Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
ABSTRACT: The present work deals with the civil responsibility of the builders, contractors
and developers, using for both Law n º 4591/64, the Civil Code of 2002 and the Code of
Consumer Protection. The Institute of Civil responsibility is an integral part of the of law,
because the main consequence of the practice of an illicit act is the obligation that it implies,
for its author, to repair the damage. The results of the bibliographical research showed that the
subjects of the study strand are subjected also to consumerist legislation (consumer Protection
Code) and that if they cause harm to the acquirer of a real estate unit or to third parties should
Repair them.
A presente pesquisa bibliográfica tem por escopo analisar a responsabilidade civil dos
construtores, empreiteiros e incorporadores, todos ligados ao ramo da construção civil, um
dos pilares da nossa economia, que impacta diretamente a produtividade e o desenvolvimento
do país.
Para tanto, cabe estabelecer as definições de cada sujeito dentro do processo
construtivo. Assim, construtor1 “é a pessoa física ou jurídica, legalmente habilitada,
contratada para executar o empreendimento, de acordo com o projeto e em condições
mutuamente estabelecidas”.
O artigo 29 2da Lei nº 4.591 de 1964 (Lei de Incorporação Imobiliária), traz a
definição legal de incorporador. Este pode ser uma pessoa física ou jurídica, comerciante ou
não. Se distingue da figura do construtor, pois não se trata de quem de fato efetua a
construção, mas sim de quem aceita propostas ou compromisse ou efetive a venda de frações
ideais de terreno objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em
edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial. Trata-se da pessoa
que coordena e efetua a incorporação, e por ela se responsabiliza pela entrega em certo prazo,
preço e condições determinadas.
Já o empreiteiro é o construtor que firma um contrato de empreitada, o qual se
encontra regulado expressamente nos artigos 610 a 626 do Código Civil, cuja obrigação é de
resultado, ou seja, obriga-se não somente pela execução da obra, mas sim pela execução
satisfatória desta.
Os setores imobiliário e de construção tiveram grande crescimento nas últimas
décadas, transformando o setor num terreno fértil para reclamações diversas, sendo as mais
comuns o atraso na entrega do imóvel, má qualidade na construção – que se evidencia com a
presença de vícios, defeitos, vazamentos – cobrança de taxas indevidas, dentre outras. Dessas
situações nasce a responsabilidade civil, que é a aplicação de medidas que obrigam a
reparação de dano moral ou patrimonial causado a terceiros, que, no vertente caso, está
fundamentada no Código Civil, Código de Defesa do Consumidor e na Lei nº 4.591/64.
1
CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Desempenho de Edificações Habitacionais:
Guia Orientativo para Atendimento à Norma ABNT NBR 15575/2013. Fortaleza: Gadioli Cipolla Comunicação,
2013, p. 36.
2
Art. 29. Considera-se incorporador a pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que embora não efetuando a
construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno objetivando a vinculação de tais frações
a unidades autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que
meramente aceite propostas para efetivação de tais transações, coordenando e levando a termo a incorporação e
responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega, a certo prazo, preço e determinadas condições, das obras
concluídas.
No presente estudo, apurou-se que os construtores, empreiteiros e incorporadores são
passíveis de serem responsabilizados em virtude de responsabilidade pela perfeição da obra,
pela solidez e segurança da obra, pelos vícios redibitórios, pelos prejuízos causados a
terceiros.
O Código Civil, em seu art. 927, parágrafo único, estabelece que haverá obrigação de
reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para
os direitos de outrem. O cenário de recentes decisões proferidas em matéria de
responsabilidade civil em todo o território nacional, conjugado com o artigo 927 do Código
Civil, e o crescimento de concessão de indenização são fatores que permitem a busca da
reparação de danos.
A obrigação do incorporador ou do empreiteiro não se esgota com a entrega do
imóvel, uma vez que, nesses casos, as falhas se apresentam posteriormente. Segundo
entendimento do Superior Tribunal de Justiça3, a obrigação alcança o empreiteiro, construtor
ou financiador do imóvel
2 DA RESPONSABILIDADE CIVIL
3
STJ, REsp 590.385, Rel. Min Nancy Andrighi, DJ 5.9.2005.
4
DIAS, José de Aguiar. Da Responsabilidade Civil. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011, v. 01, p. 17.
5
GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade civil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 57.
6
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: responsabilidade civil. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013, v. 4, p. 290.
responsabilidade civil dos demais profissionais liberais, que, em regra, é subjetiva, ou seja,
exige o elemento culpa.
A causa geradora da responsabilidade não pode ser outra senão o interesse em
restabelecer o equilíbrio econômico-jurídico alterado pelo dano7.
Sérgio Cavalieri Filho8 explica a responsabilidade civil como sendo a violação de um
dever jurídico, configurando o ato ilícito, que, na maioria das vezes, acarreta dano para
outrem, criando um novo dever jurídico: o de reparar o dano. Para o autor, há um dever
jurídico originário, cuja violação gera um dever jurídico sucessivo, que é o de indenizar o
prejuízo. Resumindo, responsabilidade civil é um dever jurídico sucessivo que surge para
recompor o dano decorrente da violação de um dever jurídico originário.
De acordo com o fundamento que se dê à responsabilidade, a culpa será ou não,
considerada elemento da obrigação de reparar o dano. Para Silvio Rodrigues9 "se diz ser
subjetiva a responsabilidade quando se inspira na ideia de culpa, e objetiva quando esteada na
teoria do risco”.
7
DIAS, José de Aguiar. op. cit. p.42.
8
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil.11. ed. - São Paulo: Atlas, 2014, p. 14.
9
RODRIGUES, Silvio. Direito civil: responsabilidade civil. 19.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 17
10
GAGLIANO, Pablo Stolze; Filho, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil: responsabilidade civil. 5.
ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 405.
11
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. op. cit, p. 405.
12
BRASIL, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília: DF, 2002.
Já no contrato de construção por administração13, o construtor se responsabiliza
unicamente pela execução técnica do projeto e é o proprietário quem custeia a obra, somente
conhecendo o seu preço a final. A remuneração do construtor consiste numa porcentagem.
Outro importante contrato correlato que merece atenção é o de incorporação
imobiliária. Conforme parágrafo único do art.2814 da Lei nº 4.591/64, “considera-se
incorporação imobiliária a atividade exercida com o intuito de promover e realizar a
construção, para alienação total ou parcial, de edificações ou conjunto de edificações
compostas de unidades autônomas”.
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos,
mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.
13
GONÇALVES, Carlos Roberto. op. cit., pp. 388-389.
14
Art. 28. As incorporações imobiliárias, em todo o território nacional, reger-se-ão pela presente Lei. Parágrafo
único. Para efeito desta Lei, considera-se incorporação imobiliária a atividade exercida com o intuito de
promover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de edificações ou conjunto de edificações
compostas de unidades autônomas.
15 CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Op. cit. p. 36.
16
GONÇALVES, Carlos Roberto. op. cit., p.389
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o
que razoavelmente deixou de lucrar.
17
GONÇALVES, Carlos Roberto. op. cit., p. 389.
18 18
GONÇALVES, Carlos Roberto. op. cit., p. 389.
19
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se
expressamente não se houver por eles responsabilizado.
20
GONÇALVES, Carlos Roberto. op. cit., p. 389.
Perante o proprietário, o empreiteiro é obrigado a cumprir o contrato em
todas as suas cláusulas e a executar fielmente o projeto da obra contratada,
empregando a técnica e os materiais adequados a construção, e realizando os
trabalhos com a perícia que se exige de todo o profissional (Roberto
Gonçalves, 2014, p. 388)
A responsabilidade civil do empreiteiro está disciplinada no art. 618 do Código Civil,
que prevê expressamente:
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções
consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o
prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim
em razão dos materiais, como do solo.
Quando é o dono da obra quem fornece os materiais, os riscos correm por sua conta,
desde que o empreiteiro não tenha concorrido com culpa:
Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que
não tiver culpa correrão por conta do dono.
Se a obra vier a se danificar ou a perecer antes da entrega, sem que o dono esteja em
atraso no recebimento, e não tenha havido culpa do empreiteiro, este perderá a retribuição e o
proprietário, os materiais. O Código Civil admite que o empreiteiro de lavor se exima de
responsabilidade por defeito dos materiais empregados desde que avise ao dono, antes de os
utilizar, sobre a sua insuficiência ou má qualidade:
Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor (art. 610), se a coisa
perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, este
perderá a retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito dos
materiais e que em tempo reclamara contra a sua quantidade ou qualidade.
O empreiteiro é solidariamente responsável pelos danos relacionados à sua atividade.
A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido da responsabilização do proprietário da obra
solidariamente ao empreiteiro, quanto aos danos decorrentes da construção21.
Em se tratando engenheiro, empreiteiro pessoa física, por ser este profissional liberal,
sua responsabilidade será subjetiva. Já para as empresas que exploram o ramo da construção
civil, por se tratar de pessoas jurídicas, não se encaixando no conceito de profissional liberal,
a responsabilidade será objetiva. Isto se dará por força do risco que atividade cria, e se a
mesma atuar no mercado de consumo, o próprio CDC define está espécie de responsabilidade.
Logo, em casos em que haja vícios que comprometam a qualidade da obra objeto de
empreitada, poderá o dono da obra, observado o prazo decadencial de cento e oitenta dias
redibir o contrato rejeitando a obra ou pleiteando o abatimento no valor.
21
STJ, REsp 267.229, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª T., DJ 26.11.2008; STJ, AgRg no REsp 473.107, Rel. Min.
Humberto Gomes de Barros, DJ 18.12.2006;
22
FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nélson; BRAGA NETTO, Felipe Peixoto. Curso de direito civil:
responsabilidade civil, v. 3. 2. ed. rev., ampl. e atual. – São Paulo: Atlas, 2015, p. 875.
Ainda no tocante à responsabilidade do incorporador, aduzem os arts. 31 e 43 da Lei
nº 4.591/64:
Art. 31. A iniciativa e a responsabilidade das incorporações imobiliárias
caberão ao incorporador, que somente poderá ser: (...)
23
FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nélson; BRAGA NETTO, Felipe Peixoto. op. cit. p. 876.
A responsabilidade pela perfeição da obra não é cláusula contratual, no entanto,
espera-se como encargo ético-profissional do construtor24.
O Código Civil autoriza o cliente a rejeitar a obra imperfeita ou defeituosa (art. 615)
ou a recebê-la com abatimento no preço, se assim lhe convier (art. 616).
Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o
dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se
afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas
em trabalhos de tal natureza.
24
GONÇALVES, Carlos Roberto. op. cit., p.389.
Conforme Cavalieri, após a execução do contrato e entrega da obra, tem início a parte
mais relevante e grave da responsabilidade do incorporador/construtor, que é a
responsabilidade pela solidez e segurança25. Para esse autor26, a segurança e a solidez das
obras são matéria de ordem pública, que interessa a todos os cidadãos e ao próprio Estado, e
não apenas ao empreiteiro e ao dono da obra.
Gonçalves27 entende que embora cesse a responsabilidade do construtor, no tocante
aos vícios referentes a perfeição da obra, com a sua entrega ao proprietário, ela remanesce
com relação aos defeitos ligados à garantia e solidez da obra.
De acordo com o art. 618 do Código Civil, o construtor responde pela solidez e
segurança da obra pelo prazo de cinco anos:
Pablo Stolze28 afirma que a garantia prevista no art. 618 não cobre qualquer defeito,
mas somente aqueles que põem em risco a solidez e segurança da obra:
A norma tem em mira, pois, eventuais defeitos que interfiram na estrutura da
obra (parede mal firmada, viga defeituosa), afetando a sua solidez e
segurança, e não meros vícios que prejudiquem a sua cômoda utilização ou
simplesmente diminuam a sua economicidade (janela desalinhada), para os
quais a lei prevê regras específicas referentes aos vícios redibitórios.
25
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Direito do Consumidor. São Paulo: Atlas, 2008, p. 227.
26
CAVALIERI FILHO, Sérgio. op. cit. p. 411.
27
GONÇALVES, Carlos Roberto. op. cit., p. 391.
28
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. op. cit, p. 407.
29
Tal é a previsão do art. 444, do Código Civil: Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a
coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
30
CAVALIERI FILHO, Sérgio. op. cit. p. 409.
A existência de vício redibitório na coisa enseja a escolha, pelo credor, entre o direito
de rejeitar a coisa, pela redibição do contrato31 (actio redhibitoria), e o de permanecer com a
coisa32, mantendo o contrato, requerendo, contudo, o ajuste no preço por meio da actio quanti
minoris, desde que tais defeitos ocultos não prejudiciais a solidez e segurança da obra33.
Sérgio Cavalieri Filho37 afirma que, para terceiros e vizinhos é indiferente o ajuste
celebrado entre o proprietário e o construtor, já que o contrato de construção, qualquer que
seja a sua modalidade, é res inter alias para a vítima, não lhes competindo averiguar, nem
demonstrar que o dano sofrido resultou de imperícia do construtor ou de falta de cautela do
proprietário ao escolhê-lo, eis que ambos exercem atividade que põe em risco a coletividade
em geral. O que solidariza e vincula o proprietário e o construtor pela reparação do dano
sofrido por terceiro é, objetivamente, a lesão decorrente do fato da construção, fato este,
31
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos,
que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
32
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no
preço.
33
GONÇALVES, Carlos Roberto. op. cit., p. 392.
34
CAVALIERI FILHO, Sérgio. op. cit. pp. 416-417.
35
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier
de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
36
Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos
vizinhos e os regulamentos administrativos
37
CAVALIERI FILHO, Sérgio. op. cit. pp. 416-417
proveitoso tanto para o dono da obra como para quem a executa com fim lucrativo. Dessa
forma, ambos devem responder pelos danos causados; o construtor com base no art. 618 c/c o
parágrafo único do art. 927 do Código Civil, e o proprietário com fundamento no art. 937 do
mesmo Código.
O que o dono da obra poderá fazer é promover ação regressiva contra o construtor
para se ressarcir daquilo que tiver indenizado ao terceiro, nos termos do art. 93438, do Código
Civil.
38
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem
pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
O Superior Tribunal de Justiça também tem reconhecido o direito aos lucros cessantes
na hipótese de atraso na entrega do imóvel:
40
Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.
41
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à
inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora.
especial é inadmissível. 6. A inexecução do contrato pelo promitente-
vendedor, que não entrega o imóvel na data estipulada, causa, além do
dano emergente, figurado nos valores das parcelas pagas pelo
promitente-comprador, lucros cessantes a título de alugueres que
poderia o imóvel ter rendido se tivesse sido entregue na data contratada.
Trata-se de situação que, vinda da experiência comum, não necessita de
prova (art. 335 do CPC/73). Precedentes. 6. Recurso especial parcialmente
conhecido, e nessa parte, provido. (REsp 1.633.274/SP, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, j. 08/11/2016, DJe 11/11/2016).
(grifo nosso)
Art. 2°. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
42 Projeto de Lei 415/2015: Acresce parágrafos ao art. 43 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, que
"Dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias" para dispor sobre a mora do
incorporador na entrega de unidade imobiliária autônoma ao proprietário, promitente comprador, cessionário ou
promitente cessionário dos direitos aquisitivos sobre o aludido imóvel”.
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o
importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e
riscos. (grifo nosso)
CONCLUSÃO
A responsabilidade civil originou-se por meio da obrigação de reparar um dano seja
decorrente de uma culpa ou de outra circunstância que a justifique.
A responsabilidade civil dos construtores, empreiteiros e incorporadores tem
ganhado destaque nos últimos tempos, em virtude da crescente expansão do mercado
imobiliário e do setor de construção civil. Neste trabalho, apurou-se que a principal
obrigação do empreiteiro é executar a obra, tal como lhe foi encomendada, nascendo daí a
obrigação de resultado, devendo garantir a solidez e o objeto para o qual foi contratado.
Não executando a obra de forma perfeita, nem observando as normas sobre
segurança e solidez deve ser responsabilizado juntamente com os demais sujeitos
envolvidos na relação consumerista, respondendo também por prejuízos causados a
terceiros.
O dever de indenizar dos sujeitos da pesquisa em comento encontra-se disciplinada
no Código Civil, no Código de Defesa do Consumidor e na Lei nº 4.591/64 que contêm
disposições acerca das responsabilidades, deveres e direitos de todos os que figurarem na
relação que envolva a construção e compra de um imóvel.
REFERÊNCIAS
Ambito Jurídico. Responsabilidade civil do empreiteiro, incorporador e construtor.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6963>
Acesso em 20 de maio de 2018.
BRASIL. Lei n° 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre o condomínio em
edificações e as incorporações imobiliárias. Disponível no site <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4591.htm> Acesso em 21 de maio de 2018.
BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002.Institui o Código Civil. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em 24 mai
2018.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 590.385. Rel. Min Nancy Andrighi, DJ
5.9.2005.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 267.229. Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª T., DJ
26.11.2008.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgRg no REsp 473.107. Rel. Min. Humberto Gomes
de Barros, DJ 18.12.2006.
BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Súmula nº 543. Na hipótese de resolução
de contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do
Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente
comprador integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou
parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento. (Súmula 543,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 26/08/2015, DJe 31/08/2015).
BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REsp 1.633.274/SP. Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, j. 08/11/2016, DJe 11/11/2016. Disponível em
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=
1552810&num_registro=201400955926&data=20161114&formato=PDF. Acesso em 24
mai 2018.
BRASÍLIA. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de Lei nº 415/2015. Acresce parágrafos
ao art. 43 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, que "Dispõe sobre o condomínio em
edificações e as incorporações imobiliárias" para dispor sobre a mora do incorporador na
entrega de unidade imobiliária autônoma ao proprietário, promitente comprador, cessionário
ou promitente cessionário dos direitos aquisitivos sobre o aludido imóvel. Disponível em
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=947766. Acesso
em 24 mai 2018.
CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Desempenho de
Edificações Habitacionais: Guia Orientativo para Atendimento à Norma ABNT NBR
15575/2013. Fortaleza: Gadioli Cipolla Comunicação, 2013.
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Direito do Consumidor. São Paulo: Atlas, 2008.
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil.11. ed. - São Paulo: Atlas,
2014.
20
DIAS, José de Aguiar. Da Responsabilidade Civil. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011, v.
01.
FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nélson; BRAGA NETTO, Felipe Peixoto. Curso
de direito civil: responsabilidade civil, v. 3. 2. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Atlas, 2015.
GAGLIANO, Pablo Stolze; Filho, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil:
responsabilidade civil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 405.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade civil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
JusBrasil. A responsabilidade Civil do Incorporador, sob a ótica do Novo código Civil e CDC
< https://charlesmenezes.jusbrasil.com.br/artigos/156543501/a-responsabilidade-civil-do-
incorporador> Acesso em 22 de Maio de 2018.
Migalhas. Responsabilidade Civil do construtor.
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI8279,81042-
Da+responsabilidade+civil+do+construtor+de+imovel >Acesso em 20 de Maio de 2018.
RODRIGUES, Silvio. Direito civil: responsabilidade civil. 19.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: responsabilidade civil. 13. ed. São Paulo: Atlas,
2013, v. 4.