Sei sulla pagina 1di 5

Das Origens...

Movimento. Uma palavra que


esboça o princípio mais básico da
natureza humana, contrariando
Parmênides1, nos permite pensar não
só fisicamente o espaço, mas também
a circularidade de ideias e das
pessoas no continente africano, que nas Figura 1 BNF, MS Arabe 1489, fol. 5v. (literature: Thomas
Walker Arnold and Adolf Grohmann. The Islamic Book: A
palavras de certo senhor, Hegel2, seria sem Contribution to Its Art and History from the VII–XVIII
Century. Paris: Pegasus Press; New York: Harcourt, Brace
história, estática, palco das ações da Europa and Company, 1929. )

e Oriente.

Segundo Hegel,
A África não é uma parte histórica do mundo. Não tem movimentos, progressos a
mostrar, movimentos históricos próprios dela. Quer dizer que a sua parte setentrional
pertence ao mundo europeu asiático. Aquilo que entendemos precisamente pela África
é o espírito a-histórico, o espírito não desenvolvido, ainda envolto em condições de
natural e que deve ser aqui apresentado apenas como o limiar da história do mundo.

Hegel, Curso Sobre a Filosofia da História. In KI-ZERBO, Joseph. História da


África Negra. Volume I. Lisboa, Publicações Europa-América, 1972, pág. 10.

A própria origem do Islã, atualmente a segunda maior religião do mundo, se


concretiza com o movimentar do profeta Maomé, da cidade de Meca para a Medina, a
fim de fugir de seus inimigos. Como mostra a figura acima, o profeta é a pedra angular
para compreendermos a base da religião. Suas palavras mediadas pelo arcanjo Gabriel
com o divino, culminou na produção do Corão, o livro sagrado do islã, no qual se tem
os discursos do profeta sobre o código de conduta do devoto muçulmano.

Sem dúvidas, a reforma religiosa do profeta refletiu na vida social e legal das
pessoas. Forma-se uma espécie de base de justiça social, onde havia regras recíprocas
de comportamento dos cônjuges, dos pais e das crianças, dos proprietários de escravos,

1
Antigo filósofo grego que acreditava em uma natureza estática, onde as coisas não se movimentam ou
renovam, permanecendo em essência, imutáveis.
2
G.W.F. Hegel (1770-1831), considerado pelo cânone da literatura ocidental como um dos mais
importantes pensadores da modernidade, o expoente fundamental do "Idealismo Alemão".
dos muçulmanos em relação aos não muçulmanos. A usura é proibida e até mesmo leis
alimentares são determinadas. A situação das mulheres tem certo avanço, já que
recebem metade da herança recebida pelos homens.

Militarmente, o império se expande após a morte de Maomé, com os quatro


califas que o sucederam, O Califado Rashidun (632–661) foi liderado por Abu Bakr,
depois por Umar ibn Khattab como segundo califa, Uthman Ibn Affan como terceiro
califa e Ali como quarto califa. É importante ressaltarmos que assim como os hebreus e
romanos, o islã, em sua primeira fase, considerava os acontecimentos históricos como
parte de uma história santa. Concluindo o assunto, temos um comentário do Sr. Eliade e
um mapa mostrando a expansão do islã, durante o Califado de Rashidun:

Figura 2 Expansão do império islâmico no Califado de Rashidun. Imagem retirada de:


http://explorethemed.com/riseislam.asp.
Um olhar atento.

Tomando como base a leitura anterior, conseguimos


romper com duas ideias que distorcem nosso olhar em relação
ao islamismo. A primeira é a ideia de homogeneidade que
assombra nosso olhar. Por muito tempo, tem-se reproduzido
ideias como a de Hegel, da não circularidade dos povos ou da
ausência de pluralidade étnica. O outro cisco que podemos
remover de nossos olhos, como foi apontado por Eliade, é a

do estereótipo muçulmano, atrelado a nossa Indicação aos leitores: O livro nos


permite ter um olhar panorâmico
contemporaneidade. Como veremos mais a frente, o e em certa medida profundo sobre
a história do continente africano.
instrumento terrorista que tocamos aos 4 ventos, não #ficadica

representa a amplitude do islamismo, se quer sua diversidade,


existem diferentes islãs, dialogados entre as incursões religiosas, as rotas comercias e os
tratados políticos. Portanto devemos nos atentar aos olhares reducionistas, que muitas
vezes contribuem a uma visão limitada do real.

Deslocamento interno.

Das circularidades do islã, pra além das Jihads, que eram guerras santas a fim de
conquistar territórios ou garantir recursos, como os escravos (prática comum entre
vários povos africanos), o cotidiano dos mercadores e dos viajantes era um importante
difusor do islamismo. O cotidiano se faz revelador sobre os aspectos mais instigantes
desse processo. É o conversar entre comerciantes, aqueles que compram suas
mercadorias, ou apenas aqueles que ouvem as conversas no mercado. Como aponta
Mota:

“...dois grupos fundamentais que atuaram como agentes da


islamização: os itransmissores, grupo formado por grande
diversidade de indivíduos que foram a África e por lá
permaneceram por algum tempo: comerciantes, viajantes,
artesãos, marabutos medicantes, pregadores missionários,
acadêmicos, jurista, clérigos devotos, etc...”

MOTA, Thiago Henrique. História Atlântica da Islamização na África


Ocidental: Senegambia, séculos
XVI-XVII. Tese de doutorado em História. Belo Horizonte: UFMG, 2018, pp.
90-137.
Figura 3: Os camelos são fundamentais para entendermos o deslocamento
nas regiões desérticas do continente africano. Resistentes e com
tolerância a longos períodos sem água, é o companheiro ideal desse
sujeito africano.
Embora tenha sido apenas citado, o escravismo era uma prática comum, não
apenas entre o islã, mas entre outros povos africanos. Fundamental a acordos políticos e
a economia. Aspecto esse que foi potencializado e ressignificado em uma escala muito
maior pelo contato europeu. Tendo casos onde os portugueses vendiam escravos para os
próprios africanos, afinal de contas tinham uma maior mobilidade comercial.

Passado-presente e proposta de atividade.

Fazendo um balanço entre a movimentação do Islã, fica evidente seu impacto


não apenas no continente africano, mas também no mediterrâneo, onde muito se deve,
principalmente na gastronomia, pensando em técnicas de cozimento e também nas
conhecidas especiarias. Podemos também desprender um longo período de tempo
pensando as nas contribuições arquitetônicas ou criticar de forma incisiva a postura de
determinados grupos ante o Imperialismo dos EUA, que contribuem para uma visão
redutivista e xenofóbica da cultura islâmica.

Nesse sentido, a proposição de atividade, se baseia em pensar, quais foram as


contribuições do islã, principalmente em torno do mediterrâneo e quais os
remanescentes que podemos vivenciar, no tempo presente. Afinal de contas, como
vimos, pra além da estatística em termos de fieis, o islã, possui uma pluralidade de
ramificações, o que nos leva a outra atividade. Separar a sala em grupos a fim de
investigar o contato desses povos com o
islã e onde se dá suas especificidades.

Referências para pesquisa:

MEREDITH, Martin. O destino da África:


cinco mil anos de riquezas, ganância e desafios.
Rio de
Janeiro: Zahar, 2017.

MOTA, Thiago Henrique. História Atlântica da


Islamização na África Ocidental: Senegambia,
séculos
XVI-XVII. Tese de doutorado em História. Belo
Horizonte: UFMG, 2018, pp. 90-137.

Figura 4: Capa do Jornal Charlle Hebdo, conhecido


pos suas polêmicas sendo alvo de ataque de
organizações extremistas.
M’BOKOLO, Elikia. África Negra: histórias e civilizações. Tomo I. Salvador: Edufba; São Paulo: Casa
das Áfricas, p. 76 -97; 209-251.COSTA E SILVA, Alberto da. Mali. In: ____. A enxada e a lança: a
África antes dos portugueses. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, pp. 317-342.
MARQUES, Diego Souza. O comércio transaariano e os Estados do Sudão Ocidental: séculos VIII –
XVI. In: MACEDO, José Rivair (org) Desvendando a história da África. Porto Alegre: Editora UFRG,
2008, pp. 45-56.
NIANE, Djibul Tamsir. Relações e Intercâmbios entre as várias regiões. História Geral da África IV. 2ª
Ed. Rev. Brasília: Unesco/MEC, 2010, pp. 697 – 720 (disponível em www.unesco.org.

Aluno: Magnun Vieira Barbosa

N° de matrícula: 11511HIS044

Potrebbero piacerti anche