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Curso de Metodologia do Ensino de Artes


Centro Universitário Leonardo da Vinci

Organização
Tatiana dos Santos da Silveira
Tutoria Interna de Artes Visuais

Reitor da UNIASSELVI
Prof. Malcon Anderson Tafner

Pró-Reitor de Ensino de Graduação a Distância


Prof. Janes Fidélis Tomelin

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância


Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa
Paulo Herique do Nascimento

Revisão:
Centro Universitário Leonardo da Vinci

Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI
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Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a Lei 9.610/98.


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Curso de Metodologia do Ensino de Artes

A PRESENTAÇÃO
Metodologia do Ensino de Artes é uma disciplina de
grande importância na formação de professores, pois tem por
objetivo refletir a respeito dos fundamentos da prática docente e
a construção da formação e do profissional de Arte na educação.

Iniciamos também um diálogo sobre uma área que trabalha


diretamente com o conhecimento sensível, histórico e cultural, a Arte.

Conhecer a história da Arte/educação e as contribuições


de pesquisadores para o desenvolvimento do ensino da Arte no
Brasil nos permite compreender influências históricas que até se
fazem presentes nas metodologias adotadas em sala de aula.

Saber selecionar melhor os conteúdos, elaborar bons


objetivos, escolher procedimentos adequados de ensino, planejar
melhor nossas aulas, compreender os nossos processos de
formação e qualificação como professores trará contribuições
substanciais à nossa prática. E é a isso que nos propusemos ao
elaborar esse Curso.

Vamos nos sensibilizar juntos, conhecendo a trajetória


desta área de conhecimento que vem ganhando espaço nos
currículos escolares.

Bom estudo e muita sensibilidade artística nas suas


discussões!

Profª Tatiana dos Santos da Silveira

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Curso de Metodologia do Ensino de Artes

PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA


ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL

1 INTRODUÇÃO

É comum no meio educacional, principalmente nas


conversas relacionadas ao ensino da Arte, escutar professores
mencionarem como referência a Proposta Triangular do Ensino
da Arte, proposta por Ana Mae Barbosa.

Esta proposta aparece de forma indireta nos documentos


que regem a educação brasileira, como os Parâmetros Curriculares
Nacionais de Arte e o Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil, quando sugerem o Ensino de Arte articulado
entre as vertentes do fazer, apreciar e refletir Arte.

Compreendemos a trajetória do Ensino da Arte como


uma construção em busca de propostas que valorizem esta
área de conhecimento e trabalhem de forma articulada com o
conhecimento sensível das pessoas.

Nesta etapa, apresentaremos os fundamentos que


norteiam a Proposta Triangular do Ensino da Arte, bem como as
categorias do conhecimento sensível.

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Curso de Metodologia do Ensino de Artes

2 A PROPOSTA DE ANA MAE BARBOSA

A Proposta Triangular nasceu de uma preocupação e de


um questionamento de profissionais ligados ao ensino de Arte
sobre a proposta educativa em Arte centrada apenas no fazer
das diversas linguagens (Teatro, Dança, Música e Artes Plásticas)
que predominava nos anos de 1970. Nessa década, o ensino de
Arte se deu na perspectiva do fazer artístico, ainda sofrendo as
influências da Escolinha de Arte do Brasil, de Augusto Rodrigues.

O trabalho dos professores de Arte estava centrado nas


propostas de experimentação expressiva como a mola propulsora
para o processo criador. Era valorizado o desenvolvimento da
autodescoberta e da livre-expressão. Durante esse período,
entre os profissionais ligados ao ensino de Arte, nasceu uma
preocupação e um questionamento sobre a proposta educativa
em Arte centrada apenas no fazer das diversas linguagens (Teatro,
Dança, Música e Artes Plásticas).

Foi nesse contexto que surgiu a proposta de profissionais


ligados ao ensino de Arte de iniciar um processo de discussão e
pesquisa que direcionasse o ensino também para o conhecimento
da Arte e sua apreciação. Para Barbosa (2002, p. 34-35):

A produção de arte faz a criança pensar


inteligentemente acerca da criação de imagens
visuais, mas somente a produção não é suficiente
para a leitura e o julgamento de qualidade das
imagens produzidas por artistas ou do mundo
cotidiano que nos cerca. [...] Temos que alfabetizar

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Curso de Metodologia do Ensino de Artes

para a leitura da imagem. Através da leitura das


obras de artes plásticas, estaremos preparando a
criança para a decodificação da gramática visual,
da imagem fixa e, através da leitura do cinema
e da televisão, a prepararemos para aprender
a gramática da imagem em movimento. Essa
decodificação precisa ser associada ao julgamento
da qualidade do que está sendo visto aqui e agora
e em relação ao passado.

A Proposta Triangular foi empregada por Ana Mae Barbosa


nos anos de 1980, quando a autora esteve na direção do Museu
de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Essa
proposta está fundamentada em abordagens epistemológicas
como: Escuelas al Aire Libre, do México; Critical Studies, da
Inglaterra; e Discipline Based Art Education (DBAE), dos Estados
Unidos. Destacamos, entre as abordagens mencionadas, o DBAE,
por ser usada por Barbosa para sistematizar a Proposta Triangular.

O projeto Discipline Based Arte Education (DBAE),


desenvolvido nos Estados Unidos desde a década de
1980, postula a educação/ensino da Arte por meio da
articulação diálogo entre três momentos educativos:
leitura de imagem, produção e reflexão.

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Para Barbosa (1991, p. 10), na escola, a Arte pretende,


sobretudo, “formar o conhecedor, fruidor e decodificador da
obra de arte [...]. A escola seria a instituição pública que pode
tornar o acesso à arte possível para a vasta maioria dos
estudantes em nossa nação [...]”. Ainda para a autora,

[...] do ensino das artes corresponde às quatro


mais importantes coisas que as pessoas fazem
com a arte. Elas a produzem, elas a veem, elas
procuram entender seu lugar na cultura através do
tempo, elas fazem julgamento de sua qualidade.
(BARBOSA, 1991, p. 36-37).

Barbosa (1991) entende o ensino da Arte como forma


contextualizada de ver a Arte e a cultura. Entende a articulação
dos três eixos da Proposta Triangular – fruir Arte, contextualizar
Arte e produzir Arte – como a possibilidade de o educando ler o
mundo de forma mais ampla e sensível. Nesta Proposta, existe
uma junção da crítica e da estética que a autora chamou de
apreciação ou leitura de imagem; o fazer artístico ou produção
artística; e a história da Arte ou reflexão da produção artística.

A Proposta Triangular, de Barbosa, então, é constituída por


três eixos, conforme mostramos na Figura.

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FIGURA 1 – PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE

FONTE: Obra: Pescador – Tarsila do Amaral. Disponível em: <http://


museuvirtualsemanaartemoderna.arteblog.com.br>. Acesso em:
7 abr. 2011.

Conforme mostra a imagem, a Proposta Triangular


é constituída por três eixos: leitura de imagem, reflexão ou
contextualização e produção ou fazer artístico. Esse triângulo é
considerado referência dos eixos de aprendizagem que dominam
o ensino atualmente. O triângulo ajuda na prática pedagógica de
Arte nas escolas brasileiras.

Leitura de imagem, ou fruição da Arte, primeiro eixo da


Proposta Triangular, baseia-se nas diferentes possibilidades de
o educando entrar em contato com a Arte, os diferentes modos
de ver e interpretar as obras de arte, o que pode despertar a
capacidade crítica dos educandos. (BARBOSA, 1998). A leitura
da imagem, para Pillar (1992), desenvolve os modos de interpretar,

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visualizar e julgar a qualidade das obras, compreendendo os


elementos e as relações que a compõe.

Quanto à contextualização ou a história da Arte, segundo


eixo da Proposta Triangular, Barbosa (1998) a entende como o
momento de contextualizar o artista e a obra de arte no tempo.
Trata de compreender a obra de arte e o contexto onde foi criada,
bem como as ideologias que podem estar presentes na criação.

O último dos três eixos da Proposta Triangular – o fazer


artístico ou a produção artística – Barbosa (1998), compreende
como o momento criativo do educando, o momento de
representação pessoal de cada um.

O fazer artístico, segundo Plácido, (2007, p. 40):

Está calcado no processo criativo, encarado


como interpretação e representação pessoal.
É por meio do fazer artístico que o aluno
descobre as possibilidades e as limitações das
linguagens expressivas, de seus diferentes
materiais e instrumentos. É ainda a interpretação
e representação a partir daquilo que foi visto,
pensado, analisado, conhecido. Ao mesmo tempo
em que estimula o pensar sobre a criação visual,
a produção associada às imagens pode colaborar
para a construção de formas de maior força
expressiva.

O trabalho desenvolvido com base na Proposta Triangular

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do Ensino da Arte, articulado entre os três eixos mencionados,


possibilita, por meio de informações e reflexões acerca do contexto
e do mundo onde o educando está inserido, o desenvolvimento
do conhecimento em Arte. Neste sentido, para que a Arte seja
compreendida como criação agregada de cultura e ideologias
políticas, econômicas e sociais do contexto onde está inserida, é
fundamental a mediação do professor em sala de aula.

Barbosa (1998) faz correções ao termo utilizado Metodologia


Triangular, até por ela mesma, no seu livro A Imagem no Ensino
da Arte, dizendo: “Culpo-me por ter aceitado o apelido e usado
a expressão Metodologia Triangular em meu livro”. A autora
afirma que, após anos de experimentação, está convencida
de que metodologia é a construção de cada professor na
sua prática pedagógica e que, dessa forma gostaria de ver a
expressão Proposta Triangular, e não mais Metodologia Triangular
(BARBOSA, 1998).

Em 1987, a Proposta Triangular foi amplamente utilizada


em atividades com crianças e adolescentes e para a formação
de professores de Arte, no Museu de Arte Contemporânea da
Universidade de São Paulo. Esses professores se tornaram
multiplicadores do trabalho praticado na instituição que passou
a ser referência para outras experiências no ensino de Arte. As
reflexões teórico-práticas referentes ao ensino de Arte, levadas
a efeito por Ana Mae Barbosa, estão inscritas na vertente
educacional realista-progressista. Em síntese, essas reflexões
apontam para a democratização do conhecimento da Arte, para
a construção do conhecimento e, sobretudo, para o rompimento
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da prática tecnicista que permeia, ainda, o ensino de Arte entre


nós. Para a autora conhecer a Arte do país, é fundamental para o
desenvolvimento histórico e social do ser humano. É por meio da
Arte que podemos conhecer nossas raízes e compreender nossa
história. A criança, quando entra em contato com a Arte, percebe
um mundo de informações e possibilidades de expressão e criação
e passa a entender melhor o meio social onde está inserida.

3 ARTE E CONHECIMENTO SENSÍVEL

O ser sensível é como um espelho d’água


encrespando ao mais ligeiro vento e onde uma
pedrinha jogada ao acaso traça ondas em círculos
sempre crescentes. (OSTROWER,1986)

Iniciamos nossa discussão com as palavras de Ostrower


(1986), sobre o ser sensível. Compreendemos em seus dizeres
a relação da sensibilidade com o modo de “ver” e “olhar” das
pessoas. A possibilidade de encantamento com a simplicidade e
a valorização da essência.

O conhecimento sensível vem sendo estudado por filósofos,


teóricos, professores, especialistas em educação e admistradores
de diferentes campos, e, com diferentes concepções, onde muitos
acreditam na relação do conhecimento sensível com o processo
cognitivo e com o processo de ensino aprendizagem.

Para Pillotto (2004), a expressão “conhecimento sensível”

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está relacionada à estética, teve origem na concepção grega e


significa a possibilidade de conhecer perante os sentidos e as
sensações.

Especificamente, neste Curso, daremos enfoque à relação


do conhecimento sensível e o Ensino da Arte, pois a Arte está
presente na vida das pessoas desde o início da humanidade como
forma de comunicação e expressão. Por meio das expressões
artísticas, é possível manifestar sentimentos e perceber o mundo
de forma poética e sensível. Assim, ouvir uma música, uma poesia,
apreciar um quadro, uma fotografia, uma apresentação de teatro
ou dança, são modos de sentir Arte.

Sentir Arte é um processo pelo qual o ser humano


conhece a respeito de si e do mundo. O trabalho com a Arte está
relacionado à percepção, à emoção, à intuição, à sensibilidade.
“A arte é, por conseguinte, uma maneira de despertar o indivíduo
para que este dê maior atenção ao seu próprio processo de sentir”
(DUARTE JÚNIOR 1988, p. 65). Por meio da Arte, podemos
conhecer e entender a cultura do nosso tempo, sendo este um
processo fundamental para a construção humana sensível.

Para o autor, “o sentir é anterior ao pensar, e compreende


aspectos perceptivos (internos e externos) e aspectos emocionais.
Por isso pode-se afirmar que, antes de ser razão, o homem é
emoção”. (DUARTE JUNIOR, 1988, p.16)

Segundo Pillotto (2004, p. 38), “A arte como linguagem,


expressão e comunicação, trata da percepção, da emoção, da
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imaginação, da intuição, da criação, elementos fundamentais


para a construção humana sensível”. Como vetor de construção
humana sensível, a Arte possibilita contato com o mundo e
consigo mesmo. Permite que, por meio dela, a criança conheça e
compreenda o contexto onde está inserida, bem como desenvolva
conhecimentos artísticos, culturais e históricos.

Kant (1991) definiu como categorias do Conhecimento


Sensível, a percepção, a intuição, a imaginação, a emoção e a
sensibilidade. Compreendia uma interação entre as categorias
que vê como elementos distintos. Acredita que essas categorias
correspondem a uma maneira particular de ver o mundo.

Na área de Arte, Ostrower (1986) desenvolveu estudos


referente a este, pois acredita que o conhecimento sensível é
essencial ao desenvolvimento humano.

A autora afirma que:

[...] o homem cria, não apenas porque quer,


ou porque gosta, e sim porque precisa; ele só
pode crescer como ser humano, coerentemente,
ordenando, dando forma, criando. Os processos
de criação ocorrem no âmbito da intuição. [...]
toda experiência possível ao indivíduo, também
a racional, trata-se de processos essencialmente
intuitivos. Intuitivos, esses processos se tornam
conscientes na medida em que lhes damos uma
forma. Entretanto, mesmo que a sua elaboração
permaneça em níveis subconscientes, os processos

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criativos teriam que referir-se à consciência dos


homens, pois só assim poderiam ser indagados a
respeito dos possíveis significados que existem no
ato criador. (OSTROWER, 1986, p. 10)

Para a autora, a criação está relacionada ao “ser sensível”,


e ser sensível é privilégio de todo ser humano.

Pensar o conhecimento sensível como parte integrante


do ensino aprendizagem da Arte, é nossa função enquanto
educadores. É necessário articular os eixos da Proposta Triangular
do Ensino da Arte com as Categorias do Conhecimento Sensível.
É necessário oportunizar momentos de Fruição da Arte onde
a criança poderá desenvolver sua capacidade de intuição e
percepção de mundo, compreendendo o contexto onde está
inserida de forma crítica e sensível.

A razão e a intuição precisam trabalhar de forma associada,


pois não existem isoladamente. Para Ostrower (1986, p. 58):

Intuir, questionar, indagar, aprender e avaliar o


real das coisas, intuitivamente, é um caminho
de conhecimento típico do homem. Caminho
dos mais criativos representa sempre um modo
dinâmico, um contínuo sair-de-si em busca de
conteúdos significativos – a partir de determinadas
intenções – para poder agir. A própria percepção é,
fundamentalmente, um constante intuir.

Para a autora este ato dialógico de intuir e perceber o


meio cultural proporciona um repensar e agir sobre situações
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novas e diferenciadas. O ato de intuir a partir dos conhecimentos


reais e da sensibilidade propicia a construção de novas criações
e possibilidades para novas situações.

Desta forma, segundo Pillotto (2004, p. 50), “o conhecimento


sensível desencadeia um processo de enfrentamento do mundo
e relações entre o limiar do racional e emocional.

Podemos sistematizar as categorias do conhecimento


sensível articuladas com o ensino da arte da seguinte forma:

FIGURA 2 – CATEGORIAS DO CONHECIMENTO SENSÍVEL


E O ENSINO DA ARTE

FONTE: A autora.

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Com base na figura apresentada, podemos compreender o


processo de criação em arte como uma conquista de maturidade,
que perpassa as categorias do conhecimento sensível.

Compreendemos essas categorias da seguinte forma:

Percepção: é um elemento sutil, dificilmente reconhecido


de imediato. Perceber é apreender o mundo externo, é ir ao
encontro do que no íntimo se quer perceber. “está fundamentada
no que o professor é capaz de sentir e compreender sobre si
mesmo, sobre os alunos e sobre a vida”. (MIGUEL, 2007, p.119)

Intuição: Tem capacidade de construir ideias através das


informações internalizadas pelos indivíduos.

[...] intuir, observar, relacionar, são caminhos


criativos que representam um modo dinâmico
de conhecimento, no qual o professor torna-se
protagonista no diálogo entre a sua percepção e
os significados que constrói na sala de aula e no
modo como espaços, objetos e pessoas lhe falam
e lhe afetam. (MIGUEL, 2007, p. 119)

Emoção: Serve como um sistema primário de aviso. É


significativa, fica armazenada no banco de memória emocional e
é parte da racionalidade. (GARDNER, 1999, p. 89)

Imaginação: é um pensar específico sobre um fazer


concreto. Nasce do interesse e do entusiasmo.

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Criação: Inicia-se em um processo de pura sensibilidade,


onde a mobilização interior leva a pessoa a criar mergulhada no
próprio inconsciente. Consciente e inconsciente se complementam
na completa entrega de si em busca do desenvolvimento da própria
personalidade. Em busca de uma construção de olhar para o
mundo, e para a própria existência.

Para Pillotto (2004, p. 53), “o conhecimento acontece nos


níveis da racionalidade (argumentação/reflexão) e do sensível
(emoção, intuição, percepção). Ambos devem ser considerados
nos processos de aprendizado, pois fazem parte do contexto
cotidiano, e, sobretudo, da experiência humana”.

Em consonância com a autora, Ostrower aponta que


“quando uma pessoa é aberta à vida, sem preconceitos, e receptiva
às novas experiências, quando ela é capaz de diferenciar-se e
reintegrar-se de amadurecer e crescer espiritualmente, ela terá
condições de criar. (apud MIGUEL, 2007, p. 115)

Compreender as categorias do conhecimento sensível


e articulá-las ao ensino da Arte e pela Arte, possibilita uma
visão completa de ser humano, em que as possibilidades não
se esgotam, onde a criação e a imaginação perpassam pela
compreensão que se tem de si e do mundo. Está muito além do
que muitos acreditam saber sobre o ensino a Arte nas escolas,
pois envolve a essência da sensibilidade humana, envolve razão e
emoção, aprendizagem e uma constante busca de conhecimento.

Encerramos esta etapa com os dizeres sensíveis de Miguel,


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(2007, p. 126):

Educar pelo e para o sensível pode ser um caminho


possível para a educação que se propõe. Mediar
conhecimentos é compreender o ser humano,
comprometer-se com a ética, com a estética, com
o conhecimento também sensível, com a vida e
com tudo o mais que faz sentido e gera mudanças
em produções de sentidos.

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A UTOATIVIDADE
Este é o momento de escrever sobre as categorias do
conhecimento sensível. Como você pôde verificar no estudo desta
etapa, o conhecimento sensível é alvo de várias pesquisas e, no
que diz respeito ao ensino da Arte, o trabalho com essas categorias
deve ser articulado com a Proposta Triangular do Ensino da Arte.
Sua atividade é discorrer sobre as possibilidades pedagógicas de
articulação entre a proposta de Ana Mae Barbosa e as categorias
do conhecimento sensível.

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Curso de Metodologia do Ensino de Artes

R EFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos oitenta
e novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 1991.

______. A imagem no ensino da Arte. São Paulo: Max Limonad,


2002.

______. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.

DUARTE JÚNIOR, João Francisco. Por que arte-educação?. 5.


ed. Campinas: Papirus, 1988.

KANT, I. Crítica da Razão pura. Tradução de Valério Rohen e


Udo Baldur Moosburger. São Paulo: Nova Cultural, 1991.

MIGUEL, Marelenquelem. O lúdico e o imaginário no


desenvolvimento infantil. In PILLOTTO, Silvia Sell Duarte . (org.)
Linguagens da arte na infância. Joinville: Ed. da Univille, 2007. 

OSTROWER, Fayga Perla. Universos da Arte. Rio de Janeiro:


Campus, 1986.

PILLAR, Analice Dutra. O vídeo e a metodologia triangular no


ensino da arte. Porto Alegre: Fundação Iochpe, 1992.

PILLOTTO, Silvia Sell Duarte. O Conhecimento sensível: uma


contribuição para o aprendizado humano. In: PILLOTO, Silvia

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Curso de Metodologia do Ensino de Artes

Sell Duarte; SCHRAMM, Marilene K.; CABRAL, Rozenei W.


(Orgs.). Arte e o Ensino da Arte. Blumenau: Nova Letra, 2004.

PLÁCIDO, Mirian Jane Medeiros. As artes visuais e o


conhecimento sensível do autista. 2007. Dissertação (Mestrado
em Educação), Universidade Regional de Blumenau (FURB),
Blumenau, SC, 2007.

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Curso de Metodologia do Ensino de Artes

G ABARITO
Este é o momento de escrever sobre as categorias do conhecimento sensível. Como
você pôde verificar no estudo desta etapa, o conhecimento sensível é alvo de várias
pesquisas e, no que diz respeito ao ensino da Arte, o trabalho com essas categorias
deve ser articulado com a Proposta Triangular do Ensino da Arte. Sua atividade é
discorrer sobre as possibilidades pedagógicas de articulação entre a proposta de Ana
Mae Barbosa e as categorias do conhecimento sensível.
R.: O acadêmico deverá apontar a importância do trabalho articulado entre essas duas
vertentes tendo como base a leitura e contextualização de imagem articulados com a
percepção, a intuição, a imaginação e a emoção, assim como o fazer artístico articulado
com a intuição, a emoção, a imaginação e a criação. É importante que o acadêmico
compreenda que as duas vertentes se completam.

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