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EDUARDO DE LIMA CALDAS é bolsista de Pós-Doutorado da CAPES no CIRAD-
França. É professor em Gestão de Políticas Públicas (EACH-USP). É economista (FEA-USP), Mestre em
Administração Pública e Governo (EAESP-FGV) e em Ciência Política (FFLCH-USP), e Doutor em
Ciência Política (FFLCH-USP).
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MÁRIO LÚCIO ÁVILA é Professor Adjunto na Universidade de Brasília, campus
Planaltina-DF. Doutor em Desenvolvimento Sustentável.
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Introdução trabalhadores envolvidos e
população beneficiada?
Um argumento recorrente dos
candidatos, principalmente a cargos do O texto que segue tem caráter
Poder Executivo, diz respeito à exploratório, e está organizado em duas
continuidade ou descontinuidade das seções: a primeira na qual apresenta
políticas públicas. Não é por menos que, uma narrativa do longo processo de
a cada dois anos, transcorridas as continuidade do Programa Nacional de
eleições, beneficiários, parceiros e Alimentação Escolar; a segunda na qual
agentes públicos envolvidos apresenta reflexões sobre o significado
diretamente com políticas, programas e de “continuidade” e sobre os fatores que
projetos de ação pública ficam poderiam justificar o longo período de
inseguros com relação à continuidade continuidade.
das atividades das políticas, programas O Programa Nacional de
e projetos com as quais estão Alimentação Escolar
envolvidos. Será que os novos
governantes, ou mesmo os antigos O Programa Nacional de Alimentação
governantes com novas equipes (no Escolar (PNAE) teve sua origem na
caso de reeleição) darão continuidade às década de 40 do século XX. O Instituto
ações iniciadas? de Nutrição à época defendia que o
Governo Federal deveria oferecer
Apesar disso, há, no Brasil, poucos alimentação aos escolares, porém por
estudos que procuram compreender os falta de recursos o projeto não pode ser
fatores que favorecem a continuidade concretizado.
e/ou a descontinuidade das políticas
públicas, bem como suas consequências Na década de 50, foi elaborado o Plano
(COLLARES, MOYSES E GERALDI, Nacional de Alimentação e Nutrição
1999; ESTEVAM, 2010; denominado “Conjuntura Alimentar e o
GASPARONI, 2005; MENICUCCI E Problema da Nutrição no Brasil”. Em
MACHADO, 2007; NOGUEIRA, 2006; 1954, ocorreu a primeira liberação de
ROCHA, 2011; SPINK, 1987; SPINK, recursos do Fundo Internacional de
1999; SPINK, 2001; ZARPELLON, Socorro a Infância (Fisi), atualmente
2011). Grosso modo, essa literatura, denominado Fundo das Nações Unidas
com riqueza de estudos de caso e para a Infância (Unicef), para financiar
diferentes metodologias, procura a alimentação nas escolas1.
responder questões como as seguintes: Em 1955, por meio do Decreto
O que significa manter 37.106/55, o Ministério da Educação
uma política, programa e projeto (Governo Federal) instituiu a Campanha
de política pública? de “Merenda” Escolar (CME). Em
1956, por meio do Decreto 39.007/56, a
Será que candidatos da Campanha de “Merenda” Escolar
oposição (e mesmo os da (CME) passa a ser chamada de
situação), se eleitos, mantêm as Campanha Nacional de “Merenda”
políticas, programas e projetos Escolar (CNME).
iniciados anteriormente?
Em 1965, após o golpe militar, outro
Quais os impactos da Decreto (Decreto 56.886/65) altera o
descontinuidade de uma política, nome do Programa, que passa a ser
programas e projetos de políticas chamado de Campanha Nacional de
públicas para as organizações e Alimentação Escolar (CNAE). O
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financiamento deste programa continua formulação, financiamento e
contando com a colaboração gerenciamento da alimentação escolar.
internacional (americana): Alimentos
para a Paz, financiada pela United Os processos de aquisição dos gêneros
States Agency for International alimentícios mantiveram-se
Development (Usaid), e o Programa centralizados e os alimentos formulados
Mundial de Alimentos, financiado pela e industrializados passaram a ser
Organização das Nações Unidas para comprados por intermédio de licitações
Alimentação e Agricultura públicas. Os inconvenientes de uma
(FAO/ONU). política centralizada eram muitos, desde
logísticos relacionados com
Em 1973 foi criado o Programa dificuldades em armazenar e distribuir
Nacional de Alimentação e Nutrição os gêneros alimentícios, até culturais
(Pronan) e executada sua primeira fase. relacionados às diferenças de hábitos
Os públicos beneficiários deste alimentares locais.
programa eram gestantes, nutrizes e
crianças de até sete anos na população Apesar da inconveniência da
de baixa renda e os escolares de sete a centralização da política de alimentação
14 anos. A segunda fase do programa, escolar, em 1983, quando da criação da
executada entre 1976 e 1979, além da FAE e no bojo do processo de
alimentação escolar, também continha redemocratização do país, pôde-se
outros 10 programas. observar um primeiro esforço/tentativa
para descentralizar a alimentação
Segundo Carvalho da Silva (1995), o escolar.
Pronan ofereceu o primeiro modelo de
uma política integrada de alimentação Em 1983, pela primeira vez, tentou-se
que de alguma forma articulava descentralizar o PNAE, por meio da
produtor e consumidor. Tratava-se de: municipalização da gestão da
alimentação escolar nos Estados de São
“Uma política nacional incluindo
suplementação alimentar, amparo Paulo (governo Franco Montoro), e do
ao pequeno produtor rural, combate Rio de Janeiro (governo Brizola). No
às carências específicas, caso específico do Estado de São Paulo,
alimentação do trabalhador e apoio o Programa de Descentralização da
à realização de pesquisas e Alimentação Escolar estava inserido em
capacitação de recursos humanos”. dois eixos de ação do governo: na
chamada “Batalha da Alimentação” e na
A partir de 1976, a alimentação escolar chamada “Batalha da Democracia e da
passou a ser financiada com recursos Descentralização”.
públicos alocados no Ministério da
Educação (MEC). Em 1979, o nome do A FAE, entre 1986 e 1988, estimulou a
programa foi novamente modificado. A descentralização do PNAE por meio de
partir de então passou a se chamar sua municipalização, firmando
Programa Nacional de Alimentação convênios diretos com 81 municípios do
Escolar (PNAE). país (CARVALHO, 2009: 98). Os
Em 1983, foi criada a Fundação de municípios se responsabilizavam pelo
Assistência ao Estudante (FAE), gerenciamento e pela operacionalização
vinculada ao Ministério da Educação e do programa, e fundamentalmente pela
Cultura, que dentre outras atribuições é, aquisição de alimentos básicos in
desde sua criação, responsável pela natura.
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Apesar dos benefícios da experiência de dos municípios com a FAE e para
descentralização do PNAE, como uso normatizar e institucionalizar o processo
de produtos regionais nos cardápios e de descentralização. Assim, no primeiro
promoção do desenvolvimento local por semestre de 1993 foram firmados
meio do estímulo e do aumento de convênios com 26 Estados e 24 capitais
demanda para os produtores locais, a de Estados (exceto São Paulo e Rio de
experiência padeceu com a lentidão na Janeiro que já haviam municipalizado a
liberação de recursos (o que implicava política de alimentação escolar); e no
em intermitência operacional) e com a segundo semestre do mesmo ano, com
dificuldade na prestação de contas por todos os municípios com população
parte dos municípios. igual ou superior a 50 mil habitantes.
Com a promulgação da Constituição Em 1994, foi promulgada a Lei 8.913
Federal de 1988 (CF-88), a alimentação (18/07/1994) que consagrou,
escolar passou a ser um direito de todos institucionalizou, normatizou,
os alunos matriculados no ensino oficializou o processo de
fundamental, por meio de programas de descentralização do PNAE. Segundo
suplementação alimentar a serem Carvalho (2009: 103):
desenvolvidos pelos três níveis de
“Em 1994, a descentralização do
governo: Federal, Estadual e Municipal. PNAE deixou de ser apenas
Segundo a CF-88, em seu artigo 208: vontade política do poder executivo
para se tornar determinação da
“O dever do Estado com a educação sociedade brasileira. A
será efetivado mediante a garantia promulgação da Lei nº 8.913, de 12
de: VII atendimento ao educando, de julho de 1994 oficializou o
no ensino fundamental, a partir de processo, valorizando os hábitos e
programas suplementares de práticas alimentares locais e
material didático-escolar, regionais. A Lei tornou possível aos
transporte, alimentação e municípios brasileiros a
assistência à saúde”. participação na chamada
Então, apesar das experiências de “municipalização da merenda”, e
descentralização, por meio da desde a criação da FAE em 1983,
municipalização do PNAE por pela primeira vez, as escolas
puderam contar com a alimentação
iniciativas estaduais e pelos convênios
escolar no mês de fevereiro”.
da FAE com diversos municípios, e do
direito à alimentação escolar garantido De acordo com a Lei 8.913/94, a
na CF-88, somente em 1993-94 se transferência de recursos do governo
observa o que se pode chamar de Federal para os governos municipais
consolidação de um patamar de esforços ficou condicionada à criação dos
para a descentralização do PNAE. Conselhos de Alimentação Escolar, com
funções de fiscalizar o Poder Executivo,
Em 1993, o Movimento da Cidadania
controlar a aplicação dos recursos
contra a Fome, a Miséria e pela Vida
financeiros e acompanhar a elaboração
conseguiu, por meio de intensa
dos cardápios.
articulação da sociedade civil e pressão
ao recém-empossado governo Itamar Além disso, para a assinatura de
Franco, instituir o Conselho Nacional de Convênio com a FAE, as prefeituras
Segurança Alimentar e Nutricional municipais deveriam apresentar um
(CONSEA), instrumento importante Plano de Trabalho, Declaração Negativa
para fortalecer o processo de convênios do Fundo de Garantia por Tempo de
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Serviço (FGTS), Declaração Negativa De acordo com o Artigo 14 da Lei
de Recolhimento da Seguridade Social, 11.947:
Declaração de aplicação dos 25% de
impostos no Sistema de Ensino no ano “Do total dos recursos financeiros
repassados pelo FNDE, no âmbito
anterior, e balancete e orçamento do ano
do PNAE, no mínimo 30% (trinta
em vigor. por cento) deverão ser utilizados na
Assim, além de consolidar um aquisição de gêneros alimentícios
diretamente da agricultura familiar
determinado patamar de esforços do
e do empreendedor familiar rural ou
processo de descentralização, a Lei de suas organizações, priorizando-
8.913/94 oficializa o processo de se os assentamentos da reforma
participação e controle da sociedade agrária, as comunidades
civil junto à política de alimentação tradicionais indígenas e
escolar. comunidades quilombolas”.
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mesma. Caso exemplar é a política Pode-se observar que, inicialmente, não
econômica do Governo Fernando era um “Programa”, mas um “Plano”,
Henrique Cardoso (FHC), mantida em depois “Campanha”, e finalmente
termos de Metas de Inflação, política “Programa”.
cambial e política monetária no governo
O que se observa é que de meados dos
subsequente (governo Lula), muito
anos 40 a meados dos anos 70, a
embora, do ponto de vista discursivo
política de alimentação escolar tinha
tenha sido tratada como “herança
caráter assistencialista e dependente de
maldita”.
recursos e doações internacionais.
Neste sentido, observa-se que o debate Nos anos 70, o Programa de
sobre a continuidade de políticas Alimentação Escolar consolidou-se
públicas pode ser desdobrado em dois como programa nacional, tornou-se
níveis: o nível de ação pública e o nível menos focalizado e mais universalizado
da construção discursiva. em termos de público, e passou a ser
Uma política que teve continuidade na financiado com recursos públicos
história recente do país foi a da alocados no Ministério da Educação
agricultura familiar, por meio do (MEC). Como muitos programa de
Programa Nacional de Agricultura políticas públicas estruturados e/ou
Familiar (Pronaf), iniciada também no reestruturados (e resignificados) ao
Governo FHC. Neste caso, o que se longo dos anos 70, o Programa de
observa é que a política foi acrescida de Alimentação Escolar era centralizado e
vários outros elementos inexistentes no verticalizado, o que gerou problemas
primeiro momento e fortalecida pela operacionais.
ampliação de recursos e beneficiários. O gigantismo do programa, sua
Nesta medida, observa-se um esforço de centralização, os problemas logísticos
articulação entre dispositivos2 relacionados à compra, estocagem e
previamente existentes e outros criados transporte foram importantes fatores de
para complementar a política já desgaste do programa.
iniciada. Observa-se também a No esteio do processo de
ampliação dos atores envolvidos com a redemocratização, foram feitos esforços
política. para a descentralização do programa.
No caso do Programa Nacional de No entanto, a pressão da indústria
Alimentação Escolar, o que se observa alimentícia foi um fator de desgaste de
ao longo de mais de 60 anos de história, qualquer tentativa descentralizadora e
é um conjunto de mudanças ao longo do de reafirmação dos processos
tempo, tanto em termos de dispositivos centralizadores, uma vez que seus
quanto em termos discursivos: interesses (interesses da indústria
inicialmente fora um discurso alimentícia) eram diretamente afetados
assistencialista, depois um discurso pela descentralização dos recursos
focado na descentralização, em seguida financeiros e das compras públicas3.
um discurso em que prevalece a Apesar da referida pressão, os esforços
democratização e finalmente um e as experiências subnacionais
discurso relacionado à articulação entre indicavam possiblidades reais de
políticas públicas. descentralização.
Mesmo o substantivo “Programa” só Tanto a descentralização quanto a
passa a ser usado a partir dos anos 70. exigência de formação dos Conselhos
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Locais para o controle social dos entrada de novos atores na execução das
recursos transferidos do governo políticas.
Federal para os governos municipais Deste modo, o que se pode dizer é que a
foram conquistas dos anos 90. O continuidade de uma política pública
Movimento da Cidadania contra a não implica que ela permaneça a
Fome, a Miséria e pela Vida conseguiu, mesma. Pode-se concluir que a
nos anos 90, por meio de mobilização continuidade de uma política pública é
da sociedade civil e pressão ao recém- quando ela mantém seus objetivos
empossado governo Itamar Franco, iniciais. Isso não implica que não se
instituir o Conselho Nacional de podem agregar outros objetivos a ela,
Segurança Alimentar e Nutricional até porque para sua continuidade haverá
(CONSEA). que incorporar novos atores,
Finalmente, a partir do ano 2000, foram provavelmente com objetivos diferentes
construídos novos dispositivos para essa e complementares.
política pública (Programa Nacional de Conclui-se também que manter o
Alimentação Escolar) e inseridos outros objetivo não implica em manter o
atores ao processo. A partir desse discurso. Parece esquizofrênico, mas
período, percebe-se que a referida muitas vezes o que se observa é um
política, que começara em perspectiva discurso completamente desarticulado
absolutamente assistencialista, da prática. No caso do Programa de
introduzira elementos importantes Alimentação Escolar o que se observa é
referentes à descentralização da gestão o contrário: um discurso completamente
(anos 80 e 90) e à democratização e articulado com a valorização do
controle social (anos 90), ganhou uma programa, com sua ampliação e com a
dimensão sócio-econômica ao valorizar agregação de novos objetivos.
a agricultura familiar (anos 2000). Nesta
medida, além de favorecer a
capilaridade e a circulação de recursos Referências
financeiros no território BALABAN, Daniel Silva. A importância de
(local/municipal), também favorece o conselhos de alimentação escola: o controle de
modo de produção familiar, que políticas públicas sob a ótica da cidadania. In:
contrasta com o modo de produção SOUSA, Donaldo Bello (Org.).
capitalista tradicional. Acompanhamento e controle social da
educação: fundos e programas federais e seus
Conclusão conselhos locais. São Paulo: Xamã, 2006.
BELIK, Walter e SOUZA, Luciana. Algumas
Spink et all (2001) apontam que os reflexões sobre os programas de alimentação
fatores políticos (compromissos de escolar na América Latina. Planejamento e
campanha), fatores técnicos (apoio da Políticas Públicas. Nº33. Brasília, IPEA,
administração pública, competência julho/dezembro, 2009.
técnica, resultados), parcerias com CARVALHO DA SILVA, Alberto. De Vargas a
outras organizações, impacto positivo Itamar: políticas e programas de alimentação e
do próprio programa e pressão de nutrição. Estudos Avançados. Vol.9. Nº23. São
Paulo, janeiro/abril, 1995.
grupos locais são os principais
argumentos para a manutenção de CARVALHO, Daniela Gomes de. O Programa
programas e projetos e em poucas vezes Nacional de Alimentação Escolar e a
sustentabilidade: o caso do Distrito Federal
o argumento político sozinho foi (2005-2008). 2009. 238 f. Dissertação
determinante para a descontinuidade. (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável) –
Esses fatores estão relacionados com a Universidade de Brasília, Brasília, 2009.
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COLLARES, Cecília Azevedo Lima; e projetos econômicos e sociais: um ensaio
MOYSES, Maria Aparecida Affonso; sobre fatores que contribuem para esse
GERALDI, João Wanderley. Educação fenômeno na região centro-sul do Paraná,
continuada: a política da descontinuidade. Educ. Brasil. 3° Congresso Internacional de Educação.
Soc., Campinas, v.20, n 68, 1999. 2011.
ESTEVAM, D. O. A contínua descontinuidade
administrativa e de políticas públicas. II
Seminário de Ciências Sociais Aplicadas.
UNESC. Florianópolis 2010.
GASPARONI, Meirelaine Marques et alli-
Descontinuidade das ações e políticas sociais e
suas repercussões no “empoderamento” das
famílias – uma análise do programa de
erradicação do trabalho infantil (PETI) - 2°
Seminário Nacional de Estado e Políticas
Sociais no Brasil. Unioeste. 2005.
MENICUCCI, Telma Maria Gonçalves;
MACHADO, Moisés. Continuidade e Mudança:
comparação entre as trajetórias das políticas de
segurança alimentar de Belo Horizonte e Santos.
XXXI Encontro Anual da ANPOCS. Caxambu:
2007.
MORMONT, Marc. Agriculture et
environnement: pour une sociologie des Recebido em 2013-02-24
dispositifs. Economie Rurale, v.236, p.28-36, Publicado em 2013-09-06
1996.
NOGUEIRA, Fernando do Amaral.
Continuidade e Descontinuidade Administrativa
em Governos Locais: Fatores que sustentam a
ação pública ao longo dos anos. São Paulo:
Dissertação de Mestrado em Administração da
FGV, 2006.
ROCHA, Giovanna de Moura. Continuidade de
Políticas Públicas: a Constitucionalização
importa? Dissertação de Mestrado em
Administração Pública e Governo, Fundação
Getulio Vargas. São Paulo, 2011. 1
A ajuda internacional cumpria importante
SPINK, Peter. Continuidade e descontinuidade papel nos Estados Unidos (país doador).
em organizações públicas: um paradoxo Segundo Belik e Souza (2009), o Public Law
democrático. Cadernos Fundap, São Paulo, Ano 480, aprovado em 1954, nos Estados Unidos,
7, n. 13, p. 57-65, abr. 1987. que visava à compra de excedentes de produção
dos agricultores americanos para doação aos
SPINK, Peter; CLEMENTE, Roberta; países pobres, “representava um subsídio ao
KEPPKE, Rosane. Governo local: o mito da agricultor e uma forma de estabilizar os preços
descentralização e as novas práticas de de mercado no mercado interno”.
2
governança. Revista de Administração, São Dispositivos são entendidos como arranjos e
Paulo, v. 34, n.1, p.61 – 69, 1999. configurações entre atores de diferentes tipos
numa perspectiva de regulamentação.
______. Continuidade e Descontinuidade
(MORMONT, 1996).
Administrativa: uma Análise de Fatores que 3
Segundo Fialho (1993, apud CARVALHO,
Contribuem para a Manutenção de Programas,
2009: 101-102), “após 1992, as empresas
Projetos e Atividades Públicas de Êxito em
Nutrimental (desde 1969), Nutrícia e Lioténica
Governos Locais Brasileiros. São Paulo. 2001.
(desde 1978) representavam 48% do
ZARPELLON. Sérgio Cristóvão. Continuidade fornecimento de gêneros alimentícios
e descontinuidade administrativa de programas encomendados pelo governo”.
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