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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ________CONCURSO CGM/JP_______________PROF IGOR___________________

SUMÁRIO

Conteúdo
ARQUIVOS: ORIGEM, HISTÓRICO, FUNÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PRINCÍPIOS .......................................................................4
ARQUIVO, DOCUMENTO E SUPORTE: CONCEITO...............................................................................................................4
ORIGEM E HISTÓRICO.......................................................................................................................................................4
Idade Antiga..........................................................................................................................................................................5
Idade Média.........................................................................................................................................................................6
Idade Moderna....................................................................................................................................................................6
Idade Contemporânea........................................................................................................................................................7
FUNÇÃO E FINALIDADE DOS ARQUIVOS..............................................................................................................................7
CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS............................................................................................................................................8
Classificação segundo as entidades mantenedoras.......................................................................................................8
Classificação segundo a natureza dos documentos .......................................................................................................8
Classificação segundo os estágios de sua evolução.......................................................................................................8
Classificação segundo à extensão de sua atuação.........................................................................................................8
PRINCÍPIOS................................................................................................................................................................................8
Princípio da Proveniência ou do Respeito aos Fundos..................................................................................................8
Princípio da Cumulatividade..............................................................................................................................................9
Princípio da Indivisibilidade...............................................................................................................................................9
Princípio da organicidade...................................................................................................................................................9
Princípio da Unicidade........................................................................................................................................................9
Princípio do Respeito à Ordem Original...........................................................................................................................9
ÓRGÃOS DE DOCUMENTAÇÃO: CARACTERÍSTICAS DOS ACERVOS......................................................................................9
DISTINÇÃO ENTRE ARQUIVO E BIBLIOTECA.........................................................................................................................9
CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS (TEORIA DAS TRÊS IDADES)..............................................................................................9
CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS.......................................................................................................................................10
QUANTO À NATUREZA..........................................................................................................................................................10
QUANTO À ESPÉCIE / TIPOLOGIA........................................................................................................................................11
QUANTO AO GÊNERO...........................................................................................................................................................11
TERMINOLOGIA ARQUIVÍSTICA...............................................................................................................................................11
PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS...........................................................................................................................................16
NOÇÕES BÁSICAS DE CONSERVAÇÃO PREVENTIVA..........................................................................................................16
PROTOCOLO: RECEBIMENTO, CLASSIFICAÇÃO, REGISTRO, TRAMITAÇÃO E EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS ..............18
RECEBIMENTO........................................................................................................................................................................19

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

REGISTRO................................................................................................................................................................................19
AUTUAÇÃO............................................................................................................................................................................. 19
CLASSIFICAÇÃO......................................................................................................................................................................19
EXPEDIÇÃO/DISTRIBUIÇÃO..................................................................................................................................................19
CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO (TRAMITAÇÃO).............................................................................................................19
PRODUÇÃO, UTILIZAÇÃO E DESTINAÇÃO DE DOCUMENTOS..............................................................................................19
PLANO DE CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS......................................................................................................................20
TABELA DE TEMPORALIDADE E DESTINAÇÃO DE DOCUMENTOS......................................................................................20
VALOR DOS DOCUMENTOS..................................................................................................................................................20
PRAZO DE GUARDA DOS DOCUMENTOS...........................................................................................................................21
DESTINAÇÃO FINAL DOS DOCUMENTOS...........................................................................................................................21
TABELA DE TEMPORALIDADE...............................................................................................................................................21
SELEÇÃO DOS DOCUMENTOS..............................................................................................................................................23
AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS............................................................................................................................................23
SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO.........................................................................................................................23
ARQUIVAMENTO HORIZONTAL / VERTICAL.......................................................................................................................23
MÉTODOS DIRETOS / INDIRETOS........................................................................................................................................24
MÉTODO ALFABÉTICO...........................................................................................................................................................24
Regras de Alfabetação......................................................................................................................................................25
MÉTODO NUMÉRICO............................................................................................................................................................27
Método Numérico Simples..............................................................................................................................................27
Método Numérico‐Cronológico......................................................................................................................................28
Método Numérico‐dígito‐terminal.................................................................................................................................28
MÉTODO GEOGRÁFICO.........................................................................................................................................................28
MÉTODO IDEOGRÁFICO (POR ASSUNTO)..........................................................................................................................29
Aplicação Prática do Método Ideográfico.....................................................................................................................30
ESCOLHA DO MÉTODO A SER ADOTADO...........................................................................................................................31
NOÇÕES DE APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS..........................................................................................................................32
GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS – GED.............................................................................................32
CERTIFICAÇÃO DIGITAL.........................................................................................................................................................32
CRIPTOGRAFIA...................................................................................................................................................................32
ALGORITMOS CRIPTOGRÁFICOS DE CHAVE PÚBLICA..................................................................................................33
CONFIDENCIALIDADE........................................................................................................................................................33
AUTENTICIDADE................................................................................................................................................................33
ASSINATURA DIGITAL........................................................................................................................................................33

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

DOCUMENTO EM PAPEL X DOCUMENTO ELETRÔNICO..............................................................................................34


CERTIFICADO DIGITAL.......................................................................................................................................................34
RESPONSABILIDADE..........................................................................................................................................................35
VALIDADE............................................................................................................................................................................35
DIGITALIZAÇÃO.......................................................................................................................................................................36
MICROFILMAGEM................................................................................................................................................................. 36
LEGISLAÇÃO................................................................................................................................................................................37
Lei 8.159, de 08/01/1991 – Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras
providências...........................................................................................................................................................................37
Decreto 4.073, de 03/01/2002 – Regulamenta a Lei 8.159, de 08/01/1991, que dispõe sobre a política nacional
de arquivos públicos e privados e dá outras providências .............................................................................................39
Decreto 4.915, de 12/12/2003 – Dispõe sobre o Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo – SIGA, da
Administração Pública Federal, e dá outras providências ...............................................................................................43
Lei 5.433, de 08/05/1968 – Regula a microfilmagem de documentos oficiais e dá outras providências. ..............45
Decreto 1.799, de 30/01/1996 – Regulamenta a Lei 5.433, de 08/05/1968, que regula a microfilmagem de
documentos oficiais e dá outras providências..................................................................................................................46
Resolução Conarq 10, de 06/12/1999 – Dispõe sobre a adoção de símbolos ISO nas sinaléticas a serem
utilizadas no processo de microfilmagem de documentos arquivísticos. ....................................................................48
Decreto 4.553, de 27/12/2002 – Dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e materiais
sigilosos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, no âmbito da Administração Pública Federal, e dá
outras providências...............................................................................................................................................................51
Resolução Conarq 14, de 24/10/2001 – Aprova a versão revisada e ampliada da Resolução 4, de 28/03/1996,
que dispõe sobre o Código de Classificação de Documentos de Arquivo para a Administração Pública:
Atividades ‐ Meio, a ser adotado como modelo para os arquivos correntes dos órgãos e entidades integrantes
do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR), e os prazos de guarda e a destinação de documentos estabelecidos
na Tabela Básica de Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo Relativos às Atividades ‐ Meio da
Administração Pública..........................................................................................................................................................58
ÉTICA PROFISSIONAL.................................................................................................................................................................59
Código de Ética do Arquivista – Conselho Internacional de Arquivos.........................................................................59

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

ARQUIVOS: ORIGEM, HISTÓRICO, FUNÇÃO, CLASSIFICAÇÃO


E PRINCÍPIOS

ARQUIVO, DOCUMENTO E SUPORTE: seus objetivos, visando a utilidade que poderão


CONCEITO oferecer no futuro”.

Heloísa Almeida Prado define arquivo como


O arquivo de uma instituição funciona como o
guardião das informações ali existentes. Para entendermos “a reunião de documentos conservados,
o conceito de arquivo, devemos antes conhecer três visando à utilidade que poderão oferecer
conceitos básicos que integram a área: informação, suporte futuramente”, destacando que, “para ser
e documento. funcional, um arquivo deve ser planejado,
instalado, organizado e mantido de acordo com
Informação: pode ser definida como idéia ou
as necessidades inerentes ao setores” e que
conhecimento. “para realizar o trabalho de arquivamento, o
Suporte: meio no qual a informação é registrada. arquivista precisa conhecer a natureza do
arquivo que lhe será entregue”.
Entende-se por suporte qualquer meio utilizado
para gravar a informação. O papel é hoje o suporte mais Ao analisarmos tais definições, poderemos concluir
utilizado, mas não é o único. No passado, tivemos o que:
pergaminho e o papiro como suportes bastante utilizados.
Com o avanço de novas tecnologias ligadas à informática, 1 – Os documentos de arquivo, além de serem
é cada vez maior o número de instrumentos capazes de produzidos pela instituição, podem também ser
servir de suporte para a informação. Dentre os meios mais recebidos pela mesma;
utilizados, podemos destacar: disquete, CD, DVD e fita 2 – Os documentos de arquivo podem estar
VHS. registrados em variados suportes e serem de
vários gêneros (textual, iconográfico,
Documento: é toda informação registrada em um
audiovisual...), ao contrário da idéia básica de
suporte material, suscetível de consulta, estudo, prova e
que documentos de arquivo seriam basicamente
pesquisa, pois comprova fatos, fenômenos, formas de vida no gênero textual e em suporte papel. Alguns
e pensamentos do homem numa determinada época ou documentos, inclusive, têm seu suporte alterado
lugar. pelos arquivos, visando garantir a permanência
das informações ali depositadas (processo de
No momento em que o indivíduo registra uma
microfilmagem, mudança de mídia de
informação em um suporte, dá origem a um documento.
documentos digitais etc) ;
Com o aparecimento da escrita, o volume de documentos
criados foi se tornando cada vez maior e surgiu a O termo arquivo pode também ser usado para
necessidade de se criarem técnicas que permitissem designar:
organizar esta massa documental de forma a permitir sua
• conjunto de documentos;
imediata localização quando necessário. A partir de então • móvel para guarda de documentos;
surgiram os primeiros arquivos. • local onde o acervo documental deverá ser
conservado;
Quanto à conceituação moderna, Solon Buck,
• órgão governamental ou institucional cujo
arquivista dos EUA assim definiu: objetivo seja o de guardar e conservar a
documentação;
“Arquivo é o conjunto de documentos
• títulos de periódicos – geralmente no plural,
oficialmente produzidos e recebidos por um
devido à influência inglesa e francesa.
governo, organização ou firma, no decorrer de
suas atividades, arquivados e conservados por
si e seus sucessores para efeitos futuros”. ORIGEM E HISTÓRICO
Marilena Leite Paes, por sua vez, define arquivo
Sendo a Suméria, por volta de 3300 a.C., um pólo
como sendo:
comercial havia o surgimento de muitas contas, elaboração
“a acumulação ordenada dos documentos, em de registros etc. assim dando origem às escrituras e aos
sua maioria textuais, criados por uma arquivos.
instituição ou pessoa, no curso de sua
atividade, e preservados para a consecução de

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Segundo Manuel Romero Tallafigo a história dos O material mais usado no Egito era o papiro.
arquivos está dividida em duas etapas: Antigo Regime e Também havia a existência de outros materiais para
Novo Regime. Tendo a Revolução Francesa como pontapé registro. Os egípcios usavam como suporte couro de
inicial para a Soberania Nacional, isto é, os arquivos como animais, madeira, tabletes de argila, pedaços de cerâmica
uma propriedade da nação. etc.

Idade Antiga
Devido à leis como o registro de transações
Como característica geral, na Idade Média, não comerciais e outros, a constante elaboração de decretos
existia uma divisão dos arquivos em correntes e por parte do faraó, havia uma crescente acumulação de
intermediários gerando um princípio de que o arquivo é documentos no antigo Egito. Havendo a necessidade de
considerado todo o tipo de documento. organização destes documentos. Na época havia a divisão
em quatro departamentos.
Na Mesopotânia e Síria os documentos eram
basicamente formados por tabletes de argila, madeira ou
marfim. Na maioria das vezes surgiam de necessidades
administrativas. No caso da madeira o conteúdo (a escrita)
não era escrita diretamente sobre ela, mas havia uma
pequena camada de cera onde era feita a impressão. A
argila atendia ao público do comércio com registros de
impostos e balancetes comerciais. Era de fácil manejo e
tinha forma quadrada com as pontas arredondadas.

Ernst Posner sugere três tipos de arquivamento dos


tabletes. Primeiramente ele se refere ao ordenamento dos
tabletes em filas horizontais. Depois sugere um sistema de
estantes abertas onde serão colocados os tabletes um ao
lado, encostado no outro da mesma forma que livros em
bibliotecas. Por último ele indica a guarda dos tabletes em
caixas de madeiras ou argila onde os tabletes eram
identificados. papiro

Os tabletes que têm sido encontrados estão A Grécia, segundo Aristóteles, tinha grande
revelando várias correspondências entre muitos povos afinidade com os arquivos pois sua política se identifica
revelando o valor dos arquivos para a sociedade. com os princípios arquivísticos.

Tablete de argila Com o material mais usado sendo o papiro podiam


ser conservados em nichos. Devido a resistência os
documentos importantes eram impressos em tabletes de
madeira ou bronze.

O único estabelecimento arquivístico registrado na


época na Grécia era o Metroon de Atenas. Onde eram
guardados os documentos privados e públicos (autógrafos
- documentos originais, antígrafos - cópias documentais).

Segundo Posner na Grécia já havia uma distinção


entre arquivo corrente e não corrente.

A história do arquivo romano tem sido dividida nas


etapas da República e Império.

Independente da etapa o material mais usado era o


tablete de argila, pois era barato e de fácil obtenção na
No Egito a existência dos documentos está Itália. Os papiros e pergaminhos também eram usados,
fortemente ligada ao Estado burocrático, que articula os porém em menor quantidade. Em Roma podemos ver a
documentos tanto para a administração quanto para o existência de arquivos privados situados dentro de
registro e aplicação de suas leis. residências.

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Idade Média
Com a instituição da República o Arquivo Central
do Senado se encontrava como tesouro nacional. Guardava Devido às invasões dos bárbaros-germanos quase
tabletes públicos e atas do senado (leis, decretos, sensos, todos os arquivos foram destruídos.
cópias de projetos etc.)
O período compreendido entre os séc. V e X foi o
Com a Roma Imperial o uso do papiro espalhou-se, trecho da história onde mais se destruíram arquivos e a
contudo os tabletes nunca desapareceram. época onde havia poucas pessoas que praticavam a
atividade arquivística.
Devido a centralização do poder o Tabularium
(lugar onde eram arquivados os tabletes) perdeu seu Com a expansão árabe para o Ocidente através da
caráter de arquivo público, pois os documentos passaram a conquista da Espanha e a técnica de produção de papel,
ser de interesse somente do império. algumas práticas arquivísticas já se tornaram usuais, mas
não havia nenhum Arquivo na Europa.
Com a divisão do império e Ocidental e Oriental
houve um crescente aumento do número de documentos Um fator que determinou o ressurgimento do
provocando uma grande desorganização onde não se arquivo na Europa foi a implantação de estudos voltados à
encontrava determinados documentos, obrigando os Roma Antiga, onde foram analisados os instrumentos de
oficiais recorrerem a arquivos provinciais e privados para registro como os documentos e os arquivos.
obter cópias de documentos não encontrados.
Os arquivos foram surgindo de forma independente.
A China tem arquivos de documentos ligados à
dinastia Shang. Os materiais usados foram casco de No séc. XIII e XIV foi marcado como a Era dos
tartaruga assim como ossos de animais principalmente o registros, formando grandes acervos perante as corte
omoplata bovino. Esse tipo de escritura é denominada soberanas.
jinwen.
Idade Moderna
Com constantes evoluções no suporte da escrita a
China é marcada por essas mudanças. A Cai Lun foi O Estado continua usando o arquivo como um
atribuído o caráter de inventor do papel. Ele era um instrumento para o governo e de administração de muita
servidor do imperador que incentivou esse trabalho. Com importância para a organização. Para muitos estados ou
o baixo custo foi levado para o ocidente pelos árabes impérios o arquivo tem sido uma forma de sigilo em
dando origem à produção de um grande volume de relação a seus bens contratuais, decretos etc.
documentos. A partir daí deu-se início à preocupação com
as técnicas de preservação e restauração. Já havia a preocupação com que iria manusear os
documentos. Também havia uma preocupação na criação
Na África não vamos nos deparar com grandes de cópias para o empréstimo de documentos, limpeza dos
acervos arquivísticos, mas com a - tradição oral -. Em documentos, ordem de classificação e regras para o acesso
Senegal existe um método de preservação da memória evitando a deterioração dos originais.
muito interessante, o Cantante. Neste método as pessoas
narram grandes epopéias de heróis africanos, informações No ano de 1632, Baldassarp Bonifácio escreveu o
que são transmitidas de geração em geração. primeiro tratado que determinava o método de uso e
manuseio do arquivo. Em seguida vários decretos foram
A Mesoamérica é uma área de definição cultural emitidos por, praticamente, toda a Europa.
(Olmeca, Tolteca, Maya, Azteca etc.). Na cultura Olmeca a
origem das escrituras é registrada através de hieróglifos Com a busca do Novo Mundo (Américas) a
encontrados em pedras. Os suportes utilizados são muitos Espanha levou consigo seu costumes arquivísticos. Com a
diversificados (pedras, madeiras, pele de animais, pinturas fundação de novas cidades houve o surgimento da atas de
sobre muros, recipientes de cerâmica etc.) fundação, testamentos, cartas, inventários etc. Como na
Europa, os documentos foram cuidadosamente reunidos e
A aparição do arquivo para os aztecas foi organizados. O regimento de segurança e uso foram os
importante para o registro dos territórios conquistados. mesmos que aplicados na península. Ao invés do Estado
eram os órgãos eclesiásticos que tomavam conta do
Na Sudamérica, ou América do Sul, o documentos civis.
questionamento sobre a existência de um arquivo é geral.
Devido a problemas coloniais os investigadores negam o A partir do séc. XVIII os arquivos começaram a ser
arquivo durante essa época. Há, porém, depoimentos que implantados nas universidades associada a um caráter
afirmam a existência de primitivos e pequenos arquivos. diplomático. Também surge a carreira universitária
Arquivística na Universidade de Maguncia (Alemanha).

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Idade Contemporânea Em 1790 foi estabelecido Arquivo Nacional. Com o


objetivo de centralizar os documentos de origem pública e
No fim do séc. XVIII a arquivística é vista como privada e eclesiásticos. Devido a falta de espaço físico foi
ciência assim como nos dias de hoje. laçada uma lei que determinava a criação dos Arquivos
Departamentais.
Com a Revolução Francesa há uma troca
significativa nos métodos de administração, métodos de Ao contrário que na Espanha, na Itália, os arquivos
governo implantados pelo Antigo Regime. Essas trocas eram organizados separadamente das bibliotecas.
levam os arquivos mudarem completamente as suas Consequentemente, começam a surgir associações de
teorias arquivísticas. arquivos separadas dos bibliotecários.

A criação de um serviço de arquivo próprio foi uma Em 1841 foi definido pela primeira vez o princípio
das primeiras medidas da Assembléia Nacional. A de proveniência. Segundo o arquivista, diplomata e
Assembléia decretou a custódia e exibição de suas atas a historiador francês Natalis de Wailly, todos os documentos
uma instituição que posteriormente se tornou o Arquivo que vem de um corpo, um estabelecimento, família ou um
Nacional de Paris. indivíduo formal, um fundo, devem ser guardados juntos
segundo a sua proveniência.
Principais conseqüências do período
revolucionário. Em 1880 foi definido outro princípio, o respeito a
ordem original. Para Max Lehmann, consiste em respeitar
O fim do conceito de que o acervo arquivístico era a ordem que foi dada aos documentos pelo seu órgão
somente para o acesso de autoridades trouxe um novo gerador. Esse princípio é a essência da ciência arquivística
público para os fundos arquivísticos. O valor cultural e moderna.
histórico do arquivo foi decisivo para a abertura de
Arquivos Históricos.

FUNÇÃO E FINALIDADE DOS ARQUIVOS

A importância do arquivo para a instituição está correspondência, criação dos modelos para documentos e
ligada ao aumento expressivo do volume de documentos criação das normas de gestão documental da instituição.
que a mesma se utiliza no exercício de suas atividades e a
necessidade de se estabelecerem critérios de guarda e de Para alcançar estes objetivos é necessário que o
eliminação de documentos, quando estes já não são mais arquivo disponha dos seguintes requisitos:
úteis para a organização. A adoção de técnicas a) contar com pessoal qualificado e em número
arquivísticas adequadas permite não apenas a localização suficiente;
eficiente da informação desejada, mas também a economia b)estar instalado em local apropriado;
de recursos para a instituição. c) dispor de instalações e materiais adequados;
d)utilizar sistemas racionais de arquivamento,
Podemos destacar como finalidades do arquivo: fundamentados na teoria arquivística moderna;
e) contar com normas de funcionamento;
1 – Guarda dos documentos que circulam na f) contar com dirigente qualificado, preferencial,
instituição, utilizando para isso técnicas que mas não obrigatoriamente, até pela escassez dos
permitam um arquivamento ordenado e mesmos, formado em Arquivologia.
eficiente ;
2 – Garantir a preservação dos documentos, Para Marilena Leite Paes, “a principal finalidade
utilizando formas adequadas de dos arquivos é servir a administração, constituindo-se,
acondicionamento, levando em consideração com o decorrer do tempo, em base do conhecimento da
temperatura, umidade e demais aspectos que história”. Destaca ainda que a “função básica do arquivo é
possam danificar os mesmos; tornar disponível as informações contidas no acervo
3 – Atendimento aos pedidos de consulta e documental sob sua guarda ”. Observa-se, portanto, que o
desarquivamento de documentos pelos diversos arquivamento não consiste apenas em guardar
setores da instituição, de forma a atender documentos, mas servir de fonte de pesquisa para toda a
rapidamente à demanda pelas informações ali administração, servindo de base para eventuais tomadas de
depositadas. decisões e ainda para a preservação da história.

Além destas funções principais podemos destacar


outras, de relativa importância, como a expedição da

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS Classificação segundo os estágios de sua


evolução
Dependendo do aspecto sob o qual os arquivos são
estudados, eles podem ser classificados segundo: Com relação ao estágio de evolução, os arquivos
• as entidades mantenedoras (públicos ou classificam-se em correntes, intermediários e permanentes.
privados);
Arquivos correntes: São aqueles que guardam os
• a natureza dos documentos (especial ou
especializado); documentos mais novos e mais utilizados na
• aos estágios de sua evolução (corrente, instituição.
intermediário e permanente) ; Arquivos intermediários: São aqueles que guardam
• à extensão de sua atuação (setorial e central). os documentos menos utilizados na instituição,
mas que ainda podem ser utilizados para fins
Classificação segundo as entidades administrativos;
Arquivos permanentes: São aqueles que guardam os
mantenedoras documentos que, já tendo cumprido sua função
De acordo com a Lei 8.159/1991, os arquivos administrativa, agora são conservados pelo
podem ser classificados segundo a instituição em que valor histórico para a instituição.
estejam inseridos da seguinte forma:
Por se tratar de assunto exaustivamente cobrado em
Arquivos públicos: são aqueles mantidos por
concursos públicos, esta classificação merecerá um tópico
entidades de caráter público, ou ainda, por entidades
à parte (ciclo vital dos documentos), onde serão abordados
privadas encarregadas da execução de serviços públicos,
com maior profundidade.
seja na esfera federal, estadual ou municipal. Ex.: arquivo
do STJ, arquivo da Prefeitura de São Paulo e arquivo do Classificação segundo à extensão de sua
Senado Federal.
atuação
Arquivos privados: são aqueles mantidos por
instituições de caráter particular. Ex.: arquivo do Com relação à extensão de sua atuação (localização
Bradesco, arquivo das Lojas Americanas e arquivo da física), os arquivos classificam-se em setoriais ou
Rede Globo. centrais/gerais.

Para Marilena Leite Paes, segundo as entidades a Arquivos setoriais: São aqueles instalados nos
que estão vinculados, os arquivos podem ser classificados próprios setores que utilizam os documentos no
em: dia-a-dia.
públicos, quando mantidos por um órgão
público, em qualquer esfera de atuação; Arquivos centrais/gerais: São aqueles que estão
institucionais: quando mantidos por localizados fora dos setores de trabalho e
associações, igrejas ou entidades sem fins acumulam, em um único local, documentos
lucrativos; provenientes dos diversos setores da instituição,
de forma centralizada.
comerciais: quando mantidos por firmas,
empresas ou indústrias;
pessoais ou familiares: quando mantidas por PRINCÍPIOS
pessoas físicas.
Princípio da Proveniência ou do Respeito aos
Classificação segundo a natureza
Fundos
dos documentos
Princípio básico da arquivologia segundo o qual o
Arquivos especiais: Arquivos que mantêm sob sua arquivo produzido por uma entidade coletiva coletiva,
guarda documentos de formas físicas variadas e que pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras
exijam cuidados especiais em sua guarda e conservação. É entidades produtoras produtoras. Também chamado
o caso de arquivos que guardam documentos em meio princípio do respeito aos fundos.
digital (CDs, disquetes, DVDs), fotografias, slides,
. De um modo geral, este princípio fixa a identidade do
microfilmes, fitas de vídeo etc documento, relativamente a seu produtor. Por este
Arquivos especializados: Arquivos que mantêm sob princípio, os arquivos devem ser organizados em
guarda documentos de determinada área do obediência à competência e às atividades da instituição ou
. pessoa legitimamente responsável pela produção,
conhecimento São exemplos os arquivos médicos, os
acumulação ou guarda dos documentos.
.
arquivos jornalísticos e os arquivos de engenharia

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Princípio da organicidade
Fundo: Conjunto de documentos de uma mesma
proveniência (instituição) O acervo deve refletir a estrutura interna e as
competências / atribuições de seu órgão produtor,
Fundo aberto: Fundo ao qual podem ser mantendo a inter-relação dos conjuntos de um fundo.
acrescentados novos documentos em função Segundo este princípio, os documentos de arquivo mantêm
do fato de a entidade produtora continuar em estreita relação com os demais documentos pertencentes
atividade. ao conjunto e com à entidade que os acumula. Um
Fundo fechado: Fundo que não recebe mais documento de arquivo retirado de seu conjunto perde
acréscimos de documentos, em função de a muito do seu significado.
entidade produtora não se encontrar mais em
atividade. Princípio da Unicidade

Princípio da Cumulatividade Não obstante, forma, gênero, tipo ou suporte, os


documentos de arquivo conservam seu caráter único, em
O arquivo é uma formação progressiva, natural e função do contexto em que foram produzidos.
orgânica.
Princípio do Respeito à Ordem Original
Princípio da Indivisibilidade
Os documentos devem ser mantidos no arquivo na
Os fundos de arquivo devem ser preservados sem mesma ordem que lhe foi atribuída nos setores que os
dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada criaram. Não se explica quando os documentos na fase
ou adição indevida. corrente não receberam uma organização adequada.

ÓRGÃOS DE DOCUMENTAÇÃO: CARACTERÍSTICAS DOS ACERVOS

DISTINÇÃO ENTRE ARQUIVO e seus documentos são adquiridos através de compra,


doação ou permuta, diferentemente dos arquivos, cujos
E BIBLIOTECA documentos são produzidos ou recebidos pela própria
instituição.
Embora arquivo e biblioteca tenham a mesma
finalidade (guardar e permitir o acesso às informações), Podemos verificar que, enquanto o arquivo tem
sua forma de atuação e suas características básicas são finalidade funcional (preservar as informações que
diferentes. Poderíamos assim definir cada instituição: evidenciam o funcionamento da instituição ao longo do
Arquivo: é o conjunto de documentos, criados ou tempo), a finalidade das bibliotecas é essencialmente
recebidos por uma instituição ou pessoa, no exercício de .
cultural (guarda de informações para estudo)
sua atividade, preservados para garantir a consecução de
seus objetivos. Destaca- se, ainda, que os documentos de arquivo
são produzidos em uma única via ou em limitado número
Biblioteca: é o conjunto de material, em sua de cópias, enquanto que os documentos das bibliotecas
maioria impresso e não produzido pela instituição em que (livros) são produzidos em numerosos exemplares,
está inserida, de forma ordenada para estudo, pesquisa e espalhados pelas inúmeras bibliotecas existentes.
consulta. Normalmente é constituída de coleções temáticas

CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS (TEORIA DAS TRÊS IDADES)

A Arquivologia adota a chamada Teoria das três 1. “Arquivo de primeira idade ou corrente,
idades ou Ciclo vital dos documentos para classificar os constituído de documentos em curso
estágios ou fases pelas quais passam os documentos dentro (emprestados a outros setores com relativa
. freqüência) ou consultados freqüentemente,
da instituição (corrente, intermediária e permanente) conservados nos escritórios ou nas repartições
Essas fases são definidas por Jean-Jacques Valette que os receberam e os produziram ou em
(1973) como as três idades dos arquivos: corrente, dependências próximas de fácil acesso”. Por
intermediária e permanente, e são assim descritas: documentos em curso entenda-se que, nesta fase,
os documentos tramitam bastante de um setor
para outro, ou seja, podem ser emprestados a

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

outros setores para atingirem a finalidade para a arquivos propriamente ditos, pois ali os
qual foram criados, o que não quer dizer que, documentos são arquivados de forma definitiva”.
necessariamente, estes documentos devam estar
tramitando todo o tempo. São classificados como permanentes os documentos
:
2. “Arquivo de segunda idade ou intermediário, – que revelam a origem e a constituição da
constituído de documentos que deixaram de ser instituição;
freqüentemente consultados, mas cujos órgãos – que mostram como a instituição funcionou ao
que os receberam e os produziram podem ainda longo do tempo;
solicitá-los, para tratar de assuntos idênticos ou – normas e regulamentos;
retomar um problema novamente focalizado. Não – demais documentos que se caracterizem como
há necessidade de serem conservados próximos históricos para a instituição.
aos escritórios. A permanência dos documentos
nesses arquivos é transitória. São por isso Essas fases são complementares, pois os
também chamados, em alguns países que adotam documentos podem passar de uma fase para outra, e cada
esta teoria, de limbo ou purgatório”. uma das fases corresponde a uma maneira diferente de
conservar e tratar os documentos e, conseqüentemente,
3. “Arquivo de terceira idade ou permanente, uma organização adequada, ou seja, as unidades de
constituído de documentos que perderam todo acondicionamento (pastas suspensas, pastas A-Z etc)
valor de natureza administrativa e que se adotadas na fase corrente serão substituídas por unidades
conservam em razão de seu valor histórico ou mais adequadas ao funcionamento das fases intermediária
documental e que constituem os meios de e permanente, nas quais é muito comum a utilização de
. .
conhecer o passado e sua evolução Estes são os caixas-arquivo

CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS

QUANTO À NATUREZA São assuntos normalmente classificados como ultra-


secretos aqueles da política governamental de alto nível e
Quanto à natureza do assunto os documentos segredos de Estado.
. Consideram-se secretos os assuntos que requeiram
podem ser ostensivos ou sigilosos
alto grau de segurança e cujo teor ou características podem
A classificação de ostensivo ou ordinário é dada aos ser do conhecimento de pessoas que, sem estarem
documentos cuja divulgação não prejudica a intimamente ligadas ao estudo ou ao seu manuseio, sejam
. autorizadas a deles tomar conhecimento, funcionalmente.
administração
Consideram-se sigilosos os documentos que, por São assuntos geralmente classificados como
sua natureza, devam ser de conhecimento restrito e, secretos os referentes a planos, programas e medidas
portanto, requeiram medidas especiais de salvaguarda para governamentais; os assuntos extraídos de matéria ultra-
sua custódia e divulgação. secreta que, sem comprometer o excepcional grau de sigilo
da matéria original, necessitam de maior difusão, tais
Graus de sigilo como: planos ou detalhes de operações militares; planos
ou detalhes de operações econômicas ou financeiras;
Segundo a necessidade do sigilo e quanto à aperfeiçoamento em técnicas ou materiais já existentes;
extensão do meio em que pode circular, são quatro os dados de elevado interesse sob aspectos físicos, políticos,
graus de sigilo e as suas correspondentes categorias, em econômicos, psicossociais e militares de países
ordem do maior para o menor grau de sigilo : estrangeiros e meios de processos pelos quais foram
– ultra-secreto; obtidos; materiais criptográficos importantes que não
– secreto; tenham recebido classificação inferior.
– confidencial;
– reservado. A classificação de confidencial é dada aos assuntos
que, embora não requeiram alto grau de segurança, seu
Aclassificação de ultra-secreto é dada aos assuntos conhecimento por pessoa não-autorizada pode ser
que requeiram excepcional grau de segurança e cujo teor prejudicial a um indivíduo ou criar embaraços
ou características só devam ser do conhecimento de administrativos.
pessoas intimamente ligadas ao seu estudo ou manuseio.

10
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

São assuntos, em geral, classificados como


confidenciais os referentes a pessoal, material, finanças e Alvará (espécie)
outros cujo sigilo deva ser mantido por interesse das Alvará de funcionamento (tipologia documental)
partes, como por exemplo: informações sobre a atividade Alvará de construção (tipologia documental)
de pessoas e entidades, bem como suas respectivas fontes:
rádio-freqüência de importância especial ou aquelas que QUANTO AO GÊNERO
devam ser usualmente trocadas; cartas, fotografias aéreas e
negativos que indiquem instalações consideradas Quanto ao gênero, os documentos são classificados
importantes para a segurança nacional. em:
Reservados são os assuntos que não devam ser do – Documentos escritos ou textuais: documentos
conhecimento do público, em geral. Recebem essa cuja informação esteja em forma escrita ou
classificação, entre outros, partes de planos, programas e .
textual
projetos e as suas respectivas ordens de execução: cartas,
fotografias aéreas e negativos que indiquem instalações Ex.: contratos, atas, relatórios, certidões.
importantes.
– Documentos iconográficos: documentos cuja
No Brasil, a atribuição do grau de sigilo e o .
informação esteja em forma de imagem estática
controle dos documentos sigilosos é regulamentada pelo Ex.: fotografias, negativos, diapositivos (slides),
Decreto nº 4.553/2002, transcrito no capítulo referente à .
legislação arquivística. desenhos e gravuras
– Documentos sonoros: documentos cuja
informação esteja em forma de som/áudio.
QUANTO À ESPÉCIE / TIPOLOGIA Ex.: escuta telefônica, discurso gravado em fita
cassete.
Denomina-se espécie de um documento o seu
aspecto formal, ou seja, a aparência que o mesmo assume – Documentos filmográficos: documentos cuja
a partir das informações nele contida. Em geral, há nas informação esteja em forma de imagem em
instituições diversas espécies de documentos, como movimento (com ou sem som).
ofícios, memorandos, atas, declarações, avisos, Ex.: filmagens e vídeos.
requerimentos etc.
– Documentos informáticos ou digitais: documentos
Quando reunimos a determinada espécie a função gravados em meio digital e que, por isso,
necessitam de equipamentos eletrônicos para que
ou atividade que o documento irá exercer, criamos uma .
tipologia documental. Desta forma, a tipologia documental sejam lidos
resulta da soma da espécie do documento com sua Ex.: arquivo em MP3, arquivo do Word.
atividade.
– Documentos cartográficos: documentos que
Exemplos: representem, de forma reduzida, uma área maior.
Contrato (espécie) .
Contrato de trabalho (tipologia documental) Ex.: mapas e plantas
Contrato de locação (tipologia documental) – Documentos micrográficos: documentos em
microformas.
Declaração (espécie)
Ex.: microfilmes e microfichas.
Declaração de imposto de renda (tipo documental)
Declaração de bens (tipologia documental)

TERMINOLOGIA ARQUIVÍSTICA

A seguir estão relacionados os temos técnicos ACESSO


utilizados nesta publicação, de acordo com as definições Possibilidade de consulta a documentos.
dadas pelo Arquivo Nacional, em seu Dicionário de Função arquivística destinada a tornar acessíveis os
Terminologia Arquivística. documentos e a promover sua utilização mediante a
preparação e a publicação de instrumentos de pesquisa, a
ACERVO organização de serviço educativo, de referência e
Totalidade dos documentos sob custódia de um divulgação.
arquivo.

11
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

ARQUIVO ADMINISTRATIVO
ACONDICIONAMENTO
Ato ou efeito de embalar documentos de forma 1. Arquivo com predominância de documentos
decorrentes do exercício das atividades-meio de
apropriada à sua preservação e manuseio.
uma instituição; expressão usada em oposição a
ACUMULAÇÃO arquivo técnico.
Reunião de documentos produzidos e recebidos no 2. Unidade administrativa ou serviço encarregado
curso das atividades de uma instituição ou pessoa. do arquivo administrativo.
ARQUIVO CENTRAL
ADMINISTRAÇÃO DE ARQUIVOS Unidade responsável pela normalização dos
Direção, supervisão e coordenação das atividades procedimentos técnicos aplicados aos arquivos de uma
de arquivo. administração, podendo ou não assumir a centralização do
armazenamento. Também chamado de arquivo geral.
ADMINISTRAÇÃO DE DOCUMENTOS Ver também ARQUIVO SETORIAL.
Ver GESTÃO DE DOCUMENTOS.
ARQUIVO CORRENTE
AMOSTRAGEM 1. Conjunto de documentos em tramitação ou não,
Técnica de seleção de documentos representativos que pelo seu valor primário é objeto de consultas
de um conjunto. freqüentes pela entidade que o produziu, a quem
compete a sua administração.
ANEXAÇÃO 2. Unidade administrativa ou serviço encarregado
Juntada em caráter definitivo, na qual prevalece, do arquivo corrente.
para referência, o número do processo mais antigo. ARQUIVO ESTADUAL
Arquivo público mantido pela administração
ANEXO
pública estadual.
Documento juntado a outro ou a um processo por
afinidade de conteúdo, em caráter definitivo. ARQUIVO GERAL
Ver ARQUIVO CENTRAL.
APENSAÇÃO
ARQUIVO HISTÓRICO
Juntada em caráter temporário, feita com o objetivo
Ver ARQUIVO PERMANENTE.
de elucidar ou subsidiar a matéria tratada, conservando
cada processo a sua identidade e independência. ARQUIVO INTERMEDIÁRIO
APENSO 1. Conjunto de documentos originários de arquivos
correntes, com uso pouco freqüente e que
Documento juntado a processo sem, contudo,
aguarda destinação.
passar a integrá-lo.
2. Unidade administrativa ou serviço encarregado
ARMAZENAMENTO do arquivo intermediário.
3. Depósito especialmente construído para
Ato ou efeito de guardar documentos em áreas
armazenamento de arquivos intermediários.
utilizadas para este fim.
Ver também ACONDICIONAMENTO ARQUIVO MUNICIPAL
ARQUIVAMENTO Arquivo público mantido pela administração
pública municipal.
1. Seqüência de operações que visam à guarda
ordenada de documentos ARQUIVO NACIONAL
2. Ação pela qual uma autoridade determina a
Arquivo público mantido pela administração central
guarda de um documento cessada a sua
ou federal de um país.
tramitação
Ver também ARRANJO e MÉTODO DE ARQUIVO PARTICULAR
ARQUIVAMENTO. Ver ARQUIVO PRIVADO.
ARQUIVO
ARQUIVO PERMANENTE
1. Conjunto de documentos independente da
1. Conjunto de documentos preservados em caráter
natureza dos suportes, acumulados por uma
definitivo em função de seu valor.
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, ao
2. Unidade administrativa ou serviço encarregado
longo de suas atividades.
do arquivo permanente também chamado de
2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a
arquivo histórico.
custódia, o processamento técnico, a conservação
e a utilização de arquivos.

12
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

ARQUIVO PRIVADO CLASSE


Arquivo acumulado por pessoa física ou jurídica de Cada divisão que compõe um sistema de
direito privado. classificação.

ARQUIVO PÚBLICO CLASSIFICAÇÃO


1. Arquivo acumulado por instituição pública no 1. Organização dos documentos de um arquivo ou
exercício de suas funções, independente de seu coleção, de acordo com um Plano de
âmbito de ação e do sistema de governo do país. Classificação ou Quadro de Arranjo.
2. Arquivo integrante da administração pública. 2. Ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo
de documentos, selecionar a categoria de assunto
ARQUIVO REGIONAL sob a qual devem ser arquivados e determinar o
Arquivo encarregado de arquivos de uma código para a sua recuperação.
determinada região. 3. Ato pelo qual se atribui a documentos, ou às
informações neles contidas, graus de restrição de
ARQUIVO SETORIAL acesso. Também chamada classificação de
1. Arquivo acumulado por um determinado setor ou segurança.
serviço de uma administração
2. Unidade administrativa ou serviço encarregado CLASSIFICAÇÃO DECIMAL
do arquivo setorial, existindo um arquivo central, Ver MÉTODO DECIMAL.
estará a ele tecnicamente subordinado.
CÓDIGO
ARQUIVO TÉCNICO Conjunto de símbolos, normalmente letras e/ou
1. Arquivo com predominância de documentos números que mediante uma convenção, representam
decorrentes do exercício das atividades-fim de dados.
uma instituição; expressão usada em oposição a Ver também NOTAÇÃO.
arquivo administrativo.
2. Unidade administrativa ou serviço encarregado CÓDIGO DE CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS
do arquivo técnico. Sistema de código derivado de um Plano de
Classificação.
ARRANJO
Seqüência de operações que, de acordo com um COMISSÃO DE AVALIAÇÃO.
plano ou quadro previamente estabelecido, visa à Grupo multidisciplinar encarregado da avaliação de
organização dos documentos de um arquivo ou coleção, documentos de um arquivo.
utilizando-se diferentes métodos.
CONSERVAÇÃO
ATIVIDADE-FIM Ato ou efeito de promover a preservação e a
Expressão que designa as atividades desenvolvidas restauração de documentos.
em decorrência da finalidade de uma instituição.
Ver também ARQUIVO TÉCNICO e ATIVIDADE- CONSULTA
MEIO. Busca direta ou indireta de informações.

ATIVIDADE-MEIO DATA DE ACESSO


Expressão que designa as atividades que dão Período a partir do qual, terminado o prazo de
suporte à consecução das atividades-fim de uma restrição de acesso, o documento está liberado para
instituição. consulta.
Ver também ARQUIVO ADMINISTRATIVO.
DATAS-LIMITE
AVALIAÇÃO Elemento de identificação cronológica, em que são
Processo de análise e seleção de documentos de mencionados o início e término do período abrangido por
arquivo, que estabelece sua destinação de acordo com os um conjunto de documentos.
valores que lhes são atribuídos.
Ver também COMISSÃO DE AVALIAÇÃO. DESCARTE
Exclusão de documentos do acervo de um arquivo,
CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS após avaliação, com a finalidade de encaminhá-los a uma
Sucessivas fases por que passam os documentos de instituição ou pessoa.
um arquivo, da sua produção até sua eliminação ou guarda Ver também ELIMINAÇÃO
permanente.
Ver também TEORIA DAS TRÊS IDADES

13
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

FUNDO
DESCRIÇÃO Conjunto de documentos de uma mesma
Conjunto de procedimentos que, levando em conta proveniência; termo que eqüivale a arquivo. Também
os elementos formais e de conteúdo das unidades de referido como núcleo.
arquivamento, representam-nas nos instrumentos de
pesquisa. FUNDO ABERTO
Conjunto ao qual podem ser acrescentados novos
DESTINAÇÃO documentos, em função do gerador do arquivo continuar
Decisão, a partir da avaliação, quanto ao em atividade. Também referido como núcleo aberto.
encaminhamento dos documentos para guarda permanente
ou eliminação. FUNDO FECHADO
Ver também: TABELA DE TEMPORALIDADE. Fundo que, em função do fato do gerador do
arquivo não se encontrar mais em atividade, não receberá
DOCUMENTAÇÃO acréscimos de documentos de data posterior a sua
1. Conjunto de documentos. existência. Também referido como núcleo fechado.
2. Ato ou serviço de coleta, organização,
processamento técnico e disseminação de GÊNERO DOCUMENTAL
informações e documentos. Reunião de espécies documentais que se
assemelham por seus caracteres essenciais,
DOCUMENTO particularmente o suporte e a forma de registro da
Unidade de registro de informações qualquer que informação, como documentação audiovisual,
seja o suporte utilizado. documentação cartográfica, documentação iconográfica,
Ver também, ITEM DOCUMENTAL. documentação informática, documentação micrográfica,
documentação textual.
DOCUMENTO OFICIAL
Documento emanado do poder público ou de GESTÃO DE DOCUMENTOS
instituições de direito privado que produz efeitos de ordem Administração da produção, tramitação,
jurídica na comprovação de um fato. organização, uso e avaliação de documentos, mediante
técnicas e práticas arquivísticas, visando a racionalização e
DOCUMENTO PÚBLICO eficiência dos arquivos. Também referida como
1. Do ponto de vista da acumulação, documento de administração de documentos.
arquivo público.
2. Do ponto de vista da propriedade, documento de GUIA DE RECOLHIMENTO
propriedade do poder público. Ver RELAÇÃO DE RECOLHIMENTO.
3. Do ponto de vista da produção, documento
emanado do poder público. GUIA DE TRANSFERÊNCIA
Ver RELAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA.
DOSSIÊ IDENTIFICAÇÃO
O dossiê é um conjunto de documentos Processo de reconhecimento, sistematização e
relacionados entre si por assunto (ação, evento, pessoa, registro de informações sobre arquivos com vistas ao seu
lugar, projeto), que constitui uma unidade de controle físico e/ou intelectual.
arquivamento.
ITEM DOCUMENTAL
ELIMINAÇÃO Unidade documental materialmente indivisível.
Destruição de documentos que, na avaliação, foram Também referido como peça.
considerados sem valor para a guarda permanente. Ver também DOCUMENTO.

ESPÉCIE DOCUMENTAL JUNTADA


Divisão de gênero documental, que reúne tipos Ato ou efeito de apensação ou anexação de um
documentais por suas características comuns de processo a outro. Termo também aplicado à junção de
estruturação da informação, como ata, carta, decreto, documentos a um processo.
fotografia, memorando, ofício, plantas, relatório. LISTA DE ELIMINAÇÃO
Relação de documentos cuja eliminação foi
FICHÁRIO autorizada.
1. Conjunto de fichas ordenadas, segundo critérios Ver também TERMO DE ELIMINAÇÃO
pré-estabelecidos, utilizado para fins de controle
e recuperação de documentos e informações. LISTA DE RECOLHIMENTO
2. Móvel utilizado para guarda de fichas. Ver RELAÇÃO DE RECOLHIMENTO

14
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

PRESERVAÇÃO
LISTA DE TRANSFERÊNCIA Prevenção da deterioração e danos em documentos,
Ver RELAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA. por meio de adequado controle ambiental e/ou tratamento.

MÉTODO DE ARQUIVAMENTO PRINCÍPIO DA PROVENIÊNCIA


Seqüência de operações que determina a disposição Princípio básico da Arquivologia segundo o qual os
dos documentos de um arquivo ou coleção, uns em relação arquivos gerados por uma instituição ou pessoa não devem
aos outros, e a identificação de cada unidade. ser misturados aos de outros geradores.
PRINCÍPIO DO RESPEITO AOS FUNDOS
MÉTODO DECIMAL Ver PRINCÍPIO DA PROVENIÊNCIA.
Método de ordenação que tem por eixo um plano
prévio de distribuição dos documentos em dez grandes PROCESSO
classes, cada uma podendo ser subdividida em dez Conjunto de documentos reunidos em capa
subclasses e assim por diante. especial, e que vão sendo organicamente acumulados no
decurso de uma ação administrativa ou judiciária.
NOTAÇÃO
Código de identificação das unidades de PROJEÇÃO
arquivamento, constituído de números, letras e/ou sinais, Saliência colocada, ou existente, na parte superior
que permite sua ordenação ou localização. das fichas, guias ou pastas suspensas destinada ao registro
de informações, permitindo rápida visualização.
NÚCLEO
Ver FUNDO. PROTOCOLO
ORDENAÇÃO Serviço encarregado do recebimento, registro,
Ato ou efeito de dispor documentos ou informações classificação, distribuição, tramitação e expedição de
segundo um determinado método. documentos.
Ver também ARQUIVO CORRENTE.
PEÇA RECOLHIMENTO
Ver, ITEM DOCUMENTAL 1. Entrada de documentos em arquivos
permanentes, em conformidade com a sua
PERÍODO DE RETENÇÃO jurisdição arquivística.
Período de tempo, baseado em estimativas de uso, 2. Operação pela qual um conjunto de documentos
em que os documentos devem ser mantidos nos arquivos passa da custódia do arquivo intermediário para o
correntes, antes de serem transferidos para um arquivo arquivo permanente.
intermediário, ou em um arquivo intermediário, antes de Ver também RELAÇÃO DE RECOLHIMENTO.
serem recolhidos ao arquivo permanente.
RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
PLANO DE CLASSIFICAÇÃO
Ato ou efeito de identificar ou localizar a
Esquema elaborado a partir do estudo das estruturas informação desejada.
e funções da instituição e análise do arquivo por ela
produzido, pelo qual se distribuem os documentos em RELAÇÃO DE RECOLHIMENTO
classes, de acordo com métodos de arquivamento Instrumento de controle da entrada de documentos
específicos. Expressão geralmente adotada em arquivos em arquivos permanentes.
correntes.
Ver também CÓDIGO DE CLASSIFICAÇÃO RELAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA
Instrumento de controle da entrada de documentos
PRAZO DE ELIMINAÇÃO
em arquivos intermediários.
Prazo fixado em Tabela de Temporalidade para
eliminação de documentos não considerados de valor SELEÇÃO
permanente. Eleição, durante a avaliação de um arquivo, dos
documentos de valor permanente e dos passíveis de
PRAZO DE GUARDA
eliminação, mediante critérios e técnicas previamente
Prazo definido na Tabela de Temporalidade, ao fim estabelecidos.
do qual a destinação é efetivada. Também referido como
prazo de retenção. SISTEMA DE ARQUIVAMENTO
Ver também PERÍODO DE RETENÇÃO Conjunto de rotinas, procedimentos e métodos de
arquivamento compatíveis entre si, tendo em vista a
PRAZO DE RETENÇÃO organização e conservação de documentos ou arquivos,
Ver PRAZO DE GUARDA bem como acesso ágil às informações neles contidas.

15
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

UNIDADE DE ARQUIVAMENTO
SISTEMA DE ARQUIVOS Documento ou conjunto de documentos que se
Conjunto de arquivos que, independentemente da toma por base para fins de armazenamento, notação e
posição que ocupam nas respectivas estruturas arranjo.
administrativas, funcionam de modo integrado e articulado
na persecução de objetivos comuns. VALOR ADMINISTRATIVO
Valor que um documento possui para a
TABELA DE TEMPORALIDADE administração produtora do arquivo, na medida em que
Instrumento de destinação, aprovado pela informa ou aprova seus atos presentes ou futuros.
autoridade competente, que determina prazos de Ver também VALOR PRIMÁRIO.
transferência, recolhimento ou eliminação de documentos.
VALOR FISCAL
TEORIA DAS TRÊS IDADES Valor atribuído a documentos ou arquivos para
Teoria segundo a qual os arquivos são correntes, comprovação de operações financeiras ou fiscais.
intermediários ou permanentes de acordo com a
freqüência de uso por seus geradores e a identificação de VALOR HISTÓRICO
seus valores primário e secundário. Ver VALOR PERMANENTE.
Ver também CICLO VITAL DE DOCUMENTOS.
VALOR INFORMATIVO
TERMO DE ELIMINAÇÃO Valor que um documento possui pelas informações
Instrumento que reúne informações sucintas sobre nele contidas, independente de seu valor probatório.
os documento que, após terem cumprido o prazo de guarda
estabelecido na Tabela de Temporalidade, foram VALOR LEGAL
eliminados. Valor que um documento possui perante a lei para
Ver também LISTA DE ELIMINAÇÃO. comprovar um fato ou constituir um direito.
Ver também VALOR PROBATÓRIO.
TIPO DOCUMENTAL
Divisão de espécie documental que reúne VALOR PERMANENTE
documentos por suas características comuns em termos de Valor probatório ou valor informativo que justifica
fórmula diplomática, natureza de conteúdo ou técnica do a guarda permanente de um documento em um arquivo.
registro, tais como cartas precatórias, cartas régias, cartas- Ver também VALOR SECUNDÁRIO.
patentes, decretos sem número, decretos-leis, decretos
legislativos, fotografias temáticas, retratos, daguerreótipos, VALOR PRIMÁRIO
litogravuras, serigrafias, xilogravuras. Valor atribuído aos documentos em função do
interesse que possam ter para o gerador do arquivo,
TIPOLOGIA DOCUMENTAL levando-se em conta a sua utilidade para fins
Ver TIPO DOCUMENTAL. administrativos, legais e fiscais.

TRANSFERÊNCIA VALOR SECUNDÁRIO


Passagem de documentos do arquivo corrente para Valor atribuído aos documentos em função do
o arquivo intermediário. interesse que possam ter para o gerador do arquivo, e para
outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins
TRIAGEM diferentes daqueles para os quais foram originalmente
Ver SELEÇÃO. produzidos.

PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS

NOÇÕES BÁSICAS DE CONSERVAÇÃO A preservação envolverá as atividades de


conservação, armazenamento e restauração dos
PREVENTIVA documentos.
Além da guarda do documento, o arquivo deverá se O principal objetivo da conservação é o de estender
preocupar também com a preservação dos documentos da
a vida útil dos documentos, procurando mantê-los o mais
instituição. próximo possível do estado físico em que foram criados.

16
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

A restauração tem por objetivo revitalizar a – Objetos metálicos: deve-se evitar o uso de objetos
concepção original, ou seja, a legibilidade do documento. metálicos, como grampos, clipes e colchetes, pois
os mesmos tendem a enferrujar e,
Agentes exteriores que danificam os documentos conseqüentemente, acabarão por danificar os
documentos. A opção, sempre que possível,
Físicos: deverá recair sobre clipes e colchetes (hastes) de
– Luminosidade : a luz é um dos fatores mais plástico, que não causam tal problema.
agravantes no processo de degradação dos
materiais bibliográficos, por isso deve-se evitar a Biológicos:
exposição dos documentos à luz natural (luz – Insetos: Vários são os insetos que atacam os
solar) e à reprodução, pois tais fatores causam o documentos causando a deterioração dos
envelhecimento do papel. mesmos. Dentre estes, podemos destacar as
– Temperatura : – Temperaturas demasiado altas ou baratas, traças e brocas.
baixas aceleram a degradação do papel, que – Microorganismos: fungos.
encontra na casa aproximada dos 22º sua – Roedores: ratos.
temperatura ideal. – Homem: danifica os documentos, por utilizá-lo
– Umidade: o excesso de umidade, bem como o constantemente e nem sempre observar a melhor
clima muito seco também contribuem para a forma de conservá-los.
aceleração do processo de envelhecimento do
. A melhor estratégia preventiva para evitar a
documento presença de insetos e roedores:
Esses dois últimos fatores (temperatura e umidade) • manter o local de guarda do acervo longe de
são extremamente comuns a nossa realidade de país de fontes de alimentos;
clima tropical. A umidade é o conteúdo de vapor d’água • evitar comer e manter alimentos no local de
presente no ar atmosférico, resultante da combinação dos guarda do acervo ;
fenômenos de evaporação e condensação d’água, que • evitar que a cantina ou refeitório fiquem em sala
estão diretamente relacionados à temperatura do ambiente. ao lado de guarda do acervo;
• retirar o lixo do dia após o final do expediente,
Todo o papel possui uma característica comum: o evitando o pernoite do lixo;
seu caráter higroscópio, ou seja, toda a fibra de papel • substituir os vidros quebrados das janelas;
absorve água e perde água de acordo com a taxa de • arejar os armários onde os livros estejam
umidade existente no local em que está sendo mantido. guardados, abrindo suas portas por algumas
Essa oscilação de umidade faz com que as fibras se horas.
dilatem ao absorver excesso de umidade e se contraiam ao
perder umidade. Esse movimento brusco de contração e Cuidados gerais na conservação dos
dilatação ocasiona rupturas na estrutura do papel, documentos:
causando o seu enfraquecimento.
Documentos em papel:
A taxa adequada para a manutenção de um acervo é – As estantes e arquivos devem ser de metal
a seguinte: temperatura de 22º a 25ºC, umidade relativa de revestido de pintura (para evitar ferrugem) ;
55%. A medição da temperatura se faz com o uso de – Deve-se manter as mãos limpas ao manusear os
termômetros, e a de umidade com higrômetros, podendo- documentos ;
se utilizar também o termoigrômetro (junção dos dois – Evitar qualquer tipo de comida junto aos
equipamentos). documentos;
– Não utilizar fitas adesivas tipo durex e fitas
Químicos: crepes, cola branca (PVA) para evitar a perda de
– Poluição atmosférica: a poluição atmosférica é um fragmento de um volume em degradação.
uma das principais causas da degradação Esses materiais possuem alta acidez, provocam
química, representada normalmente pela poeira e manchas irreversíveis onde aplicado ;
fumaça. – Não escrever nos documentos;
– Tintas: a própria tinta utilizada para escrever nos – Não dobrar as páginas;
documentos contribui para sua deterioração. – Não apoiar os cotovelos ou braços ao ler ou
– Gordura e oleosidade: o próprio manuseio dos consultar;
documentos acaba por danificá-los, pois as mãos – Não umedecer os dedos com saliva ou qualquer
deixam oleosidade nos mesmos. Alguns outro líquido;
documentos, como fotografias e negativos são – Para a remoção do pó das lombadas e partes
ainda mais sensíveis que o papel comum, sendo externas dos livros, pode-se usar o aspirador com
recomendado a utilização de luvas de algodão ao a escova circular especial para livros, adaptada
manuseá-los.

17
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

com tecido de filó ou gaze, para maior proteção Caixas de arquivo:


do documento; – Utilizar caixas de papelão ao invés das de
– Para a limpeza das folhas, utilizam-se trinchas, plástico, pois estas últimas tendem a transpirar
escovas macias e flanelas de algodão; quando submetidas a altas temperaturas,
– Durante a limpeza, removem-se grampos observando que as mesmas deverão ser maiores
metálicos, etiquetas, fitas adesivas, papéis e do que os documentos que nelas estejam
cartões ácidos; inseridos (para evitar que os mesmos se dobrem e
– Quando houver necessidade de observações nos rasguem) e utilizando, quando necessário, calços,
documentos, utilizar lápis, que não agridem tanto evitando que os mesmos se dobrem dentro delas ;
o papel quanto as canetas, e ainda permitem
Finalmente, cabe enfatizar que vistorias no acervo
.
eventuais correções, se necessário devem ser feitas periodicamente para revisá-lo e manter a
Fotografias: limpeza, pois higiene e limpeza são fatores essenciais de
– Devem receber proteção individual de boa preservação e devem ser realizados em todas as fases do
qualidade; .
– Devem ser manuseadas com as luvas de algodão e arquivamento
arquivadas em mobiliário de aço; Limpeza do assoalho:
– Não forçar a separação de uma fotografia da – Para se evitar a possibilidade dos documentos
outra; serem molhados, o que traz danos irreversíveis
– Escrever o necessário somente no verso, com para os mesmos, é recomendável que não haja a
lápis macio. entrada de água no arquivo, devendo-se optar,
para a limpeza do mesmo, panos úmidos e
Diapositivos (slides): aspiradores, evitando-se inclusive a limpeza do
– Utilizar materiais de acondicionamento piso com água ;
adequados (cartelas flexíveis de polietileno ou – A remoção da poeira depositada no assoalho deve
polipropileno); ser feita com cuidado, a fim de evitar o seu
– Utilizar mobiliário metálico; produzir duplicatas deslocamento para a superfície das estantes e para
para projeções freqüentes. os documentos. Idealmente deve ser realizada
com o auxílio de aspirador de pó, pois assim
Microfilmes: evita-se que a poeira fique em suspensão. Não se
– Devem ser armazenados em cofres, arquivos ou deve utilizar vassoura ou espanadores como na
armários à prova de fogo e colocados em latas higienização doméstica, esse procedimento faz
vedadas à umidade; com que a poeira se desloque de um local para
– Devem ser feitas duplicatas; outro. Procurar utilizar, na impossibilidade de ter
– A sujeira deve ser removida com um pano limpo aspirador de pó, a vassoura revestida de pano
que não solte fiapos, umedecido com Kodak Film levemente umedecido. É necessário que a poeira
Cleaner. grude no pano, evitando o seu deslocamento para
outra área do acervo.
Disquetes e CD-ROM: – Em todo esse processo é fundamental que o pano
– Usar os disquetes de boa qualidade; de chão nunca esteja molhado. Para saber se está
– Manter os disquetes em local fresco, seco e longe no ponto correto de utilização, deve-se torcer o
do computador; pano até não pingar nenhum excesso de líquido.
– Usar programas antivírus; Ao ficar saturado de sujidade, o pano deve ser
– Proteger o CD contra arranhões e poeira. lavado ou substituído por outro. A utilização do
pano sujo causará apenas o deslocamento de
sujidade de uma área para outra.

PROTOCOLO: RECEBIMENTO, CLASSIFICAÇÃO, REGISTRO, TRAMITAÇÃO


E EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS
Entende-se por protocolo o conjunto de operações corrente, pois é nesta idade que os documentos tramitam
visando o controle dos documentos que ainda tramitam no bastante.
órgão, de modo a assegurar a imediata localização e
recuperação dos mesmos, garantindo, assim, o acesso à O protocolo realiza as seguintes atividades :
.
informação A atividade de protocolo é típica da fase

18
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

envelopes fechados, deverão ser abertos pelo Protocolo,


– Recebimento para que seja realizada a classificação dos mesmos, desde
– Registro que não sejam particulares (documentos não oficiais) ou
– Autuação sigilosos (ultra-secretos, secretos, confidenciais ou
– Classificação reservados). Tais documentos (particulares e sigilosos)
– Expedição/Distribuição deverão ser encaminhados diretamente aos respectivos
– Controle/Movimentação destinatários, sem a necessidade de registro ou autuação,
pois têm acesso restrito. Apenas os destinatários poderão
RECEBIMENTO .
abrir estes documentos
É a etapa que consiste em receber os documentos Os documentos de natureza ostensiva (nem
que entram na instituição ou ainda aqueles produzidos nos sigilosos nem particulares) deverão ser abertos e
próprios setores do órgão para que sejam formalizados. analisados, classificando-os de acordo com o assunto
tratado, antes de serem encaminhados aos seus
REGISTRO destinatários.

É o procedimento no qual o protocolo cadastra os EXPEDIÇÃO/DISTRIBUIÇÃO


dados básicos do documento em um sistema de controle
(informatizado ou manual). Tais dados serão utilizados É a atividade que consiste em enviar o documento
quando da localização do documento por parte do ao seu destinatário.
interessado.
Distribuição é a remessa dos documentos às
AUTUAÇÃO unidades responsáveis sobre a matéria nele tratadas, dentro
do próprio órgão.
Expedição é o envio do documento para outro órgão
É o procedimento no qual documentos são
da administração pública.
transformados em processos. Tal operação exige a
inserção de capa específica, a numeração das páginas que
irão constituir o processo e ainda a atribuição de um
CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO
número que o identificará. Na prática, esta atividade é (TRAMITAÇÃO)
conhecida como abertura ou formação de processos.
É a atividade realizada pelo protocolo que consiste
CLASSIFICAÇÃO em identificar os setores pelos quais passam os
documentos, de forma a recuperá-lo com rapidez quando
Uma vez recebidos os documentos, o protocolo necessário, bem como identificar possíveis atrasos na
efetuará análise a fim de identificar os assuntos dos tramitação destes. Tal movimentação é realizada através de
documentos, classificando-os de acordo com os códigos sistemas informatizados de protocolo ou de controles
existentes no Plano de Classificação da instituição. Os manuais (livros ou fichas de protocolo).
documentos que, porventura, forem recebidos em

PRODUÇÃO, UTILIZAÇÃO E DESTINAÇÃO DE DOCUMENTOS

A Lei nº 8.159/1991, em seu parágrafo 3º define A gestão de documentos é atingida através do


gestão de documentos como o conjunto de procedimentos planejamento, organização, controle, coordenação dos
e operações técnicas referentes às atividades de produção, recursos humanos, do espaço físico e dos equipamentos,
tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos com o objetivo de aperfeiçoar e simplificar o ciclo
em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação documental.
.
ou recolhimento para guarda permanente A gestão de documentos tem os seguintes objetivos
Assim, podemos entender que qualquer atividade :
que vise controlar o fluxo de documentos existente na • assegurar, de forma eficiente, a produção,
instituição, de forma a assegurar a eficiência das administração, manutenção e destinação de
atividades administrativas, estará inserida na gestão de documentos;
documentos. • garantir que a informação governamental esteja
disponível quando e onde seja necessária ao
governo e aos cidadãos;

19
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

• assegurar a eliminação dos documentos que não acúmulo desordenado de papéis implicará em maior
tenham valor administrativo fiscal, legal ou para .
a pesquisa científica; dificuldade do controle das informações no arquivo
• assegurar o uso adequado da micrográfica, 2ª Fase (Utilização)
processamento automatizado de dados e outras
técnicas avançadas de gestão da informação; Refere- se ao fluxo percorrido pelos documentos,
• contribuir para o acesso e preservação dos necessário ao cumprimento de sua função administrativa,
documentos que mereçam guarda permanente por assim como sua guarda após cessar seu trâmite.
seus valores histórico e científico.
Essa fase envolve métodos de controle relacionados
Fases às atividades de protocolo e às técnicas específicas para
classificação, organização e elaboração de instrumentos de
As três fases básicas da gestão de documentos são: recuperação da informação. O arquivamento também será
. controlado nesta etapa. Desenvolve-se, também, a gestão
produção, utilização e destinação
de arquivos correntes e intermediários e a implantação de
1ª Fase (Produção) sistemas de arquivo e de recuperação da informação.

Refere- se ao ato de elaborar documentos em razão 3ª Fase (Avaliação e Destinação)


das atividades específicas de um órgão ou setor. Nesta fase
deve-se otimizar a criação de documentos, evitando-se a Envolve as atividades de análise, seleção e fixação
produção daqueles não essenciais, diminuindo o volume a de prazos de guarda dos documentos, ou seja, implica
ser manuseado, controlado, armazenado e eliminado, decidir quais os documentos a serem eliminados e quais
garantindo assim, o uso adequado dos recursos de serão preservados permanentemente.
reprografia e de automação. Recomenda-se, nessa fase,
evitar a reprodução desnecessária de documentos, pois o

PLANO DE CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS

Em arquivística o plano de classificação


documental é o instrumento de gestão que organiza, em A organização da documentação por assunto,
um plano intelectual, os tipos documentais produzidos utilizando-se um plano de classificação, será abordada no
e/ou recebidos, conforme os critérios definidos pela item “Métodos de Arquivamento”, mais especificamente
classificação documental adotada e os organiza de forma no tópico “Método ideográfico”.
hierárquica por meio das unidades de classificação.

TABELA DE TEMPORALIDADE E DESTINAÇÃO DE DOCUMENTOS

VALOR DOS DOCUMENTOS documentos para fins diferentes daqueles para os quais
foram originariamente criados, uma vez que, passa a ser
Basicamente, o documento é guardado pela considerado fonte de pesquisa e informação para terceiros
instituição enquanto o mesmo possuir valor para a mesma, e para a própria administração. O documento, após perder
e esse valor, quando existir, se apresentará em uma das seu valor administrativo, pode ou não adquirir valor
seguintes formas: primário/administrativo ou histórico, e uma vez tendo-o adquirido, este se torna
secundário/histórico. definitivo, ou seja, o documento jamais o perderá.
Valor primário/administrativo: Refere-se aos Enquanto o documento apresentar valor primário /
documentos que a instituição mantém em sua guarda para administrativo, ele será arquivado nas fases correntes ou
dar suporte às atividades que a mesma realiza no dia-a- .
intermediária Ao prescrever administrativamente, o do-
dia. Está relacionado ao motivo pelo qual o documento foi cumento poderá ser eliminado, quando não apresentar
criado e por isso está presente em todo documento quando valor secundário/histórico, ou poderá ser recolhido à fase
de sua criação. É um valor temporário, ou seja, todo .
documento, em determinado momento de sua existência, permanente, quando apresentar este valor Uma vez que o
. valor secundário/histórico é definitivo, podemos concluir
prescreverá administrativamente que documentos históricos jamais serão eliminados ou
.
Valor histórico: o valor histórico, também chamado destruídos
de secundário, refere-se à possibilidade de uso dos

20
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

PRAZO DE GUARDA processo de incineração, por não ser ecologicamente


correto e inviabilizar o reaproveitamento do papel, deve
DOS DOCUMENTOS
.
ser evitado
É o período em que o documento deve ser mantido
nos arquivos correntes e intermediários. O prazo de guarda TABELA DE TEMPORALIDADE
vincula-se à determinação do valor do documento, de
acordo com os seguintes fatores: É o instrumento resultante da etapa de Avaliação
dos documentos e que determina o prazo de guarda dos
• freqüência de uso das informações contidas nos documentos nas fases corrente e intermediária (período em
documentos; que o mesmo será guardado nestas fases), bem como sua
• existência de leis ou decretos que regulem a destinação final (eliminação ou recolhimento para guarda
prescrição legal de documentos (prazos .
prescricionais); permanente) A Tabela de Temporalidade será elaborada
• existência de outras fontes com as mesmas por uma Comissão chamada de Comissão Permanente de
Avaliação de Documentos ou Comissão de Análise de
informações (documentos recapitulativos); documentos e será aprovada por autoridade competente do
• necessidade de guarda dos documentos por órgão para que possa ser aplicada na instituição.
precaução, em virtude das práticas
administrativas (prazos precaucionais). Cada instituição criará a sua tabela, que deverá
contemplar o conjunto de documentos existentes na
DESTINAÇÃO FINAL mesma. Uma vez concluída e aplicada a Tabela de
DOS DOCUMENTOS Temporalidade, eventuais alterações ou inclusões deverão
ser submetidas à Comissão que a criou, a fim de serem
Todo documento, ao término de seu ciclo vital, novamente avaliadas. Na tabela, cada documento terá seu
deverá ser encaminhado à sua destinação final, que próprio prazo para as fases corrente e intermediária, bem
ocorrerá no momento em que o mesmo tenha perdido seu como a destinação final (eliminação ou recolhimento para
valor administrativo. A destinação final do documento guarda permanente). Portanto, não há prazo de guarda
poderá ser: eliminação ou guarda permanente. padrão nem máximo para os documentos nas fases
– Eliminação: quando o documento não apresentar corrente e intermediária; cada documento terá seu próprio
valor histórico; ou prazo, de acordo com o estabelecido pela Comissão de
– Guarda permanente: quando o documento .
Análise quando da elaboração da tabela
.
apresentar valor histórico Veja a seguir a estrutura da Tabela de
Convém destacar que, na eliminação, os processos Temporalidade, com alguns dados hipotéticos:
mais indicados são a fragmentação e a reciclagem. O
Cód. Assunto Prazos de Guarda Dest. Final Obs.
Corrente Intermed.
002 Planos, Programas e Projetos de 5 anos 9 anos Guarda Permanente -
Trabalho
020.1 Legislação de Pessoal Enquanto - Guarda Permanente -
Vigorar
020.4 Sindicatos 5 anos 5 anos Guarda Permanente -

022.11 Cursos internos 5 anos - Guarda Permanente -


023.11 Admissão 5 anos 47 anos Eliminação -
024.1 Folha de Pagamento 5 anos 95 anos Eliminação Microfilmar
024.2 Escala de Férias 7 anos - Eliminação -
026.13 Aposentadoria 5 anos 95 anos Eliminação Microfilmar
029.1 Folha de Ponto 5 anos 47 anos Eliminação Microfilmar
Os prazos acima variarão de acordo com o funciona (normas, regulamentos e outros) têm caráter
documento, podendo haver documentos com maior ou .
menor prazo de guarda nas fases corrente e intermediária, histórico e serão preservados na fase permanente
bem como documentos destinados à eliminação e à guarda A partir dos dados acima, podemos verificar as
permanente. Em geral, documentos que demonstram a quatro situações em que o documento poder passar ao ser
origem da instituição, bem como a forma como esta inserido na chamada Teoria das 3 Idades ou Ciclo vital
dos documentos, que seriam as seguintes:

21
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

novo prazo (no exemplo o prazo de guarda na fase


– 1ª situação (exemplo do documento classificado intermediária é de 9 anos), antes de ser recolhido para a
no código 024.2) fase permanente, o que demonstra que, para a instituição
em questão, tal documento tem valor histórico e jamais
será eliminado. Observa-se que a passagem do documento
para a fase permanente é chamada de recolhimento e, por
conseguinte, apenas os documentos históricos são
recolhidos.

Neste caso, o documento é criado na fase corrente, – 4ª situação (exemplo do documento classificado
onde permanecerá durante determinado período (no no código 022.11)
exemplo acima, o prazo de guarda na fase corrente da
Escala de férias é de 2 anos) e será eliminado sem passar
pelas fases seguintes. Assim, podemos afirmar que
determinados documentos podem ser eliminados na fase
corrente, desde que a tabela de temporalidade assim o
defina. Conclui-se ainda que o arquivamento nas três fases
não é condição obrigatória para todos os documentos. Na
verdade, a única fase em que todo documento, com Neste caso, o documento será criado na fase
certeza, passará, é a fase corrente, pois é nela que ele será corrente, onde permanecerá por determinado período (no
criado. exemplo, enquanto vigorar), e depois será recolhido ao
arquivo permanente, sem passar pela fase intermediária.
– 2ª situação (exemplo do documento classificado Observa-se que determinados documentos podem ser
no código 026.13) recolhidos (passarem para o arquivo permanente) sem
serem transferidos (passarem pelo arquivo intermediário).

A figura a seguir demonstra o funcionamento do


ciclo vital dos documentos:

Neste caso, o documento é criado na fase corrente,


cumprirá seu prazo de guarda na fase corrente (no
exemplo esse prazo é de 5 anos) e, posteriormente, será
transferido para a fase intermediária, cumprirá o prazo de
guarda na fase intermediária (que no exemplo será de 95
anos). A passagem do documento da fase corrente para a
.
fase intermediária é chamada de Transferência No
exemplo, passados os 95 anos na fase intermediária, o
documento poderá ser eliminado sem chegar à fase
permanente. Verificamos, assim, que o documento poderá
ser eliminado tanto na fase corrente quanto na fase
. Destaque para as seguintes informações:
intermediária O prazo da fase intermediária variará de
documento para documento, de acordo com o definido na 1) Todo documento será criado na fase corrente ;
Tabela de Temporalidade.
2) A fase corrente será composta pelos arquivos
– 3ª situação (exemplo do documento classificado setoriais, localizados nos próprios setores que
no código 002) produzem os documentos, e pelo arquivo
central, também chamado de arquivo geral, que
estará localizado próximo aos setores;
3) Após cumprir seu prazo na fase corrente, os
documentos poderão, de acordo com a Tabela
de Temporalidade da instituição, serem
eliminados, transferidos (para a fase
Neste caso, o documento é criado na fase corrente, intermediária) ou recolhidos (para a fase
no qual permanecerá por algum tempo (no exemplo o permanente) ;
prazo de guarda na fase corrente é de 5 anos), sendo
transferido para a fase intermediária no qual cumprirá

22
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

4) Após cumprir seu prazo na fase intermediária, valor, a participação de pessoas ligadas a diversas áreas
os documentos poderão, de acordo com a profissionais.
Tabela de Temporalidade da instituição, serem
eliminados ou recolhidos (para a fase Como justificativa para essa exigência, verifica-se a
permanente); necessidade de se identificar a utilidade das informações
5) Os documentos históricos serão recolhidos à contidas nos documentos. Assim, na tarefa de avaliar,
fase permanente, onde jamais serão eliminados; deve-se constituir equipes técnicas integradas por
6) A eliminação poderá ocorrer em duas das três profissionais que conheçam a estrutura e o funcionamento
fases do ciclo vital (corrente ou intermediária) e da instituição :
nunca na terceira (permanente) ; • arquivista ou responsável pela guarda dos
documentos;
SELEÇÃO DOS DOCUMENTOS • autoridade administrativa, conhecedora da
estrutura e funcionamento do órgão a que esteja
É realizada no âmbito dos arquivos correntes e subordinado o setor responsável pela guarda dos
intermediários por técnicos previamente orientados, documentos;
seguindo o estabelecido na Tabela de Temporalidade ou • profissionais da área jurídica;
nos relatórios de avaliação. A seleção é a separação física • profissional da área financeira;
dos documentos de acordo com a sua destinação: • profissionais ligados ao campo de conhecimento

eliminação: trata-se da destruição dos de que tratam os documentos, objeto de avaliação
documentos cuja operacionalização dependerá de (historiador, economista, engenheiro, sociólogo,
seu volume, podendo ser levada a efeito manual- médico, estatístico, etc.).
mente ou através de trituradoras.
• Com base na Teoria das Três Idades, a aplicação
transferência: envio dos documentos para o
dos critérios de avaliação efetiva-se na fase corrente, a fim
arquivo intermediário, acompanhados de
de se distinguirem os documentos de valor eventual (de
listagem, onde aguardarão o cumprimento dos
eliminação sumária) daqueles de valor informativo ou
prazos de guarda e a destinação final;
• probatório. Deve- se evitar a transferência para arquivo
recolhimento: envio dos documentos para o
intermediário de documentos que não tenham sido
arquivo permanente. Nessa fase, o arquivo deve
anteriormente avaliados, pois o desenvolvimento do
elaborar instrumentos de recuperação da
processo de avaliação e seleção nessa fase de
informação com vistas à sua guarda permanente e
arquivamento é extremamente oneroso do ponto de vista
. técnico e gerencial.
seu acesso público
AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS Vantagens da avaliação para a instituição:
– possibilita a eliminação de documentos
É o processo em que são estabelecidos prazos de destituídos de valor primário e secundário,
guarda nas fases corrente e intermediária, bem como a trazendo para a instituição ganho considerável de
destinação final dos documentos da instituição (eliminação espaço físico ;
. – diminui os gastos com recursos humanos e
ou guarda permanente) Na prática, é o ato de se criar a
material, uma vez que não haverá necessidade de
Tabela de Temporalidade, realizado pela Comissão
Permanente de Avaliação de Documentos. se conservar tantos documentos inúteis;
– facilita a recuperação das informações contidas no
A complexidade e abrangência de conhecimentos arquivo, uma vez que o volume de documentos
exigidos pelo processo de avaliação de documentos de guardados será menor, facilitando a busca.
arquivo requerem, para o estabelecimento de critérios de

SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO.

ARQUIVAMENTO HORIZONTAL /
Arquivamento é o conjunto das operações
destinadas ao acondicionamento e ao armazenamento de VERTICAL
.
documentos O método de arquivamento corresponderá à Quando do acondicionamento e guarda de
forma que os documentos serão armazenados, visando sua documentos em pastas, arquivos, prateleiras e gavetas,
localização futura. existem duas formas de arquivamento: horizontal e
vertical.

23
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

O método alfabético é um método DIRETO, pois


Arquivamento horizontal: é aquele em que os não exige a adoção de índice para que o documento seja
documentos são dispostos uns sobre os outros. Esta forma .
de arquivar é recomendável quando se deseja preservar os localizado. A busca se dá diretamente no documento
documentos, pois evita que os mesmos se dobrem ou Verifique alguns exemplos:
amassem com o tempo. É indicado para os arquivos
permanentes e para documentos de grandes dimensões, 1) A empresa XYZ, ao organizar a pasta funcional
como plantas, mapas e desenhos. Não é indicado, de seus empregados, utilizou o método
entretanto, para arquivos onde a consulta é feita com alfabético (organização a partir dos nomes dos
freqüência, pois para que determinado documento seja mesmos). Para tanto, foram organizados os
consultado, é necessário que sejam retirados todos os seguintes nomes:
documentos que se encontram sobre o mesmo. I – Alfredo Maia Rodrigues
II – Severino Alves dos Santos Júnior
Arquivamento vertical: É aquele em que os III – Joaquim Pereira da Boa Morte
documentos são dispostos um atrás do outro em gavetas IV – Maurício Soares Filho
ou estantes. É o método indicado para arquivos correntes, V – Maria Alves Villas Boas
pois agiliza a busca e a localização dos documentos. VI – Fernanda Moreira Aguiar

MÉTODOS DIRETOS / INDIRETOS A seu ver, qual seria a ordem correta dos nomes
acima expostos?
Com relação à ordenação dos documentos em um a) I–VI–III–V–IV–II
arquivo, pode-se dividir os métodos de arquivamento em b) VI–V–IV–II–III–I
dois grandes sistemas: direto e indireto. c) II–V–I–VI–III–IV
d) VI–III–I–II–IV–V
Sistema direto é aquele em que a busca do e) I–II–III–IV–V–VI
documento é feita diretamente no local onde se acha
guardado. É uma característica dos métodos que 2) No escritório de contabilidade “O Contador”
organizam documentos por nome (alfabético, geográfico, organizou as pastas referentes a seus clientes
dicionário e enciclopédico). utilizando-se do método alfabético (por nome
das empresas). Foram organizadas as seguintes
Sistema indireto é aquele em que, para se localizar pastas:
o documento, necessita-se antes consultar um índice ou I – Supermercado Baratão
um código. É o caso da utilização de fichários. É uma II – A Feminina
característica dos métodos que organizam os documentos III – Curso Aprovação
por número (numérico simples, numérico cronológico, IV – O Globo
numérico dígito terminal, decimal e duplex). V – Madeireira Cupim

Podemos identificar como os métodos mais A seu ver, qual seria a ordem correta dos nomes
comumente utilizados para se organizar arquivos ou acima expostos?
fichários os seguintes métodos: a) III–I–V–II–IV
b) II–III–V–IV–I
a) método alfabético;
c) III–II–IV–V–I
d) I–II–III–IV–V
e) V–IV–III–II–I
b) método numérico, que se divide em:
numérico simples, cronológico ou dígito-terminal 3) A empresa Festil Eventos organizou suas fitas
; de vídeo relativas aos eventos que organizou a
partir dos nomes dos referidos eventos,
c) método geográfico; utilizando-se do método alfabético. Dessa
. forma, foram organizadas as fitas dos seguintes
d) método ideográfico eventos:
Vejamos detalhadamente cada um destes métodos: I – Primeiro Seminário de Arquivologia
II – 3º Simpósio de Biblioteconomia III
MÉTODO ALFABÉTICO – XV Congresso de Direito
IV – Quinto Encontro de Contadores do DF
V – 75º Curso de Medicina Alternativa
É
o método que utiliza um nome existente no
A seu ver, qual seria a ordem correta dos
documento para organizá-lo de forma alfabética,
eventos acima expostos?
utilizando-se desse mesmo nome para localizar o referido
documento, quando necessário. A ordenação alfabética
utiliza todas as letras do nome, a fim de diferenciar os
.
documentos que começam com as mesmas letras
24
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

a) I–II–IV–III–V
b) I–II–IV–III–V
c) III–I–IV–V–II
d) III–V–IV–I–II
e) V–IV–III–II–I

As respostas corretas, ainda que pareçam


estranhas à primeira vista, seriam:
1) d
2) c
3) d

Isto porque, apesar de, num primeiro momento,


2. Sobrenomes compostos de um substantivo e um
organizar nomes em ordem alfabética parecer bastante adjetivo ou ligados por hífen não se separam,
simples, a tarefa é um pouco mais complicada do que .
parece. Quando os documentos são organizados por nomes quando transpostos para o início
de pessoas, instituições ou eventos, há uma série de regras Exemplo:
a serem consideradas, como veremos a seguir. Camilo Castelo Branco
Heitor Villa-Lobos
Regras de Alfabetação
Joaquim da Boa Morte
O arquivamento de nomes obedece a algumas, Severino Monte Negro
chamadas regras de alfabetação, e que são as seguintes : Arquivam-se:

1. Nos nomes de pessoas físicas, considera-se o


.
último sobrenome e depois o prenome
Exemplo:
Ariovaldo Dias Furtado
Frank Menezes Gilberto
Alves Resende Otacílio
Guedes Marques 3. Os sobrenomes formados com as palavras
Arquivam-se: Santa, Santo ou São seguem a regra dos
sobrenomes compostos por um adjetivo e um
substantivo, ou seja, quando transpostos, devem
.
ser acompanhados dos nomes que os sucedem
Exemplo:
Adriana Santa Fé
João do Santo Cristo
José Carlos São Paulo
Ricardo Santa Rita
Arquivam-se:

OBS.: Quando houver sobrenomes iguais,


.
prevalece a ordem alfabética do prenome
Exemplo:
Daniele Firme Miranda
Fábio Corrêa Miranda
Luciano Corrêa Miranda
Veneza Firme Miranda

Arquivam-se: 4. As iniciais abreviativas de prenomes têm


precedência na classificação de sobrenomes
iguais.

25
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Arquivam-se:
Exemplo:
E. Silva Edis
Silva Estevão
Silva Everaldo
Silva

Arquivam-se:

7. Os títulos não são considerados na alfabetação.


São colocados após o nome completo, entre
.
parênteses
Exemplo:
Coronel Emérson Pontes
Ministro Jorge Cardoso
5. Os artigos e preposições, tais como a, o, de, d’, Professor Carlos Fernandes
. Soldado Wilson R. Silva
da, do, e, um, uma, não são considerados
Exemplo: Arquivam-se:
Arnaldo do Couto
Márcio Mário do Nascimento
Marcos Roberto Araújo da Silva
Ricardo d’Andrade Arquivam-
se:

8. Os nomes estrangeiros são considerados pelo


último sobrenome, salvo nos casos de nomes
os
espanhóis e orientais (ver também regras n
09 e 10).

Exemplos:
Arnold Schwarzenegger
George Walker Bush
6. Os sobrenomes que exprimem grau de Charles Chaplin Adolf
parentesco são considerados parte integrante do Hitler Arquivam-se:
último sobrenome, mas não são considerados na
ordenação alfabética. Quando existirem, devem
ser transpostos acompanhados pelo sobrenome
.
que os antecedem
Exemplo:
Edison Miranda Júnior Élvis
Corrêa Miranda Júnior Osório
Miranda Neto Márcio Cerqueira
Sobrinho Wilson Rodrigues da
Silva Filho

26
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Exemplo:
9. Os nomes espanhóis ou hispânicos (países Antonio Silva & Cia.
de língua espanhola) são registrados pelo Associação dos Jornalistas
penúltimo sobrenome, e, para isso, os Associação Educacional do DF
dois últimos sobrenomes devem ser A Tentação
transpostos para o início. Companhia Petrolífera Nacional
El País
Exemplo: Embratel
Enrico Gutierrez Salazar The Washington Post
Juan Ramirez Abadía Maria
Pereira de la Fuente Pablo Arquivam-se:
Puentes Hernandez

Arquivam-se:

12. Nos títulos de congressos,


conferências, reuniões, assembléias e
assemelhados os números arábicos,
10. Os nomes orientais – japoneses, romanos ou escritos por extenso deverão
.
chineses, coreanos e árabes, por aparecer no fim, entre parênteses
exemplo, – são registrados como se Exemplo:
. II Encontro Nacional de Arquivistas
apresentam 3º Curso de Ciências Contábeis
Exemplo: Quinto Congresso de Biblioteconomia
24.º Seminário de Direito
Abdulah Mustafah (árabe)
Law Kim Chong (coreano) Arquivam-se:
Li Yutang (chinês)
Sasazaki Yonoyama (japonês)

Arquivam-se:

MÉTODO NUMÉRICO

Método Numérico Simples


11. Os nomes de firmas, empresas,
instituições e órgãos governamentais devem ser Quando o principal elemento a ser considerado
transcritos como se apresentam, não se em um documento é o seu NÚMERO, a escolha deve
considerando, porém, para fins de ordenação, os .
recair sobre o método numérico simples
artigos e preposições que os constituem.
Admite-se, para facilitar a ordenação, que os
artigos iniciais sejam colocados entre parênteses
.
após o nome
27
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Neste método, para cada documento é atribuído um


número, a partir do qual serão organizados os documentos. Observe a seguir um comparativo entre os métodos
Como no momento da busca a procura acontecerá a partir numéricos simples e dígito-terminal:
de um nome, este método exige a adoção de um índice
alfabético, também chamado de onomástico, que permitirá Números a serem Método Método
identificar o número de cada documento e, assim, organizados numérico simples dígito-terminal
possibilitar sua localização. Os métodos que se utilizam de 34.758 7.666 03-47-58
. 254.786 34.758 00-76-66
índices são chamados de INDIRETOS 915.698 254.786 25-47-86
Podemos citar como exemplo o arquivamento de 7.666 477.998 91-56-98
pastas funcionais, quando é utilizada a matrícula do 477.998 915.698 47-79-98
funcionário ou ainda o arquivamento de contratos, quando
Verifica- se que, enquanto o método numérico
estes são organizados por seus números.
simples organiza os documentos em ordem crescente, a
partir do valor total dos números, o método dígito terminal
Método Numérico-Cronológico
organiza os documentos pelos dois últimos algarismos,
Neste método, os documentos serão organizados observando os dois anteriores apenas para efeito de
tomando-se por base uma data, que, em geral, mas não ordenação quando os dois últimos algarismos são iguais.
necessariamente, é a data de produção do documento ou o
período a que este se refere. É o método ideal para se MÉTODO GEOGRÁFICO
arquivar, por exemplo, documentos contábeis (balanços,
balancetes, diários) e contas a pagar/a receber depois que Neste método, os documentos serão de acordo com
estas já foram agrupadas por credor/devedor. .
o local ou setor em que foram produzidos (procedência) É
Podemos citar como exemplo de utilização do o caso, por exemplo, de uma instituição que possua
método numérico- cronológico a organização de diversas filiais e que, em seu arquivo intermediário,
prontuários médicos feita por instituições de saúde que, organize os documentos separando-os por cidade, quando
normalmente, se utilizam da data de nascimento do estas pertencerem ao mesmo estado, em que está
paciente, informação esta que será necessária quando da localizada a filial. Neste caso, estará sendo utilizado o
localização dos referidos documentos. método geográfico.
O método geográfico poderá ser utilizado quando a
Método Numérico-dígito-terminal organização dos documentos for feita por estado, pais ou
Algumas instituições, ao organizar seus cidade, situações em que algumas regras deverão ser
documentos a partir de números a eles atribuídos, consideradas:
deparam-se com o seguinte problema: muitas vezes tais
números são extremamente grandes e difíceis de se a) Organização por estado
trabalhar. Neste caso, a fim de agilizar a recuperação do Quando o arquivo for organizado por estado, os
documento, é indicado o uso do método dígito-terminal. mesmos deverão estar dispostos em ordem alfabética,
Este método consiste em decompor o número do sendo que, dentro de cada estado, a primeira cidade deverá
documento de tal forma que o mesmo seja arquivado a ser, necessariamente, a capital, independentemente da
partir de seus dois últimos dígitos. Vejamos o exemplo a ordem alfabética desta em relação às demais cidades, que
seguir: deverão estar dispostas após as capitais.
Exemplo:
Número do documento: 834.695

Neste caso, para fins de arquivamento, teremos 83-


46-95.

Este documento será arquivado na pasta relativa


àqueles terminados em 95. Nesta pasta, como todos
terminarão em 95, os documentos serão organizados a
partir dos dois dígitos imediatamente anteriores (no caso
46).

Este método apresenta como vantagem maior


rapidez na localização dos documentos, uma vez que
dispensa a necessidade de se trabalhar com números
difíceis de serem memorizados.

28
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Note que os estados estão ordenados pertence, pois é comum a existência de mais de uma
alfabeticamente e, em cada estado, a capital está inserida cidade com o mesmo nome em estados diferentes.
em primeiro lugar, sendo que as demais cidades vêm na Exemplo:
seqüência, em ordem alfabética. – Anápolis (Goiás)
– Belém (Pará)
a) Organização por país – Campinas (São Paulo)
– Campinas (Tocantins)
Quando o arquivo for organizado por país, os – Fortaleza (Ceará)
mesmos deverão estar dispostos em ordem alfabética, – Guarulhos (São Paulo)
sendo que, dentro de cada país, a primeira cidade deverá – Lages (Santa Catarina)
ser, necessariamente, a capital, independentemente da – São Paulo (São Paulo)
ordem alfabética desta em relação às demais cidades, que
deverão estar dispostas após as capitais. Nos casos em que a organização geográfica tenha
como objeto a separação de cidades pertencentes ao
Exemplo: mesmo país, deve-se observar a precedência da capital em
relação às demais, cidades, que virão ordenadas
alfabeticamente.
Exemplo:
Pasta dos Estados Unidos:
– Washington
– Chicago
– Dallas
– Los Angeles
– New York
– San Francisco

Temos ainda o exemplo do Arquivo Central da


Note que os países estão ordenados alfabeticamente empresa, que centralizará os documentos dos diversos
e, em cada país, a capital está inserida em primeiro lugar, setores da instituição, separando-os por local de produção.
sendo que as demais cidades vêm na seqüência, em ordem
alfabética. MÉTODO IDEOGRÁFICO (POR
ASSUNTO)
c) Organização por cidade
O método ideográfico é aquele que separa os
Quando o arquivo for organizado por cidade (sem o .
cuidado de separação por estado), as mesmas deverão ser documentos por assunto
ordenadas alfabeticamente, colocando- se, ao final de cada Uma vez identificados os assuntos, estes podem ser
cidade, o estado correspondente, para diferenciar cidades aplicados levando- se em consideração seus nomes ou
com o mesmo nome em estados diferentes. códigos números a eles atribuídos. Desta forma, veremos
Exemplo: que o método ideográfico pode ser ALFABÉTICO ou
NUMÉRICO. Estes, por sua vez, separam-se em
dicionário ou enciclopédico, no caso dos alfabéticos e
decimal ou duplex, no caso dos numéricos.

Vejamos a aplicação destes métodos tomando-se


por base o exemplo seguinte:

Suponha que determinada empresa identificou


como assuntos passíveis de existência de documentos em
seus arquivos os seguintes temas:
– Férias
– Abono
Já no caso de cidades de estados diferentes
– Contas a pagar
organizados sob uma mesma pasta/gaveta, há que se – Contas a receber
observar somente a ordem alfabética das cidades, sem a – Controle de estoque
preocupação da precedência das capitais com relação às – Admissão
demais cidades. No entanto, há que se destacar, entre – Demissão
parênteses, ao final de cada cidade, o estado a que esta – Salários

29
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Aplicando-se o método ideográfico alfabético No exemplo em questão, poderíamos exemplificar a


dicionário, os temas seriam organizados levando-se em utilização do método duplex :
consideração apenas sua ordenação alfabética, como seria
. 1- FINANCEIRO
feito num dicionário, daí sua denominação Desta forma, a
organização seria a seguinte: 1-1 Contas a pagar
1-2 Contas a receber
2- MATERIAL
2-1 Compra de material
2-2 Controle de estoque
3- PESSOAL
3-1 Abono
3-2 Demissão de pessoal
3-3 Férias
3-4 Salários

Aplicação Prática do Método Ideográfico

Não existem na Arquivologia esquemas


padronizados de classificação por assunto, como ocorre
No método ideográfico alfabético enciclopédico, no em relação à Biblioteconomia – Classificação Decimal de
entanto, os assuntos serão agrupados sob títulos gerais, Dewey (CDD) e Classificação Decimal Universal (CDU).
.
sendo estes últimos organizados alfabeticamente Assim,
os assuntos serão organizados hierarquicamente dentro de Assim, cada instituição deverá, de acordo com suas
cada área. Veja o exemplo abaixo a partir dos assuntos já peculiaridades, elaborar seu próprio plano de classificação,
apresentados. em que os assuntos devem ser grupados sob títulos
principais e estes subdivididos em títulos específicos,
FINANCEIRO partindo-se sempre dos conceitos gerais para os
Contas a pagar .
Contas a receber particulares
MATERIAL O plano de classificação servirá para organizar os
Compra de material documentos a partir de seus assuntos, o que facilitará a
Controle de estoque aplicação da tabela de temporalidade que, como já foi
PESSOAL visto anteriormente, atribui a estes assuntos prazos de
Abono .
Admissão guarda específicos
Demissão A elaboração do plano de classificação exigirá um
Férias estudo completo da organização (suas finalidades,
Salários funcionamento, etc.), além de um levantamento minucioso
da documentação arquivada por esta.
Observe que os assuntos foram agrupados
hierarquicamente dentro de cada título geral, que, por sua Tomemos como exemplo alguns códigos de
vez, foram organizados alfabeticamente. Cada assunto classificação com respectivos assuntos constantes no
poderá, por sua vez, ser subdivido em subtemas, caso seja plano de classificação desenvolvido pelo CONARQ e
necessário. sugerido às instituições públicas do poder Executivo
Federal:
A fim de facilitar o arquivamento, o método
ideográfico poderá ser utilizado a partir de códigos Neste plano de classificação, foi utilizado o método
atribuídos a cada assunto, caso em que estarão presentes decimal, que divide cada assunto em até 10 classes
os métodos DUPLEX ou DECIMAL. derivadas, e cada uma destas poderá ser dividida em, no
máximo, mais 10, sucessivamente, de acordo com a
Em ambos os casos, os assuntos serão organizados .
em títulos gerais, dentro dos quais estarão presentes, de necessidade de cada instituição
forma hierarquizada, os assuntos específicos, a exemplo 020 – Pesssoal
do método enciclopédico visto anteriormente. A diferença 022 – Aperfeiçoamento e treinamento
básica entre os métodos duplex e o decimal reside no fato 022.1 – Cursos
de que, enquanto o método duplex permite a criação de 022.12 – Promovidos por outras instituições
infinitas classes, o método decimal limita a criação das 022.121 – No Brasil
022.122 – No exterior
.
classes a 10

30
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Este Plano de Classificação servirá de base para a


Tabela de Temporalidade, que indicará os prazos de Autilização da guia-fora, quando da busca do
guarda e a destinação final de cada documento. Dessa documento, facilitará sobremaneira o controle de saída dos
forma, a ordenação ideográfica, quando combinada com a documentos que, porventura, tenham sido emprestados.
cronológica, facilitará a etapa de eliminação, transferência Por guia-fora entende-se um formulário no qual o
ou recolhimento dos documentos, uma vez que estes profissional de arquivo anota os dados do documento e a
estarão organizados por assunto, e cada assunto estará com data de saída do mesmo, colocando-o no local do
sua temporalidade definida na Tabela em questão. documento emprestado, de forma a identificar a saída do
mesmo. Quando do retorno do documento ao seu local, tal
Na prática, os documentos serão classificados de guia será inutilizada ou destinada a servir de base para um
acordo com o assunto, devendo ser anotado nos mesmos levantamento estatístico das atividades do arquivo.
seus códigos de classificação, que servirá para identificar
o prazo de guarda e a destinação final de cada um. Assim, Vejamos um exemplo em que seja necessário
antes de serem arquivados, os documentos deverão ser combinar vários métodos para se encontrar uma maneira
classificados, de acordo com o código de classificação da na qual os documentos sejam organizados de forma
. adequada:
instituição
O curso preparatório para concursos, com unidades
ESCOLHA DO MÉTODO A SER em Goiânia-GO e Belo Horizonte -MG, contratou empresa
ADOTADO especializada em organização de arquivos para tratar de
parte de seu acervo, constituído basicamente por contratos.
Apesar de existirem várias formas de se organizar Após análise da documentação, a empresa optou por
documentos, não é possível identificar determinado organizar da seguinte forma:
sistema como sendo o mais adequado, sem antes conhecer
. 1) Separar os contratos por unidades produtoras
a documentação a ser tratada Em suma, o melhor método dos contratos (utilizou-se, portanto, o método
de arquivamento dependerá exclusivamente das
características dos documentos em questão. Determinados geográfico de arquivamento).
tipos de documentos, se organizados com métodos 2) Dentro de cada unidade produtora, buscou-se
inadequados, dificilmente serão localizados no futuro. organizar os contratos por ano de produção, de
forma a identificar os documentos mais antigos
O método de arquivamento é determinado, e facilitar a eliminação destes, quando
portanto, pela natureza dos documentos a serem cumpridos os prazos expressos na tabela de
arquivados e pela estrutura da entidade, podendo a temporalidade da instituição (utilizou-se, neste
instituição adotar quantos métodos forem necessários para caso, o método numérico-cronológico).
3) Dentro do ano, os contratos foram ordenados
.
bem organizar seus documentos por curso (contratos para o curso do MEC, da
Tome como exemplo o arquivamento de Notas Polícia Federal, etc). Verifica-se aí a utilização
Fiscais por uma grande rede de supermercados. Se o do método alfabético (pelo nome da
arquivista tomasse por base apenas o documento, indicaria instituição).
talvez o método numérico simples como solução para o
O arranjo dado a este arquivo pode ser
bom acondicionamento desses documentos. Ocorre que,
ao se levar em consideração a estrutura da entidade, poder- exemplificado conforme o esquema a seguir:
se-ia separar as referidas notas por unidade que produziu o Belo Horizonte (MG)
documento (método geográfico); dentro de cada unidade,
2007
essas notas poderiam ser separadas por tipo de produto
Anvisa
(método ideográfico), e ainda, dentro de cada produto, por
TRE-MG
fornecedor (método alfabético simples) e pela data de
2008
expedição da referida nota (método numérico-
Anatel
cronológico).
MinC
Observe que a instituição pode adotar quantos Goiânia (GO)
métodos forem necessários para bem ordenar seus 2007
documentos, podendo inclusive combinar os métodos MTE
entre si, procurando melhor organizar sua documentação. Saneago
2008
A combinação de métodos pré-estabelecidos para ordenar
MCT
o arquivo é chamado de arranjo ou classificação e deve
TRE-GO
ser feito antes de se colocar os documentos em seus
lugares.

31
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Neste caso, o método principal utilizado foi o de arranjo ou classificação adotado pelo arquivo corrente não
arquivamento por local (método geográfico), tendo sido deve ser alterado quando da transferência para a segunda
empregados, como métodos secundários, o método idade, já que, teoricamente, foi planejado e executado de
numérico cronológico e o método alfabético. forma que atenda ao setor em que o documento foi
acumulado.
Uma vez que o documento conservado no arquivo
intermediário ainda atende ao setor que o acumulou, o

NOÇÕES DE APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS

GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE serve para validar uma assinatura realizada em


documentos eletrônicos.
DOCUMENTOS – GED
A certificação digital tem trazido inúmeros
O Gerenciamento Eletrônico de Documentos é o benefícios para os cidadãos e para as instituições que a
processo de converter documentos em suporte de papel ou adotam. Com a certificação digital é possível utilizar a
microfilme para um formato eletrônico representado pela Internet como meio de comunicação alternativo para a
figura de uma páginas e o seu gerenciamento por meio de disponibilização de diversos serviços com uma maior
um software permite que estes sejam indexados, agilidade, facilidade de acesso e substancial redução de
armazenados, pesquisados, recuperados e visualizados. Os custos. A tecnologia da certificação digital foi
documentos são convertidos através de um equipamento desenvolvida graças aos avanços da criptografia nos
chamado scanner. últimos 30 anos.
Uma vez convertido em imagem eletrônica, cada
documento é nomeado e indexado através de informações CRIPTOGRAFIA
obtidas dele mesmo, como títulos, nomes, datas ou outras A palavra criptografia tem origem grega e significa
identificações e, então, arquivado eletronicamente. Mais a arte de escrever em códigos de forma a esconder a
tarde, os documentos podem ser recuperados pesquisando- informação na forma de um texto incompreensível. A
se através dos índices digitados (título ou o código de informação codificada é chamada de texto cifrado. O
identificação). processo de codificação ou ocultação é chamado de
Se desejado, o computador pode “ler” o texto de cifragem, e o processo inverso, ou seja, obter a informação
cada página (imagem) por meio de um processo chamado original a partir do texto cifrado, chama-se decifragem.
Reconhecimento Óptico de Caráteres – OCR de que cria A cifragem e a decifragem são realizadas por
um arquivo de texto, o qual pode ser usado para indexar o programas de computador chamados de cifradores e
documento. decifradores. Um programa cifrador ou decifrador, além de
A implantação do GED não assegura à instituição a receber a informação a ser cifrada ou decifrada, recebe um
eliminação completa de seus arquivos em suporte papel, número chave que é utilizado para definir como o
pois muitos documentos devem ter seus originais programa irá se comportar. Os cifradores e decifradores se
arquivados para fins de prova documental ou mesmo pelo comportam de maneira diferente para cada valor da chave.
seu valor histórico. Sem o conhecimento da chave correta não é possível
decifrar um dado texto cifrado. Assim, para manter uma
CERTIFICAÇÃO DIGITAL informação secreta, basta cifrar a informação e manter em
sigilo a chave.
Os computadores e a Internet são largamente
utilizados para o processamento de dados e para a troca de
mensagens e documentos entre cidadãos, governo e
empresas. No entanto, estas transações eletrônicas
necessitam da adoção de mecanismos de segurança
capazes de garantir autenticidade, confidencialidade e
integridade às informações eletrônicas. A certificação
digital é a tecnologia que provê estes mecanismos.
No cerne da certificação digital está o certificado
digital, um documento eletrônico que contém o nome, um
número público exclusivo denominado chave pública e
muitos outros dados que mostram quem somos para as
pessoas e para os sistemas de informação. A chave pública Sigilo utilizando criptografia assimétrica

32
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

pode decifrar a informação pois somente Beto possui a


Atualmente existem dois tipos de criptografia: a chave privada correspondente.
simétrica e a de chave pública. A criptografia simétrica
realiza a cifragem e a decifragem de uma informação AUTENTICIDADE
através de algoritmos que utilizam a mesma chave,
garantindo sigilo na transmissão e armazenamento de No processo de autenticação, as chaves são
dados. Como a mesma chave deve ser utilizada na aplicadas no sentido inverso ao da confidencialidade. O
cifragem e na decifragem, a chave deve ser compartilhada autor de um documento utiliza sua chave privada para
entre quem cifra e quem decifra os dados. O processo de cifrá-lo de modo a garantir a autoria em um documento ou
compartilhar uma chave é conhecido como troca de a identificação em uma transação. Esse resultado só é
chaves. A troca de chaves deve ser feita de forma segura, obtido porque a chave privada é conhecida exclusivamente
uma vez que todos que conhecem a chave podem decifrar por seu proprietário.
a informação cifrada ou mesmo reproduzir uma
informação cifrada.

Os algoritmos de chave pública operam com duas


chaves distintas: chave privada e chave pública. Essas
chaves são geradas simultaneamente e são relacionadas
entre si, o que possibilita que a operação executada por
uma seja revertida pela outra. A chave privada deve ser
mantida em sigilo e protegida por quem gerou as chaves.
A chave pública é disponibilizada e tornada acessível a
qualquer indivíduo que deseje se comunicar com o
proprietário da chave privada correspondente.
Autenticidade utilizando criptografia assimétrica
ALGORITMOS CRIPTOGRÁFICOS DE CHAVE
Assim, se Alice cifrar uma informação com sua
PÚBLICA chave privada e enviar para Beto, ele poderá decifrar esta
informação pois tem acesso à chave pública de Alice.
Os algoritmos criptográficos de chave pública
Além disto, qualquer pessoa poderá decifrar a informação,
permitem garantir tanto a confidencialidade quanto a
uma vez que todos conhecem a chave pública de Alice.
autenticidade das informações por eles protegidas.
Por outro lado, o fato de ser necessário o uso da chave
privada de Alice para produzir o texto cifrado caracteriza
CONFIDENCIALIDADE
uma operação que somente Alice tem condições de
O emissor que deseja enviar uma informação realizar.
sigilosa deve utilizar a chave pública do destinatário para
ASSINATURA DIGITAL
cifrar a informação. Para isto é importante que o
destinatário disponibilize sua chave pública, utilizando, O mesmo método de autenticação dos algoritmos de
por exemplo, diretórios públicos acessíveis pela Internet. criptografia de chave pública operando em conjunto com
uma função resumo, também conhecido como função de
hash, é chamada de assinatura digital.

O resumo criptográfico é o resultado retornado por


uma função de hash. Este pode ser comparado a uma
impressão digital, pois cada documento possui um valor
único de resumo e até mesmo uma pequena alteração no
documento, como a inserção de um espaço em branco,
resulta em um resumo completamente diferente.

Sigilo utilizando criptografia assimétrica

O sigilo é garantido, já que somente o destinatário


que possui a chave privada conseguirá desfazer a operação
de cifragem, ou seja, decifrar e recuperar as informações Assinatura digital utilizando algoritmos de chave pública
originais. Por exemplo, para Alice compartilhar uma
informação de forma secreta com Beto, ela deve cifrar a
informação usando a chave pública de Beto. Somente Beto

33
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

A vantagem da utilização de resumos criptográficos assinatura gerada é diferente para cada documento, pois
no processo de autenticação é o aumento de desempenho, está relacionada ao resumo do documento.
pois os algoritmos de criptografia assimétrica são muito
lentos. A submissão de resumos criptográficos ao processo Assinatura Digital
de cifragem com a chave privada reduz o tempo de
operação para gerar uma assinatura por serem os resumos, Apesar das diferenças, a técnica de assinatura
em geral, muito menores que o documento em si. Assim, digital é uma forma eficaz de garantir autoria de
consomem um tempo baixo e uniforme, independente do documentos eletrônicos. Em agosto de 2001, a Medida
tamanho do documento a ser assinado. Provisória 2.200 garantiu a validade jurídica de
documentos eletrônicos e a utilização de certificados
Na assinatura digital, o documento não sofre digitais para atribuir autenticidade e integridade aos
qualquer alteração e o hash cifrado com a chave privada é documentos. Este fato tornou a assinatura digital um
anexado ao documento. instrumento válido juridicamente.
O texto acima demonstra que o provimento de
autenticação em documentos eletrônicos é viável
tecnicamente, mas ainda restam duas questões
fundamentais: como conseguir as chaves públicas? Como
garantir a identidade do proprietário do par de chaves? A
resposta a ambas as questões é o certificado digital.

CERTIFICADO DIGITAL

O certificado digital é um documento eletrônico


Conferência da assinatura digital
assinado digitalmente e cumpre a função de associar uma
pessoa ou entidade a uma chave pública. As informações
Para comprovar uma assinatura digital é necessário
públicas contidas num certificado digital são o que
inicialmente realizar duas operações: calcular o resumo
criptográfico do documento e decifrar a assinatura com a possibilita colocá-lo em repositórios públicos.
chave pública do signatário. Se forem iguais, a assinatura Um Certificado Digital normalmente apresenta as
está correta, o que significa que foi gerada pela chave seguintes informações:
privada corresponde à chave pública utilizada na • nome da pessoa ou entidade a ser associada
verificação e que o documento está íntegro. Caso sejam à chave pública
diferentes, a assinatura está incorreta, o que significa que • período de validade do certificado
pode ter havido alterações no documento ou na assinatura • chave pública
pública. • nome e assinatura da entidade que assinou
o certificado
DOCUMENTO EM PAPEL X DOCUMENTO • número de série.
ELETRÔNICO
A semelhança da assinatura digital e da assinatura
manuscrita restringe-se ao princípio de atribuição de
autoria a um documento. Na manuscrita, as assinaturas
seguem um padrão, sendo semelhantes entre si e
possuindo características pessoais e biométricas de cada
indivíduo.
Ela é feita sobre algo tangível, o papel, responsável
pela vinculação da informação impressa à assinatura. A
veracidade da assinatura manuscrita é feita por uma
comparação visual a uma assinatura verdadeira tal como
aquela do documento de identidade oficial.
Assinatura manuscrita
Nos documentos eletrônicos não existe um modo
simples para relacionar o documento com a assinatura.
Ambos são compostos apenas pela representação
eletrônica de dados, ou seja, por uma seqüência de bits (0s Certificado Digital da Autoridade Certificadora Raiz
e 1s), que necessitam de um computador para a sua Brasileira – ICP Brasil
visualização e conferência. Na assinatura digital, a

34
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

• caso o software de geração do par de


Um exemplo comum do uso de certificados digitais chaves ofereça a opção de proteção do
é o serviço bancário provido via Internet. Os bancos acesso à chave privada através de senha,
possuem certificado para autenticar-se perante o cliente, essa opção deve ser ativada, pois assim há
assegurando que o acesso está realmente ocorrendo com o a garantia de que, na ocorrência do furto da
servidor do banco. E o cliente, ao solicitar um serviço, chave privada, a mesma esteja cifrada;
como por exemplo, acesso ao saldo da conta corrente, • não compartilhar com ninguém a senha de
pode utilizar o seu certificado para autenticar-se perante o acesso à chave privada;
banco. Serviços governamentais também têm sido • não utilizar como senha dados pessoais,
implantados para suportar transações eletrônicas palavras que existam em dicionários ou
utilizando certificação digital, visando proporcionar aos somente números, pois são senhas
cidadãos benefícios como agilidade nas transações, facilmente descobertas. Procurar uma
redução da burocracia, redução de custos, satisfação do senha longa, com caracteres mistos,
usuário, entre outros. Alguns destes casos de uso são: maiúsculos e minúsculos, números e
pontuação;
GOVERNO FEDERAL: o Presidente da República e • em ambiente acessível a várias pessoas,
Ministros têm utilizado certificados digitais na tramitação como em um escritório, usar produtos de
eletrônica de documentos oficiais, que serão publicados no controle de acesso ou recursos de proteção
Diário Oficial da União. Um sistema faz o controle do ao sistema operacional, como uma senha de
fluxo dos documentos de forma automática, desde a sistema ou protetor de tela protegido por
origem dos mesmos até sua publicação e arquivamento. senha;
• manter atualizado o sistema operacional e
RESPONSABILIDADE os aplicativos, pois versões mais recentes
contêm correções que levam em
A certificação digital traz diversas facilidades, consideração as vulnerabilidades mais
porém seu uso não torna as transações realizadas isenta de atuais;
responsabilidades. Ao mesmo tempo que o uso da chave • não instalar o certificado com a chave
privada autentica uma transação ou um documento, ela privada em computadores de uso público.
confere o atributo de não- repúdio à operação, ou seja, o
usuário não pode negar posteriormente a realização Em caso de suspeita de comprometimento da chave
daquela transação. Por isto, é importante que o usuário privada, seja por uma invasão sofrida no computador ou
tenha condições de proteger de forma adequada a sua pelo surgimento de operações associadas ao uso da chave
chave privada. que não sejam de conhecimento do seu proprietário, a
revogação do certificado deve ser solicitada o mais
Existem dispositivos que incrementam a proteção rapidamente possível à AC responsável pela sua emissão.
das chaves, como os cartões inteligentes (smart cards). Além disso, é necessário estar alerta às recomendações da
Eles se assemelham – em formato e tamanho – a um DPC quanto aos procedimentos necessários a revogação
cartão de crédito convencional. Os smart cards são um tipo do certificado.
de hardware criptográfico dotado de um microprocessador
com memória capaz de armazenar e processar diversos VALIDADE
tipos de informações. Com eles é possível gerar as chaves
e mantê-las dentro de um ambiente seguro, uma vez que as O certificado digital, diferentemente dos
operações criptográficas podem ser realizadas dentro do documentos utilizados usualmente para identificação
próprio dispositivo. pessoal como CPF e RG, possui um período de validade.
Só é possível assinar um documento enquanto o
certificado é válido. É possível, no entanto, conferir as
assinaturas realizadas mesmo após o certificado expirar.

O certificado digital pode ser revogado antes do


período definido para expirar. As solicitações de
revogação devem ser encaminhadas à AC que emitiu o
certificado ou para quem foi designada essa tarefa. As
Alguns usuários preferem manter suas chaves justificativas podem ser por diversos fatores como
privadas no próprio computador. Neste caso, são comprometimento da chave privada, alterações de dados
necessárias algumas medidas preventivas para minimizar a do certificado ou qualquer outro motivo.
possibilidade de se comprometer a sua chave privada:

35
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA _______________ __________ _________ __________________________________

A A C, ao receber e analisar o pedido, adiciona o


número de série do certi ficado a um documento assinado
chamado Lista de Cer tificados Revogados (LC R) e a
publica. O local de publicação das LC Rs está declarado
na DPC da AC que emitiu o certificado, e em muitos casos Linha do tempo do ce rtificado e assinatura digital
o próprio certificado possui um campo com apontador
para um endereço WEB que contém o arquivo com a LCR. O usuário pode solicitar a renovação do certificado
As LCRs são publicadas de acordo com a periodicidade p ara a AC após a perda de validade deste. Na solicitação,
que cada AC definir. Essas listas são públicas e podem ser o usuário pode manter os dados do certificado e até
consultadas a qualquer momento para verifica r se um mesmo o par de chaves, se a chave privada não tiver sido
certificado permanece válido ou não. comprometida. Mas, por que não emitir os certificados
sem data fina l de validade? Porque a cada renovação da v
Após a revogação ou expiração do certificado, alidade do certificado renova-se também a relação de
todas as assinaturas realizadas c om este certificado confiança entre seu titular e a AC.
tornam-se in válidas, mas as assinaturas realizadas antes
da revogação do certificado continuam válidas se hou ver Essa renovação pode ser necessária p ara a
uma forma de garantir que esta operação foi realizada d substituição da chave privada por uma outra
urante o período de validade do certificado. Mas como o tecnologicamente mais a vançada ou devido a possíveis
bter essa característica? mudanças oco rridas nos dados do usuá io. Essas alt
erações têm como ob jetivo tornar mais robus ta a seguran
Existem técnicas para atribuir a indicação d e tempo ça em relação às técnicas de certificação e às infor mações
a um documento, cha madas carimbo de tempo. Estes contidas no c ertificado.
carimbos adicionam uma data e hora à assinatura,
permitindo determinar q uando o documento foi as sinado.

DIGITALIZAÇÃO

Digitalização é o processo pelo qual uma imagem disponibilizadas e reutilizadas, como, por exemplo, em um
ou sinal analógico é transformado em código digital. Isso sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos,
se dá através de um digitalizador de imagens (ou scanner, conhecido como GED ou em bancos de imagens ou áudio.
scâner, escâner) ou de um transdutor de sinais.
A digitalização ta mbém compreende a con versão
A utilização de dispositivos eletrônicos, como os p ara o código digital de sinais de aú dio e image ns em
scanners, permitem que documento s originalmente em movimento (vídeos), orig inalmente em outros formatos
papel e materiais similares, filmes negativos e positivos, como as gra vações em discos fon ográficos em vinil
microfilmes e microfichas sejam convertidos em arquivos (sulcos) e em sinal eletromagnético analógico em fios e
digitais, acessíveis em computador. Com isso, grandes fitas magnétic as.
volumes de informação docum ental pod em ser
armazenados em ambiente digital o que permite serem

MICROFILMAGE M

Com o foi visto a nteriormente , os documentos de


arquivo se apresentam e m diversos ti pos de suporte
(papel, CD, disqu ete... ). Ocor re que, ev entualmente, há
a necessidade de se alterar o supor te de determinados
documentos, de forma a garantir o ac esso e a preservação
dos mesmos. As princ ipais técnicas de atualização de
arquivo (m udança de su porte) são a microfilmagem e a
digitalizaçã o.

Micr ofilmagem é uma técnic a que permite criar


uma cópia do documento em f ormato micrográfico
(microfilme ou microfich a).
Mi crofilme

36
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

A adoção da microfilmagem exigirá da instituição permanentes (de valor histórico), os documentos originais
equipamentos que permitam ler tais documentos, não poderão ser eliminados.
chamados leitoras de microfilmes ou leitoras de
microfichas, que, em alguns casos, permitem a geração de Para organizar o arquivo de microfilmes, há
uma cópia em papel do documento microfilmado. arquivos próprios como mostrado na figura a seguir. Para
permitir a localização dos documentos, cada rolo deverá
A primeira e mais importante razão para justificar o conter um índice. Por fora das gavetas são marcados os
uso do microfilme é a economia de espaço. O microfilme códigos dos rolos que elas abrigam, tornando muito fácil a
é uma imagem reduzida de uma forma maior; é portanto o consulta. Naturalmente deverá haver junto do arquivo um
tamanho extraordinariamente reduzido da imagem de um aparelho para a leitura dos microfilmes.
documento qualquer.
Poderíamos enumerar os seguintes benefícios para o
uso da microfilmagem:

– Validade Legal – a microfilmagem é um processo


reprográfico autorizado pela Lei nº 5.433, de
8/5/1968, e pelo Decreto nº 1.799 de 30/1/1996,
que conferem ao microfilme o mesmo valor legal
do documento original;
– Redução sensível de espaço;
– Acesso fácil e rápido, conseqüência das pequenas
dimensões das microformas, da eficiência de sua
catalogação e indexação, comparativamente aos
arquivos convencionais em papel;
– Segurança, por se tratar de um material
fotográfico, além de permitir reproduções com
rapidez e baixo custo, o arquivo microfilmado,
devido ao pequeno volume, permite o seu
acondicionamento em caixas forte (arquivo de
segurança), protegido de sinistros (essa cópia de
segurança deverá, obrigatoriamente, estar em
local separado da cópia de trabalho );
– Garantia da confidencialidade das informações,
visto que a olho nu é impossível visualizar
qualquer informação;
Arquivo de microfilmes – Durabilidade – respeitando-se a determinadas
normas da microfilmagem, acondicionamento e
Essa redução de espaço é garantida pelo valor legal manuseio, os arquivos microfilmados podem ser
do microfilme, que significa que o mesmo possui o mesmo conservados indefinidamente.
valor do documento original em papel, que serviu de base
para sua criação, e poderá substituí-lo nos casos em que
não tiver valor histórico. Em se tratando de documentos

LEGISLAÇÃO

Lei 8.159, de 08/01/1991 – Dispõe sobre a arquivos, como instrumento de apoio à administração, à
cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos
política nacional de arquivos públicos e
de prova e informação.
privados e dá outras providências.
Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos
faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu por órgãos públicos, instituições de caráter público e
sanciono a seguinte lei: entidades privadas, em decorrência do exercício de
CAPÍTULO I atividades específicas, bem como por pessoa física,
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza
Disposições Gerais
dos documentos.
Art. 1º É dever do Poder Público a gestão
documental e a de proteção especial a documentos de

37
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Art. 3º Considera-se gestão de documentos o


conjunto de procedimentos e operações técnicas à sua CAPÍTULO III
produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em Dos Arquivos Privados
fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou
Art. 11. Consideram-se arquivos privados os
recolhimento para guarda permanente.
conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por
Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas
públicos informações de seu interesse particular ou de atividades.
interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de
arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de Art. 12. Os arquivos privados podem ser
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos sigilo seja identificados pelo Poder Público como de interesse
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem público e social, desde que sejam considerados como
como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da conjuntos de fontes relevantes para a história e
honra e da imagem das pessoas. desenvolvimento científico nacional.

Art. 5º A Administração Pública franqueará a Art. 13. Os arquivos privados identificados como de
consulta aos documentos públicos na forma desta lei. interesse público e social não poderão ser alienados com
dispersão ou perda da unidade documental, nem
Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização transferidos para o exterior.
pelo dano material ou moral decorrente da violação do Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o
sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa. Poder Público exercerá preferência na aquisição.
CAPÍTULO II Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos
Dos Arquivos Públicos privados identificados como de interesse público e social
poderá ser franqueado mediante autorização de seu
Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de proprietário ou possuidor.
documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas
atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, Art. 15. Os arquivos privados identificados como de
estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência interesse público e social poderão ser depositados a título
de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas.
§ 1º São também públicos os conjuntos de
documentos produzidos e recebidos por instituições de Art. 16. Os registros civis de arquivos de entidades
caráter público, por entidades privadas encarregadas da religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código
gestão de serviços públicos no exercício de suas Civil ficam identificados como de interesse público e
atividades. social.
§ 2º A cessação de atividades de instituições
públicas e de caráter público implica o recolhimento de CAPÍTULO IV
sua documentação à instituição arquivística pública ou a Da Organização e Administração de Instituições
sua transferência à instituição sucessora. Arquivísticas Públicas
Art. 8º Os documentos públicos são identificados
Art. 17. A administração da documentação pública
como correntes, intermediários e permanentes.
ou de caráter público compete às instituições arquivísticas
§ 1º Consideram-se documentos correntes aqueles
em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais.
de consultas freqüentes. § 1º São Arquivos Federais o Arquivo Nacional do
§ 2º Consideram-se documentos intermediários Poder Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do
aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos Poder Judiciário. São considerados, também, do Poder
produtores, por razões de interesse administrativo, Executivo os arquivos do Ministério da Marinha, do
aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do
permanente. Exército e do Ministério da Aeronáutica.
§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de § 2º São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder
documentos de valor histórico, probatório e informativo Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do
que devem ser definitivamente preservados. Poder Judiciário.
§ 3º São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do
Art. 9º A eliminação de documentos produzidos por Poder Executivo, o Arquivo do Poder Legislativo e o
instituições públicas e de caráter público será realizada arquivo do Poder Judiciário.
mediante autorização da instituição arquivística pública, § 4º São Arquivos Municipais o arquivo do Poder
na sua específica esfera de competência. Executivo e o arquivo do Poder Legislativo.
§ 5º Os arquivos públicos dos Territórios são
Art. 10º Os documentos de valor permanente são organizados de acordo com sua estrutura político-jurídica.
inalienáveis e imprescritíveis.

38
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Art. 18. Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o Parágrafo único. Nenhuma norma de organização
recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo administrativa será interpretada de modo a, por qualquer
Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o forma, restringir o disposto neste artigo.
acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e
implementar a política nacional de arquivos. Disposições Finais
Parágrafo único. Para o pleno exercício de suas
funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades Art. 25. Ficará sujeito à responsabilidade penal,
regionais. civil e administrativa, na forma da legislação em vigor,
aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor
Art. 19. Competem aos arquivos do Poder permanente ou considerado como de interesse público e
Legislativo Federal a gestão e o recolhimento dos social.
documentos produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo
Federal no exercício das suas funções, bem como Art. 26. Fica criado o Conselho Nacional de
preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua Arquivos (Conarq), órgão vinculado ao Arquivo Nacional,
guarda. que definirá a política nacional de arquivos, como órgão
central de um Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
Art. 20. Competem aos arquivos do Poder § 1º O Conselho Nacional de Arquivos será
Judiciário Federal a gestão e o recolhimento dos presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e
documentos produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário integrado por representantes de instituições arquivísticas e
Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo acadêmicas, públicas e privadas.
e oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar § 2º A estrutura e funcionamento do conselho criado
e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. neste artigo serão estabelecidos em regulamento.

Art. 21. Legislação estadual, do Distrito Federal e Art. 27. Esta lei entra em vigor na data de sua
municipal definirá os critérios de organização e vinculação publicação.
dos arquivos estaduais e municipais, bem como a gestão e
o acesso aos documentos, observado o disposto na Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário.
Constituição Federal e nesta lei.
Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da Independência e
CAPÍTULO V 103º da República.
Do Acesso e do Sigilo dos Documentos Públicos FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
Art. 22. É assegurado o direito de acesso pleno aos
documentos públicos.(Vide Lei nº 12.527, de 2011)
Decreto 4.073, de 03/01/2002 –
Art. 23. Decreto fixará as categorias de sigilo que
deverão ser obedecidas pelos órgãos públicos na
Regulamenta a Lei 8.159, de 08/01/1991,
classificação dos documentos por eles produzidos. que dispõe sobre a política nacional de
Regulamento (Vide Lei nº 12.527, de 2011) arquivos públicos e privados e dá
§ 1º Os documentos cuja divulgação ponha em risco outras providências.
a segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles
necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da
da vida privada, da honra e da imagem das pessoas são atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
o
originariamente sigilosos. Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n 8.159,
§ 2º O acesso aos documentos sigilosos referentes à de 8 de janeiro de 1991,
segurança da sociedade e do Estado será restrito por um
prazo máximo de 30 (trinta) anos, a contar da data de sua DECRETA:
produção, podendo esse prazo ser prorrogado, por uma Capítulo I
única vez, por igual período.
DO CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS
§ 3º O acesso aos documentos sigilosos referente à
honra e à imagem das pessoas será restrito por um prazo o
Art. 1 O Conselho Nacional de Arquivos -
máximo de 100 (cem) anos, a contar da sua data de CONARQ, órgão colegiado, vinculado ao Arquivo
produção. o
Nacional, criado pelo art. 26 da Lei n 8.159, de 8 de
Art. 24. Poderá o Poder Judiciário, em qualquer janeiro de 1991, tem por finalidade definir a política
instância, determinar a exibição reservada de qualquer nacional de arquivos públicos e privados, bem como
exercer orientação normativa visando à gestão documental
documento sigiloso, sempre que indispensável à defesa de
e à proteção especial aos documentos de arquivo.
direito próprio ou esclarecimento de situação pessoal da
parte. (Vide Lei nº 12.527, de 2011)

39
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________
o
Art. 2 Compete ao CONARQ: IV - dois representantes do Poder Legislativo
I - estabelecer diretrizes para o funcionamento do Federal;
Sistema Nacional de Arquivos - SINAR, visando à gestão, V - um representante do Arquivo Nacional;
à preservação e ao acesso aos documentos de arquivos; II - VI - dois representantes dos Arquivos Públicos
promover o inter-relacionamento de arquivos Estaduais e do Distrito Federal;
públicos e privados com vistas ao intercâmbio e à VII - dois representantes dos Arquivos Públicos
integração sistêmica das atividades arquivísticas; Municipais;
III - propor ao Ministro de Estado da Justiça normas VIII - um representante das instituições
legais necessárias ao aperfeiçoamento e à implementação mantenedoras de curso superior de arquivologia;
da política nacional de arquivos públicos e privados; IX - um representante de associações de arquivistas; X -
(Redação dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011) três representantes de instituições que congreguem
IV - zelar pelo cumprimento dos dispositivos profissionais que atuem nas áreas de ensino,
constitucionais e legais que norteiam o funcionamento e o pesquisa, preservação ou acesso a fontes documentais.
o
acesso aos arquivos públicos; § 1 Cada Conselheiro terá um suplente.
o
V - estimular programas de gestão e de preservação § 2 Os membros referidos nos incisos III e IV e
de documentos públicos de âmbito federal, estadual, do respectivos suplentes serão designados pelo Presidente do
Distrito Federal e municipal, produzidos ou recebidos em Supremo Tribunal Federal e pelos Presidentes da Câmara
decorrência das funções executiva, legislativa e judiciária; dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente.
VI - subsidiar a elaboração de planos nacionais de o
§ 3 Os conselheiros e suplentes referidos nos
desenvolvimento, sugerindo metas e prioridades da inciso II e V a X serão designados pelo Presidente da
política nacional de arquivos públicos e privados; República, a partir de listas apresentadas pelo Ministro de
VII - estimular a implantação de sistemas de Estado da Justiça, mediante indicações dos dirigentes dos
arquivos nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário órgãos e entidades representados. (Redação dada pelo
da União, dos Estados, do Distrito Federal e nos Poderes Decreto nº 7.430, de 2011) Vigência
o
Executivo e Legislativo dos Municípios; § 4 O mandato dos Conselheiros será de dois anos,
VIII - estimular a integração e modernização dos permitida uma recondução.
o
arquivos públicos e privados; § 5 O Presidente do CONARQ, em suas faltas e
IX - identificar os arquivos privados de interesse impedimentos, será substituído por seu substituto legal no
o
público e social, nos termos do art. 12 da Lei n 8.159, de Arquivo Nacional.
1991;
o
X - propor ao Presidente da República, por Art. 4 Caberá ao Arquivo Nacional dar o apoio
intermédio do Ministro de Estado da Justiça, a declaração técnico e administrativo ao CONARQ.
de interesse público e social de arquivos privados; o
(Redação dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011) Vigência Art. 5 O Plenário, órgão superior de deliberação do
CONARQ, reunir-se-á, em caráter ordinário, no mínimo, uma
XI - estimular a capacitação técnica dos recursos vez a cada quatro meses e, extraordinariamente, mediante
humanos que desenvolvam atividades de arquivo nas convocação de seu Presidente ou a requerimento de dois
instituições integrantes do SINAR; terços de seus membros.
o
XII - recomendar providências para a apuração e a § 1 O CONARQ funcionará na sede do Arquivo
reparação de atos lesivos à política nacional de arquivos Nacional.
o
públicos e privados; § 2 As reuniões do CONARQ poderão ser
XIII - promover a elaboração do cadastro nacional convocadas para local fora da sede do Arquivo Nacional,
de arquivos públicos e privados, bem como desenvolver por deliberação do Plenário ou ad referendum deste,
atividades censitárias referentes a arquivos; sempre que razão superior indicar a conveniência de
XIV - manter intercâmbio com outros conselhos e adoção dessa medida.
instituições, cujas finalidades sejam relacionadas ou o
complementares às suas, para prover e receber elementos Art. 6 O CONARQ somente se reunirá para
de informação e juízo, conjugar esforços e encadear ações; deliberação com o quorum mínimo de dez conselheiros.
XV - articular-se com outros órgãos do Poder Público
o
formuladores de políticas nacionais nas áreas de educação, Art. 7 O CONARQ poderá constituir câmaras
cultura, ciência, tecnologia, informação e técnicas e comissões especiais, com a finalidade de
informática. elaborar estudos, normas e outros instrumentos necessários
à implementação da política nacional de arquivos públicos
o
Art. 3 São membros conselheiros do CONARQ: e privados e ao funcionamento do SINAR, bem como
I - o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o câmaras setoriais, visando a identificar, discutir e propor
presidirá; soluções para questões temáticas que repercutirem na
II - dois representantes do Poder Executivo Federal; estrutura e organização de segmentos específicos de
III - dois representantes do Poder Judiciário arquivos, interagindo com as câmaras técnicas.
Federal;

40
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Parágrafo único. Os integrantes das câmaras e VII - apresentar subsídios ao CONARQ para a
comissões serão designados pelo Presidente do CONARQ, elaboração de dispositivos legais necessários ao
ad referendum do Plenário. aperfeiçoamento e à implementação da política nacional
o de arquivos públicos e privados;
Art. 8 É considerado de natureza relevante, não VIII - promover a integração e a modernização dos
ensejando qualquer remuneração, o exercício das arquivos em sua esfera de atuação;
atividades de Conselheiro do CONARQ e de integrante IX - propor ao CONARQ os arquivos privados que
das câmaras e comissões. possam ser considerados de interesse público e social;
o
Art. 9 A aprovação do regimento interno do X - comunicar ao CONARQ, para as devidas
CONARQ, mediante proposta deste, é da competência do providências, atos lesivos ao patrimônio arquivístico
Ministro de Estado da Justiça. (Redação dada pelo Decreto nacional;
nº 7.430, de 2011) Vigência XI - colaborar na elaboração de cadastro nacional
de arquivos públicos e privados, bem como no
Capítulo II desenvolvimento de atividades censitárias referentes a
DO SISTEMA NACIONAL DE ARQUIVOS arquivos;
XII - possibilitar a participação de especialistas nas
Art. 10. O SINAR tem por finalidade implementar a câmaras técnicas, câmaras setoriais e comissões especiais
política nacional de arquivos públicos e privados, visando constituídas pelo CONARQ;
à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de XIII - proporcionar aperfeiçoamento e reciclagem
arquivo. aos técnicos da área de arquivo, garantindo constante
atualização.
Art. 11. O SINAR tem como órgão central o
CONARQ. Art. 14. Os integrantes do SINAR seguirão as
diretrizes e normas emanadas do CONARQ, sem prejuízo
Art. 12. Integram o SINAR:
de sua subordinação e vinculação administrativa.
I - o Arquivo Nacional;
II - os arquivos do Poder Executivo Federal; Capítulo III
III - os arquivos do Poder Legislativo Federal; DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS
IV - os arquivos do Poder Judiciário Federal;
V - os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Art. 15. São arquivos públicos os conjuntos de
Legislativo e Judiciário; documentos:
VI - os arquivos do Distrito Federal dos Poderes I - produzidos e recebidos por órgãos e entidades
Executivo, Legislativo e Judiciário; públicas federais, estaduais, do Distrito Federal e
VII - os arquivos municipais dos Poderes Executivo municipais, em decorrência de suas funções
e Legislativo. administrativas, legislativas e judiciárias;
o II- produzidos e recebidos por agentes do Poder
§ 1 Os arquivos referidos nos incisos II a VII,
quando organizados sistemicamente, passam a integrar o Público, no exercício de seu cargo ou função ou deles
SINAR por intermédio de seus órgãos centrais. decorrente;
o III - produzidos e recebidos pelas empresas públicas
§ 2 As pessoas físicas e jurídicas de direito
privado, detentoras de arquivos, podem integrar o SINAR e pelas sociedades de economia mista;
mediante acordo ou ajuste com o órgão central. IV - produzidos e recebidos pelas Organizações
o
Sociais, definidas como tal pela Lei n 9.637, de 15 de
Art. 13. Compete aos integrantes do SINAR: maio de 1998, e pelo Serviço Social Autônomo
I - promover a gestão, a preservação e o acesso às Associação das Pioneiras Sociais, instituído pela Lei
o
informações e aos documentos na sua esfera de n 8.246, de 22 de outubro de 1991.
competência, em conformidade com as diretrizes e normas Parágrafo único. A sujeição dos entes referidos no
emanadas do órgão central; inciso IV às normas arquivísticas do CONARQ constará
II - disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes dos Contratos de Gestão com o Poder Público.
e normas estabelecidas pelo órgão central, zelando pelo
Art. 16. Às pessoas físicas e jurídicas mencionadas
seu cumprimento;
no art. 15 compete a responsabilidade pela preservação
III - implementar a racionalização das atividades
arquivísticas, de forma a garantir a integridade do ciclo adequada dos documentos produzidos e recebidos no
documental; exercício de atividades públicas.
IV - garantir a guarda e o acesso aos documentos de Art. 17. Os documentos públicos de valor
valor permanente; permanente, que integram o acervo arquivístico das
V - apresentar sugestões ao CONARQ para o empresas em processo de desestatização, parcial ou total,
aprimoramento do SINAR; serão recolhidos a instituições arquivísticas públicas, na
VI - prestar informações sobre suas atividades ao sua esfera de competência.
CONARQ;

41
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

o
§ 1 O recolhimento de que trata este artigo Seção II
constituirá cláusula específica de edital nos processos de Da Entrada de Documentos Arquivísticos Públicos no
desestatização. Arquivo Nacional
o
§ 2 Para efeito do disposto neste artigo, as
empresas, antes de concluído o processo de desestatização, Art. 19. Os documentos arquivísticos públicos de
providenciarão, em conformidade com as normas âmbito federal, ao serem transferidos ou recolhidos ao
arquivísticas emanadas do CONARQ, a identificação, Arquivo Nacional, deverão estar avaliados, organizados,
classificação e avaliação do acervo arquivístico. higienizados e acondicionados, bem como acompanhados
o
§ 3 Os documentos de valor permanente poderão de instrumento descritivo que permita sua identificação e
o controle.
ficar sob a guarda das empresas mencionadas no § 2 ,
enquanto necessários ao desempenho de suas atividades, Parágrafo único. As atividades técnicas referidas no
conforme disposto em instrução expedida pelo CONARQ. caput, que precedem à transferência ou ao recolhimento de
o
§ 4 Os documentos de que trata o caput são documentos, serão implementadas e custeadas pelos
inalienáveis e não são sujeitos a usucapião, nos termos do órgãos e entidades geradores dos arquivos.
o
art. 10 da Lei n 8.159, de 1991.
o Art. 20. O Ministério do Planejamento, Orçamento
§ 5 A utilização e o recolhimento dos documentos
públicos de valor permanente que integram o acervo e Gestão deverá, tão logo sejam nomeados os
arquivístico das empresas públicas e das sociedades de inventariantes, liquidantes ou administradores de acervos
economia mista já desestatizadas obedecerão às instruções para os órgãos e entidades extintos, solicitar ao Ministro
do CONARQ sobre a matéria. de Estado da Justiça a assistência técnica do Arquivo
Nacional para a orientação necessária à preservação e à
destinação do patrimônio documental acumulado, nos
o o o
Capítulo IV termos do § 2 do art. 7 da Lei n 8.159, de 1991.
DA GESTÃO DE DOCUMENTOS (Redação dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011) Vigência
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
Art. 21. O Ministro de Estado da Justiça, mediante
Seção I proposta do Arquivo Nacional, baixará instrução
Das Comissões Permanentes de Avaliação de detalhando os procedimentos a serem observados pelos
Documentos órgãos e entidades da administração pública federal, para a
plena consecução das medidas constantes desta Seção.
Art. 18. Em cada órgão e entidade da (Redação dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011) Vigência
Administração Pública Federal será constituída comissão
permanente de avaliação de documentos, que terá a
responsabilidade de orientar e realizar o processo de Capítulo V
análise, avaliação e seleção da documentação produzida e DA DECLARAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO E
acumulada no seu âmbito de atuação, tendo em vista a SOCIAL DE ARQUIVOS PRIVADOS
identificação dos documentos para guarda permanente e a
eliminação dos destituídos de valor. Art. 22. Os arquivos privados de pessoas físicas ou
o jurídicas que contenham documentos relevantes para a
§ 1 Os documentos relativos às atividades-meio
serão analisados, avaliados e selecionados pelas história, a cultura e o desenvolvimento nacional podem ser
Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos dos declarados de interesse público e social por decreto do
órgãos e das entidades geradores dos arquivos, Presidente da República.
o
obedecendo aos prazos estabelecidos em tabela de § 1 A declaração de interesse público e social de
temporalidade e destinação expedida pelo CONARQ. que trata este artigo não implica a transferência do
o
§ 2 Os documentos relativos às atividades-meio respectivo acervo para guarda em instituição arquivística
o
não constantes da tabela referida no § 1 serão submetidos pública, nem exclui a responsabilidade por parte de seus
às Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos detentores pela guarda e a preservação do acervo.
o
dos órgãos e das entidades geradores dos arquivos, que § 2 São automaticamente considerados
estabelecerão os prazos de guarda e destinação daí documentos privados de interesse público e social:
decorrentes, a serem aprovados pelo Arquivo Nacional. I - os arquivos e documentos privados tombados
o pelo Poder Público;
§ 3 Os documentos relativos às atividades-fim
serão avaliados e selecionados pelos órgãos ou entidades II - os arquivos presidenciais, de acordo com o art.
o o
geradores dos arquivos, em conformidade com as tabelas 3 da Lei n 8.394, de 30 de dezembro de 1991;
de temporalidade e destinação, elaboradas pelas III - os registros civis de arquivos de entidades
o
Comissões mencionadas no caput, aprovadas pelo religiosas produzidos anteriormente à vigência da Lei n
o
Arquivo Nacional. 3.071, de 1 de janeiro de 1916, de acordo com o art. 16 da
o
Lei n 8.159, de 1991.

42
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Art. 23. O CONARQ, por iniciativa própria ou Art. 31. Fica delegada competência ao Ministro de
mediante provocação, encaminhará solicitação, Estado da Justiça, permitida a subdelegação, para designar
acompanhada de parecer, ao Ministro de Estado da Justiça, o o
os membros do CONARQ de que trata o § 3 do art. 3 .
com vistas à declaração de interesse público e social de (Redação dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011) Vigência
arquivos privados pelo Presidente da República. (Redação
dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011) Art. 32. Este Decreto entra em vigor na data de sua
o
§ 1 O parecer será instruído com avaliação técnica publicação.
procedida por comissão especialmente constituída pelo o
Art. 33. Ficam revogados os Decretos n s 1.173, de
CONARQ. 29 de junho de 1994 , 1.461, de 25 de abril de 1995, 2.182,
o o
§ 2 A avaliação referida no § 1 será homologada de 20 de março de 1997, e 2.942, de 18 de janeiro de 1999.
pelo Presidente do CONARQ. o
o
§ 3 Da decisão homologatória caberá recurso das Brasília, 3 de janeiro de 2002; 181 da Independência e
o
partes afetadas ao Ministro de Estado da Justiça, na forma 114 da República.
o FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
prevista na Lei n 9.784, de 29 de janeiro de 1999
(Redação dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011) Silvano Gianni

Art. 24. O proprietário ou detentor de arquivo Decreto 4.915, de 12/12/2003 –


privado declarado de interesse público e social deverá Dispõe sobre o Sistema de Gestão de
comunicar previamente ao CONARQ a transferência do
local de guarda do arquivo ou de quaisquer de seus Documentos de Arquivo – SIGA, da
documentos, dentro do território nacional. Administração Pública Federal, e dá
outras providências.
Art. 25. A alienação de arquivos privados
declarados de interesse público e social deve ser precedida O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das
de notificação à União, titular do direito de preferência, atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
para que manifeste, no prazo máximo de sessenta dias, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no
o
interesse na aquisição, na forma do parágrafo único do art. art. 30 do Decreto-Lei n 200, de 25 de fevereiro de 1967,
o o
13 da Lei n 8.159, de 1991. no art. 18 da Lei n 8.159, de 8 de janeiro de 1991, e no
o
Decreto n 4.073, de 3 de janeiro de 2002,
Art. 26. Os proprietários ou detentores de arquivos
privados declarados de interesse público e social devem DECRETA:
manter preservados os acervos sob sua custódia, ficando o
sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na Art. 1 Ficam organizadas sob a forma de sistema,
forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou com a denominação de Sistema de Gestão de Documentos
de Arquivo - SIGA, as atividades de gestão de documentos
destruir documentos de valor permanente.
no âmbito dos órgãos e entidades da administração pública
federal.
Art. 27. Os proprietários ou detentores de arquivos o
privados declarados de interesse público e social poderão § 1 Para os fins deste Decreto, consideram-se
firmar acordos ou ajustes com o CONARQ ou com outras documentos de arquivo aqueles produzidos e recebidos por
instituições, objetivando o apoio para o desenvolvimento órgãos e entidades da administração pública federal, em
de atividades relacionadas à organização, preservação e decorrência do exercício de funções e atividades
divulgação do acervo. específicas, qualquer que seja o suporte da informação ou
a natureza dos documentos.
o
Art. 28. A perda acidental, total ou parcial, de § 2 Considera-se gestão de documentos, com base
o o
arquivos privados declarados de interesse público e social no art. 3 da Lei n 8.159, de 8 de janeiro de 1991, o
ou de quaisquer de seus documentos deverá ser conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes
comunicada ao CONARQ, por seus proprietários ou à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento dos
detentores. documentos, em fase corrente e intermediária,
independente do suporte, visando a sua eliminação ou
Capítulo VI recolhimento para guarda permanente.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS o
Art. 2 O SIGA tem por finalidade:
Art. 29. Este Decreto aplica-se também aos I - garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades da
administração pública federal, de forma ágil e segura, o
documentos eletrônicos, nos termos da lei.
acesso aos documentos de arquivo e às informações neles
Art. 30. O Ministro de Estado da Justiça baixará contidas, resguardados os aspectos de sigilo e as restrições
instruções complementares à execução deste Decreto. administrativas ou legais;
(Redação dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011)

43
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

II- integrar e coordenar as atividades de gestão de entidade, e acompanhar a sua aplicação no seu âmbito de
documentos de arquivo desenvolvidas pelos órgãos atuação e de seus seccionais;
setoriais e seccionais que o integram; IV - coordenar a aplicação do código de
III - disseminar normas relativas à gestão de classificação e da tabela de temporalidade e destinação de
documentos de arquivo; documentos de arquivo relativos as atividades-meio,
IV - racionalizar a produção da documentação instituída para a administração pública federal, no seu
arquivística pública; âmbito de atuação e de seus seccionais;
V - racionalizar e reduzir os custos operacionais e V - elaborar, por intermédio da Comissão
de armazenagem da documentação arquivística pública; Permanente de Avaliação de Documentos e de que trata o
o
VI - preservar o patrimônio documental arquivístico art. 18 do Decreto n 4.073, de 3 de janeiro de 2002, e
da administração pública federal; aplicar, após aprovação do Arquivo Nacional, a tabela de
VII - articular-se com os demais sistemas que atuam temporalidade e destinação de documentos de arquivo
direta ou indiretamente na gestão da informação pública relativos às atividades-fim;
federal. VI - promover e manter intercâmbio de cooperação
técnica com instituições e sistemas afins, nacionais e
o
Art. 3 Integram o SIGA: internacionais;
I - como órgão central, o Arquivo Nacional; VII - proporcionar aos servidores que atuam na área
II- como órgãos setoriais, as unidades responsáveis de gestão de documentos de arquivo a capacitação, o
pela coordenação das atividades de gestão de documentos aperfeiçoamento, o treinamento e a reciclagem garantindo
de arquivo nos Ministérios e órgãos equivalentes; constante atualização.
III - como órgãos seccionais, as unidades
o
vinculadas aos Ministérios e órgãos equivalentes. Art. 6 Fica instituída, junto ao órgão central, a
Comissão de Coordenação do SIGA, cabendo-lhe:
o
Art. 4 Compete ao órgão central: I - assessorar o órgão central no cumprimento de
I - acompanhar e orientar, junto aos órgãos setoriais suas atribuições;
do SIGA, a aplicação das normas relacionadas à gestão de II- propor políticas, diretrizes e normas relativas à
documentos de arquivos aprovadas pelo Chefe da Casa gestão de documentos de arquivo, a serem implantadas nos
Civil da Presidência da República; órgãos e entidades da administração pública federal, após
II- orientar a implementação, coordenação e aprovação do Chefe da Casa Civil da Presidência da
controle das atividades e rotinas de trabalho relacionadas à República;
gestão de documentos nos órgãos setoriais; III - propor aos órgãos integrantes do SIGA as
III - promover a disseminação de normas técnicas e alterações ou adaptações necessárias ao aperfeiçoamento
informações de interesse para o aperfeiçoamento do dos mecanismos de gestão de documentos de arquivo;
sistema junto aos órgãos setoriais do SIGA; IV - avaliar os resultados da aplicação das normas e
IV - promover e manter intercâmbio de cooperação propor os ajustamentos que se fizerem necessários,
técnica com instituições e sistemas afins, nacionais e visando à modernização e ao aprimoramento do SIGA.
internacionais; o
V - estimular e promover a capacitação, o Art. 7 Compõem a Comissão de Coordenação do
aperfeiçoamento, o treinamento e a reciclagem dos SIGA:
servidores que atuam na área de gestão de documentos de I - o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que a
arquivo. presidirá;
II- um representante do órgão central, responsável
o
Art. 5 Compete aos órgãos setoriais: pela coordenação do SIGA, designado pelo Diretor-Geral
I - implantar, coordenar e controlar as atividades de do Arquivo Nacional;
gestão de documentos de arquivo, em seu âmbito de III - um representante do Sistema de Administração
atuação e de seus seccionais, em conformidade com as dos Recursos de Informação e Informática - SISP, indicado
normas aprovadas pelo Chefe da Casa Civil da Presidência pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e
da República; Gestão;
II- implementar e acompanhar rotinas de trabalho IV - um representante do Sistema de Serviços
desenvolvidas, no seu âmbito de atuação e de seus Gerais - SISG, indicado pelo Ministro do Planejamento,
seccionais, visando à padronização dos procedimentos Orçamento e Gestão;
técnicos relativos às atividades de produção, classificação, V - os coordenadores das subcomissões dos
registro, tramitação, arquivamento, preservação, Ministérios e órgãos equivalentes.
empréstimo, consulta, expedição, avaliação, transferência o
§ 1 Poderão participar das reuniões como membros
e recolhimento ou eliminação de documentos de arquivo e ad-hoc, por solicitação de seu Presidente, especialistas e
ao acesso e às informações neles contidas; consultores com direito a voz e não a voto, quando julgado
III - coordenar a elaboração de código de necessário pela maioria absoluta de seus membros.
classificação de documentos de arquivo, com base nas
funções e atividades desempenhadas pelo órgão ou

44
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a


o
§ 2 O Arquivo Nacional promoverá, quarenta e microfilmagem de documentos particulares e oficiais
cinco dias após a publicação deste Decreto, a instalação da arquivados, êstes de órgãos federais, estaduais e
Comissão de Coordenação do SIGA, em Brasília, para municipais.
discussão e deliberação, por maioria absoluta de seus § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim
membros, de seu regimento interno a ser encaminhado como as certidões, os traslados e as cópias fotográficas
pelo órgão central do SIGA para a aprovação do Chefe da obtidas diretamente dos filmes produzirão os mesmos
Casa Civil da Presidência da República. efeitos legais dos documentos originais em juízo ou fora
dêle.
o
Art. 8 Deverão ser constituídas nos Ministérios e § 2º Os documentos microfilmados poderão, a
nos órgãos equivalentes, no prazo máximo de trinta dias critério da autoridade competente, ser eliminados por
após a publicação deste Decreto, subcomissões de incineração, destruição mecânica ou por outro processo
coordenação que reúnam representantes dos órgãos adequado que assegure a sua desintegração.
seccionais de seu âmbito de atuação com vistas a § 3º A incineração dos documentos microfilmados
identificar necessidades e harmonizar as proposições a ou sua transferência para outro local far-se-á mediante
serem apresentadas à Comissão de Coordenação do SIGA. lavratura de têrmo, por autoridade competente, em livro
Parágrafo único. As subcomissões serão presididas próprio.
por representante designado pelo respectivo Ministro. § 4º Os filmes negativos resultantes de
microfilmagem ficarão arquivados na repartição detentora
o
Art. 9 Os órgãos setoriais do SIGA vinculam-se ao do arquivo, vedada sua saída sob qualquer pretexto.
órgão central para os estritos efeitos do disposto neste § 5º A eliminação ou transferência para outro local
Decreto, sem prejuízo da subordinação ou vinculação dos documentos microfilmados far-se-á mediante lavratura
administrativa decorrente de sua posição na estrutura de têrmo em livro próprio pela autoridade competente.
organizacional dos órgãos e entidades da administração § 6º Os originais dos documentos ainda em trânsito,
pública federal. microfilmados não poderão ser eliminados antes de seu
arquivamento.
Art. 10. Fica instituído sistema de informações § 7º Quando houver conveniência, ou por medida
destinado à operacionalização do SIGA, com a finalidade de segurança, poderão excepcionalmente ser
de integrar os serviços arquivísticos dos órgãos e entidades microfilmados documentos ainda não arquivados, desde
da administração pública federal. que autorizados por autoridade competente.
Parágrafo único. Os órgãos setoriais e seccionais
são responsáveis pela alimentação e processamento dos Art 2º Os documentos de valor histórico não
dados necessários ao desenvolvimento e manutenção do deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local
sistema de que trata o caput deste artigo. diverso da repartição detentora dos mesmos.

Art. 11. Compete ao Arquivo Nacional, como órgão Art 3º O Poder Executivo regulamentará, no prazo
central do SIGA, o encaminhamento, para aprovação do de 90 (noventa) dias, a presente Lei, indicando as
Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República, autoridades competentes, nas esferas federais, estaduais e
das normas complementares a este Decreto, deliberadas municipais para a autenticação de traslados e certidões
pela Comissão de Coordenação do SIGA. originárias de microfilmagem de documentos oficiais.
§ 1º O decreto de regulamentação determinará,
Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua igualmente, quais os cartórios e órgãos públicos
publicação. capacitados para efetuarem a microfilmagem de
o
documentos particulares, bem como os requisitos que a
Brasília, 12 de dezembro de 2003; 182 da Independência microfilmagem realizada por aquêles cartórios e órgãos
o
e 115 da República. públicos devem preencher para serem autenticados, a fim
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA de produzirem efeitos jurídicos, em juízo ou fora dêle,
José Dirceu de Oliveira e Silva quer os microfilmes, quer os seus traslados e certidões
originárias.
§ 2º Prescreverá também o decreto as condições que
Lei 5.433, de 08/05/1968 – Regula a os cartórios competentes terão de cumprir para a
microfilmagem de documentos autenticação de microfilmes realizados por particulares,
para produzir efeitos jurídicos contra terceiros.
oficiais e dá outras providências.
Art 4º É dispensável o reconhecimento da firma da
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber autoridade que autenticar os documentos oficiais
que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a arquivados, para efeito de microfilmagem e os traslados e
seguinte Lei: certidões originais de microfilmes.

45
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Art 5º Esta lei entra em vigor na data de sua § 3° O armazenamento do filme original deverá ser
publicação. feito em local diferente do seu filme cópia.

Art 6º Revogam-se as disposições em contrário. Art. 6° Na microfilmagem poderá ser utilizado


qualquer grau de redução, garantida a legibilidade e a
Brasília, 8 de maio de 1968; 147º da Independência qualidade de reprodução.
e 80º da República. Parágrafo único. Quando se tratar de original cujo
A. COSTA E SILVA tamanho ultrapasse a dimensão máxima do campo
Luís Antônio da Gama e Silva fotográfico do equipamento em uso, a microfilmagem
poderá ser feita por etapas, sendo obrigatória a repetição
Decreto 1.799, de 30/01/1996 – de uma parte da imagem anterior na imagem subseqüente,
Regulamenta a Lei 5.433, de de modo que se possa identificar, por superposição, a
continuidade entre as seções adjacentes microfilmadas.
08/05/1968, que regula a microfilmagem
de documentos oficiais e dá outras Art. 7° Na microfilmagem de documentos, cada
providências. série será precedida de imagem de abertura, com os
seguintes elementos:
Art. 1° A microfilmagem, em todo território I - identificação do detentor dos documentos, a
nacional, autorizada pela Lei n° 5.433, de 8 de maio de serem microfilmados;
1968, abrange os documentos oficiais ou públicos, de II - número do microfilme, se for o caso;
qualquer espécie e em qualquer suporte, produzidos e III - local e data da microfilmagem; IV -
recebidos pelos órgãos dos Poderes Executivo, Judiciário e registro no Ministério da Justiça;
Legislativo, inclusive da Administração indireta da União, V - ordenação, identificação e resumo da série de
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e os documentos a serem microfilmados;
documentos particulares ou privados, de pessoas físicas ou VI - menção, quando for o caso, de que a série de
jurídicas. documentos a serem microfilmados é continuação da série
contida em microfilme anterior;
Art. 2° A emissão de cópias, traslados e certidões VII - identificação do equipamento utilizado, da
extraídas de microfilmes, bem assim a autenticação desses unidade filmadora e do grau de redução;
documentos, para que possam produzir efeitos legais, em VIII - nome por extenso, qualificação funcional, se
juízo ou fora dele, é regulada por este Decreto. for o caso, e assinatura do detentor dos documentos a
serem microfilmados;
Art. 3° Entende- se por microfilme, para fins deste IX - nome por extenso, qualificação funcional e
Decreto, o resultado do processo de reprodução em filme, assinatura do responsável pela unidade, cartório ou
de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos empresa executora da microfilmagem.
ou eletrônicos, em diferentes graus de redução.
Art. 8º No final da microfilmagem de cada série,
Art. 4° A microfilmagem será feita em será reproduzida a imagem de encerramento,
equipamentos que garantam a fiel reprodução das imediatamente após o último documento, com os seguintes
informações, sendo permitida a utilização de qualquer elementos:
microforma. I - identificação do detentor dos documentos
Parágrafo único. Em se tratando da utilização de microfilmados;
microfichas, além dos procedimentos previstos neste II- informações complementares relativas ao inciso
Decreto, tanto a original como a cópia terão, na sua parte V do artigo anterior;
superior, área reservada à titulação, à identificação e à III - termo de encerramento atestando a fiel
numeração seqüencial, legíveis com a vista desarmada, e observância às disposições deste Decreto;
fotogramas destinados à indexação. IV - menção, quando for o caso, de que a série de
documentos microfilmados continua em microfilme
Art. 5° A microfilmagem, de qualquer espécie, será posterior;
feita sempre em filme original, com o mínimo de 180 V - nome por extenso, qualificação funcional e
linhas por milímetro de definição, garantida a segurança e assinatura do responsável pela unidade, cartório ou
a qualidade de imagem e de reprodução. empresa executora da microfilmagem.
§ 1° Será obrigatória, para efeito de segurança, a
extração de filme cópia do filme original. Art. 9° Os documentos da mesma série ou
§ 2° Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis, seqüência, eventualmente omitidos quando da
de qualquer tipo, tanto para a confecção do original, como microfilmagem, ou aqueles cujas imagens não
para a extração de cópias. apresentarem legibilidade, por falha de operação ou por
problema técnico, serão reproduzidos posteriormente, não
sendo permitido corte ou inserção no filme original.

46
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

1° A microfilmagem destes documentos será


precedida de uma imagem de observação, com os Art. 15. A microfilmagem de documentos poderá
seguintes elementos: ser feita por empresas e cartórios habilitados nos termos
deste Decreto.
a) identificação do microfilme, local e data;
Parágrafo único. Para exercer a atividade de
b) descrição das irregularidades constatadas;
c) nome por extenso, qualificação funcional e microfilmagem de documentos, as empresas e cartórios a
assinatura do responsável pela unidade, cartório ou que se refere este artigo, além da legislação a que estão
empresa executora da microfilmagem. sujeitos, deverão requerer registro no Ministério da Justiça
2° É obrigatório fazer indexação remissiva para e sujeitar-se à fiscalização que por este será exercida
recuperar as informações e assegurar a localização dos quanto ao cumprimento do disposto no presente Decreto.
documentos. Art. 16. As empresas e os cartórios que se
3° Caso a complementação não satisfaça os padrões dedicarem a microfilmagem de documentos de terceiros,
de qualidade. exigidos, a microfilmagem dessa série de fornecerão, obrigatoriamente, um documento de garantia,
documentos deverá ser repetida integralmente. declarando:
Art. 10. Para o processamento dos filmes, serão I - que a microfilmagem foi executada de acordo
utilizados equipamentos e técnicas que assegurem ao filme com o disposto neste Decreto;
alto poder de definição, densidade uniforme e durabilidade. II - que se responsabilizam pelo padrão de
qualidade do serviço executado;
Art. 11. Os documentos, em tramitação ou em III - que o usuário passa a ser responsável pelo
estudo, poderão, a critério da autoridade competente, ser manuseio e conservação das microformas.
microfilmados, não sendo permitida a sua eliminação até a
definição de sua destinação final. Art. 17. Os microfilmes e filmes cópias, produzidos
no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora
Art. 12. A eliminação de documentos, após a dele, quando:
microfilmagem, dar-se-á por meios que garantam sua I - autenticados por autoridade estrangeira
inutilização, sendo a mesma precedida de lavratura de competente;
termo próprio e após a revisão e a extração de filme cópia. II - tiverem reconhecida, pela autoridade consular
Parágrafo único. A eliminação de documentos brasileira, a firma da autoridade estrangeira que os houver
oficiais ou públicos só deverá ocorrer se prevista na tabela autenticado;
de temporalidade do órgão, aprovada pela autoridade III - forem acompanhados de tradução oficial.
competente na esfera de sua atuação e respeitado o
disposto no art. 9° da Lei n° 8.159, de 8 de janeiro de Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cópias
1991. resultantes de microfilmagem de documentos sujeitos à
fiscalização, ou necessários à prestação de contas, deverão
Art. 13. Os documentos oficiais ou públicos, com ser mantidos pelos prazos de prescrição a que estariam
valor de guarda permanente, não poderão ser eliminados sujeitos os seus respectivos originais.
após a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo
público de sua esfera de atuação ou preservados pelo Art. 19. As infrações às normas deste Decreto, por
próprio órgão detentor. parte dos cartórios e empresas registrados no Ministério da
Justiça sujeitarão o infrator, observada a gravidade do fato,
Art. 14. Os traslados, as certidões e as cópias em às penalidades de advertência ou suspensão do registro,
papel ou em filme de documentos microfilmados, para sem prejuízo das sanções penais e civis cabíveis.
produzirem efeitos legais em juízo ou fora dele, deverão Parágrafo único. No caso de reincidência por falta
estar autenticados pela autoridade competente detentora do grave, o registro para microfilmar será cassado
filme original. definitivamente.
1° Em se tratando de cópia em filme, extraída de
microfilmes de documentos privados, deverá ser emitido Art. 20. O Ministério da Justiça expedirá as
termo próprio, no qual constará que o filme que o instruções que se fizerem necessárias ao cumprimento
acompanha é cópia fiel do filme original, cuja deste Decreto.
autenticação far-se-á nos cartórios que satisfizerem os Art. 21. Revoga-se o Decreto n° 64.398, de 24 de
requisitos especificados no artigo seguinte.
abril de 1969.
2° Em se tratando de cópia em papel, extraída de
microfilmes de documentos privados, a autenticação far- Art. 22. Este Decreto entra em vigor na data de sua
se-á por meio de carimbo, aposto em cada folha, nos publicação.
cartórios que satisfizerem os requisitos especificados no
artigo seguinte. Brasília, 30 de janeiro de l996; 175° da
3° A cópia em papel, de que trata o parágrafo Independência e 108° da República.
anterior, poderá ser extraída utilizando-se qualquer meio FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
de reprodução, desde que seja assegurada a sua fidelidade Milton Seligman
e a sua qualidade de leitura.

47
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA _______________ __________ _________ __________________________________

Considerando os re sultados da Comissão Especial


Resolução Conar q 10, de 06/12/19 99 – criada pela Po rtaria CONA RQ nº 30, de 22 de fevereiro
Dispõe s obre a adoção de símbolo s de 1 999, com a finalidade de adequar os símbolos de
normas ISO de si naléticas técnicas à microfilmagem de d
ISO nas sinaléticas a serem utilizadas ocumentos arquivísticos;
no processo de mic rofilmage m de
documentos arq uivísticos . Considerando a necessida e de que a
microfilmagem dos documentos arquivísticos seja
O PR ESIDENTE DO CONSELHO NAC realizada den tro dos padrões e nor mas internac ionais,
IONAL DE ARQUI VOS - CON ARQ, no uso de suas resolve:
atribuições previstas no item IX, do art.18, de seu
Regimento Interno, de conformidade com deliberação do Art. 1º Adotar, no processo de microfilmag em de
Plenário, em sua 15ª reunião ordinária realizada no dia 6 d ocumentos arquivísticos, símbolos constantes da ISO
de dezembro de 1999 e, 9 878/1990, a nexo 1, e o roteiro de sinaléticas, anexo 2.

Considerando os dispositivos da Lei nº 5.433, de 8 Art. 2º Esta Resol ução entra e m vigor na data de
de maio de 1968, regula mentada pelo Decreto nº 1 .799, sua publicação.
de 30 de janei ro de 1996 e da Portaria MJ nº 58, d e 20 de
junho de 1996, que tratam da microfilmagem de JAIME ANTUNES DA SILVA
documentos arquivístico s;

(SE GUEM ANEXOS 1 E 2)

ANEXO 1

SÍMBOLOS UTILIZAD OS – ISO 98 78/1990

1) Símbolos obrigatórios a serem utilizados em tod os os rolos:

Início do rolo. Fim do rolo .


Beginning o f roll. End of roll.
(*) (*)
0076 0075

2) Símbolos obrigatórios a serem utilizados em tod os os rolos, caso a docum entação tenha continuidade:

Continua e m outro Continuaç ão de outro


rolo. rolo
Continued on Continue d from
another roll. another roll.
(*) (*)
0490 0491
3) Símbolos obrigatórios a serem microfilmados ju nto com os d ocumentos, conforme a situação:

Original ile gível. Original em cores.


Original dif ficult to Original in colour.
(*)
read. 0488
(*)
0077

Texto deter iorado. Repetição de imagem.


Encadernação Repetition of image.
(*)
defeituosa. 0080

48
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA _______________ __________ _________ __________________________________

Damaged text.
Wrong binding.
(*)
0078

Numeração incorreta. Páginas e/o u números


Data incorreta. em falta.
Incorrect n umbering. Missing pages and/or
Incorrect d ate. issues.
(*)
0079 Páginas e/o u números
em falta.
Missing pag es
And/or issu es
(*)
0081

(*) Número s de referênci a da Norma ISO 7000/1984, incluídos na ISO 9878 /1990.

OBS: As le tras e númer os das mensagens, que acompanham o s símbolos o brigatórios indicados no item 1, deverão ser
apresentados na fonte A RIAL, em tamanho igual ou superior a 70 ponto s. Para os símbolos indicados no item 2, o
tamanho poderá variar entre 14 e 30 pontos. Na ausência da fonte ARIAL, usar letras e números não serifados, isto é,
sem qualqu er tipo de ad orno, em tamanho igual ou superior a 18 milímetros para os sím bolos indicados no item 1. Para
os símbolos indicados no item 2, o ta manho poderá variar entre 3 e 7 milíme tros.

ANEXO 2

ROTEIR OS DE SINA LÉTICAS – QUADRO D E APLICAÇ ÃO

I – SINALÉTICAS QUE ANTECEDEM A SEQU ÊNCIA DE DOCUMEN TOS A SERE M MICROFILMADOS:

SI NALÉTICA S SÍMBOLOS CORPO DAS INFORMAÇÕES SO BRE O USO


ISO LETR AS E
(AN EXO 1) NUMEROS
ARIA L OU
1
SIMILAR
1. INÍCIO DO 70 ou 18 ou Deve constar de todos o s rolos para
ROL O superior superior que não restem dúvidas quanto ao
início do fi lme.
2. CO NTINUAÇÃ O 70 ou 18 ou Deve ser usada para informar que os
DE O UTRO ROLO superior superior documento s que precedem os que
serão microfilmados encontram-se
em outro rolo.
3. IMAGEM DE -- 14 a 30 3a7 Deve ser usada para ind icar as
OBS ERVAÇÃO omissões, problemas de legibilidade
ou outras o corrências previstas no
art. 9º do D ecreto nº 1.7 99, de 30
janeiro de 1996.
4. DE NSIDADE -- -- -- Deve constar de todos o s rolos uma
UNIF ORME folha em branco, preferencialmente
com as características do papel
fotográfico fosco, que p ermita a
medição da densidade d o
microfilme .
5. NU MERO DO -- 70 ou 18 ou Cada rolo de microfilme poderá
FILM E superior superior receber um número, pa ra fins de
identificação, registro, controle e
acesso.

49
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

6. LOGOTIPO E -- 14 a 30 3a7 Deve constar de todos os rolos.


IDENTIFICAÇÃO Caso a instituição possua logotipo,
DA INSTITUIÇÃO este poderá integrar a sinalética.
DETENTORA DO
ACERVO
7. LOGOTIPO E -- 36 a 58 9 a 15 Pode ser usada quando a
IDENTIFICAÇÃO microfilmagem decorrer de
DO PROJETO DE patrocínio, convênio, intercâmbio
MICROFILMAGEM etc.
8. RESTRIÇÕES -- 14 a 30 3a7 Pode ser usada para informar ao
QUANTO À usuário que a instituição se reserva
REPRODUÇÃO o direito de recusar pedidos de
reprodução de documentos de seu
acervo, que violem dispositivos
legais em vigor, tais como: Lei nº
9.610, de 19 de fevereiro de 1998
(Direitos Autorais), Lei nº 8.159, de
8 de janeiro de 1991 (Lei de
Arquivos) e seus decretos
regulamentadores.
9. SÍMBOLOS -- 14 a 30 3a7 Deve constar de todos os rolos,
UTILIZADOS visando à orientação do usuário.
10. IMAGEM DE -- 14 a 30 3a7 Deve constar de todos os rolos, para
ABERTURA a identificação dos documentos e
dos procedimentos utilizados na
microfilmagem, em conformidade
com o art. 7º do Decreto nº
1.799/96.
11. -- 70 ou 18 ou Pode ser usada para destacar
IDENTIFICAÇÃO superior superior conjuntos documentais (fundos,
DO FUNDO / coleções, séries etc.), acrescentando
COLEÇÃO outras informações de interesse para
a melhor orientação do usuário.
12. CONTEÚDO -- 36 a 58 9 a 15 Deve ser usada para identificar e
DO ROLO localizar os documentos que
integram um mesmo rolo.
13. CARTÃO DE -- -- -- Deve constar de todos os rolos para
RESOLUÇÃO permitir a realização de testes de
qualidade.
14. SEPARAÇÃO -- -- -- Pode ser usada antes de cada
DE CONJUNTOS conjunto documental para alertar o
DOCUMENTAIS usuário da mudança de um conjunto
documental para outro. Mais
conhecida como ZEBRA.
15. GRAU DE -- 36 a 58 9 a 15 Deve constar de todos os rolos para
REDUÇÃO informar os graus de redução
adotados. Sempre que houver
necessidade de alteração do grau de
redução para determinado conjunto
documental, o novo grau de redução
adotado deverá ser informado.

(1) Usar a fonte ARIAL, no tamanho indicado em pontos. Na ausência dessa fonte, usar letras e números não serifados,
isto é, letras e números sem qualquer tipo de adorno, no tamanho indicado em milímetros
(2) Usar a fonte ARIAL, no tamanho indicado em pontos. Na ausência dessa fonte, usar letras e números não serifados,
isto é, letras e números sem qualquer tipo de adorno, no tamanho indicado em milímetros

50
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA _______________ __________ _________ __________________________________

II – SINAL ÉTICAS POS TERIORES À SEQUÊNCIA DE DO CUMENTOS MICROFILMADOS:

SINALÉTICAS SÍMBOLOS CORPO DAS INFORMA ÇÕES SOB RE O USO


ISO LETRAS E
(ANEXO 1) N UMEROS
ARIAL OU
1
SIMILAR
1. DENSID ADE -- -- -- Deve constar de to dos os rolos uma folha e m
UNIFORM E branco, preferencialmente com as
características do papel fotográfico fosco, q ue
permita a medição da densidade do microfilme.
2. CARTÃO DE -- -- -- Deve constar de to dos os rolos para permitir a
RESOLUÇ ÃO realização de testes de qualidad e.
3. IMAGEM DE -- 14 a 20 3a7 Deve constar de to dos os rolos, contendo as
ENCERRA MENTO infor mações previstas no art. 8º do Decreto nº
1.799/96.
4. CONTINUA EM 70 ou 18 ou Deve ser usada para informar que documentos
OUTRO RO LO superior superior do m esmo conjunto documental encontram-se
microfilmados em outro rolo.
5. FIM DO ROLO 70 ou 18 ou Deve constar de to dos os rolos para que não
superior superior reste m dúvidas quanto ao fim do filme.

Decreto 4.553, de 27/12/20 02 – Dis põe


sobre a salvaguarda de d ados, Art. 3 º A pro dução, manuseio, co nsulta,
informa ções, doc umentos e materiais transmissão, manutençã o e guarda de dad os ou
sigiloso s de inter esse da seguran ça informações sigilosos observarão medidas especiais de
da socieda de e do E stado, n o âmbito segurança.
Parágr afo único. T oda autorida de responsável
da Administração P ública Federal, e d pelo trato de dados ou informaç ões sigilosos
á outras providências. providenciará para q ue o pessoal sob suas ordens conhe
ça integralmente as medidas de s egurança est abelecidas,
O P RESIDENT E DA REP ÚBLICA, no uso da z elando pelo s eu fiel cumprimento.
atribuição que lhe confere o art. 84, i ncisos IV e V I,
alínea "a", da Con stituição, e tendo em vista o disposto no Art. 4º Para os efeitos deste Decreto , são
art. 23 da Lei nº 8. 159, de 8 de janeiro de 1991, estabelecidos os seguintes conceitos e d efinições:
I - aut enticidade: asseveração de que o d ado ou
DECRETA: informação s ão verdadeir os e fidedignos tanto na origem
q uanto no destino;
C APÍTULO I II - classificação: atribuição, pela aut oridade
DA S DISPOSI ÇÕES PRELIMINARES competente, de grau d e sigilo a dado, informação,
d ocumento, m aterial, área ou instalação ;
Art. 1º Este Dec reto discipli na a salvagu arda de III - comprometimento: perda de seg urança
dados, informações, documentos e materiais sigilosos, resultante do acesso não-autorizado;
bem como das áreas e in stalações onde tramitam. IV - credencial de segurança: certificado, con cedido
p or autoridade competente, que ha bilita deter minada p
Art. 2º São consid erados originariamente sigilosos, essoa a ter acesso a dado s ou informações em diferentes g
e serão como tal classifi cados, dados ou informações cujo raus de sigil o;
conhecimento irrestrito ou divulgação possa acarretar V- de sclassificação : cancelamento, pela aut
qualquer risco à segurança da socied ade e do Esta do, oridade competente ou pelo transc urso de praz o, da
bem como aqueles necessários ao resguardo da inviola classificação, tornando ostensivos dados ou informações;
bilidade da intimida de da vida privada, da honra e da VI - disponibilidade: facilidade de recuperação ou
imagem das pessoas. acessibilidade de dados e informações;
Parág rafo único. O acesso a dados ou informações VII - grau de sigilo: gradação atribuída a dados,
sigilosos é restrito e condicionad o à necessidade de informações, área ou instalação considerados sigilosos em
conhecer. d ecorrência de sua natureza ou conteúdo;

51
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

VIII - integridade: incolumidade de dados ou § 3º São passíveis de classificação como


informações na origem, no trânsito ou no destino; confidenciais dados ou informações que, no interesse do
IX - investigação para credenciamento: averiguação Poder Executivo e das partes, devam ser de conhecimento
sobre a existência dos requisitos indispensáveis para restrito e cuja revelação não-autorizada possa frustrar seus
concessão de credencial de segurança; objetivos ou acarretar dano à segurança da sociedade e do
X - legitimidade: asseveração de que o emissor e o Estado.
receptor de dados ou informações são legítimos e § 4º São passíveis de classificação como reservados
fidedignos tanto na origem quanto no destino; dados ou informações cuja revelação não-autorizada possa
XI - marcação: aposição de marca assinalando o comprometer planos, operações ou objetivos neles
grau de sigilo; previstos ou referidos.
XII - medidas especiais de segurança: medidas
Art. 6º A classificação no grau ultra-secreto é de
destinadas a garantir sigilo, inviolabilidade, integridade,
competência das seguintes autoridades:
autenticidade, legitimidade e disponibilidade de dados e
informações sigilosos. Também objetivam prevenir, I - Presidente da República; (Redação dada pelo
detectar, anular e registrar ameaças reais ou potenciais a Decreto nº 5.301, de 2004)
esses dados e informações; II- Vice-Presidente da República; (Redação dada
XIII - necessidade de conhecer: condição pessoal, pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
inerente ao efetivo exercício de cargo, função, emprego ou III - Ministros de Estado e autoridades com as
atividade, indispensável para que uma pessoa possuidora mesmas prerrogativas; (Redação dada pelo Decreto nº
de credencial de segurança, tenha acesso a dados ou 5.301, de 2004)
informações sigilosos; IV - Comandantes da Marinha, do Exército e da
XIV - ostensivo: sem classificação, cujo acesso Aeronáutica; e (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de
pode ser franqueado; 2004)
XV - reclassificação: alteração, pela autoridade V - Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares
competente, da classificação de dado, informação, área ou permanentes no exterior. (Incluído pelo Decreto nº 5.301,
instalação sigilosos; de 2004)
o
XVI - sigilo: segredo; de conhecimento restrito a § 1 Excepcionalmente, a competência prevista no
pessoas credenciadas; proteção contra revelação não- caput pode ser delegada pela autoridade responsável a
autorizada; e agente público em missão no exterior. (Incluído pelo
XVII - visita: pessoa cuja entrada foi admitida, em Decreto nº 5.301, de 2004)
o
caráter excepcional, em área sigilosa. § 2 Além das autoridades estabelecidas no caput,
podem atribuir grau de sigilo: (Renumerado do parágrafo
CAPÍTULO II único pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
DO SIGILO E DA SEGURANÇA I - secreto: as autoridades que exerçam funções de
direção, comando, chefia ou assessoramento, de acordo
Seção I com regulamentação específica de cada órgão ou entidade
Da Classificação Segundo o Grau de Sigilo da Administração Pública Federal; e(Redação dada pelo
Art. 5º Os dados ou informações sigilosos serão Decreto nº 5.301, de 2004)
classificados em ultra-secretos, secretos, confidenciais e II - confidencial e reservado: os servidores civis e
reservados, em razão do seu teor ou dos seus elementos militares, de acordo com regulamentação específica de
intrínsecos. cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal.
§ 1º São passíveis de classificação como ultra- (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
o
secretos, dentre outros, dados ou informações referentes à Art. 7 Os prazos de duração da classificação a que
soberania e à integridade territorial nacionais, a planos e se refere este Decreto vigoram a partir da data de produção
operações militares, às relações internacionais do País, a do dado ou informação e são os seguintes: (Redação dada
projetos de pesquisa e desenvolvimento científico e pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
tecnológico de interesse da defesa nacional e a programas I - ultra-secreto: máximo de trinta anos; (Redação
econômicos, cujo conhecimento não-autorizado possa dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
acarretar dano excepcionalmente grave à segurança da II - secreto: máximo de vinte anos;(Redação dada
sociedade e do Estado. pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
§ 2º São passíveis de classificação como secretos, III - confidencial: máximo de dez anos; e (Redação
dentre outros, dados ou informações referentes a sistemas, dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
instalações, programas, projetos, planos ou operações de IV - reservado: máximo de cinco anos. (Redação
interesse da defesa nacional, a assuntos diplomáticos e de dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
inteligência e a planos ou detalhes, programas ou Parágrafo único. Os prazos de classificação poderão
instalações estratégicos, cujo conhecimento não- ser prorrogados uma vez, por igual período, pela
autorizado possa acarretar dano grave à segurança da autoridade responsável pela classificação ou autoridade
sociedade e do Estado. hierarquicamente superior competente para dispor sobre a
matéria. (Incluído pelo Decreto nº 5.301, de 2004)

52
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Seção II
Da Reclassificação e da Desclassificação Art. 15. A publicação dos atos sigilosos, se for o
caso, limitar-se-á aos seus respectivos números, datas de
Art. 8º Dados ou informações classificados no grau expedição e ementas, redigidas de modo a não
de sigilo ultra-secreto somente poderão ser reclassificados comprometer o sigilo.
ou desclassificados, mediante decisão da autoridade
responsável pela sua classificação. Art. 16. Os mapas, planos-relevo, cartas e fotocartas
Art. 9º Para os graus secreto, confidencial e baseados em fotografias aéreas ou em seus negativos serão
reservado, poderá a autoridade responsável pela classificados em razão dos detalhes que revelem e não da
classificação ou autoridade hierarquicamente superior classificação atribuída às fotografias ou negativos que lhes
competente para dispor sobre o assunto, respeitados os deram origem ou das diretrizes baixadas para obtê-las.
interesses da segurança da sociedade e do Estado, alterá-la
ou cancelá-la, por meio de expediente hábil de Art. 17. Poderão ser elaborados extratos de
reclassificação ou desclassificação dirigido ao detentor da documentos sigilosos, para sua divulgação ou execução,
custódia do dado ou informação sigilosos. mediante consentimento expresso:
Parágrafo único. Na reclassificação, o novo prazo I - da autoridade classificadora, para documentos
de duração conta-se a partir da data de produção do dado ultra-secretos;
ou informação. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de II- da autoridade classificadora ou autoridade
2004) hierarquicamente superior competente para dispor sobre o
assunto, para documentos secretos; e
Art. 10. A desclassificação de dados ou informações III - da autoridade classificadora, destinatária ou
nos graus ultra- secreto, confidencial e reservado será autoridade hierarquicamente superior competente para
automática após transcorridos os prazos previstos nos dispor sobre o assunto, para documentos confidenciais e
o
incisos I, II, III e IV do art. 7 , salvo no caso de sua reservados, exceto quando expressamente vedado no
prorrogação, quando então a desclassificação ocorrerá ao próprio documento.
final de seu termo. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, Parágrafo único. Aos extratos de que trata este
de 2004) artigo serão atribuídos graus de sigilo iguais ou inferiores
àqueles atribuídos aos documentos que lhes deram origem,
Art. 11. Dados ou informações sigilosos de guarda
salvo quando elaborados para fins de divulgação.
permanente que forem objeto de desclassificação serão
encaminhados à instituição arquivística pública Seção II
competente, ou ao arquivo permanente do órgão público, Do Documento Sigiloso Controlado
entidade pública ou instituição de caráter público, para
fins de organização, preservação e acesso. Art. 18. Documento Sigiloso Controlado (DSC) é
Parágrafo único. Consideram-se de guarda aquele que, por sua importância, requer medidas
permanente os dados ou informações de valor histórico, adicionais de controle, incluindo:
probatório e informativo que devam ser definitivamente I - identificação dos destinatários em protocolo e
preservados. recibo próprios, quando da difusão;
Art. 12. A indicação da reclassificação ou da II- lavratura de termo de custódia e registro em
desclassificação de dados ou informações sigilosos deverá protocolo específico;
constar das capas, se houver, e da primeira página. III - lavratura anual de termo de inventário, pelo
órgão ou entidade expedidores e pelo órgão ou entidade
CAPÍTULO III receptores; e
DA GESTÃO DE DADOS OU INFORMAÇÕES IV - lavratura de termo de transferência, sempre que
SIGILOSOS se proceder à transferência de sua custódia ou guarda.
Parágrafo único. O termo de inventário e o termo de
Seção I transferência serão elaborados de acordo com os modelos
Dos Procedimentos para Classificação de Documentos constantes dos Anexos I e II deste Decreto e ficarão sob a
guarda de um órgão de controle.
Art. 13. As páginas, os parágrafos, as seções, as
partes componentes ou os anexos de um documento Art. 19. O documento ultra-secreto é, por sua
sigiloso podem merecer diferentes classificações, mas ao natureza, considerado DSC, desde sua classificação ou
documento, no seu todo, será atribuído o grau de sigilo reclassificação.
mais elevado, conferido a quaisquer de suas partes. Parágrafo único. A critério da autoridade
Art. 14. A classificação de um grupo de documentos classificadora ou autoridade hierarquicamente superior
que formem um conjunto deve ser a mesma atribuída ao competente para dispor sobre o assunto, o disposto no
documento classificado com o mais alto grau de sigilo. caput pode-se aplicar aos demais graus de sigilo.

53
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Parágrafo único. A comunicação de assunto ultra-


Seção III secreto de outra forma que não a prescrita no caput só será
Da Marcação permitida excepcionalmente e em casos extremos, que
requeiram tramitação e solução imediatas, em atendimento
Art. 20. A marcação, ou indicação do grau de sigilo, ao princípio da oportunidade e considerados os interesses
deverá ser feita em todas as páginas do documento e nas da segurança da sociedade e do Estado.
capas, se houver.
§ 1º As páginas serão numeradas seguidamente, Art. 26. A expedição de documento secreto,
devendo cada uma conter, também, indicação do total de confidencial ou reservado poderá ser feita mediante
páginas que compõem o documento. serviço postal, com opção de registro, mensageiro
§ 2º O DSC também expressará, nas capas, se oficialmente designado, sistema de encomendas ou, se for
houver, e em todas as suas páginas, a expressão o caso, mala diplomática.
"Documento Sigiloso Controlado (DSC)" e o respectivo Parágrafo único. A comunicação dos assuntos de
número de controle. que trata este artigo poderá ser feita por outros meios,
desde que sejam usados recursos de criptografia
Art. 21. A marcação em extratos de documentos, compatíveis com o grau de sigilo do documento, conforme
rascunhos, esboços e desenhos sigilosos obedecerá ao previsto no art. 42.
prescrito no art. 20.
Seção V
Art. 22. A indicação do grau de sigilo em mapas, Do Registro, da Tramitação e da Guarda
fotocartas, cartas, fotografias, ou em quaisquer outras
imagens sigilosas obedecerá às normas complementares Art. 27. Cabe aos responsáveis pelo recebimento de
adotadas pelos órgãos e entidades da Administração documentos sigilosos:
Pública. I - verificar a integridade e registrar, se for o caso,
indícios de violação ou de qualquer irregularidade na
Art. 23. Os meios de armazenamento de dados ou correspondência recebida, dando ciência do fato ao seu
informações sigilosos serão marcados com a classificação superior hierárquico e ao destinatário, o qual informará
devida em local adequado. imediatamente ao remetente; e
Parágrafo único. Consideram-se meios de II- proceder ao registro do documento e ao controle
armazenamento documentos tradicionais, discos e fitas de sua tramitação.
sonoros, magnéticos ou ópticos e qualquer outro meio
capaz de armazenar dados e informações. Art. 28. O envelope interno só será aberto pelo
destinatário, seu representante autorizado ou autoridade
Seção IV competente hierarquicamente superior.
Da Expedição e da Comunicação de Documentos Parágrafo único. Envelopes contendo a marca
Sigilosos pessoal só poderão ser abertos pelo próprio destinatário.

Art. 24. Os documentos sigilosos em suas Art. 29. O destinatário de documento sigiloso
expedição e tramitação obedecerão às seguintes comunicará imediatamente ao remetente qualquer indício
prescrições: de violação ou adulteração do documento.
I - serão acondicionados em envelopes duplos;
II- no envelope externo não constará qualquer Art. 30. Os documentos sigilosos serão mantidos ou
indicação do grau de sigilo ou do teor do documento; guardados em condições especiais de segurança, conforme
III - no envelope interno serão apostos o regulamento.
destinatário e o grau de sigilo do documento, de modo a § 1º Para a guarda de documentos ultra-secretos e
serem identificados logo que removido o envelope secretos é obrigatório o uso de cofre forte ou estrutura que
externo; ofereça segurança equivalente ou superior.
IV - o envelope interno será fechado, lacrado e § 2º Na impossibilidade de se adotar o disposto no §
expedido mediante recibo, que indicará, necessariamente, 1º, os documentos ultra-secretos deverão ser mantidos sob
remetente, destinatário e número ou outro indicativo que guarda armada.
identifique o documento; e
V - sempre que o assunto for considerado de Art. 31. Os agentes responsáveis pela guarda ou
interesse exclusivo do destinatário, será inscrita a palavra custódia de documentos sigilosos os transmitirão a seus
pessoal no envelope contendo o documento sigiloso. substitutos, devidamente conferidos, quando da passagem
ou transferência de responsabilidade.
Art. 25. A expedição, condução e entrega de Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo
documento ultra-secreto, em princípio, será efetuada aos responsáveis pela guarda ou custódia de material
pessoalmente, por agente público autorizado, sendo sigiloso.
vedada a sua postagem.

54
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Parágrafo único. Para o perfeito cumprimento de


Seção VI suas atribuições e responsabilidades, a CPADS poderá ser
Da Reprodução subdividida em subcomissões.

Art. 32. A reprodução do todo ou de parte de Art. 36. Os documentos permanentes de valor
documento sigiloso terá o mesmo grau de sigilo do histórico, probatório e informativo não podem ser
documento original. desfigurados ou destruídos, sob pena de responsabilidade
§ 1º A reprodução total ou parcial de documentos penal, civil e administrativa, nos termos da legislação em
sigilosos controlados condiciona-se à autorização expressa vigor.
da autoridade classificadora ou autoridade
hierarquicamente superior competente para dispor sobre o CAPÍTULO IV
assunto. DO ACESSO
§ 2º Eventuais cópias decorrentes de documentos
sigilosos serão autenticadas pelo chefe da Comissão a que Art. 37. O acesso a dados ou informações sigilosos
se refere o art. 35 deste Decreto, no âmbito dos órgãos e em órgãos e entidades públicos e instituições de caráter
entidades públicas ou instituições de caráter público. público é admitido:
§ 3º Serão fornecidas certidões de documentos I - ao agente público, no exercício de cargo, função,
sigilosos que não puderem ser reproduzidos devido a seu emprego ou atividade pública, que tenham necessidade de
estado de conservação, desde que necessário como prova conhecê-los; e
em juízo. II- ao cidadão, naquilo que diga respeito à sua
pessoa, ao seu interesse particular ou do interesse coletivo
Art. 33. O responsável pela produção ou reprodução ou geral, mediante requerimento ao órgão ou entidade
de documentos sigilosos deverá providenciar a eliminação competente.
de notas manuscritas, tipos, clichês, carbonos, provas ou § 1º Todo aquele que tiver conhecimento, nos
qualquer outro recurso, que possam dar origem a cópia termos deste Decreto, de assuntos sigilosos fica sujeito às
não-autorizada do todo ou parte. sanções administrativas, civis e penais decorrentes da
eventual divulgação dos mesmos.
Art. 34. Sempre que a preparação, impressão ou, se § 2º Os dados ou informações sigilosos exigem que
for o caso, reprodução de documento sigiloso for efetuada os procedimentos ou processos que vierem a instruir
em tipografias, impressoras, oficinas gráficas ou similar, também passem a ter grau de sigilo idêntico.
essa operação deverá ser acompanhada por pessoa § 3º Serão liberados à consulta pública os
oficialmente designada, que será responsável pela garantia documentos que contenham informações pessoais, desde
do sigilo durante a confecção do documento, observado o que previamente autorizada pelo titular ou por seus
disposto no art. 33. herdeiros.

Seção VII Art. 38. O acesso a dados ou informações sigilosos,


Da Avaliação, da Preservação e da Eliminação ressalvado o previsto no inciso II do artigo anterior, é
condicionado à emissão de credencial de segurança no
Art. 35. As entidades e órgãos públicos constituirão correspondente grau de sigilo, que pode ser limitada no
Comissão Permanente de Avaliação de Documentos tempo.
Sigilosos (CPADS), com as seguintes atribuições: Parágrafo único. A credencial de segurança de que
I - analisar e avaliar periodicamente a trata o caput deste artigo classifica -se nas categorias de
documentação sigilosa produzida e acumulada no âmbito ultra-secreto, secreto, confidencial e reservado.
de sua atuação;
II- propor, à autoridade responsável pela Art. 39. O acesso a qualquer documento sigiloso
classificação ou autoridade hierarquicamente superior resultante de acordos ou contratos com outros países
competente para dispor sobre o assunto, renovação dos atenderá às normas e recomendações de sigilo constantes
prazos a que se refere o art. 7º; destes instrumentos.
III - propor, à autoridade responsável pela Art. 40. A negativa de autorização de acesso deverá
classificação ou autoridade hierarquicamente superior ser justificada.
competente para dispor sobre o assunto, alteração ou
cancelamento da classificação sigilosa, em conformidade CAPÍTULO V
com o disposto no art. 9º deste Decreto; DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
IV - determinar o destino final da documentação
tornada ostensiva, selecionando os documentos para Art. 41. A comunicação de dados e informações
guarda permanente; e sigilosos por meio de sistemas de informação será feita em
V - autorizar o acesso a documentos sigilosos, em conformidade com o disposto nos arts. 25 e 26.
atendimento ao disposto no art. 39.

55
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Art. 42. Ressalvado o disposto no parágrafo único CAPÍTULO VI


do art. 44, os programas, aplicativos, sistemas e DAS ÁREAS E INSTALAÇÕES SIGILOSAS
equipamentos de criptografia para uso oficial no âmbito da
União são considerados sigilosos e deverão, Art. 49. A classificação de áreas e instalações será
antecipadamente, ser submetidos à certificação de feita em razão dos dados ou informações sigilosos que
conformidade da Secretaria Executiva do Conselho de contenham ou que no seu interior sejam produzidos ou
Defesa Nacional. tratados, em conformidade com o art. 5º.
Art. 43. Entende-se como oficial o uso de código, Art. 50. Aos titulares dos órgãos e entidades
cifra ou sistema de criptografia no âmbito de órgãos e públicos e das instituições de caráter público caberá a
entidades públicos e instituições de caráter público. adoção de medidas que visem à definição, demarcação,
Parágrafo único. É vedada a utilização para outro sinalização, segurança e autorização de acesso às áreas
fim que não seja em razão do serviço. sigilosas sob sua responsabilidade.
Art. 44. Aplicam-se aos programas, aplicativos,
sistemas e equipamentos de criptografia todas as medidas Art. 51. O acesso de visitas a áreas e instalações
de segurança previstas neste Decreto para os documentos sigilosas será disciplinado por meio de instruções especiais
sigilosos controlados e os seguintes procedimentos: dos órgãos, entidades ou instituições interessados.
I - realização de vistorias periódicas, com a Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não é
finalidade de assegurar uma perfeita execução das considerado visita o agente público ou o particular que
operações criptográficas; oficialmente execute atividade pública diretamente
II - manutenção de inventários completos e vinculada à elaboração de estudo ou trabalho considerado
atualizados do material de criptografia existente; sigiloso no interesse da segurança da sociedade e do
III - designação de sistemas criptográficos Estado.
adequados a cada destinatário;
CAPÍTULO VII
IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à
autoridade competente, de qualquer anormalidade relativa DO MATERIAL SIGILOSO
ao sigilo, à inviolabilidade, à integridade, à autenticidade,
Seção I
à legitimidade e à disponibilidade de dados ou
informações criptografados; e Das Generalidades
V - identificação de indícios de violação ou Art. 52. O titular de órgão ou entidade pública,
interceptação ou de irregularidades na transmissão ou responsável por projeto ou programa de pesquisa, que
recebimento de dados e informações criptografados. julgar conveniente manter sigilo sobre determinado
Parágrafo único. Os dados e informações sigilosos, material ou suas partes, em decorrência de
constantes de documento produzido em meio eletrônico, aperfeiçoamento, prova, produção ou aquisição, deverá
serão assinados e criptografados mediante o uso de providenciar para que lhe seja atribuído o grau de sigilo
certificados digitais emitidos pela Infra-Estrutura de adequado.
Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). Parágrafo único. Aplica -se o disposto neste artigo
Art. 45. Os equipamentos e sistemas utilizados para ao titular de órgão ou entidade públicos ou de instituições
a produção de documentos com grau de sigilo ultra-secreto de caráter público encarregada da fiscalização e do
só poderão estar ligados a redes de computadores seguras, controle de atividades de entidade privada, para fins de
e que sejam física e logicamente isoladas de qualquer produção ou exportação de material de interesse da Defesa
outra. Nacional.

Art. 46. A destruição de dados sigilosos deve ser Art. 53. Os titulares de órgãos ou entidades públicos
feita por método que sobrescreva as informações encarregados da preparação de planos, pesquisas e
armazenadas. Se não estiver ao alcance do órgão a trabalhos de aperfeiçoamento ou de novo projeto, prova,
destruição lógica, deverá ser providenciada a destruição produção, aquisição, armazenagem ou emprego de
física por incineração dos dispositivos de armazenamento. material sigiloso são responsáveis pela expedição das
instruções adicionais que se tornarem necessárias à
Art. 47. Os equipamentos e sistemas utilizados para salvaguarda dos assuntos com eles relacionados.
a produção de documentos com grau de sigilo secreto,
confidencial e reservado só poderão integrar redes de Art. 54. Todos os modelos, protótipos, moldes,
computadores que possuam sistemas de criptografia e máquinas e outros materiais similares considerados
segurança adequados a proteção dos documentos. sigilosos e que sejam objeto de contrato de qualquer
natureza, como empréstimo, cessão, arrendamento ou
Art. 48. O armazenamento de documentos sigilosos, locação, serão adequadamente marcados para indicar o seu
sempre que possível, deve ser feito em mídias removíveis que grau de sigilo.
podem ser guardadas com maior facilidade.

56
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

Art. 55. Dados ou informações sigilosos Art. 60. Aos órgãos e entidades públicos, bem como
concernentes a programas técnicos ou aperfeiçoamento de às instituições de caráter público, a que os contratantes
material somente serão fornecidos aos que, por suas estejam vinculados, cabe providenciar para que seus
funções oficiais ou contratuais, a eles devam ter acesso. fiscais ou representantes adotem as medidas necessárias
Parágrafo único. Os órgãos e entidades públicos para a segurança dos documentos ou materiais sigilosos
controlarão e coordenarão o fornecimento às pessoas em poder dos contratados ou subcontratados, ou em curso
físicas e jurídicas interessadas os dados e informações de fabricação em suas instalações.
necessários ao desenvolvimento de programas.
CAPÍTULO IX
Seção II DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Do Transporte
Art. 61. O disposto neste Decreto aplica-se a
Art. 56. A definição do meio de transporte a ser material, área, instalação e sistema de informação cujo
utilizado para deslocamento de material sigiloso é sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
responsabilidade do detentor da custódia e deverá Estado.
considerar o respectivo grau de sigilo.
§ 1º O material sigiloso poderá ser transportado por Art. 62. Os órgãos e entidades públicos e
empresas para tal fim contratadas. instituições de caráter público exigirão termo de
§ 2º As medidas necessárias para a segurança do compromisso de manutenção de sigilo dos seus servidores,
material transportado serão estabelecidas em funcionários e empregados que direta ou indiretamente
entendimentos prévios, por meio de cláusulas contratuais tenham acesso a dados ou informações sigilosos.
específicas, e serão de responsabilidade da empresa Parágrafo único. Os agentes de que trata o caput
contratada. deste artigo comprometem-se a, após o desligamento, não
revelar ou divulgar dados ou informações sigilosos dos
Art. 57. Sempre que possível, os materiais sigilosos quais tiverem conhecimento no exercício de cargo, função
serão tratados segundo os critérios indicados para a ou emprego público.
expedição de documentos sigilosos.
Art. 63. Os agentes responsáveis pela custódia de
Art. 58. A critério da autoridade competente, documentos e materiais e pela segurança de áreas,
poderão ser empregados guardas armados, civis ou instalações ou sistemas de informação de natureza sigilosa
militares, para o transporte de material sigiloso. sujeitam- se às normas referentes ao sigilo profissional, em
razão do ofício, e ao seu código de ética específico, sem
CAPÍTULO VIII prejuízo de sanções penais.
DOS CONTRATOS
Art. 64. Os órgãos e entidades públicos e
Art. 59. A celebração de contrato cujo objeto seja instituições de caráter público promoverão o treinamento,
sigiloso, ou que sua execução implique a divulgação de a capacitação, a reciclagem e o aperfeiçoamento de
desenhos, plantas, materiais, dados ou informações de pessoal que desempenhe atividades inerentes à
natureza sigilosa, obedecerá aos seguintes requisitos: salvaguarda de documentos, materiais, áreas, instalações e
I - o conhecimento da minuta de contrato estará sistemas de informação de natureza sigilosa.
condicionado à assinatura de termo de compromisso de
manutenção de sigilo pelos interessados na contratação; e Art. 65. Toda e qualquer pessoa que tome
II - o estabelecimento de cláusulas prevendo a: conhecimento de documento sigiloso, nos termos deste
a) possibilidade de alteração do contrato para Decreto fica, automaticamente, responsável pela
inclusão de cláusula de segurança não estipulada por preservação do seu sigilo.
ocasião da sua assinatura;
b) obrigação de o contratado manter o sigilo Art. 66. Na classificação dos documentos será
relativo ao objeto contratado, bem como à sua execução; utilizado, sempre que possível, o critério menos restritivo
c) obrigação de o contratado adotar as medidas de possível.
segurança adequadas, no âmbito das atividades sob seu
controle, para a manutenção do sigilo relativo ao objeto Art. 67. A critério dos órgãos e entidades do Poder
contratado; Executivo Federal serão expedidas instruções
d) identificação, para fins de concessão de complementares, que detalharão os procedimentos
credencial de segurança, das pessoas que, em nome do necessários à plena execução deste Decreto.
contratado, terão acesso a material, dados e informações
sigilosos; e Art. 68. Este Decreto entra em vigor após quarenta
e) responsabilidade do contratado pela segurança do e cinco dias da data de sua publicação.
objeto subcontratado, no todo ou em parte.

57
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

deverão ser aprovadas pela instituição arquivística pública


Art. 69. Ficam revogados os Decretos nºs 2.134, de na sua específica esfera de competência.
24 de janeiro de 1997, 2.910, de 29 de dezembro de 1998, § 2º Caberá ao CONARQ, por intermédio de
e 4.497, de 4 de dezembro de 2002. câmara técnica específica, proceder à atualização periódica
deste Código.
Brasília, 27 de dezembro de 2002; 181º da Independência
e 114º da República. Art. 2º Aprovar os prazos de guarda e a destinação
FERNANDO HENRIQUE dos documentos estabelecidos na versão revista e ampliada
CARDOSO Pedro Parente da Tabela Básica de Temporalidade e Destinação de
Alberto Mendes Cardoso Documentos de Arquivos Relativos às Atividades-Meio da
Administração Pública.
§ 1 Caberá aos órgãos e entidades que adotarem a
Resolução Conarq 14, de 24/10/2001 – Tabela proceder às adaptações necessárias para sua correta
Aprova a versão revisada e ampliada aplicação aos conjuntos documentais produzidos e
recebidos em decorrência de suas atividades, mantendo-se
da Resolução 4, de 28/03/1996, que os prazos de guarda e a destinação nela definidos.
dispõe sobre o Código de Classificação § 2º Caberá, ainda, aos órgãos e entidades que
de Documentos de Arquivo para a adotarem a Tabela estabelecer os prazos de guarda e a
Administração Pública: Atividades - destinação dos documentos relativos às suas atividades
específicas ou atividades-fim, os quais deverão ser
Meio, a ser adotado como modelo para aprovados pela instituição arquivística pública na sua
os arquivos correntes dos órgãos e específica esfera de competência.
entidades integrantes do Sistema § 3º Caberá ao CONARQ, por intermédio de
Nacional de Arquivos (SINAR), e os câmara técnica específica, proceder à atualização periódica
desta Tabela.
prazos de guarda e a destinação de
documentos estabelecidos na Tabela Art. 3º A eliminação de documentos produzidos por
Básica de Temporalidade e Destinação instituições públicas e de caráter público será realizada
mediante autorização da instituição arquivística pública,
de Documentos de Arquivo Relativos na sua específica esfera de competência, conforme
às Atividades - Meio da Administração determina o art. 9º da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de
Pública. 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos e privados, e de acordo com a Resolução nº 7, de
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL 20 de maio de 1997, do CONARQ, que dispõe sobre os
DE ARQUIVOS - CONARQ, no uso de suas atribuições procedimentos para a eliminação de documentos no
previstas no item VII, do art. 17, de seu Regimento Interno âmbito dos órgãos e entidades integrantes do Poder
e, Público.

Considerando a necessidade de se atualizar o Art. 4º O Código de Classificação de Documentos


Código de Classificação de Documentos de Arquivo para a de Arquivo para a Administração Pública e a Tabela
Administração Pública: Atividades-Meio e a Tabela Básica Básica de Temporalidade e Destinação de Documentos de
de Temporalidade e Destinação de Documentos de que trata esta Resolução constitui-se numa publicação
Arquivo Relativos às Atividades-Meio da Administração editada pelo CONARQ em outubro de 2001, intitulada
Pública, aprovados pela Resolução nº 4, de 28 de março de Classificação, Temporalidade e Destinação de
1996, do CONARQ, publicada no Suplemento nº 62, do Documentos de Arquivo Relativos às Atividades-meio da
DOU de 29 de março de 1996, e alterados pela Resolução Administração Pública.
nº 8, de 20 de maio de 1997, do CONARQ, publicada no
DOU, de 23 de maio de 1997, resolve : Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de
sua publicação.
Art. 1º APROVAR a versão revista e ampliada do
Código de Classificação de Documentos de Arquivo para a Art. 6º Ficam revogadas a Resolução nº 4, de 28 de
Administração Pública : Atividades-Meio, como um março de 1996, e a Resolução nº 8, de 20 de maio de 1997,
modelo a ser adotado nos órgãos e entidades integrantes do CONARQ.
do Sistema Nacional de Arquivos - SINAR.
§ 1º Caberá aos órgãos e entidades que adotarem o JAIME ANTUNES DA SILVA
Código proceder ao desenvolvimento das classes relativas
às suas atividades específicas ou atividades-fim, as quais

58
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

ÉTICA PROFISSIONAL

Um código de ética é um guia de referência dissimular ou deformar os fatos.


profissional que prima por traçar diretrizes elevadas de
conduta e aponta as responsabilidade morais e legais. 2. Os arquivistas tratam, selecionam e mantêm os
Como um agente moral pró ativo, o profissional arquivos em seu contexto histórico, jurídico e
arquivista consciente de sua função social, está aberto a administrativo, respeitando, portanto, sua
construir uma relação dialógica com seus pares e a proveniência, preservando e tornado assim
primar pelo interesse da administração, harmonizando- manifestas suas interelações originais.
os com o interesse do público: cidadãos e
jurisdicionados, pesquisadores, historiadores, Os arquivistas agem em conformidade com os
jornalistas, proprietários de acervos, etc.. princípios e as praticas geralmente reconhecidas. No
cumprimento de sua missão e de suas funções, os
O Código de Ética dos Arquivistas foi uma arquivistas se pautam pêlos princípios arquivísticos que
proposta do Conselho Internacional de Arquivos e sua regem a criação, a gestão e a escolha da destinação dos
relevância e concordância é tamanha, que já está arquivos correntes e intermediários, a seleção e a
disponível em 22 idiomas. Segue a versão em aquisição de documento com vistas ao seu
português. arquivamento definitivo, a salvaguardar, a preservação e
a conservação dos arquivos que estão sob a sua guarda,
Código de Ética do Arquivista – Conselho e a classificação, a análise, a publicação e os meios de
Internacional de Arquivos tornar os documentos acessíveis. Os arquivistas fazem a
triagem dos documentos com imparcialidade,
Um código de ética dos Arquivistas tem por fundamentando seu julgamento em um profundo
finalidade fornecer à profissão arquivística regras de conhecimento das exigências administrativa e das
conduta de alto nível. O tema “arquivista”, tal como é políticas de aquisição de suas instituições. Eles
usado neste texto, se aplica a todos aqueles que têm classificam analisam os documentos escolhidos para
responsabilidade de controlar, vigiar, tratar, guardar, serem retidos, de acordo com os princípios arquivísticos
conservar e administrar os arquivos. As instituições (em particular o princípio de proveniência e o princípio
empregadoras e os serviços de arquivo são encorajados de classificação original) e as normas reconhecidas
a adotar políticas e práticas que permitam a aplicação universalmente, tudo isso rapidamente quanto possível.
deste código. A aplicação do código depende da boa Os arquivistas tem uma política de aquisição de
vontade das instruções de arquivos e das associações documentos conforme os objetivos e os recursos de suas
profissionais. Ela pode ser feita indiretamente através instituições. Eles não buscam ou não aceitam
do estabelecimento e do uso de procedimentos para aquisições, quando elas se constituem em perigo para a
sugerir orientações, em casos de duvida, examinar integridade ou a segurança dos documentos; eles se
condutas contrarias á ética e, se for necessário, aplicar dispõem a cooperar para que os documentos sejam
sanções. conservados nos serviços mais adequados. Os arquivos
favorecem o retorno dos arquivos públicos a seus países
1. Os arquivistas mantêm a integridade dos de origem, quando eles tenham sido seqüestrado em
arquivos, garantindo assim que possam se tempo de guerra ou de ocupação.
constituir em testemunho permanente e digno de
fé do passado. 3. Os arquivistas preservam a autenticidade dos
documentos nos trabalhos de tratamento,
O primeiro dever dos arquivistas é de manter a conservação e pesquisa.
integridade dos documentos que são valorizados por
seus cuidados e sua vigilância. No cumprimento desse Os arquivistas agem de modo que o valor
dever, eles consideram os direitos, algumas vezes arquivístico dos documentos, neles compreendidos os
discordantes, e os interesses dos seus empregadores, documentos eletrônicos ou informáticos, não seja
dos proprietários, das pessoas citadas nos documentos e diminuído pelos trabalhos arquivísticos de triagem, de
dos usuários, passados, presentes e futuros. A classificação e de inventário, de conservação e de
objetividade e a imparcialidade dos arquivistas pesquisa. Se eles devem proceder a amostragens, eles
permitem aquilatar o grau de seu profissionalismo. Os fundamentam sua decisão sobre métodos e critérios
arquivistas resistem a toda pressão, venha ela de onde seriamente estabelecidos. A substituição dos originais
vier, visando manipular os testemunhos, assim como por outros suportes é decidida considerando-se seus
valores legais, intrínsecos e de informação. Quando os

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

documentos excluídos da consulta tenham sido número, dentro dos limites impostos pela política das
retirados momentaneamente do dossiê, o usuário deve instituições dependem a necessidade de preservar os
ser modificado. documentos, o respeito à legislação e à regulamentação,
aos direitos dos indivíduos e aos acordos com os
4. Os arquivistas asseguram permanentemente a doadores. Eles definem as restrições aos usuários
comunicabilidade e a compreensão dos eventuais e as aplicam com eqüidade. Os arquivistas
documentos. desencorajam as limitações de acesso e de utilização
dos documentos quando eles não são razoáveis, mas
Os arquivistas dirigem sua reflexão sobre a podem aceitar ou sugerir restrições claramente definidas
triagem dos documentos a serem conservados ou e de uma duração limitada quando elas são a condição
eliminados, prioritariamente, em função da necessidade de uma aquisição. Eles observam fielmente e aplicam
de salvaguardar a memória da atividade da pessoa ou da com imparcialidade todos os acordos firmados no
instituição que os produziu ou acumulou, mas momento de uma aquisição, mas, no interesse da
igualmente em função dos interesses evolutivos dos liberação de acesso aos documentos, eles podem
interesses da pesquisa histórica. Os arquivistas têm renegociar as cláusulas quando as circunstâncias
consciência de que a aquisição de documentos de mudam.
origem duvidosa, mesmo de grande interesse, é de
natureza a encorajar um comércio ilegal. Eles prestam a 7. Os arquivistas visam encontrar o justo equilíbrio,
sua colaboração a seus colegas e aos serviços no quadro da legislação em vigor, entre o direito
pertinentes para a identificação e a procura das pessoas ao conhecimento e o respeito à vida privada.
suspeitas de roubos de documentos de arquivos.
Os arquivistas se preocupam para que a vida das
5. Os arquivistas se responsabilizam pelo tratamento pessoas jurídicas e físicas, assim como a segurança
dos documentos e justificam a maneira como o nacional, sejam protegidas, sem que haja necessidade
fazem. de se destruir as informações sobretudo no caso dos
arquivos informatizados, onde os dados podem ser
Os arquivistas se preocupam não somente com o deletados e novos dados inseridos, como é prática
recolhimento dos documentos existentes, mas também corrente. Os arquivistas defendem o respeito a vida
cooperam com os gestores de documentos de maneira privada das pessoas que estão ligadas à origem ou que
que, nos sistemas de informação e arquivamento são a própria matéria dos documentos, sobretudo
eletrônico, sejam levados em conta, desde a origem, os daquelas que não foram consultadas quanto `a
procedimentos destinados à proteção de documentos de utilização ou destino dos documentos.
valor permanente. Os arquivistas quando negociam com
os serviços responsáveis pela guarda ou com os 8. Os arquivistas servem aos interesses de todos e
proprietários de documentos, fundamentam sua decisão, evitam tirar de sua posição vantagens para eles
em tal circunstância, considerando os seguintes mesmos ou para quem quer que seja.
elementos: autorização de recolhimento, doação ou
venda; negociações financeiras; planos de tratamento; Os arquivistas se abstêm de toda atividade
direitos de produção e condições de acessibilidade. Eles prejudicial à sua integridade profissional, à sua
aguardam um registro escrito de entrada de objetividade e à sua imparcialidade.
documentos, de sua conservação e de seu tratamento.
Os arquivistas não tiram de suas atividades
6. Os arquivistas facilitam o acesso aos arquivos ao nenhuma vantagem pessoal, financeira ou de qualquer
maior número possível de usuários, oferecendo outra ordem que possa resultar em detrimento das
seus serviços a todos com imparcialidade. instituições, dos usuários e de seus colegas. Os
arquivistas não colecionam pessoalmente documentos
Os arquivistas produzem instrumento de pesquisa originais nem participam de um comércio de
gerais e específicos adaptados às exigências, para a documentos em sua área de jurisdição. Eles evitam as
totalidade dos fundos que têm sob sua guarda. Em todas atividades que possam ciar no espírito do público a
as circunstâncias, eles oferecem pareceres com impressão de um conflito de interesses. Os arquivistas
imparcialidade e utilizam os recursos disponíveis para podem explorar os fundos arquivísticos de sua
fornecer uma série de opiniões equilibradas. Os instituição para fins de pesquisa e de publicações
arquivistas respondem com cortesia, e com a pessoais, desde que tal trabalho seja conduzido de
preocupação de ajudar, a todas as pesquisas razoáveis acordo coma s mesmas regras impostas aos demais
referentes aos documentos dos quais eles garantem a usuários. Eles não revelam nem utilizam, nos fundos
conservação e encorajam a sua utilização em grande arquivísticos, onde o acesso é limitado, as informações

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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ____________________________________________________________________

obtidas em seus trabalhos. Eles não permitem que suas compreensão mútua.
pesquisas pessoais ou suas publicações interfiram com
as tarefas profissionais ou administrativas para as quais
foram contratados. No que concerne à exploração de
seus fundos arquivísticos, os arquivistas não utilizam
seu conhecimento das descobertas feitas por um
pesquisador, ainda não publicadas por ele sem adverti-
lo de sua intenção de tirar partido delas. Os arquivistas
podem criticar e comentar os trabalhos afins a suas
áreas de pesquisa, aí compreendidos os trabalhos
baseados nos fundos que se acham sob sua guarda. Os
arquivistas não permitem a pessoas estranhas à sua
profissão interferirem em suas práticas e obrigações.

9. Os arquivistas procuram atingir o melhor nível


profissional, renovando, sistemática e
continuamente, seus conhecimentos arquivísticos
e compartilhando os resultados de suas pesquisas
e de sua experiência.

Os arquivistas se esforçam para desenvolver seu


saber profissional e seus conhecimentos técnicos e
contribuir para o progresso da Arquivologia, zelando
para que as pessoas, cuja formação e orientação estejam
sob sua responsabilidade, exerçam suas tarefas com
competência.

10.Os arquivistas trabalham em colaboração com


seus colegas e os membros das profissões afins,
visando assegurar, universalmente, a conservação
e a utilização do patrimônio documental.

Os arquivistas procuram estimular a


colaboração e evitar conflitos com seus colegas,
resolvendo suas dificuldades pelo encorajamento ao
respeito às normas arquivísticas e à ética profissional.
Os arquivistas cooperam com os representantes das
profissões paralelas dentro de um espírito de respeito e

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