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Economia Pública

1º Semestre 2018/19
Economia Pública
1.1 Objectivos da intervenção do Estado

Do ponto de vista económico, são duas as razões


que justificam a intervenção do Estado numa
economia de mercado:
- Promoção de eficiência
- Promoção da equidade
Economia Pública
a) Promoção da Eficiência:
Uma economia está numa situação eficiente à Pareto
quando não é possível melhorar o bem-estar de pelo
menos um indivíduo sem diminuir o bem-estar de pelo
menos outro.
O conceito de eficiência à Pareto relaciona-se com o de
movimento de Pareto: movimento em que a situação
de pelo menos um indivíduo melhora sem que piore a de
qualquer outro.
Economia Pública
Exemplo com dois indivíduos, A e B, com
utilidades UA e UB, respectivamente.

Fronteira de Possibilidades de
Utilidade: Dado o nível de utilidade
UB de um indíviduo, indica o máximo de
utilidade possível para outro
individuo.

UA
Economia Pública
Exemplo com dois indivíduos, A e B, com
utilidades UA e UB, respectivamente.

FPU
Z: ineficiente
W e Y: eficientes à Pareto
X
UB
X: inacessível
W De Z para W: movimento
de Pareto
De Z para Y: promove-se
Z Y a eficiência (mas não se
trata de um movimento
de Pareto).
UA
Economia Pública
Algumas questões a que responderemos ao longo
do curso:

Em que circunstâncias o funcionamento dos mercados


coloca a economia num ponto interior (como o Z)?
O que tem o Estado de especial para corrigir eventuais
ineficiências? E que problemas podem surgir associados
à sua intervenção?
Mesmo que se coloque a economia sobre a fronteira, isto
é, num ponto eficiente, há ainda uma questão a resolver:
qual dos pontos seleccionar?
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b) Promoção da Equidade:
Redistribuição voluntária e coerciva: Se a utilidade
individual contém um elemento de altruísmo, a FPU tem
o seguinte aspecto.
De Z para W: redistribuição
W
UB
FPU voluntária.
Z De W para X: redistribuição
X
coerciva (incide sobre o
segmento negativamente
inclinado da FPU)

UA
Economia Pública
Questões a que responderemos ao longo do
curso:

Que critério utilizar para escolher um ponto na fronteira,


uma vez que os agentes têm preferências diferentes?

Como comparar a utilidade de diferentes agentes?


Economia Pública
A classificação de Musgrave
Os objectivos da intervenção do Estado são:
- Correcção da afectação de recursos
- Redistribuição da riqueza e rendimento
- Estabilização económica
Economia Pública
1.2 Bens Públicos
Características que definem um bem público:

a) Indivisibilidade ou não rivalidade no consumo


b) Impossibilidade de exclusão
c) Não rejeitabilidade
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a) Indivisibilidade ou não rivalidade no consumo

Significa que, dada uma certa quantidade do bem, podem


ser incluídos consumidores adicionais sem que se
reduza a utilidade ou a satisfação dos consumidores
iniciais.
Alguns bens podem perder esta característica devido ao
congestionamento.
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b) Impossibilidade de exclusão
Uma vez produzida determinada quantidade do bem, esta
torna-se acessível a consumidores adicionais.
Esta acessibilidade não é o resultado de alguma lei mas
sim das características físicas do bem: não há
tecnologias de exclusão.

c) Não rejeitabilidade
O consumo é imperativo. Esta característica decorre, de
certa forma, da impossibilidade de exclusão (neste
caso de auto-exclusão).
Economia Pública
Impossibilidade de Possibilidade de
exclusão exclusão

Rivalidade Recurso comum Bem privado

Não rivalidade Bem público Bem de clube

Note-se que
i) Indivisibilidade não implica impossibilidade de exclusão
Exemplo: pontes ou estradas não congestionadas, cinema.
ii) Impossibilidade de exclusão não implica indivisibilidade
Exemplo: recursos comuns (bancos de pesca, recursos do
subsolo)
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Exemplos:
Defesa Nacional
Qualidade Ambiental
Conhecimento geral/básico (não patenteável)
Iluminação pública
Fogo de artifício
Alerta de tornados
Sistemas de controlo de cheias

Não confundir com “O bem público”, ou com bens


produzidos pelo Estado ou sua propriedade.
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:

i) Número óptimo de consumidores


ii) Quantidade óptima: Diagrama de Bowen e
condição de Samuelson
iii) Financiamento: tributação de Lindahl
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
i) número óptimo de consumidores.

Na ausência de congestionamento, o número


óptimo de consumidores é o número máximo
possível, uma vez que a inclusão de mais um
consumidor beneficia-o sem prejudicar os
restantes.

n*=nmax
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Provisão eficiente de um bem indivisível:
ii) Quantidade óptima P
DA
Agregação vertical das procuras
individuais: uma vez que cada
unidade do bem gera utilidade em g
mais do que um consumidor, P

agregam-se as procuras
DB
verticalmente, isto é, para cada
unidade soma-se a valorização dos
g
consumidores. P

DA+B

g
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
ii) Quantidade óptima
P
Condição de Samuelson:
DA+DB=Cmg

DA+B

Cmg

g* g
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
iii) Financiamento
P
Tributação de Lindahl:
Impostos-preços constantes
e iguais à valorização
DA+B
marginal de cada agente no
ponto óptimo.

Cmg
tB

tA
g* g
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Provisão eficiente de um bem indivisível:
iii) Financiamento.
A tributação de Lindahl apresenta duas
características:
- Financiamento integral do custo do bem público
(se o custo marginal for constante)
- Unanimidade em torno da quantidade óptima.
A principal crítica aos preços de Lindahl é que os
indivíduos não têm incentivo em declarar a sua
verdadeira valorização.
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
iii) Financiamento
P
Se o custo marginal
for (por exemplo)
DA+B crescente, o valor
total das receitas
Cmg do imposto-preço
de Lindhal excede
os custos de
tB produção do bem.
tA
g* g
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
iii) Financiamento
P

Se aumentarmos o
valor a pagar por A,
DA+B
reduzindo o valor a
pagar por B, ambos
deixam de estar de
acordo em relação Cmg
à quantidade tB
desejada do bem.
tA
g*A g* g*B g
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
iii) Financiamento
Nos bens públicos, o relevante é a lógica da
provisão e não a da produção.
Provisão – forma como se torna disponível o bem
público, isto é, a forma como o bem público
chega ao consumidor.
Porém, pode existir provisão privada de bens
públicos; provisão pública de bens públicos e
provisão pública de bens privados.
Economia Pública
O mercado: Bens Privados e Bens Públicos

P P
BEM BEM
PRIVADO PÚBLICO

DA+B DA+B

DB

P=Cmg Cmg
DA
PB
DA
DB PA

QA QB Q* Q gB g* g
Economia Pública
• As procuras dos bens privados são somadas
horizontalmente porque os consumidores não
podem consumir a mesma unidade.

• A rivalidade no consumo é a causa da eficiência


do mercado: por exemplo, quando há excesso
de procura, o equilíbrio de mercado obtém-se
com uma subida dos preços que resulta da
concorrência entre os consumidores pelos bens
escassos (e divisíveis ou rivais).
Economia Pública
Falha de mercado e indivisibilidade

• O preço de equilíbrio do bem público não pode


ser P=Cmg: A não compraria o bem público e B
compraria a quantidade gB<g*.

• Fazer n*=nmax implica não praticar preços de


exclusão, o que não é geralmente compatível
com um preço único.
Economia Pública
Falha de mercado e indivisibilidade
• A solução seria produzir g* e cobrar a cada
consumidor PA e PB. Mas tal pode não ser
possível pois, ao contrário do preço, a quantidade
não é um mecanismo de mercado eficiente: para
uma dada quantidade os indivíduos não escolhem
o seu preço óptimo mas sim o mais baixo
possível.
• Os custos de informação de o fazer são elevados
para um monopolista discriminador (mas também
para o Estado). Como obter essa informação?
Economia Pública
Falha de mercado e indivisibilidade
• No caso de provisão voluntária os indivíduos
não levam em consideração a contribuição que
o bem público tem para os restantes indivíduos.
Logo, a quantidade do bem público não
corresponde à quantidade óptima.
• No gráfico anterior poderá haver provisão
voluntária por parte de B, mas a quantidade será
gB<g*.

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