

Tabela 6 - Propriedades mecânicas dos materiais utilizados em


laboratório. Fonte: CES Selector (2013); ASKELAND; PHULÉ
(2015) e CALLISTER; RETHWISCH (2014). *𝛔𝐋𝐄 = tensão de esco-
amento, 𝛔𝐋𝐑𝐓 = tensão limite resistência à tração e 𝛔𝐑 = tensão na
ruptura.

CONCLUSÕES
A partir do experimento realizado, foi possível obter, através do
uso de programas gráficos (Excell 2016) e compará-los com o
uso de bibliografias e programas de seleção de materiais (CES
Selector 2013). De maneira geral, é possível afirmar que os re-
sultados foram satisfatórios a partir do momento que conse-
guiu-se correlacionar os fatores químicos intrínsecos de cada
polímero, i.e., cadeia polimérica, os elementos constituintes de
cada cadeia, as ligações formadas por estas, a orientação, entre
diversos outros fatores.
E sobre fatores influenciadores, o mais notório em prática foi a
mudança de valores de velocidade de ensaio, uma vez que, o
ensaio de tração depende muito da velocidade e temperatura
em que o material é estirado, podendo dessa forma apresentar
um baixo módulo ou alto módulo, e consequentemente uma
alta deformação ou baixa deformação.
Dessa forma, quando observado os meros, é esperado que os
polímeros que apresentam grupos cíclicos como, por exemplo
o PET, o PBT, o PS e o PC, fossem os que apresentassem maior
resistência a tração, isso porque esses grupos tendem a formar
ligações mais fortes e tornar a cadeia menos flexível, ou seja,
forma um material mais rígido e , muitas vezes, frágil. E em
contrapartida, os polímeros de cadeia simples, homogênea,
como, por exemplo, o PP e o PE, fossem os que apresentassem
característica mais dúctil. E os de cadeia não homogênea, mas
sem a existência de ciclos, apresentasse característica de rigi-
dez intermediaria. E no final de prática, foi concluído os resul-
tados, porém ao serem comparados, percebe-se uma discre-
pância de dos valores de módulo elástico, e a partir daí criou-
se a hipótese de termos corpos de prova trocados, ou ainda a
identidade incorreta dos mesmos.

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REFERÊNCIAS

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