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1º Semestre 2018/19
Economia Pública
No curso de Economia Pública apresenta-se uma visão
geral dos motivos que justificam a intervenção do
Estado numa economia de mercado (no âmbito da
afectação de recursos, da redistribuição e da
estabilização macroeconómica).
0. Revisões de Microeconomia
1. Intervenção do Estado na Economia
1.1 Objectivos
1.2 Bens Públicos
1.3 Externalidades
1.4 Bens Mistos*
1.5 Decisão Colectiva
1.6 Redistribuição
2. A restrição orçamental do Estado de curto e longo prazo
3. Descentralização financeira*
4. Regras versus discricionariedade
Economia Pública
Bibliografia:
60
50
40
Quantidade
Revisões de Micro: Procura
• A curva da procura de mercado obtém-se
através da agregação horizontal das
curvas de procura individuais.
Preço
+ =
Quantidade
Revisões de Micro: Procura
• A curva da procura de mercado altera-se
quando se altera um dos factores
determinantes da procura que não o preço
do bem em causa.
• Aumento do rendimento
• Aumento do preço de bem
Preço substituto
• Redução do preço de bem
Expansão da procura complementar
• Alteração de preferências
• Expansão demográfica
• Etc
Quantidade
Revisões de Micro: Procura
Q0
Quantidade
Revisões de Micro: Procura
• Quando o preço aumenta, os consumidores
“perdem” por dois motivos:
1. As unidades que consomem geram menor excedente
2. Deixam de consumir algumas unidades que geravam
excedente.
Preço
P1
P0
Q1 Q0
Quantidade
Revisões de Micro: Procura
• As procuras podem ser classificadas de acordo
com a sua sensibilidade ao preço.
• Elasticidade da procura: e = - (DQ/DP) x (P/Q)
• A elasticidade da procura diz-nos quanto varia
percentualmente a quantidade em resposta a
uma variação de 1% no preço.
>1: procura elástica
=1: procura com
elasticidade unitária
e <1: procura rígida
=0: procura
perfeitamente rígida
Revisões de Micro: Oferta
• A tecnologia disponível é incorporada na
análise através da função de produção:
Inputs
Trabalho Output
Equipamentos Função Produção Bens e
serviços
Ferramentas
Terrenos
Revisões de Micro: Oferta
• Para simplificar assumimos que os inputs
subdividem-se em capital, K e trabalho, L.
• No curto prazo existem factores fixos (K) e
factores variáveis (L)
• No longo prazo a empresa é livre de
escolher tanto K como L.
Revisões de Micro: Oferta
Quantidade Impossível
Produzida (Y)
Y=F(K,L)
Trabalho (L)
Cada trabalhador adicional Cada trabalhador adicional é
é mais produtivo: menos produtivo: tem
especialização do trabalho menor quantidade do input
/ divisão do trabalho fixo
Revisões de Micro: Oferta
Quantidade
Produzida (Y)
Y=F(K,L)
Trabalho (L)
Economista Contabilista
0 0 - 30 0 30
1 50 50 30 10 40
2 90 40 30 20 50
3 120 30 30 30 60
4 140 20 30 40 70
5 150 10 30 50 80
Revisões de Micro: Oferta
Custo Total
Custo Total
80
70
60
50
40
Observa-se que o custo
30 por cada unidade
20 adicional é crescente...
10
CTM
CVM
Quantidade
Experiência, descontos, Produtividade marginal produzida
(Q)
especialização decrescente, difícil
monitorização e planeamento
Revisões de Micro: Oferta
Concorrência Perfeita (hipóteses):
• Número elevado de pequenos vendedores
e compradores;
• Livre entrada e saída do mercado;
• Produto não diferenciado ou homogéneo
ou padronizado;
• Informação perfeita;
Revisões de Micro: Oferta
Empresa price taker ou tomadora de preços: actua como
se não alterasse o preço do mercado.
Resulta de a empresa ser “pequena”. Por outras palavras,
a empresa enfrenta uma procura horizontal:
P
P0
q
Revisões de Micro: Oferta
€ Cmg
CTM
P0
CVM
1 2 34 5 Quantidade produzida
pela empresa i (qi)
A CTM
CVM
B
Curva da oferta de curto
prazo de uma empresa em
concorrência perfeita
C
Quantidade produzida
Zona A: P > CTMi: deve operar no curto e longo prazo pela empresa i (qi)
Zona B: CTMi > P > CVMi: deve operar a curto e encerrar a longo prazo
Zona C: P < CVMi: deve encerrar no curto prazo
Revisões de Micro: Oferta
Conhecendo as ofertas individuais pode obter-se a oferta de
mercado através da sua agregação horizontal (somando
quantidades para cada preço)
A oferta de mercado indica para cada preço a quantidade que as
empresas estão dispostas a vender. Qs(P) = q1(P) +...+ qn(P)
P
Quantidade (Q)
Revisões de Micro: Oferta
• A oferta pode ser classificada de acordo
com a sua sensibilidade ao preço.
Preço Oferta infinitamente
rígida
Oferta infinitamente
elástica
Quantidade
31
Revisões de Micro: Oferta
32
Q0
Quantidade
Revisões de Micro: Equilíbrio
Como é estabelecido o preço? Através do equilíbrio entre a oferta,
S, e a procura, D.
P
Excesso de oferta: P ↓
S
P1
P*
Equilíbrio de mercado
P0
D
Excesso de procura: P
Quantidade (Q)
Q*
Revisões de Micro: Equilíbrio
Quais as consequências em termos de bem-estar?
i) A produção obtida é a eficiente
ii) A produção é efectuada da forma mais eficiente possível
P S
Valorização
máxima
Custo de
produção
D
Quantidade (Q)
Revisões de Micro: Equilíbrio
• O modelo de concorrência perfeita constitui um
benchmark: representa um sistema ideal que
produz o máximo benefício possível para a
sociedade com os recursos existentes, sem a
intervenção do Estado.
• Mas... As hipóteses do modelo são muito fortes
(traduzem a situação ideal) e todas as
economias de mercado têm imperfeições (que
produzem resultados indesejáveis como
poluição, desemprego ou pobreza extrema).
35
Revisões de Micro: Equilíbrio
• São essas imperfeições ou falhas no
funcionamento dos mercados que justificam a
intervenção do Estado na economia.
• Algumas falhas são:
36
Revisões de Micro: Monopólio
A razão de fundo para existirem monopólios é
a existência de barreiras à entrada
2 80 160 60 20
3 60 180 20 20
4 40 160 -20 20
5 20 100 -60 20
6 0 0 -100 20
Monopólio
• A Receita marginal é o incremento na receita resultante de vender
mais uma unidade. No caso do monopolista tem dois termos:
P0
P1
Q0 Q0+1
Quantidade
Revisões de Micro: Monopólio
No caso de a procura ser linear, a receita marginal é também uma recta
com o dobro do declive da procura.
Preço
A/b
A/2 A
Rmg Quantidade
Revisões de Micro: Monopólio
Determinação gráfica do óptimo do monopolista. Na
quantidade óptima verifica-se a condição:
Rmg = Cmg
Preço
A/b
PM
Cmg
QM A/2 A
Rmg Quantidade
Revisões de Micro: Monopólio
Índice de Lerner: £ = (P – Cmg)/P, medida do poder de
mercado.
A quantidade óptima do monopolista não é aquela que
maximiza o bem-estar social, entendido como a soma
do excedente do consumidor com os lucros das
empresas.
Seria possível aumentar ainda o bem-estar social em:
Preço
A/b
PM Triângulo de ineficiência ou
perda líquida de bem-estar
Cmg
QM A/2 A
Rmg Quantidade
Economia Pública
1.1 Objectivos da intervenção do Estado
Fronteira de Possibilidades de
Utilidade: Dado o nível de utilidade
UB de um indíviduo, indica o máximo de
utilidade possível para outro
individuo.
UA
Economia Pública
Exemplo com dois indivíduos, A e B, com
utilidades UA e UB, respectivamente.
FPU
Z: ineficiente
W e Y: eficientes à Pareto
X
UB
X: inacessível
W De Z para W: movimento
de Pareto
De Z para Y: promove-se
Z Y a eficiência (mas não se
trata de um movimento
de Pareto).
UA
Economia Pública
Algumas questões a que responderemos ao longo
do curso:
UA
Economia Pública
Questões a que responderemos ao longo do
curso:
c) Não rejeitabilidade
O consumo é imperativo. Esta característica decorre, de
certa forma, da impossibilidade de exclusão (neste
caso de auto-exclusão).
Economia Pública
Impossibilidade de Possibilidade de
exclusão exclusão
Note-se que
i) Indivisibilidade não implica impossibilidade de exclusão
Exemplo: pontes ou estradas não congestionadas, cinema.
ii) Impossibilidade de exclusão não implica indivisibilidade
Exemplo: recursos comuns (bancos de pesca, recursos do
subsolo)
Economia Pública
Exemplos:
Defesa Nacional
Qualidade Ambiental
Conhecimento geral/básico (não patenteável)
Iluminação pública
Fogo de artifício
Alerta de tornados
Sistemas de controlo de cheias
n*=nmax
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
ii) Quantidade óptima P
DA
Agregação vertical das procuras
individuais: uma vez que cada
unidade do bem gera utilidade em g
mais do que um consumidor, P
agregam-se as procuras
DB
verticalmente, isto é, para cada
unidade soma-se a valorização dos
g
consumidores. P
DA+B
g
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
ii) Quantidade óptima
P
Condição de Samuleson:
DA+DB=Cmg
DA+B
Cmg
g* g
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
iii) Financiamento
P
Tributação de Lindahl:
Impostos-preços constantes
e iguais à valorização
DA+B
marginal de cada agente no
ponto óptimo.
Cmg
tB
tA
g* g
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
iii) Financiamento.
A tributação de Lindahl apresenta duas
características:
- Financiamento integral do custo do bem público
(se o custo marginal for constante)
- Unanimidade em torno da quantidade óptima.
A principal crítica aos preços de Lindahl é que os
indivíduos não têm incentivo em declarar a sua
verdadeira valorização.
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
iii) Financiamento
P P
DA+B DA+B
Cmg
Cmg
tB tB
tA tA
g* g g*A g* g*B g
Economia Pública
Provisão eficiente de um bem indivisível:
iii) Financiamento
Nos bens públicos, o relevante é a lógica da
provisão e não a da produção.
Provisão – forma como se torna disponível o bem
público, isto é, a forma como o bem público
chega ao consumidor.
Porém, pode existir provisão privada de bens
públicos; provisão pública de bens públicos e
provisão pública de bens privados.
Economia Pública
O mercado: Bens Privados e Bens Públicos
P P
BEM BEM
PRIVADO PÚBLICO
DA+B DA+B
DB
P=Cmg Cmg
DA
PB
DA
DB PA
QA QB Q* Q gB g* g
Economia Pública
• As procuras dos bens privados são somadas
horizontalmente porque os consumidores não
podem consumir a mesma unidade.
Jogador 2
Não confessa Confessa
Não confessa -1,-1 -9,0
Jogador 1 Confessa 0,-9 -6,-6
Economia Pública
Falha de mercado e impossibilidade de exclusão
(assumindo rivalidade no consumo)
Custo do bem: 30 u.m. (divididos igualmente por quem
contribui)
Valorização por indivíduo: 40 u.m./nº de indivíduos
Jogador 2
Contribui Não contribui
Contribui 5,5 -10,20
Jogador 1 Não contribui 20,-10 0,0
Economia Pública
Falha de mercado e impossibilidade de exclusão
Outros (1000)
Contribuem Não
contribuem
Contribui 5 (0,5) 0 (0,5)
Jogador 1 Não contribui 10 (0,5) 0 (0,5)
Economia Pública
Falha de mercado e impossibilidade de exclusão
Outros (10)
Contribuem Não
contribuem
Contribui 5 (0,8) 0 (0,2)
Jogador 1 Não contribui 10 (0,2) 0 (0,8)
Economia Pública
1.3 Externalidades
78
Economia Pública
VmgP
P (interno) CmgS P
(sociais=internos + VmgP CmgP
externos) (internas ou (internos)
CmgP privadas)
(internos ou VmgS
privados) (sociais=internas
P* P* + externas)
Qs Q P Q QP Qs Q
Qs Q P Q QP Qs Q
Teorema de Coase:
No caso de pequenos números em interacção
(i.e, reduzidos custos de transacção) é de
esperar que se atinja a solução eficiente,
independentemente da atribuição inicial dos
direitos que a lei efectua.
82
Economia Pública
Exemplo: Se uma empresa tem o
direito a poluir colocar-se-á no seu
RmgP
P óptimo privado. Só reduzirá a
CmgS produção se for compensada
pelas perdas em que incorrerá.
CmgP
Para reduzir para o óptimo social
exigirá pelo menos a área a
vermelho (compensação mínima
requerida). As “vitimas” da
externalidade estarão dispostas a
pagar até ao valor correspondente
à área a verde (compensação
Qs QP Q
máxima possível). O acordo é,
Externalidade negativa na produção
(poluição) criada por uma pois, possível.
empresa com as curvas de RmgP
e CmgP 83
Economia Pública
Exemplo: Se uma empresa não
tem o direito a poluir colocar-sé-á
RmgP
P no ponto 0. Só aumentará a
CmgS produção se compensar os
terceiros pelas suas perdas.
CmgP
Para produzir no óptimo social
estará disposta a pagar até ao
valor correspondente à área a
verde (compensação máxima
possível). As “vitimas” da
externalidade exigirão pelo
menos a área a vermelho
Qs QP Q
(compensação mínima
Externalidade negativa na produção
(poluição) criada por uma requerida). O acordo é, pois,
empresa com as curvas de RmgP possível.
e CmgP 84
Economia Pública
• A solução eficiente é obtida através de
negociação.
85
Economia Pública
Dificuldades:
86
Economia Pública
87
Economia Pública
E com poder de mercado (monopólio?)
Quantidade Preço RT Rmg Cmg Ext.
PxQ
1 100 100 100 20 40
2 80 160 60 20 40
3 60 180 20 20 40
4 40 160 -20 20 40
5 20 100 -60 20 40
6 0 0 -100 20 40 88
Economia Pública
1.5 Provisão/produção pública e decisão
colectiva
“Falhas” do Estado:
Contagem de Borda
Dependendo da regra, A 72
B 101
qualquer alternativa pode C 107
vencer…
D 136
E 134
Decisão Colectiva
Preferências individuais: (notação)
1 2 3
4
Decisão Colectiva
Apesar das suas propriedades, a regra da maioria
apresenta alguns problemas:
votante 2
A B C
Votação 3
1 2 3
E 1000€ 1000€ 1000€
F -4000€ 2000€ 2000€
1ª escolha A A B C
2ª escolha B C C B
3ª escolha C B A A
Contagem de Borda
1 2 3 4
1ª escolha A D D B
2ª escolha B A A C
3ª escolha D C B A
4ª escolha C B C D
Decisão Colectiva
Contagem de Borda
1 2 3 4 Total
A 3 2 2 1 8
B 2 0 1 3 6
C 0 1 0 2 3
D 1 3 3 0 7
C 0 0 0 2 2
D 1 2 2 0 5
Falhas do Estado:
D(1)
t=Cmg/n
g*(n-1) g*(n) g
Revelação da procura
Imposto de Clarke:
Exemplo:
Dois projectos, A e B, e seis votantes, 1 a 6.
Por exemplo, A e B podem ser, respectivamente,
produzir e não produzir um bem público, dada
uma regra de divisão do seu custo pelos 6
votantes.
Revelação da procura
Imposto de Clarke:
Verdadeiras preferências:
Votante Opção A Opção B Imposto Ganho
líquido
1 20 0 0 0
2 0 60 40 20
3 0 40 20 20
4 0 10 0 10
5 30 0 0 0
6 40 0 0 0
Soma 90 110 60 50
Revelação da procura
Vamos analisar se os diferentes tipos de votante
têm algum incentivo em revelar outro valor.
Votante 1: perdedor
1 20+21 0 40 -20
2 0 60
3 0 40
4 0 10
5 30 0
6 40 0
Soma 111 110
Revelação da procura
Imposto de Clarke:
Votante 2: Subvalorizar: -21 (inverte decisão)
Sobrevalorizar: sem efeito
Eleitores Opção A Opção B Imposto Ganho
líquido
1 20 0
2 0 60-21 0 0
3 0 40
4 0 10
5 30 0
6 40 0
Soma 90 89
Revelação da procura
Imposto de Clarke:
Votante 4: Subvalorizar: Corre o risco de inverter a
decisão e de ter de pagar imposto, ficando com
payoff nulo ou negativo.
Sobrevalorizar: sem efeito
1 20+79 0 0 20
2 0 60 0 0
3 0 40 0 0
4 0 10 0 0
5 30 0 0 30
6 40+59 0 0 40
Soma 228 110 0 90
Revelação da procura
O valor cobrado aos indivíduos não pode ser
posteriormente devolvido mesmo na
eventualidade de se verificar um excedente. Tal
devolução implicaria incentivos em deturpar as
preferências.
Economia Pública
1.5 Provisão pública e decisão colectiva
Falhas do Estado:
Excedente do produtor
S(Pv)
145
Distorção fiscal
Ilustração de imposição de imposto unitário
(T): efeitos sobre o bem-estar com procura
muito rígida
S(Pv)
Perda social ou
PC
T P0 carga excedentária
PV
D(PC)
Q1 Q0
D’(PV)
146
Distorção fiscal
Como varia a carga excedentária (CE) com a
receita fiscal (RF) para diferentes valores de T?
T RF CE
1 1x1400= 50
1400
3 3x1200= 450
3600
5 5x1000= 1250
5000
7 7x800= 2450
5600
Distorção fiscal
Como varia a carga excedentária (CE) com a
receita fiscal (RF) para diferentes valores de T?
Carga Excedentária T RF CE
3000
1 1x1400= 50
2500 1400
2000 3 3x1200= 450
3600
1500
5 5x1000= 1250
1000 5000
500 7 7x800= 2450
0
5600
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
Distorção fiscal
No caso de bens públicos é necessário adaptar a
condição de Samuleson (DA+DB=Cmg) para
reflectir o custo de eficiência associado à carga
excedentária.
DA+DB= Cmg
Falhas do Estado:
Cmg/n
x* xb x
UA
Redistribuição
Principais critérios redistributivos:
i) Dotação de factores
ii) Utilitarismo
iii) Rawls
K
Rectas de igual rendimento:
A+B
+1
-w/r
Dotação de K de B A
Dotação de K de A
L
Dotação de L de A Dotação de L de B
Redistribuição
Repartição pessoal do
rendimento:
Fracção de rendimento de A: n/q
Fracção de Rendimento de A com
redistribuição de K: m/q a p/q
Rectas de igual
K rendimento: Repartição funcional do
rendimento:
Remuneração do trabalho: o/q
Remuneração do capital: 1-o/q
A+B
+1
-w/r
A
m n o p q L
Redistribuição
i) Dotação de factores
U1(y1)+U2(y2)+...+Un(yn)
UA
Redistribuição
Se as utilidades
subjectivas são iguais e
U se há utilidades
marginal
marginais
decrescentes, então
este critério leva a uma
distribuição igualitária
do rendimento ou
produção.
UA
Redistribuição
Redistribuição e eficiência
Fronteira efectiva
UA
Modelo Keynesiano
Modelo do multiplicador
Objectivo: determinação do nível do
rendimento numa economia (Y).
Etapas:
1º Economia fechada e sem estado
2º Inclusão do estado
3º Abertura ao exterior
Modelo Keynesiano
• Conceito central: Despesa agregada (AD)
Consiste na quantidade de bens e serviços
produzidos no país que os agentes econó-
micos desejam adquirir:
– Consumo: C=C+cY
– Investimento: I=I
– AD(Y) = C + I =C+cY + I
Modelo Keynesiano
AD
C+I
termos
autónomos Y
Modelo Keynesiano
Qual será o rendimento de equilíbrio desta economia?
AD
45º
Acumulação de
stocks
(indesejada)
Desacumulação
de stocks
(indesejada)
Y1 Y2 Y3 Y
Modelo Keynesiano
Rendimento de equilíbrio: Y=AD(Y): É um
rendimento tal que gera uma despesa agregada
igual a ele próprio.
Fora do equilíbrio:
Y>AD(Y): Acumulação indesejada de stocks
Y<AD(Y): Desacumulação indesejada de stocks
Modelo Keynesiano
Como encontrar o rendimento de equilíbrio Y*?
Resolvendo a equação:
Y=AD(Y)=C+I
De onde se obtém:
Y*=(C+I)/(1-c)
Modelo Keynesiano
Quando se altera o rendimento de equilíbrio?
Se se alterar alguma termo autónomo da
despesa ou a propensão marginal a consumir.
Por exemplo:
DY* = DC/(1-c)
Se o consumo aumenta, o rendimento de
equilíbrio aumenta mais. Por cada unidade de
aumento no consumo autónomo, Y* aumenta
1/(1-c). A isto chama-se MULTIPLICADOR.
Modelo Keynesiano
Consumo
AD Y
Investimento
c
1-c
Poupança
Modelo Keynesiano
Efeitos de uma expansão no consumo autónomo:
AD
DC
Desacumulação
de stocks
DY*
Y* Y** Y
Modelo Keynesiano
Introdução do estado:
Inclui-se mais uma componente da despesa, G = G.
O consumo passa a depender do rendimento
disponível: C=C+cYd com Yd = Y – T e T = T + t Y
Assumimos que a função imposto tem dois termos:
um autónomo e outro induzido por uma taxa marginal
de imposto, t.
Y=AD(Y)=C+I+G
Y*=(C+I+G-cT)/(1-c(1-t))
Modelo Keynesiano
AD
+c(1-t)
+1
C+I+G-cT
C+I
Y
Modelo Keynesiano
Consumo
AD Y
Investimento
Gastos
c 1-t
1-c t
Poupança Impostos
Modelo Keynesiano
Partindo do equilíbrio (hip: t=0):
Y*=(C+I+G-cT)/(1-c)
DY* = DG/(1-c)-cDT/(1-c)=DG
O rendimento aumenta porque parte dos impostos
vão reduzir não só o consumo mas também a
poupança.
Modelo Keynesiano
Abertura ao exterior:
Inclui-se mais uma componente da despesa, X = X.
Y=AD(Y)=C+I+G+X-M
Y*=(C+I+G-cT+X-M)/(1-c(1-t)+m)
Modelo Keynesiano
AD
+c(1-t)-m
C+I+G-cT+X-M +1
C+I+G-cT
C+I
Y
Modelo Keynesiano
Consumo
AD Y
Investimento
Gastos
Export. Liq.
número de bases. 0
0 1000 2000 3000 4000 5000 60
A restrição orçamental do
Estado
3. Equidade intertemporal. As despesas e
receitas do estado podem dividir-se em:
Despesas Correntes, são as que o Estado faz em
bens consumíveis; as Despesas de Capital, são as
realizadas em bens duradouros e no reembolso de
empréstimos.
120
Total geral: 153 / 178 / 188 /141
100
Capital
80 Correntes
60
40
20
0
Receitas Despesas
A restrição orçamental do
Estado
Gc+Gk= Rc+Rk ou Gc-Rc= Rk-Gk
Se o orçamento corrente é deficitário, o de
capital será superavitário e vice-versa. Se as
receitas de capital excedem as despesas de
capital há uma transferência de benefícios do
futuro para o presente.
O equilíbrio do orçamento corrente (regra de
ouro orçamental) garante a neutralidade em
termos redistributivos.
O equilíbrio do orçamento global (violando a
A restrição orçamental do
Estado
Críticas à regra de ouro:
- Difícil distinção entre algumas despesas
correntes e de capital.
- Dificil suavizar o consumo público (despesas
correntes) na presença de ciclos económicos
que fazem oscilar os impostos (receitas
correntes). A regra de ouro poder-se-ia aplicar
em média ao longo do ciclo.
A restrição orçamental do
Estado
4. Mobilidade Espacial de Factores
(economias abertas)
Há um perigo adicional associado a défices
que violem a regra de ouro.
Quando uma despesa corrente é financiada
por dívida ocorre um resíduo fiscal positivo:
excesso de benefícios em relação aos custos.
No futuro seguir-se-á um resíduo negativo
(impostos para pagar a dívida: receitas
correntes a financiar despesas de capital).
A restrição orçamental do
Estado
Consequência: Influxo de factores no
presente e emigração no futuro para tirar
proveito dos resíduos positivos evitando os
negativos.
A emigração futura poderá por em causa a
solvabilidade da dívida.
A restrição orçamental do
Estado
Análise do saldo orçamental:
B. Perspectiva macroeconómica:
O deficit é muitas vezes apresentado como
indicador do impulso dado à economia. Um
deficit significaria que o Estado está a injectar
mais fundos na economia do que a retirar.
Porém, esta interpretação não está
necessariamente correcta.
A restrição orçamental do
Estado
1. Tributação implicita e equivalência
Ricardiana
2. Multiplicadores diferenciados
3. Endogeneidade do saldo/défice
A restrição orçamental do
Estado
1. Tributação implicita e equivalência
Ricardiana
Se os agentes forem Ricardianos antecipam
que um deficit presente corresponderá a
impostos futuros e deverão contrair a
despesa no presente para fazer face aos
pagamentos futuros (tal como se os
impostos fossem aumentados no
presente).
A restrição orçamental do
Estado
2. Multiplicadores diferenciados
- Os gastos públicos têm um efeito directo
sobre a despesa agregada.
-Os impostos têm um efeito indirecto, através
do rendimento disponível que reduz consumo
e poupança
Para variações do mesmo montante, os
gastos terão, em valor absoluto, um maior
impacto sobre o produto do que o impostos.
A restrição orçamental do
Estado
2. Multiplicadores diferenciados
Nesta área, o
Variação de G defice diminui
embora as
políticas tenham
um efeito
100 expansionista
Recomenda-se
80 aqui o uso do
saldo ponderado.
100 Variação de T
A restrição orçamental do
Estado
3. Endogeneidade do saldo/défice
O defice pode
G, T T(Y) agravar-se (ou
reduzir-se) mesmo
G na ausência de
qualquer tipo de
intervenção
deliberada.
Ciclos económicos Y
Crescimento económico
A restrição orçamental do
Estado
3. Endogeneidade do saldo/défice O defice não se
altera, apesar de
G, T T(Y) uma política
delibrada de
aumento dos
G
gastos (se, por
exemplo,
aumentar ao
mesmo tempo o
consumo ou
Y investimento)
A restrição orçamental do
Estado
3. Endogeneidade do saldo/défice
Para superar este problema avalia-se o saldo
num valor fixo para as variáveis endógenas.
Por exemplo, fixa-se o produto no nível de
pleno emprego – saldo estrutural ou de
pleno emprego ou ao nível do ano anterior –
saldo estandardizado.
SAL = SALn+SALc
A restrição orçamental do
Estado
Saldo e sustentabilidade dinâmica
O grau de endividamento de um país é
geralmente medido pelo peso da dívida
pública no PIB: = B/Y.
A restrição orçamental do
Estado
De que depende a evolução deste indicador?
Bt=Bt-1+itBt-1 +Gt-Tt
Bt/Yt=(1+it)Bt-1/Yt +(Gt-Tt)/Yt
t - t-1 = (it-y)/(1+y) t-1 +(Gt-Tt)/Yt
Se o produto crescer a uma taxa superior à
taxa de juro é possível ter defices primários
sem que o peso da dívida no produto se
agrave.
Regras ou poder discricionário
D Backward Induction:
E
2 2
e d e d
Jogador 1: 14 2 1 3
Jogador 2: 7 10 0 1
Regras ou poder discricionário
Exemplo: Tributação
Timing:
1º Escolha e anúncio pelo Governo do
plano fiscal de tributação sobre K e L.
2º Escolha de K e L pelos privados
3º Aplicação do plano fiscal
Outros exemplos: Regulação/patentes,
emissão de DP.
Regras ou poder discricionário
Se se conhece m: X*=Y*/m
Se há incerteza quanto a m: m+e ou m-e
reduzir X permite ficar, em média mais
próximo de Y*
Exemplo: Alvo: Y=1000, m=4, X*=250
Se e=1 teremos m=3 ou m=5
X*=250: Y=750 ou Y=1250
X*=249: Y=747 ou Y=1245
Regras ou poder discricionário
Quanto maior a incerteza
X
menor o valor óptimo a fixar
X* para o instrumento X. Se se
limitarem as possibilidades
X**
de intervenção é possível
que o bem-estar seja
Y superior. Tal poderia ser
interpretado como uma
limitação ao poder
discricionário.
Y* Y
Regras ou poder discricionário
3. As regras permitem reduzir custos de
conflitualidade ao remeterem para data futura
os efeitos de uma decisão política. O “véu da
ignorância” e a incerteza permitem atenuar os
efeitos da mesma.
4. As regras permitem limitar comportamentos
negativos para os interesses da comunidade
quando estes não estão alinhados com os
dos agentes do Estado (ciclos eleitorais).
5. Facilitam a compreensão das expectativas
dos agentes.