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Fevereiro 2014
Sumário
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Lista de Figuras
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OBJETIVO E RELEVÂNCIA
Esse tema se faz relevante uma vez que a construção civil é um setor importante para a
economia de todos os países e extremamente dependente dos produtos da mineração.
Um exemplo dessa dependência é que a areia, brita e o Cimento são as matérias primas
para formação do concreto, o material mais utilizado na construção civil.
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1 INTRODUÇÃO
Dentro desse contexto, com o aumento das populações, uma classe de minerais tem tido
destaque devido à sua crescente demanda, os minerais destinados à construção civil.
Estes minerais podem ser simples ou compostos, obtidos diretamente da natureza, como
por exemplo, a brita, a areia e a argila, ou resultado de trabalho industrial, como o
cimento e a cal.
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2 CIMENTO
O cimento é considerado um material cerâmico que em contato com a água, gera uma
reação exotérmica de cristalização de produtos hidratados, adquirindo resistência
mecânica.
Seu uso data de épocas muito antigas, não na forma comercial que é utilizada nos atuais
dias, mas como um material feito de gesso calcinado que era usado como aglomerante
pelos povos Egípcios. Gregos e romanos utilizavam solos vulcânicos das proximidades
de Pozzuole ou da ilha de Santorini, que após sua mistura com água endureciam.
Em 1786 o inglês John Smeaton criou uma mistura resistente através da calcinação de
calcários argilosos e moles. Esse é o marco da criação do cimento artificial. Em 1818, o
francês Vicat obteve resultados semelhantes aos de Smeaton, pela mistura de
componentes argilosos e calcários. Tempos depois, em 1824, o construtor inglês Joseph
Aspdin queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó
fino. Percebeu que obtinha uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto as
pedras empregadas nas construções. A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada
pelo construtor no mesmo ano, com o nome de cimento Portland que recebeu esse nome
por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às rochas da
ilha britânica de Portland.
2.2 Insumos
Para sua produção, o cimento requer a utilização de rocha calcária, argila, gesso,
minério de ferro, areia e combustível. Outros aditivos podem ser utilizados na fase final
de sua produção.
Calcário
O elemento cálcio, que compõe cerca de 40% de todo o calcário, é o quinto mais
abundante na crosta terrestre, após o oxigênio, silício, alumínio e ferro.
O uso de calcário na produção de cimento irá se restringir pelo seu teor de magnésio,
não podendo ultrapassar 4%. Elevados teores deste elemento podem causar fraquezas no
concreto, pois sua hidratação causa expansão de volume, gerando trincas, além de
produzir sais solúveis que podem ser lixiviados no decorrer do tempo.
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Figura 2-2: Mina de calcário da CSN em Arcos/MG.
Fonte: www.csn.com.br
A maior parte das minas de calcário é lavrada a céu aberto e chamada, em todo o
mundo, de pedreiras, embora, em muitas áreas, por razões técnicas, ambientais e/ou
escala de produção, utilize-se a lavra subterrânea para a produção de calcário.
Argila
O produto das minas de argila caracteriza-se como minérios de baixo valor unitário e
seu fornecimento opera de maneira cativa. São empreendimentos de pequeno porte, com
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produções variando de 1.000 a 20.000 t/mês, em minas com escavações mecânicas à céu
aberto.
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Figura 2-3: Operação de lavra da Mina Lagoinha situada a 60 km de Taubaté,
SP.Fonte: http://www.argimax.com.br
Gesso
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Figura 2-4: Frente de lavra de gipsita. Desmonte secundário realizado por
rompedores hidráulicos. Siqueira Mineração – Araripe –PE. Fonte:
www.siqueiramineracao.com.br
Os minérios de ferro e areia podem ser usados para corrigir, respectivamente, os teores
de ferro e sílica da argila. São pouco empregados na indústria cimenteira, em termos de
volume e massa.
Combustíveis
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5. Moagem do clínquer
6. Resfriamento
7. Moagem do clínquer e adição de gesso e aditivos
( )
( )
( )
Em resumo tem-se:
Em média são usados 75 a 80% de calcário e 20 a 25% de argila. Esses materiais são
misturados e moídos a fim de se obter uma mistura crua que alimentará as fases de pré-
aquecimento e clinquerização. Durante o processo de moagem desta mistura, uma
contra-corrente de ar quente (aproximadamente 220°C) é soprada dentro do moinho
com a finalidade de reduzir a humidade do material de 5% para aproximadamente 0,9%.
O produto desta moagem é chamado de cru e possui aparência de uma farinha. Este cru
então é armazenado em silos para homogeneização e alimentação da etapa de
clinquerização.
Esta etapa de moagem das matérias primas é realizada industrialmente de duas formas:
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A seco: a mistura é moída totalmente seca e alimenta o forno em forma de pó.
Tem a principal vantagem de economizar combustível, pois reduz o volume de
água a ser evaporado no forno.
A úmido: a mistura é moída com a adição de aproximadamente 40% de água.
Tem como principal vantagem a simplicidade das instalações e da operação dos
moinhos e fornos. Com o desenvolvimento tecnológico de filtros de pó, este
método a úmido está sendo menos usados nas indústrias.
Pré-aquecimento
Esta etapa ocorre em uma torre de ciclones. Os ciclones são utilizados na separação dos
sólidos dos gases. Estas estruturas são bastante elevadas (podendo chegar a 100 metros
de altura) e contam com diversos separadores ciclônicos interligados através de dutos
utilizados para troca térmica com os gases quentes provenientes do forno. Através da
seqüência de ciclones fluem estes gases em contra-corrente com a matéria prima.
Clinquerização
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Figura 2-5: Forno rotativo e torre de pré-aquecimento ao fundo.
O processo de clinquerização que ocorre dentro dos fornos procede da seguinte maneira:
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1000°C a Formação do 2CaO.SiO2 desaparecimento do
Endotérmico
1200°C SiO2 livre
1400°C a 4CaO.Al2O3.Fe2O3.
Endotérmico
1450°C Desaparecimento de CaO livre por reação com o
2CaO.SiO2, para formar o 3CaO.SiO2.
CaO: 67%;
SiO2: 22%;
Al2O3: 5%;
Fe2O3: 3%;
Outros óxidos: 3%.
Resfriamento
Por fim o cimento pronto poderá ser ensacado em sacos de 25kg ou 50kg e armazenado
por no máximo 30 dias, ou armazenado a granel em silos hermeticamente fechados por
no máximo 180 dias.
Há, no entanto,aditivos que são voltados para produção de cimentos especiais com
diversas características que os destinam a diferentes usos. Abaixo o diagrama apresenta
a composição do cimento comum e a proporção de cada matéria prima e também as
adições feitas para os diferentes tipos de cimentos especiais.
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Fonte: SNIC (Sindicato Nacional da Indústria de Cimento), 2009.
A seguir vamos apresentar cada tipo de cimento, sua aplicação e sua respectiva norma
reguladora.
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Cimento Portland Comum CP I e CP I-S (NBR 5732)
Esse tipo de cimento não possui nenhum tipo de adição com exceção do gesso, que é
responsável pelo retardo da pega, fenômeno físico-químico resultante da hidratação do
cimento e que promove o endurecimento da massa formada. É muito adequado para uso
em construções de concreto em geral quando não há exposição a sulfatos do solo ou de
águas subterrâneas. Também é oferecido ao mercado o Cimento Portland Comum com
Adições
CP I-S, com 5% de material pozolânico em massa, recomendado para construções em
geral, com as mesmas características.
Esses cimentos são muito utilizados na alvenaria não armada e armada. A primeira
emprega como estrutura-suporte paredes de alvenaria sem armação, os reforços
metálicos são colocados apenas em cintas, vergas, contravergas, na amarração entre
paredes e nas juntas horizontais com a finalidade de evitar fissuras localizadas. Já a
alvenaria armada caracteriza-se por utilizar o concreto (simples ou não) com armaduras
de aço. O concreto simples resiste bem aos esforços de compressão e muito pouco aos
demais esforços. Logo, para elementos estruturais como lajes, vigas, pilares em que são
solicitados outros esforços é necessário adição de um material que resiste bem a estes
esforços, o aço por exemplo. Uma obra muito conhecida de alvenaria estrutural armada
é o Teatro Municipal de São Paulo.
Este tipo de cimento tem uma propriedade que o difere do Cimento Portland Comum
que é uma velocidade menor na geração de calor quando misturado cimento e água. Seu
uso, portanto, é mais indicado em obras com grandes concretagens. Também apresenta
melhor resistência ao ataque de sulfatos contidos no solo. Temos três tipos de cimento
CP II com diferentes adições:
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b. Cimento Portland Composto CP II-Z (com adição de escória granulada de alto-
forno)
Para obras correntes, sob a forma de argamassa, concreto simples, armado e protendido,
elementos pré-moldados e artefatos de cimento. É especialmente indicado em obras
expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. O concreto feito com este
produto se torna mais impermeável, mais durável, apresentando resistência mecânica à
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compressão superior à do concreto feito com Cimento Portland Comum, a idades
avançadas. Apresenta características particulares que favorecem sua aplicação em casos
de grande volume de concreto devido ao baixo calor de hidratação.
O CP-RS oferece resistência aos meios agressivos sulfatados, como redes de esgotos de
águas servidas ou industriais, água do mar e em alguns tipos de solos. Pode ser usado
em concreto dosado em central, concreto de alto desempenho, obras de recuperação
estrutural e industriais, concretos projetado, armado e protendido, elementos pré-
moldados de concreto, pisos industriais, pavimentos, argamassa armada, argamassas e
concretos submetidos ao ataque de meios agressivos, como estações de tratamento de
água e esgotos, obras em regiões litorâneas, subterrâneas e marítimas. De acordo com a
norma NBR 5737, cinco tipos básicos de cimento - CP I, CP II, CP III, CP IV e CP V-
ARI - podem ser resistentes aos sulfatos, desde que se enquadrem em pelo menos uma
das seguintes condições:
Os dados econômicos mais atuais obtidos sobre o cimento são de relatórios e sumários
de 2013, portanto, referentes a 2012.
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Figura 2-8– Histórico do consumo de cimento aparente no Brasil
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Em 2012, havia 85 fábricas no Brasil, distribuídas de acordo com a Figura 2-10. A
quantidade de fábricas em cada região é de certa forma proporcional ao consumo e,
conseqüentemente, ao número de habitantes, sendo a região Sudeste a região onde se
encontra o maior número de instalações. A distribuição do consumo aparente por região
é mostrada na Figura 2-10.
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A nível internacional, o Brasil em 2012 foi o 4º maior produtor, detendo 1,9% da
produção mundial. A Figura 2-11 mostra o ranking de produção do cimento a nível
mundial.
Como se pode ver na Figura 2-12, não se fala em reserva de cimento. Fala-se em reserva
de seus principais insumos (calcário e argila), mas estas reservas são tão abundantes que
não há chance de limitarem a produção. Entretanto, há duas restrições na utilização dos
insumos na fabricação do cimento:
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A respeito de consumo, em média, 90% da produção é consumida no próprio país. Isso
se deve principalmente ao baixo valor do cimento e às restrições em sua logística: deve
ser transportado em locais de baixa umidade; deve-se ter cuidado ao empilhar os sacos.
Figura 2-15– Produção anual de cimento Portland, segundo os tipos (Fonte: SNIC)
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Figura 2-17– Despacho por meio de transporte; por forma de apresentação; e por
canal de distribuição
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Figura 2-18– Perfil da distribuição de cimento consumido no Brasil em 2012
3 BRITA
A princípio qualquer rocha, pode ser britada e usada na construção civil. entretanto, para
uso em concreto, em pavimento asfáltico, base e sub-base, lastro de ferrovia e na
produção de peças de cimento, algumas características indesejáveis podem impedir seu
uso, embora possam ser usadas em aterros, contenção de encostas e erosão ou
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manutenção de estradas de terra. As rochas mais comumente usadas na produção de
brita são granito, gnaisse, basalto, diabásio, calcário e dolomito. No Brasil, cerca de
85% da brita produzida vem de granito/gnaisse, 10% de calcário/dolomito e 5% de
basalto/diabásio.
A brita é graduada de tamanhos de zero (0) até máximo especificado com controle de
granulometria definida pelo consumidor e pela ABNT, como mostra a Figura 3-1
abaixo:
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Figura 3-3: Principais utilizações de brita.
A lavra de brita é feita a céu aberto, em meia encosta, e as operações se iniciam com a
execução do plano de fogo para desmonte primário (perfuração + detonação por
explosivos), que fragmenta cada trecho das bancadas da frente de lavra. Caso o material
não esteja com dimensões adequadas para a entrada na planta de beneficiamento
(fragmentos maiores que 1 metro), efetua-se o desmonte secundário, por fogacho
(raramente), rompedores hidráulicos ou dropball.
3.2 Beneficiamento
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Figura 3-6: britagem primária do calcário
Após a fragmentação no britador primário, há a formação de pilhas-pulmão, que
alimentam os britadores secundários. O britador secundário pode ser de mandíbulas ou
do tipo cônico. Os britadores terciário e quaternário são cônicos, ou de impacto, sendo
atualmente usados na tentativa de reduzir a lamelaridade do agregado e a produção de
finos.
A classificação por diâmetros nominais é feita em peneiras vibratórias, com telas de aço
ou borracha, em decks ou silos. Geralmente, a fração retida nas peneiras superiores
retorna aos rebritadores, para produzir pedra 01, e atender à demanda atual, e a fração
passante compõe as pilhas, principal forma de estoque dos produtos.
3.3 Mercado
O número de empresas que produzem pedra britada é da ordem de 600, gerando cerca
de 20mil empregos diretos e 100 mil indiretos, segundo informações da Associação
Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (ANEPAC).
Consumo por região e os principais Estados produtores de brita em 2007, estão
representados na Tabela 1 e na Tabela 2.
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No levantamento “Universo da Mineração Brasileira” (DNPM, 2007), feita com base
nos Relatórios Anuais de Lavra, somente no Acre não consta lavra de rocha para brita
com produção de “run-off-mine” acima de 10.000 toneladas por ano. Este levantamento
listou 648 lavras por porte das minas classificadas segundo o Quadro 1 e número de
minas por Estado informadas no Quadro 2.
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Minerações de rocha para brita existem em todos os estados. Existem cerca de 600
lavras de rocha para esse fim, sem contar as minas de rochas para outros fins como
rochas calcárias para fabricação de cimento, cal ou para uso em siderurgia e metalurgia,
em corretivo de solos para agricultura, etc., nas quais a parte que não serve para esses
fins é colocada no mercado como brita para construção civil, assim. Também não estão
incluídas as pedreiras abertas exclusivamente para uma obra específica pelo Regime de
Extração Mineral para órgãos públicos.
4 AREIA
4.1 Introdução
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A areia pode se apresentar na forma de sedimento inconsolidado ou sofrer um
processo de litificação, que gera as rochas areníticas. A areia na forma não coesa é
encontrada nos leitos de rios atuais, várzeas e dunas litorâneas. Já a areia consolidada
pode ocorrer na forma de arenitos ou quartzitos, formando platôs, escarpas, etc.
A indústria da construção civil está intimamente ligada a produção de areia, uma
vez que para a produção do concreto é necessário uma quantidade relevante de areia,
cerca de 40%. Porém, devido ao seu baixo valor agregado, o custo de transporte
influencia significativamente o preço final do produto, sendo necessário que as
minerações de areia estejam perto do mercado consumidor.
4.2 Mineralogia
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Mineral mais abundante na costa terrestre, constituindo cerca de 12% do volume
dela.
O método de lavra a ser utilizado para a extração da Areia vai variar de acordo
com a forma de ocorrência, além de características particulares da região e da jazida
onde a lavra será executada. São três os métodos de lavra mais usuais, a Dragagem, o
Desmonte hidráulico e o Desmonte mecânico.
Dragagem
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responsável pelo transporte da polpa até o beneficiamento. Na Figura 3.4.1a seguir,
pode-se observar uma draga em funcionamento em leito de rio.
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Figura 4-3-Dragas bombeando material para dentro do batelão apreendidas em
garimpo ilegal de ouro na cidade de Mariana, em MG.Fonte: Globo.com 2013
Para utilizar a dragagem em várzeas, inicialmente é formada uma lagoa em
circuito fechado e não ligada diretamente aos cursos d'água, com retorno das partículas
finas e água para a própria lagoa. A partir do momento que o nível do lençol freático é
atingido, introduzem-se dragas de sucção, que conduzem a areia e o cascalho até os
locais de estocagem, onde sofrem drenagem natural; as partículas finas e a água são
direcionadas de volta para a lagoa ou para uma lagoa de decantação de finos por meio
de canaletas e/ou canais coletores.
Desmonte hidráulico
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Um esquema simplificado de um Desmonte hidráulico pode ser visto na Figura
4-6 abaixo.
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Figura 4-7-Lavra de areia a céu aberto na Mineração Jundu em Descalvado-SP.
No estado de São Paulo, municípios de Descalvado e Analândia, as empresas
lavram a céu aberto, em bancadas com altura de 10 m e taludes que variam de 45º - 80º.
São utilizados no desmonte e carregamento, escarificador e escavadeiras. A qualidade
da areia varia de acordo com formação da rocha, e, portanto possuem destinos
diferentes. Quando proveniente das bancadas inferiores (Formação Botucatu e
Pirambóia), onde está intensamente lixiviada, destina-se à produção de areias para as
indústrias de vidro de boa qualidade, cerâmica e química. Já a areia explotada da
bancada superior (Cobertura Cenozóica), onde não ocorreu lixiviação, é destinada à
produção de areias industriais para fundição. Da frente de lavra, as areias explotadas são
transportadas para as unidades específicas de beneficiamento, onde são processadas,
separadamente (Ferreira, 1997; Nava, 1997a).
4.5 Beneficiamento
Lavagem e Desagregação
Essa etapa do Processamento é de suma importância nas cavas secas, porém são
desnecessárias em minas em que o método de lavra é a dragagem. São utilizados vários
equipamentos para essa etapa, como exemplo o log washer, o Scrubber e o Lavador de
rosca.
O log washer é um tanque onde giram dois eixos munidos de palhetas que batem
a polpa e a agitam intensamente. A areia a ser beneficiada é alimentada no fundo do
tanque e transportada para cima pelo movimento das palhetas. As partículas se
movimentam entre as palhetas, sofrendo intensa atrição superficial e impactos que
desagregam as partículas inconsolidadas ou friáveis e removem as coberturas de
argila.(Almeida 2009; Luz 2009) A Figura 4-8 é uma fotografia do equipamento.
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Figura 4-8- log washer
Já o Scrubber é um tambor giratório, dotado internamente de aletas que elevam o
material e o deixam cair. Ele é alimentado com uma polpa com cerca de 50% de sólidos.
A queda do material sobre a polpa que está no fundo do tambor causa intensa atrição
das partículas sólidas e desagregação das coberturas de lama. Na descarga do aparelho é
colocada uma peneira para separar as partículas grosseiras limpas da lama. Muitos
aparelhos têm injeção de jatos d'água sob pressão para ajudar a desagregação. Na
peneira, outros jatos d'água completam a lavagem. .(Almeida 2009; Luz 2009) A Figura
4-9 é uma fotografia do equipamento.
Peneiramento
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Classificação e Deslamagem
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Os ciclones não têm peças móveis e transformam a pressão com que a polpa lhes
é alimentada em movimento circular pelo fato da abertura de alimentação ser tangencial
ao corpo do equipamento. As partículas arrastadas por este movimento circular (mais
precisamente, "rotacional") sofrem a ação da força centrífuga e são arrastadas para a
periferia do ciclone. As partículas maiores têm massas maiores e expulsam as partículas
menores de volta para o centro, ou sequer as deixam afundar. Cria-se uma zona central
onde predominam as partículas finas e uma zona externa onde predominam as partículas
grossas. A zona central é então descarregada pelo overflow e a zona externa pelo
underflow, ocorrendo assim a classificação desejada (Almeida 2009; Luz 2009). A
Figura 4-14 é uma fotografia do equipamento.
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Figura 4-15: Vista da bacia de rejeito e usina
de beneficiamento de areia da
Mineração Jundu, Descalvado-SP.
Outra mineração de areia no município de Descalvado-SP é a Descalvado
Mineração. A areia é beneficiada em diferentes plantas. Uma destinada a indústria de
vidros e outra para indústria de fundição. O processo produtivo é apresentado na Figura
4-16.
No tocante aos preços, os dados fornecidos pelo IBGE mostram que a unidade
da federação com maior preço médio (para os três tipos de areia: fina, grossa e média)
foi o Distrito Federal (R$ 40,00/t), enquanto que o estado com o menor preço médio foi
Roraima com R$ 14,50/t.
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Observando as figuras acima, percebemos que os principais estados produtores
de areia são São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Esses 3 estados estão localizados
na Região Sudeste, que é a região que mais consume areia no Brasil.
4.8 Uso/Produtos
Vidro
Fundição
Na indústria de fundição, os moldes nos quais o metal ou a liga são fundidos são
confeccionados utilizando como matéria prima principal a areia. A areia tem a função
de resistir às solicitações térmicas, mecânicas e químicas a que estão submetidos os
moldes, desde o vazamento do metal fundido até a solidificação das peças produzidas
(Nava, 1997b).
Cerâmica e refratário
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Tinta
Borracha e Plástico
Filtração
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Fraturamento hidráulico
4.9 Especificações
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Quando usadas para filtração, a areia é tipicamente mais grosseira, com
granulometria entre 1,0 e 5,0 mm. São duas as especificações que uma areia para
filtração deve atender: tamanho médio dos grãos e uniformidade (Zidunczyk e Linkous,
1984). Além disso, a areia dever ser isenta de impurezas como argilas, pó, materiais
micácios ou orgânicos.
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5 CONCLUSÃO
Foi observado que, em geral, os métodos de lavra e beneficiamento para esses minerais
não são de grande complexidade e não possuem um alto custo. Com isso, os produtos
possuem baixo valor agregado, fazendo com que o custo do transporte seja fundamental
no preço final do commodity, podendo até inviabilizar uma mina.
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6 BIBLIOGRAFIA
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Janeiro: CETEM/MCT.
Luz, A. B., & Lins, F. F. (2005). Areia Industrial . Rio de Janeiro: CETEM.
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Ministério de Minas e Energia.
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