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“O INDIVÍDUO É O SER SOCIAL”: A CONSTITUIÇÃO DO INDIVÍDUO EM

MARX1
Márcio Vinícius de Brito Cirqueira2

Resumo: Destaco, aqui, nestas reflexões sobre a constituição do indivíduo na sociedade


capitalista, a determinação social do ser humano, levando em conta seu processo de alienação
e o trabalho como atividade construtora do mundo humano e da própria humanização do
indivíduo.
Palavras-chave: indivíduo, alienação, social

Alienação e determinação social do ser humano

As relações humanas, segundo Marx, são dialeticamente ligadas à


natureza, aos entes desta espécie humana e ao produto de seu trabalho, que por sua vez é
incorporação de trabalho humano em objeto produzido, i. é., esse produto é uma
objetificação do trabalho humano.

No entanto, na mesma proporção em que produz bens materiais, o trabalho


no mundo capitalista não cria apenas objetos, ele também cria o trabalhador como uma
mercadoria produtora de outras mercadorias. Para o trabalhador, tanto em sua
dimensão classista quanto individual, executar trabalho é ao mesmo tempo, nesta
sociedade, produzir o objeto e, mesmo sendo um ser humano, se objetificar.

Neste sentido, o próprio trabalho objetifica-se, e, assim, fica reduzido a


simplesmente poder ser disposto no mercado para a apreciação do empregador e a (nem
sempre) consecução de seu sedutor produto por outros trabalhadores. Nesta lógica, o
objeto/produto de trabalho necessário tanto ao sustento do trabalhador quanto à sua
socialização, surge como uma força sedutora independente do produtor. Assim, o
esforço de vida do trabalhador centra-se em tornar seu trabalho vendável para, daí,
adquirir produtos fetichizados no mercado. A apropriação do objeto surge como
alienação, num contexto em que o homem se entende passivo diante de circunstâncias
historicamente determinadas.

Este trabalho alienado, então, aliena a constituição da individualidade do


homem, uma vez que ele entende serem as condições materiais de existência de sua
1
Texto apresentado como requisito avaliativo da disciplina “Método Dialético em Marx”, ministrada pela
Profa. Dra. Anita C. R. Resende.
2
Aluno da 22ª turma do curso de Mestrado em Educação (Fac. Educação/UFG).
marcio_muringa@yahoo.com. Em 04/11/2009
espécie uma dada condição de vida a-histórica, independente de suas forças e/ou de
como age e se posiciona como indivíduo ou como classe, diante da realidade. Para ele,
indivíduo trabalhador, a aparência da realidade é de que “as forças produtivas se
apresentam como completamente independentes e desligadas dos indivíduos, como um
mundo à parte, ao lado dos indivíduos” (MARX e ENGELS, 1998, pg. 81). Seguro
deste entendimento acerca da produção da vida nesta sociedade, o trabalhador redunda
de forma reducionista sua vida em simplesmente trabalhar e, daí, com salário3 poder
atender demandas que entende serem suas, pessoais, individuais. Enfim, ele
(alienadamente) converte a finalidade da vida de sua espécie em finalidade de vida
individual, dele.

“Pois, trabalho, atividade vital, vida produtiva, agora aparecem ao


homem apenas como meios para a satisfação de uma necessidade, a de manter
sua existência física. A vida produtiva, contudo, é vida da espécie. É vida
criando vida. No tipo de atividade vital, reside todo o caráter de uma espécie,
seu caráter como espécie; e a atividade livre, consciente, é o caráter como
espécie dos seres humanos. A própria vida assemelha-se somente a um meio de
vida.” (MARX, 1964, pg. 100)

Para Marx, a noção do indivíduo enquanto membro da espécie corrobora a


idéia de um ser produtivo que não tem determinação exclusiva ou predominantemente
biológica. Para ele, em razão da produção humana se objetivar numa realidade concreta,
produzida pelo próprio homem, a natureza humana não é uma abstração, ela só pode ser
interpretada historicamente, porque se revela e se modifica objetivamente na História.

“Produzir a vida, tanto a sua própria vida pelo trabalho, quanto a dos outros
pela procriação, nos aparece, portanto, a partir de agora, como uma dupla
relação: por um lado como uma relação natural, por outro como uma relação
social – social no sentido em que se estende com isso a ação conjugada de
vários indivíduos ,seja quais forem suas condições, forma e objetivos. (...) a
massa das forças produtivas acessíveis aos homens determina o estado social,
e que se deve por conseguinte estudar e elaborar incessantemente a ‘história
dos homens’ em conexão com a história da indústria e das trocas.” (MARX e
ENGELS, 1998, PG. 24)

“Pode ser notado que a história da indústria, e a indústria como existe


objetivamente, é um livro aberto das faculdades humanas, e uma psicologia
humana que pode ser apreendida sensorialmente. Essa história não foi até aqui
concebida com relação à natureza humana, mas só sob um ponto de vista
utilitário superficial, desde que na situação de alienação só era viável
3
Salário entendido como dimensão individualizada de posse que aparentemente é tudo que lhe é devido
pelo empregador. Nas palavras de Marx: “Observamos, também, por conseguinte, que salários e
propriedade privada são idênticos, porquanto os salários como o produto ou objetivo do trabalho, o
próprio trabalho remunerado, são apenas conseqüência necessária da alienação do trabalho. No sistema
de salários, o trabalho aparece não como um fim por si, mas como o servo dos salários.” (MARX, 1964,
pg. 104-105)
conceber faculdades humanas reais e ação da espécie humana sob a forma de
existência humana em geral, como religião, ou como história em seu aspecto
geral, abstrato, como política, arte e literatura, etc.” (MARX, 1964, pg. 129-
130)

Neste sentido, é importante entender que em sua filogênese,


primitivamente, o ser humano tornou-se biologicamente apto a realizar trabalho
enquanto atividade capaz de melhorar suas condições de existência, passou a produzir
seus próprios meios de subsistência e criar necessidades para além do suficiente à sua
sobrevivência (desnaturamento). Nisto acabou por consolidar uma prática de
transformação da natureza e de si mesmo, pela apropriação do trabalho e dos objetos
dele resultantes. Este avanço amplo da condição humana deveria gerar uma “riqueza
das necessidades humanas” (MARX, 1964, pg. 134) num sistema de produção
humanizado, do homem e pelo homem, enfim, “Uma nova manifestação das forças
humanas e um novo enriquecimento do ser humano” (Idem).

No entanto, na realidade da sociedade capitalista, ocorre uma das


situações-alvo de maior crítica de Marx:

“Cada4 homem especula sobre a criação de uma nova necessidade no outro a


fim obrigá-lo a um novo sacrifício, colocá-lo sob nova dependência, e induzi-lo
a um novo tipo de prazer, em conseqüência, à ruína econômica. Todos
procuram estabelecer um poder estranho sobre os outros, para com isso
encontrar a satisfação de suas próprias necessidades egoístas. Com a massa de
objetos, por conseguinte, cresce também o reino de entidades estranhas a que o
homem se vê submetido. (...) Assim como ele reduz toda entidade à sua
abstração, também se reduz a si mesmo, em seu próprio desenvolvimento, a
uma entidade quantitativa” (Ibidem)

Todo este movimento de inculcação de necessidades se encontra no


contexto da dinâmica social para produção, apropriação/posse e consumo de objetos de
maneira a definir, também, a forma de organização e distribuição da(s) atividade(s) a
ser(em) reproduzida(s) pelo indivíduo para acesso e utilização deste objeto. Segundo
MARX e ENGELS (1998), as forças de produção, o estado de sociedade e a consciência
podem e devem entrar em contradição entre si, visto que a divisão do trabalho
subentende a possibilidade e o fato de a atividade intelectual e material ser transferida a
diferentes indivíduos. Tem-se, assim, não somente a divisão do trabalho, mas também a
divisão das condições de trabalho, e a necessidade de colocação dos trabalhadores em
condições qualitativa e quantitativamente diferenciadas na atividade social e em sua

4
Grifo meu.
formação humana, que vão da exclusão ao acesso controlado das oportunidades de
conhecimento e bens produzidos pela própria humanidade.

“[Segundo Say] A riqueza e a produção são explicadas pela divisão do


trabalho e pela troca. O empobrecimento e o desnaturamento da atividade
individual devido à divisão do trabalho são admitidos. A troca e a divisão do
trabalho são reconhecidas como as fontes de grande diversidade de talentos
humanos, que por sua vez se torna útil em decorrência da troca” (MARX,
1964, pg. 151)

Marx, assim, concorda com Say quando diz que “a diversidade dos
talentos humanos é mais o efeito que a causa da divisão do trabalho” (Ibidem, pg. 150),
divisão do trabalho esta que tem a finalidade de incrementar a produção e o sistema de
trocas. No entanto, Marx completa seu raciocínio criticando: “o motivo dos que se
empenham nas trocas não é a bondade, mas o egoísmo” (Ibidem, pg. 149-150).

Deste modo, é formada a diversidade de aptidões e atividades sociais


humanas historicamente constituídas. Aptidões e atividades vindas a propósito do
mercado para serem trocadas por salário, ou seja, a estas aptidões é atribuída maior ou
menor valoração social ou mesmo em dinheiro, dependendo da colocação e das
condições de colocação do indivíduo na divisão social do trabalho.

Ou seja, o discurso capitalista de ser o sistema coerente com o indivíduo


porque competente na potencialização das aptidões individuais (via supervalorização da
especialização técnica) que se destacam em benefício da produção social, entra em
contradição com o fato de estas aptidões e talentos funcionarem como atividades
essencialmente egoístas.

O indivíduo que forma em sua história de vida a competência para utilizar


esta ou aquela ferramenta de trabalho, tem marcado em si uma maneira tal de expressar
sua vida, seu modo de vida e o da classe social a que pertence. Poder5 manipular este ou
aquele objeto de trabalho, significa(?) poder consumir este ou aquele produto e/ou outro
objeto. Este poder tem grande relevância em nossa sociedade, afinal, na relação que o
homem estabelece com o objeto (por necessidade vital ou criada), está acumulada a
experiência histórica da tensão entre necessidade e liberdade de trabalho e consumo,

5
Poder aqui no sentido de poder-e-saber, uma vez que não basta saber manipular o objeto, deve-se poder
fazê-lo, ter essa permissão, alcançada ao se passar pelo crivo da seleção (e todas as suas
condicionalidades econômicas, sociais, históricas) para um emprego, ou pela aquiescência do Direito da
sociedade em questão para desenvolver, p. ex., trabalho informal.
seja da sociedade humana sob o modo de produção capitalista, seja da vida de cada
indivíduo.

O que a pessoa é enquanto indivíduo, portanto, coincide com a produção


dela, tanto com o que produz quanto com o como (as condições em que) produz. A
natureza dos indivíduos depende, assim, das condições materiais determinantes de sua
produção.

Em nosso mundo capitalista, que pela via da alienação potencializa a


opacidade do olhar dos homens para este mesmo mundo, quanto mais alienado estiver o
homem, mais o desejo de simplesmente ter propriedade, possuir e consumir objetos
constituirá e orientará sua ação junto à realidade. Assim, Fromm (1964) concorda com
Marx ao afirmar que tanto o mundo das coisas quanto as circunstâncias sociais e
políticas criadas pelo homem se tornam seus senhores.

Considerações Finais

O indivíduo forma-se no contexto do momento histórico em que vive,


apropriando-se dos resultados e produtos desta mesma história, i. é., objetivando-se no
interior desta história. No entanto, esta apropriação é controlada por mecanismos sociais
e econômicos de base, lógica e valores da classe dominante deste mesmo momento
histórico, mecanismos estes que por sua vez são regulados pelo Estado e seu aparato
legal, num processo que cerceia a liberdade de produção e consumo dos indivíduos –
não se trabalha no que se quer, como se quer, para ter o que se quer.

O próprio querer, essa noção de necessidade, é viciada exacerbação do


indivíduo possuidor de seu salário e seus propósitos de bom burguês-padrão. Neste
sentido, a padronização alienada da posse de produtos e a paga pelo trabalho são
destinadas ao indivíduo que dá sentido individual ao trabalho que realiza –
concretização socialmente constituída de seu trabalho ao longo da história –, aos
produtos deste e aos trabalhos dos outros trabalhadores e seus produtos também. O
atendimento à esta padronização se torna, então, manifestação e afirmação de vida
social admirável, e o padrão de consumo do trabalhador assalariado evidencia/desenha
uma figura-arremedo do bom burguês.

Assim, o trabalhador constitui sua relação com o mundo mais próxima e


parecida com a relação que o burguês estabelece com este mesmo mundo tendo o
salário como via para isto. O indivíduo (burguês ou não) tem, então, o salário como
justiça social. Segundo o entendimento do sistema vigente, quem trabalha merece
salário “justo”, mas, salário. Numa visão romântica da nossa sociedade, o capitalista
paga com objetivo de justiça social e distribuição de renda, pequeno quinhão do seu
lucro para o empregado viver e adquirir (comprar no mercado) alguns bens necessários
à sua sobrevivência e à realização da sensação de ter e usar, à sua reificação.

Importante entender que esta relação do indivíduo com o mundo se efetiva


sempre no interior de relações concretas com outros indivíduos (sejam burgueses ou
trabalhadores), que atuam como mediadores entre ele e o mundo humano, o mundo da
atividade humana objetivada. Para os indivíduos, nestas relações, aqueles mecanismos
(sociais e econômicos de base, lógica e valores da classe dominante) são vistos como
forças naturais incontroláveis, uma vez que quando vieram a este mundo este já se
encontrava organizado desta forma – caracterizado por uma inculcação de moral e
valores calcados no entendimento de que estas são condições inexpugnáveis, resilientes
pelo simples fato de serem condições intrínsecas à natureza humana e/ou determinadas
metafisicamente.

O aprofundamento maior deste entendimento, que não é objetivo deste


paper, evidencia a tensão indivíduo/sociedade, localizando o indivíduo em uma (sua)
comunidade que tem história, portanto, é concreta em suas realizações cotidianas.

“A atividade social e o espírito social não existem apenas, de forma


alguma, sob a forma de atividade ou espírito que seja diretamente comunal.

(...)

Acima de tudo, é mister evitar conceber a ‘sociedade’ uma vez mais


como uma abstração com que se defronta o indivíduo. O indivíduo é o ser
social. A manifestação da vida dele – ainda quando não apareça diretamente
sob a forma de manifestação comunal, realizada em associação com outros
homens – é, por conseguinte, uma manifestação e afirmação de vida social. A
vida humana individual e a vida-espécie não são coisas diferentes, conquanto o
modo de existência da vida individual, seja um modo mais específico ou mais
geral da vida-espécie, ou da vida-espécie seja um modo mais específico ou
mais geral da vida individual.” (MARX, 1964, pg. 125)

O equívoco de se supervalorizar o social para justificar o fato de se


negligenciar o indivíduo e suas demandas (econômicas, sociais, sexuais, culturais etc.)
diante da sociedade (por produtos, relações, oportunidades, trabalho etc.), numa
realidade recheada de diversidades6, cerceia e por vezes cala e imobiliza o indivíduo (a
pessoa em sua individualidade), uma vez que o mesmo não tem no cotidiano da
manifestação de sua vida individual, a manifestação e afirmação de vida social. O
indivíduo tem cerceada ou até impedida sua liberdade de afirmação social.

Por outro lado, no equívoco de se supervalorizar o indivíduo para justificar


a negligência para com o social num mundo em que as pessoas se objetivam na
propriedade do objeto, temos que este último é personificado e a pessoa é reificada. O
objeto traz em si atributos e adjetivos garantidos pelo senso comum de sua cultura de
mercado, e as pessoas entendem terem estes adjetivos atribuídos a si. Aparência e
essência coincidem no entendimento comum do indivíduo comum. Esta confusão que
inverte o entendimento da realidade, traz à tona a angústia da vida de trabalho dedicada7
à conquista de uma “liberdade” condicionada a um processo de apropriação egoísta de
objetos que está para a alienação, como se estes objetos, por sua vez, não estivessem
para ele como um produto histórico-social.

Entra-se no equívoco da opção “coerente” entre individual e social.

Bibliografia

FROMM, E. Conceito Marxista do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1964


MARX, K. Manuscritos Econômico-Filosóficos. In: FROMM, E. Conceito Marxista do
Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1964
Marx, Karl. O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003
MARX, K. e ENGELS, F. A Ideologia Alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
PARALAMAS DO SUCESSO, OS. Cagaço. H. Vianna, B. Ribeiro [Compositores]. In:
_______. Severino. [S.I.]: Emi Brasil, p1994. 1 CD (ca. 43 min 59 s). Faixa 10 (3
min 38 s)

6
Muitas delas só evidenciadas mediante alguma respeitabilidade conquistada na pugna da História.
7
“Cuida dos filhos, da filha-miséria / Com que carinho, com que dedicação” (VIANNA e RIBEIRO,
1994)
“O INDIVÍDUO É O SER SOCIAL” – Relação indivíduo x sociedade: como o
indivíduo se constitui

• Alienação
− O homem como “apêndice vivo” da máquina (os movimentos do
instrumento de trabalho precediam dele; hoje, ele [o homem]
acompanha-os)
− Propriedade privada nos Manuscritos Economico-Filosoficos
− Num estado de alienação, cada esfera da vida, a econômica e a moral, é
independente da outra, “cada uma se concentra em uma área específica
da atividade alienada e está, ela própria, alienada da outra”
− Necessidades alienadas (“quanto mais alienado estiver, tanto mais a
sensação de ter e usar constituirá sua relação com o mundo.” (Marx,
MEF: 144)
− Opiniões como alvo principal da classe burguesa
− Democracia política e industrial: o indivíduo participa ativamente do
planejamento e execução dos planos

• Essência do Homem
− Hegel: aparência e essência não coincidem.
− “a essência do homem não é uma abstração inerente a cada indivíduo.
Isso é o ponto essencial do ‘materialismo’ de Marx em oposição ao
idealismo de Hegel. Marx nunca abandonou seu conceito de natureza
humana (como demonstramos ao citar a declaração feita em O Capital),
mas essa natureza não é exclusivamente biológica, nem tampouco uma
abstração; ela só pode ser interpretada historicamente, porque se revela
na História. A natureza (essência) do homem pode ser inferida de suas
múltiplas manifestações (e deturpações) na História; não pode ser vista
como tal, como uma entidade de existência estatística ‘por trás’ ou
‘acima’ de cada homem de per si, mas como existente em cada homem
como uma potencialidade, revelando-se e modificando-se através do
processo histórico.”
− “A maneira pela qual os homens produzem seus meios de subsistência
depende, antes de mais nada, da natureza dos meios concretos de que
dispõem e têm de reproduzir. Este modo de produção não deve ser
considerado como mera reprodução da existência física dos indivíduos.
É, antes, uma forma definida de atividade desses indivíduos, uma forma
definida de expressarem sua vida, um modo de vida definido de parte
deles. Como os indivíduos exprimem sua vida, assim eles o fazem. O que
eles são, portanto, coincide com a produção deles, tanto com o que
produzem quanto com o como produzem. A natureza dos indivíduos
depende, assim, da condições materiais determinantes de sua produção.”

• Relação propriedade privada X trabalho alienado é de mútua determinação:


− “A propriedade privada, pois, deriva-se da análise do conceito de
trabalho alienado: isto é, homem alienado, trabalho alienado, vida
alienada, homem afastado.”
− “(...) embora a propriedade privada pareça ser a base e causa do trabalho
alienado, é antes uma conseqüência dele, tal e qual os deuses não são
fundamentalmente a causa, mas o produto de confusões da razão
humana. Numa etapa posterior, entretanto, há uma influência recíproca.”
− Ilusão romântica acerca do proprietário de terras: de que ele tem
importância social e identidade de seus interesses com os do conjunto da
sociedade. (isto é ideologia)
− Contradiz Hegel qdo diz que a essência do homem é o espírito Marx diz
que a essência do homem esta na práxis.
− O ser social é que determina a consciência, não a consciência de si.
A atividade social e o espírito social não existem apenas, de forma
alguma, sob a forma de atividade ou espírito que seja diretamente comunal.
Sem embargo, a atividade e o espírito comunais, i. é., atividade e espírito que
se exprimem e confirmam diretamente em associação real com outros homens,
ocorrem sempre onde essa expressão direta de sociabilidade brote do conteúdo
da atividade ou corresponda à natureza do espírito.
− Ainda quando realizo trabalho cientifico, etc., uma atividade que raramente
posso conduzir em associação direta com outros homens, efetuo um ato social,
por ser humano” (Ibidem, pg. 125)
− Relacionar:
 “Embora o homem seja um indivíduo original, e é justamente esta
particularidade que o torna um indivíduo, um ser comunal realmente
individual – ele é igualmente o conjunto, o conjunto ideal, a existência
subjetiva da sociedade como é imaginada e vivenciada. Ele existe na
realidade como a representação e o verdadeiro espírito da existência
social, e como a soma da manifestação humana da vida.” (MARX in:
Conceito Marxista do Homem, pg. 126)
 “Ainda quando realizo trabalho científico etc., uma atividade que
raramente posso conduzir em associação direta com outros homens,
efetuo um ato social, por ser humano. Não é só o material de minha
atividade – como a própria língua que o pensador utiliza – que me é
uma atividade social. Por essa razão, o que eu próprio produzo o faço
para a sociedade, e com a consciência de agir como um ser social.”
(MARX in: Conceito Marxista do Homem, pg. 125)

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