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Para fazer uma redação muito boa, você precisa aprender a fazer um ótimo planejamento. Além
de garantir a organização de suas ideias, planejar seu texto faz você otimizar o tempo (o que é um
dos nossos maiores aliados no ENEM né?). Por isso, separei pra vocês algumas dicas que
ajudarão a mandar bem na redação do ENEM.
1. Primeiramente, saiba o que cada competência exige:
• {Comp. 1} Domínio da norma culta (sem desvios gramaticais);
• {Comp. 2} Compreensão do tema e estratégias argumentativas;
• Desenvolver BEM o TEMA por meio de uma argumentação consistente, a partir de
um repertório sociocultural (dados estatísticos, pequenas narrativas ilustrativas,
citações, pensamentos, alusão histórica etc.) e apresentar excelente domínio do
texto dissertativo-argumentativo, ou seja, sem uso de 1ª pessoa.
• {Comp. 3} Coerência;
• Selecionar, relacionar, organizar e interpretar as informações, fatos, opiniões e
argumentos em defesa do ponto de vista defendido como tese. O argumento
precisa ser claro, objetivo, convincente, autoral e provado. Nessa competência,
analisa-se: relação de sentido entre as partes do texto, precisão vocabular (nada de
falar muito difícil), seleção de argumentos (nada de encher linguiça no texto, tem
que escolher os problemas mais relevantes), progressão temática adequada ao
desenvolvimento do tema revelando que a redação foi planejada e que as ideias
desenvolvidas são pouco a pouco apresentadas, em uma ordem lógica
(encadeamento de ideias) e adequação entre o conteúdo do texto e o mundo real.
• {Comp. 4} Coesão;
• Demonstrar conhecimentos dos mecanismos linguísticos. Os aspectos a serem
avaliados nesta competência dizem respeito à estruturação lógica e formal entre
as partes da redação. A organização textual exige que as frases e os parágrafos
estabeleçam entre si uma relação que garanta a sequenciação coerente do texto
e a interdependência das ideias. Esse encadeamento pode ser expresso por
conjunções, por determinadas palavras, ou pode ser inferido a partir da articulação
dessas ideias. Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são
responsáveis pela coesão do texto, porque estabelecem inter-relação de orações,
frases e parágrafos. Cada parágrafo será composto de um ou mais períodos
também articulados; cada ideia nova precisa estabelecer relação com as anteriores.
• {Comp. 5} Proposta de intervenção
• Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os
direitos humanos (para cada problema, uma intervenção). A proposta de
intervenção precisa ser detalhada; deve conter, portanto, a exposição da
intervenção sugerida e o detalhamento dos meios para realizá-la.
• Como detalhar:
Quem = Agente interventor;
(Macete: GOMIFES – Governo / Ong / Mídia / Indivíduo / Família / Escola /
Sociedade).
Ação = O que vai fazer para amenizar o problema;
Modo = Como vai fazer isso? Através de que?;
Finalidade = Dizer qual a consequência positiva dessa intervenção.
2. Agora, leia o tema com atenção e saiba qual o assunto e o tema (sim, são coisas
diferentes);
Assunto – É amplo e global;
Tema – Recorte de determinado assunto.
OBSERVAÇÕES:
• Em seu planejamento, escreva tudo bem detalhado. Por exemplo:
Tese: A intolerância é fruto de uma coação e configura um crime. E os CAMINHOS
para combatê-la serão a educação, a conscientização e a punição.
No D1 vou falar sobre a intolerância religiosa ser uma mentalidade criada ao longo dos
anos.
No D2 vou falar que essa intolerância configura um crime de ódio.
Último parágrafo:
Para o que argumentei no D1: Escola - educação e Mídia – conscientização;
Para o que argumentei no D2: Poder Executivo – fiscalização.
• Cuidado com períodos muito longos, pois o corretor acaba se perdendo enquanto lê;
• Leia muitas redações exemplares, para ter uma ideia de como argumentar;
• Simbora praticar!!! Você só consegue otimizar seu tempo praticando, não tem outra
solução. REDAÇÃO É PRÁTICA.
DESENVOLVIMENTO
• D1
• Tópico frasal:
“É possível concordar com tal pensamento, uma vez que aquela é sinônimo de formação de
bom caráter do indivíduo e de qualificação profissional, dois fatores responsáveis pela redução da
criminalidade”.
• Aprofundamento:
“Trazendo essa consideração para a realidade hodierna do sistema carcerário do Brasil, pode-
se concluir que o quadro de superlotação das prisões - uma das razões da desordem existente - não
sofrerá alterações enquanto o déficit da educação e, por consequência, a delinquência não
diminuírem”.
• Fundamentação/comprovação
“Para o filósofo brasileiro Paulo Freire, sem educação não há possibilidade de mudanças.”
“A fim de provar a veracidade de tal fato, uma pesquisa feita pela USP mostra que a cada
investimento de 1% no ensino, 0,1% do índice de delitos é reduzido.”
• D2
• Tópico frasal:
“tem-se uma reminiscência vivente do Hospital Colônia (apelidado de Holocausto Brasileiro)
dentro das penitenciárias, visto que estas são marcadas pelo descaso do poder público, que permite
um ambiente degradante e nocivo”.
• Aprofundamento:
“Soma-se a isso o fato de as detensões não efetivarem o seu intuito correcional de pena e,
muito menos, de ressocializarem o delinquente, passando a ser apenas escolas de aprimoramento do
crime”
• Fundamentação/comprovação:
“tem-se uma reminiscência vivente do Hospital Colônia (apelidado de Holocausto Brasileiro)
dentro das penitenciárias”
“Ser diferente é normal”. Tal música de Gilberto Gil representa o anseio de uma inclusão
plena dos deficientes no Brasil. Contudo, esse sonho parece estar cada vez mais distante, uma
vez que a população surda brasileira enfrenta desafios como a falta de capacitação profissional
do docente e, também, de recursos, bem como o preconceito, os quais dificultam a sua
formação educacional em todos os níveis.
O artigo 27 da Constituição Brasileira assegura o aprendizado inclusivo de modo a
garantir o desenvolvimento do surdo. Apesar desse direito, muitas instituições de educação
ainda não o seguem devidamente, já que não estão preparados para receber os discentes
deficientes. Há poucos - ou mesmo nenhum - profissionais capacitados com Libras e, ainda,
faltam mais salas exclusivas com recursos assistivos para os surdos. Desse modo, o
deficiente auditivo não recebe a atenção que precisa e nem desenvolve suas habilidades
físicas, sensoriais, intelectuais e sociais. Tal problema reflete nas matrículas desses alunos
nas escolas, por exemplo. Segundo o Inep, as matrículas de surdos em classes especiais
caíram, em 5 anos, de aproximadamente 10 milhões para quase 5 milhões, ratificando,
portanto, a falta de preparo das escolas.
Além disso, existe outro desafio que dificulta a formação educacional do surdo: o
preconceito. Ao longo dos anos, a sociedade brasileira foi coagida a um comportamento de
não aceitação do diferente, foi o que Durkheim chamou de fato social, e isso acabou
desencadeando em falta de empatia para com o surdo. Isso quer dizer que, mesmo
sabendo que a inclusão é constitucional, muitas pessoas não se preocupam em integrar o
deficiente de forma a facilitar sua participação nas aulas e a sua autonomia. Sem contar
que ainda existem indivíduos que tratam os surdos de maneira intolerante; é por isso que
muitos sofrem bullying no ambiente educacional.
• D1
• Tópico frasal:
“Apesar desse direito, muitas instituições de educação ainda não o seguem devidamente,
já que não estão preparados para receber os discentes deficientes.”
• Aprofundamento:
“Há poucos - ou mesmo nenhum - profissionais capacitados com Libras e, ainda, faltam
mais salas exclusivas com recursos assistivos para os surdos. Desse modo, o deficiente auditivo
não recebe a atenção que precisa e nem desenvolve suas habilidades físicas, sensoriais,
intelectuais e sociais. Tal problema reflete nas matrículas desses alunos nas escolas, por
exemplo.”
• Fundamentação/comprovação
“O artigo 27 da Constituição Brasileira assegura o aprendizado inclusivo de modo a
garantir o desenvolvimento do surdo.”
• Aprofundamento:
“Ao longo dos anos, a sociedade brasileira foi coagida a um comportamento de não
aceitação do diferente, foi o que Durkheim chamou de fato social, e isso acabou desencadeando
em falta de empatia para com o surdo. Isso quer dizer que, mesmo sabendo que a inclusão é
constitucional, muitas pessoas não se preocupam em integrar o deficiente de forma a facilitar sua
participação nas aulas e a sua autonomia. Sem contar que ainda existem indivíduos que tratam os
surdos de maneira intolerante; é por isso que muitos sofrem bullying no ambiente educacional.”
• Fundamentação/comprovação:
“foi o que Durkheim chamou de fato social,”
Lucas conta que o segredo é você utilizar bem a interdisciplinaridade tanto na Introdução e no
Desenvolvimento, mas principalmente aliar esse conhecimento com a proposta de intervenção na
parte final da Redação.
Veja abaixo algumas imagens do Curso de Redação que Lucas Montini criou:
Para visualizar todas as imagens, clique no link abaixo e seja redirecionado para nosso álbum no
Facebook
Francisco Mora: “É preciso acabar com o
formato das aulas de 50 minutos”
Especialista em Neuroeducação aposta na mudança de
metodologias, mas pede cautela na aplicação da neurociência
na educação
Conéctate
MAIS INFORMAÇÕES
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Mora argumenta que a educação pode ser transformada para tornar a aprendizagem mais eficaz, por
exemplo, reduzindo o tempo das aulas para menos de 50 minutos para que os alunos sejam capazes
de manter a atenção. O professor de Fisiologia Humana da Universidade Complutense alerta que na
educação ainda são consideradas válidas concepções equivocadas sobre o cérebro, o que ele chama
de neuromitos. Além disso, Mora está ligado ao Departamento de Fisiologia Molecular e Biofísica
da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.
Pergunta. Por que é importante levar em conta as descobertas da neuroeducação para transformar a
forma de aprender?
Resposta. No contexto internacional há muita fome para ancorar em algo sólido o que até agora são
apenas opiniões, e esse interesse se dá especialmente entre os professores. O que a neuroeducação
faz é transferir a informação de como o cérebro funciona com a melhoria dos processos de
aprendizagem. Por exemplo, saber quais estímulos despertam a atenção, que em seguida dá lugar à
emoção, pois sem esses dois fatores nenhuma aprendizagem ocorre. O cérebro humano não mudou
nos últimos 15.000 anos; poderíamos ter uma criança do paleolítico inferior numa escola e o
professor não perceber. A educação tampouco mudou nos últimos 200 anos e já temos algumas
evidências de que é urgente fazer essa transformação. Devemos redesenhar a forma de ensinar.
P. Quais são as certezas que já podem ser aplicadas?
R. Uma delas é a idade em que se deve aprender a ler. Hoje sabemos que os circuitos neurais que
codificam para transformar de grafema a fonema, o que você lê e o que você diz, não fazem
conexões sinápticas antes dos seis anos. Se os circuitos que permitirão aprender a ler não estão
formados, se poderá ensinar com um chicote, com sacrifício, sofrimento, mas não de forma natural.
Se você começa com seis, em pouquíssimo tempo aprenderá, enquanto que se começar com quatro
talvez consiga, mas com enorme sofrimento. Tudo o que é doloroso tendemos a rejeitar, não
queremos, enquanto aquilo que é prazeroso tentamos repetir.
P. Qual é a principal mudança que o sistema de ensino atual deve sofrer?
R. Hoje estamos começando a saber que ninguém pode aprender qualquer coisa se não estiver
motivado. É necessário despertar a curiosidade, que é o mecanismo cerebral capaz de detectar a
diferença na monotonia diária. Presta-se atenção àquilo que se destaca. Estudos recentes mostram
que a aquisição de conhecimentos compartilha substratos neuronais com a busca de água, alimentos
e sexo. O prazeroso. Por isso é preciso acender uma emoção no aluno, que é a base mais importante
sobre a qual se apoiam os processos de aprendizagem e memória. As emoções servem para
armazenar e recordar de uma forma mais eficaz.
P. Quais estratégias o professor pode usar para despertar essa curiosidade?
Sabemos que para um aluno prestar atenção na aula não basta exigir que ele o faça
R. Ele deve começar a aula com algum elemento provocador, uma frase ou uma imagem que seja
chocante. Romper o esquema e sair da monotonia. Sabemos que para um aluno prestar atenção na
aula não basta exigir que ele o faça. A atenção deve ser evocada com mecanismos que a psicologia e
a neurociência estão começando a desvendar. Métodos associados à recompensa, e não à punição.
Desde que somos mamíferos, há mais de 200 milhões de anos, a emoção é o que nos move. Os
elementos desconhecidos, que nos surpreendem, são aqueles que abrem a janela da atenção,
imprescindível para a aprendizagem.
P. O senhor alertou em várias ocasiões para a necessidade de ser cauteloso em relação às evidências
da neuroeducação. Em que ponto o senhor está?
R. A neuroeducação não é como o método Montessori, não existe um decálogo que possa ser
aplicado. Ainda não é uma disciplina acadêmica com um corpo ordenado de conhecimentos.
Precisamos de tempo para continuar pesquisando porque o que conhecemos hoje em profundidade
sobre o cérebro não é totalmente aplicável ao dia a dia em sala de aula. Muitos cientistas dizem que
é muito cedo para levar a neurociência às escolas, primeiro porque os professores não entendem do
que você está lhes falando e segundo porque não há literatura científica suficiente para afirmar em
quais idades é melhor aprender quais conteúdos e como. Há flashes de luz.
P. O senhor poderia contar alguns dos mais recentes?
R. Estamos percebendo, por exemplo, que a atenção não pode ser mantida durante 50 minutos, por
isso é preciso romper o formato atual das aulas. Mais vale assistir 50 aulas de 10 minutos do que 10
aulas de 50 minutos. Na prática, uma vez que esses formatos não serão alterados em breve, os
professores devem quebrar a cada 15 minutos com um elemento disruptor: uma anedota sobre um
pesquisador, uma pergunta, um vídeo que levante um assunto diferente... Há algumas semanas, a
Universidade de Harvard me encarregou de criar um MOOC (curso online aberto e massivo, na
sigla em inglês) sobre Neurociência. Tenho de concentrar tudo em 10 minutos para que os alunos
absorvam 100% do conteúdo. Nessa linha irão as coisas no futuro.
Francisco Mora, doutor em Medicina e Neurociência. Jaime Villanueva
P. Em seu livro Neuroeducação: Só se pode aprender aquilo que se ama, o senhor adverte sobre o
perigo dos chamados neuromitos. Quais são os mais difundidos?
R. Há muita confusão e erros de interpretação dos fatos científicos, o que chamamos de neuromitos.
Um dos mais generalizados é que utilizamos apenas 10% da capacidade do cérebro. Ainda se
vendem programas de computador baseados nisso e as pessoas acreditam que poderão aumentar
suas capacidades e inteligência para além de suas próprias limitações. Nada pode substituir o lento e
difícil processo do trabalho e da disciplina quando se trata de aumentar as capacidades intelectuais.
Além disso, o cérebro utiliza todos os seus recursos a cada vez que se depara com a resolução de
problemas, com processos de aprendizagem ou de memória.
Outro neuromito é o que fala do cérebro direito e esquerdo e que as crianças deveriam ser
classificadas em função de qual dos dois cérebros é mais desenvolvido nelas. Ao analisar as funções
de ambos os hemisférios em laboratório, constatou-se que o hemisfério direito é o criador e o
esquerdo é o analítico – o da linguagem e da matemática. Extrapolou-se a ideia de que há crianças
com predominância de cérebros direitos ou esquerdos e criou-se o equívoco, o mito, de que há dois
cérebros que trabalham de forma independente, e que se tal separação não for feita na hora de
ensinar as crianças, isso as prejudica. Essa dicotomia não existe, a transferência de informações
entre os dois hemisférios é constante. Se temos talentos mais próximos da matemática ou do
desenho, isso não se refere aos hemisférios, mas à produção conjunta de ambos.
P. A neuroeducação está influindo em outros aspectos do ensino?
R. Há um movimento muito interessante que é o da neuroarquitetura, que visa à criação de escolas
com formas inovadoras que gerem bem-estar enquanto se aprende. A Academia de Neurociências
para o Estudo da Arquitetura, nos Estados Unidos, reuniu arquitetos e neurocientistas para conceber
novos modos de construir. Novos edifícios nos quais, embora seja importante seu desenho
arquitetônico, a luz seja contemplada, assim como a temperatura e o ruído, que tanto afetam o
rendimento mental.
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* Ruan Carlos Nascimento é formado em Engenharia Mecatrônica pela Unit e Eletromecânica pela IFS. Atualmente, é
educador do SENAI Sergipe no Centro de Educação e Tecnologia Coelho e Campos. Desenvolve estratégias de ensino
para a comunidade PNE e busca interação entre a teoria e o sentido de sua aplicação. Gosta de tecnologias educacionais
e metodologias ativas de foco na aprendizagem.