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SUMÁRIO – NFAPSS – PGE/TO – PARTE III

DIREITO PROCESSUAL CIVIL................................................................................................................................. 3


DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS........................................................................................................................ 23
DIREITO CIVIL ................................................................................................................................................... 29
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DO NOVO CPC


 Julgamento da demanda em ordem cronológica preferencial (art.12): Art. 12. Os juízes e os tribunais
atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. Deve ser
elaborada uma lista nas varas e gabinetes com a ordem dos processos, permanentemente à disposição para
consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
 Jurisdição da autoridade brasileira com exclusão de qualquer outra (art. 23): além das hipóteses já previstas
no CPC/73 (imóveis e sucessão hereditária), agora compete à autoridade judiciária brasileira, “em divórcio,
separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional”.
o A Justiça brasileira é absolutamente incompetente para processar e julgar demanda indenizatória fundada em
serviço fornecido de forma viciada por sociedade empresária estrangeira a brasileiro que possuía domicílio no
mesmo Estado estrangeiro em que situada a fornecedora, quando o contrato de consumo houver sido celebrado e
executado nesse local, ainda que o conhecimento do vício ocorra após o retorno do consumidor ao território
nacional. STJ. 3ª Turma. REsp 1.571.616-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 5/4/2016 (Info 580)
 Cooperação Internacional: Disposições Gerais: Art. 26 §1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica
internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. §2o Não se exigirá a
reciprocidade referida no §1o para homologação de sentença estrangeira. §4o O Ministério da Justiça exercerá as
funções de autoridade central na ausência de designação específica.
o Auxílio Direto: Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de
autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. Art. 30. Além dos casos
previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: I - obtenção e prestação
de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em
curso; II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência
exclusiva de autoridade judiciária brasileira; III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei
brasileira. Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-
Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que
deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade
jurisdicional.
o Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa
e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. § 1o A defesa restringir-se-á à discussão quanto
ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil. § 2o Em
qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária
brasileira.
o A prova testemunhal requerida por carta precatória ou rogatória não impede o juiz de julgar a ação nem o
obriga a suspender o processo, salvo se ele considerar esta prova IMPRESCINDÍVEL. STJ. 3ª Turma. REsp 1132818-
SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 3/5/2012.
 O artigo 6º do novo CPC consagra que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. Por isso, uma vez verificada a incapacidade
processual ou a irregularidade da representação da parte, cabe ao juiz suspender o processo e designar prazo
razoável para que seja sanado o vício (art. 76, CPC/2015). No mesmo sentido, existe o dever de determinar o
suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais (art. 139, IX, CPC/2015). Para
que não haja dúvidas, o artigo 488 deixa bem claro que “desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a
decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento” sem exame o mérito.
o Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva
decidir de ofício.
 Nos tribunais: incumbe ao relator, antes de considerar inadmissível o recurso, conceder o prazo de 5 (cinco)
dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível (art. 932, parágrafo
único, CPC/2015). Do mesmo modo, existe a possibilidade de o relator determinar a realização ou a renovação do
ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes, caso constatada a
ocorrência de vício sanável (art. 938, § 1º, CPC/2015). Por fim, quebrando paradigmas, o artigo 1.029, § 3º, dispõe
que até mesmo Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderão desconsiderar vício formal de
recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.
o O prazo só se aplica aos casos em que seja necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou
de assinatura, e não à complementação da fundamentação. Não incide nos casos em que o recorrente não ataca
todos os fundamentos da decisão recorrida. Isso porque, nesta hipótese, seria necessária a complementação das
razões do recurso, o que não é permitido. STF. 1ª Turma. ARE 953221 AgR/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
7/6/2016. (Info 829)
 Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
o Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de
tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701.
o Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença
somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
 Direito intertemporal: Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos
em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada”.
o Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes,
ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973”. (...). Art. 1.047. As disposições de direito probatório
adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início
de sua vigência.

#SAINDODOFORNO:
 Cabe agravo de instrumento contra o provimento jurisdicional que, após a entrada em vigor do CPC/2015,
acolhe ou rejeita incidente de impugnação à gratuidade de justiça instaurado, em autos apartados, na vigência do
regramento anterior. Aplica-se aqui o princípio do tempus regit actum, no qual se fundamenta a teoria do
isolamento dos atos processuais. STJ. 3ª Turma. REsp 1.666.321-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
07/11/2017 (Info 615).

AÇÃO E PROCESSO
 Condições da ação: pela leitura da lei, a possibilidade jurídica do pedido desapareceu, mas permanecem
previstos a legitimidade à o interesse processual (Art.17), que ainda conduzem a extinção do processo sem
julgamento de mérito. Caso a demanda seja extinta, a propositura de nova ação depende da correção do vício (art.
486, § 1o). Mesmo sem ser decisão de mérito, admite propositura de rescisória (art. 966).
#SAINDODOFORNO:
 A instituição arbitral, por ser simples administradora do procedimento arbitral, não possui interesse processual
nem legitimidade para integrar o polo passivo da ação que busca a sua anulação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.433.940-
MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/09/2017 (Info 613).
 O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor do réu cujos interesses está
defendendo. STJ. 4ª Turma. REsp 1.088.068-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 29/08/2017 (Info
613).

 Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda do objeto da ação em
razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber qual dos litigantes seria sucumbente se o
mérito da ação fosse julgado, o pagamento das custas e dos honorários advocatícios deve ser rateado entre as
partes. STJ. 3ª Turma. REsp 1641160-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/3/2017 (Info 600)
 Em ação civil pública, a formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o Ministério Público Estadual e o
Federal depende da demonstração de alguma razão específica que justifique a presença de ambos na lide. STJ. 3ª
Turma. REsp 1254428-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 2/6/2016 (Info 585).
o As condições da ação, dentre elas o interesse processual e a legitimidade ativa, definem-se da narrativa
formulada inicial, não da análise do mérito da demanda (teoria da asserção), razão pela qual não se recomenda ao
julgador, na fase postulatória, se aprofundar no exame de tais preliminares. STJ. 3ª Turma. REsp 1561498/RJ, Rel.
Min. Moura Ribeiro, julgado em 01/03/2016.
 O que o juiz deverá fazer se o autor indicar incorretamente a autoridade coatora na petição inicial do
mandado de segurança? É possível que o magistrado determine a emenda da petição inicial ou notifique a
autoridade correta? O tema é polêmico, sendo possível encontrar decisões nos dois sentidos: 1ª) NÃO. Havendo
erro na indicação da autoridade coatora, deve o juiz extinguir o processo sem julgamento do mérito, pela ausência
de uma das condições da ação, sendo vedada a substituição do polo passivo da relação processual (STJ. 1ª Turma.
AgRg no AREsp 188.954/MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 18/12/2012). 2ª) SIM. Nos casos de
equívoco facilmente perceptível na indicação da autoridade coatora, o juiz competente para julgar o mandado de
segurança pode autorizar a emenda da petição inicial ou determinar a notificação, para prestar informações, da
autoridade adequada, desde que seja possível identificá-la pela simples leitura da petição inicial e exame da
documentação anexada (STJ. 4ª Turma. RMS 45495-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 26/8/2014). STJ. 4ª
Turma. RMS 45495-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 26/8/2014 (Info 551). Comentário do Coach: Essa parece
ser a posição mais afinada com o NCPC.
 Negócios jurídicos processuais no novo CPC: a eleição negocial do foro (artigo 47 e 63); a suspensão do
processo por convenção das partes (artigo 313, II).
 Além desses, o NCPC incluiu uma cláusula geral dos negócios processuais atípicos (art. 190) e a previsão do
calendário processual contida no art. 191: O primeiro prevê a celebração dos negócios processuais, antes ou
durante o processo, visando mudanças no procedimento ou convencionando sobre os ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, desde que se trate de processos sobre direitos que admitam autocomposição, e desde que as
partes sejam plenamente capazes. O papel do juiz será de controlar a validade das convenções processuais, de
ofício ou a requerimento, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
#SELIGA # I JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ENUNCIADO 17 – A Fazenda Pública pode celebrar convenção processual, nos termos do art. 190 do CPC.
#IMPORTANTE - Consoante Leonardo Carneiro da Cunha, a Fazenda Pública pode praticar atos negociais no
processo, inexistindo vedação legal à celebração de negócios processuais pela Fazenda Pública. De acordo com
Cunha, se o advogado público possui poder para praticar atos processuais, pode celebrar negócios jurídicos
processuais. Assim, em tese, se poderia convencionar a suspensão do processo, escolher o procedimento a ser
adotado, o meio de impugnação a ser utilizado, etc.
Noutro tom, José Roberto Fernandes Teixeira aponta que a Fazenda Pública não pode celebrar negócio
processual quando vislumbrar ofensa ao interesse público, mas é livre para sua celebração quando se destinar a
alcançar um melhor desenvolvimento do processo.
ENUNCIADO 18 – A convenção processual pode ser celebrada em pacto antenupcial ou em contrato de
convivência, nos termos do art. 190 do CPC.
o Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais,
quando for o caso. § 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão
modificados em casos excepcionais, devidamente justificados. § 2º Dispensa-se a intimação das partes para a
prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
 De acordo com a doutrina, constitui ação cognitiva de natureza constitutiva aquela que, além de apresentar um
conteúdo declaratório, também cria, modifica ou extingue um estado ou uma relação jurídica. (CESPE PGM BH
2017).

#SAINDODOFORNO

 Decisão que não aprecia o mérito não gera impedimento por parentesco entre magistrados. STJ. 3ª Turma. REsp
1.673.327-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info 611).

 O cessionário de honorários advocatícios tem legitimidade para se habilitar no crédito consignado em


precatório desde que comprovada a validade do ato de cessão por escritura pública e seja discriminado o valor
devido a título de verba honorária no próprio requisitório, não preenchendo esse último requisito a simples
apresentação de planilha de cálculo final elaborada pelo Tribunal de Justiça. STJ. Corte Especial. EREsp 1.127.228-
RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/6/2017 (Info 607).
 Não é possível a penhora do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS para o pagamento de
honorários de sucumbência. STJ. 3ª Turma. REsp 1.619.868-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
24/10/2017 (Info 614).
 #FAZENDAPÚBLICA: O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em
que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional ao incidir sobre
débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos
quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao princípio constitucional da isonomia (art.
5º, da CF/88). Quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros moratórios
segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo hígido, nesta
extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009. O art. 1º-F da Lei
nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que disciplina a atualização monetária das
condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se
inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de propriedade (art. 5º, XXII, da CF/88), uma vez que
não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea a promover
os fins a que se destina (STF, Plenário, Info 878).

JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA ENVOLVENDO CONDENAÇÕES DA


FAZENDA PÚBLICA
DÉBITOS DE NATUREZA DÉBITOS DE NATUREZA NÃO-
TRIBUTÁRIA TRIBUTÁRIA
 Mesmo índice de juros que  Correção monetária: aplica-se o
incide quando o Poder Público IPCA-E (Índice de Preços ao
cobra seus créditos tributários Consumidor Amplo Especial), que é
(princípio da isonomia). divulgado pelo IBGE.
 Se for a SELIC (como ocorre em  Juros de mora: continuam a ser
âmbito federal), já abrange juros e regidos pelo art. 1º-F. Logo, devem
correção monetária. ser aplicados os juros da poupança.

Tanto os índices de juros como de • Quanto à correção monetária: o


correção monetária previstos no art. 1º-F é inconstitucional, pois o
art. 1º-F são inconstitucionais. índice da poupança não consegue
capturar a variação de preços da
economia, não sendo capaz de
fazer a correta atualização
monetária, havendo violação do
direito à propriedade.
• Quanto aos juros de mora: o art.
1º-F é constitucional.

COMPETÊNCIA
 Critérios de prevenção (art. 59): "Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo".
No NCPC não interessa mais despacho, citação, etc.
 Modificação de competência e cláusula de eleição de foro: Art. 63. As partes podem modificar a competência
em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A
eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado
negócio jurídico. § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3o Antes da citação, a
cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa
dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de
eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
 Possibilidade de reunião de processos semelhantes para julgamento conjunto mesmo que não haja conexão
em sentido estrito: Art. 55, § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre
eles.
 Não há, em regra, interesse jurídico da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – para figurar como ré ou
assistente simples de ação de repetição de indébito relativa a valores cobrados por força de contrato de
fornecimento de energia elétrica celebrado entre usuário do serviço e concessionária do serviço público. Em razão
disso, essa ação é de competência da Justiça Estadual. STJ. 1ª Seção. REsp 1389750-RS, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo) (Info 601).
 A simples presença do MPF na lide faz com que a causa seja da Justiça Federal? Em outras palavras, todas as
ações propostas pelo Parquet federal serão, obrigatoriamente, julgadas pela Justiça Federal? Esta é a posição que
prevalece tanto no STJ como atualmente também no STF. STJ. 4ª Turma. REsp 1.283.737-DF, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 22/10/2013 (Info 533). STF. 2ª Turma. RE 822816 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
08/03/2016. (Vale também para a DPU, segundo STJ, no CC 144.922 – Caso Samarco)

#FAZENDAPÚBLICA
 Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da Constituição de 1988 sem prestar concurso.
STF. Plenário. CC 7.950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/09/2016 (Info 839).

#SAINDODOFORNO:
 Não compete à Justiça do Trabalho julgar controvérsia referente aos reflexos de vantagem remuneratória, que
teve origem em período celetista anterior ao advento do regime jurídico único. Reconhecido que o vínculo atual
entre o servidor e a Administração Pública é estatutário, compete à Justiça comum processar e julgar a causa. É a
natureza jurídica do vínculo existente entre o trabalhador e o Poder Público, vigente ao tempo da propositura da
ação, que define a competência jurisdicional para a solução da controvérsia, independentemente de o direito
pleiteado ter se originado no período celetista. STF. Plenário. Rcl 8909 AgR/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red.
p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/09/2016 (Info 840). STF. 2ª Turma. Rcl 26064 AgR/RS, rel. orig. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/11/2017 (Info 885).

SUJEITOS DO PROCESSO
 O dano processual não é pressuposto para a aplicação da multa por litigância de má-fé prevista no art. 18 do
CPC/1973 (art. 81 do CPC/2015). Trata-se de mera sanção processual, aplicável inclusive de ofício, e que não tem
por finalidade indenizar a parte adversa. STJ. 3ª Turma. REsp 1628065-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel.
p/acórdão Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 21/2/2017 (Info 601).
 Intervenção Anômala ou Anódina: Art. 5º da Lei nº 9.469/1997: Art. 5º A União poderá intervir nas causas em
que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas
públicas federais. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa
ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de
interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais
reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de
competência, serão consideradas partes.
- LITISCONSÓRCIO
 CONCEITO: Litisconsórcio há apenas quando, no mesmo polo do processo, existe uma pluralidade de partes
ligadas por uma afinidade de interesses.
 CLASSIFICAÇÃO: a) Quanto aos sujeitos – Ativo, Passivo e Misto; b) Quanto ao momento – Inicial e Ulterior; c)
Quanto aos efeitos – Simples e Unitário
LITISCONSÓRCIO SIMPLES: possibilidade de que a decisão seja diferente para os litisconsortes no mesmo polo.
LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO: obrigatoriedade de que a decisão seja a mesma para os litisconsortes no mesmo polo.
Quanto à obrigatoriedade – Facultativo e Necessário
1) Facultativo: a) o entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; b) entre as
causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; c) ocorrer afinidade de questões por ponto comum de
fato ou de direito.
2) Obrigatório: a) por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da
sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO: litisconsórcio formado por um número excepcionalmente grande de
litigantes, sempre que, em razão de sua formação, possa ocorrer o comprometimento da defesa, ou do
cumprimento de sentença, ou a rápida solução do litígio. Por motivos atinentes à paridade de armas e à efetividade
do processo, portanto, é possível desmembrar o litisconsórcio.
- INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
 Com o Novo CPC, a nomeação à autoria deixa de existir, dando lugar à técnica da correção da legitimidade
passiva, disciplinada nos arts. 338 e 339, ambos do NCPC, que será estudada em outra oportunidade.
 A oposição não consta mais como intervenção de terceiro típica, tornando-se um procedimento especial,
previsto no art. 682 a 686, do NCPC. A oposição em termos gerais é o instituto por intermédio do qual o
terceiro reclama o bem ou o direito disputado em processo alheio.
 Foram acrescentadas duas novas hipótese de intervenção de terceiros: o amicus curiae e a
desconsideração de personalidade jurídica.

- ASSISTÊNCIA: terceiro com interesse jurídico que uma das partes processuais seja a vencedora da demanda; o
assistente receberá o processo no estado em que se encontrar.
Espécies:
ASSISTÊNCIA
Simples Litisconsorcial
A parte ingressa em juízo para auxiliar Sempre que a sentença influir na
uma das partes por possuir interesse relação jurídica entre ele e o adversário
jurídico no deslinde da demanda. do assistido.
O assistente é um coadjuvante no O assistente recebe tratamento de
processo (atividade subordinada). parte.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE
 Constitui uma demanda, pois ela envolve o direito de ação. Essa demanda se caracteriza por ser: a)
incidente; b) regressiva; c) eventual; e d) antecipada.
 Hipóteses de denunciação da lide:
- ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a
fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
- àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de
quem for vencido no processo.
 Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e
acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.
 Feita a denunciação pelo réu:
- se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na
ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
- se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa,
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação
regressiva;
- se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante
poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a
procedência da ação de regresso.
 Não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses em que o
denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.637.108-PR, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017 (Info 606).

CHAMAMENTO AO PROCESSO:
 Admite-se o chamamento do afiançado quando o fiador for demandado.
 Admite-se o chamamento ao processo dos demais fiadores quando a ação for proposta apenas contra um
deles.
 Admite-se o chamamento ao processo dos demais devedores solidários quando o credor ingressar contra
um deles apenas.
 CABÍVEL: na fase de conhecimento; execução de título extrajudicial.

AMICUS CURIAE:
 Terceiro que, espontaneamente, a pedido da parte ou por provocação do órgão jurisdicional, intervém no
processo para fornecer subsídios que possam aprimorar a qualidade da decisão.
 Autoriza-se o amicus curiae quando envolver matéria relevante, tema específico ou repercussão social da
controvérsia
 O amicus curiae poderá opor embargos de declaração e interpor recursos que julgue os incidentes de
resolução de demandas repetitivas.

#SELIGA #ENUNCIADO 12 DA I JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – É cabível a intervenção de amicus curiae
(art. 138 do CPC) no procedimento do Mandado de Injunção (Lei n. 13.300/2016).

ATOS PROCESSUAIS
 Reconhecimento da postura protagonista do advogado em termos de intimação: Art. 269. (...)§ 1º É facultado
aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a
seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento. § 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com
cópia do despacho, da decisão ou da sentença.
 Ordem preferencial de citação no NCPC: 1) meio eletrônico (art. 270); 2) pelo órgão oficial - diários de justiça
(art. 272) e 3) pessoal (art. 273).
 Nos casos de intimação/citação realizadas por correio, oficial de justiça, ou por carta de ordem, precatória ou
rogatória, o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou
da juntada da carta. STJ. Corte Especial. REsp 1.632.777-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
17/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 604).
 Contagem de prazos (art. 219): somente dias úteis (durante os feriados declarados por lei, aos sábados e
domingos, além dos dias em que não haja expediente forense, a contagem do prazo ficará suspensa). #OBS: a
maioria dos prazos de recursos são de 15 dias. Se tiver dúvida (e sentir necessidade de chutar), CHUTE 15. A
exceção são os Embargos de Declaratórios (5 dias).
 Fim do prazo em quádruplo para Fazenda Pública. O art. 183 da Lei nº 13.105/2015 (Novo CPC) estabelece que
a Fazenda Pública goza de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais e que a contagem dos
prazos terá início a partir da intimação pessoal de seus representantes legais, sendo possível que esta intimação
ocorra por remessa dos autos, carga destes ou através de intimação por meio eletrônico (art. 183, § 1º). Este prazo
em dobro somente deixará de ser aplicado quando a lei de forma expressa determinar prazo diferente e próprio
para a Fazenda Pública (art. 183, § 2º).
 Prazo em dobro para advogados diferentes e de escritórios distintos: Art. 229. Os litisconsortes que tiverem
diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. Cessa a contagem em dobro
se, havendo apenas dois réus, é oferecida a defesa por apenas um deles (art. 229, §1, CPC). Não se conta prazo em
dobro para recorrer quando apenas um dos litisconsortes haja sucumbido (Súmula 641, STF). No processo
eletrônico os litisconsortes com procuradores distintos de diferentes escritórios não têm prazo em dobro (art. 229,
§ 2, CPC).
 Concentração de atos na contestação: Diferentemente do Código de 1973, no NCPC a contestação concentrará
quase todas as defesas, tendo em vista que as seguintes exceções passaram ser preliminares da contestação:
exceção de incompetência relativa (art. 337, II); impugnação ao valor da causa (art. 337, III); Impugnação ao
benefício da justiça gratuita (art. 337, XIII); Reconvenção (art. 343); Denunciação da lide passiva (art. 126);
chamamento ao processo (art. 131); demais preliminares (art. 337); impugnação específica (art. 341), etc.
 Como regra geral, o réu deve se manifestar sobre todo o conteúdo da petição inicial, de uma só vez, em sua
contestação. Porém, a lei processual admite, excepcionalmente, que, mesmo depois de apresentada a defesa, o
réu apresente novas alegações, nas seguintes hipóteses: (I) quando as alegações forem relativas a direito ou a fato
superveniente; (II) quando competir ao juiz conhecer delas de ofício; e (III) quando, por expressa autorização legal,
puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 342, CPC/15).

PROCEDIMENTOS
 Não existe mais dualidade entre rito ordinário e sumário. O rito passa a ser comum, além dos especiais que
continuam existindo.
 Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido deve ser indicado. Pelo CPC
acaba a prática de deixar “à livre prudência do magistrado”, deve o autor indicar o valor que deseja de dano
moral Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (...)V - na ação indenizatória,
inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido. Pela leitura deste inciso, o CPC exige que a parte
quantifique o dano moral.
 Audiência de conciliação/mediação: passa a existir como regra uma audiência de conciliação antes da
apresentação da defesa (que será oferecida 15 dias após frustrada a tentativa de conciliação). Essa audiência pode
ser dispensada entre as partes de comum acordo ou quando não admitir composição (arts. 334 e 335, hipótese
comum de acontecer em várias ações que envolvem a Fazenda Pública). Lembrar que não adianta o autor colocar
na petição inicial o não interesse na conciliação – o réu deve estar no mesmo sentido. #SELIGA: Cuidado com isso
na prova prática!
 Tutela provisória é gênero que comporta duas espécies: tutela de evidência e tutela de urgência.
o Com o advento do NCPC subsiste o processo cautelar? — Não, as medidas cautelares antes ventiladas por
este, devem ser requeridas no bojo do mesmo processo - sem instaurar nova relação processual.
o Não há́ hipótese de instauração de processo autônomo para a tutela de urgência? — Há sim - quando for
tutela de urgência cautelar em caráter antecedente. Art. 305 CPC. Diz que a inicial que visar a cautelar antecedente
indicará a lide e seu fundamento e o direito que se quer assegurar + perigo dano ou risco de resultado útil. Na
tutela de urgência em caráter antecedente poderá haver apenas uma relação jurídica? Poderá ou não ter DUAS
relações jurídicas autônomas - o art. 308, §1, dá a possibilidade de nos mesmos autos formular cautelar e principal.
Artigo fala que efetivada cautelar o principal deve ser formulado em 30 dias - mas o parágrafo 1º afirma que
podem ser formulados em conjunto. As cautelares típicas deixam de existir no NCPC podendo ser concedidas no
bojo do processo, mas com o objetivo de uma tutela provisória.
o Persiste o poder geral de cautela? — O NCPC não prevê expressamente como fazia o CPC/73 (art. 798 ),
apenas dispõe sobre um poder geral de efetivação das medidas de urgência já́ deferidas. Prestar atenção ao
enunciado!!! Se falar expressamente prevista no CPC estará errada. Pode o juiz de ofício conceder medidas
cautelares? Pela literalidade do NCPC, não. Foi suprimido o art. 798 do CPC/73 que previa tal possibilidade.
o A tutela jurisdicional inibitória – que visa a prevenir a consumação do ilícito, pode ser requerida com fulcro
nos seguintes artigos:
 1) CF/88 Art. 5 XXXV – (inafastabilidade de jurisdição).
 2) NCPC, art. 139, IV -juiz (determinar medidas coercitivas),
 3) NCPC, art. 536, § 1º (resultado prático obrigação de Fazer e não fazer)
 4) NCPC, art. 538, §1 (entrega de coisa)
 5) CDC, art. 84, §5 (assegurar resultado prático) 6) Lei 7.347, art. 11.
o O art. 1º da Lei nº 9.494/97 determina, entre outras vedações, que não será cabível tutela antecipada contra o
Poder Público visando obter a reclassificação ou equiparação de servidores públicos ou a concessão de aumento ou
extensão de vantagens pecuniárias. O STF declarou que esse dispositivo é constitucional (ADC 4). Vale ressaltar, no
entanto, que a decisão proferida na referida ADC 4 não impede toda e qualquer antecipação de tutela contra a
Fazenda Pública. Somente está proibida a concessão de tutela antecipada nas hipóteses listadas no art. 1º da Lei nº
9.494/97, que deve ser interpretado restritivamente. No presente julgado, o STF afirmou que seria possível a
concessão de tutela antecipada tratando sobre férias de servidores públicos, considerando que isso não envolve a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos nem a concessão de aumento ou extensão de vantagens. STF.
Plenário. Rcl 4311/DF, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 6/11/2014 (Info 766).

#SELIGA # I JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL


ENUNCIADO 42 – É cabível a concessão de tutela provisória de urgência em incidente de desconsideração da
personalidade jurídica.
ENUNCIADO 43 – Não ocorre a estabilização da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, quando
deferida em ação rescisória.
ENUNCIADO 44 – É requisito da petição inicial da tutela cautelar requerida em caráter antecedente a indicação do
valor da causa.
ENUNCIADO 45 – Aplica-se às tutelas provisórias o princípio da fungibilidade, devendo o juiz esclarecer as partes
sobre o regime processual a ser observado.
ENUNCIADO 46 – A cessação da eficácia da tutela cautelar, antecedente ou incidental, pela não efetivação no prazo
de 30 dias, só ocorre se caracterizada omissão do requerente.
ENUNCIADO 47 – A probabilidade do direito constitui requisito para concessão da tutela da evidência fundada em
abuso do direito de defesa ou em manifesto propósito protelatório da parte contrária.
ENUNCIADO 48 – É admissível a tutela provisória da evidência, prevista no art. 311, II, do CPC, também em casos de
tese firmada em repercussão geral ou em súmulas dos tribunais superiores.
ENUNCIADO 49 – A tutela da evidência pode ser concedida em mandado de segurança.
 Tutela Provisória:
 O que é? — 1) Gênero de tutela jurisdicional. 2) Caracterizada pela sumariedade e precariedade. 3) Objetiva
antecipar provisoriamente os efeitos da tutela jurisdicional definitiva. Como a doutrina chama a tutela de urgência
(espécie de tutela provisória)? — Tutela de segurança. Como se divide a tutela de urgência? — 1) Urgência
cautelar 2) Urgência antecipada ou satisfativa - pode ser de urgência, mas também pode ser de evidência. A
cautelar sempre será de urgência.

#DEOLHONOESQUEMA:

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas


documentalmente e houver tese firmada em julgamento de
TUTELA DA
casos repetitivos ou em súmula vinculante;
EVIDÊNCIA EM
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova
CARÁTER
documental adequada do contrato de depósito, caso em
ANTECEDENTE
que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o
TUTELA DA
manifesto propósito protelatório da parte;
EVIDÊNCIA EM
IV - a petição inicial for instruída com prova documental
CARÁTER
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que
INCIDENTAL
o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Incidental
Cautelar
Antecedente
Urgência
Tutela Provisória Incidental
Evidência Antecipada
Antecedente

QUEM ANALISA O PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA?


ANTECEDENTE Juízo competente para conhecer do pedido
principal
INCIDENTAL, SEM RECURSO Juízo da causa
INCIDENTAL, COM RECURSO Órgão jurisdicional competente para apreciar
o mérito
AÇÃO DE COMPETÊNCIA Órgão jurisdicional competente para apreciar
ORIGINÁRIA DE TRIBUNAL o mérito

ANTECIPADA CAUTELAR EVIDÊNCIA


SATISFATIVA CONSERVATIVA SATISFATIVA
URGENTE URGENTE PLAUSIBILIDADE
PROVISÓRIA PROVISÓRIA PROVISÓRIA
 Existem ainda as medidas liminares do NCPC? — Liminar não é uma espécie de medida e sim uma técnica
decisória que consiste em conceder uma medida "in limine litis" - no início da relação jurídica processual - antes da
manifestação do demandado e, até mesmo, de sua citação - pode assim tal técnica ser aplicada em todas as tutelas
provisórias.
 Há isenção de custas para as tutelas provisórias incidentais. Pode decisão condicionar a apreciação de tutela
antecipada incidental ao recolhimento de custas ou a outra exigência não prevista em lei? — Se assim o fizer,
equivalerá ao indeferimento, sendo impugnável por agravo de instrumento - art. 1.015 NCPC - Conforme o E. 29 do
Fórum permanente (art. 298 c/c 1.015). Pagando o autor as custas no caso de tutela provisória antecedentes
precisará pagar novamente quando realizar o aditamento do art. 308 do CPC? (Efetivada cautelar terá́ 30 dias
para o pedido principal) — Não - o art. 308 CPC diz que não dependerá de adiantamento de novas custas.
O NCPC traz o PODER GERAL DE EFETIVACA ̃O em que consiste esse? É a possibilidade de exercício de atividade
criativa pelo juiz, mesmo de oficio, em prol da efetividade da atividade jurisdicional. Permite a este adotar todas as
medidas efetivas para resguardar a utilidade das medidas já requeridas e deferidas, e o comando exato previsto na
decisão, e quando não possível o resultado prático equivalente. Possível o juiz no poder geral de efetivação
assegurar o resultado prático equivalente ao do adimplemento sem a parte ser ouvida? Excepcionalmente, é
possível sem o réu ser ouvido (art. 9, II CPC), mas não em relação ao autor, sob pena de impingir a ela um resultado
prático indesejado. Poder Geral de Efetivação é o mesmo que poder geral de cautela? Não. O de cautela (CPC73 –
arts.798 e 804) consistia na concessão de medidas de urgência para efetivar outra medida de urgência
(superfetação das medidas). Incluindo medidas atípicas, já o de efetivação consiste na adoção de medidas laterais
em prol da efetivação do comando do juiz.
o Predomina que o poder geral de cautela persiste no ordenamento processual. Mas isso é doutrinário.
o O art. 298 CPC de 2015 impôs obrigação ao magistrado de fundamentar a decisão que concede, nega, modifica
ou revoga a tutela provisória de forma clara e precisa.
 Qual é o recurso cabível da decisão que concede tutela provisória? Depende. 1) De urgência, seja cautelar ou
antecipada, é interlocutória (agravo de instrumento.) 2) De evidência, se pelo art. 311 será́ decisão de mérito, não
havendo mais objeto a ser concedido, logo apelação. Se pelo art. 356 (julgamento antecipado parcial) será́ agravo
de instrumento, pois haverá́ resíduo a ser enfrentado.
o Caso uma tutela de urgência seja decidida quando da sentença, qual recurso a atacará? Apelação, qualquer
que seja a tutela provisória. A superveniência de sentença de mérito acarreta a perda do objeto do agravo de
instrumento interposto contra decisão anteriormente proferida em tutela antecipada. STJ. Corte Especial. EAREsp
488188-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/10/2015 (Info 573).Art. 537, § 3º - A decisão que fixa a
multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor
após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte.
 Tutela Provisória Cautelar: Tanto a tutela de urgência antecedente quanto a incidental podem ter conteúdo
cautelar.
o Quais os requisitos para a tutela de urgência de conteúdo cautelar? Art. 300 NCPC.
o 1) Fumus boni iuris - que é a presença de elementos que evidenciem a probabilidade do direito
(verossimilhança) – não se exige mais prova inequívoca (cuidado com isso – adoram cobrar coisas que não existem
mais), bastando probabilidade.
o 2) Periculum in mora - demonstração que não pode arcar com ônus do processo - demonstrando o perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo (finalidade assecuratória) - não exige mais dano irreparável ou de difícil
reparação - basta perigo de dano
 O que é o periculum in mora inverso? — É a irreversibilidade do provimento - art. 300 §3º - aqueles casos em
que mesmo revogada a medida não é possível retornar ao status quo. Diz o artigo que a tutela de urgência não será
concedida caso haja perigo de irreversibilidade.
 O legislador prevê no art. 300 §1º caução para a concessão de tutela de urgência cautelar. No entanto, a pessoa
sem recursos econômicos está dispensada dessa exigência, com base no art. 5º, XXXV e LIV, da Constituição.
 Assim como no CPC de 1973 o NCPC traz a regra da responsabilidade objetiva no caso de revogação da tutela
provisória. Mudanças trazidas pelo NCPC: a responsabilidade objetiva estende-se para a tutela de urgência
antecipada; ficou mantida a necessidade de liquidação, mas agora não precisa ser nos próprios autos, só́ quando
possível. Se o requerido (lesionado) precisar alegar e provar fato novo poderá́ fazer em liquidação em
procedimento próprio pelo rito comum.
 Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a
efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: I - a sentença lhe for desfavorável; II - obtida
liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no
prazo de 5 (cinco) dias; III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV - o juiz acolher
a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos
autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.
 A reforma da decisão que antecipa a tutela obriga o autor da ação a devolver os benefícios previdenciários
indevidamente recebidos (STJ, recurso repetitivo, Info 570).
O art. 115, II, da Lei nº 8.213/91 não autoriza o INSS a descontar, na via administrativa, valores concedidos a título
de tutela antecipada (tutela provisória de urgência), posteriormente cassada com a improcedência do pedido. Em
outras palavras, o art. 115, II, da Lei nº 8.213/91 não autoriza o INSS a cobrar, administrativamente, valores pagos a
título de tutela judicial, sob pena de afronta ao princípio da segurança jurídica. A autarquia previdenciária deverá se
valer dos instrumentos judiciais próprios para ter de volta essa quantia (STJ, Info 605).

Tutela Antecipada Antecedente: Em que consiste?


 1) Prevista no art. 303 CPC;
 2) Técnica de julgamento para adiantar efeitos de qualquer tipo de provimento (cautelar ou
satisfativo/conhecimento ou executivo);
 3) Exige fumus boni iuris e periculum in mora;
 4) Pode ser incidental ou já inicialmente proposta (antecedente).
 Quais as consequências do deferimento da tutela antecipada antecedente? O requerente deve em 15 dias da
intimação da decisão concedente aditar a inicial - isso somente quando o requerente formular a "cisão" do §5 do
artigo 303. - Para complementar a argumentação jurídica + novos documentos + confirmar (ratificar) pedido de
provimento jurisdicional final. #JACAIUEVAIDENOVO – não confunda com o prazo de 5 dias para emendar o pedido
de tutela antecipada antecedente antes de indeferir.
 O que deve fazer o juiz antes de indeferir a tutela antecipada antecedente? (Art. 303 §.6) — Deverá antes de
indeferir determinar a emenda a inicial (5 dias) - fase de admissibilidade prévia ao requerimento de tutela
antecipada. Deve indicar quais pontos não ficaram nítidos - decisão de emenda é agravável - se depois juiz indefere
é apelável.
 Existe a possibilidade de o juiz postergar a análise da tutela antecipada. Nesse caso, deve justificar a
postergação sempre que estabelecer a necessidade de contraditório prévio. (EFPP N. 138)
 É possível a estabilidade da tutela antecipada antecedente? Art. 304 — Apesar de ser provisória é possível sua
estabilização desde que conjugados dois fatores:
 1. Não aditamento;
 2. O réu não houver agravado.
o Estabilização da tutela antecipada antecedente é o mesmo que coisa julgada material? Não, por expressa
previsão legal. Entretanto a estabilidade só será afastada havendo decisão em sentido inverso em ação própria
revisional.
o Qual a consequência processual da estabilização da decisão em tutela antecipada antecedente? Extinção do
processo sem julgamento do mérito pelo art. 485 VI - perda superveniente do interesse processual.
o Tem prazo para impugnar a estabilização da tutela antecipada antecedente? Prazo decadencial de 2 anos
(art. 304 §5º) a contar da decisão que intima as partes da extinção do processo por estabilização, mesmo depois de
2 anos não há coisa julgada material sendo erro falar em rescisória (966 CPC). Será uma mera demanda revisional,
apesar do prazo ser o mesmo.
 Tutela Cautelar Antecedente: TUTELA PROVISÓRIA DE URGEN CIA ANTECEDENTE DE NATUREZA CAUTELAR ->
ART. 305 a 310 CPC15 — Trata-se da antiga Tutela Cautelar Preparatória.
o “A tutela cautelar necessariamente trata de outro direito distinto do direito à própria cautela”. A que
característica se refere tal afirmação? A "REFERIBILIDADE" da cautelar, pois esta se refere a outro direito distinto da
cautela. Tem finalidade meramente ASSECURATÓRIA da efetividade da tutela jurisdicional.
Quais as duas formas pela qual se pode exteriorizar o requerimento da cautelar?
o 1) Propor ação com requerimento de cautelar antecedente e após efetivação formular pedido principal em 30
dias.
o 2) Propor e logo de início, já́, em conjunto, o pedido principal.
 Persiste a fungibilidade da cautelar no novo CPC? Sim. Nos casos em que o autor pede a cautelar, mas o juiz
entende que é caso de tutela antecipada.
 Efetivada a cautelar o autor terá 30 dias para formular o pedido principal. Caso não o faça o processo será
extinto sem resolução do mérito? Esse era o teor da súmula 482 do STJ que dizia que o processo perdia a eficácia e
seria extinto sem resolução. No entanto, como agora há necessidade de processo autônomo, predomina que só
cessará a eficácia da medida, sem extinguir o processo.
o Indeferida a cautelar poderá o autor ingressar novamente em juízo? Não pode renovar o pedido cautelar,
cessando a sua eficácia, salvo se renovar sob novo fundamento.
 Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: I - o autor não deduzir o pedido
principal no prazo legal; II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; III - o juiz julgar improcedente o pedido
principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito. Parágrafo único. Se por qualquer
motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento
 #IMPORTANTE #FAZENDAPÚBLICA - Disposições gerais do Código: Art. 1.059 do CPC/2015. À tutela provisória
requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1o a 4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992 e
no art. 7o, § 2o, da Lei no 12.016, de 7 de agosto de 2009:
o Lei 8.437/1992, Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento
cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante
não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.
 § 1° Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando
impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à competência originária de tribunal.
 § 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação civil pública.
 § 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação.
 § 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da comunicação ao dirigente do órgão ou
entidade, o respectivo representante judicial dela será imediatamente intimado.
 § 5º Não será cabível medida liminar que defira compensação de créditos tributários ou previdenciários
 Lei 12.016/2009. Art. 7º, § 2º: Não será concedida medida liminar que tenha por objeto:
 A compensação de créditos tributários,
 A entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior,
 A reclassificação ou equiparação de servidores públicos e
 A concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
#SAINDODOFORNO:
 A correção monetária dos depósitos judiciais deve incluir os expurgos inflacionários. STJ. Corte Especial. STJ,
julgado em 3/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 607).

PROVAS
 Teoria Dinâmica do Ônus da prova: Tradicionalmente, a distribuição do ônus da prova no processo era feita de
modo estático. Cuidado com assertivas que dizem que a prova não cabe mais a quem alega. Essa ainda é a regra
(art. 373, inc. I e II). Assim, a regra é a distribuição estática no ônus da prova. O que é preciso para haver a
distribuição dinâmica do ônus da prova?
o 1) previsão legal (como ocorre com CDC, por exemplo);
o 2) impossibilidade ou a excessiva dificuldade de cumprir o seu ônus (prova diabólica);
o 3) maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário (aptidão da prova);
o 4) decisão fundamentada
o 5) oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. A desincumbência do encargo pela parte não
pode ser impossível ou excessivamente difícil. Em outras palavras, não se admite simplesmente a mera
transferência de prova, sob pena de apenas trocar de lugar as injustiças. A inversão só faz sentido se a outra parte
tiver melhores condições de obter o meio de prova.
 Possível a convenção das partes sobre distribuição diversa dos ônus probatório? Perfeitamente - O negócio
processual pode ocorrer antes ou durante o processo. Percebe-se assim, que o novo diploma legislativo está em
consonância com os ditames do atual momento vivido pelo processo, onde há a valorização da colaboração e da
boa-fé no processo, sendo vedada a decisão-surpresa que surpreende as partes com a inversão do ônus da prova
na sentença, sem conferir a oportunidade prévia de comprovar antes da prolação da decisão.
 Prova emprestada X NCPC. O NCPC prevê expressamente a possibilidade de prova emprestada: Art. 372. O juiz
poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,
observado o contraditório. Lembrando que o STJ já admitiu que para haver prova emprestada não há necessidade
de as partes serem idênticas no processo de onde deriva a prova emprestada, bem como admissível a oriunda do
processo criminal mesmo sem o trânsito em julgado desta. Quanto à forma, a prova emprestada é sempre
documental.
o É possível compartilhar as provas colhidas em sede de investigação criminal para serem utilizadas, como
prova emprestada, em inquérito civil público e em outras ações decorrentes do fato investigado. Esse
empréstimo é permitido mesmo que as provas tenham sido obtidas por meio do afastamento ("quebra") judicial
dos sigilos financeiro, fiscal e telefônico. STF. 1ª Turma. Inq 3305 AgR/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 23/2/2016 (Info 815).
o A prova pode ser emprestada mesmo que a parte contra a qual será utilizada não tenha participado do
processo originário onde foi produzida? SIM. É admissível, assegurado o contraditório, a prova emprestada vinda
de processo do qual não participaram as partes do processo para o qual a prova será trasladada. STJ. Corte
Especial. EREsp 617428-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/6/2014 (Info 543).
# I JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL ENUNCIADO 30 – É admissível a prova emprestada, ainda que não
haja identidade de partes, nos termos do art. 372 do CPC.
 Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da
audiência designada (art. 455). Descumprida essa exigência, importará desistência da testemunha (texto de lei
ótimo para prova objetiva).
 O NCPC trouxe nova hipótese de competência delegada: Art. 381, § 4º, do CPC/2015: "O juízo estadual tem
competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de
empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal”.
 Recaindo a perícia sobre a própria parte, é necessária a sua intimação pessoal, não por meio do seu advogado,
uma vez que se trata de ato personalíssimo. STJ. 4ª Turma. REsp 1.364.911-GO, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em
1/9/2016 (Info 589).
 O conceito de documento comum, previsto no art. 844, II, do CPC/1973, não se limita àquele pertencente a
ambas as partes, mas engloba também o documento sobre o qual elas têm interesse comum, independentemente
de o solicitante ter participado de sua elaboração. STJ. 3ª Turma. REsp 1.645.581-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 8/8/2017 (Info 609).
 O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária, que deve
corresponder apenas à condenação referente ao mérito principal da causa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.367.212-RR, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/6/2017 (Info 608)

#FAZENDAPÚBLICA #ABREOOLHO: É permitida a imposição de multa diária (astreintes) a ente público para
compeli-lo a fornecer medicamento a pessoa desprovida de recursos financeiros. STJ. 1ª Seção. REsp 1.474.665-RS,
Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 26/4/2017 (recurso repetitivo) (Info 606).

SENTENÇA E COISA JULGADA


 O autor somente pode requerer a desistência da ação até a sentença. Essa é a regra do CPC. Entretanto, o
Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar RE 669367/RJ, decidiu que a desistência do mandado de segurança
é uma prerrogativa de quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e
independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação. Seria uma ação
conferida em benefício do cidadão contra o Estado e, portanto, não gera direito à autoridade pública coatora de
ver o mérito da questão resolvido. Entretanto em outro julgado posterior o Supremo entendeu pela
impossibilidade, mas esse caso teve peculiaridades, que pelo caso concreto entendeu que não poderia haver
desistência após o julgamento por manifesto abuso de direito.
 O que o NCPC entende por sentença? É o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts.
485 (não resolvendo o mérito) e 487 (resolvendo), põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como
extingue a execução.
 E o que seria uma decisão interlocutória? Todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se
enquadre no conceito de sentença.
 Questões incidentais podem sofrer a qualidade da coisa julgada? Sim, mesmo que não requerida pela parte.
Mas para isso devem ser expressamente enfrentadas, sendo necessário o contraditório real (efetivo), não tendo
essa aptidão quando o processo correr em revelia.
 #ATENÇÃO!! Inc. IV do §1º do art. 489 do NCPC diz que não se considerará fundamentada sentença que não
enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de infirmar conclusão adotada pelo julgador. O STJ
entendeu que esse dispositivo não impôs o dever de o juiz ter que enfrentar todos os argumentos afetos, mas
somente aqueles que possam “infirmar” a decisão.
o O julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha
encontrado motivo suficiente para proferir a decisão. O julgador possui o dever de enfrentar apenas as questões
capazes de infirmar (enfraquecer) a conclusão adotada na decisão recorrida. STJ. 1ª Seção. EDcl no MS 21.315-DF,
Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 8/6/2016. (Info 585)

RECURSOS E REEXAME NECESSÁRIO


 Reexame necessário (Art. 495) – Lembrar que quando a sentença não for líquida não se aplica a dispensa do
exame necessário, até mesmo porque o §3º fala expressamente que não se aplicará o reexame necessário quando
o proveito econômico for de valor certo e líquido e inferior a certas quantias a seguir explicitadas: 1.000 salários
mínimos para União e autarquias e fundações de direito público. 500 salários-mínimos para Estado e DF e suas
autarquias e fundações de D.P. (#ATENÇÃO #FAZENDAPÚBLICA). Quanto ao município, deve-se tomar cuidado. Se
este for município capital do Estado o limite também é de 500 salários-mínimos, mas caso não o seja será de
apenas 100 salários-mínimos. O art. 495 § 4º também traz algumas situações em que se dispensa o exame
necessário, ou seja, mesmo que extrapolados os valores acima, não haverá reexame necessário quando; a) decisão
fundada em súmula de Tribunal Superior; b) acórdão proferido pelo STF e pelo STJ em julgamento de recursos
repetitivos (preste atenção, tem que ser em recursos repetitivos); c) Entendimento firmado em incidente de
resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; d) entendimento coincidente com orientação
vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou
súmula administrativa (exemplo súmula da AGU).
 Sentença proferida contra a Fazenda Pública em Juizado Especial da Fazenda Pública dispensa o reexame
necessário (art. 11 da Lei 12.153/2009) nas sentenças proferidas contra os Estados e municípios.

#SAINDODOFORNO #ACARADAPGE:
 Não se admite o cabimento da remessa necessária, tal como prevista no art. 19 da Lei nº 4.717/65, nas ações
coletivas que versem sobre direitos individuais homogêneos. Ex: ação proposta pelo MP tutelando direitos
individuais homogêneos de consumidores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.374.232-ES, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 26/09/2017 (Info 612).
o O Decreto-Lei 3.365/1941 (desapropriação por utilidade pública) – prevê no art. 28 § 1º que quando a Fazenda
é condenada a pagar o valor correspondente ao dobro do que pagaria na desapropriação deverá haver reexame
necessário (independentemente do valor).
#RIP #GOODBYEMYFRIEND Deixaram de existir no processo civil com o NCPC: os Embargos Infringentes e o
agravo retido.
 A regra agora é que o juízo de admissibilidade seja feito no próprio Tribunal ad quem, entretanto há exceção em
se tratando do RE e RESP.
 Casos em que o NCPC prevê juízo de retratação: a) apelação em desfavor da sentença que indefere a petição
inicial; b) apelação contra sentença de improcedência liminar do pedido; c) apelação contra sentença que extingue
o processo sem julgamento de mérito; d) nos casos de agravo de instrumento; e) agravo interno; f) recurso especial
e extraordinário repetitivos.
 Há dispensa do recolhimento do porte de remessa e retorno no processo em autos eletrônicos.
 Agravo de instrumento no NCPC: prazo de 15 dias úteis; passou a ter hipóteses taxativamente previstas em lei
(art. 1.015) e antes de inadmitir o recurso, o relator concederá o prazo de 5 dias ao recorrente para que seja
sanado vício ou complementada a documentação exigível, independente de se tratar de peças essenciais ou não
essenciais à formação do instrumento.
o Súmula 579-STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos
embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.
 Prevê o parágrafo único do art. 932 do NCPC que o relator antes de considerar inadmissível o recurso,
concederá ao recorrente o prazo de 5 dias para que seja sanado o vício ou para que seja complementada a
documentação. Só que o STF interpreta que só se aplica aos casos em que seja necessário sanar vícios formais,
como ausência de procuração ou de assinatura, e não à complementação da fundamentação. Assim, esse
dispositivo não incide nos casos em que o recorrente não ataca todos os fundamentos da decisão recorrida. Isso
porque, nesta hipótese, seria necessária a complementação das razões do recurso, o que não é permitido.
 #ATENÇÃO Não confunda embargos infringentes com embargos de divergência. O primeiro não existe mais no
ordenamento. O segundo é cabível em tribunais superiores.
#CAINDODIRETO Embargos de declaração: no CPC sempre interrompeu o prazo para demais recursos, mas na
9.099/1995 (Juizados) suspendia. Isso era pegadinha clássica. Ocorre que o NCPC alterou a 9.099 para que neste
procedimento os embargos de declaração também interrompam o prazo. Há agora previsão de fungibilidade dos
embargos de declaração para agravo interno. Art. 1024. (...) § 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração
implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão
originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15
(quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. Caso os embargos de declaração
sejam tidos por protelatórios incidirá multa de 2% sobre o valor da causa, sendo possível majorar até 10%. Não
serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 anteriores houverem sido considerados protelatórios.

#SAINDODOFORNO #DIZERODIREITO:

 Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não admite recurso
extraordinário. Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes não irão suspender ou interromper o
prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do CPC/2015. Como consequência, a parte perderá o prazo para
o agravo. Nas palavras do STF: os embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do tribunal que
não admite recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para interposição de agravo, por serem
incabíveis. STF. 1ª Turma. ARE 688776 ED/RS e ARE 685997 ED/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 28/11/2017
(Info 886).

 Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo que não admite Resp sob a alegação de que o mérito do
acórdão impugnado está em sintonia com o entendimento do STJ Cabem embargos de divergência no âmbito de
agravo que não admite recurso especial com base na Súmula 83/STJ para dizer que, no mérito, o acórdão
impugnado estaria em sintonia com o entendimento firmado por esta Corte Superior. STJ. 1ª Seção. EAREsp
200.299-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/8/2017 (Info 610).

 É possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela em sede de sustentação oral. STJ. 4ª Turma.
REsp 1.332.766-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 1/6/2017 (Info 608).

 Não tem mais “Revisor” do processo. REGRA.


o #PEGADINHA Ainda existe a figura do revisor na ação rescisória? • Nas rescisórias julgadas pelo TJ e TRF: NÃO.
O CPC/2015 eliminou, como regra geral, a figura do revisor em caso de ação rescisória. • Nas rescisórias julgadas
pelo STJ: SIM. Nas ações rescisórias processadas e julgadas originariamente no STJ, mesmo após o advento do
CPC/2015, continua existindo a figura do revisor. Isso porque existe previsão específica no art. 40, I da Lei nº
8.038/90, que continua em vigor. STJ. Corte Especial. AR 5.241-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
5/4/2017 (Info 603).
#CAINDODIRETO O agravo retido não existe mais no NCPC. As decisões interlocutórias para serem recorríveis por
agravo de instrumento devem estar previstas no art. 1.015. As demais devem ser levantada como preliminar de
apelação ou nas contrarrazões.
 #ATENÇÃO Ampliação do colegiado no NCPC – (art. 941, §2º) – o Tribunal irá julgar a apelação e o agravo por
três juízes. Agora, caso esse julgamento não seja unânime – como o NCPC extinguiu a figura dos Embargos
Infringentes, que serviam para essas situações –, o legislador trouxe uma novidade, que é uma técnica de
ampliação do colegiado em caso de votação não unânime em julgamento de apelação cível e de agravo de
instrumento. Dizendo que “o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros
julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente
para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito
de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores”. A ampliação do colegiado em decisões não
unânimes se aplica a ação rescisória? Somente se o acórdão decidir pela rescisão; se a decisão for mantida, não há
necessidade. A ampliação do colegiado em decisões não unânimes se aplica ao agravo de instrumento? Somente
quando houver decisão que julgar parcialmente o mérito (fácil de gravar, pois “materialmente” é uma sentença).
EXCEÇÕES EXPRESSAS à ampliação do colegiado em decisões não-unânimes? Não caberá em: a) assunção de
competência b) demandas repetitivas c) remessa necessária d) proferidas pelo Plenário ou Corte Especial.
 Para quais recursos se pode recorrer adesivamente? Apelação, RE e RESP.

PROCESSOS NOS TRIBUNAIS

#DEOLHONANOMENCLATURA A teoria da causa madura consiste na possibilidade de o tribunal avançar para


decidir o mérito, mesmo que o mérito não tenha sido examinado pelo juiz de primeiro grau. Ou seja, é a
possibilidade de julgamento direto pelo tribunal em apelação. O NCPC alargou o rol de hipóteses em que é possível
que o tribunal decida diretamente a lide – art. 1.013 NCPC. Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art.
515, § 3º, do CPC/1973 / art. 1.013, § 3º do CPC/2015) em julgamento de agravo de instrumento (STJ, Info 590).
 Microssistema de demandas repetitivas: Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos
repetitivos a decisão proferida em: I - incidente de resolução de demandas repetitivas; II - recursos especial e
extraordinário repetitivos. Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito
material ou processual.
 Incidente de demandas repetitivas: Tradicionalmente, o processo civil se caracterizou por sofrer forte influência
liberal, possuindo, assim, perfil individualista. Tal realidade demonstrou-se insuficiente para solucionar os conflitos
de uma sociedade de massa em tempo hábil. Assim, nas últimas décadas, o legislador buscou criar instrumentos
processuais aptos para as demandas em massa como a ação civil pública (Lei nº 7.374/1985) e ações que envolvem
os direitos do consumidor (Lei 8.078/1990). Por outro lado, o legislador também procurou sistematizar demandas
individuais repetitivas. Inicialmente, através da exigência de repercussão geral nos Recursos Extraordinários (EC nº
45/2004 e Lei 11.418/2006) e posteriormente aplicando a técnica de julgamento de Recursos Especiais repetitivos
(Lei nº 11.672/2008).
o Nesse contexto, o novo CPC (Lei 13.105/2015) se inspirou no musterverfahren1 do direito alemão, bem como
em outros institutos do direito inglês e norte-americano para criar o incidente de resolução de demandas
repetitivas. Trata-se de instrumento cabível quando houver, simultaneamente, a efetiva repetição de processos
com controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e haja risco de ofensa à isonomia e à segurança
jurídica. Através dele, busca-se a isonomia, evitando-se o tratamento diferenciado para casos iguais, formando-se
uma jurisprudência firme já na segunda instância.
 De acordo com o artigo 977 do novo CPC, o pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de
tribunal: Pelo juiz ou relator; Pelas partes; Pelo Ministério Público; ou Pela Defensoria Pública.
 O procedimento determina que o relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e
entidades com interesse na controvérsia, que poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências
necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida. Além disso, prevê a possibilidade de realização
de audiências públicas e participação de amicus curiae. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os
processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de
jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou
região; bem como aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território
de competência do tribunal. Após o julgamento do incidente e a fixação da tese jurídica, o órgão colegiado julgará
igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o
incidente. Trata-se de decisão vinculante, assim, caso não seja observada a tese adotada no incidente, caberá
reclamação. Depois de firmada a tese do repetitivo, as novas demandas propostas em desacordo com o
entendimento firmado serão liminarmente julgadas improcedentes. Porém, se a nova demanda estiver de acordo,
o juiz deverá conceder a tutela de evidência, sendo, nesse caso, dispensada a prestação de caução para executar
provisoriamente. Ademais, caso o julgador não aplique o precedente e não faça a distinção ou a superação do
precedente, não será considerada fundamentada a decisão judicial.
 Não é admissível reclamação: proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada e proposta para
garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão
proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias
ordinárias.
PREVISÃO LEGAL EXEMPLO
Art. 988, I - preservar a competência O juiz de 1º grau inadmite apelação
do tribunal; quando no NCPC essa competência é do
tribunal (art. 1.009, §1º)
Art. 988, II – garantir a autoridade das Juiz de 1º grau executa sentença que
decisões do tribunal havia sido reformada pelo tribunal
Art. 988, III – garantir a observância Juiz de 1º grau deixa de aplicar tese
de enunciado DE SÚMULA firmada numa ADIn. Perceba aqui o
VINCULANTE e de decisão do STF em dispositivo NÃO fala de desobediência a
controle concentrado de REsp/RE repetitivo. Nesses últimos casos
constitucionalidade (com redação não será possível o uso da reclamação
dada pela Lei 13.256/16); (art. 988, §5º, II)
Art. 988, IV – garantir a observância Juiz de 1º grau não aplica tese firmada
de ACÓRDÃO proferido em em IRDR. Aqui não haverá risco de
julgamento de incidente de resolução supressão de instância, pois nesses casos
de demandas repetitivas ou de a relação seria oferecida no TJ ou no
incidente de assunção de TRF, que seriam naturalmente as
competência (com redação dada pela instâncias revisoras das decisões desse
Lei 13.256/16) juiz de piso.

#FAZENDAPÚBLICA #TININDO #SAINDODOFORNO


Em 2010, no julgamento da ADC 16, o STF decidiu que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional. Várias decisões da Justiça do Trabalho continuaram entendendo de forma
diferente do art. 71, § 1º. Contra essas decisões, o Poder Público ajuizava diretamente
reclamações no STF, que era obrigado a recebê-las considerando que de uma decisão, até
mesmo de 1ª instância, que viola o que o STF deliberou em sede de ADI, ADC ou ADPF, cabe
reclamação.
Em 2017, o STF reafirmou o entendimento de que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional e deve ser aplicado. Isso foi no julgamento do RE 760931/DF, submetido à
sistemática da repercussão geral. O STF afirmou que a sua decisão no RE 760931/DF
“substituiu” a eficácia da tese fixada na ADC 16. Isso significa que agora o Poder Público, se
quiser ajuizar reclamação discutindo o tema, deverá fazê-lo alegando violação ao RE
760931/DF (e não mais à ADC 16). Qual a desvantagem disso para o Poder Público:
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em ADI, ADC, ADPF: cabe
reclamação mesmo que a decisão “rebelde” seja de 1ª instância. Não se exige o esgotamento
de instâncias.
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em recurso extraordinário sob a
sistemática da repercussão geral: cabe reclamação, mas exige-se o esgotamento das instâncias
ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015).
Assim, agora, a Fazenda Pública terá que esgotar as instâncias ordinárias para ajuizar
reclamação discutindo esse tema.
STF, nov e dez 2017, informativos 882 e 888).

 É POSSÍVEL a apreciação do recurso extraordinário com repercussão geral mesmo que, no caso concreto, tenha
havido prejudicialidade do tema discutido, nos casos em que o mérito do recurso tenha relevância social e
política. STF. Plenário. ARE 1054490 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5/10/2017 (Info 880).
#ATENÇÃOAQUI: O CPC/2015 permite que o STF analise o tema da repercussão geral mesmo que haja desistência
do recurso. Confira: Art. 998. (...) Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja
repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou
especiais repetitivos. No caso agora, temos uma espécie de ampliação deste parágrafo único para também admitir
a análise da questão mesmo que o tema concreto discutido no recurso extraordinário tenha “perdido o objeto”
(perdido o interesse recursal).

PRECEDENTES
 Valorização dos precedentes: Fredie Didier apresenta o seguinte conceito para precedente: “é a decisão judicial
à luz de um caso concreto, cujo núcleo essencial pode servir como diretriz para o julgamento posterior de casos
análogos”. De acordo com a doutrina de Leonardo Carneiro da Cunha, precedente “é uma decisão judicial, que tem
relação de anterioridade a outras, servindo-lhes de premissa”. Conforme afirma José Rogério Cruz e Tucci, “todo
precedente é composto de duas partes: a) circunstâncias de fato que embasam a controvérsia; b) a tese ou
princípio jurídico assentado na motivação do provimento decisório”.
o #DEOLHONANOMENCLATURA: Este último elemento que consiste na tese ou princípio jurídico expresso no
fundamento da decisão é o que chama de ratio decidendi. Trata-se da concreta expressão do resultado a que se
chegou o juiz com a interpretação e a aplicação da norma jurídica ao caso que lhe foi posto a julgamento. O
conceito de obIter dictum é o alcançado por exclusão: é tudo aquilo que não compõe a ratio decidendi da decisão.
Ele não faz parte da atividade hermenêutica inerente ao caso concreto; constitui, portanto, uma mera afirmação
estranha à interpretação e aplicação da norma jurídica.
 Os precedentes geralmente são vinculados aos países de tradição common law. Ocorre, contudo, que eles estão
presentes nos países de tradição civil law. Assim, a prática de seguir precedentes é comum à tradição jurídica
ocidental como um todo (civil law e common law). Todavia, o que é peculiar à tradição de common law é a doutrina
dos precedentes vinculantes (doctrine of binding precedents). Na sua concepção mais rígida, o stare decisis indica a
obrigação do juiz, ao solucionar os casos, de não se desviar da solução empregada em precedente ensejado por
decisão de um caso análogo, ainda que o próprio juiz do caso presente considere a solução inadequada ou injusta.
 As distinções (distinguishing) são a principal forma de operar com precedentes. Consistem na atividade dos
juristas de fazer diferenciações entre um caso e outro. Ela pode ser realizada por todo e qualquer órgão julgador,
ou seja, tanto pelo tribunal do qual se emanou o precedente como pelos juízes e tribunais inferiores, vinculados à
norma do precedente. Comparando quaisquer dois casos, diferenças existirão, mas em sentido técnico só se pode
falar em distinção jurídica quando esta se der entre os fatos substanciais.
 As mudanças no contexto social, econômico, político ou mesmo jurídico podem tornar imprescindível a
mudança de determinada norma jurídica, caso contrário injustiças serão cometidas. Nesse cenário, a doutrina
aponta o overruling e o overriding como técnicas para a superação dos precedentes. Segundo Didier Jr., overrruling
“é a técnica através da qual um precedente perde a sua força vinculante e é substituído (overruled) por um outro
precedente”. É semelhante à revogação de uma lei por outra; overriding “quando o tribunal apenas limita o âmbito
de incidência de um precedente, em função da superveniência de uma regra ou um princípio legal”. Aqui, não existe
a superação total do precedente, mas apenas uma superação parcial. É uma espécie de derrogação.
#IMPORTANTE: O artigo 489 do NCPC, em seu §1º, trouxe inovações nos parâmetros para
que se tenha uma fundamentação adequada. Entre as diretrizes apontadas, os
precedentes são mencionados nos incisos V e VI. No primeiro, há nítida intenção de se
destacar a necessidade de se observar as circunstâncias fáticas e jurídicas que formam o
precedente e compará-lo com aquelas apresentadas com o caso concreto: não se
considera fundamentada qualquer decisão judicial que se limitar a invocar precedente ou
enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos.
Na sequência, o inciso VI tem a cautela de apontar as 2 hipóteses de não aplicação de
precedentes: distinguish e overruling. Assim, não se considera fundamentada qualquer
decisão se deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento.

#DEOLHONANOMENCLATURA Distinção (ou distinguishing): atividade dos juristas de


fazer diferenciações entre um caso e outro;
Overrruling: técnica através da qual um precedente perde a sua força vinculante e é
substituído por um outro precedente
 Tais dispositivos estão em perfeita consonância com disposto no artigo 926: os tribunais devem uniformizar
sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. Aliás, o §2º do referido artigo determina que:
o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que
motivaram sua criação. Portanto, a análise das circunstâncias fáticas é primordial para que a norma geral a ser
extraída do precedente possa ser aplicada nos casos futuros.
 Publicidade dos precedentes: O § 5º do artigo 927 dispõe que os tribunais darão publicidade a seus
precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de
computadores.
o Além de reforçar o princípio da publicidade das decisões (art. 93, IX, da CF/88), é preciso destacar que para
seguir os precedentes, é preciso ter amplo conhecimento das decisões, para que se possa cobrar a coerência e a
estabilidades dos posicionamentos judiciais.
o O Novo Código de Processo Civil previa maiores elementos para controle da eficácia vinculante dos
precedentes, como o Agravo em Recurso Especial e Extraordinário e a Reclamação, no entanto a Lei 13.256/2016,
sob muitas críticas doutrinárias, suprimiram essas hipóteses antes mesmo da vigência do código (vide artigos 988 e
1.042).

EXECUÇÃO
 Ordem preferencial da penhora: Art. 835. (...) § 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas
demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. CUIDADO
para quem decorou a Súm. 417 do STJ que dizia que na execução civil, a penhora em dinheiro na ordem de
nomeação de bens não tem caráter absoluto. Essa foi SUPERADA – Dinheiro tem prioridade na penhora.
o A cota de fundo de investimento não se subsume à ordem de preferência legal disposta no inciso I do art.
835 do CPC/2015 (art. 655 do CPC/1973). Em outras palavras, as cotas de fundo de investimento não podem ser
consideradas como dinheiro aplicado em instituição financeira. STJ. 2ª Seção. REsp 1.388.642-SP, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 3/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589).
 #OLHAOGANCHO: Impugnação ao cumprimento de sentença e garantia do juízo: O Novo CPC modificou o
tratamento da impugnação ao cumprimento de sentença, permitindo que seja ofertada, em qualquer caso, mesmo
sem a garantia do juízo.

Como era mesmo antes do NOVO CPC?


MODALIDADE CPC OLDSTYLE NOVO CPC
IMPUGNAÇÃO NECESSIDADE DE DESNECESSIDADE DE GARANTIR O
AO GARANTIR O JUÍZO
CUMPRIMENTO JUÍZO *Execução é suspensa com a
DE SENTENÇA garantia (desde que haja fumus +
periculum + pedido expresso)
EMBARGOS À DESNECESSIDADE DESNECESSIDADE DE GARANTIR O
EXECUÇÃO DE GARANTIR O JUÍZO
COMUM JUÍZO *Execução é suspensa com a
*Execução é garantia (desde que haja fumus +
suspensa com a periculum + pedido expresso)
garantia (desde
que haja fumus +
periculum)
EMBARGOS À NECESSIDADE DE NECESSIDADE DE GARANTIR O
EXECUÇÃO EM GARANTIR O JUÍZO
EXECUÇÃO JUÍZO *Execução é suspensa com a
FISCAL garantia (desde que haja fumus +
periculum + pedido expresso)

 O NCPC prevê hipótese de execução invertida: Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o
cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido,
apresentando memória discriminada do cálculo. O NCPC admite a penhora de salário, desde que o devedor ganhe
mais de 50 salários mínimos (art. 833, §2º). No NCPC fica expressamente proibida a aplicação do parcelamento da
dívida no cumprimento de sentença, ou seja, só é possível o parcelamento nas execuções de título extrajudicial
(art. 916, §7º). Non liquet (STJ): se não há provas suficientes para definir o quantum debeatur, o juiz extinguirá o
processo de liquidação sem julgamento do mérito, sendo a parte autorizada a propor nova liquidação caso reúna
novas provas.

#DEOLHONAJURIS #SAINDODOFORNO

 Dentro do sistema de execução, a fiança bancária e o seguro garantia judicial produzem os mesmos efeitos
jurídicos que o dinheiro para fins de garantir o juízo, não podendo o exequente rejeitar a indicação, salvo por
insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da salvaguarda oferecida. STJ. 3ª Turma. REsp 1.691.748-PR, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 07/11/2017 (Info 615).

 É possível a conversão do procedimento de execução para entrega de coisa incerta para execução por quantia
certa na hipótese em que o produto perseguido for entregue com atraso, gerando danos ao credor da obrigação.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.507.339-MT, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/10/2017 (Info 614).

 Em se tratando de conta corrente conjunta solidária, na ausência de comprovação dos valores que integram o
patrimônio de cada um, presume-se a divisão do saldo em partes iguais, de forma que os atos praticados por
quaisquer dos titulares em suas relações com terceiros não afetam os demais correntistas. STJ. 3ª Turma. REsp
1.510.310-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/10/2017 (Info 613).

 Para que o imóvel rural seja impenhorável, nos termos do art. 5º, XXVI, da CF/88 e do art. 833, VIII, do CPC, é
necessário que cumpra apenas dois requisitos cumulativos:
1) seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela lei; e
2) seja trabalhado pela família.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.591.298-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 14/11/2017 (Info 616).

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
 Ação Monitória: as hipóteses de cabimento foram ampliadas (pagamento e quantia em dinheiro, a entrega de
coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel e o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer).
STJ. SÚMULA 339 – É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública. STJ. SÚMULA 504 – O prazo para
ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte ao vencimento do título.
 Notificação (quero fazer alguma coisa) vs. Interpelação (quero que você faça alguma coisa): CPC, art. 726.
Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua vontade a outrem sobre assunto juridicamente relevante
poderá notificar pessoas participantes da mesma relação jurídica para dar-lhes ciência de seu propósito. CPC, art.
727. Também poderá o interessado interpelar o requerido, no caso do art. 726, para que faça ou deixe de fazer o
que o requerente entenda ser de seu direito.
 Embargos de terceiro (cabimento): Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de
conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas
sempre antes da assinatura da respectiva carta. Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de
interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente. #NÃOCONFUNDIR Cabe no conhecimento,
não é embargos do executado.
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS

 A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário, ajuizada por associação
civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do
órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da
relação jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento. STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 10/5/2017 (repercussão geral) (Info 864).

Representação Processual

Associação Nome na lista de associados e no âmbito da jurisdição

Legitimidade no Autorização expressa (salvo MS coletivo)


processo coletivo

Representação processual
Sindicato
Desnecessária autorização expressa

 Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
 Súmula 625 do STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.
#CONTRARIOSENSU QUANTO À MATÉRIA DE FATO, impede.
 Súmula 460 do STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada
pelo contribuinte.
 Suspensão de Liminar: Art. 12 da Lei nº 7.347/1985: Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou
sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
o § 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à
saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do
respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma
das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
o § 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao
autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
 A jurisprudência do STJ é no sentido de que o deslocamento de pessoa jurídica de Direito Público do polo
passivo para o ativo na Ação Civil Pública é possível quando presente o interesse público, a juízo do representante
legal ou do dirigente, nos moldes do art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/1965, combinado com o art. 17, § 3º, da Lei de
Improbidade Administrativa. [...] Se a ação é movida simultaneamente contra o particular e o Estado, admite-se
que este migre para o polo ativo da demanda. A alteração subjetiva, por óbvio, implica reconhecimento implícito
dos pedidos, sobretudo os de caráter unitário (p. ex., anulação dos atos administrativos impugnados), e só deve ser
admitida pelo juiz, em apreciação ad hoc, quando o ente público demonstrar, de maneira concreta e indubitável,
que de boa-fé e eficazmente tomou as necessárias providências saneadoras da ilicitude, bem como medidas
disciplinares contra os servidores ímprobos, omissos ou relapsos. REsp 1391263 / SP. Segunda Turma. Rel. Min.
Herman Benjamin. Julgamento: 06/05/2014. Publicação DJe: 07/11/2016
 Admite-se emenda à inicial de ação civil pública, em face da existência de pedido genérico, ainda que já tenha
sido apresentada a contestação. STJ. 4ª Turma. REsp 1.279.586-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
03/10/2017 (Info 615).
 #ATENÇÃO #PROVAPRÁTICA #FAZENDANAVEIA: Suspensão de Segurança: Art. 15 da Lei nº 12.016/2009: Art.
15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença,
dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na
sessão seguinte à sua interposição.
 O pagamento dos valores devidos pela Fazenda Pública entre a data da impetração do mandado de segurança e
a efetiva implementação da ordem concessiva deve observar o regime de precatórios previsto no artigo 100 da
Constituição Federal. RE 889173. Rel. Min. Luiz Fux. Julgamento: 08/08/2015. Publicação DJe: 17/08/2015
 O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem integrante de
proventos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a mês. A redução, ao contrário da supressão de
vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito. Assim, o
prazo decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês. • Ato que SUPRIME vantagem: é
ato ÚNICO (o prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado tomou ciência do ato). • Ato que REDUZ
vantagem: consiste em prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês). STJ. Corte
Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015 (Info 578).
#AJUDAMARCINHO
Ato que SUPRIME vantagem Ato que REDUZ vantagem
Ato único. Prestação de trato sucessivo.
O prazo para o MS é contado da data em que o O prazo para o MS renova-se mês a mês
prejudicado toma ciência do ato. (periodicamente).
O ato administrativo que suprime vantagem de A redução de vencimentos sofrida por
servidor é ato único e de efeitos permanentes, servidores denota prestação de trato
iniciando-se o prazo decadencial para MS no sucessivo, em que o prazo decadencial renova-
dia em que ele tem ciência da supressão. se mês a mês.
(...) 2. A Terceira Seção deste Superior Tribunal (...) Esta Corte vem definindo que quando
de Justiça firmou entendimento no sentido de houver redução, e não supressão do valor de
que a supressão de vantagem pecuniária vantagem, fica configurada a prestação de
devida a servidor público caracteriza-se como trato sucessivo, que se renova mês a mês, pois
ato comissivo, único e de efeitos permanentes, não equivale à negação do próprio fundo de
não havendo, pois, que se falar em prestações direito, não havendo que se falar, portanto, em
de trato sucessivo. decadência do mandado de segurança. (...)
(AgRg no Ag 909.400/PA, Rel. Min. Maria (AgRg no REsp 1110192/CE, Rel. Min. Celso
Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado Limongi (Des. Conv. do TJ/SP), Sexta Turma,
em 15/04/2010) julgado em 04/05/2010)

Ato que reajusta benefício


Ato que SUPRIME vantagem Ato que REDUZ vantagem
em valor inferior ao devido
Ato único. Prestação de trato sucessivo. Prestação de trato sucessivo.
O prazo para o MS é contado O prazo para o MS renova-se O prazo para o MS renova-se
da data em que o mês a mês (periodicamente). mês a mês (periodicamente).
prejudicado toma ciência do
ato.

O STF já relativizou o prazo de 120 dias do MS em nome da segurança jurídica


Em outubro/2004, a parte impetrou mandado de segurança no STF. O writ foi proposto depois que já havia se passado
mais de 120 dias da publicação do ato impugnado. Dessa forma, o Ministro Relator deveria ter extinguido o mandado de
segurança sem resolução do mérito pela decadência. Ocorre que o Ministro não se atentou para esse fato e concedeu a
liminar pleiteada. Em março/2017, a 1ª Turma do STF apreciou o mandado de segurança. O que fez o Colegiado?
Extinguiu o MS sem resolução do mérito em virtude da decadência? NÃO. A 1ª Turma do STF reconheceu que o MS foi
impetrado fora do prazo, no entanto, como foi concedida liminar e esta perdurou por mais de 12 anos, os Ministros
entenderam que deveria ser apreciado o mérito da ação, em nome da segurança jurídica. STF. 2ª Turma. MS 25097/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/3/2017 (Info 859).
#SAINDODOFORNO
 Se no curso de um processo administrativo federal é praticado ato contrário aos interesses da parte, o prazo de
120 dias para impetração de mandado de segurança somente se inicia quando a parte for intimada diretamente, na
forma do § 3º do art. 26 da Lei nº 9.784/99. O termo inicial para a formalização de mandado de segurança
pressupõe a ciência do impetrante, nos termos dos arts. 3º e 26 da Lei nº 9.784/99, quando o ato impugnado surgir
no âmbito de processo administrativo do qual seja parte. Ex: o Ministro da Justiça negou o pedido de anistia
política formulado por João; esta decisão foi publicada no Diário Oficial; o prazo para o MS não se iniciou nesta
data; isso porque, como há um processo administrativo, seria necessária a intimação do interessado, na forma do
art. 26, § 3º da Lei nº 9.784/99; somente a partir daí se inicia o prazo decadencial do MS. STF. 1ª Turma. RMS
32487/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/11/2017 (Info 884).  cuidado, pode cair uma questão
relacionada a isso na sua prova discursiva, mas voltada para a área Estadual! #FAZENDAPÚBLICA
#QUEMAVISAAMIGOÉ
 Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios em litisconsórcio ativo facultativo simples em
execução contra a Fazenda Pública por frustrar o regime do precatório. STF. 2ª Turma. RE 949383 AgR/RS, Rel.
Min. Carmen Lúcia, julgado em 17/5/2016 (Info 826). STF. 2ª Turma. RE 1038035 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 7/11/2017 (Info 884).
 Não cabe a fixação de honorários recursais (art. 85, § 11, do CPC/2015) em caso de recurso interposto no curso
de processo cujo rito exclua a possibilidade de condenação em honorários. Assim, pode-se dizer que o art. 25 da Lei
nº 12.016/2009, que veda a condenação em honorários advocatícios "no processo mandamental", afasta a
incidência do regime do art. 85, § 11, do CPC/2015. STJ. 2ª Turma. RMS 52.024-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 6/10/2016 (Info 592).
 O exercício da legitimação extraordinária, conferida para tutelar direitos individuais homogêneos em ação civil
pública, não pode ser estendido para abarcar a disposição de interesses personalíssimos, tais como a intimidade, a
privacidade e o sigilo bancário dos substituídos. Configura quebra de sigilo bancário a decisão judicial que antecipa
os efeitos da tutela para determinar que o banco forneça os dados cadastrais dos correntistas que assinaram
determinado tipo de contrato, a fim de instruir ação civil pública. STJ. 3ª Turma. REsp 1.611.821-MT, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/6/2017 (Info 607).

PRINCÍPIOS APLICÁVEIS NAS AÇÕES COLETIVAS: atipicidade, primazia da solução do mérito (agora também nos
individuais, em razão do NCPC), representação adequada (ou controle judicial da legitimação coletiva), ampla
divulgação da demanda coletiva (fair notice), indisponibilidade mitigada (MP tem que assumir se houver
desistência infundada ou abandono da ação), máximo benefício da tutela jurisdicional coletiva (transporte in
utilibus da coisa julgada coletiva), competência adequada.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA: Artigo importante da Lei nº 7.347/85 (LACP):


Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos
morais e patrimoniais causados: l – ao meio ambiente; ll – ao consumidor; III – a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico; IV – a qualquer outro interesse difuso ou coletivo; V – por infração da
ordem econômica; VI – à ordem urbanística; VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos; VIII
– ao patrimônio público e social.
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos
beneficiários podem ser individualmente determinados.
- A ACP se presta tanto para a tutela preventiva, como ressarcitória/reparatória dos bens e direitos difusos,
coletivos e individuais homogêneos.

- O Ministério Público Federal é parte ilegítima para ajuizar ação civil pública que visa à anulação da tramitação de
Projeto de Lei do Plano Diretor de município, ao argumento da falta de participação popular nos respectivos
trabalhos legislativos. No caso concreto, o MPF ajuizou ACP contra o Município de Florianópolis e a União
argumentando que o Poder Executivo Municipal teria encaminhado à Câmara de Vereadores o projeto de Lei do
Plano Diretor da cidade sem a realização das necessárias audiências públicas, o que violaria o Estatuto da Cidade. O
STJ entendeu que a legitimidade para essa demanda seria do Ministério Público estadual (e não do MPF) (STJ, Info
616).

- Após o trânsito em julgado de decisão que julga improcedente ação coletiva proposta em defesa de direitos
individuais homogêneos, independentemente do motivo que tenha fundamentado a rejeição do pedido, não é
possível a propositura de nova demanda com o mesmo objeto por outro legitimado coletivo, ainda que em outro
Estado da federação (STJ, Info 575).

- Admite-se emenda à inicial de ação civil pública, em face da existência de pedido genérico, ainda que já tenha sido
apresentada a contestação (STJ, Info 615).

#BORATABELAR #AJUDAMARCINHO:

SENTENÇA DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS


HOMOGÊNEOS
PROCEDENTE Fará coisa Fará coisa Fará coisa julgada
julgada julgada erga omnes.
erga omnes. ultra partes.
IMPROCEDENTE Fará coisa Fará coisa Impede nova
COM EXAME DE julgada julgada ação coletiva.
PROVAS erga omnes. ultra partes.
O lesado pode
Impede nova Impede propor ação
ação nova ação individual se não
coletiva. coletiva. participou da
ação coletiva.
O lesado O lesado
pode propor pode propor
ação ação
individual. individual.
IMPROCEDENTE Não fará Não fará Impede nova
POR FALTA DE coisa julgada coisa ação coletiva.
PROVAS erga omnes. julgada
Qualquer erga omnes. O lesado pode
legitimado Qualquer propor ação
pode propor legitimado individual se não
nova ação pode propor participou da
coletiva, nova ação ação coletiva.
desde que coletiva,
haja prova desde que
nova. haja prova
nova.

LITÍGIO POSSESSÓRIO COLETIVO (art. 565, caput e parágrafo 2º, NCPC): não é caso de ação coletiva, mas de
litisconsórcio multitudinário. Se envolver hipossuficientes, deve haver a intimação da Defensoria Pública. É um
exemplo de ação coletiva passiva.

COMPETÊNCIA NAS AÇÕES COLETIVAS: É determinada pelo local do dano (local, regional ou nacional): art. 2°, LACP
e art. 93, CDC. Entende-se que é um critério de competência absoluta! Não há prerrogativa de foro na ACP. Nas
causas relacionadas ao direito indígena, não é o fato de ter índio no processo que fixa a competência da Justiça
Federal, mas a causa de pedir “direito dos povos indígenas”.

ACP X ADC X ADI: Decidiu-se que a ACP pode, sim, controlar a constitucionalidade de leis e atos normativos,
porém, apenas de maneira incidental, sem declaração erga omnes da inconstitucionalidade (REsp 728.406DF). Ou
seja, haverá eficácia só no caso concreto. Desse modo, é totalmente possível conviver uma ACP em 1ª Instância e
uma ADI (ou uma ADC) no STF, tendo em vista que os pedidos são diferentes (enquanto na ACP pede-se uma
providência concreta, na ADI ou ADC pede-se declaração de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade).

DANO MORAL NOS DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS: É totalmente pacífica na doutrina e na jurisprudência a
possibilidade de dano moral por ofensa aos direitos individuais homogêneos. Os destinatários das indenizações,
por evidente, são as vítimas e sucessores que tiveram direito da personalidade ofendido pelo evento.
DANO MORAL NOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS STRICTO SENSU: Nos direitos difusos e coletivos a
jurisprudência é conflitante. Parcela do STJ entende que não existe dano moral nos direitos difusos e coletivos.
- O STJ entendeu que não cabe dano moral difuso no caso de má prestação de serviço de telefonia. Argumentou o
STJ que a coletividade não tem personalidade, não tem dignidade, e não tendo dignidade não se fala em dano
moral.
- O STJ entendeu não haver dano moral difuso no caso de fraude em processo licitatório.
- O STJ entendeu que não haveria dano moral difuso em caso de dano ao meio ambiente. Noutro turno, em vários
outros julgados, o STJ defendeu que existe dano moral difuso e coletivo, asseverando que o dano moral nesses
casos assume um caráter punitivo e com o objetivo de evitar a reiteração da prática (punitive damages).
- O STJ entendeu que o banco que não permite acessibilidade a idosos e deficientes, além de reparar o dano
material (que é tão somente fazer o acesso para os idosos e deficientes), deve pagar indenização por danos morais
difusos. Esse banco havia colocado o atendimento para idosos e deficientes no 2º andar e não havia elevador na
agência. O STJ concluiu que apenas determinar ao banco que retornasse o atendimento para o 1º andar não era
suficiente, sendo necessário sancionar a instituição financeira para evitar que ele voltasse a repetir.

PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Culturalmente o direito é voltado ao homem; do
ponto de vista constitucional, o direito ambiental é ANTROPOCÊNTRICO, ou seja, o homem é a razão da tutela do
meio ambiente (art. 225). O meio ambiente é um instrumento para que o homem tenha qualidade de vida; a CF
traz visão antropocêntrica da CF. Essa noção antropocêntrica é mitigada, conforme lições de José Rubens Morato e
seu conceito de antropocentrismo alargado ou mitigado, tendo em vista que a CF também teria elementos
biocêntricos.
A defesa e preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado é dever do poder público e da coletividade,
como direito fundamental de 3ª geração que é.

DEVERES DO ESTADO (PODER PÚBLICO): deveres específicos constantes do parágrafo 1º do art. 225, para
assegurar a efetividade (“enforcement”) desse direito. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas.

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL: Para a INSTALAÇÃO de obra ou atividade potencialmente causadora de


significativa degradação o poder público exigirá estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade. O
EIA (estudo de impacto ambiental) é um estudo complexo, feito por uma equipe multidisciplinar contratada pelo
empreendedor, é uma espécie de AIA (avaliação de impacto ambiental, que pode ser feita por vários estudos. É
estudo complexo elaborado por uma equipe de confiança do empreendedor, de modo que o poder público tem
que verificar os dados com cautela.

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL : Ao lado do EIA, há o RIMA (relatório de impacto ambiental), que é a
simplificação de um EIA para evitar que estudos em determinadas obras grandes como usinas fiquem muito
extensos e complexos. O RIMA é um “esquematizado” do EIA.

PUBLICIDADE: Cuidado com pegadinhas em provas afirmando que o EIA é um estudo sigiloso por conter
informações pertinentes ao sigilo industrial e etc. Isso é ERRADO. EIA tem que ter publicidade.

VAQUEJADA: Recentemente, o STF entendeu que é inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da
“vaquejada”. Segundo decidiu o STF, os animais envolvidos nesta prática sofrem tratamento cruel, razão pela qual
esta atividade contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. A crueldade provocada pela “vaquejada” faz com que,
mesmo sendo esta uma atividade cultural, não possa ser permitida. A obrigação de o Estado garantir a todos o
pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da
observância do disposto no inciso VII do §1º do art. 225 da CF/88, que veda práticas que submetam os animais à
crueldade. – Info 842/STF. No entanto, em típica atividade de reversão jurisprudencial (reação do Poder
Legislativo), o Congresso Nacional publicou a EC 96/2017, que inseriu o §7o ao art. 225, da CF/88: Art. 225. (...) § 7º
Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro,
devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem estar dos animais envolvidos.
LEI Nº 4.717/1965 (LEI DA AÇÃO POPULAR): Qualquer cidadão tem legitimidade (maior de 16 anos, inclusive o
preso provisório e o analfabeto). Súmula 365 STF: pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
STJ: o autor popular carece de legitimidade ativa para pleitear a condenação de qualquer pessoa por ato de
improbidade administrativa. Defesa do patrimônio público, meio ambiente ou moralidade administrativa.
- Ação popular não pode atacar atos jurisdicionais, salvo homologação de acordo.
- Competência do juiz de 1º grau, independentemente da origem do ato. Exceções: a) ação de interesse da
totalidade dos juízes estaduais ou impedimento de mais da metade dos desembargadores (competência do STF); b)
conflito federativo entre União e Estado/DF ou entre Estados/DF. O MP não pode assumir a defesa do ato
impugnado.
- Prazo da contestação: 20 dias, prorrogáveis por mais 20 (prazo comum para todos os interessados; não há prazo
especial para a FP).
- Se o autor desistir da ação ou der motivo à absolvição da instância (extinção sem julgamento do mérito), serão
publicados editais, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público,
dentro do prazo de 90 dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. Se a desistência for
fundamentada, o MP não está obrigado a continuar a demanda.
- A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao
pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva
contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa. Caso decorridos 60 dias da publicação da
sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução, o
representante do Ministério Público a promoverá nos 30 dias seguintes, sob pena de falta grave. A sentença terá
eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por
deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-
se de nova prova (coisa julgada secundum eventum probationis). A eficácia não se limita ao território do órgão
prolator. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de
jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; a regra pode ser aplicada também na
ACP.
- #NOVIDADE! A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação
de improbidade administrativa está sujeita ao reexame necessário, com base na aplicação subsidiária do CPC e por
aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65. STJ. 1ª Seção.EREsp 1220667-MG, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 24/5/2017 (Info 607).

ESTATUTO DA CIDADE: Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o
parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação.
- A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à data da notificação, transfere as
obrigações de parcelamento, edificação ou utilização, sem interrupção de quaisquer prazos.
- IPTU progressivo: 5 anos; alíquota máxima de 15%; vedada a concessão de isenção ou anistia.
- Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de
parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento
em títulos da dívida pública (prévia aprovação do Senado Federal, prazo de resgate de até 10 anos).
- O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir
da sua incorporação ao patrimônio público. A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada
dez anos.
- PLANO DIRETOR: aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão
urbana; é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes
orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas. O plano diretor deverá
englobar o território do Município como um todo. A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos,
a cada dez anos.
- O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes (já caiu na prova).

NOVIDADE LEGISLATIVA: A Lei 13.465/2017 trouxe regras relativas à regularização fundiária URBANA e RURAL,
Reforma Agrária, Regularização de terras da União ocupadas na Amazônia Legal; Novos mecanismos para alienação
de imóveis da União. A regularização fundiária urbana compreende medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e
sociais que buscam a regularização de núcleos urbanos informais.
DIREITO CIVIL

CONCEITOS IMPORTANTES DA LINDB


A revogação é gênero da qual ab-rogação e derrogação são espécies.
(a) ab-rogação: é a revogação total da lei.
(b) derrogação: é a revogação parcial da lei.
EXISTÊNCIA x VALIDADE x VIGÊNCIA x EFICÁCIA:
A lei só existe após a sua PROMULGAÇÃO.
Depois de promulgada, deverá ser PUBLICADA, passando a ter vigência (teoria da obrigatoriedade simultânea –
entra em vigor em todos os locais do país ao mesmo tempo. Na omissão de disposição específica: vacatio legis
de 45 dias no país e de 3 meses nos estados estrangeiros).
Para ter validade, a lei precisa ser compatível formal (procedimento) e materialmente (conteúdo) com a
Constituição.
A eficácia ocorre enquanto a lei estiver apta a produzir qualquer efeito (efeitos antes da vigência – retroeficácia
ou eficácia retroativa; efeitos após a vigência – ultraeficácia ou ultratividade da lei). NÃO CONFUNDIR COM
efetividade, que é a produção dos efeitos desejados por quem produziu a lei.
- Se, antes de entrar em vigor, ocorrer nova publicação do seu texto, destinada a correção, o prazo de vacatio
legis começa a correr da nova publicação. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Repristinação: é o restabelecimento dos efeitos de uma lei que foi revogada pela revogação da lei revogadora.
Só é admitida de forma expressa.
Princípio da Obrigatoriedade Relativa/Mitigada: a presunção de conhecimento da lei não é absoluta, uma vez
que se existem situações excepcionais expressamente previstas em lei em que se admite a alegação de erro de
direito (error iuris): causa de anulabilidade do ato.
A doutrina defende que a norma do art. 3º da LINDB trata-se de uma “ficção”, mantida como pressuposto
necessário ao funcionamento do direito.
O art. 4º da LINDB tem dois objetivos: fixar as fontes expressas do direito (1º lei, 2º analogia, 3º costumes e 4º
princípios gerais – NESSA ORDEM!) e impedir que o Juiz recuse o exercício da jurisdição sob o pretexto de lacuna
ou obscuridade da lei (non liquet).
Desuetudo: revogação da lei pelos costumes. Não admitida no Brasil, pois aqui vigora o princípio da
continuidade das normas - lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue (expressa ou tacitamente).
Direito adquirido: é aquele que se incorporou ao patrimônio do particular. Todo direito adquirido é patrimonial.
A nova lei deverá respeitar o negócio jurídico celebrado sob termo ou condição suspensiva.
Coisa julgada: é a qualidade que reveste os efeitos decorrentes de uma decisão judicial contra a qual não cabe
mais impugnação dentro dos mesmos autos.
Ato jurídico perfeito: é o ato pronto e acabado, já tendo exaurido seus efeitos. Ele é a antítese das relações
continuativas, pois estas são as que perpassam no tempo (iniciam sob a égide de uma lei e continuam após o
início de uma nova lei).
CRITÉRIOS BÁSICOS DE SOLUÇÃO DOS CHOQUES ENTRE NORMAS
1. Critério Cronológico: Norma posterior prevalece sobre a anterior.
2. Critério da Especialidade: Norma especial prevalece sobre a geral.
3. Critério Hierárquico: Norma superior prevalece sobre a inferior
Antinomia de 1º Grau: Conflito entre normas que envolve apenas UM dos critérios acima expostos.
Antinomia de 2º Grau: Choque de normas válidas que envolve DOIS dos critérios analisados, ou, quando não
houver a possibilidade de solucionar um conflito pelos critérios acima, haverá uma antinomia de 2º grau.
Antinomia Aparente: Aquela que pode ser resolvida pelos critérios da especialidade, hierarquia e cronológico.
Quando a própria lei tiver critério para a solução do conflito.
Antinomia Real: Não pode ser resolvida pelos critérios acima. Não houver na lei critério para a solução do
conflito.
PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL

#APOSTACICLOS: CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL


Publicização – dirigismo contratual: intervenção do Estado em uma relação privada para garantir a
igualdade entre as partes
Paradigmas do novo Código Civil: eticidade (boa-fé objetiva), socialidade (função social) e operabilidade
(simplicidade e adoção de cláusulas gerais).
Teoria tridimensional do direito: direito é fato, valor e norma (Miguel Reale).
Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: aplicação direta dos direitos fundamentais nas relações
privadas (RE 201.819).
Diálogo das fontes: visão unitária do ordenamento jurídico, afastando o princípio da especialidade da
norma (ex., utilizar a principiologia do CDC em relações regidas pelo CC).

Quanto ao início da personalidade, lembre-se das principais correntes sobre o tema:

(a) Teoria natalista – direito civil clássico (Caio Mario, Venosa, Tepedino)  a personalidade jurídica se inicia com
o nascimento com vida (momento da primeira respiração). O STF adotou na ADI 3510 (pesquisas com células-
tronco).
(b) Teoria concepcionista – direito civil contemporâneo  a personalidade jurídica se inicia com a concepção.
Logo, o nascituro teria personalidade jurídica. Nesse sentido, decisões que reconhecem a ocorrência de dano moral
contra nascituro (STJ, REsp 399.028/SP)
(c) Teoria da personalidade condicionada (Serpa Lopes)  nascituro teria personalidade jurídica sujeita a condição
suspensiva. É superada porque praticamente se equipara à concepcionista.
(d) Teoria híbrida entre natalista e concepcionista (Rosenvald, Stolze, Carlos Gonçalves e Maria Helena)  alguns
sustentam que o nascituro tem personalidade jurídica apenas para o exercício dos direitos da personalidade (ex.
pleitear alimentos, exigir paternidade). Essa é a chamada de personalidade jurídica formal. No entanto, não tem
personalidade para o exercício dos direitos patrimoniais (personalidade material). Essa teoria é mais afinada com a
ideia de despatrimonialização, pois divide bem essa distinção entre direitos existenciais e patrimoniais.

(i) capacidade de direito (capacidade de gozo): Segundo Orlando Gomes, a capacidade de direito confunde-se com
o próprio conceito de personalidade, ou seja, é a capacidade jurídica genericamente reconhecida a qualquer
pessoa;
(ii) capacidade de fato (capacidade de exercício): Significa a capacidade de, pessoalmente, exercer os atos da vida
civil. Nem todas as pessoas a possui.
- A soma dessas duas capacidades dá origem ao que chamamos de capacidade civil plena.

#COLANARETINA: Arts. 3º e 4º do Código Civil.


Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis)
anos.
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.

#NOME #REGISTRO
 Transexual pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer a cirurgia de
transgenitalização. STJ. 4ª Turma. REsp 1.626.739-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 9/5/2017 (Info 608)

- COMORIÊNCIA: se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

- ASSOCIAÇÃO: não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos; o estatuto poderá instituir categorias
de associados com vantagens especiais; a qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o
contrário; é possível a exclusão do associado havendo justa causa, reconhecida em procedimento que assegure a
ampla defesa e o contraditório (eficácia horizontal dos direitos fundamentais); compete privativamente à
assembleia geral destituir os administradores e alterar o estatuto.

#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO: O Código Civil, ao tratar sobre a responsabilidade das sociedades simples,
estabelece o seguinte: Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo
saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. Esse
dispositivo NÃO se aplica às associações civis. As associações civis são caracterizadas pela união de pessoas que se
organizam para a execução de atividades sem fins lucrativos (não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos). Diferentemente, as sociedades simples são formas de execução de atividade empresária, com
finalidade lucrativa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.398.438-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/4/2017 (Info 602).

- FUNDAÇÕES: são instituídas por escritura pública ou testamento; se o estatuto não for elaborado no prazo
assinalado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 dias, a incumbência será do Ministério Público;
alteração do estatuto da fundação: deliberação de 2/3 dos competentes para gerir e representar a fundação, não
contrarie ou desvirtue o fim da fundação e seja aprovada pelo órgão do Ministério Público (caso este denegue, o
juiz poderá suprir, a requerimento do interessado).

- TEORIA DA APARÊNCIA: sob o fundamento da boa-fé, a pessoa jurídica responde pelos atos que seus integrantes
ou prepostos (em sentido amplo) praticam, aparentemente, em seu nome, ainda que extrapolando os limites dos
poderes que detinha, salvo se o prejudicado conhecia tal situação (afinal, ninguém pode se valer de sua própria
torpeza).

- BENS: para fins legais, são considerados imóveis os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram, bem
como o direito à sucessão aberta; não perdem o caráter de imóveis as edificações que, separadas do solo, mas
conservando a sua unidade, forem removidas para outro local, bem como os materiais provisoriamente separados
de um prédio, para nele se reempregarem; para fins legais, são considerados móveis as energias que tenham valor
econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, e os direitos pessoais de caráter
patrimonial e respectivas ações; não são considerados benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos
ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor; os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

#IMPORTANTE – DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


De acordo com Flávio Tartuce (2016), “tal instituto permite ao juiz não mais considerar os efeitos da personificação
da sociedade para atingir e vincular responsabilidades dos sócios, com intuito de impedir a consumação de fraudes
e abusos por eles cometidos, desde que causem prejuízos e danos a terceiros, principalmente a credores da
empresa. Dessa forma, os bens particulares dos sócios podem responder pelos danos causados a terceiros”.
O art. 50 do Código Civil retrata a necessidade de demonstração de abuso da personalidade jurídica, caracterizada
pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, de modo que a desconsideração deve ser requerida pela
parte interessada ou pelo MP (para fins de memorização, basta lembrar de “ADC”: abuso de personalidade = desvio
de finalidade / confusão patrimonial)

Desvio de Finalidade
Abuso da Personalidade
Confusão Patrimonial

- Qual a teoria adotada pelo CC? Há adoção de outra teoria por outras leis?
O CC/02 adotou a teoria maior, em que o abuso da personalidade jurídica precisa ser associada ao prejuízo ao
credor. Também nesse sentido, lei 12.529 (antitruste). Outras leis adotaram a teoria menor, em que a
desconsideração da personalidade jurídica exige um único elemento, qual seja o prejuízo ao credor (ex., CDC e lei
9.605/98).
- O que é desconsideração inversa?
É aquela em que a personalidade do sócio/administrador é desconsiderada a fim de atingir a pessoa jurídica. Assim
pontua o CJF em enunciado doutrinário: Enunciado 283 CJF: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica
denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens
pessoais, com prejuízo a terceiros”.
No mesmo tom, o NCPC expressamente adotou a possibilidade de desconsideração inversa da personalidade.
- A responsabilidade do sócio vai além de suas quotas sociais?
Com a desconsideração, a responsabilização do sócio ou administrador é integral, além das suas quotas sociais,
mormente nas hipóteses em que está presente o abuso de direito.
- O encerramento irregular da pessoa jurídica por si só enseja a desconsideração?
O Enunciado n. 282 do CJF/STJ aduz que o encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não
basta para caracterizar abuso de personalidade jurídica. Da mesma forma, em 2014, o STJ decidiu que o mero
encerramento irregular das atividades empresariais não tem o condão de, por si só, gerar a incidência da
desconsideração, especialmente aquela tratada no CC.
- Pode a pessoa jurídica requerer sua própria desconsideração? Pode ela impugnar a desconsideração em si?
De acordo com o Enunciado n. 285 do CJF/STJ, a desconsideração, prevista no art. 50 do Código Civil, pode ser
invocada pela pessoa jurídica em seu favor. O Superior Tribunal de Justiça, por sua vez, deduziu que “a pessoa
jurídica tem legitimidade para impugnar decisão interlocutória que desconsidera sua personalidade para alcançar o
patrimônio de seus sócios ou administradores, desde que o faça com o intuito de defender a sua regular
administração e autonomia – isto é, a proteção da sua personalidade –, sem se imiscuir indevidamente na esfera de
direitos dos sócios ou administradores incluídos no polo passivo por força da desconsideração.” (...). A rigor,
portanto, a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica resguarda interesses de credores e também da
própria sociedade indevidamente manipulada. REsp 1.421.464-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/4/2014.

DEFEITOS E INVALIDADES NOS NEGÓCIOS JURÍDICOS EM TABELAS2

Lesão Estado de perigo


Premente necessidade ou inexperiência Perigo que acomete o próprio negociante,
pessoa de sua família ou amigo intimo, sendo
esse perigo de conhecimento do outro
negociante;
Prestação manifestamente Obrigação excessivamente onerosa;
desproporcional;
Independe do dolo de aproveitamento; Pressupõe o dolo de aproveitamento;
Aplica-se a revisão negocial (art. 157, § Há entendimento de aplicação analógica do
2o); art. 157, § 2o, visando a conservação negocial.
Aplica-se exclusivamente aos contratos Aplica-se aos NJ em geral (também aos
sinalagmáticos. unilaterais, ex.: promessa de recompensa).

Fraude contra credores Fraude à execução


Instituto do direito material; Instituto do direito processual;
O devedor tem várias obrigações A alienação se dá na pendência da prestação
assumidas perante credores e aliena de jurisdicional, após citação;
forma gratuita ou onerosa os seus bens,  Há entendimento de que bastaria a
visando prejudicar credores; propositura da ação.
Atinge os interesses patrimoniais dos Afeta prestação jurisdicional, portanto, matéria
credores quirografários; de ordem pública;
Pressupõe o manejo de ação Pode ser suscitada por simples petição;
pauliana/revocatória;
A sentença da ação anulatória tem O reconhecimento da fraude tem natureza
natureza constitutiva negativa, gerando a declaratória, gerando a ineficácia relativa do ato
anulabilidade do NJ celebrado. celebrado.

#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO: A fraude à execução só poderá ser reconhecida se o ato de disposição do


bem for posterior à citação válida do sócio devedor, quando redirecionada a execução que fora originariamente
proposta em face da pessoa jurídica. STJ. 3ª Turma. REsp 1.391.830-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
22/11/2016 (Info 594). O entendimento acima exposto permanece válido com o CPC/2015? Haverá polêmica, mas
pela redação literal do novo CPC, não. Isso porque o CPC/2015 traz uma nova regra, que não havia no Código
passado, afirmando que a fraude à execução tem como marco a data da citação da pessoa jurídica que é objeto da
desconsideração: Art. 792 (...) § 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução
verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.

2 As tabelas foram extraídas, em sua maior parte, do Manual de Direito Civil, do Prof. Flávio Tartuce (2016).
NULIDADE ABSOLUTA (NULIDADE) NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE)
Atinge interesse público Atinge interesse particular
Pode ser suscitada por qualquer interessado, Só pode ser suscitada pelos
pelo MP e deve ser reconhecia de ofício pelo juiz interessados (art. 177).
(art. 168).
É irratificável (art. 169, 1ª parte), ou seja, é É ratificável (art. 172). Pode ser suprida,
insuscetível de confirmação. sanada, inclusive pelas partes.
Sentença produz efeitos EX TUNC, pois, regra O tema se tornou controvertido.
geral, o ato nulo não produz efeitos.
Não convalesce pelo decurso do tempo (art. 169, Ação anulatória possui prazos
parte final). Isso significa que a nulidade é decadenciais (4 ou 2 anos);
imprescritíveli.
HIPÓTESES: HIPÓTESES:
Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando: Art. 171. Além dos casos expressamente
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; declarados na lei, é ANULÁVEL o
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu negócio jurídico:
objeto; I - por incapacidade relativa do agente;
III - o motivo determinante, comum a ambas as II - por vício resultante de erro, dolo,
partes, for ilícito; coação, estado de perigo, lesão ou
IV - não revestir a forma prescrita em lei; fraude contra credores.
V - for preterida alguma solenidade que a lei
considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

- Prescrição é a perda da pretensão – relaciona-se aos direitos subjetivos (pessoais), de cunho patrimonial. Art. 189.
Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os
arts. 205 e 206.

PRAZO HIPÓTESES
01 ANO (i) Segurado contra o segurador, ou deste contra aquele.
02 (i) Prestações alimentares
ANOS
03 (i) Alugueis de prédios; (ii) enriquecimento sem causa; (iii) reparação civil.
ANOS
04 (i) Pretensão relativa à tutela.
ANOS
05 (i) Cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou
ANOS particular; (ii) pretensão de profissionais liberais.

- Decadência: é a perda de direito potestativo – relacionado às ações constitutivas. Em regra, a decadência não
pode ser impedida, suspensa ou interrompida. EXCEÇÃO: Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e
198, inciso I.

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

- Se a obrigação for solidária, convertendo-se em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. A
um dos credores solidários NÃO pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. Diversamente,
perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos (se de um só for a culpa, ele
responde sozinho pela indenização).
#DROPSDALEI #VAICAIR:
O credor não é obrigado a receber prestação diversa, ainda que mais valiosa
Mesmo que o objeto seja divisível, o credor não é obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim
não se ajustou
As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento em moeda corrente e pelo valor nominal (correção
monetária).
É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
A quitação da última parcela presume estarem solvidas as anteriores.
A quitação principal presume o pagamento dos juros.
O pagamento reiteradamente feito em outro lugar faz presumir a renúncia da previsão contratual.
Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos JUROS vencidos, e depois no capital, salvo
estipulação em contrário.

- Regra: OBRIGAÇÃO QUESÍVEL/QUERABLE - pagamento deve ser feito no domicílio do devedor (lembra do Senhor
Barriga indo buscar o aluguel na vila!). Exceção: PORTÁVEL/PORTABLE.

- Teoria do adimplemento substancial (#semprecai! #STJ): não será considerada resolvida a obrigação quando o
devedor, embora não tenha cumprido a prestação de forma perfeita, tenha se aproximado substancialmente do
resultado final.

- CESSÃO DE CRÉDITO: dispensa a concordância do devedor; não tem eficácia em relação ao devedor enquanto a
este não for notificada; cessão pro soluto: cedente responde pela existência e legalidade do crédito, mas não pela
solvência; cessão pro solvendo: cedente responde pela solvência do devedor; salvo estipulação em contrário, o
cedente não responde pela solvência do devedor.

- ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: exige a concordância do credor (consentimento expresso); silêncio = recusa; o novo
devedor não pode opor ao credor as exceções pessoas que competiam ao devedor primitivo.

- TEORIA DA IMPREVISÃO: Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da
prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que se
assegure, o quanto possível, o valor real da prestação.
- A quitação sempre poderá ser feita por instrumento particular.
- Vencimento antecipado de dívidas: no caso de falência do devedor, ou do concurso de credores; se os bens,
hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; se cessarem, ou se tornarem
insuficientes, as garantias de débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforça-las.

- PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO: opera-se de pleno direito em favor do credor que paga a dívida do devedor
comum; do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a o credor hipotecário; terceiro que efetiva o pagamento
da hipoteca para não ser privado do direito sobre o imóvel; do terceiro juridicamente interessado que paga a dívida
pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os
direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal de os fiadores.

- DAÇÃO EM PAGAMENTO: o credor consente em receber prestação diversa da que lhe é devida.

- NOVAÇÃO: ocorre quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
quando novo devedor sucede ao antigo, ficando quite com o credor; quando, em virtude de obrigação nova, outro
credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. A novação por substituição do devedor pode ser
efetuada independentemente do consentimento deste. Extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que
não houver estipulação em contrário. Não podem ser objeto de novação as obrigações nulas ou extintas; as
anuláveis podem. Por delegação: devedor participa do ato; por expromissão: devedor antigo não é ouvido.

- Não cumprida a obrigação, responde o devedor por: perdas e danos; juros; atualização monetária e honorários de
advogado.

- MORA: considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no
tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Mora ex lege: ocorre de pleno direito quando do
advento do termo; mora ex persona: não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte
de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o
dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

- Incorre de pleno direito o devedor na CLÁUSULA PENAL, desde que, culposamente, deixe de cumprir obrigação
(cláusula penal compensatória) ou se constitua em mora (cláusula penal moratória). O valor da cominação imposta
na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. O juiz pode reduzir de ofício o valor de uma CP se a
obrigação for cumprida em parte ou se o valor for excessivo.

#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
Em um contrato no qual foi estipulada uma CLÁUSULA PENAL, caso haja o inadimplemento, é possível que o
credor exija o valor desta cláusula penal e mais as perdas e danos? Se for cláusula penal MORATÓRIA: SIM. Se for
cláusula penal COMPENSATÓRIA: NÃO. STJ. 3a Turma. REsp 1.335.617-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em
27/3/2014.

- Violação positiva do contrato: descumprimento dos deveres anexos, colaterais ou de proteção, decorrentes da
cláusula geral de boa-fé objetiva.

#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
ARRAS - Cálculo das arras confirmatórias e desproporção entre a quantia paga inicialmente e o preço ajustado
Se a proporção entre a quantia paga inicialmente e o preço total ajustado evidenciar que o pagamento inicial
englobava mais do que o sinal, não se pode declarar a perda integral daquela quantia inicial como se arras
confirmatórias fosse, sendo legítima a redução equitativa do valor a ser retido. STJ. 3ª Turma. REsp 1.513.259-MS,
Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 16/2/2016 (Info 577)

#SAINDODOFORNO:

 Na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das arras com a cláusula penal
compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in idem.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.617.652-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 613).
 A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no exterior é
juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a soberania nacional.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.628.974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 610).

Termo Inicial dos Juros Moratórios (em caso de danos morais ou materiais)
Responsabilidade Extracontratual Responsabilidade Contratual
Os juros fluem a partir do evento danoso - Obrigação líquida: os juros são contados a
(art. 398, CC e Súmula 54 do STJ). partir do vencimento da obrigação. É o caso
das obrigações com mora ex re.
- Obrigação ilíquida: os juros fluem a partir
da citação (art. 405, CC). É o caso das
obrigações com mora ex persona.
Termo inicial da correção monetária
Danos Materiais (responsabilidade Danos Morais (responsabilidade contratual
contratual ou extracontratual) ou extracontratual)
Incide correção monetária sobre dívida por A correção monetária do valor da
ato ilícito (contratual ou extracontratual) a indenização do dano moral incide desde a
partir da data do efetivo prejuízo (Súmula data do arbitramento (Súmula 362 do STJ).
43 do STJ)

Confirmatórias (arts. 418 e 419) Penitenciais (art. 420).


Tem por objetivo de incentivar que as São previstas no contrato com o objetivo
partes cumpram a obrigação combinada. de permitir que as partes possam
É a regra, por isso independe de desistir da obrigação combinada caso
previsão. queiram e, se isso ocorrer, o valor das
NÃO consta a possibilidade de arras penitenciais já funcionará como
arrependimento. sendo as perdas e danos. Depende de
previsão expressa.
Além das arras, a parte inocente As arras penitenciais têm função
PODERÁ pedir indenização suplementar, unicamente indenizatória. Isso significa
se provar maior prejuízo, valendo as que a parte inocente ficará apenas com
arras como taxa mínima; bem como a o valor das arras (e do equivalente) e
execução do contrato, com as perdas e NÃO terá direito a indenização
danos, valendo as arras como o mínimo suplementar.
da indenização

CONTRATOS

(i) Evicção: é a perda do bem ou a privação de alguma utilidade em virtude de circunstância anterior à aquisição do
domínio. Mediante cláusula expressa, as partes podem reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela
evicção. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
#ATENÇÃODOBRADA: mesmo a cláusula que exclui a responsabilidade do alienante dá ao evicto o direito de
receber o preço que pagou, ressalvada a hipótese de, INFORMADO DO RISCO, expressamente assumi-lo.
(ii) Vícios redibitórios: a coisa recebida em virtude de contrato comutativo ou de doação onerosa pode ser
rejeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem impróprias para o uso a que é destinada, ou lhe diminuam o
valor. PRAZOS: 30 dias, se a coisa móvel; 1 ano, se imóvel, ambos contados da entrega efetiva; se já estava na
posse, o prazo contar-se-á da alienação, reduzido à metade; no caso de vício oculto, o adquirente tem os mesmos
prazos (30 dias/ 1 ano), desde que os vícios se revelem no prazo máximo de 180 dias, se móvel, ou de 1 ano, se
imóvel, fluindo do conhecimento do defeito. Para insurgir-se contra os vícios redibitórios: AÇÕES EDILÍCIAS – ação
redibitória (rejeita a coisa defeituosa + rescinde o contrato recebendo preço pago + despesas + perdas e danos); e
ação estimatória/quanti minoris (recebe a coisa + abatimento proporcional do preço).

#VAICAIR - RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA: Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a
prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude
de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
sentença que a decretar retroagirão à data da citação. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a
modificar equitativamente as condições do contrato (TEORIA DA IMPREVISÃO). #pegadinha: a regra é que seja
possível a aplicação apenas em contratos comutativos, entretanto, se em contratos aleatórios, o evento
superveniente extraordinário e imprevisível não se relacionar com a álea assumida no contrato, será possível sua
revisão ou resolução (enunciado da jornada de direito civil nº 440).

CONTRATO RESUMO GERAL


Natureza Jurídica: Contrato bilateral, oneroso, comutativo, consensual,
informal e não solene. CC rege apenas as locações não tratadas pela Lei
nº 8.245/91 (locação de imóveis destinados à residência, indústria,
comércio ou prestação de serviços).
A referida lei exclui de sua abrangência 1. Imóveis que integram o
LOCAÇÃO
patrimônio público (regidos pelo Decreto n. 9.760/46 e pela Lei n.
8.666/93); 2. Vagas autônomas de garagens ou espaços destinados a
veículos (CC); 3. Espaços publicitários/outdoors (CC); 4. Apart-
hotéis/flats ou equiparados (CC e, para alguns, CDC); 5. Arrendamento
mercantil/leasing (Lei n. 6.099/74).
Natureza jurídica: Contrato unilateral, gratuito (regra), comutativo,
informal, real (aperfeiçoa-se com a entrega).
Mútuo é o empréstimo de bem fungível (móvel) e consumível, em que
coisa de mesma espécie, qualidade e quantidade deverá ser restituída
MÚTUO E ao final. Se for destinado a fins econômicos, presume-se oneroso
COMODATO (FENERATÍCIO).
Comodato é o empréstimo de bem infungível e inconsumível (móvel ou
imóvel), o qual deverá ser restituído ao final. Não se transfere aos
herdeiros nem pode ser objeto de cessão sem anuência (intuito
personae)
Natureza Jurídica: Contrato unilateral, gratuito, consensual,
FIANÇA
comutativo, exigindo forma escrita. Trata-se de um contrato acessório
sui generis.
PRESTAÇÃO DE Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual, comutativo
SERVIÇO e informal.
Conceito: O contrato de empreitada (locatio operis) é aquele pelo qual
uma das partes (empreiteiro ou prestador) obriga-se a fazer ou a
mandar fazer determinada obra, mediante uma determinada
EMPREITADA remuneração, a favor de outrem (dono de obra ou tomador).

Natureza jurídica: Contrato bilateral oneroso, comutativo, consensual e


informal.
Natureza jurídica. O contrato é, em regra, unilateral, podendo assumir
também a forma bilateral (por isso é conceituado como sendo um
MANDATO contrato bilateral imperfeito). Assim sendo, o contrato pode ser
gratuito ou oneroso. É também contrato consensual, comutativo e
informal
Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual, comutativo
e informal. Na grande maioria das vezes o transporte assume a forma
TRANSPORTE de contrato de consumo (Lei 8.078/1990) ou de adesão. Assim, é
possível buscar diálogos entre o CC e o CDC no que se refere ao
contrato em questão, aplicando-se os princípios sociais contratuais.
Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual e aleatório,
dependendo do fator risco. Na maioria das vezes, constitui contrato de
adesão, pois o seu conteúdo é imposto por uma das partes, geralmente
SEGURO
a seguradora. Também, muitas vezes, o contrato é de consumo, o que
justifica a busca de diálogos de complementaridade entre o CC e o CDC
(diálogo das fontes).

#DROPSDALEI #VAICAIR – CONTRATO DE COMPRA E VENDA


Para haver efetiva transferência da propriedade é necessário, além do contrato, uma solenidade de transferência
(TRADIÇÃO para os bens móveis ou REGISTRO para os bens imóveis)
RETROVENDA: cláusula resolutiva expressa em favor do vendedor de coisa imóvel, com prazo máximo de
decadência de três anos, mediante restituição do preço recebido + reembolso de despesas. Esse direito é cessível e
transmissível a herdeiros e legatários.
PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA: cláusula expressa que impõe ao comprador de bem móvel ou imóvel a obrigação
de oferecer ao vendedor a coisa que ele vai vender ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de
prelação na compra, tanto por tanto. O PRAZO para exercer não pode exceder de cento e oitenta dias, se móvel, ou
dois anos, se imóvel. CUIDADO: o prazo para dizer se vai exercer o direito depois de notificado é de três dias, para
móvel, ou sessenta dias, se imóvel. Esse direito não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO: cláusula expressa em que o vendedor de bem móvel infungível reserva para si
a propriedade até que o preço esteja integralmente pago (propriedade resolúvel). #ficaadica: em que pese o texto
da lei, doutrina e jurisprudência também aceitam a aplicação à bens imóveis. Em qualquer caso, depende de
registro para valer contra terceiros.
VENDA A CONTENTO OU SUJEITA A PROVA: entende-se realizada sob condição suspensiva, só se reputa perfeita
quando o adquirente manifestar seu agrado (a contento) ou se tiver as qualidades asseguradas e for idônea para o
fim a que se destina (sujeita a prova).

#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
Em caso de cláusula de reserva de domínio, existem três formas pelas quais o vendedor (credor) poderá
comprovar a mora do comprador (devedor): a) mediante protesto do título; b) por meio de interpelação judicial;
c) por notificação extrajudicial enviada pelo Cartório de Títulos e Documentos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.000-MG,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 601)
A interrupção do prazo prescricional operada contra o devedor principal prejudica o fiador STJ. 4ª Turma. REsp
1.276.778-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/3/2017 (Info 602).
É trienal o prazo de prescrição para fiador que pagou integralmente dívida objeto de contrato de locação pleitear
o ressarcimento dos valores despendidos contra os locatários inadimplentes. O termo inicial deste prazo é a data
em que houve o pagamento do débito pelo fiador. STJ. 3ª Turma. REsp 1.432.999-SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 16/5/2017 (Info 605).

#SAINDODOFORNO
 O reconhecimento de paternidade post mortem não invalida a alteração de contrato social com a transferência
de todas as cotas societárias realizada pelo genitor a outro descendente. STJ. 4ª Turma. REsp 1.356.431-DF, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 8/8/2017 (Info 611).

 CONTRATO DE SEGURO - A aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS não confere ao
segurado o direito automático de receber indenização de seguro contratado com empresa privada, sendo
imprescindível a realização de perícia médica para atestar o grau de incapacidade e o correto enquadramento na
cobertura contratada. STJ. 2ª Seção. EREsp 1.508.190-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
08/11/2017 (Info 616)

RESPONSABILIDADE CIVIL

PRESSUPOSTOS:

(a) Conduta  a conduta que dá ensejo pode ser de fato próprio, fato de outrem (art. 932 a 934) ou por fato da
coisa (art. 936 a 938), comissiva ou omissiva.
(b) Culpa latu sensu (dolo ou culpa em sentido estrito)  a culpa em sentido estrito pode ser imprudência,
negligência ou imperícia. A diferença conceitual é idêntica ao do direito penal.
(c) Dano  o dano pode ser patrimonial, moral ou estético.
(d) Nexo de causalidade – CC adotou a teoria da causalidade adequada, diferente do CP (equivalência dos
antecedentes, em regra)! Excludentes: fato de terceiro, fato exclusivo da vítima, cláusula de não indenizar, legítima
defesa própria, estado de necessidade, exercício regular de direito e caso fortuito/força maior.

#DEOLHONADOUTRINA #RESUMÃODOMARCINHO #APOSTACICLOS


O que é a responsabilidade civil pela perda de uma chance? Segundo esta teoria, se alguém, praticando um ato
ilícito, faz com que outra pessoa perca uma oportunidade de obter uma vantagem ou de evitar um prejuízo, esta
conduta enseja indenização pelos danos causados. Em outras palavras, o autor do ato ilícito, com a sua conduta, faz
com que a vítima perca a oportunidade de obter uma situação futura melhor. Com base nesta teoria, indeniza-se
não o dano causado, mas sim a chance perdida.
A teoria da perda de uma chance é adotada no Brasil? SIM, esta teoria é aplicada pelo STJ, que exige, no entanto,
que o dano seja REAL, ATUAL e CERTO, dentro de um juízo de probabilidade, e não mera possibilidade.
O dano resultante da aplicação da teoria da perda pode ser classificado como dano emergente ou como lucros
cessantes? Trata-se de uma terceira categoria independente.

#DROPSDALEI
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem. - cláusula geral de responsabilização civil objetiva.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.  CUIDADO COM A
PEGADINHA: O INCAPAZ RESPONDE CIVILMENTE.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se
privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:  RESPONSABILIDADE OBJETIVA
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho
que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro,
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele
por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente
incapaz.  Restrição ao direito de regresso.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre
a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no
juízo criminal.  Independência das instâncias.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da
vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que
dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.  Hipótese de causalidade alternativa.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. – ESSA SEMPRE CAI! Não é pelo grau de
culpa.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz
reduzir, equitativamente, a indenização. Hipótese de redução equitativa do dano.

#APOSTACICLOS: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral (súmula 227 do STJ), no que couber, em razão da
previsão do art. 52 do CC. Entretanto, segundo o STJ, a pessoa jurídica de direito público NÃO TEM direito à
indenização por danos morais relacionados à violação da honra ou imagem.
Com efeito, o reconhecimento de direitos fundamentais - ou faculdades análogas a eles - a pessoas jurídicas de
direito público não pode jamais conduzir à subversão da própria essência desses direitos, que é o feixe de
faculdades e garantias exercitáveis principalmente contra o Estado, sob pena de confusão ou de paradoxo
consistente em ter, na mesma pessoa, idêntica posição jurídica de titular ativo e passivo, de credor e, a um só
tempo, devedor de direitos fundamentais. Finalmente, cumpre dizer que não socorrem os entes de direito público
os próprios fundamentos utilizados pela jurisprudência do STJ e pela doutrina para sufragar o dano moral da
pessoa jurídica. Nesse contexto, registre-se que a Súmula 227 do STJ (A pessoa jurídica pode sofrer dano moral)
constitui solução pragmática à recomposição de danos de ordem material de difícil liquidação. Trata-se de
resguardar a credibilidade mercadológica ou a reputação negocial da empresa, que poderiam ser paulatinamente
fragmentadas por violações de sua imagem, o que, ao fim, conduziria a uma perda pecuniária na atividade
empresarial. Porém, esse cenário não se verifica no caso de suposta violação da imagem ou da honra de pessoa
jurídica de direito público. REsp 1.258.389-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 17/12/2013.

#SAINDODOFORNO

 A Súmula 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato histórico de
repercussão social. Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada
da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Caso concreto: a TV Record exibiu reportagem sobre o
assassinato da atriz Daniela Perez, tendo realizado, inclusive, uma entrevista com Guilherme de Pádua, condenado
pelo homicídio. Foram exibidas, sem prévia autorização da família, fotos da vítima Daniela. O STJ entendeu que,
como havia relevância nacional na reportagem, não se aplica a Súmula 403 do STJ, não havendo direito à
indenização. STJ. 3ª Turma. REsp 1.631.329-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 24/10/2017 (Info 614).

 A privação da liberdade por policial fora do exercício de suas funções e com reconhecido excesso na conduta
caracteriza dano moral in re ipsa. Durante uma discussão no condomínio, um morador, que é policial, algemou e
prendeu seu vizinho, após ser por ele ofendido verbalmente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.675.015-DF, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info 612).

 A demora da pessoa em buscar a indenização por dano moral é um fator que, em conjunto com as demais
circunstâncias, pode influenciar na fixação do quantum indenizatório. Esse entendimento, contudo, não se aplica
quando os autores eram menores de idade no momento do ato ilícito e somente ajuizaram a ação quando
completaram a maioridade. Assim, a demora na busca da compensação por dano moral, quando justificada pela
interrupção prescricional da pretensão dos autores – menores à época do evento danoso – não configura desídia
apta a influenciar a fixação do valor indenizatório. STJ. 3ª Turma. REsp 1.529.971-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 12/9/2017 (Info 611).

CONTINUA!!! #NÃOPISCA
 A vítima de acidente de trânsito pode ajuizar demanda direta e exclusivamente contra a seguradora do causador
do dano quando reconhecida, na esfera administrativa, a responsabilidade deste pela ocorrência do sinistro e
quando parte da indenização securitária já tiver sido paga. Isso porque, mesmo não havendo relação contratual
entre a seguradora e o terceiro prejudicado, a sucessão dos fatos (apuração administrativa e pagamento de parte
da indenização) faz com que surja uma relação jurídica de direito material envolvendo a vítima e a seguradora. STJ.
3ª Turma. REsp 1.584.970-MT, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 24/10/2017 (Info 614).

 As ofensas generalizadas proferidas por cantora contra policias militares que realizavam a segurança do show
atingem, de forma individualizada, cada um dos integrantes da corporação que estavam de serviço no evento e
caracterizam dano moral in re ipsa, devendo a artista indenizar cada um dos policiais que trabalhavam no local. STJ.
3ª Turma. REsp 1.677.524-SE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 3/8/2017 (Info 609).

DIREITO DAS COISAS

POSSE: Domínio fático sobre a coisa. Exercício de um dos atributos da propriedade (art. 1.196 do CC). – TEORIA
OBJETIVA DE IHERING (diferente da subjetiva de Savigny, não exige animus dominis).
POSSE x DETENÇÃO: A detenção também é chamada de fâmulo da posse, ou servidor da posse. O detentor tem a
posse não em nome próprio, mas em nome daquele o qual ele está subordinado, seguindo ordens e instruções (art.
1198).

Frutos Benfeitorias Responsabilida


de (perda)
Boa-fé - quando o Tem direito às
possuidor ignora os benfeitorias
vícios ou os obstáculos necessárias e úteis.
que lhe impedem a Tem direito, (indenização e
Responde por culpa
aquisição da coisa ou com exceção retenção)
(perda que der
quando tem um justo dos frutos
causa)
título que fundamente pendentes. Pode levantar as
a sua posse voluptuárias se não
houver prejuízo para
o bem principal
Má-fé - situação em
Não tem direito
que alguém sabe do
e responde Tem direito às
vício que acomete a Responde ainda que
pelos frutos benfeitorias
coisa, mas mesmo a perda seja
colhidos e pelos necessárias
assim pretende acidental, em regra.
que deixou de (indenização)
exercer o domínio
colher
fático sobre ela

Ações possessórias  (a) Reintegração, no caso de esbulho; (b) Manutenção de posse, no caso de turbação; (c)
Interdito proibitório, no caso de ameaça.

#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES


STJ (590): Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre exercício do uso de via municipal
(bem público de uso comum do povo) instituída como servidão de passagem.
STJ (594 - ATENÇÃO): Veja a distinção:
(1) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do PODER PÚBLICO: não é possível. Não
terá direito à proteção possessória. Não poderá exercer interditos possessórios porque, perante o Poder Público,
ele exerce mera detenção.
(2) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face de outro PARTICULAR: terá direito, em
tese, à proteção possessória. É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem
público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse.
#SAINDODOFORNO: STJ (609)Na dissolução de união estável, é possível a partilha dos direitos de concessão de uso
para moradia de imóvel público.

PROPRIEDADE: O direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar, dispor
de um bem corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha.

#CARACTERÍSTICAS
Caráter erga omnes. O proprietário pode usar a sua propriedade como
Direito bem entender. É a regra, mas que deve ser relativizada em algumas
Absoluto situações, diante da função social e socioambiental da propriedade (art.
1.228, § 1.º, do CC).
Significa dizer que a propriedade deve pertencer apenas a uma pessoa,
Direito salvo as hipóteses de condomínio e multipropriedade, por exemplo.
Exclusivo Pode ser extraído do Art. 1.231 do CC: “A propriedade presume-se
plena e exclusiva, até prova em contrário”.
Através de tal característica, vislumbra-se que o direito de propriedade
Direito permanece, independentemente do seu exercício, enquanto não se
Perpétuo verificar alguma causa modificativa ou extintiva, de origem legal ou
convencional.
Direito Tal característica é vislumbrada pelo desmembramento dos quatro
Complexo atributos da propriedade (usar, gozar, dispor e reaver).
Sobre essa característica, dispõe Flávio Tartuce (2016): “não se pode
esquecer que a propriedade é um direito fundamental, pelo que consta
do art. 5.º, XXII e XXIII, da Constituição Federal. Esse caráter faz que a
proteção do direito de propriedade e a correspondente função social
Direito sejam aplicados de forma imediata nas relações entre particulares, pelo
Fundamental que consta do art. 5.º, § 1.º, do Texto Maior (eficácia horizontal dos
direitos fundamentais). Em reforço, o direito de propriedade pode ser
ponderado frente a outros direitos tidos como fundamentais, caso da
dignidade humana (art. 1.º, III, da CF/1988), particularmente naqueles
casos de difícil solução (técnica de ponderação)”.
A elasticidade do direito de propriedade pode ser vislumbrada através
da distensão ou contração quanto ao seu exercício. Assim, na dicção de
Orlando Gomes, a propriedade alodial está em seu grau máximo de
Direito Elástico
elasticidade, posto que todos os atributos estão sendo utilizados, por
exemplo.

USUCAPIÃO

Espécies de Requisitos
usucapião
1. Extraordinária (i) Posse ininterrupta; (ii) Posse mansa e pacífica; (iii) ANIMUS
DOMINI; (iv) Prazo de 15 anos (pode ser 10 anos). Obs.: não é
necessário justo título e nem boa-fé.
2. Ordinária (i) Posse ininterrupta; (ii) Posse mansa e pacífica; (iii) ANIMUS
DOMINI; (iv) Prazo de 10 anos (pode ser 5 anos); (v) Justo título e
(vi) Boa-fé
3. Especial rural/PRO (i) Prazo de 05 anos; (ii) Usucapiente não pode ser proprietário de
LABORE qualquer outro imóvel urbano ou rural; (iii) A área de terra, que
deve ser produtiva, não pode ser superior a 50 hectares.
4. Especial urbana (i) Prazo de 05 anos; (ii) Usucapiente não pode ser proprietário de
qualquer outro imóvel urbano ou rural; (iii) A área, que deve servir
de moraria, não pode ser superior a 250 metros.
5. Pró-família Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio
integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano
ou rural. § 1o O direito previsto no caput não será reconhecido
ao mesmo possuidor mais de uma vez.
6. Coletiva (i) Área urbana; (ii) Maior do que 250 metros; (iii) Utilizada por
população de baixa renda; (iv) Os usucapientes não podem ser
proprietários de outro imóvel urbano ou rural; (iv) Para fins de
moradia; (v) Há pelo menos 05 anos; (vi) Não pode ser possível
identificar o terreno ocupado por cada um.

#SAINDODOFORNO:

 O curso da prescrição aquisitiva da propriedade de bem que compõe a massa falida é interrompido com a
decretação da falência.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.680.357-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2017 (Info 613).

 Se o juízo criminal decretou a perda do imóvel que está sendo pleiteado em ação de usucapião, esta decisão
produzir a efeitos no juízo cível, devendo a ação ser extinta por perda do objeto.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.471.563-AL, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/09/2017 (Info 613).

 A ausência de citação dos confinantes e respectivos cônjuges na ação de usucapião é considerada hipótese de
nulidade relativa, somente gerando a nulidade do processo caso se constate o efetivo prejuízo. STJ. 4ª Turma. REsp
1.432.579-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017 (Info 616).

DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS

INSTITUTO CONCEITO
Instituto pelo qual o proprietário concede a outrem, por
tempo determinado (CC e Estatuto da Cidade) ou
indeterminado (Estatuto da Cidade), gratuita ou
onerosamente, o direito de construir ou plantar em seu
Superfície
terreno. Tal direito real de gozo ou fruição recai sempre
sobre bens imóveis, mediante escritura pública, devidamente
registrada no Cartório de Registro de Imóveis (art. 1.369 do
CC).
Instituto real através do qual um prédio proporciona
utilidade a outro, gravando o último, que é do domínio de
outra pessoa. O direito real de gozo ou fruição constitui-se
Servidão
mediante declaração expressa dos proprietários dos prédios,
ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de
Registro de Imóveis (art. 1.378 do CC).
Instituto real em que há a divisão igualitária dos atributos da
propriedade (GRUD) entre as partes envolvidas:
• Usufrutuário – tem os atributos de usar (ou utilizar) e fruir
(ou gozar) a coisa – GU. Forma-se o domínio útil.
Usufruto
• Nu-proprietário – tem os atributos de reivindicar (ou
buscar) e dispor (ou alienar) a coisa.
#CASCADEBANANA: não confunda domínio útil com nua-
propriedade!
Instituto real constituído de forma gratuita ou onerosa,
Uso havendo a cessão apenas do atributo de utilizar a coisa, seja
ela móvel ou imóvel.
Instituto real em que apenas é cedida uma parte do atributo
Habitação
de usar: o direito de habitar o imóvel.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS DE GARANTIA

(a) Natureza acessória  a garantia real pressupõe a existência de um crédito, que tem natureza principal. Logo,
aplica-se o princípio da gravitação jurídica.
(b) Publicidade  isso se dá através do registro. É justamente essa publicidade que garante a oponibilidade ERGA
OMNES, pois surge presunção absoluta de conhecimento.
(c) Sequela ou ambulatoriedade  é decorrência da oponibilidade ERGA OMNES. O direito real em garantia
acompanha o bem, onde quer que ele se encontre.
(d) Preferência (art. 1422)  o credor tem preferência sobre aqueles bens.
(e) Excussão  o credor com garantia, real, no caso de inadimplemento, não pode ficar com o objeto da garantia,
por força da proibição da cláusula comissória (art. 1428). O credor tem direito à excussão, ou seja, ao produto da
alienação do bem.

A hipoteca é um direito real de garantia, em virtude do qual um bem imóvel


remanesce na posse do devedor ou de terceiro, assegurando preferencialmente ao
Hipoteca credor o pagamento de uma dívida. Um ou mais bens específicos do patrimônio
imobiliário do devedor ou do terceiro garantidor são afetados como caução
específica de uma obrigação.
Pelo penhor, entrega-se a coisa móvel, fungível ou infungível, corpóreo ou
Penhor incorpóreo (ex. créditos), a título de garantia, mas sem a transferência da
propriedade, que remanesce na titularidade do devedor.
Anticrese é o direito real de garantia em que o devedor transmite ao seu credor a
posse direta de imóvel de sua propriedade, a fim de que este último pague-se com os
Anticrese
frutos oriundos da exploração econômica da coisa, paulatinamente abatendo os
juros e o débito principal.

#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
- Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio geral ou edilício
(vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou extraordinária,
constante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da prestação. STJ. 2ª
Seção. REsp 1.483.930-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 596).

- O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor terá os
benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis."
Entretanto, essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir da comprovação inequívoca de que o autor não é
considerado "necessitado". STJ. 3ª Turma. REsp 1.517.822-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
21/2/2017 (Info 599).
DIREITOS AUTORAIS

- O autor de projeto de obra arquitetônica, ainda que situada permanentemente em logradouros públicos,
integrando de modo indissociável o meio ambiente, a compor a paisagem como um todo, faz jus ao
ressarcimento por danos de ordem material e moral em virtude da representação por terceiros de sua obra, com
fins comerciais, sem a devida autorização e indicação de autoria, ainda que tenha havido aquiescência do
proprietário da obra. STJ. 3ª Turma. REsp 1.562.617-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 22/11/2016
(Info 594).

- Nos contratos sob encomenda de obras intelectuais, a pessoa jurídica que figura como encomendada na relação
contratual pode ser titular dos direitos autorais, conforme interpretação do art. 11, parágrafo único, da Lei nº
9.610/98, podendo pleitear a reparação dos danos sofridos. STJ. 4ª Turma. REsp 1.473.392-SP, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 11/10/2016 (Info 594).

- A transmissão de músicas por meio da rede mundial de computadores mediante o emprego da tecnologia
streaming (webcasting e simulcasting) demanda autorização prévia e expressa pelo titular dos direitos de autor e
caracteriza fato gerador de cobrança pelo ECAD relativa à exploração econômica desses direitos. STJ. 2ª Seção.
REsp 1559264/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 08/02/2017 (Info 597).

- Ainda que o titular dos direitos autorais sobre a música (cedente) não tenha registrado sua canção no registro
adequado, o cessionário tem legitimidade para fazer a averbação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.500.635-RJ, Rel. Min.
Moura Ribeiro, julgado em 21/2/2017 (Info 599).
- As ideias que servem de base e a bibliografia de que se vale autor de texto de dissertação de mestrado não
estão abarcadas pela proteção aos direitos de autor. STJ. 3ª Turma.REsp 1.528.627-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 7/3/2017 (Info 600). #ficaadica: o ordenamento protege apenas e tão somente a forma de
expressão utilizada na obra, e não a ideia nela contida, que se encontra em domínio público e pode ser por todos
utilizada. Se ideias fossem apropriáveis por aquele que primeiro as tivesse, haveria um engessamento das artes e
das ciências.

- Hotéis pagam direitos autorais ao ECAD pelo simples fato de os quartos serem equipados com TV. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.589.598-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 606)

- Gravação de mensagem de voz para central telefônica não pode ser enquadrada como direito conexo ao de
autor, por não representar execução de obra literária ou artística ou de expressão do folclore. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.630.851-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 27/4/2017 (Info 606).

 O termo inicial da pretensão de ressarcimento nas hipóteses de plágio se dá quando o autor originário tem
comprovada ciência da lesão a seu direito subjetivo e de sua extensão, não servindo a data da publicação da obra
plagiária, por si só, como presunção de conhecimento do dano. STJ. 3ª Turma.REsp 1.645.746-BA, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 6/6/2017 (Info 609)

 Para arquivamento de pedido ou extinção de patente por falta de pagamento da retribuição anual prevista no
art. 84 da Lei nº 9.279/96, exige-se notificação prévia do respectivo depositante ou titular. Obs: retribuição anual é
um valor que deve ser pago anualmente ao INPI pelo fato de o indivíduo ter pedido ou já ser titular de uma
patente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.669.131-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 27/6/2017 (Info 608).

FAMÍLIA E SUCESSÕES

REQUISITOS CARACTERIZADORES DA UNIÃO ESTÁVEL 1.723 CC E ART. 226 DA CF


 Estabilidade da relação convivencial
 Publicidade da relação convivencial
 Inexistência de impedimento matrimonial (exceção: separação de fato)
 A dualidade de sexos deixou de ser requisito da união estável.
 Inexigibilidade de lapso temporal mínimo ou decorrência da prole
 Intuito de constituir família (animus familiae) – more uxório
 Pessoas que se tratam publicamente cm homem e mulher.

EFEITOS PESSOAIS DA UNIÃO ESTÁVEL


 Deveres convivenciais (lealdade e respeito; mútua assistência e guarda, sustento e
educação da prole.
 Possibilidade de acréscimo de sobrenome do outro (art. 56 a 58 da Lei de Registros
Públicos) - é facultativo e dependerá de decisão judicial pelo Juiz da Vara de
Registros Públicos, procedimento de jurisdição voluntária – art. 109 da LRP.
 Parentesco por afinidade (CC art. 1.595) - é firmado no casamento e na união
estável.
 A união estável não muda o estado civil e não emancipa.
 A curadoria será exercida preferencialmente pelo cônjuge ou companheiro.
 A questão da presunção de paternidade – art. 1.597: esse artigo diz que a presunção
de paternidade seria exclusiva do casamento, mas o STF estabeleceu a incidência da
presunção de paternidade na união estável em razão da igualdade entre os filhos e
da proteção constitucional da união estável.
 Atenção: o CC não permite essa incidência.

EFEITOS PATRIMONIAIS DA UNIÃO ESTÁVEL


 Direito à meação (regime de bens da comunhão parcial, salvo disposição em
contrário).
 No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regimes
sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os
casos, o regime estabelecido no artigo 1.829 do Código Civil. RE 646721/RS e RE
878694/MG. #VAICAIR
 Direito ao benefício previdenciário – quem vive em união estável faz jus ao benefício
previdenciário nas mesmas condições das pessoas casadas. Ou seja, com presunção
de dependência.
 Direito aos alimentos (art. 1.694) - depende da presença do trinômio: necessidade de
quem recebe, capacidade contributiva de quem presta e proporcionalidade.
 Direito real de habitação, em caso de óbito do companheiro (Lei 9.278/96, art. 7) - o
CC não previu o direito de habitação para a união estável.
 Recentemente o STJ estabeleceu que o direito real de habitação na união estável não
está submetido a essa lei, sendo revogada pelo CC, mas tem direito real de
habitação da união estável por analogia ao casamento – direito real de habitação
vitalício e incondicionado.
 Possibilidade de exercício da inventariança.

Art. 1.784 do CC. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde


logo, aos herdeiros legítimos e testamentários (droit de saisine).
Herdeiro legítimo é aquele apontado pela lei; herdeiro
testamentário é aquele nomeado por testamento, legado ou
codicilo (art. 1.796 do CC)
Art. 1.787 do CC. A sucessão e a legitimação para suceder serão
reguladas pela lei do tempo da abertura da sucessão.
REGRAS BÁSICAS
Art. 1.788 do CC. Se a pessoa falecer sem testamento, a sua
DA SUCESSÃO
herança será transmitida aos herdeiros legítimos. O mesmo vale
para os casos de ausência de testamento, de caducidade ou
nulidade absoluta do ato de disposição.
Art. 1.789 do CC. Havendo herdeiros necessários (descendentes,
ascendentes e cônjuge), o testador somente poderá dispor de
metade da herança. Trata-se da famosa proteção da legítima, que
é a quota dos herdeiros necessários.
A herança defere-se de forma unitária, ainda que haja pluralidade
de herdeiros.
A herança, antes da partilha, constitui um bem imóvel por
ADMINISTRAÇÃO determinação legal, indivisível e universal (universalidade jurídica),
DA HERANÇA nos termos do art. 1.791 do CC.
A herança é administrada pelo inventariante, que exerce um
mandato legal e, na sua falta, pelo administrador provisório (art.
1.797 do CC).
A aceitação ou adição da herança é o ato pelo qual o herdeiro
manifesta a sua vontade de receber os bens do falecido,
confirmando a transmissão sucessória. Trata-se de um ato jurídico
unilateral, que produz efeitos independentemente da concordância
de terceiros, tendo, portanto, natureza não receptícia.
Três são as formas de aceitação da herança, a saber:
(a) Aceitação expressa – feita por declaração escrita do herdeiro,
ACEITAÇÃO
por meio de instrumento público ou particular.
DA HERANÇA
(b) Aceitação tácita – resultante tão somente de atos próprios da
qualidade de herdeiro. Como exemplo, cite-se a hipótese em que o
herdeiro toma posse de um bem e começa a administrá-lo e a geri-
lo como se fosse seu.
(c) Aceitação presumida – tratada pelo art. 1.807 do CC, segundo o
qual o interessado em que o herdeiro declare se aceita ou não a
herança, poderá, 20 dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz
prazo razoável, não maior de 30 dias, para nele se pronunciar o
herdeiro. Isso, sob pena de haver a herança por aceita.
É o ato solene pelo qual uma pessoa, chamada à sucessão de outra,
declara que a não aceita. Duas são as modalidades de renúncia à
herança:
(a) Renúncia abdicativa – o herdeiro diz simplesmente que não quer
a herança, havendo cessão pura e simples a todos os coerdeiros, o
RENÚNCIA que equivale à renúncia pura. Em casos tais, não há incidência de
Imposto de Transmissão Inter Vivos contra o renunciante.
(b) Renúncia translativa – quando o herdeiro cede os seus direitos a
favor de determinada pessoa (in favorem). Como há um negócio
jurídico de transmissão, verdadeira doação, incide o Imposto de
Transmissão Inter Vivos contra o renunciante.
De acordo com o art. 1.824 o herdeiro pode, em ação de petição de
PETIÇÃO DE herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório
HERANÇA para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem,
na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.

CONSUMIDOR

 Art. 24, CRFB: Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: V -
produção e consumo; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
 TEORIA DO DIÁLOGO DAS FONTES: deve-se buscar a aplicação, tanto quanto possível, de todas as normas que
tratam do tema, gerais ou especiais, de modo a garantir a tutela mais efetiva ao grupo vulnerável protegido
pela lei, o que pode levar, por exemplo, à aplicação do Código Civil em detrimento do Código de Defesa do
Consumidor quando o primeiro for mais favorável.
 O prazo de 30 dias para que o vício seja sanado o vício poderá ser modificado pelas partes, não podendo ser
inferior a 7 nem superior a 180 dias.
 Dispensa do prazo de 30 dias: se a substituição das partes viciadas comprometer a qualidade ou as
características do produto, diminuir seu valor comprometer, ou se tratar de produto essencial.
 Na responsabilidade por FATO do serviço, a dos profissionais liberais é subjetiva, provada mediante verificação
de culpa. Já a responsabilidade por VÍCIO de serviço é objetiva, pois não há, no vício, diferenciação para os
profissionais liberais.
 #NÃOVALEERRAR: A responsabilidade do cirurgião com fins estéticos é subjetiva com culpa presumida, pois
aqui se trata de obrigação de resultado!
 #VIROUSÚMULA: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados pelo
aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual não lhe
tenha sido dada prévia e adequada informação. (Súmula 595).
 Prazos decadenciais: 30 dias - bens não duráveis; 90 dias - bens duráveis. Em se tratando de vício oculto, o
prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. Para evitar a garantia eterna,
utiliza-se como parâmetro a vida útil do produto.
 A instauração de inquérito civil obsta a decadência do direito de reclamar por vícios aparentes ou de fácil
constatação.
 Não obsta a decadência a reclamação formalizada perante os órgãos ou entidades de defesa do consumidor
(PROCON). O que obsta é a reclamação feita ao fornecedor.
 O prazo para ajuizar ação indenizatória em relação aos danos causados em razão dos vícios dos produtos ou
serviços é o decadencial do art. 26 (30/90), não o prescricional do art. 27 do CDC (5 anos - fato do produto ou
serviço), isso porque a ação indenizatória é uma ação condenatória, passível de prescrição, mas como os danos
são decorrentes de vícios do produto ou serviço, o STJ considerou que seria aplicado o prazo decadencial (Info
224).
 #NÃOCONFUNDA: A ação de indenização por danos morais decorrente da inscrição indevida em cadastro de
inadimplentes não se sujeita ao prazo quinquenal do art. 27 do CDC, mas ao prazo de 3 (três) anos, conforme
previsto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002 (STJ, 09/05/2017).
 Desconsideração da personalidade jurídica no CDC: teoria menor (pode ser aplicada de ofício; basta a
insolvência, dispensando a exigência de confusão patrimonial ou desvio de finalidade).
 Sociedades integrantes de grupos societários e sociedades controladas: respondem subsidiariamente;
Sociedades consorciadas: respondem solidariamente; Sociedades coligadas: respondem por culpa.
 Súmula 412 STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional
estabelecido no Código Civil (10 anos).
 Violação positiva do contrato ou adimplemento ruim: é a violação dos deveres anexos ou laterais (ex:
informação).
 O direito de arrependimento, exercido no prazo de 7 dias (prazo de reflexão) não está vinculado a qualquer
justificativa. #ATENÇÃO: esse direito só existe para contratações que ocorrerem fora do estabelecimento
comercial.
 Sumula 472 STJ: A cobrança de comissão de permanência – cujo valor não pode ultrapassar a soma dos
encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato – exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios,
moratórios e da multa contratual.
 As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a
2% do valor da prestação.
 Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que alternativa, cabendo a escolha ao
consumidor.
 STJ: não cabe denunciação da lide nas relações de consumo, seja na hipótese de fato do produto ou do
serviço.
 A Anatel não é parte legítima nas demandas decorrentes de relação contratual entre a concessionária e o
usuário de telefonia.
 O município é competente para dispor sobre o tempo de atendimento ao público nas agências bancárias
localizadas em seu respectivo território. Porém, não detém competência para dispor sobre o horário de
atendimento ou funcionamento dos bancos.
 Súmula 645, STF: é competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
 QUEM É CONSUMIDOR - toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
 QUEM SÃO OS CONSUMIDORES EQUIPARADOS: a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que
haja intervindo nas relações de consumo; todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas
previstas no CDC; todas as vítimas do evento.
 #SELIGA: Aquele que não participa diretamente da relação é o bystander do direito americano. Vítima de um
acidente de consumo. Ex.: pessoa atropelada por um carro da RENAULT sem freios (não é consumidor pelo art.
2º). Acidente da TAM em SP que atingiu a casa de particulares. Explosão do shopping Osasco.
 QUEM SÃO OS FORNECEDORES: toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação
de serviços.
 O QUE É PRODUTO: é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
 O QUE É SERVIÇO: qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as
de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
 APLICAÇÃO DO CDC – STJ (súmulas): O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de
previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas;
Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde; O Código de Defesa do
Consumidor é aplicável às instituições financeiras;
 Taxista comprando veículo, é consumidor, pois está em situação de vulnerabilidade frente à fabricante.
 Sistema financeiro de habitação = aplica CDC. Exceção: quando houver cláusula FCVS (Fundo de Compensação
de Variação Salarial), por importar a presença da garantia do governo em relação ao saldo devedor, não se
aplica o CDC.
 Sociedade e associações sem fins lucrativos quando fornecem produto ou prestam serviço remunerado, aplica-
se o CDC.
 APLICA CDC - Concessionária de serviços públicos; Cooperativa de crédito; Serviços funerários; Correios e
usuários.
 NÃO APLICA CDC - Crédito educativo (trata-se de política governamental de fomento à educação); Relações
decorrentes de condomínio (condômino x condomínio); Contratos de locação predial urbano (mesmo que
intermediado por corretora); Atividade notarial (cartórios); Contrato de franquia (é relação empresarial – mas
a franqueada pode ser solidariamente responsabilizada pelos danos causados pela franqueada aos
consumidores); Execução fiscal; Beneficiários da previdência social; Bens ou serviços para implemento ou
incremento da atividade comercial. No mesmo sentido, envolvendo insumo agrícola (adubo); financiamento
para incrementar na atividade comercial; Relação entre contador e condomínio. Relação tributária;
Representante comercial autônomo e a sociedade representada; Contratos firmados entre postos e
distribuidoras de combustível; Lojistas e administradora de shopping center (contrato comercial); Serviços
advocatícios – era divergente, mas STJ pacificou.
 IMPORTANTE - #VAICAIR - O STF decidiu que as convenções internacionais prevalecem sobre o Código de
Defesa do Consumidor em vigência no Brasil para ações que envolvem companhias aéreas internacionais; O
prazo de prescrição das ações cai de cinco para dois anos, como estabelecem as regras de fora do país.
 #PRANÃORESTARDÚVIDA: As Convenções de Varsóvia e de Montreal regulam apenas o transporte
internacional (art. 178 da CF/88). Em caso de transporte nacional, aplica-se o CDC; A limitação indenizatória
prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal abrange apenas a reparação por danos materiais, não se
aplicando para indenizações por danos morais. As Convenções de Varsóvia e de Montreal devem ser aplicadas
não apenas na hipótese de extravio de bagagem, mas também em outras questões envolvendo o transporte
aéreo internacional.
 PUBLICIDADE ENGANOSA: Art. 36, § 1º - É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de
induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades,
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. É aquela que induz o consumidor ao
engano. Apesar da menção ao engano, ao erro, não se pode esquecer que o ato de indução representa dolo
(atuação maliciosa praticada com intuito de enganar outrem e ter benefício próprio). Pode ser por ação ou por
omissão.
 PUBLICIDADE ENGANOSA POR AÇÃO: há um dolo positivo, uma atuação comissiva do agente. Ex: campanha
publicitária que afirma que certo veículo tem um acessório, que não tem.
 PUBLICIDADE ENGANOSA POR OMISSÃO: há um dolo negativo, com atuação omissiva. Ocorre quando deixa de
informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
 A PUBLICIDADE ABUSIVA: Art. 36, § 2º - É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento
e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se
comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. É aquela ilícita por trazer como
conteúdo o abuso de direito. Ela agride os valores sociais, presente uma conduta socialmente reprovável de
abuso. Exemplos: a) A publicidade discriminatória de qualquer natureza. b) A publicidade que incita à
violência. c) A publicidade que explora o medo ou a superstição. d) A publicidade que se aproveita da
deficiência de julgamento e experiência da criança. e) A publicidade que desrespeita valores ambientais. f) A
publicidade que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança.

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