Ao refletir sobre o significado do discipulado cristão, à luz de João 15, pudemos
aprender que devemos permanecer ligados a Cristo para podermos frutificar (v.1-8) e que devemos amar os nossos irmãos assim como fomos amados pelo próprio Jesus (v.9-17). Porém, ainda temos algo a aprender com este capítulo do Evangelho de João. Sabendo o que estava para acontecer, Jesus cuidou de preparar os seus discípulos (cf. Jo 18-20). Considerando, especialmente, a maneira com que seus discípulos seriam tratados após a sua prisão, Jesus tratou de um ponto crucial sobre o significado do discipulado cristão: os discípulos são odiados pelo mundo (v.18). A partir desta contestação, Jesus profere algumas palavras acerca deste ódio, para demonstrar que tal disposição contrária do mundo, revelava algo especial acerca dos discípulos: eles pertenciam a Cristo e não ao mundo (v.19,27). Daqui podemos extrair alguns ensinos para crescermos como discípulos de Jesus. Primeiramente, aprendemos que os discípulos são odiados, mas a sua mensagem continua sendo a mensagem de Cristo (v.18-20). Ser um discípulo é ser um imitador do mestre. Ele era perseguido por causa da sua mensagem (v.20). E, ele deixou claro que não seria diferente com seus seguidores (v.20). A palavra de Jesus era o evangelho da graça de Deus, que salva e que condena (cf. Mt 4.17; Jo 3.16-21). A mensagem dos discípulos não poderia ser diferente. Aliás, o próprio Jesus definiu o que deveria ser pregado: o evangelho (Mc 16.15). Por isso, os discípulos deveriam continuar encorajados, pois a perseguição seria uma evidência de que a mensagem que eles pregavam era a mesma pregada pelo Mestre. Em segundo lugar, aprendemos que os discípulos são odiados, mas eles continuam refletindo a obra do Pai (v.21-25). Jesus também esclarece que o motivo principal para toda a perseguição e recusa, baseava-se no simples fato do mundo não conhecer o Pai (v.21). Conhecer a Deus é viver um relacionamento pessoal com Ele, fazendo aquilo que ele manda (cf. Sl 25.14; Jo 14.21; 1 Jo 5.3). O mundo odiou Jesus, porque suas obras refletiam o caráter de Deus (Jo 5.36; 10.37,38). Se estamos no mundo como embaixadores, temos que refletir o caráter de Deus em tudo que fazemos, como parte de nossa pregação (cf. 1 Co 10.31; 2 Co 5.18-20). Refletir o caráter de Deus é uma alegria para os discípulos de Jesus. Por fim, aprendemos que os discípulos são odiados pelo mundo, mas são animados pelo Espírito Santo a continuar testemunhando acerca de Cristo (v.26,27). Pense no Espírito Santo como ele realmente é: o Deus Todo-Poderoso que habita em nós (Jo 14.17; Rm 8.9). Ele veio a nós como o legítimo “encorajador” dos discípulos de Jesus. Ele dá testemunho de Cristo e capacita os discípulos a fazerem o mesmo (cf. v.27; 1 Jo 5.7,8). Não estamos sozinhos neste mundo, muito menos quando trilhamos por momentos difíceis de perseguição por causa do evangelho de Cristo. Que Deus nos conceda a graça de sermos verdadeiros discípulos de Cristo, e que Nele estejamos animados e encorajados no desenvolvimento de sua missão.