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Os elementos do estabelecimento empresarial

» Felipe Torres Vasconcelos

RESUMO: O presente artigo buscou compreender e expor os elementos


do estabelecimento empresarial, através da pesquisa em diversos artigos e
doutrinas que abordaram o tema. A pesquisa ora apresentada buscou,
primeiramente, apresentar o conceito, as diversas denominações e as diversas
teorias que buscaram determinar a natureza jurídica do estabelecimento
empresarial. Após firmar a base teórica necessária para continuidade da
exposição do tema, passou-se a tecer considerações acerca da classificação dos
elementos do estabelecimento empresarial, bem ainda a analisar os principais
elementos do estabelecimento comercial citados pela doutrina, sempre com o
fim de mostrar o estabelecimento empresarial como instrumento da atividade
empresária.

Palavras-chave: Elementos. Estabelecimento Empresarial. Cóporeos e


Incorpóreos.

INTRODUÇÃO

De acordo com o nosso Código Civil, empresário é todo aquele exerce


profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços. O fim do empresário é promover a circulação
de riquezas, a fim da obtenção de lucro, objetivo principal da sua atividade.

Para auferir lucro, o empresário deverá, necessariamente, se utilizar de um


complexo de bens, os quais, dispostos de forma organizada propiciam a atração
da clientela e, consequentemente, a obtenção de lucro. A esse complexo de bens
dá-se o nome de Estabelecimento Empresarial, e aos bens que compõem este
dá-se o nome de elementos do estabelecimento empresarial.

Os elementos do estabelecimento empresarial, em última análise, são os


instrumentos de que dispõe o empresário para exercer profissionalmente a sua
atividade econômica. Portanto, o estudo dos bens que compõem o
estabelecimento empresarial, tema do presente artigo, é essencial para o
entendimento de como o empresário exerce a sua atividade econômica e
promove a circulação de riquesas, da qual todos nós dependemos.

1 CONCEITO DE ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

Para Fábio Ulhoa Coelho (2009, p. 96), o estabelecimento empresarial,


é o conjunto de bens que o empresário reúne para
exploração de sua atividade econômica. Compreende os
bens indispensáveis ao desenvolvimento da empresa,
como mercadorias em estoque, máquinas, veículos, marca
e outros sinais distintivos, tecnologia etc. Trata-se de
elemento indissossiável à empresa.

Diante da conceituação acima exposta, percebemos que, em razão do


estabelecimento empresarial ser elemento indissossiável da empresa, não existe
empresa sem estabelecimento empresarial. Isso porque não há como produzir e
promover a circulação de bens e serviços sem o aparato mínimo de bens
destinados à atividade empresarial. Quando dizemos isso, não nos referimos
somente ao estabelecimento físico (local definido no espaço) como também ao
estabelecimento virtual, que vem ganhando enorme importância com o
crescimento do comércio eletrônico.

Quanto à definição legal, determina o art. 1.142 do Código Civl que o


estabelecimento empresarial corresponde ao “complexo de bens organizado,
para o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária”.

A partir da leitura do referido dispositivo legal, inferimos que o


Estabelecimento Empresarial consiste na reunião organizada de diversos bens,
em um determinado local, a fim de se exercer atividade empresarial da forma
mais eficiente (leia-se: lucrativa) possível.

O empresário, no desempenho de sua atividade econômica, com o objetivo


de fazer circular bens e serviços, utiliza-se de bens corpóreos e incorpóreos, os
quais utilizados de forma organizada, possibilitam o exercício profissional
empresarial, o qual termina por atrair a clientela da atividade exercida pelo
empresário (MARTINS, 2006).

Outrossim, FAZZIO (2008, p. 64) define o Estabelecimento Empresarial


como “o conjunto de bens (materiais e imateriais) e serviços, organizados pelo
empresário, para a atividade da empresa. Ou melhor, é o complexo dos
elementos que congrega e organiza, tendo em vista obter êxito em sua
profissão.”

Portanto, diante do exposto, podemos definir o Estabelecimento Empresarial


como o conjunto de bens organizados pelo empresário, pessoa jurídica ou física,
com o objetivo de realizar a atividade empresária de forma a atrair o maior
número de clientes e de maximizar o lucro da atividade.

2 DENOMINAÇÕES
A noção do Estabelecimento Empresarial foi estudada pela primeira vez na
França, recebendo o nome de “Fundo de Comércio”, na Lei Fiscal de 28 de
fevereiro de 1872. Em outros paíse recebeu outras denominações, por exemplo,
na Itália, usa-se a expressão Azienda, na Espanha, Hacienda, na
Inglaterra, goodwill, e, na Alemanha, utilizam-se as
expressões Geschaft ou Handelsgeschaft (MENDONÇA apud MARTINS,
2006).

No Brasil, a maioria da Doutrina, a despeito das diversas denominações,


utiliza a expressão Estabelecimento Empresarial. Utilizam a expressão
Estabelecimento Empresarial, dentre outros, Carvalho de Mendonça; Júlio Pires
Ferreira; Waldemar Ferreira e Fábio Ulhoa Coelho (MARTINS, 2006).
Contudo, ainda há quem defenda a denominação fundo de comércio, como Fran
Martins (2006)[1].

3 NATUREZA JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO


EMPRESARIAL

Quando falamos em natureza jurídica de uma figura, buscamos definir em


qual posição dentro do sistema jurídica ela se encontra, nesse sentido, afirma
Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona (2006, p. 183), que

Indagado a respeito da natureza jurídica de


determinada figura, deve o estudioso do direito cuidar de
apontar em que categoria se enquadra, ressaltando as
teorias explicativas de sua existência […] Afirmar a
natureza jurídica de algo é, em linguagem simples,
responder à pergunta: “que é isso para o direito?”.

Conforme preleciona Marcelo M. Bertoldi (2003), existem seis grupos de


teorias[2] que buscaram definir a natureza jurídica do Estabelecimento
Empresarial, quais sejam, a teoria da personalidade jurídica do estabelecimento,
a teoria do patrimônio autônomo, a teoria do negócio jurídico, as teorias
imaterialistas, as teorias atomistas e as teorias universalistas.

Idealizada por Endenmann, a teoria da personalidade jurídica entende que o


estabelecimento empresarial trata-se de um entidade autônoma, independente
da figura do empresário, a qual possui patrimônio próprio, bem como é capaz
de direitos e obrigações. Assim, o estabelecimento empresarial seria
responsável pelas dívidas contraídas por ele, limitada a sua responsabilidade ao
seu patrimônio, mantendo-se o patrimônio do empresário imune a tais
obrigações (BERTOLDI, 2003).

Tal teoria não pode ser aplicada no ordenamento jurídico brasileiro,


porquanto não se adequa ao regramento das pessoas jurídicas de direito privado,
tendo em vista que o art. 44 do Código Civil expõe o rol das pessoas jurídicas
de direito privado, dentre as quais não consta o estabelecimento empresarial, o
qual não se encaixa em nenhuma das espécies arroladas pelo referido
dispositivo legal.

A teoria do patrimônio autônomo, desenvolvida por Bekker, defende que o


conjunto de bens representado pelo estabelecimento empresarial forma um
patrimônio destacado do patrimônio do empresário (pessoa jurídica ou pessoa
física), sendo tal patrimônio autônomo não possuidor de personalidade jurídica.
Contudo, apesar de não possuir personalidade jurídica, esse patrimônio seria
responsável pelas dívidas contraídas pelo estabelecimento, respondendo o
patrimônio do empresário de forma subsidiária por estas (REQUIÃO, 2003).

Com a fixação da idéia de que o estabelecimento empresarial integra o


patrimônio da sociedade empresária, a teoria de patrimônio autônomo encontra-
se superada no nosso Ordenamento Jurídico em relação ao direito societário.
Mesmo quando falamos em empresário individual, quando ainda pode-se tentar
separar os bens destinados à atividade empresária e os bens pessoais do
empresário, tal separação não tem repercussão jurídica, tendo em vista que o
patrimônio do empresário responde integralmente pelas dívidas contraídas pela
empresa[3].

Impende ressaltar que a distinção dos referidos patrimônios ainda possui


aplicação na questão da sucessão da firma individual, mas, como, atualmente,
as empresas de certa relevância são pessoas jurídicas, revestida das formas de
sociedade limitada ou anônima, tal questão perdeu relevância (COELHO,
2009).

A teoria do negócio jurídico, criada por Carrara, diferente das duas teorias
expostas anteriormente, afirma que o estabelecimento empresarial nem é sujeito
nem objeto de direito, mas um negócio jurídico. Os sujeitos deste negócio
jurídico seriam todos os que mantivessem relações com o estabelecimento, e.g.,
o próprio empresário ou os empregados deste. Marcelo M. Bertoldi (2003)
critica essa teoria, porquanto ela confunde o estabelecimento empresarial com
o aviamento, o qual seria uma qualidade do estabelecimento; crítica reiterada
por Fábio Ulhoa Coelho (2009).

Também com o objetivo de definir a natureza jurídica do estabelecimento


empresarial, surgiram na Alemanha as teorias imaterialistas e as teorias
atomistas. As primeiras afirmavam que o estabelecimento empresarial
consistiria em bem imaterial distinto dos elementos materiais que o constituem,
portanto, seria o estabelecimento uma criação do homem, onde cada elemento
buscaria um fim determinado, a obtenção de lucro (BERTOLDI, 2003).
Tal teoria incorre no mesmo erro da anterior, porquanto confunde o
estabelecimento empresarial, conjunto de bens organizados para a realização da
atividade empresarial lucrativa, com o aviamento ou sobre-valor, o qual
constitui atributo do estabelecimento e consiste no valor pratrimonial
decorrente da organização dos bens que compõem aquele.

Em contapartida, as teorias atomistas não reconhecem o estabelecimento


como unidade autônoma, tratando-o como mera reunião de bens, dotada de uma
finalidade específica. Para esta corrente os bens do estabelecimento
empresarial, embora reunidos, não perdem sua característica de bens singulares
(REQUIÃO, 2003).

Por fim, para Fran Martins (2006), as teorias universalistas entendem que o
estabelecimento se trata de uma universalidade de fato ou de direito, na medida
em que representam vários elementos reunidos com uma finalidade econômica
determinada, a obtenção de lucro.

A universalidade será de Direito quando a união dos diversos elementos


ocorrer por vontade da lei, como no caso da massa falida ou da herança; será
universalidade de fato quando a reunião de bens ocorrer por vontade do titular,
como é o caso da biblioteca, do rebanho e da galeria de arte.

Atualmente, a doutrina dominante entende que o estabelecimento


empresarial corresponde a uma universalidade de fato, tendo em vista que
corresponde a um conjunto de bens que se mantém unidos para obtenção de
uma determinada finalidade, em razão da vontade do empresário (TADDEI,
2010).

4 CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO


ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

O estabelecimento empresarial, como já observamos, compõe-se da reunião


de bens necessários à consecção do objetivo empresarial. A doutrina costuma
dividir os referidos bens em materiais e imateriais. Os bens materiais são
representados pelos bens tangíveis, tais como o estoque, os mobiliários, os
utensílios, veículos, maquinaria e todas as demais coisas utilizadas na atividade
empresária (COELHO, 2009).

Por outro lado, os bens imateriais, conforme Marcelo M. Bertoldi (2003),


consistem

naqueles bens de propriedade do empresário que não


são suscetíveis de apropriação física e que são fruto da
inteligência ou do conhecimento humano, como é o caso
dos bens integrantes da propriedade industrial (patente de
invenção, modelo de utilidade, desenho industrial e a
marca), o segredo industrial, o nome empresarial e o ponto
(local onde o empresário está localizado).

A reunião das duas espécies de bens estará sempre presente no


estabelecimento empresarial. Outrossim, impende destacar que alguns
doutrinadores, como Waldemar Ferreiral (1962 apud COELHO, 2009)
entendem que o aviamento, pontencial de lucratividade da empresa, está
incluído dentre os bens imateriais.

Contudo, não se trata propriamente o aviamento de um bem, tendo em vista


que não integra o patrimônio do empresário, mas indica o potencial de atração
de clientela e, consequentemente, de lucro, sendo atributo do estabelecimento
empresarial, este sim de propriedade do empresário. Portanto, tecnicamente é
incorreto classificar o aviamento como bem imaterial que compõe o
estabelecimento.

Parte da doutrina também classifica a clientela como bem imaterial, tal


afirmação consiste em absurdo maior do que considerar o aviamento como
elemento do estelecimento. Ora, a clientela é composta de pessoas, e como tal,
não pode ser alvo de apropriação ou propriedade por parte de alguém.

O fato da clientela de um determinado estabelecimento empresarial ser


protegida juridicamente contra práticas abusivas de eventuais concorrentes não
significa que a clientela se tornou elemento do estabelecimento empresarial ou
propriedade do empresário (COELHO 2009).

5 ELEMENTOS CORPÓREOS

Os elementos corpóreos representam todos os bens, tanto móveis como


imóveis, que estão destinados para realização da atividade empresária, bem
como ocupam lugar no espaço. Fran Martins (2006) classifica os bens corpóreos
em móveis, os quais se dividem em mercadorias e acessórios do
estabelecimento empresarial, e imóveis.

5.1 Bens Móveis

5.1.1 MERCADORIAS

As mercadorias, conforme preceitua Rubens Requião (2003, p. 282), “são


os produtos destinados ao mercado e que estão preparados para o consumo”, ou
seja, são todos os bens que o empresário adquire com a finalidade de revenda,
tais bens são expostos no estabelecimento empresarial e, como tal, fazem parte
de sua composição.
Do conceito exposto acima, concluímos que não podem ser mercadorias os
bens imóveis e os bens fora do comércio, porquanto não podem ser revendidos
pelo comerciante, em sua atividade empresária, bem como inferimos que as
mercadorias são corporais, móveis, comercializáveis, valoráveis
economicamente e permanecem no tráfico mercantil.

A partir destas constatações, Garrigues (apud REQUIÃO, 2003), enumera


as seguintes características das mercadorias: a)corporalidade: distingue as
mercadorias dos direitos e dos bens imateriais; b) mobilidade: exclui os bens
imóveis; c) aptidão para o tráfico: estão prontas para serem postas em
circulação; d) valor patrimonial próprio: intrínseco, da própria coisa, excluindo-
se o título de crédito; e) permanência atual no tráfico mercantil.

5.1.2 ACESSÓRIOS DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

Os acessórios do Estabelecimento Empresarial representam todas as coisas


móveis que são utilzadas na atividade empresarial. Assim como as mercadorias,
fazem parte do estabelecimento e são tangíveis, contudo, diferenciam-se pelo
fato de não serem destinados à revenda (MARTINS, 2006).

Como exemplos de acessórios podemos citar o mobiliários, as estantes, os


tapetes, as carteiras, as vitrines, os armários, os quadros, máquinas e utensílios,
alguns destes se destinam a tornar o ambiente agradável para a clientela,
enquanto outros tem finalidade direta em relação à atividade empresária. Como
exemplo desta segunda situação, podemos citar as máquinas registradoras,
calculadoras e demais elementos com fim útil direto.

5.2 Bens Imóveis

A doutrina indaga se o imóvel no qual se encontra fixado o estabelecimento


empresarial, trata-se de elemento deste. Gierke (apud REQUIÃO, 2003), dentre
outros autores no Direito Germânico, afirma que o imóvel se incklui entre os
componentes do estabelecimento empresarial.

A fim de responder a este questionamento, bastante esclarecedoras são as


palavras de Fran Martins (2006, p. 449),

desde tempos passados, que os imóveis não fazem


parte da órbita do Direito Empresarial, muito embora
possam ser adquiridos para revenda com fito de lucro. No
entanto, quando os imóveis pertencem ao empresário, para
o seu estabelecimento ou para um serviço necessário à
empresa comercial – tais como armazéns para depósitos
de mercadorias, prédios apropriados para instação de
usinas, estacionamentos para cargas etc. -, esses imóveis
se incorporam ao fundo de comércio [Fran Martins utiliza
a expressão “fundo de comércio” para se referir a figura
do “estabelecimento empresarial”], na hipótese de ser
vendido o estabelecimento comercial, figuram no mesmo,
salvo se de modo diverso ficar estipulado pelos
contratantes.

A partir do exposto, percebemos que o critério para definirmos se o imóvel


faz ou não faz parte do estabelecimento empresarial é o de determinar a sua
utilidade e importância para a atividade comercial desenvolvida pelo
empresário. Se o imóvel está destinado a servir o estabelecimento, logicamente,
será um de seus elementos constitutivos, contudo, se o imóvel não possui
função no estabelecimento, consequentemente, dele não fará parte.

6 ELEMENTOS INCORPÓREOS

Passaremos agora a tercer algumas considerações acerca dos elementos


incorpóreos que compõem o estabelecimento empresarial. Como ressaltado
anteriormente, os elementos incorpóreos são representados por todos os bens
não tangíveis que estão destinados à realização da atividade empresarial.

Para sistematizar o estudo destes elementos, dividimos o presente tópico em


quatro subtópicos, quais sejam, o Ponto Comercial, o Nome Empresarial, os
Acessórios do nome empresarial e os Diversos tipos de Propriedade Industrial.

6.1 Ponto Empresarial

Conforme preceitua Vera Helena de Mello Franco (2003, p. 150), o ponto


empresarial é

o local em que está situado o estabelecimento


comercial e é para onde a clientela se dirige. Pode ter
existência física ou virtual (exemplo, o endereço
eletrônico – site – internet). Qualquer que seja a sua
realidade, é tutelado por lei.
Diante do conceito apresentado, percebemos que o ponto empresarial não é
apenas uma realidade física, o prédio, casa ou terreno onde está fixado o
estabelecimento empresarial, mas é, de forma simples, o local onde os clientes
buscam os serviços ou bens oferecidos pelo empresário, daí os sítios de internet
também serem considerados pontos comerciais.

O ponto pode ser muito importante para o sucesso da empresa ou ocupar


posição secundária para a atividade empresarial. Assim, se pensarmos em um
comércio varejista a localização em rua de grande circulação de pessoas e a
proximidade de alguns equipamentos urbanos como paradas de ônibus ou
estações de trem são fatores facilitadores na atração da clientela. Contudo,
tratando-se, por exemplo, de empresa de telemarkenting, o local onde se fixa o
seu estabelecimento pouco importará para o sucesso do negócio.

Diante da importância que o Ponto Empresarial apresenta para o sucesso


empresarial, foram criadas diversas garantias legais para garantir a sua
conservação. Nesse sentido, a fim de se evitar que o valor agragado ao ponto
alugado pelo comerciante seja utilizado por terceiro que, consequentemente, se
enriquecerá ilicitamente, a Lei n.º 8.245/91 (Lei das Locações) prevê duas
garantias para o comerciante: o direito assegurado ao locatário de requerer a
renovação do contrato de locação do imóvel, desde que preenchidas certas
formalidades legais e o direito a uma indenização em caso de não-renovação do
contrato.

De acordo com o art. 51 da Lei n.º 8.245/91, para que o empresário tenha
direito à renovação compulsória do contrato de locação do ponto comercial será
necessário o cumprimento de três requistos – formal, temporal e material
(ULHOA, 2009), verbis:

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao


comércio, o locatário terá direito a renovação do
contrato, por igual prazo, desde que,
cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por
escrito e com prazo determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a
soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos
seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio,
no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de
três anos.
Portanto, para fazer jus à renovação compulsória o empresário deverá ter
realizado contrato de locação por escrito e com prazo determinado (requisito
formal); com o prazo mínimo de contrato a renovar ou soma dos contratos
escritos ininterruptos de 5 (cinco) anos (requisito temporal), bem como deverá
explorar o mesmo ramo de comércio pelo prazo mínimo e ininterrupto de três
anos (requisito material).

Preenchido tais requisitos, o direito à renovação deverá ser exercido dentro


do prazo decadencial de um ano, no máximo, e seis meses, no mínimo, antes
do término do prazo do contrato a ser renovado, nos termos do art. 51, § 5º da
Lei n.º 8.245/91.
Entretanto, o art. 52, da referida lei, elenca as hipóteses em que o locador,
mesmo presentes os requisitos do art. 51 não estará obrigado a renovar, in
verbis:

Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar


o contrato se:

I - por determinação do Poder Público, tiver que


realizar no imóvel obras que importarem na sua
radical transformação; ou para fazer modificações
de tal natureza que aumente o valor do negócio ou
da propriedade;

II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou


para transferência de fundo de comércio existente
há mais de um ano, sendo detentor da maioria do
capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou
descendente.

Impende ressaltar que, na segunda hipótese, o imóvel não poderá ser


destinado ao uso no mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também
envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences, bem como não
terá cabimento em shopping centers (art. 52, § 1º e 2º, da Lei 8.245/91).

Outrossim, nas referidas hipóteses, o locatário possuirá direito a indenização


para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com
mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação
não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o
locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado
ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou
pretender realizar (art. 52, § 3º da Lei n.º 8.245/91).

6.2 Nome Empresarial

Assim como as pessaos físicas, todo empresário, pessoa física ou jurídica,


precisa de um nome para se apresentar nas relações de fundo econômico, a fim
de adquirir direitos e assumir obrigações atinentes à empresa que exerce.

O nome é elemento de identificação do empresário, não se confundindo com


outros elementos identificadores como as marcas, o nome de domínio e o título
do estabelecimento. O nome indentifica o empresário, a marca identifica uma
determinada categoria de produtos e serviços; o nome de domínio indica a
página na rede mundial de computadores e o título do estabelecimento identifica
o ponto. Portanto, por representarem realidades distintas, gozam de diferente
tratamento pelo Direito (ULHOA, 2003).
A partir do registro do nome empresarial, o qual é realizado perante a Junta
Comercial, ele passa a merecer proteção jurídica, garantindo-se, assim, sua
exclusividade, nos termos do art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal:

"Art. 5º ...

(...)

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos


industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;"

A referida proteção é reiterada no art. 33 da Lei n.º 8.934/94 (Lei do Registro


Público de Atividades Mercantis) e no art. 13, § 1º da Instrução normativa n.º
43/96 do Departamento Nacional de Registro do Comércio. Tais dispositivos
afirmam, expressamente, que a proteção ao nome da empresa advém do
arquivamento dos atos constitutivos perante a junta comercial competente.

Na criação do nome empresarial existem três sistemas legislativos a serem


adotados, o da veracidade (adotado pelo Brasil), o da liberdade plena (adotado
na Inglaterra e nos Estados Unidos) e o sistema misto ou eclético adotado na
alemanha (LOPES, 2010).

O sistema da veracidade baseia-se nos princípios da exclusividade e


novidade, a fim de se evitar confusão entre os empresários. A exclusividade
evita que o mesmo nome seja registrado mais de uma vez, e a novidade
prescreve que não poderão ser criados nomes repetidos ou semelhantes aos já
existentes. Também, por esse sistema, o nome deve ser o mais puro reflexo da
realidade, proibindo-se a indicação de informações falsas no nome. Por fim, no
sistema de liberdade plena, os empresários poderão adotar qualquer forma de
nome e, no sistema misto ou eclético, inicialmente, deverão ser observados os
princípios do sistema da veracidade. Apesar disto, neste último sistema, caso
ocorra a sucessão, o mesmo nome poderá ser usado ainda pela pessoa que
adquirir os direitos sobre a empresa sem qualquer restrição (LOPES, 2010).

Existem duas espécies de nome empresarial: a firma e a denominação.


Alguns empresários só podem adotar uma espécie e outros podem adotar
qualquer das duas espécies. Nesse sentido, o empresário individual só pode
adotar a firma, enquanto a sociedade anônima só pode utilizar a denominação,
por fim, a sociedade limitada pode utilizar qualquer uma das duas
espécies (FRANCO, 2003).
Fundamentalmente, existem duas diferenças entre firma e denominação, a
estrutura e a função. A estrutura da firma tem por base o nome civil dos sócios
ou do próprio empresário, enquanto a denominação utiliza qualquer signo
linguístico, seja ou não o nome civil de sócio da sociedade. Quanto à função, a
diferença consiste no fato de que a firma também serve de assinatura
(COELHO, 2009).

6.3 Acessórios do Nome Empresarial

O nome empresarial pode conter elementos acessórios, os quais se prestam


para maior identificação da empresa. Tais elementos são o título do
estabelecimento e os sinais e expressões de propaganda, os quais também são
considerados elementos do estabelecimento empresarial (MARTINS, 2006).

De acordo com Fran Martins (2006, p. 427), podemos conceituar o título do


Estabelecimento como

“a designação por meio da qual [o empresário] se


torna conhecido do público constando a designação de um
nome de fantasia (“Empório das Bonecas”, “A cachaça
Mineira”, “Casa Oriente) de um termo ou expressão
relativa às atividades empresariais do estabelecimento
(“Informática Presidente”; “Relojoaria Suíça”,
“Marcenaria Cometa”) ou mesmo da firma ou
denominação do estabelecimento (“A Pereira & Cia”,
“Cia. Têxtil de Roupas”). Neste último caso o título do
estabelecimento se confunde com o nome empresarial.

Portanto, em uma noção prática, o título do estabelecimento é aquele que


aparece na Placa ou Painel que identifica o estabelecimento, pelo qual ele se
torna conhecido pela clientela. Assim como o nome empresarial, também deve
gozar de proteção jurídica, a fim de se evitar a confusão entre diversas empresa.

A garantia do uso exclusivo do título do estabelecimento, baseia-se em


regras de responsabilidade civil e penal, podendo o seu uso indevido
caracterizar o delito de Concorrência Desleal (art. 195, V, da Lei n.º 9.279/96),
bem como responsabilidade por perdas e danos (art. 204 da Lei n.º 9.279/96).
Por fim, o art. 124, V, da referida lei, veda o registro como marca de reprodução
ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de
estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar
confusão ou associação com estes sinais distintivos.

Quanto às expressões ou sinais de propaganda, Fran Martins (2006, p. 428),


assim as conceitua:
Denominam-se expressões ou sinais de propaganda
toda legenda, anúncio, reclame, palavra, combinação de
palavras, desenho, gravura, originais e característicos, que
se destinem a emprego como meio de recomentdar
quaisquer atividades lícitas, realçar qualidades de
produtos, mercadorias ou serviços, ou atrair a atenção dos
consumidores ou usuários.

Assim, constituem expressões ou sinais de propaganda todas as mensagens


publicitárias empregadas em papéis avulsos, tabuletas, cartazes, anúncios,
placas, sinais luminosos, ou por qualquer meio de comunicação. Por possuirem
forte ligação com a clientela, tais signos devem ser protegidos, bem como
possuem valor patrimonial. Aliás, tal valor patriminial é quem dá suporte aos
contratos de franquias, os quais se encontram em plena expansão.

6.4 Propriedade Industrial

Conforme lição de Carvalho de Mendonça (apud MARTINS, 2006, p. 429),


Propriedade Industrial é “o conjunto de direitos resultantes das concepções da
inteligência humana que se manifestam ou produzem na esfera da indústria”.
Os elementos indústriais são protegidos pelo Ordenamento Jurídico, bem como
podem ser resumidos nos seguintes bens: a patente de invenção, a patente de
modelo de utilidade; o registro de desenho industrial e da marca, os quais, por
estarem a serviço da atividade empresarial fazem parte, consequentemente, do
estabelecimento empresarial (ULHOA, 2003).

O empresário titular dos bens supracitados pode utiliza-los com


exclusividade, podendo autorizar, por meio de licença, o seu uso por terceiros.
Impende destacar que tais direitos são concedidos pelo Estado, através do
Instituto Nacional da Propriedade Indústrial (INPI), atuarquia federal,
dependendo a exclusividade da concessão da patente ou do registro pela referida
entidade (ULHOA, 2003).

Passemos agora a conceituar e expor breves considerações acerca da patente


de invenção e da patente de modelo de utilidade, bem como do registro de
desenho industrial e do registro da marca.

6.4.1 PATENTE

A patente tanto poder dizer respeito à invenção, como ao modelo de


utilidade. A invenção consiste em um ato inédito do gênio humano. Assim, se
alguém projeta algo que desconhecia, terá produzido uma invenção, contudo,
para que detenha privilégio sobre o projeto, é necessário que nenhuma outra
pessoa tenha conhecido e registrado o projeto anteriormente (ULHOA, 2003).
Em relação ao modelo de utilidade, Fábio Ulhoa Coelho (2003, p. 86) assim
o define:

Modelo de utilidade é o objeto de uso prático


suscetível de aplicação industrial, com novo formato de
que resulta melhores condições de uso ou frabricação. Não
há, propriamente, invenção, mas acréscimo de utilidade de
alguma ferramenta, instrumento de trabalho, utensílio,
pela ação da novidade parcial que se lhe agrega.

Portanto, o modelo de utilidade não é uma criação inteiramente nova, mas


algum melhoramento parcial em algo já existente, podendo tal “invenção
parcial” gozar de proteção pelo ordenamento jurídico de forma autônoma à
invenção cuja utilidade foi melhorada. Ressalte-se que o modelo de utilidade
também é chamado de “pequena invenção”.

A patentiabilidade de invenções e modelos de utilidade dependem dos


requisitos da novidade; atividade inventiva; aplicação industrial e não-
impedimento. O requisito da novidade obriga que o invento seja desconhecido
da comunidade científica, técnica ou indústrial, para que possa ser concedido o
direito industrial. A atividade inventiva impõe para a concessão da patente a
necessidade de que a invenção não seja uma decorrência óbvia do estado de
técnica, e que o modelo de utilidade não decorra do uso comum ou vulgar do
estado da técnica (ULHOA, 2003).

Por fim, a aplicação industrial obriga que a invenção ou modelo de utilidade


sejam de aproveitamento industrial, bem como o não-impedimento impõe que
a invenção ou o modelo de utilidade não estejam dentre aqueles proibidos pela
lei, tais como, os dispostos no rol do art. 18, da Lei n.º 9.279/96, in verbis:

Art. 18. Não são patenteáveis:


I - o que for contrário à moral, aos bons
costumes e à segurança, à ordem e à saúde
públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas,
elementos ou produtos de qualquer espécie, bem
como a modificação de suas propriedades físico-
químicas e os respectivos processos de obtenção ou
modificação, quando resultantes de transformação
do núcleo atômico; e
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os
microorganismos transgênicos que atendam aos
três requisitos de patenteabilidade - novidade,
atividade inventiva e aplicação industrial - previstos
no art. 8º e que não sejam mera descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei,
microorganismos transgênicos são organismos,
exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que
expressem, mediante intervenção humana direta em
sua composição genética, uma característica
normalmente não alcançável pela espécie em
condições naturais.

Obedecidos os referidos requisitos, após o devido procedimento


administrativo a cargo do INPI, este expedirá a patente, único meio de prova
admitido pelo direito para demonstração do direito de exploração exclusiva da
invenção ou do modelo de utilidade (ULHOA, 2003).

6.4.2 REGISTRO DE DESENHO INDUSTRIAL E DE MARCA

O uso de desenhos industriais e de marcas dependem de registro no INPI


para que possam ser explorados de forma exclusiva. O registro industrial é
considerado um ato administrativo de efeito constitutivo, ou seja, a partir dele
se cria o direito industrial. Portanto, o uso da marca ou do desenho indutrial não
confere exclusividade a quem o faz, mas apenas o registro pode fazê-lo
(ULHOA, 2003).

O art. 95, da Lei n.º 9.279/96, define desenho industrial como “a forma
plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores
que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e
original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação
industrial.”

Destarte, o desenho industrial diz respeito à forma dos objetos tem como
objetivo conferir um ornamento harmonioso para distinguir o objeto de outros
do mesmo gênero.

Por fim, a marca é conceituada por Fran Martins (2006, p. 441) da seguinte
maneira:

“Chamam-se marcas [...] os nomes, palavras,


denominações, monogramas, emblemas, símbolos, figuras
e quaisquer outros sinais usados com o fim de distinguir
mercadorias, produtos industriais ou seviços de outros
semelhantes.

Assim, a marca é o signo que identifica produtos e serviços, como Coca-


Cola, Toyota e Texaco.
O registro do desenho industrial está sujeito aos requisitos da novidade,
originalidade e desimpedimento. O primeiro tem a mesma conotação da
novidade no registro de patentes, devendo o desenho ser algo novo, não
compreendido no estado da técnica; pelo segundo, o desenho industrial deve ter
configuração própria, não encontrada em outros objetos, ou combinando
elementos já conhecidos, representar forma nova; por fim, pelo terceiro, o
desenho industrial não deve estar entre aqueles que a lei proibe o registro, de
acordo com o rol do art. 100, da Lei n.º 9.279/96 (COELHO 2003), verbis:

Art. 100. Não é registrável como desenho industrial:

I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou


que ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou atente
contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou
idéia e sentimentos dignos de respeito e veneração;

II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou,


ainda, aquela determinada essencialmente por
considerações técnicas ou funcionais.

Por fim, o registro da marca está sujeito aos requisitos da novidade relativa,
não-coincidência com marca notória e não-impedimento. De acordo com o
primeiro, não se exige da marca que seja algo totalmente novo, devendo ser
nova a utilização daquele signo de indentificação de produtos ou serviços em
uma determinada classe, ou conjunto de atividades econômicas afim. Pelo
segundo, as marcas notórias, mesmo que não registradas no INPI, merecem
tutela do direito industrial, em razão da convenção de Paris. O último impede o
registro, como marcas, de determinados signos, de acordo com o rol do art. 124,
da Lei n.º 9.279/96 (COELHO, 2003), verbis:

Art. 124. Não são registráveis como marca:

I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema,


distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais,
estrangeiros ou internacionais, bem como a
respectiva designação, figura ou imitação;

II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo


quando revestidos de suficiente forma distintiva;

III - expressão, figura, desenho ou qualquer


outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou
que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou
atente contra liberdade de consciência, crença, culto
religioso ou idéia e sentimento dignos de respeito e
veneração;

IV - designação ou sigla de entidade ou órgão


público, quando não requerido o registro pela própria
entidade ou órgão público;

V - reprodução ou imitação de elemento


característico ou diferenciador de título de
estabelecimento ou nome de empresa de terceiros,
suscetível de causar confusão ou associação com
estes sinais distintivos;

VI - sinal de caráter genérico, necessário,


comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando
tiver relação com o produto ou serviço a distinguir,
ou aquele empregado comumente para designar
uma característica do produto ou serviço, quanto à
natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e
época de produção ou de prestação do serviço,
salvo quando revestidos de suficiente forma
distintiva;

VII - sinal ou expressão empregada apenas


como meio de propaganda;

VIII - cores e suas denominações, salvo se


dispostas ou combinadas de modo peculiar e
distintivo;

IX - indicação geográfica, sua imitação


suscetível de causar confusão ou sinal que possa
falsamente induzir indicação geográfica;

X - sinal que induza a falsa indicação quanto à


origem, procedência, natureza, qualidade ou
utilidade do produto ou serviço a que a marca se
destina;

XI - reprodução ou imitação de cunho oficial,


regularmente adotada para garantia de padrão de
qualquer gênero ou natureza;

XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha


sido registrado como marca coletiva ou de
certificação por terceiro, observado o disposto no art.
154;

XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento


esportivo, artístico, cultural, social, político,
econômico ou técnico, oficial ou oficialmente
reconhecido, bem como a imitação suscetível de
criar confusão, salvo quando autorizados pela
autoridade competente ou entidade promotora do
evento;

XIV - reprodução ou imitação de título, apólice,


moeda e cédula da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país;

XV - nome civil ou sua assinatura, nome de


família ou patronímico e imagem de terceiros, salvo
com consentimento do titular, herdeiros ou
sucessores;

XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente


conhecidos, nome artístico singular ou coletivo,
salvo com consentimento do titular, herdeiros ou
sucessores;

XVII - obra literária, artística ou científica, assim


como os títulos que estejam protegidos pelo direito
autoral e sejam suscetíveis de causar confusão ou
associação, salvo com consentimento do autor ou
titular;

XVIII - termo técnico usado na indústria, na


ciência e na arte, que tenha relação com o produto
ou serviço a distinguir;

XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em


parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia
registrada, para distinguir ou certificar produto ou
serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de
causar confusão ou associação com marca alheia;

XX - dualidade de marcas de um só titular para


o mesmo produto ou serviço, salvo quando, no caso
de marcas de mesma natureza, se revestirem de
suficiente forma distintiva;
XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do
produto ou de acondicionamento, ou, ainda, aquela
que não possa ser dissociada de efeito técnico;

XXII - objeto que estiver protegido por registro


de desenho industrial de terceiro; e

XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou


em parte, marca que o requerente evidentemente
não poderia desconhecer em razão de sua atividade,
cujo titular seja sediado ou domiciliado em território
nacional ou em país com o qual o Brasil mantenha
acordo ou que assegure reciprocidade de
tratamento, se a marca se destinar a distinguir
produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim,
suscetível de causar confusão ou associação com
aquela marca alheia.

Dessarte, a marca se restringe à classe ou ramo a que pertence. O INPI


calssifica os diversos ramos de atividades econômicas de indústria, comércio e
serviços, agrupando-as segundo o critério da afinidade. Contudo, tal regra
encontra uma única exceção, as marcas de alto renome, que uma vez registradas
nesta categoria não podem ser utilizadas em qualquer ramo (ULHOA, 2003).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, pode-se concluir que o estabelecimento empresarial é


representado pelo conjunto de bens corpóreos e incórpores organizados pelo
empresário de forma a atrair e agradar o maior número de clientes e auferir o
maior lucro possível no exercício de sua atividade empresarial. Outrossim,
infere-se que existem outras expressões utilizadas pela doutrina para designar
esse conjunto de bens, como os termos fundo de
comércio,azienda, hazienda. No entanto, a maioria da doutrina nacional utiliza
a expressão estabelecimento empresarial.

Quanto à natureza jurídica do estabelecimento empresarial, inferimos que


existem seis teorias que buscaram estabelecer em que categoria do
Ordenamento Jurídico se enquadraria a figura do estabelecimento empresarial,
tendo prevalecido no Brasil o entendimento de que o estabelecimento comercial
corresponde a uma universalidade de fato, por ser reunida em razão da
inteligência humana.

Igualmente, conclui-se que os elementos do estabelecimento empresarial se


dividem entre aqueles corpóres e tangíveis e aqueles incórporeos e intangíveis.
Os corpóres são representados pelos bens móveis e imóveis, enquanto os
incorpóreos são representados pelo ponto empresarial, nome empresarial,
acessórios do nome empresarial e pelo direito industrial. Inferimos também que
o direito industrial pode ser resumido em quatro bens, quais sejam, patentes de
invenção, patentes de modelo de utilidade, registro de desenho industrial e
registro de marca.

Por fim, ao descrevermos os diversos elementos que compõem o


estabelecimento empresarial, foi possível conhecer todos os instrumentos de
que dispõe o empresário para auferir lucro e atrair clientela. Sem a utilização
desses elementos seria impossível a realização de qualquer atividade
empresária, pois, não há empresa sem estabelecimento empresarial.

REFERÊNCIAS

BERTOLDI, MARCELO M. Curso avançado de direito comercial,


volume 1: teoria geral do direito comercial, direito societário. 2 ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2003.

COELHO, FÁBIO ULHOA. Curso de direito comercial, volume 1:


direito de empresa. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

COELHO, FÁBIO ULHOA. Manual de direito comercial. 14 ed. São


Paulo: Saraiva, 2003.

FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Manual de direito comercial. 9 ed. São Paulo:


Atlas, 2008.

FRANCO, Vera Helena de Mello. Manual de Direito Comercial, volume


1. 2 ed. São Paudo: Editora Revista dos Tribunais, 2004.

GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA, Rodolfo. Novo curso de


direito civil, volume 1. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

LOPES, Filipe Charone Tavares. Especificidades do nome


empresarial. Jus Navigandi, Teresina, ano 15, n. 2484, 20 abr. 2010.
Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/14716>. Acesso em: 29 out.
2010.

MARTINS, Frans. Curso de direito comercial: empresa comercial,


empresários individuais, microempresas, sociedades comerciais, fundo de
comércio. 30 ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro: Forense, 2006.

REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial, volume 1. 25 ed.


atualizada por Rubens Edmundo Requião. São Paulo: Saraiva, 2003.
TADDEI, Marcelo Gazzi. O estabelecimento empresarial e suas
repercussões jurídicas. Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2421, 16 fev. 2010.
Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=14366>. Acesso
em: 19 outubro de 2010.

Notas:

[1] Fábio Ulhoa Coelho (2009) diferencia o fundo de comércio do


estabelecimento empresarial, o primeiro seria um atributo do segundo;
o estabelecimento seria o conjunto de bens que o empresário reúne
para explorar uma atividade econômica, e o fundo de comércio seria o
valor agragado ao referido conjunto.

[2] Fábio Ulhoa Coelho (2009, p. 99) afirma existir ao todo nove
teorias que versam acerca da natureza do estabelecimento
empresarial, sem, contudo, descrevê-las por completo.

[3] À exceção dos bens de família definidos na Lei n.º 8.009/90.

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