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#SAINDODOFORNO:
Cabe agravo de instrumento contra o provimento jurisdicional que, após a entrada em vigor do CPC/2015,
acolhe ou rejeita incidente de impugnação à gratuidade de justiça instaurado, em autos apartados, na vigência do
regramento anterior. Aplica-se aqui o princípio do tempus regit actum, no qual se fundamenta a teoria do
isolamento dos atos processuais. STJ. 3ª Turma. REsp 1.666.321-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
07/11/2017 (Info 615).
AÇÃO E PROCESSO
Condições da ação: pela leitura da lei, a possibilidade jurídica do pedido desapareceu, mas permanecem
previstos a legitimidade à o interesse processual (Art.17), que ainda conduzem a extinção do processo sem
julgamento de mérito. Caso a demanda seja extinta, a propositura de nova ação depende da correção do vício (art.
486, § 1o). Mesmo sem ser decisão de mérito, admite propositura de rescisória (art. 966).
#SAINDODOFORNO:
A instituição arbitral, por ser simples administradora do procedimento arbitral, não possui interesse processual
nem legitimidade para integrar o polo passivo da ação que busca a sua anulação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.433.940-
MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/09/2017 (Info 613).
O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor do réu cujos interesses está
defendendo. STJ. 4ª Turma. REsp 1.088.068-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 29/08/2017 (Info
613).
Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda do objeto da ação em
razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber qual dos litigantes seria sucumbente se o
mérito da ação fosse julgado, o pagamento das custas e dos honorários advocatícios deve ser rateado entre as
partes. STJ. 3ª Turma. REsp 1641160-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/3/2017 (Info 600)
Em ação civil pública, a formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o Ministério Público Estadual e o
Federal depende da demonstração de alguma razão específica que justifique a presença de ambos na lide. STJ. 3ª
Turma. REsp 1254428-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 2/6/2016 (Info 585).
o As condições da ação, dentre elas o interesse processual e a legitimidade ativa, definem-se da narrativa
formulada inicial, não da análise do mérito da demanda (teoria da asserção), razão pela qual não se recomenda ao
julgador, na fase postulatória, se aprofundar no exame de tais preliminares. STJ. 3ª Turma. REsp 1561498/RJ, Rel.
Min. Moura Ribeiro, julgado em 01/03/2016.
O que o juiz deverá fazer se o autor indicar incorretamente a autoridade coatora na petição inicial do
mandado de segurança? É possível que o magistrado determine a emenda da petição inicial ou notifique a
autoridade correta? O tema é polêmico, sendo possível encontrar decisões nos dois sentidos: 1ª) NÃO. Havendo
erro na indicação da autoridade coatora, deve o juiz extinguir o processo sem julgamento do mérito, pela ausência
de uma das condições da ação, sendo vedada a substituição do polo passivo da relação processual (STJ. 1ª Turma.
AgRg no AREsp 188.954/MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 18/12/2012). 2ª) SIM. Nos casos de
equívoco facilmente perceptível na indicação da autoridade coatora, o juiz competente para julgar o mandado de
segurança pode autorizar a emenda da petição inicial ou determinar a notificação, para prestar informações, da
autoridade adequada, desde que seja possível identificá-la pela simples leitura da petição inicial e exame da
documentação anexada (STJ. 4ª Turma. RMS 45495-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 26/8/2014). STJ. 4ª
Turma. RMS 45495-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 26/8/2014 (Info 551). Comentário do Coach: Essa parece
ser a posição mais afinada com o NCPC.
Negócios jurídicos processuais no novo CPC: a eleição negocial do foro (artigo 47 e 63); a suspensão do
processo por convenção das partes (artigo 313, II).
Além desses, o NCPC incluiu uma cláusula geral dos negócios processuais atípicos (art. 190) e a previsão do
calendário processual contida no art. 191: O primeiro prevê a celebração dos negócios processuais, antes ou
durante o processo, visando mudanças no procedimento ou convencionando sobre os ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, desde que se trate de processos sobre direitos que admitam autocomposição, e desde que as
partes sejam plenamente capazes. O papel do juiz será de controlar a validade das convenções processuais, de
ofício ou a requerimento, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
#SELIGA # I JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ENUNCIADO 17 – A Fazenda Pública pode celebrar convenção processual, nos termos do art. 190 do CPC.
#IMPORTANTE - Consoante Leonardo Carneiro da Cunha, a Fazenda Pública pode praticar atos negociais no
processo, inexistindo vedação legal à celebração de negócios processuais pela Fazenda Pública. De acordo com
Cunha, se o advogado público possui poder para praticar atos processuais, pode celebrar negócios jurídicos
processuais. Assim, em tese, se poderia convencionar a suspensão do processo, escolher o procedimento a ser
adotado, o meio de impugnação a ser utilizado, etc.
Noutro tom, José Roberto Fernandes Teixeira aponta que a Fazenda Pública não pode celebrar negócio
processual quando vislumbrar ofensa ao interesse público, mas é livre para sua celebração quando se destinar a
alcançar um melhor desenvolvimento do processo.
ENUNCIADO 18 – A convenção processual pode ser celebrada em pacto antenupcial ou em contrato de
convivência, nos termos do art. 190 do CPC.
o Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais,
quando for o caso. § 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão
modificados em casos excepcionais, devidamente justificados. § 2º Dispensa-se a intimação das partes para a
prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
De acordo com a doutrina, constitui ação cognitiva de natureza constitutiva aquela que, além de apresentar um
conteúdo declaratório, também cria, modifica ou extingue um estado ou uma relação jurídica. (CESPE PGM BH
2017).
#SAINDODOFORNO
Decisão que não aprecia o mérito não gera impedimento por parentesco entre magistrados. STJ. 3ª Turma. REsp
1.673.327-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info 611).
COMPETÊNCIA
Critérios de prevenção (art. 59): "Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo".
No NCPC não interessa mais despacho, citação, etc.
Modificação de competência e cláusula de eleição de foro: Art. 63. As partes podem modificar a competência
em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A
eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado
negócio jurídico. § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3o Antes da citação, a
cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa
dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de
eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
Possibilidade de reunião de processos semelhantes para julgamento conjunto mesmo que não haja conexão
em sentido estrito: Art. 55, § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre
eles.
Não há, em regra, interesse jurídico da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – para figurar como ré ou
assistente simples de ação de repetição de indébito relativa a valores cobrados por força de contrato de
fornecimento de energia elétrica celebrado entre usuário do serviço e concessionária do serviço público. Em razão
disso, essa ação é de competência da Justiça Estadual. STJ. 1ª Seção. REsp 1389750-RS, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo) (Info 601).
A simples presença do MPF na lide faz com que a causa seja da Justiça Federal? Em outras palavras, todas as
ações propostas pelo Parquet federal serão, obrigatoriamente, julgadas pela Justiça Federal? Esta é a posição que
prevalece tanto no STJ como atualmente também no STF. STJ. 4ª Turma. REsp 1.283.737-DF, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 22/10/2013 (Info 533). STF. 2ª Turma. RE 822816 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
08/03/2016. (Vale também para a DPU, segundo STJ, no CC 144.922 – Caso Samarco)
#FAZENDAPÚBLICA
Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da Constituição de 1988 sem prestar concurso.
STF. Plenário. CC 7.950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/09/2016 (Info 839).
#SAINDODOFORNO:
Não compete à Justiça do Trabalho julgar controvérsia referente aos reflexos de vantagem remuneratória, que
teve origem em período celetista anterior ao advento do regime jurídico único. Reconhecido que o vínculo atual
entre o servidor e a Administração Pública é estatutário, compete à Justiça comum processar e julgar a causa. É a
natureza jurídica do vínculo existente entre o trabalhador e o Poder Público, vigente ao tempo da propositura da
ação, que define a competência jurisdicional para a solução da controvérsia, independentemente de o direito
pleiteado ter se originado no período celetista. STF. Plenário. Rcl 8909 AgR/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red.
p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/09/2016 (Info 840). STF. 2ª Turma. Rcl 26064 AgR/RS, rel. orig. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/11/2017 (Info 885).
SUJEITOS DO PROCESSO
O dano processual não é pressuposto para a aplicação da multa por litigância de má-fé prevista no art. 18 do
CPC/1973 (art. 81 do CPC/2015). Trata-se de mera sanção processual, aplicável inclusive de ofício, e que não tem
por finalidade indenizar a parte adversa. STJ. 3ª Turma. REsp 1628065-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel.
p/acórdão Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 21/2/2017 (Info 601).
Intervenção Anômala ou Anódina: Art. 5º da Lei nº 9.469/1997: Art. 5º A União poderá intervir nas causas em
que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas
públicas federais. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa
ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de
interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais
reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de
competência, serão consideradas partes.
- LITISCONSÓRCIO
CONCEITO: Litisconsórcio há apenas quando, no mesmo polo do processo, existe uma pluralidade de partes
ligadas por uma afinidade de interesses.
CLASSIFICAÇÃO: a) Quanto aos sujeitos – Ativo, Passivo e Misto; b) Quanto ao momento – Inicial e Ulterior; c)
Quanto aos efeitos – Simples e Unitário
LITISCONSÓRCIO SIMPLES: possibilidade de que a decisão seja diferente para os litisconsortes no mesmo polo.
LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO: obrigatoriedade de que a decisão seja a mesma para os litisconsortes no mesmo polo.
Quanto à obrigatoriedade – Facultativo e Necessário
1) Facultativo: a) o entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; b) entre as
causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; c) ocorrer afinidade de questões por ponto comum de
fato ou de direito.
2) Obrigatório: a) por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da
sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO: litisconsórcio formado por um número excepcionalmente grande de
litigantes, sempre que, em razão de sua formação, possa ocorrer o comprometimento da defesa, ou do
cumprimento de sentença, ou a rápida solução do litígio. Por motivos atinentes à paridade de armas e à efetividade
do processo, portanto, é possível desmembrar o litisconsórcio.
- INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Com o Novo CPC, a nomeação à autoria deixa de existir, dando lugar à técnica da correção da legitimidade
passiva, disciplinada nos arts. 338 e 339, ambos do NCPC, que será estudada em outra oportunidade.
A oposição não consta mais como intervenção de terceiro típica, tornando-se um procedimento especial,
previsto no art. 682 a 686, do NCPC. A oposição em termos gerais é o instituto por intermédio do qual o
terceiro reclama o bem ou o direito disputado em processo alheio.
Foram acrescentadas duas novas hipótese de intervenção de terceiros: o amicus curiae e a
desconsideração de personalidade jurídica.
- ASSISTÊNCIA: terceiro com interesse jurídico que uma das partes processuais seja a vencedora da demanda; o
assistente receberá o processo no estado em que se encontrar.
Espécies:
ASSISTÊNCIA
Simples Litisconsorcial
A parte ingressa em juízo para auxiliar Sempre que a sentença influir na
uma das partes por possuir interesse relação jurídica entre ele e o adversário
jurídico no deslinde da demanda. do assistido.
O assistente é um coadjuvante no O assistente recebe tratamento de
processo (atividade subordinada). parte.
DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Constitui uma demanda, pois ela envolve o direito de ação. Essa demanda se caracteriza por ser: a)
incidente; b) regressiva; c) eventual; e d) antecipada.
Hipóteses de denunciação da lide:
- ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a
fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
- àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de
quem for vencido no processo.
Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e
acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.
Feita a denunciação pelo réu:
- se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na
ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
- se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa,
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação
regressiva;
- se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante
poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a
procedência da ação de regresso.
Não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses em que o
denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.637.108-PR, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017 (Info 606).
CHAMAMENTO AO PROCESSO:
Admite-se o chamamento do afiançado quando o fiador for demandado.
Admite-se o chamamento ao processo dos demais fiadores quando a ação for proposta apenas contra um
deles.
Admite-se o chamamento ao processo dos demais devedores solidários quando o credor ingressar contra
um deles apenas.
CABÍVEL: na fase de conhecimento; execução de título extrajudicial.
AMICUS CURIAE:
Terceiro que, espontaneamente, a pedido da parte ou por provocação do órgão jurisdicional, intervém no
processo para fornecer subsídios que possam aprimorar a qualidade da decisão.
Autoriza-se o amicus curiae quando envolver matéria relevante, tema específico ou repercussão social da
controvérsia
O amicus curiae poderá opor embargos de declaração e interpor recursos que julgue os incidentes de
resolução de demandas repetitivas.
#SELIGA #ENUNCIADO 12 DA I JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – É cabível a intervenção de amicus curiae
(art. 138 do CPC) no procedimento do Mandado de Injunção (Lei n. 13.300/2016).
ATOS PROCESSUAIS
Reconhecimento da postura protagonista do advogado em termos de intimação: Art. 269. (...)§ 1º É facultado
aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a
seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento. § 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com
cópia do despacho, da decisão ou da sentença.
Ordem preferencial de citação no NCPC: 1) meio eletrônico (art. 270); 2) pelo órgão oficial - diários de justiça
(art. 272) e 3) pessoal (art. 273).
Nos casos de intimação/citação realizadas por correio, oficial de justiça, ou por carta de ordem, precatória ou
rogatória, o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou
da juntada da carta. STJ. Corte Especial. REsp 1.632.777-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
17/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 604).
Contagem de prazos (art. 219): somente dias úteis (durante os feriados declarados por lei, aos sábados e
domingos, além dos dias em que não haja expediente forense, a contagem do prazo ficará suspensa). #OBS: a
maioria dos prazos de recursos são de 15 dias. Se tiver dúvida (e sentir necessidade de chutar), CHUTE 15. A
exceção são os Embargos de Declaratórios (5 dias).
Fim do prazo em quádruplo para Fazenda Pública. O art. 183 da Lei nº 13.105/2015 (Novo CPC) estabelece que
a Fazenda Pública goza de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais e que a contagem dos
prazos terá início a partir da intimação pessoal de seus representantes legais, sendo possível que esta intimação
ocorra por remessa dos autos, carga destes ou através de intimação por meio eletrônico (art. 183, § 1º). Este prazo
em dobro somente deixará de ser aplicado quando a lei de forma expressa determinar prazo diferente e próprio
para a Fazenda Pública (art. 183, § 2º).
Prazo em dobro para advogados diferentes e de escritórios distintos: Art. 229. Os litisconsortes que tiverem
diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. Cessa a contagem em dobro
se, havendo apenas dois réus, é oferecida a defesa por apenas um deles (art. 229, §1, CPC). Não se conta prazo em
dobro para recorrer quando apenas um dos litisconsortes haja sucumbido (Súmula 641, STF). No processo
eletrônico os litisconsortes com procuradores distintos de diferentes escritórios não têm prazo em dobro (art. 229,
§ 2, CPC).
Concentração de atos na contestação: Diferentemente do Código de 1973, no NCPC a contestação concentrará
quase todas as defesas, tendo em vista que as seguintes exceções passaram ser preliminares da contestação:
exceção de incompetência relativa (art. 337, II); impugnação ao valor da causa (art. 337, III); Impugnação ao
benefício da justiça gratuita (art. 337, XIII); Reconvenção (art. 343); Denunciação da lide passiva (art. 126);
chamamento ao processo (art. 131); demais preliminares (art. 337); impugnação específica (art. 341), etc.
Como regra geral, o réu deve se manifestar sobre todo o conteúdo da petição inicial, de uma só vez, em sua
contestação. Porém, a lei processual admite, excepcionalmente, que, mesmo depois de apresentada a defesa, o
réu apresente novas alegações, nas seguintes hipóteses: (I) quando as alegações forem relativas a direito ou a fato
superveniente; (II) quando competir ao juiz conhecer delas de ofício; e (III) quando, por expressa autorização legal,
puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 342, CPC/15).
PROCEDIMENTOS
Não existe mais dualidade entre rito ordinário e sumário. O rito passa a ser comum, além dos especiais que
continuam existindo.
Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido deve ser indicado. Pelo CPC
acaba a prática de deixar “à livre prudência do magistrado”, deve o autor indicar o valor que deseja de dano
moral Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (...)V - na ação indenizatória,
inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido. Pela leitura deste inciso, o CPC exige que a parte
quantifique o dano moral.
Audiência de conciliação/mediação: passa a existir como regra uma audiência de conciliação antes da
apresentação da defesa (que será oferecida 15 dias após frustrada a tentativa de conciliação). Essa audiência pode
ser dispensada entre as partes de comum acordo ou quando não admitir composição (arts. 334 e 335, hipótese
comum de acontecer em várias ações que envolvem a Fazenda Pública). Lembrar que não adianta o autor colocar
na petição inicial o não interesse na conciliação – o réu deve estar no mesmo sentido. #SELIGA: Cuidado com isso
na prova prática!
Tutela provisória é gênero que comporta duas espécies: tutela de evidência e tutela de urgência.
o Com o advento do NCPC subsiste o processo cautelar? — Não, as medidas cautelares antes ventiladas por
este, devem ser requeridas no bojo do mesmo processo - sem instaurar nova relação processual.
o Não há́ hipótese de instauração de processo autônomo para a tutela de urgência? — Há sim - quando for
tutela de urgência cautelar em caráter antecedente. Art. 305 CPC. Diz que a inicial que visar a cautelar antecedente
indicará a lide e seu fundamento e o direito que se quer assegurar + perigo dano ou risco de resultado útil. Na
tutela de urgência em caráter antecedente poderá haver apenas uma relação jurídica? Poderá ou não ter DUAS
relações jurídicas autônomas - o art. 308, §1, dá a possibilidade de nos mesmos autos formular cautelar e principal.
Artigo fala que efetivada cautelar o principal deve ser formulado em 30 dias - mas o parágrafo 1º afirma que
podem ser formulados em conjunto. As cautelares típicas deixam de existir no NCPC podendo ser concedidas no
bojo do processo, mas com o objetivo de uma tutela provisória.
o Persiste o poder geral de cautela? — O NCPC não prevê expressamente como fazia o CPC/73 (art. 798 ),
apenas dispõe sobre um poder geral de efetivação das medidas de urgência já́ deferidas. Prestar atenção ao
enunciado!!! Se falar expressamente prevista no CPC estará errada. Pode o juiz de ofício conceder medidas
cautelares? Pela literalidade do NCPC, não. Foi suprimido o art. 798 do CPC/73 que previa tal possibilidade.
o A tutela jurisdicional inibitória – que visa a prevenir a consumação do ilícito, pode ser requerida com fulcro
nos seguintes artigos:
1) CF/88 Art. 5 XXXV – (inafastabilidade de jurisdição).
2) NCPC, art. 139, IV -juiz (determinar medidas coercitivas),
3) NCPC, art. 536, § 1º (resultado prático obrigação de Fazer e não fazer)
4) NCPC, art. 538, §1 (entrega de coisa)
5) CDC, art. 84, §5 (assegurar resultado prático) 6) Lei 7.347, art. 11.
o O art. 1º da Lei nº 9.494/97 determina, entre outras vedações, que não será cabível tutela antecipada contra o
Poder Público visando obter a reclassificação ou equiparação de servidores públicos ou a concessão de aumento ou
extensão de vantagens pecuniárias. O STF declarou que esse dispositivo é constitucional (ADC 4). Vale ressaltar, no
entanto, que a decisão proferida na referida ADC 4 não impede toda e qualquer antecipação de tutela contra a
Fazenda Pública. Somente está proibida a concessão de tutela antecipada nas hipóteses listadas no art. 1º da Lei nº
9.494/97, que deve ser interpretado restritivamente. No presente julgado, o STF afirmou que seria possível a
concessão de tutela antecipada tratando sobre férias de servidores públicos, considerando que isso não envolve a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos nem a concessão de aumento ou extensão de vantagens. STF.
Plenário. Rcl 4311/DF, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 6/11/2014 (Info 766).
#DEOLHONOESQUEMA:
Incidental
Cautelar
Antecedente
Urgência
Tutela Provisória Incidental
Evidência Antecipada
Antecedente
PROVAS
Teoria Dinâmica do Ônus da prova: Tradicionalmente, a distribuição do ônus da prova no processo era feita de
modo estático. Cuidado com assertivas que dizem que a prova não cabe mais a quem alega. Essa ainda é a regra
(art. 373, inc. I e II). Assim, a regra é a distribuição estática no ônus da prova. O que é preciso para haver a
distribuição dinâmica do ônus da prova?
o 1) previsão legal (como ocorre com CDC, por exemplo);
o 2) impossibilidade ou a excessiva dificuldade de cumprir o seu ônus (prova diabólica);
o 3) maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário (aptidão da prova);
o 4) decisão fundamentada
o 5) oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. A desincumbência do encargo pela parte não
pode ser impossível ou excessivamente difícil. Em outras palavras, não se admite simplesmente a mera
transferência de prova, sob pena de apenas trocar de lugar as injustiças. A inversão só faz sentido se a outra parte
tiver melhores condições de obter o meio de prova.
Possível a convenção das partes sobre distribuição diversa dos ônus probatório? Perfeitamente - O negócio
processual pode ocorrer antes ou durante o processo. Percebe-se assim, que o novo diploma legislativo está em
consonância com os ditames do atual momento vivido pelo processo, onde há a valorização da colaboração e da
boa-fé no processo, sendo vedada a decisão-surpresa que surpreende as partes com a inversão do ônus da prova
na sentença, sem conferir a oportunidade prévia de comprovar antes da prolação da decisão.
Prova emprestada X NCPC. O NCPC prevê expressamente a possibilidade de prova emprestada: Art. 372. O juiz
poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,
observado o contraditório. Lembrando que o STJ já admitiu que para haver prova emprestada não há necessidade
de as partes serem idênticas no processo de onde deriva a prova emprestada, bem como admissível a oriunda do
processo criminal mesmo sem o trânsito em julgado desta. Quanto à forma, a prova emprestada é sempre
documental.
o É possível compartilhar as provas colhidas em sede de investigação criminal para serem utilizadas, como
prova emprestada, em inquérito civil público e em outras ações decorrentes do fato investigado. Esse
empréstimo é permitido mesmo que as provas tenham sido obtidas por meio do afastamento ("quebra") judicial
dos sigilos financeiro, fiscal e telefônico. STF. 1ª Turma. Inq 3305 AgR/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 23/2/2016 (Info 815).
o A prova pode ser emprestada mesmo que a parte contra a qual será utilizada não tenha participado do
processo originário onde foi produzida? SIM. É admissível, assegurado o contraditório, a prova emprestada vinda
de processo do qual não participaram as partes do processo para o qual a prova será trasladada. STJ. Corte
Especial. EREsp 617428-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/6/2014 (Info 543).
# I JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL ENUNCIADO 30 – É admissível a prova emprestada, ainda que não
haja identidade de partes, nos termos do art. 372 do CPC.
Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da
audiência designada (art. 455). Descumprida essa exigência, importará desistência da testemunha (texto de lei
ótimo para prova objetiva).
O NCPC trouxe nova hipótese de competência delegada: Art. 381, § 4º, do CPC/2015: "O juízo estadual tem
competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de
empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal”.
Recaindo a perícia sobre a própria parte, é necessária a sua intimação pessoal, não por meio do seu advogado,
uma vez que se trata de ato personalíssimo. STJ. 4ª Turma. REsp 1.364.911-GO, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em
1/9/2016 (Info 589).
O conceito de documento comum, previsto no art. 844, II, do CPC/1973, não se limita àquele pertencente a
ambas as partes, mas engloba também o documento sobre o qual elas têm interesse comum, independentemente
de o solicitante ter participado de sua elaboração. STJ. 3ª Turma. REsp 1.645.581-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 8/8/2017 (Info 609).
O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária, que deve
corresponder apenas à condenação referente ao mérito principal da causa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.367.212-RR, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/6/2017 (Info 608)
#FAZENDAPÚBLICA #ABREOOLHO: É permitida a imposição de multa diária (astreintes) a ente público para
compeli-lo a fornecer medicamento a pessoa desprovida de recursos financeiros. STJ. 1ª Seção. REsp 1.474.665-RS,
Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 26/4/2017 (recurso repetitivo) (Info 606).
#SAINDODOFORNO #ACARADAPGE:
Não se admite o cabimento da remessa necessária, tal como prevista no art. 19 da Lei nº 4.717/65, nas ações
coletivas que versem sobre direitos individuais homogêneos. Ex: ação proposta pelo MP tutelando direitos
individuais homogêneos de consumidores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.374.232-ES, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 26/09/2017 (Info 612).
o O Decreto-Lei 3.365/1941 (desapropriação por utilidade pública) – prevê no art. 28 § 1º que quando a Fazenda
é condenada a pagar o valor correspondente ao dobro do que pagaria na desapropriação deverá haver reexame
necessário (independentemente do valor).
#RIP #GOODBYEMYFRIEND Deixaram de existir no processo civil com o NCPC: os Embargos Infringentes e o
agravo retido.
A regra agora é que o juízo de admissibilidade seja feito no próprio Tribunal ad quem, entretanto há exceção em
se tratando do RE e RESP.
Casos em que o NCPC prevê juízo de retratação: a) apelação em desfavor da sentença que indefere a petição
inicial; b) apelação contra sentença de improcedência liminar do pedido; c) apelação contra sentença que extingue
o processo sem julgamento de mérito; d) nos casos de agravo de instrumento; e) agravo interno; f) recurso especial
e extraordinário repetitivos.
Há dispensa do recolhimento do porte de remessa e retorno no processo em autos eletrônicos.
Agravo de instrumento no NCPC: prazo de 15 dias úteis; passou a ter hipóteses taxativamente previstas em lei
(art. 1.015) e antes de inadmitir o recurso, o relator concederá o prazo de 5 dias ao recorrente para que seja
sanado vício ou complementada a documentação exigível, independente de se tratar de peças essenciais ou não
essenciais à formação do instrumento.
o Súmula 579-STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos
embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.
Prevê o parágrafo único do art. 932 do NCPC que o relator antes de considerar inadmissível o recurso,
concederá ao recorrente o prazo de 5 dias para que seja sanado o vício ou para que seja complementada a
documentação. Só que o STF interpreta que só se aplica aos casos em que seja necessário sanar vícios formais,
como ausência de procuração ou de assinatura, e não à complementação da fundamentação. Assim, esse
dispositivo não incide nos casos em que o recorrente não ataca todos os fundamentos da decisão recorrida. Isso
porque, nesta hipótese, seria necessária a complementação das razões do recurso, o que não é permitido.
#ATENÇÃO Não confunda embargos infringentes com embargos de divergência. O primeiro não existe mais no
ordenamento. O segundo é cabível em tribunais superiores.
#CAINDODIRETO Embargos de declaração: no CPC sempre interrompeu o prazo para demais recursos, mas na
9.099/1995 (Juizados) suspendia. Isso era pegadinha clássica. Ocorre que o NCPC alterou a 9.099 para que neste
procedimento os embargos de declaração também interrompam o prazo. Há agora previsão de fungibilidade dos
embargos de declaração para agravo interno. Art. 1024. (...) § 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração
implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão
originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15
(quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. Caso os embargos de declaração
sejam tidos por protelatórios incidirá multa de 2% sobre o valor da causa, sendo possível majorar até 10%. Não
serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 anteriores houverem sido considerados protelatórios.
#SAINDODOFORNO #DIZERODIREITO:
Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não admite recurso
extraordinário. Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes não irão suspender ou interromper o
prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do CPC/2015. Como consequência, a parte perderá o prazo para
o agravo. Nas palavras do STF: os embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do tribunal que
não admite recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para interposição de agravo, por serem
incabíveis. STF. 1ª Turma. ARE 688776 ED/RS e ARE 685997 ED/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 28/11/2017
(Info 886).
Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo que não admite Resp sob a alegação de que o mérito do
acórdão impugnado está em sintonia com o entendimento do STJ Cabem embargos de divergência no âmbito de
agravo que não admite recurso especial com base na Súmula 83/STJ para dizer que, no mérito, o acórdão
impugnado estaria em sintonia com o entendimento firmado por esta Corte Superior. STJ. 1ª Seção. EAREsp
200.299-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/8/2017 (Info 610).
É possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela em sede de sustentação oral. STJ. 4ª Turma.
REsp 1.332.766-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 1/6/2017 (Info 608).
É POSSÍVEL a apreciação do recurso extraordinário com repercussão geral mesmo que, no caso concreto, tenha
havido prejudicialidade do tema discutido, nos casos em que o mérito do recurso tenha relevância social e
política. STF. Plenário. ARE 1054490 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5/10/2017 (Info 880).
#ATENÇÃOAQUI: O CPC/2015 permite que o STF analise o tema da repercussão geral mesmo que haja desistência
do recurso. Confira: Art. 998. (...) Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja
repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou
especiais repetitivos. No caso agora, temos uma espécie de ampliação deste parágrafo único para também admitir
a análise da questão mesmo que o tema concreto discutido no recurso extraordinário tenha “perdido o objeto”
(perdido o interesse recursal).
PRECEDENTES
Valorização dos precedentes: Fredie Didier apresenta o seguinte conceito para precedente: “é a decisão judicial
à luz de um caso concreto, cujo núcleo essencial pode servir como diretriz para o julgamento posterior de casos
análogos”. De acordo com a doutrina de Leonardo Carneiro da Cunha, precedente “é uma decisão judicial, que tem
relação de anterioridade a outras, servindo-lhes de premissa”. Conforme afirma José Rogério Cruz e Tucci, “todo
precedente é composto de duas partes: a) circunstâncias de fato que embasam a controvérsia; b) a tese ou
princípio jurídico assentado na motivação do provimento decisório”.
o #DEOLHONANOMENCLATURA: Este último elemento que consiste na tese ou princípio jurídico expresso no
fundamento da decisão é o que chama de ratio decidendi. Trata-se da concreta expressão do resultado a que se
chegou o juiz com a interpretação e a aplicação da norma jurídica ao caso que lhe foi posto a julgamento. O
conceito de obIter dictum é o alcançado por exclusão: é tudo aquilo que não compõe a ratio decidendi da decisão.
Ele não faz parte da atividade hermenêutica inerente ao caso concreto; constitui, portanto, uma mera afirmação
estranha à interpretação e aplicação da norma jurídica.
Os precedentes geralmente são vinculados aos países de tradição common law. Ocorre, contudo, que eles estão
presentes nos países de tradição civil law. Assim, a prática de seguir precedentes é comum à tradição jurídica
ocidental como um todo (civil law e common law). Todavia, o que é peculiar à tradição de common law é a doutrina
dos precedentes vinculantes (doctrine of binding precedents). Na sua concepção mais rígida, o stare decisis indica a
obrigação do juiz, ao solucionar os casos, de não se desviar da solução empregada em precedente ensejado por
decisão de um caso análogo, ainda que o próprio juiz do caso presente considere a solução inadequada ou injusta.
As distinções (distinguishing) são a principal forma de operar com precedentes. Consistem na atividade dos
juristas de fazer diferenciações entre um caso e outro. Ela pode ser realizada por todo e qualquer órgão julgador,
ou seja, tanto pelo tribunal do qual se emanou o precedente como pelos juízes e tribunais inferiores, vinculados à
norma do precedente. Comparando quaisquer dois casos, diferenças existirão, mas em sentido técnico só se pode
falar em distinção jurídica quando esta se der entre os fatos substanciais.
As mudanças no contexto social, econômico, político ou mesmo jurídico podem tornar imprescindível a
mudança de determinada norma jurídica, caso contrário injustiças serão cometidas. Nesse cenário, a doutrina
aponta o overruling e o overriding como técnicas para a superação dos precedentes. Segundo Didier Jr., overrruling
“é a técnica através da qual um precedente perde a sua força vinculante e é substituído (overruled) por um outro
precedente”. É semelhante à revogação de uma lei por outra; overriding “quando o tribunal apenas limita o âmbito
de incidência de um precedente, em função da superveniência de uma regra ou um princípio legal”. Aqui, não existe
a superação total do precedente, mas apenas uma superação parcial. É uma espécie de derrogação.
#IMPORTANTE: O artigo 489 do NCPC, em seu §1º, trouxe inovações nos parâmetros para
que se tenha uma fundamentação adequada. Entre as diretrizes apontadas, os
precedentes são mencionados nos incisos V e VI. No primeiro, há nítida intenção de se
destacar a necessidade de se observar as circunstâncias fáticas e jurídicas que formam o
precedente e compará-lo com aquelas apresentadas com o caso concreto: não se
considera fundamentada qualquer decisão judicial que se limitar a invocar precedente ou
enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos.
Na sequência, o inciso VI tem a cautela de apontar as 2 hipóteses de não aplicação de
precedentes: distinguish e overruling. Assim, não se considera fundamentada qualquer
decisão se deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento.
EXECUÇÃO
Ordem preferencial da penhora: Art. 835. (...) § 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas
demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. CUIDADO
para quem decorou a Súm. 417 do STJ que dizia que na execução civil, a penhora em dinheiro na ordem de
nomeação de bens não tem caráter absoluto. Essa foi SUPERADA – Dinheiro tem prioridade na penhora.
o A cota de fundo de investimento não se subsume à ordem de preferência legal disposta no inciso I do art.
835 do CPC/2015 (art. 655 do CPC/1973). Em outras palavras, as cotas de fundo de investimento não podem ser
consideradas como dinheiro aplicado em instituição financeira. STJ. 2ª Seção. REsp 1.388.642-SP, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 3/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589).
#OLHAOGANCHO: Impugnação ao cumprimento de sentença e garantia do juízo: O Novo CPC modificou o
tratamento da impugnação ao cumprimento de sentença, permitindo que seja ofertada, em qualquer caso, mesmo
sem a garantia do juízo.
O NCPC prevê hipótese de execução invertida: Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o
cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido,
apresentando memória discriminada do cálculo. O NCPC admite a penhora de salário, desde que o devedor ganhe
mais de 50 salários mínimos (art. 833, §2º). No NCPC fica expressamente proibida a aplicação do parcelamento da
dívida no cumprimento de sentença, ou seja, só é possível o parcelamento nas execuções de título extrajudicial
(art. 916, §7º). Non liquet (STJ): se não há provas suficientes para definir o quantum debeatur, o juiz extinguirá o
processo de liquidação sem julgamento do mérito, sendo a parte autorizada a propor nova liquidação caso reúna
novas provas.
#DEOLHONAJURIS #SAINDODOFORNO
Dentro do sistema de execução, a fiança bancária e o seguro garantia judicial produzem os mesmos efeitos
jurídicos que o dinheiro para fins de garantir o juízo, não podendo o exequente rejeitar a indicação, salvo por
insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da salvaguarda oferecida. STJ. 3ª Turma. REsp 1.691.748-PR, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 07/11/2017 (Info 615).
É possível a conversão do procedimento de execução para entrega de coisa incerta para execução por quantia
certa na hipótese em que o produto perseguido for entregue com atraso, gerando danos ao credor da obrigação.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.507.339-MT, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/10/2017 (Info 614).
Em se tratando de conta corrente conjunta solidária, na ausência de comprovação dos valores que integram o
patrimônio de cada um, presume-se a divisão do saldo em partes iguais, de forma que os atos praticados por
quaisquer dos titulares em suas relações com terceiros não afetam os demais correntistas. STJ. 3ª Turma. REsp
1.510.310-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/10/2017 (Info 613).
Para que o imóvel rural seja impenhorável, nos termos do art. 5º, XXVI, da CF/88 e do art. 833, VIII, do CPC, é
necessário que cumpra apenas dois requisitos cumulativos:
1) seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela lei; e
2) seja trabalhado pela família.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.591.298-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 14/11/2017 (Info 616).
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Ação Monitória: as hipóteses de cabimento foram ampliadas (pagamento e quantia em dinheiro, a entrega de
coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel e o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer).
STJ. SÚMULA 339 – É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública. STJ. SÚMULA 504 – O prazo para
ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte ao vencimento do título.
Notificação (quero fazer alguma coisa) vs. Interpelação (quero que você faça alguma coisa): CPC, art. 726.
Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua vontade a outrem sobre assunto juridicamente relevante
poderá notificar pessoas participantes da mesma relação jurídica para dar-lhes ciência de seu propósito. CPC, art.
727. Também poderá o interessado interpelar o requerido, no caso do art. 726, para que faça ou deixe de fazer o
que o requerente entenda ser de seu direito.
Embargos de terceiro (cabimento): Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de
conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas
sempre antes da assinatura da respectiva carta. Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de
interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente. #NÃOCONFUNDIR Cabe no conhecimento,
não é embargos do executado.
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário, ajuizada por associação
civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do
órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da
relação jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento. STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 10/5/2017 (repercussão geral) (Info 864).
Representação Processual
Representação processual
Sindicato
Desnecessária autorização expressa
Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
Súmula 625 do STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.
#CONTRARIOSENSU QUANTO À MATÉRIA DE FATO, impede.
Súmula 460 do STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada
pelo contribuinte.
Suspensão de Liminar: Art. 12 da Lei nº 7.347/1985: Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou
sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
o § 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à
saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do
respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma
das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
o § 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao
autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
A jurisprudência do STJ é no sentido de que o deslocamento de pessoa jurídica de Direito Público do polo
passivo para o ativo na Ação Civil Pública é possível quando presente o interesse público, a juízo do representante
legal ou do dirigente, nos moldes do art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/1965, combinado com o art. 17, § 3º, da Lei de
Improbidade Administrativa. [...] Se a ação é movida simultaneamente contra o particular e o Estado, admite-se
que este migre para o polo ativo da demanda. A alteração subjetiva, por óbvio, implica reconhecimento implícito
dos pedidos, sobretudo os de caráter unitário (p. ex., anulação dos atos administrativos impugnados), e só deve ser
admitida pelo juiz, em apreciação ad hoc, quando o ente público demonstrar, de maneira concreta e indubitável,
que de boa-fé e eficazmente tomou as necessárias providências saneadoras da ilicitude, bem como medidas
disciplinares contra os servidores ímprobos, omissos ou relapsos. REsp 1391263 / SP. Segunda Turma. Rel. Min.
Herman Benjamin. Julgamento: 06/05/2014. Publicação DJe: 07/11/2016
Admite-se emenda à inicial de ação civil pública, em face da existência de pedido genérico, ainda que já tenha
sido apresentada a contestação. STJ. 4ª Turma. REsp 1.279.586-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
03/10/2017 (Info 615).
#ATENÇÃO #PROVAPRÁTICA #FAZENDANAVEIA: Suspensão de Segurança: Art. 15 da Lei nº 12.016/2009: Art.
15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença,
dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na
sessão seguinte à sua interposição.
O pagamento dos valores devidos pela Fazenda Pública entre a data da impetração do mandado de segurança e
a efetiva implementação da ordem concessiva deve observar o regime de precatórios previsto no artigo 100 da
Constituição Federal. RE 889173. Rel. Min. Luiz Fux. Julgamento: 08/08/2015. Publicação DJe: 17/08/2015
O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem integrante de
proventos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a mês. A redução, ao contrário da supressão de
vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito. Assim, o
prazo decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês. • Ato que SUPRIME vantagem: é
ato ÚNICO (o prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado tomou ciência do ato). • Ato que REDUZ
vantagem: consiste em prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês). STJ. Corte
Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015 (Info 578).
#AJUDAMARCINHO
Ato que SUPRIME vantagem Ato que REDUZ vantagem
Ato único. Prestação de trato sucessivo.
O prazo para o MS é contado da data em que o O prazo para o MS renova-se mês a mês
prejudicado toma ciência do ato. (periodicamente).
O ato administrativo que suprime vantagem de A redução de vencimentos sofrida por
servidor é ato único e de efeitos permanentes, servidores denota prestação de trato
iniciando-se o prazo decadencial para MS no sucessivo, em que o prazo decadencial renova-
dia em que ele tem ciência da supressão. se mês a mês.
(...) 2. A Terceira Seção deste Superior Tribunal (...) Esta Corte vem definindo que quando
de Justiça firmou entendimento no sentido de houver redução, e não supressão do valor de
que a supressão de vantagem pecuniária vantagem, fica configurada a prestação de
devida a servidor público caracteriza-se como trato sucessivo, que se renova mês a mês, pois
ato comissivo, único e de efeitos permanentes, não equivale à negação do próprio fundo de
não havendo, pois, que se falar em prestações direito, não havendo que se falar, portanto, em
de trato sucessivo. decadência do mandado de segurança. (...)
(AgRg no Ag 909.400/PA, Rel. Min. Maria (AgRg no REsp 1110192/CE, Rel. Min. Celso
Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado Limongi (Des. Conv. do TJ/SP), Sexta Turma,
em 15/04/2010) julgado em 04/05/2010)
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS NAS AÇÕES COLETIVAS: atipicidade, primazia da solução do mérito (agora também nos
individuais, em razão do NCPC), representação adequada (ou controle judicial da legitimação coletiva), ampla
divulgação da demanda coletiva (fair notice), indisponibilidade mitigada (MP tem que assumir se houver
desistência infundada ou abandono da ação), máximo benefício da tutela jurisdicional coletiva (transporte in
utilibus da coisa julgada coletiva), competência adequada.
- O Ministério Público Federal é parte ilegítima para ajuizar ação civil pública que visa à anulação da tramitação de
Projeto de Lei do Plano Diretor de município, ao argumento da falta de participação popular nos respectivos
trabalhos legislativos. No caso concreto, o MPF ajuizou ACP contra o Município de Florianópolis e a União
argumentando que o Poder Executivo Municipal teria encaminhado à Câmara de Vereadores o projeto de Lei do
Plano Diretor da cidade sem a realização das necessárias audiências públicas, o que violaria o Estatuto da Cidade. O
STJ entendeu que a legitimidade para essa demanda seria do Ministério Público estadual (e não do MPF) (STJ, Info
616).
- Após o trânsito em julgado de decisão que julga improcedente ação coletiva proposta em defesa de direitos
individuais homogêneos, independentemente do motivo que tenha fundamentado a rejeição do pedido, não é
possível a propositura de nova demanda com o mesmo objeto por outro legitimado coletivo, ainda que em outro
Estado da federação (STJ, Info 575).
- Admite-se emenda à inicial de ação civil pública, em face da existência de pedido genérico, ainda que já tenha sido
apresentada a contestação (STJ, Info 615).
#BORATABELAR #AJUDAMARCINHO:
LITÍGIO POSSESSÓRIO COLETIVO (art. 565, caput e parágrafo 2º, NCPC): não é caso de ação coletiva, mas de
litisconsórcio multitudinário. Se envolver hipossuficientes, deve haver a intimação da Defensoria Pública. É um
exemplo de ação coletiva passiva.
COMPETÊNCIA NAS AÇÕES COLETIVAS: É determinada pelo local do dano (local, regional ou nacional): art. 2°, LACP
e art. 93, CDC. Entende-se que é um critério de competência absoluta! Não há prerrogativa de foro na ACP. Nas
causas relacionadas ao direito indígena, não é o fato de ter índio no processo que fixa a competência da Justiça
Federal, mas a causa de pedir “direito dos povos indígenas”.
ACP X ADC X ADI: Decidiu-se que a ACP pode, sim, controlar a constitucionalidade de leis e atos normativos,
porém, apenas de maneira incidental, sem declaração erga omnes da inconstitucionalidade (REsp 728.406DF). Ou
seja, haverá eficácia só no caso concreto. Desse modo, é totalmente possível conviver uma ACP em 1ª Instância e
uma ADI (ou uma ADC) no STF, tendo em vista que os pedidos são diferentes (enquanto na ACP pede-se uma
providência concreta, na ADI ou ADC pede-se declaração de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade).
DANO MORAL NOS DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS: É totalmente pacífica na doutrina e na jurisprudência a
possibilidade de dano moral por ofensa aos direitos individuais homogêneos. Os destinatários das indenizações,
por evidente, são as vítimas e sucessores que tiveram direito da personalidade ofendido pelo evento.
DANO MORAL NOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS STRICTO SENSU: Nos direitos difusos e coletivos a
jurisprudência é conflitante. Parcela do STJ entende que não existe dano moral nos direitos difusos e coletivos.
- O STJ entendeu que não cabe dano moral difuso no caso de má prestação de serviço de telefonia. Argumentou o
STJ que a coletividade não tem personalidade, não tem dignidade, e não tendo dignidade não se fala em dano
moral.
- O STJ entendeu não haver dano moral difuso no caso de fraude em processo licitatório.
- O STJ entendeu que não haveria dano moral difuso em caso de dano ao meio ambiente. Noutro turno, em vários
outros julgados, o STJ defendeu que existe dano moral difuso e coletivo, asseverando que o dano moral nesses
casos assume um caráter punitivo e com o objetivo de evitar a reiteração da prática (punitive damages).
- O STJ entendeu que o banco que não permite acessibilidade a idosos e deficientes, além de reparar o dano
material (que é tão somente fazer o acesso para os idosos e deficientes), deve pagar indenização por danos morais
difusos. Esse banco havia colocado o atendimento para idosos e deficientes no 2º andar e não havia elevador na
agência. O STJ concluiu que apenas determinar ao banco que retornasse o atendimento para o 1º andar não era
suficiente, sendo necessário sancionar a instituição financeira para evitar que ele voltasse a repetir.
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Culturalmente o direito é voltado ao homem; do
ponto de vista constitucional, o direito ambiental é ANTROPOCÊNTRICO, ou seja, o homem é a razão da tutela do
meio ambiente (art. 225). O meio ambiente é um instrumento para que o homem tenha qualidade de vida; a CF
traz visão antropocêntrica da CF. Essa noção antropocêntrica é mitigada, conforme lições de José Rubens Morato e
seu conceito de antropocentrismo alargado ou mitigado, tendo em vista que a CF também teria elementos
biocêntricos.
A defesa e preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado é dever do poder público e da coletividade,
como direito fundamental de 3ª geração que é.
DEVERES DO ESTADO (PODER PÚBLICO): deveres específicos constantes do parágrafo 1º do art. 225, para
assegurar a efetividade (“enforcement”) desse direito. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL : Ao lado do EIA, há o RIMA (relatório de impacto ambiental), que é a
simplificação de um EIA para evitar que estudos em determinadas obras grandes como usinas fiquem muito
extensos e complexos. O RIMA é um “esquematizado” do EIA.
PUBLICIDADE: Cuidado com pegadinhas em provas afirmando que o EIA é um estudo sigiloso por conter
informações pertinentes ao sigilo industrial e etc. Isso é ERRADO. EIA tem que ter publicidade.
VAQUEJADA: Recentemente, o STF entendeu que é inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da
“vaquejada”. Segundo decidiu o STF, os animais envolvidos nesta prática sofrem tratamento cruel, razão pela qual
esta atividade contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. A crueldade provocada pela “vaquejada” faz com que,
mesmo sendo esta uma atividade cultural, não possa ser permitida. A obrigação de o Estado garantir a todos o
pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da
observância do disposto no inciso VII do §1º do art. 225 da CF/88, que veda práticas que submetam os animais à
crueldade. – Info 842/STF. No entanto, em típica atividade de reversão jurisprudencial (reação do Poder
Legislativo), o Congresso Nacional publicou a EC 96/2017, que inseriu o §7o ao art. 225, da CF/88: Art. 225. (...) § 7º
Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro,
devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem estar dos animais envolvidos.
LEI Nº 4.717/1965 (LEI DA AÇÃO POPULAR): Qualquer cidadão tem legitimidade (maior de 16 anos, inclusive o
preso provisório e o analfabeto). Súmula 365 STF: pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
STJ: o autor popular carece de legitimidade ativa para pleitear a condenação de qualquer pessoa por ato de
improbidade administrativa. Defesa do patrimônio público, meio ambiente ou moralidade administrativa.
- Ação popular não pode atacar atos jurisdicionais, salvo homologação de acordo.
- Competência do juiz de 1º grau, independentemente da origem do ato. Exceções: a) ação de interesse da
totalidade dos juízes estaduais ou impedimento de mais da metade dos desembargadores (competência do STF); b)
conflito federativo entre União e Estado/DF ou entre Estados/DF. O MP não pode assumir a defesa do ato
impugnado.
- Prazo da contestação: 20 dias, prorrogáveis por mais 20 (prazo comum para todos os interessados; não há prazo
especial para a FP).
- Se o autor desistir da ação ou der motivo à absolvição da instância (extinção sem julgamento do mérito), serão
publicados editais, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público,
dentro do prazo de 90 dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. Se a desistência for
fundamentada, o MP não está obrigado a continuar a demanda.
- A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao
pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva
contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa. Caso decorridos 60 dias da publicação da
sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução, o
representante do Ministério Público a promoverá nos 30 dias seguintes, sob pena de falta grave. A sentença terá
eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por
deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-
se de nova prova (coisa julgada secundum eventum probationis). A eficácia não se limita ao território do órgão
prolator. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de
jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; a regra pode ser aplicada também na
ACP.
- #NOVIDADE! A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação
de improbidade administrativa está sujeita ao reexame necessário, com base na aplicação subsidiária do CPC e por
aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65. STJ. 1ª Seção.EREsp 1220667-MG, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 24/5/2017 (Info 607).
ESTATUTO DA CIDADE: Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o
parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação.
- A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à data da notificação, transfere as
obrigações de parcelamento, edificação ou utilização, sem interrupção de quaisquer prazos.
- IPTU progressivo: 5 anos; alíquota máxima de 15%; vedada a concessão de isenção ou anistia.
- Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de
parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento
em títulos da dívida pública (prévia aprovação do Senado Federal, prazo de resgate de até 10 anos).
- O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir
da sua incorporação ao patrimônio público. A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada
dez anos.
- PLANO DIRETOR: aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão
urbana; é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes
orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas. O plano diretor deverá
englobar o território do Município como um todo. A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos,
a cada dez anos.
- O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes (já caiu na prova).
NOVIDADE LEGISLATIVA: A Lei 13.465/2017 trouxe regras relativas à regularização fundiária URBANA e RURAL,
Reforma Agrária, Regularização de terras da União ocupadas na Amazônia Legal; Novos mecanismos para alienação
de imóveis da União. A regularização fundiária urbana compreende medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e
sociais que buscam a regularização de núcleos urbanos informais.
DIREITO CIVIL
(a) Teoria natalista – direito civil clássico (Caio Mario, Venosa, Tepedino) a personalidade jurídica se inicia com
o nascimento com vida (momento da primeira respiração). O STF adotou na ADI 3510 (pesquisas com células-
tronco).
(b) Teoria concepcionista – direito civil contemporâneo a personalidade jurídica se inicia com a concepção.
Logo, o nascituro teria personalidade jurídica. Nesse sentido, decisões que reconhecem a ocorrência de dano moral
contra nascituro (STJ, REsp 399.028/SP)
(c) Teoria da personalidade condicionada (Serpa Lopes) nascituro teria personalidade jurídica sujeita a condição
suspensiva. É superada porque praticamente se equipara à concepcionista.
(d) Teoria híbrida entre natalista e concepcionista (Rosenvald, Stolze, Carlos Gonçalves e Maria Helena) alguns
sustentam que o nascituro tem personalidade jurídica apenas para o exercício dos direitos da personalidade (ex.
pleitear alimentos, exigir paternidade). Essa é a chamada de personalidade jurídica formal. No entanto, não tem
personalidade para o exercício dos direitos patrimoniais (personalidade material). Essa teoria é mais afinada com a
ideia de despatrimonialização, pois divide bem essa distinção entre direitos existenciais e patrimoniais.
(i) capacidade de direito (capacidade de gozo): Segundo Orlando Gomes, a capacidade de direito confunde-se com
o próprio conceito de personalidade, ou seja, é a capacidade jurídica genericamente reconhecida a qualquer
pessoa;
(ii) capacidade de fato (capacidade de exercício): Significa a capacidade de, pessoalmente, exercer os atos da vida
civil. Nem todas as pessoas a possui.
- A soma dessas duas capacidades dá origem ao que chamamos de capacidade civil plena.
#NOME #REGISTRO
Transexual pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer a cirurgia de
transgenitalização. STJ. 4ª Turma. REsp 1.626.739-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 9/5/2017 (Info 608)
- COMORIÊNCIA: se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
- ASSOCIAÇÃO: não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos; o estatuto poderá instituir categorias
de associados com vantagens especiais; a qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o
contrário; é possível a exclusão do associado havendo justa causa, reconhecida em procedimento que assegure a
ampla defesa e o contraditório (eficácia horizontal dos direitos fundamentais); compete privativamente à
assembleia geral destituir os administradores e alterar o estatuto.
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO: O Código Civil, ao tratar sobre a responsabilidade das sociedades simples,
estabelece o seguinte: Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo
saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. Esse
dispositivo NÃO se aplica às associações civis. As associações civis são caracterizadas pela união de pessoas que se
organizam para a execução de atividades sem fins lucrativos (não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos). Diferentemente, as sociedades simples são formas de execução de atividade empresária, com
finalidade lucrativa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.398.438-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/4/2017 (Info 602).
- FUNDAÇÕES: são instituídas por escritura pública ou testamento; se o estatuto não for elaborado no prazo
assinalado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 dias, a incumbência será do Ministério Público;
alteração do estatuto da fundação: deliberação de 2/3 dos competentes para gerir e representar a fundação, não
contrarie ou desvirtue o fim da fundação e seja aprovada pelo órgão do Ministério Público (caso este denegue, o
juiz poderá suprir, a requerimento do interessado).
- TEORIA DA APARÊNCIA: sob o fundamento da boa-fé, a pessoa jurídica responde pelos atos que seus integrantes
ou prepostos (em sentido amplo) praticam, aparentemente, em seu nome, ainda que extrapolando os limites dos
poderes que detinha, salvo se o prejudicado conhecia tal situação (afinal, ninguém pode se valer de sua própria
torpeza).
- BENS: para fins legais, são considerados imóveis os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram, bem
como o direito à sucessão aberta; não perdem o caráter de imóveis as edificações que, separadas do solo, mas
conservando a sua unidade, forem removidas para outro local, bem como os materiais provisoriamente separados
de um prédio, para nele se reempregarem; para fins legais, são considerados móveis as energias que tenham valor
econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, e os direitos pessoais de caráter
patrimonial e respectivas ações; não são considerados benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos
ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor; os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Desvio de Finalidade
Abuso da Personalidade
Confusão Patrimonial
- Qual a teoria adotada pelo CC? Há adoção de outra teoria por outras leis?
O CC/02 adotou a teoria maior, em que o abuso da personalidade jurídica precisa ser associada ao prejuízo ao
credor. Também nesse sentido, lei 12.529 (antitruste). Outras leis adotaram a teoria menor, em que a
desconsideração da personalidade jurídica exige um único elemento, qual seja o prejuízo ao credor (ex., CDC e lei
9.605/98).
- O que é desconsideração inversa?
É aquela em que a personalidade do sócio/administrador é desconsiderada a fim de atingir a pessoa jurídica. Assim
pontua o CJF em enunciado doutrinário: Enunciado 283 CJF: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica
denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens
pessoais, com prejuízo a terceiros”.
No mesmo tom, o NCPC expressamente adotou a possibilidade de desconsideração inversa da personalidade.
- A responsabilidade do sócio vai além de suas quotas sociais?
Com a desconsideração, a responsabilização do sócio ou administrador é integral, além das suas quotas sociais,
mormente nas hipóteses em que está presente o abuso de direito.
- O encerramento irregular da pessoa jurídica por si só enseja a desconsideração?
O Enunciado n. 282 do CJF/STJ aduz que o encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não
basta para caracterizar abuso de personalidade jurídica. Da mesma forma, em 2014, o STJ decidiu que o mero
encerramento irregular das atividades empresariais não tem o condão de, por si só, gerar a incidência da
desconsideração, especialmente aquela tratada no CC.
- Pode a pessoa jurídica requerer sua própria desconsideração? Pode ela impugnar a desconsideração em si?
De acordo com o Enunciado n. 285 do CJF/STJ, a desconsideração, prevista no art. 50 do Código Civil, pode ser
invocada pela pessoa jurídica em seu favor. O Superior Tribunal de Justiça, por sua vez, deduziu que “a pessoa
jurídica tem legitimidade para impugnar decisão interlocutória que desconsidera sua personalidade para alcançar o
patrimônio de seus sócios ou administradores, desde que o faça com o intuito de defender a sua regular
administração e autonomia – isto é, a proteção da sua personalidade –, sem se imiscuir indevidamente na esfera de
direitos dos sócios ou administradores incluídos no polo passivo por força da desconsideração.” (...). A rigor,
portanto, a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica resguarda interesses de credores e também da
própria sociedade indevidamente manipulada. REsp 1.421.464-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/4/2014.
2 As tabelas foram extraídas, em sua maior parte, do Manual de Direito Civil, do Prof. Flávio Tartuce (2016).
NULIDADE ABSOLUTA (NULIDADE) NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE)
Atinge interesse público Atinge interesse particular
Pode ser suscitada por qualquer interessado, Só pode ser suscitada pelos
pelo MP e deve ser reconhecia de ofício pelo juiz interessados (art. 177).
(art. 168).
É irratificável (art. 169, 1ª parte), ou seja, é É ratificável (art. 172). Pode ser suprida,
insuscetível de confirmação. sanada, inclusive pelas partes.
Sentença produz efeitos EX TUNC, pois, regra O tema se tornou controvertido.
geral, o ato nulo não produz efeitos.
Não convalesce pelo decurso do tempo (art. 169, Ação anulatória possui prazos
parte final). Isso significa que a nulidade é decadenciais (4 ou 2 anos);
imprescritíveli.
HIPÓTESES: HIPÓTESES:
Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando: Art. 171. Além dos casos expressamente
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; declarados na lei, é ANULÁVEL o
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu negócio jurídico:
objeto; I - por incapacidade relativa do agente;
III - o motivo determinante, comum a ambas as II - por vício resultante de erro, dolo,
partes, for ilícito; coação, estado de perigo, lesão ou
IV - não revestir a forma prescrita em lei; fraude contra credores.
V - for preterida alguma solenidade que a lei
considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
- Prescrição é a perda da pretensão – relaciona-se aos direitos subjetivos (pessoais), de cunho patrimonial. Art. 189.
Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os
arts. 205 e 206.
PRAZO HIPÓTESES
01 ANO (i) Segurado contra o segurador, ou deste contra aquele.
02 (i) Prestações alimentares
ANOS
03 (i) Alugueis de prédios; (ii) enriquecimento sem causa; (iii) reparação civil.
ANOS
04 (i) Pretensão relativa à tutela.
ANOS
05 (i) Cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou
ANOS particular; (ii) pretensão de profissionais liberais.
- Decadência: é a perda de direito potestativo – relacionado às ações constitutivas. Em regra, a decadência não
pode ser impedida, suspensa ou interrompida. EXCEÇÃO: Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e
198, inciso I.
- Se a obrigação for solidária, convertendo-se em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. A
um dos credores solidários NÃO pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. Diversamente,
perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos (se de um só for a culpa, ele
responde sozinho pela indenização).
#DROPSDALEI #VAICAIR:
O credor não é obrigado a receber prestação diversa, ainda que mais valiosa
Mesmo que o objeto seja divisível, o credor não é obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim
não se ajustou
As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento em moeda corrente e pelo valor nominal (correção
monetária).
É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
A quitação da última parcela presume estarem solvidas as anteriores.
A quitação principal presume o pagamento dos juros.
O pagamento reiteradamente feito em outro lugar faz presumir a renúncia da previsão contratual.
Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos JUROS vencidos, e depois no capital, salvo
estipulação em contrário.
- Regra: OBRIGAÇÃO QUESÍVEL/QUERABLE - pagamento deve ser feito no domicílio do devedor (lembra do Senhor
Barriga indo buscar o aluguel na vila!). Exceção: PORTÁVEL/PORTABLE.
- Teoria do adimplemento substancial (#semprecai! #STJ): não será considerada resolvida a obrigação quando o
devedor, embora não tenha cumprido a prestação de forma perfeita, tenha se aproximado substancialmente do
resultado final.
- CESSÃO DE CRÉDITO: dispensa a concordância do devedor; não tem eficácia em relação ao devedor enquanto a
este não for notificada; cessão pro soluto: cedente responde pela existência e legalidade do crédito, mas não pela
solvência; cessão pro solvendo: cedente responde pela solvência do devedor; salvo estipulação em contrário, o
cedente não responde pela solvência do devedor.
- ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: exige a concordância do credor (consentimento expresso); silêncio = recusa; o novo
devedor não pode opor ao credor as exceções pessoas que competiam ao devedor primitivo.
- TEORIA DA IMPREVISÃO: Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da
prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que se
assegure, o quanto possível, o valor real da prestação.
- A quitação sempre poderá ser feita por instrumento particular.
- Vencimento antecipado de dívidas: no caso de falência do devedor, ou do concurso de credores; se os bens,
hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; se cessarem, ou se tornarem
insuficientes, as garantias de débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforça-las.
- PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO: opera-se de pleno direito em favor do credor que paga a dívida do devedor
comum; do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a o credor hipotecário; terceiro que efetiva o pagamento
da hipoteca para não ser privado do direito sobre o imóvel; do terceiro juridicamente interessado que paga a dívida
pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os
direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal de os fiadores.
- DAÇÃO EM PAGAMENTO: o credor consente em receber prestação diversa da que lhe é devida.
- NOVAÇÃO: ocorre quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
quando novo devedor sucede ao antigo, ficando quite com o credor; quando, em virtude de obrigação nova, outro
credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. A novação por substituição do devedor pode ser
efetuada independentemente do consentimento deste. Extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que
não houver estipulação em contrário. Não podem ser objeto de novação as obrigações nulas ou extintas; as
anuláveis podem. Por delegação: devedor participa do ato; por expromissão: devedor antigo não é ouvido.
- Não cumprida a obrigação, responde o devedor por: perdas e danos; juros; atualização monetária e honorários de
advogado.
- MORA: considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no
tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Mora ex lege: ocorre de pleno direito quando do
advento do termo; mora ex persona: não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte
de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o
dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
- Incorre de pleno direito o devedor na CLÁUSULA PENAL, desde que, culposamente, deixe de cumprir obrigação
(cláusula penal compensatória) ou se constitua em mora (cláusula penal moratória). O valor da cominação imposta
na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. O juiz pode reduzir de ofício o valor de uma CP se a
obrigação for cumprida em parte ou se o valor for excessivo.
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
Em um contrato no qual foi estipulada uma CLÁUSULA PENAL, caso haja o inadimplemento, é possível que o
credor exija o valor desta cláusula penal e mais as perdas e danos? Se for cláusula penal MORATÓRIA: SIM. Se for
cláusula penal COMPENSATÓRIA: NÃO. STJ. 3a Turma. REsp 1.335.617-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em
27/3/2014.
- Violação positiva do contrato: descumprimento dos deveres anexos, colaterais ou de proteção, decorrentes da
cláusula geral de boa-fé objetiva.
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
ARRAS - Cálculo das arras confirmatórias e desproporção entre a quantia paga inicialmente e o preço ajustado
Se a proporção entre a quantia paga inicialmente e o preço total ajustado evidenciar que o pagamento inicial
englobava mais do que o sinal, não se pode declarar a perda integral daquela quantia inicial como se arras
confirmatórias fosse, sendo legítima a redução equitativa do valor a ser retido. STJ. 3ª Turma. REsp 1.513.259-MS,
Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 16/2/2016 (Info 577)
#SAINDODOFORNO:
Na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das arras com a cláusula penal
compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in idem.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.617.652-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 613).
A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no exterior é
juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a soberania nacional.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.628.974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 610).
Termo Inicial dos Juros Moratórios (em caso de danos morais ou materiais)
Responsabilidade Extracontratual Responsabilidade Contratual
Os juros fluem a partir do evento danoso - Obrigação líquida: os juros são contados a
(art. 398, CC e Súmula 54 do STJ). partir do vencimento da obrigação. É o caso
das obrigações com mora ex re.
- Obrigação ilíquida: os juros fluem a partir
da citação (art. 405, CC). É o caso das
obrigações com mora ex persona.
Termo inicial da correção monetária
Danos Materiais (responsabilidade Danos Morais (responsabilidade contratual
contratual ou extracontratual) ou extracontratual)
Incide correção monetária sobre dívida por A correção monetária do valor da
ato ilícito (contratual ou extracontratual) a indenização do dano moral incide desde a
partir da data do efetivo prejuízo (Súmula data do arbitramento (Súmula 362 do STJ).
43 do STJ)
CONTRATOS
(i) Evicção: é a perda do bem ou a privação de alguma utilidade em virtude de circunstância anterior à aquisição do
domínio. Mediante cláusula expressa, as partes podem reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela
evicção. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
#ATENÇÃODOBRADA: mesmo a cláusula que exclui a responsabilidade do alienante dá ao evicto o direito de
receber o preço que pagou, ressalvada a hipótese de, INFORMADO DO RISCO, expressamente assumi-lo.
(ii) Vícios redibitórios: a coisa recebida em virtude de contrato comutativo ou de doação onerosa pode ser
rejeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem impróprias para o uso a que é destinada, ou lhe diminuam o
valor. PRAZOS: 30 dias, se a coisa móvel; 1 ano, se imóvel, ambos contados da entrega efetiva; se já estava na
posse, o prazo contar-se-á da alienação, reduzido à metade; no caso de vício oculto, o adquirente tem os mesmos
prazos (30 dias/ 1 ano), desde que os vícios se revelem no prazo máximo de 180 dias, se móvel, ou de 1 ano, se
imóvel, fluindo do conhecimento do defeito. Para insurgir-se contra os vícios redibitórios: AÇÕES EDILÍCIAS – ação
redibitória (rejeita a coisa defeituosa + rescinde o contrato recebendo preço pago + despesas + perdas e danos); e
ação estimatória/quanti minoris (recebe a coisa + abatimento proporcional do preço).
#VAICAIR - RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA: Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a
prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude
de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
sentença que a decretar retroagirão à data da citação. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a
modificar equitativamente as condições do contrato (TEORIA DA IMPREVISÃO). #pegadinha: a regra é que seja
possível a aplicação apenas em contratos comutativos, entretanto, se em contratos aleatórios, o evento
superveniente extraordinário e imprevisível não se relacionar com a álea assumida no contrato, será possível sua
revisão ou resolução (enunciado da jornada de direito civil nº 440).
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
Em caso de cláusula de reserva de domínio, existem três formas pelas quais o vendedor (credor) poderá
comprovar a mora do comprador (devedor): a) mediante protesto do título; b) por meio de interpelação judicial;
c) por notificação extrajudicial enviada pelo Cartório de Títulos e Documentos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.000-MG,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 601)
A interrupção do prazo prescricional operada contra o devedor principal prejudica o fiador STJ. 4ª Turma. REsp
1.276.778-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/3/2017 (Info 602).
É trienal o prazo de prescrição para fiador que pagou integralmente dívida objeto de contrato de locação pleitear
o ressarcimento dos valores despendidos contra os locatários inadimplentes. O termo inicial deste prazo é a data
em que houve o pagamento do débito pelo fiador. STJ. 3ª Turma. REsp 1.432.999-SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 16/5/2017 (Info 605).
#SAINDODOFORNO
O reconhecimento de paternidade post mortem não invalida a alteração de contrato social com a transferência
de todas as cotas societárias realizada pelo genitor a outro descendente. STJ. 4ª Turma. REsp 1.356.431-DF, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 8/8/2017 (Info 611).
CONTRATO DE SEGURO - A aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS não confere ao
segurado o direito automático de receber indenização de seguro contratado com empresa privada, sendo
imprescindível a realização de perícia médica para atestar o grau de incapacidade e o correto enquadramento na
cobertura contratada. STJ. 2ª Seção. EREsp 1.508.190-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
08/11/2017 (Info 616)
RESPONSABILIDADE CIVIL
PRESSUPOSTOS:
(a) Conduta a conduta que dá ensejo pode ser de fato próprio, fato de outrem (art. 932 a 934) ou por fato da
coisa (art. 936 a 938), comissiva ou omissiva.
(b) Culpa latu sensu (dolo ou culpa em sentido estrito) a culpa em sentido estrito pode ser imprudência,
negligência ou imperícia. A diferença conceitual é idêntica ao do direito penal.
(c) Dano o dano pode ser patrimonial, moral ou estético.
(d) Nexo de causalidade – CC adotou a teoria da causalidade adequada, diferente do CP (equivalência dos
antecedentes, em regra)! Excludentes: fato de terceiro, fato exclusivo da vítima, cláusula de não indenizar, legítima
defesa própria, estado de necessidade, exercício regular de direito e caso fortuito/força maior.
#DROPSDALEI
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem. - cláusula geral de responsabilização civil objetiva.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. CUIDADO COM A
PEGADINHA: O INCAPAZ RESPONDE CIVILMENTE.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se
privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: RESPONSABILIDADE OBJETIVA
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho
que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro,
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele
por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente
incapaz. Restrição ao direito de regresso.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre
a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no
juízo criminal. Independência das instâncias.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da
vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que
dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Hipótese de causalidade alternativa.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. – ESSA SEMPRE CAI! Não é pelo grau de
culpa.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz
reduzir, equitativamente, a indenização. Hipótese de redução equitativa do dano.
#APOSTACICLOS: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral (súmula 227 do STJ), no que couber, em razão da
previsão do art. 52 do CC. Entretanto, segundo o STJ, a pessoa jurídica de direito público NÃO TEM direito à
indenização por danos morais relacionados à violação da honra ou imagem.
Com efeito, o reconhecimento de direitos fundamentais - ou faculdades análogas a eles - a pessoas jurídicas de
direito público não pode jamais conduzir à subversão da própria essência desses direitos, que é o feixe de
faculdades e garantias exercitáveis principalmente contra o Estado, sob pena de confusão ou de paradoxo
consistente em ter, na mesma pessoa, idêntica posição jurídica de titular ativo e passivo, de credor e, a um só
tempo, devedor de direitos fundamentais. Finalmente, cumpre dizer que não socorrem os entes de direito público
os próprios fundamentos utilizados pela jurisprudência do STJ e pela doutrina para sufragar o dano moral da
pessoa jurídica. Nesse contexto, registre-se que a Súmula 227 do STJ (A pessoa jurídica pode sofrer dano moral)
constitui solução pragmática à recomposição de danos de ordem material de difícil liquidação. Trata-se de
resguardar a credibilidade mercadológica ou a reputação negocial da empresa, que poderiam ser paulatinamente
fragmentadas por violações de sua imagem, o que, ao fim, conduziria a uma perda pecuniária na atividade
empresarial. Porém, esse cenário não se verifica no caso de suposta violação da imagem ou da honra de pessoa
jurídica de direito público. REsp 1.258.389-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 17/12/2013.
#SAINDODOFORNO
A Súmula 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato histórico de
repercussão social. Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada
da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Caso concreto: a TV Record exibiu reportagem sobre o
assassinato da atriz Daniela Perez, tendo realizado, inclusive, uma entrevista com Guilherme de Pádua, condenado
pelo homicídio. Foram exibidas, sem prévia autorização da família, fotos da vítima Daniela. O STJ entendeu que,
como havia relevância nacional na reportagem, não se aplica a Súmula 403 do STJ, não havendo direito à
indenização. STJ. 3ª Turma. REsp 1.631.329-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 24/10/2017 (Info 614).
A privação da liberdade por policial fora do exercício de suas funções e com reconhecido excesso na conduta
caracteriza dano moral in re ipsa. Durante uma discussão no condomínio, um morador, que é policial, algemou e
prendeu seu vizinho, após ser por ele ofendido verbalmente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.675.015-DF, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info 612).
A demora da pessoa em buscar a indenização por dano moral é um fator que, em conjunto com as demais
circunstâncias, pode influenciar na fixação do quantum indenizatório. Esse entendimento, contudo, não se aplica
quando os autores eram menores de idade no momento do ato ilícito e somente ajuizaram a ação quando
completaram a maioridade. Assim, a demora na busca da compensação por dano moral, quando justificada pela
interrupção prescricional da pretensão dos autores – menores à época do evento danoso – não configura desídia
apta a influenciar a fixação do valor indenizatório. STJ. 3ª Turma. REsp 1.529.971-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 12/9/2017 (Info 611).
CONTINUA!!! #NÃOPISCA
A vítima de acidente de trânsito pode ajuizar demanda direta e exclusivamente contra a seguradora do causador
do dano quando reconhecida, na esfera administrativa, a responsabilidade deste pela ocorrência do sinistro e
quando parte da indenização securitária já tiver sido paga. Isso porque, mesmo não havendo relação contratual
entre a seguradora e o terceiro prejudicado, a sucessão dos fatos (apuração administrativa e pagamento de parte
da indenização) faz com que surja uma relação jurídica de direito material envolvendo a vítima e a seguradora. STJ.
3ª Turma. REsp 1.584.970-MT, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 24/10/2017 (Info 614).
As ofensas generalizadas proferidas por cantora contra policias militares que realizavam a segurança do show
atingem, de forma individualizada, cada um dos integrantes da corporação que estavam de serviço no evento e
caracterizam dano moral in re ipsa, devendo a artista indenizar cada um dos policiais que trabalhavam no local. STJ.
3ª Turma. REsp 1.677.524-SE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 3/8/2017 (Info 609).
POSSE: Domínio fático sobre a coisa. Exercício de um dos atributos da propriedade (art. 1.196 do CC). – TEORIA
OBJETIVA DE IHERING (diferente da subjetiva de Savigny, não exige animus dominis).
POSSE x DETENÇÃO: A detenção também é chamada de fâmulo da posse, ou servidor da posse. O detentor tem a
posse não em nome próprio, mas em nome daquele o qual ele está subordinado, seguindo ordens e instruções (art.
1198).
Ações possessórias (a) Reintegração, no caso de esbulho; (b) Manutenção de posse, no caso de turbação; (c)
Interdito proibitório, no caso de ameaça.
PROPRIEDADE: O direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar, dispor
de um bem corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha.
#CARACTERÍSTICAS
Caráter erga omnes. O proprietário pode usar a sua propriedade como
Direito bem entender. É a regra, mas que deve ser relativizada em algumas
Absoluto situações, diante da função social e socioambiental da propriedade (art.
1.228, § 1.º, do CC).
Significa dizer que a propriedade deve pertencer apenas a uma pessoa,
Direito salvo as hipóteses de condomínio e multipropriedade, por exemplo.
Exclusivo Pode ser extraído do Art. 1.231 do CC: “A propriedade presume-se
plena e exclusiva, até prova em contrário”.
Através de tal característica, vislumbra-se que o direito de propriedade
Direito permanece, independentemente do seu exercício, enquanto não se
Perpétuo verificar alguma causa modificativa ou extintiva, de origem legal ou
convencional.
Direito Tal característica é vislumbrada pelo desmembramento dos quatro
Complexo atributos da propriedade (usar, gozar, dispor e reaver).
Sobre essa característica, dispõe Flávio Tartuce (2016): “não se pode
esquecer que a propriedade é um direito fundamental, pelo que consta
do art. 5.º, XXII e XXIII, da Constituição Federal. Esse caráter faz que a
proteção do direito de propriedade e a correspondente função social
Direito sejam aplicados de forma imediata nas relações entre particulares, pelo
Fundamental que consta do art. 5.º, § 1.º, do Texto Maior (eficácia horizontal dos
direitos fundamentais). Em reforço, o direito de propriedade pode ser
ponderado frente a outros direitos tidos como fundamentais, caso da
dignidade humana (art. 1.º, III, da CF/1988), particularmente naqueles
casos de difícil solução (técnica de ponderação)”.
A elasticidade do direito de propriedade pode ser vislumbrada através
da distensão ou contração quanto ao seu exercício. Assim, na dicção de
Orlando Gomes, a propriedade alodial está em seu grau máximo de
Direito Elástico
elasticidade, posto que todos os atributos estão sendo utilizados, por
exemplo.
USUCAPIÃO
Espécies de Requisitos
usucapião
1. Extraordinária (i) Posse ininterrupta; (ii) Posse mansa e pacífica; (iii) ANIMUS
DOMINI; (iv) Prazo de 15 anos (pode ser 10 anos). Obs.: não é
necessário justo título e nem boa-fé.
2. Ordinária (i) Posse ininterrupta; (ii) Posse mansa e pacífica; (iii) ANIMUS
DOMINI; (iv) Prazo de 10 anos (pode ser 5 anos); (v) Justo título e
(vi) Boa-fé
3. Especial rural/PRO (i) Prazo de 05 anos; (ii) Usucapiente não pode ser proprietário de
LABORE qualquer outro imóvel urbano ou rural; (iii) A área de terra, que
deve ser produtiva, não pode ser superior a 50 hectares.
4. Especial urbana (i) Prazo de 05 anos; (ii) Usucapiente não pode ser proprietário de
qualquer outro imóvel urbano ou rural; (iii) A área, que deve servir
de moraria, não pode ser superior a 250 metros.
5. Pró-família Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio
integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano
ou rural. § 1o O direito previsto no caput não será reconhecido
ao mesmo possuidor mais de uma vez.
6. Coletiva (i) Área urbana; (ii) Maior do que 250 metros; (iii) Utilizada por
população de baixa renda; (iv) Os usucapientes não podem ser
proprietários de outro imóvel urbano ou rural; (iv) Para fins de
moradia; (v) Há pelo menos 05 anos; (vi) Não pode ser possível
identificar o terreno ocupado por cada um.
#SAINDODOFORNO:
O curso da prescrição aquisitiva da propriedade de bem que compõe a massa falida é interrompido com a
decretação da falência.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.680.357-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2017 (Info 613).
Se o juízo criminal decretou a perda do imóvel que está sendo pleiteado em ação de usucapião, esta decisão
produzir a efeitos no juízo cível, devendo a ação ser extinta por perda do objeto.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.471.563-AL, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/09/2017 (Info 613).
A ausência de citação dos confinantes e respectivos cônjuges na ação de usucapião é considerada hipótese de
nulidade relativa, somente gerando a nulidade do processo caso se constate o efetivo prejuízo. STJ. 4ª Turma. REsp
1.432.579-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017 (Info 616).
INSTITUTO CONCEITO
Instituto pelo qual o proprietário concede a outrem, por
tempo determinado (CC e Estatuto da Cidade) ou
indeterminado (Estatuto da Cidade), gratuita ou
onerosamente, o direito de construir ou plantar em seu
Superfície
terreno. Tal direito real de gozo ou fruição recai sempre
sobre bens imóveis, mediante escritura pública, devidamente
registrada no Cartório de Registro de Imóveis (art. 1.369 do
CC).
Instituto real através do qual um prédio proporciona
utilidade a outro, gravando o último, que é do domínio de
outra pessoa. O direito real de gozo ou fruição constitui-se
Servidão
mediante declaração expressa dos proprietários dos prédios,
ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de
Registro de Imóveis (art. 1.378 do CC).
Instituto real em que há a divisão igualitária dos atributos da
propriedade (GRUD) entre as partes envolvidas:
• Usufrutuário – tem os atributos de usar (ou utilizar) e fruir
(ou gozar) a coisa – GU. Forma-se o domínio útil.
Usufruto
• Nu-proprietário – tem os atributos de reivindicar (ou
buscar) e dispor (ou alienar) a coisa.
#CASCADEBANANA: não confunda domínio útil com nua-
propriedade!
Instituto real constituído de forma gratuita ou onerosa,
Uso havendo a cessão apenas do atributo de utilizar a coisa, seja
ela móvel ou imóvel.
Instituto real em que apenas é cedida uma parte do atributo
Habitação
de usar: o direito de habitar o imóvel.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS DE GARANTIA
(a) Natureza acessória a garantia real pressupõe a existência de um crédito, que tem natureza principal. Logo,
aplica-se o princípio da gravitação jurídica.
(b) Publicidade isso se dá através do registro. É justamente essa publicidade que garante a oponibilidade ERGA
OMNES, pois surge presunção absoluta de conhecimento.
(c) Sequela ou ambulatoriedade é decorrência da oponibilidade ERGA OMNES. O direito real em garantia
acompanha o bem, onde quer que ele se encontre.
(d) Preferência (art. 1422) o credor tem preferência sobre aqueles bens.
(e) Excussão o credor com garantia, real, no caso de inadimplemento, não pode ficar com o objeto da garantia,
por força da proibição da cláusula comissória (art. 1428). O credor tem direito à excussão, ou seja, ao produto da
alienação do bem.
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
- Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio geral ou edilício
(vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou extraordinária,
constante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da prestação. STJ. 2ª
Seção. REsp 1.483.930-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 596).
- O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor terá os
benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis."
Entretanto, essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir da comprovação inequívoca de que o autor não é
considerado "necessitado". STJ. 3ª Turma. REsp 1.517.822-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
21/2/2017 (Info 599).
DIREITOS AUTORAIS
- O autor de projeto de obra arquitetônica, ainda que situada permanentemente em logradouros públicos,
integrando de modo indissociável o meio ambiente, a compor a paisagem como um todo, faz jus ao
ressarcimento por danos de ordem material e moral em virtude da representação por terceiros de sua obra, com
fins comerciais, sem a devida autorização e indicação de autoria, ainda que tenha havido aquiescência do
proprietário da obra. STJ. 3ª Turma. REsp 1.562.617-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 22/11/2016
(Info 594).
- Nos contratos sob encomenda de obras intelectuais, a pessoa jurídica que figura como encomendada na relação
contratual pode ser titular dos direitos autorais, conforme interpretação do art. 11, parágrafo único, da Lei nº
9.610/98, podendo pleitear a reparação dos danos sofridos. STJ. 4ª Turma. REsp 1.473.392-SP, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 11/10/2016 (Info 594).
- A transmissão de músicas por meio da rede mundial de computadores mediante o emprego da tecnologia
streaming (webcasting e simulcasting) demanda autorização prévia e expressa pelo titular dos direitos de autor e
caracteriza fato gerador de cobrança pelo ECAD relativa à exploração econômica desses direitos. STJ. 2ª Seção.
REsp 1559264/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 08/02/2017 (Info 597).
- Ainda que o titular dos direitos autorais sobre a música (cedente) não tenha registrado sua canção no registro
adequado, o cessionário tem legitimidade para fazer a averbação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.500.635-RJ, Rel. Min.
Moura Ribeiro, julgado em 21/2/2017 (Info 599).
- As ideias que servem de base e a bibliografia de que se vale autor de texto de dissertação de mestrado não
estão abarcadas pela proteção aos direitos de autor. STJ. 3ª Turma.REsp 1.528.627-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 7/3/2017 (Info 600). #ficaadica: o ordenamento protege apenas e tão somente a forma de
expressão utilizada na obra, e não a ideia nela contida, que se encontra em domínio público e pode ser por todos
utilizada. Se ideias fossem apropriáveis por aquele que primeiro as tivesse, haveria um engessamento das artes e
das ciências.
- Hotéis pagam direitos autorais ao ECAD pelo simples fato de os quartos serem equipados com TV. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.589.598-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 606)
- Gravação de mensagem de voz para central telefônica não pode ser enquadrada como direito conexo ao de
autor, por não representar execução de obra literária ou artística ou de expressão do folclore. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.630.851-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 27/4/2017 (Info 606).
O termo inicial da pretensão de ressarcimento nas hipóteses de plágio se dá quando o autor originário tem
comprovada ciência da lesão a seu direito subjetivo e de sua extensão, não servindo a data da publicação da obra
plagiária, por si só, como presunção de conhecimento do dano. STJ. 3ª Turma.REsp 1.645.746-BA, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 6/6/2017 (Info 609)
Para arquivamento de pedido ou extinção de patente por falta de pagamento da retribuição anual prevista no
art. 84 da Lei nº 9.279/96, exige-se notificação prévia do respectivo depositante ou titular. Obs: retribuição anual é
um valor que deve ser pago anualmente ao INPI pelo fato de o indivíduo ter pedido ou já ser titular de uma
patente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.669.131-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 27/6/2017 (Info 608).
FAMÍLIA E SUCESSÕES
CONSUMIDOR
Art. 24, CRFB: Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: V -
produção e consumo; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
TEORIA DO DIÁLOGO DAS FONTES: deve-se buscar a aplicação, tanto quanto possível, de todas as normas que
tratam do tema, gerais ou especiais, de modo a garantir a tutela mais efetiva ao grupo vulnerável protegido
pela lei, o que pode levar, por exemplo, à aplicação do Código Civil em detrimento do Código de Defesa do
Consumidor quando o primeiro for mais favorável.
O prazo de 30 dias para que o vício seja sanado o vício poderá ser modificado pelas partes, não podendo ser
inferior a 7 nem superior a 180 dias.
Dispensa do prazo de 30 dias: se a substituição das partes viciadas comprometer a qualidade ou as
características do produto, diminuir seu valor comprometer, ou se tratar de produto essencial.
Na responsabilidade por FATO do serviço, a dos profissionais liberais é subjetiva, provada mediante verificação
de culpa. Já a responsabilidade por VÍCIO de serviço é objetiva, pois não há, no vício, diferenciação para os
profissionais liberais.
#NÃOVALEERRAR: A responsabilidade do cirurgião com fins estéticos é subjetiva com culpa presumida, pois
aqui se trata de obrigação de resultado!
#VIROUSÚMULA: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados pelo
aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual não lhe
tenha sido dada prévia e adequada informação. (Súmula 595).
Prazos decadenciais: 30 dias - bens não duráveis; 90 dias - bens duráveis. Em se tratando de vício oculto, o
prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. Para evitar a garantia eterna,
utiliza-se como parâmetro a vida útil do produto.
A instauração de inquérito civil obsta a decadência do direito de reclamar por vícios aparentes ou de fácil
constatação.
Não obsta a decadência a reclamação formalizada perante os órgãos ou entidades de defesa do consumidor
(PROCON). O que obsta é a reclamação feita ao fornecedor.
O prazo para ajuizar ação indenizatória em relação aos danos causados em razão dos vícios dos produtos ou
serviços é o decadencial do art. 26 (30/90), não o prescricional do art. 27 do CDC (5 anos - fato do produto ou
serviço), isso porque a ação indenizatória é uma ação condenatória, passível de prescrição, mas como os danos
são decorrentes de vícios do produto ou serviço, o STJ considerou que seria aplicado o prazo decadencial (Info
224).
#NÃOCONFUNDA: A ação de indenização por danos morais decorrente da inscrição indevida em cadastro de
inadimplentes não se sujeita ao prazo quinquenal do art. 27 do CDC, mas ao prazo de 3 (três) anos, conforme
previsto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002 (STJ, 09/05/2017).
Desconsideração da personalidade jurídica no CDC: teoria menor (pode ser aplicada de ofício; basta a
insolvência, dispensando a exigência de confusão patrimonial ou desvio de finalidade).
Sociedades integrantes de grupos societários e sociedades controladas: respondem subsidiariamente;
Sociedades consorciadas: respondem solidariamente; Sociedades coligadas: respondem por culpa.
Súmula 412 STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional
estabelecido no Código Civil (10 anos).
Violação positiva do contrato ou adimplemento ruim: é a violação dos deveres anexos ou laterais (ex:
informação).
O direito de arrependimento, exercido no prazo de 7 dias (prazo de reflexão) não está vinculado a qualquer
justificativa. #ATENÇÃO: esse direito só existe para contratações que ocorrerem fora do estabelecimento
comercial.
Sumula 472 STJ: A cobrança de comissão de permanência – cujo valor não pode ultrapassar a soma dos
encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato – exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios,
moratórios e da multa contratual.
As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a
2% do valor da prestação.
Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que alternativa, cabendo a escolha ao
consumidor.
STJ: não cabe denunciação da lide nas relações de consumo, seja na hipótese de fato do produto ou do
serviço.
A Anatel não é parte legítima nas demandas decorrentes de relação contratual entre a concessionária e o
usuário de telefonia.
O município é competente para dispor sobre o tempo de atendimento ao público nas agências bancárias
localizadas em seu respectivo território. Porém, não detém competência para dispor sobre o horário de
atendimento ou funcionamento dos bancos.
Súmula 645, STF: é competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
QUEM É CONSUMIDOR - toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
QUEM SÃO OS CONSUMIDORES EQUIPARADOS: a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que
haja intervindo nas relações de consumo; todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas
previstas no CDC; todas as vítimas do evento.
#SELIGA: Aquele que não participa diretamente da relação é o bystander do direito americano. Vítima de um
acidente de consumo. Ex.: pessoa atropelada por um carro da RENAULT sem freios (não é consumidor pelo art.
2º). Acidente da TAM em SP que atingiu a casa de particulares. Explosão do shopping Osasco.
QUEM SÃO OS FORNECEDORES: toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação
de serviços.
O QUE É PRODUTO: é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
O QUE É SERVIÇO: qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as
de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
APLICAÇÃO DO CDC – STJ (súmulas): O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de
previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas;
Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde; O Código de Defesa do
Consumidor é aplicável às instituições financeiras;
Taxista comprando veículo, é consumidor, pois está em situação de vulnerabilidade frente à fabricante.
Sistema financeiro de habitação = aplica CDC. Exceção: quando houver cláusula FCVS (Fundo de Compensação
de Variação Salarial), por importar a presença da garantia do governo em relação ao saldo devedor, não se
aplica o CDC.
Sociedade e associações sem fins lucrativos quando fornecem produto ou prestam serviço remunerado, aplica-
se o CDC.
APLICA CDC - Concessionária de serviços públicos; Cooperativa de crédito; Serviços funerários; Correios e
usuários.
NÃO APLICA CDC - Crédito educativo (trata-se de política governamental de fomento à educação); Relações
decorrentes de condomínio (condômino x condomínio); Contratos de locação predial urbano (mesmo que
intermediado por corretora); Atividade notarial (cartórios); Contrato de franquia (é relação empresarial – mas
a franqueada pode ser solidariamente responsabilizada pelos danos causados pela franqueada aos
consumidores); Execução fiscal; Beneficiários da previdência social; Bens ou serviços para implemento ou
incremento da atividade comercial. No mesmo sentido, envolvendo insumo agrícola (adubo); financiamento
para incrementar na atividade comercial; Relação entre contador e condomínio. Relação tributária;
Representante comercial autônomo e a sociedade representada; Contratos firmados entre postos e
distribuidoras de combustível; Lojistas e administradora de shopping center (contrato comercial); Serviços
advocatícios – era divergente, mas STJ pacificou.
IMPORTANTE - #VAICAIR - O STF decidiu que as convenções internacionais prevalecem sobre o Código de
Defesa do Consumidor em vigência no Brasil para ações que envolvem companhias aéreas internacionais; O
prazo de prescrição das ações cai de cinco para dois anos, como estabelecem as regras de fora do país.
#PRANÃORESTARDÚVIDA: As Convenções de Varsóvia e de Montreal regulam apenas o transporte
internacional (art. 178 da CF/88). Em caso de transporte nacional, aplica-se o CDC; A limitação indenizatória
prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal abrange apenas a reparação por danos materiais, não se
aplicando para indenizações por danos morais. As Convenções de Varsóvia e de Montreal devem ser aplicadas
não apenas na hipótese de extravio de bagagem, mas também em outras questões envolvendo o transporte
aéreo internacional.
PUBLICIDADE ENGANOSA: Art. 36, § 1º - É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de
induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades,
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. É aquela que induz o consumidor ao
engano. Apesar da menção ao engano, ao erro, não se pode esquecer que o ato de indução representa dolo
(atuação maliciosa praticada com intuito de enganar outrem e ter benefício próprio). Pode ser por ação ou por
omissão.
PUBLICIDADE ENGANOSA POR AÇÃO: há um dolo positivo, uma atuação comissiva do agente. Ex: campanha
publicitária que afirma que certo veículo tem um acessório, que não tem.
PUBLICIDADE ENGANOSA POR OMISSÃO: há um dolo negativo, com atuação omissiva. Ocorre quando deixa de
informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
A PUBLICIDADE ABUSIVA: Art. 36, § 2º - É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento
e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se
comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. É aquela ilícita por trazer como
conteúdo o abuso de direito. Ela agride os valores sociais, presente uma conduta socialmente reprovável de
abuso. Exemplos: a) A publicidade discriminatória de qualquer natureza. b) A publicidade que incita à
violência. c) A publicidade que explora o medo ou a superstição. d) A publicidade que se aproveita da
deficiência de julgamento e experiência da criança. e) A publicidade que desrespeita valores ambientais. f) A
publicidade que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança.